"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

sábado, fevereiro 28, 2015

Vivifique o presente!

 
 - Núcleo -

Vivifique o presente!

Isto significa: vivifique o agora, conscientize-se do presente!

No âmago do ser humano vive o Ser Real, o “Eu Verdadeiro”, que está encoberto pela visão da mente de nossos personagens, ou seja, está encoberto por nossas “personas”, que são “máscaras” que velam o Ser, que encobrem o Ser Real.

Já foi dito que a palavra “presente” tem um duplo significado: O de momento presente e o de aquilo ou aquele que é presente. Aquele que é presente é o Ser Real, o Eu Verdadeiro.

O que cria, o que gera a persona [a máscara que encobre o Eu Verdadeiro] são os pensamentos. Através dos pensamentos nos identificamos apenas como sendo seres individuais, separados de Deus. Mesmo o pensamento de que “somos um com Deus” não nos leva a percepção de Quem Somos. O “acreditar” [que é forma de perceber mentalmente] que somos um com Deus não nos conscientiza de nossa natureza divina. Por isso Jesus disse enfaticamente que: “Quem não comer da minha carne e quem não beber do meu sangue não terá a Vida eterna.” O que Jesus revelou ao dizer “comer a Minha carne e beber o Meu sangue” foi que devemos nos conscientizar da Sua natureza divina e nos fundirmos nela, tornando-se também a nossa. Em outras palavras, que devemos nos elevar da crença [percepção mental] da natureza divina de Jesus para a percepção [percepção consciencial] de Sua essência [Sua carne e Seu sangue] em nós. Fazemos isso vivificando “o presente”, ou seja, vivificando “Aquele que é presente”, o Cristo Eterno. Assim, “vivificar o Presente” significa que devemos vivificar a Vida de Deus EM nós.

Como fazer isso, como “vivificar o presente”? Comece onde você está! Perceba que o seu personagem está num certo contexto [é isto o que ele "pensa"; e não apenas pensa, mas também analisa e julga o contexto onde está. E dependendo do julgamento mental você se sentirá feliz ou infeliz]. Seu personagem está num certo contexto mas você vive no Reino de Deus! A percepção de que você vive agora no reino de Deus não é mental; ela não é fruto de “pensamento, análise e julgamento”; e se continuar “pensando”, apenas “terá razão”; você continuará no nível da percepção mental, que se auto-alimenta de conceitos e percepções mentais, de raciocínio, de lógica, enfim, de razões…

Contudo, num nível que transcende os conceitos e o raciocínio está a Vida! A Vida verdadeira não é a vida mental. A Vida verdadeira é a Vida de Deus, é a Verdade que pode e deve ser conhecida, mas não pode ser “pensada”, porque os pensamentos a expressam em conceitos, e a Vida verdadeira é algo real, algo não conceitual.

Existe em nós algo que nos possibilita perceber essa “Vida verdadeira” que é a própria Vida! Parece ser paradoxal para a mente que pensa, mas é real. Quando Jesus Cristo revelou que: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai Pai senão por Mim”, quis dizer que “o Pai” é Deus e que Deus é Vida; e que a Vida de Deus é Quem Sou porque “Eu e o Pai somos Um”.

Ao revelar isso ele estava se referindo ao Cristo eterno que Vive EM nós. Este é nosso "Eu Verdadeiro", Aquele que é “presente” no “reino de Deus”, que está “dentro de nós”.

Portanto, devemos “comer e beber  dessa carne e desse sangue”, ou seja, devemos perceber [nos conscientizar] e desfrutar essa essência divina, que é a Vida de Deus, o Cristo que vive EM nós.

Por fim, aquilo que “aciona essa “conscientização” é o ato de compartilhar. “Não há percepção sem ação”!

Enfim, para ativar a percepção que transcende o nível dos pensamentos, comece onde está, pois, a Vida de Deus já está presente em você. Deixe os conceitos mentais de lado e desfrute dessa percepção, ou seja, coma, beba e sacie-se dela. E por fim a compartilhe; compartilhe generosamente.

O ato de compartilhar é que sedimenta em você a percepção do Presente.

Por isso compartilho a percepção; por isso esta mensagem está chegando  a você; por isso Buda compartilhou a iluminação que percebeu e desfrutou; por isso Jesus compartilhou o que “ouviu do Pai”.

Ao compartilhar o que perceberam e desfrutaram, eles “vivificaram Aquele que é Presente” neles, vivificaram Quem São e em o fazendo vivificaram Quem Somos, vivificaram a Vida de Deus, o Cristo que Vive EM nós.

Sim! Vivifique o presente!

Namastê.


quinta-feira, fevereiro 26, 2015

O que há para ser percebido


- Núcleo -


A prática do bem te desvela o bem maior!
A prática da verdade te desvela a verdade maior!
A prática do amor te desvela o amor maior!

Perceba quem você realmente é:

Seja o bem em pensamento,
Seja a verdade em ação,
Seja o amor manifesto.

Estas são palavras da Fonte.

Elas são tão úteis para mim quanto o são para você, se perceber o que há para ser percebido nestas palavras. 

Devemos transcender a ilusão de que vivemos separados de Deus. A Consciência do Ser, que está em tudo, no ser humano se apresenta como sendo a nossa “consciência interior” e é quem deve conduzir nossa vida, não a mente. Os pensamentos que estão na mente devem ser os pensamentos que provém da Fonte, da Consciência.

