"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

domingo, setembro 19, 2010

A Verdade e a medicina - Parte 4 (final)

Mary Baker Eddy


Uma mulher na cidade de Lynn, Estado de Massachusetts, foi anestesiada com éter, e em consequência disso morreu - muito embora seus médicos tivessem insistido que seria perigoso fazer a necessária operação cirúrgica sem o éter. Depois da autópsia, a irmã da falecida declarou que esta se insurgira contra a inalação de éter, dizendo que o éter a mataria, mas que havia sido compelida pelos médicos a inalá-lo. Haviam-lhe segurado as mãos e fora obrigada a submeter-se. O caso foi levado aos tribunais. Tendo sido considerada concludente a prova, foi dado o parecer de que a morte fora considerada - não pelo éter, mas pelo medo de inalá-lo.

Acaso é cirurgia proficiente ou científica não tomar em consideração as condições mentais, e tratar a paciente como se ela outra coisa não fosse senão matéria sem mente, e como se a matéria fosse o único fator a ser consultado? Se esses cirurgiões não científicos tivessem entendido metafísica, teriam considerado o estado mental da mulher e não a teriam arriscado a tal tratamento. Ter-lhe-iam acalmado o medo, ou teriam feito a operação sem usar éter.

O desenrolar do processo provou que essa mulher de Lynn morrera de efeitos produzidos pela mente mortal e não da doença ou da operação.

As escolas de medicina procuram conhecer o estado do homem, estudando a matéria em vez de a Mente. Examinam os pulmões, a língua e o pulso para averiguar quanta harmonia, ou saúde, a matéria está concedendo à matéria - quanta dor ou quanto prazer, ação ou estagnação, uma forma de matéria está concedendo a outra forma de matéria.

Por ignorar o fato de que a crença de um homem produz a doença e todos os seus sintomas, o médico comum, por sua própria mente, está propenso a aumentar a doença, quando deveria decicar-se à obra de destruí-la pelo poder da Mente divina.

Os sistemas da física agem contra a metafísica, e vice-versa. Quando os mortais abandonam a base material de ação em favor da base espiritual, os medicamentos perdem sua força curativa porque não têm poder inato. Sem o apoio da fé que nele se deposita, o medicamento inanimado torna-se eficaz.

A ação orgânica e a secreção das vísceras dependem da direção da mente mortal, tão diretamente como o movimento do braço. Quando essa assim chamada mente abandona o corpo, o coração fica tão inerte como a mão.

A anatomia acha necessário que os nervos transmitam aos músculos o mandado da mente e assim produza a ação; que diz, porém, a anatomia, quando os tendões se contraem e se imobilizam? Teá a mente mortal deixado de lhes falar, ou lhes terá ordenado que sejam impotentes? Podem os músculos, os ossos, o sangue e os nervos rebelar-se contra a mente num caso, e não noutro, e se contrair apesar do protest mental?

A não ser que os músculos tenham ação própria a todo momento, jamais a terão - nunca serão capazes de agir contra a direção mental. Se os músculos podem cessar de funcionar, e ficar rígidos a seu talante - se podem tornar-se disformes ou simétricos segundo lhes agrade, ou como a doença o ordene - é porque podem governar-se a si mesmos. Por que então consultar a anatomia para saber como é que a mente mortal governa o músculo, se da anatomia só podemos aprender que o músculo não é goernado dessa maneira?

É acaso o homem um cogumelo material sem Mente que o ajude? Porventura uma junta rígida, ou um músculo contraído, é tanto o resultado de uma lei como o estado flexível e elástico do membro sadio, e acaso é Deus o legislador?

Dizes: "Eu queimei o dedo." Eis uma declaração exata, mais exata do que supões; porque é a mente mortal, e não a matéria, que o queima. A inspiração sagrada criou estados mentais que foram capazes de anular a ação das chamas, como no caso bíblico dos três jovens hebreus cativos lançados dentro do forno babilônico; enquanto um estado mental oposto poderia produzir combustão espontânea.

Em 1880, o Estado de Masschussetts calcou aos pés um projeto de lei tirânica, que visava restringir a prática da medicina. Se seus Estados irmãos seguirem esse exemplo, em harmonia com a nossa Constituição e com a Lei dos Direitos, exercerão menos violência contra aquele sentimento imortal da Declaração de Independência que diz: "O homem está dotado por seu Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais se acham a vida, a liberdade e a busca da felicidade."

As leis opressivas dos Estados, concernentes à medicina, lembram-nos as palavras que a famosa Madame Roland proferiu ao ajoelhar-se diante de uma estátua da Liberdade, erigida perto da guilhotina: "Ó Liberdade, quantos crimes se cometem em teu nome!"

O médico comum, que examina os sintomas corpóreos e diz ao paciente estar este doente, e que trata o caso segundo seu diagnóstico físico, por certo incutirá justamente aquela doença que ele está tentando curar, mesmo que ela ainda não esteja determinada pela mente moral. Tais erros inconscientes não ocorreriam, se essa velha classe de filantropos procurasse a causa e o efeito tão a fundo na mente como os procura na matéria. O médico "entra em acordo sem demora" com o seu "adversário", porém sob condições diferentes das do metafísico; pois o médico da matéria põe-se de acordo com a doença, ao passo que o metafísico concorda só com a saúde e desafia a doença.