Quando os pensamentos que estão em nossa mente provém do mundo, da existência ilusória, eles nos confundem, nos iludem e nos preocupam. Os pensamentos que provém dessa fonte interna desvelam a realidade, de que somos “filhos de Deus”, e que nossa existência real é em Deus.

Quando temos esta percepção todo o mundo fenomênico se transforma e é imediatamente “reinterpretado”, agora não mais conforme a nossa “interpretação mental”, segundo os nossos pensamentos, mas como os “pensamentos de Deus”, a visão que revela a realidade divina, consciencial. As experiências de percepção consciencial provém desta fonte interna e agora tem sido vivenciadas e compartilhadas nas reuniões do Núcleo por várias pessoas, o que evidencia que se trata de uma realidade universal, comum a todos e não de apenas um ou outro personagem que as têm. 

A visão mental, comum à maioria dos seres humanos, será transcendida pela visão consciencial quando um certo número de pessoas a disseminar pelo mundo, compartilhando suas percepções. Estas experiências não devem ser retidas, como se fossem presentes legados pela divina Consciência do Ser a apenas um ou  outro personagem que as vivenciam, pois, elas revelam uma realidade não perceptível pelos cinco sentidos e devem ser compartilhadas entre todos, a fim de que conheçam a realidade percebida pelos que estão conscientes de Quem somos…

Assim, outros terão acesso a esse núcleo, o reino de Deus em cada um. Jesus revelou abertamente que: “O reino de Deus está dentro de vós”.

E também: “Ide e pregai o evangelho, a boa nova, a todas as criaturas”.

Estas são palavras da Fonte que desejo compartilhar.

Saudações a todos os divinos personagens.



terça-feira, fevereiro 24, 2015

Desmistificando Jesus

-Núcleo-


É fato que Jesus tem em si a “mente de Cristo”, como nós também a temos. Mas, também manifestou ter ele a “mente humana” e isso não diminui em nada sua natureza divina. Quando falava de si a partir da Consciência do Ser, referia-se a si mesmo como sendo o "Filho de Deus"; e quando falava de si a partir da mente humana, referia-se a si mesmo como sendo "filho do homem". Ele mesmo sempre advertiu que “sua doutrina” não era sua, mas sim do Pai, que o enviou". Ele tinha a Consciência de que era “o Cristo”, o Filho de Deus, o ungido e até usou esta consciência para se defender dos fariseus quando lhe objetaram: “Tu dás testemunho de ti mesmo, logo, o teu testemunho não é verdadeiro”.

Respondeu Jesus e disse-lhes: "Posto que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro porque sei donde vim e para onde vou; mas, vós não sabeis donde venho e nem para onde vou. Vós julgais segundo a carne (a mente humana), eu (mentalmente) a ninguém julgo. Se Eu (consciencialmente) julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, porém eu e aquele que me enviou (o Pai; a Consciência, o Ser Real). Também na vossa lei está escrito que o testemunho de DUAS pessoas (o personagem e o Ser) é verdadeiro. Eu testifico de mim mesmo, e o Pai, que me enviou, também testifica de mim."

Reflitam a respeito...

Namastê.

domingo, fevereiro 22, 2015

Percepção é conhecimento

-Núcleo -


Divinos personagens,

Sugiro uma reflexão sobre este “pensamento do dia”, de Sathya Sai Baba:

“Em termos de espiritualidade, regras e regulamentos em princípio parecem elementares. Mais tarde, eles lhe habilitam a estar consciente de áreas fora do alcance dos sentidos. Com o tempo, você perceberá a experiência da Verdade de todas as verdades, e compreenderá que o Senhor único é imanente em tudo e permeia todo cosmos. Você será preenchido com bem-aventurança quando sua mente estiver fixa nessa fé e nessa consciência. Esse é o verdadeiro conhecimento (Vidya), a culminância do mais elevado processo educacional.”

A percepção da Verdade transcende o mais alto nível de conhecimento, é o real "saber".

A Verdade apenas “é”; ela não pode ser descrita. A Verdade é o Ser, a identidade real de todos os seres e de todas as coisas, o “Eu Sou” de tudo. A Verdade é o que somos; o que "estamos sendo" é apenas uma crença sobre a verdade; A Verdade é o que é, não o que os seres humanos, os personagens do Ser, creem que seja. A Verdade é a própria Vida de Deus, que Vive em todos e em tudo. É algo a ser percebido, não apenas crido.

Voltemos nossa reflexão a este “pensamento do dia”, neste ponto: “Com o tempo você perceberá a experiência da Verdade de todas as verdades, e compreenderá que o Senhor único é imanente em tudo e permeia todo cosmos.” Está escrito que “você perceberá”, e não que “você conhecerá”.

A percepção consciencial transcende o mais elevado conhecimento mental. Perceber consciencialmente é ser aquilo que é percebido, é ter consciência de que o que conhece e o que é conhecido são o mesmo. A Consciência do Ser percebe que Eu, Sou o que Sou; não que Eu sou isto ou que sou aquilo. Aquele que percebe isto ou aquilo, É também o algo percebido. Eu Sou Aquilo! Perceba: O Ser que percebe em você Sou Eu; e o que está diante de você também Sou Eu. Esta percepção é a Verdade; é a percepção da “imanência da divindade”. “O Senhor único é imanente em tudo e permeia todo cosmos”.