A Ciência Cristã traz ao corpo a luz solar da Verdade, que vigoriza e purifica. A Ciência Cristã age como um alterante, neutralizando o erro com a Verdade. Modifica as secreções, elimina humores, dissolve tumores, relaxa músculos enrijecidos e restabalece a saúde de ossos cariados. O efeito dessa Ciência consiste em instigar a mente humana a uma mudança de base, sobre a qual possa ceder à harmonia da Mente divina.

As experiências confirmaram o fato de que a Mente governa o corpo, não só num caso, mas em todos os casos. As faculdades indestrutíveis do Espírito existem sem as condições da matéria e também sem as crenças errôneas de uma suposta existência material. Ao aplicar as regras da Ciência Cristã, na prática, a autora restabeleceu a saúde nos casos mais graves de doenças, tanto agudas como crônicas. Secreções foram mudadas, a estrutura do corpo foi renovada, membros curtos foram alongados, juntas ancilosadas tornaram-se flexíveis, e ossos cariados foram restaurados ao seu estado sadio. Restaurei o que se chama substância perdida dos pulmões, e onde a doença era orgânica estabeleceram-se organismos sadios. A Ciência Cristã cura a doença orgânica com tanta certeza como cura a que se chama funcional, pois é necessária apenas uma compreensão mais completa do Príncípio divino da Ciência Cristã, para demonstrar a regra mais alta.

Com o devido respeito à classe médica, peço vênia para citar o Dr. Benjamim Rush, famoso professor de medicina de Filadélfia. Declarou ele que "é impossível calcular o mal que Hipócrates causou, marcando primeiro a Natureza com seu nome e soltando-a depois sobre os doentes".

O Dr. Benjamim Waterhouse, professor da Universidade de Harvard, declarou estar "cansado de charlatanismo erudito".

O Dr. James Johnson, cirurgião de Guilherme IV, rei da Inglaterra, disse: "Declaro minha opinião conscienciosa, fundamentada em longa observação e reflexão, de que, se não houvesse um só médico, cirurgião, farmacêutico, parteiro, químico, droguista, ou medicamento sobre a face da terra, haveria menos doenças e menos mortalidade."

O Dr. Mason Good, catedrático erudito de Londres, disse: "O efeito do medicamento no organismo humano é muitíssimo incerto; exceto o já ter destruído mais vidas do que a guerra, a peste e a fome juntas."

O Dr. Chapman, professor nos Institutos de Física Aplicada da Universidade de Pensilvânia, disse num ensaio dado a público: "Quando consultamos os registros de nossa ciência, não podemos deixar de ficar desgostosos com a multidão de hipóteses que em ocasiões diferentes nos foi imposta. Em parte alguma a imaginação se mostra em maior amplitude; e tão extensa exibição de invenções humanas poderia talvez lisonjear nossa vaidade, se não fosse mais do que compensada pela visão humilhante de tanto absurdo, de tanta contradição e falsidade. Harmonizar as contradições das doutrinas médicas é, de fato, tarefa tão impraticável como a de dispor os vapores fugazes ao nosso redor, ou de reconciliar as antipatias fixas e repulsivas da natureza. Sombria e perplexa, nossa carreira errante se parece com o tatear do Ciclope de Homero em sua caverna."

Sir John Forbes, M.D., F.R.S., Membro da Faculdade Real de Medicina, de Londres, disse: "Nenhuma classificação sistemática ou teórica de doenças ou de agentes terapêuticos já promulgada é verdadeira ou se aproxima da verdade, e nenhuma pode ser adotada como guia seguro no desempenho da profissão."

É de justiça dizer que em geral a classe culta dos médicos se compõe de homens e mulheres de escol, e, portanto, são mais científicos do que os falsos pretendentes à Ciência Cristã. No entanto, a todos os sistemas humanos baseados em premissas materiais, falta a unção da Ciência divina. Resta muito a dizer e a fazer antes de toda a humanidade ser remida e todos os micróbios mentais do pecado e todos os germes de pensamentos doentios serem exterminados.

Se tu ou eu parecêssemos morrer, não estaríamos mortos. O falecimento aparente, causado pela maioria das crenças humanas de que o homem tem de morrer, ou produzido por assassinatos mentais, não refuta nem um pouco a Ciência Cristã; antes, põe em evidência a verdade de sua proposição básica de que os pensamentos mortais, segundo a crença, governam a materialidade chamada, erroneamente, de vida no corpo ou na matéria. Mas permanece supremo o fato eterno de que a Vida, a Verdade e o Amor salvam do pecado, da doença e da morte. "Quando este corpo corruptível se resvestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade (ou seja, da Ciência divina), então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória" (S. Paulo).


Do livro: "Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras".


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