Deixe-se envolver por esta percepção. Então, “você será preenchido com bem-aventurança quando sua mente estiver fixa nessa fé e nessa consciência.” A verdadeira educação deve proporcionar ao educando esse “conhecimento de si mesmo”, essa "percepção": “Esse é o verdadeiro conhecimento (Vidya), a culminância do mais elevado processo educacional.”

Que profundo este “pensamento do dia”!

O que sentem a respeito?

Saudações a todos.



quinta-feira, fevereiro 19, 2015

Perceber "Quem percebe" em nós


- Núcleo -


Divinos personagens,

Cada detalhe de uma experiência consciencial tem um significado, nem sempre evidente no momento para a percepção ou visão mental, mas que no devido tempo acaba se revelando.

Sempre que percebemos “Quem faz”, e que percebemos “Quem percebe em nós”, nós nos tornamos conscientes de “Quem somos”.

Perceber "Quem faz" nos torna conscientes da onipresença divina, mas, “perceber Quem percebe em nós” nos torna conscientes de Quem Somos.

O Ser Real, Aquele Quem você realmente É, está te proporcionando esta percepção, a revelação de Sua real identidade.

Este é o sentido de “ir ao Núcleo”. É não apenas perceber “Quem faz” e “Quem aparece como”, mas também, é perceber “Quem percebe em nós”, para então nos tornarmos conscientes de “Quem Somos”. É por isto que “tudo é possível ao que crê”. O “crer”, em termos da linguagem usada no Núcleo é “perceber”, perceber isso tudo. Se soubermos Quem faz, tudo se torna possível, porque não é nosso eu, o personagem, a identidade humana, Quem faz. É o Ser.

Com esta percepção reflita sobre a afirmação: “Eu de mim nada posso, o Pai em mim é Quem realiza as obras.”

O seu verdadeiro Eu, que é também a identidade real de todos os seres, é o Ser impessoal, e tem usado muitas e variadas formas pra te fazer perceber que SEU EU REAL ESTÁ APARECENDO COMO! Você é tudo Aquilo que aparece “como”, em seu dia-a-dia, em seu sonho, em sua meditação...

Eu percebo Quem faz. Em minha mente não há dúvida a este respeito. Mas, sei também que Quem percebe em mim é a Consciência do Ser. A mente só vê de forma dual e não perceberia isto. A Consciência é a real “iluminada”, não é a mente do personagem, por isso nenhum personagem é o iluminado. Os iluminados sabem Quem faz; eles apenas despertaram esta percepção.

Certa vez o Masaharu Taniguchi disse: “Você não está Me vendo…”.

De que vale a opinião dos personagens sobre o mestre, que realizou Deus? Mentalmente ninguém pode saber Quem Sou, pois, enquanto personagem, os personagens não podem ver o Ser, só vêem seus próprios julgamentos, eles não transcendem os limites da percepção mental e só vêem a matéria, sem perceber o que há além das formas perceptíveis pelos cinco sentidos.

Se alguém analisou meu personagem certamente não percebeu Quem Sou e negou Minha mensagem. Os que se detém nas análises mentais sobre os personagens sempre se condenam a uma eterna visão mental da realidade. Eles continuarão acreditando que a lei da evolução é válida para o Ser, sem perceber que ela é válida apenas para os personagens. Eles continuarão a verem a si mesmos apenas como seres humanos, sem perceber que Deus os criou a Sua imagem e semelhança. Enfim, eles todos “terão razão”, no sentido de que estarão certos no nível dos raciocínios, mas não se realizarão. Realizar é desvelar a Consciência do Ser descartando os condicionamentos e perceber que Deus é quem está diante de você agora, “aparecendo como”, numa multiplicidade de seres e formas. Perceba isto, pois, “já é a hora”…!

Nas suas leituras em grupo das palavras do mestre ative esta percepção. Perceba Quem percebe em você. Nenhuma percepção consciencial ocorre no âmbito da mente. Faça isso para o seu próprio benefício e o de todos. Fazendo isso, sua busca por Deus revelará sua real identidade e te conduzirá de volta a você mesmo. Como está escrito: “ficareis perturbados, depois maravilhados; e por fim reinareis sobre o Todo”.

Por fim, sugiro a leitura da página 140 do livro A União Consciente com Deus (Joel Goldsmith), no ponto em que Goldsmith escreve: “antes que a luz da verdade descesse, eu acreditava que o eu visível era tudo o que existia para mim…”. Ele só percebia mentalmente, mas despertou a percepção consciencial. Por isso as palavras de Goldsmith, que vieram da Consciência interna do Ser, que ele é e que todos são, passaram a ser o livro de cabeceira dele mesmo. Ele percebeu Quem faz e manifestou sua união conscientemente com Deus. Sua real identidade se desvelou e o fez consciente de que é Um com o Ser. 

Não se esforce para perceber, apenas mantenha a disciplina e dê este passo! Por saber Quem faz, muitas coisas se tornam possíveis na realidade deste personagem. Quem faz me fez obter o afastamento do cargo atual e me deu suprimento para realizar um sonho de infância, que é pilotar helicóptero.

Digo isto para que você perceba que Quem faz também nos proporciona estas realizações humanas, como esta sua de ter um carro, da forma mais perfeita, sem que isto te desvie do seu caminho espiritual; ao contrário, usando estas realizações materiais pra te fazer consciente de “Quem faz”.

É isto, perceba “Quem percebe” em você e desfrute os frutos desta percepção. Saiba utilizar esses frutos para avançar em seu despertar consciencial, que te fará consciente de Quem em verdade você É.

Namastê.



segunda-feira, fevereiro 16, 2015

A experiência de transição para o Eu Real

- Núcleo -


"Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus;
Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano;
E vos renoveis no espírito da vossa mente;
E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade."
(Efésios 4:21-24)


Personificações da divindade.

Permitam-me compartilhar percepções advindas deste maravilhoso texto!

Neste texto Joel Goldsmith fala da “experiência de transição”. Trata-se de uma transição para o que ele chama de “quarta dimensão”.

O que é a “a experiência de transição” Joel Goldsmith expõe no texto “Os Dois Pactos”, também publicado neste blog em: http://busca-espiritual.blogspot.com.br/2011/01/os-dois-pactos.html

Tenham em consideração os dois textos para acompanhar as percepções aqui compartilhadas. 

De início, atentem que “O Caminho Infinito” [o grande ensinamento espiritual de Joel Goldsmith compartilhado com a humanidade] é uma unidade. Assim, todos os seus textos devem ser vistos como uma unidade, ainda que os temas sejam tratados em textos diversos. 

O tema da experiência de transição é tratado com profundidade nestes dois textos citados.

A profundidade está no fato de que nestes dois textos Goldsmith expõe o que é a experiência de transição, quem a vivencia, de que forma é vivenciada, qual o motivo de ser vivenciada, quando e quais as conseqüências desta experiência! 

Assim, no texto "Os Dois Pactos" Goldsmith é enfático ao afirmar que: “virá um dia, na consciência de cada um de nós - para alguns agora mesmo e para outros daqui a diversas existências -, quando pela Graça interior seremos capazes e desejosos não só de nos livrar dos desgostos da carne, mas também de seus proveitos e prazeres; desejaremos nos familiarizar com nossa identidade espiritual, ou seidade, com essa nova criatura, outra que não a antiga, saudável e honrada, uma criatura nova nascida do Espírito. Essa é a experiência de transição.”

Para compreendermos a essência desta grande revelação compartilhada por Goldsmith devemos atentar que há um “fio condutor” que a desvela para nós. Este “fio condutor” aparece neste texto! Este “fio condutor” é essencialmente nossa identidade espiritual ou o que Goldsmith muito inspiradamente denomina de “seidade”! 

Sobre a identidade espiritual Goldsmith expõe que: 

“A individualidade humana é sempre limitada, sempre finita, consistindo, na sua maior parte, daquilo que aprendemos através da educação, da experiência pessoal, do ambiente e das influências hereditárias. Oculto atrás deste eu pessoal, contudo, está nosso Eu Verdadeiro. Há um outro Ser, Algo além da pessoa física e mental. Paulo denominou esse Algo de 'Cristo', que realmente quer dizer 'o filho de Deus', a identidade espiritual de nosso ser, a nossa realidade.”

Dito de outra forma, esta nossa identidade espiritual é a própria “seidade”, que é um termo que se refere diretamente ao Ser, e é usado para evidenciar o “Ser” que realmente somos; para expressar a realidade de Quem Somos; em outras palavras, para desvelar o Ser que Eu Sou. 

A experiência de transição refere-se à transição de nossa vida enquanto identificados com a limitada “individualidade humana” (eu pessoal), para uma vida identificada com nosso “Eu Verdadeiro”, que é aquele “Algo além da pessoa física e mental”, ou seja, “o Cristo, o filho de Deus, a identidade espiritual de nosso ser, a nossa realidade.”. 

A essa nossa real identidade, divina, em outros textos Goldsmith a expressa como sendo Lei, Causa, Princípio, que é a realidade de Quem Somos, Deus. 

Há neste ponto um detalhe sutil que pode confundir e causar enorme equívoco nos autênticos buscadores espirituais, e até mesmo desviá-los do caminho! A sutileza é a seguinte: Mesmo sendo verdadeira a percepção: “Eu Sou Deus”, a pessoa não deve partir da afirmação [mental] de que: “eu sou Deus”. Isso só iria insuflar o ego e afastar ainda mais o buscador da experiência de transição.

“Eu Sou Deus” trata-se de uma “percepção” [não mental] de Quem Somos!

Enfatize-se que “Eu Sou Deus” é uma percepção [consciencial] daquela nossa “Seidade”, de nossa unidade com o Ser, com o Eu. De forma alguma deve ser confundida com uma afirmação [mental] de que “eu sou Deus”. 

Na Bíblia está escrito: "Aquieta-te e saiba: Eu Sou Deus". Ou seja: Aquieta a tua mente [faça completo silêncio, não faça afirmações sobre nada], E apenas saiba [perceba que]: Eu Sou. 

Enquanto as afirmações partem de nossa “mente condicionada”, as percepções nos sobrevêm “do alto”, da Consciência do Ser que Somos, de Deus, e sempre como revelações do Eu que Eu Sou. Joel Goldsmith compartilhou a percepção de que há um Ser Real, que é Deus. E que esse Ser é a Lei, Causa, Princípio que rege nossa experiência humana. Embora Deus seja a única realidade, o Caminho Infinito não reduz a experiência humana a algo sem importância ou nada. Esse elevado ensinamento espiritual dá em muitos textos lições práticas de como o ser humano pode levar sua vida a ser regida pelo Cristo de seu próprio Ser, partindo da correta identificação! 

Em outro texto Joel Goldsmith ensina que:

“Quanto mais você aprende a se identificar com o Eu que Eu sou, em vez de se identificar com o corpo e com a experiência humana, mais qualidades espirituais se manifestarão em sua experiência. Se eu tivesse que tentar ser um ser humano muito bom, fracassaria. Mas, se tentar esquecer meu aspecto humano e residir no Eu que Eu sou e perceber que o Eu é Deus, então, Ele Se manifestará no corpo, nos pensamentos e nas ações que se originarem.”

Partindo da correta identificação em outro texto Goldsmith fala da percepção, que ele chama de “percepção mística” da unidade e onipresença divina, assim: 

“Deus, a Consciência divina, que é sua consciência individual, está onde você se encontra. Porque Ele é onipotente, Ele tem todo o poder para fazer por você. Porque Ele é amor divino, é Seu grande prazer dar a você o reino. Você precisa apenas permanecer na compreensão da presença de Deus, entendê-LO como aqui e agora. Então você terá a percepção mística de que nunca pode estar em qualquer lugar onde Deus não está. Sempre soubemos que Deus é a essência de tudo o que aparece. Sempre soubemos que Deus é a fonte de toda provisão. Então, onde este ensinamento difere de outros ensinamentos? Em parte nisto: Deus é a sua consciência, em vez de algo aqui fora ou lá em cima. Este é o verdadeiro âmago da Mensagem do “Caminho Infinito”.

Sua revelação mais importante [do Caminho Infinito] é a de que Deus não é algo muito distante (Marcos, 1-14, 15), mas a de que Deus é a sua verdadeira consciência. 

"Quando você compreender isto, você terá descoberto o segredo da vida. A partir daí tudo se manifesta, se demonstra e se revela. Sua própria consciência aparece como o seu Eu, como a sua alegria, a sua prosperidade e o seu sucesso, como a sua felicidade, o seu lar e como todos os seus relacionamentos – sociais, financeiros e comerciais.”

Enfim, como o expressou Goldsmith:

“Chega um momento, em nossa experiência, em que já não somos unicamente nós (aspecto humano), senão que alargamos nossa consciência para a percepção de uma Presença interna. Este momento de transição ocorre quando esta Presença se-nos torna real e assume a direção de nossa vida. A partir desta experiência, não mais ficamos “cuidadosos com a nossa vida”, porque sentiremos sempre a proximidade desse Algo – que é o Cristo ou Presença divina – que harmoniza nossa experiência diária.”

Assim seja esta Presença Interna perceptível para todos, pois, assim É!
Que todos percebam este Infinito Invisível;
Que percebendo, o desfrutem em sua experiência diária;
E que o desfrutando, o compartilhem generosamente.

Namastê.



sexta-feira, fevereiro 13, 2015

A Quarta Dimensão

- Joel S. Goldsmith -


Quando Jesus Cristo disse: “Eu, de mim mesmo, nada posso; o Pai em Mim é quem faz as obras”; e Paulo afirmou: “Não mais eu quem vive, mas o Cristo vive em mim” – revelaram a quarta dimensão da vida, na qual “não só de pão vive o homem” e nem por sua vontade, esforços ou sabedoria pessoais.

Chega um momento, em nossa experiência, em que já não somos unicamente nós (aspecto humano), senão que alargamos nossa consciência para a percepção de uma Presença interna. Este momento de transição ocorre quando esta Presença se-nos torna real e assume a direção de nossa vida. A partir desta experiência, não mais ficamos “cuidadosos com a nossa vida”, porque sentiremos sempre a proximidade desse Algo – que é o Cristo ou Presença divina – que harmoniza nossa experiência diária.

Nesta experiência de transição, deixamos de ser meramente seres humanos (que elaboram os próprios pensamentos, planejam as próprias vidas e resolvem seus assuntos particulares) para atingir um nível de consciência em que sentimos realmente esta Presença interior. Vivemos, então, como se nos houvéssemos separado um pouco de nós mesmos – digamos, uns dois ou três centímetros – passando a observar, como simples espectadores, o modo como estamos vivendo.

Se neste momento estamos na esfera profissional, veremos que nos chegam outros negócios dos quais não somos responsáveis – ou seja: sobre cuja realização não fizemos esforços pessoais. Se formos escritores, músicos, etc., receberemos idéias e temas com os quais jamais havíamos sonhado e que inspiradamente nos chegam do íntimo. Saberemos, então, que não os estamos gerando, mas que são dados por uma Graça interna.

Se estamos empenhados num Trabalho Espiritual, de cura ou pregação, veremos que os pacientes e estudantes nos serão encaminhados, mas será o Espírito que os sanará e ensinará. Compreenderemos, então: “Vivo – mas não eu, senão que o Cristo é Quem vive minha vida. Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.”

Em tal estado, convertemo-nos no instrumento consciente de ação da Consciência divina. Então compreendemos a citação do Mestre: “Não sou eu quem faz as obras, mas o Pai que mora em mim é Quem as faz”. Jesus queria significar que de seu próprio conhecimento ou esforço ele nada podia fazer, senão que era a atividade da Verdade, em sua Consciência, que tornava possíveis os milagres de cura, de conforto ou de alimentar multidões.

Vimos a ser, pois, o veículo através do qual a vida vive a si mesma ou o mensageiro levando a divina Mensagem. Saberemos que já não estamos vivendo a própria vida, senão que a Presença e o Poder a estão vivendo, fazendo de nossa instrumentação humana o seu modo de expressão ou meio de atividade. Esta vivência nos permitirá entender claramente porque o Mestre disse: “Eu e o Pai somos um, mas o Pai é maior que eu”. Não que isto sugira dualidade ou separação, pois seria um retorno à crença passada de um Deus separado do homem. Já aprendemos que Deus Se manifesta individualmente como Eu e Tu, o que vem mostrar que Eu Sou, Deus, embora sendo um Princípio infinito, universal, divino, da vida, aparece como eu e tu individual, de modo que em verdade “Eu e o Pai somos um”: o Ser interno a exprimir-Se como o indivíduo externo.

Não obstante, tudo isto são meras declarações da verdade, até o momento mesmo de nossa transição, em que a experiência interna converte estas idéias em verdade viva, em realidade palpável. Aí estas declarações da Verdade cederão lugar à Presença interna, que se torna uma experiência real.

Ao alçar-nos a este lugar na Consciência, em que o Cristo vive as nossas vidas, constatamos ao mesmo tempo, que o Cristo mantém e provê nossa existência inteira, suprindo-nos vitalidade, iniciativa, inteligência, amor, persistência, valor e saúde, necessários ao atingimento de nossas metas. Ele também nos subministra recursos materiais bastantes, reconhecimento e prestígio, já que, havendo tomado o leme de nossas vidas, poderá manejar todas as coisas devidamente, na amplitude de nosso nível, promovendo a realização total de nossa vida. Ele irá adiante de nós, proporcionando transportes, hospedagem, oportunidades e êxito em tudo que empreendermos.

Aqueles que se ocupam do Ministério Espiritual logo verão que este Infinito invisível supre tudo o que é preciso para a completa manifestação da mensagem, posto que “o meu ensino não é meu, e sim dAquele que me enviou”. Tudo o que seja necessário à expressão da Mensagem e, quem quer que seja o inspirado ou Mensageiro, tenhamos a certeza de que será apoiado, sustido e suprido por Aquele que é a Fonte e a Inspiração da Mensagem.

Quer esteja no exercício de atividades comerciais, quer nas artes, numa profissão liberal ou nos deveres do lar, a pessoa inspirada sente-se, de imediato, livre de toda responsabilidade pessoal, na medida em que o Infinito Invisível se converte na Alma e atividade de seu ser.

Compreendamos, agora, que quando Jesus fala do Pai que está nEle, refere-se ao Poder e à Presença divina que lhe animaram o ser e que constituía o poder curativo, o poder que multiplicou pães e peixes, o poder que apaziguou a tempestade, o poder que ressuscitou Lázaro dentre os mortos. Da mesma forma, compreendemos o que disse Paulo, quando fala que tudo podia através de Cristo, aludindo ao Poder divino que chamamos o Infinito Invisível. Foi esse Poder que possibilitou ao “Apóstolo dos gentios” cumprir sua missão de levar a mensagem cristã ao mundo de sua época. Ele recebia, dessa Presença interna, a força, a inspiração, a coragem e todo sustento.

“O Pai que mora em mim é Quem faz as obras” (de Jesus) e o “Cristo que me fortalece” (de Paulo) são um e o mesmo Espírito interno, a mesma Consciência da Verdade, que supria o povo prometido com o maná, e o guiava “como nuvem durante o dia e coluna de fogo durante a noite”, através da realização de Moisés; que aparecia como tortas assadas sobre a rocha, como corvo trazendo alimento ou como uma viúva oferecendo alimento, através da realização de Elias; na forma de cura maravilhosa, à porta do Templo, chamada Formosa, pela realização de Pedro e João. “O mesmo Espírito que ressuscitou Jesus dentre os mortos, dará também a vida a vossos corpos mortais”.

Isto tudo é muito claro: existe um Espírito em nós, uma Chispa divina que denominamos o Cristo, que nos eleva à Quarta Dimensão da vida – a um estado de Consciência em que não mais vivemos pelos esforços pessoais, pela sabedoria, pelo poder ou pela saúde pessoais – no qual somos investidos de um Poder que nos vem de dentro do Reino de nosso próprio ser.

Novamente repito: há um nível que atingimos neste mundo, em que já não vivemos a própria vida, senão que o Infinito Invisível a vive por nós, precedendo-nos no Caminho e solucionando tudo. Ele nos acompanha como a Fonte e a atividade de nossa vida diária, revelando-Se como água, maná, alimento, proteção, segurança e saúde. E ainda que o templo de nosso corpo ou o nosso lar fossem destruídos e nossos negócios desfeitos, esse Infinito Invisível os reconstruiria rapidamente, “restituindo os anos que foram consumidos pelo gafanhoto”.

Mesmo que defrontemos dificuldades, temores e discórdias – servirão para mostrar ao mundo que dentro de nós há um poder que supera as vicissitudes e tentações: “Maior é Aquele que está em mim, do que o que está no mundo”.

Pois bem, neste exaltado estado de Consciência Crística, avançamos sem barreira material, sem impedimentos físicos, emocionais, mentais ou financeiros. Em tal estado de Consciência divina, que é o Céu, as realidades do mundo de Deus se nos tornam tão reais quanto o plano sensorial, porque as limitações dos sentidos se desvaneceram.

Aos poucos, vamos entendendo que esta Presença e Poder são atemporais, pois, independentemente de quando se revelem à nossa Consciência, em verdade sempre existiram dentro de nós, sem que o soubéssemos. Em outras palavras, embora este Infinito Invisível esteja conosco agora, só chegará a ser marcantemente real e poderoso em nossa experiência – como o foi para os profetas hebreus e aos cristãos iluminados de outras épocas – através do desenvolvimento da Verdade em nossa Consciência; através da conscientização da Verdade em nossa Consciência; através da atividade da Verdade em nossa Consciência.

Agora dediquemos um momento à natureza ou função deste Poder que chamamos o Cristo. O Cristo é a atividade, a substância e a lei invisível de tudo quanto aparece como efeito. É por isso que não devemos deixar-nos hipnotizar pelas aparências. Com isso quero dizer que, se humanamente temos saúde ou riqueza, isso não significa havermos alcançado a imortalidade, a segurança. Mesmo que tenhamos um refúgio antiatômico na montanha, não pensemos haver encontrado segurança. Não ponhamos nossa fé ou dependência em nada, em nenhum efeito, em nenhuma pessoa. Doutra parte, não tenhamos temor ao pecado, à enfermidade ou à carência. Eles não têm poder nenhum. “Ainda que eu tenha de atravessar o vale das sombras da morte, não receio mal algum, porque Tu estás comigo”.

Ao encarar as condições humanas do bem e do mal aparentes, lembremo-nos sempre de tomar consciência de que todo efeito espiritual, harmonioso, é produzido pela atividade do Cristo. A atividade do Cristo manterá e sustentará todos os acontecimentos e experiências felizes e harmoniosas. Ainda que estes sejam momentaneamente perturbados ou destruídos, não nos deixemos alarmar. Não nos preocupemos com os órgãos ou funções de nosso corpo, nem pela situação econômica ou política, posto que a atividade do Cristo é a lei de Ressurreição de tudo isso.

O propósito de nosso Ministério Espiritual é o de nos elevar à Quarta Dimensão, onde não mais vivemos de efeitos, nem só de pão, ou vitaminas ou sais minerais; onde vivemos mercê da atividade do Cristo, do Infinito Invisível. Nesta Quarta Dimensão da vida, que é Consciência Espiritual, todo efeito que surgir em nossa experiência, será na medida de nossa necessidade, para suprir-nos abundantemente.

Recordemos, sem lugar a dúvidas, que o Cristo é o fundamento, a lei ou o desabrochar de nossa experiência.

A Quarta Dimensão é esse estado de consciência em que toda a nossa confiança, fé, dependência e compreensão estão firmadas no Infinito Invisível, no Qual aprendemos a usufruir as conquistas do Espírito e as harmonias de viver diariamente na Graça.

Ainda que não O contemplemos com nossos olhos, sem dúvida alguma, na câmara secreta, interna, de nosso ser, descobriremos espiritualmente, em nossa meditação, a atividade do Cristo em nossa vida!


quinta-feira, fevereiro 12, 2015

"Buscar-Me-eis, e Me encontrareis..."

- Núcleo - 


Divinos personagens!

Permitam-me compartilhar percepções advindas destas palavras divinas:

"E então Me invocareis, e ireis, e passareis a orar a Mim, e Eu vos ouvirei. Buscar-Me-eis, e Me encontrareis quando Me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei mudar a vossa sorte." (Jr. 29: 12-14)

Quando o homem (a mente humana) ora a Deus (a Consciência do Ser) ativa-se a “percepção” de que apenas Deus, a Consciência do Ser, é real. A oração correta é aquela que conduz o homem à percepção de que Deus é a única verdade; Ele é a “realidade do Ser”. Enquanto nos identificamos como “seres humanos” estamos inconscientes de nossa “filiação divina”. Para sabermos quem realmente somos devemos orar a Deus, sem cessar. Deus é onipresente e pode nos ouvir em qualquer situação. Não é preciso estarmos inativos para estarmos orando, em plena comunhão com Deus. As atividades físicas e mentais não excluem a possibilidade de estarmos “despertos para a realidade divina”, conscientes de que Deus é presença constante em nossas vidas; de que existimos, vivemos e nos movemos em Deus, pois Ele é a verdade, nós somos o que imaginamos estar sendo.

O “mergulho em Deus”, a imersão na realidade divina de nossa existência é realizada pela oração, uma atitude de entrega absoluta de nossas vidas a Deus, com a certeza, a confiança inabalável de que Deus sabe o que faz!

Assim, para “encontrarmos” Deus, para percebermos a presença de Deus em nossas vidas, devemos “buscar a Deus de todo o nosso coração”; Ao invés de nos preocuparmos com nossas vidas, com o que haveremos de vestir ou de comer, devemos passar a orar sem cessar, a invocar Deus, até sermos “achados do Senhor”! Sim, há um momento sublime em que Deus se revela a nós na oração, e em que todos os pensamentos cessam. É um momento de pura percepção, no qual desvela-se a realidade de que Deus é o único Ser Real, a única Consciência, na qual há plena perfeição.

No evangelho de João há uma revelação: “No início era o Verbo; o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Ainda é assim! O Verbo continua sendo Deus. O Verbo é a “consciência divina”! Jesus estava consciente de sua “identidade divina”. Assim, além de se identificar como sendo o “filho do homem” ele também se identificava como sendo “filho de Deus”. Humanamente todos somos filhos do homem, e todos os filhos do homem que estão conscientes de sua identidade espiritual são “filhos de Deus”.

Para nos tornarmos conscientes de que somos “filhos de Deus” devemos “nascer novamente”. Não se trata de um novo nascimento físico, mas, de um nascimento espiritual, pois, “todo aquele que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é Espírito”. Nesse “novo nascimento” nossa vida já não é a vida do personagem, da pessoa que estamos sendo, mas sim, a Vida de Deus que está Se expressando através de nós e como nós. A partir desse “novo nascimento”, espiritual, nos tornamos conscientes de que não somos nós que vivemos, mas sim, Cristo é quem vive em nós! Cristo é o Verbo, a “consciência divina” em nós. Ninguém chega a Deus senão através desse “nascimento”, que revela essa “consciência divina”. Nascendo em espírito nos tornamos conscientes dessa “filiação divina”, de que somos a “imagem e semelhança” de Deus, e temos a Vida eterna.

Desperte a percepção da “consciência divina”, a percepção consciencial. Observe essas instruções e perceba como se trata de uma real revelação:

“E então Me invocareis, e ireis, e passareis a orar a Mim, ..."
Então, Invoque a Deus, vá em frente e passe a orar!

“e Eu vos ouvirei.”
Sim, Deus é real! Esta “consciência divina” em você é real, e te ouvirá!

“Buscar-Me-eis, e Me encontrareis quando Me buscardes de todo o vosso coração.”
Veja! É uma promessa divina, de que Ele será encontrado quando orares !

“Serei achado de vós, diz o SENHOR”
A vitória é certa! O próprio Senhor o confirma! Nada mais é necessário!

“e farei mudar a vossa sorte."
A quem chegou até aqui, e percebe “a revelação”, a sorte já está mudada!

Estarmos unido a Deus é nos mantermos despertos consciencialmente. Sejamos "fiéis" a essa nova e eterna aliança "não feita por mãos humanas".

Que o homem (a percepção mental humana) não separe o que Deus (a Consciência do Ser) uniu. Esta separação ocorre no exato momento em que ativamos a percepção mental e "julgamos". Julgar significa valorar mentalmente algo como bom ou mau, certo ou errado. Apenas desfrutemos o universo de Deus onde realmente habitamos.

Estarmos "casados" ou "em união com o divino" é estarmos conscientes de que vivemos num universo espiritual, puramente consciencial, no qual a atividade de Deus pode ser percebida em cada movimento, em cada acontecimento, em cada momento e em todas as formas. Nossa real identidade é a de Filhos do Altíssimo. Mantenhamo-nos nesta percepção, nesse estado consciente de eterna união com o divino! Esse é o casamento espiritual da aparência (o personagem que estamos sendo) com a essência ( o Ser que realmente somos).

Mantenhamo-nos todos na Presença, sempre fiéis à nossa "aliança com Deus"!

Saudações e que a paz seja com todos!



domingo, fevereiro 08, 2015

Revelações do Mestre

- Núcleo -


"Chegará o dia em que aparentemente desaparecerei da face da Terra, e então pensarão que Masaharu Taniguchi morreu. No entanto, jamais morrerei. Irei encontrá-los novamente. Poderemos encontrar-nos novamente, e nessa hora os senhores também estarão com outro aspecto, mais esplêndido e cheio de vitalidade, e não será só uma vez; vamos nos encontrar várias vezes, pois, nós,  que somos filhos de Deus, estamos todos ligados por um elo divino e jamais acontece de nos separarmos de alguém que encontramos uma vez. Masaharu Taniguchi está presente em todos os senhores. Masaharu Taniguchi irá se manifestar em grande número de pessoas e extinguirá todas as teorias materialistas errôneas existentes no mundo inteiro, e assim a humanidade será salva da destruição."
(Masaharu Taniguchi)


Divinos Personagens,

Estou transcrevendo esta mensagem de Masaharu Taniguchi, a fim de que reflitam, desfrutem e compartilhem. Masaharu Taniguchi, líder e fundador da Seicho-No-Ie, escreveu esta mensagem pouco antes de seu “aparente desaparecimento da face da terra”. Uma forma de compartilhar esta mensagem é torná-la conhecida de todos a fim de que possamos desfrutar o presente.

Compartilho aqui as Palavras da Fonte, que vivificam e confirmam as Palavras da Mensagem de Masaharu Taniguchi.

É chegado o momento de se perceberem a si mesmos “com outro aspecto, mais explêndido e cheio de vitalidade”!

Esse “outro aspecto” emerge de uma visão unitária, uma percepção na qual o Mestre não está fora e Sua mensagem não está distante no tempo e no espaço, mas sim, está presente em cada um, agora. Em verdade o Mestre já está presente em todos, pois, Sua mensagem foi amplamente difundida e conscientizada.

Agora, para que o Mestre emerja em cada um esta conscientização da mensagem deve consubstanciar-se na percepção de que o Mestre Vive em nós. Esta percepção é a de que vivemos porque o Mestre Vive em nós. Assim, Sua mensagem estará sendo realmente percebida e vivenciada e perceberemos o Mestre em nós; e Ele Se manifestará em muitos outros.

Com esta percepção, não mental, não dual, não fragmentada em “eu e o outro” ou em “passado, presente e futuro”, mas sim, consciencial, unitária, percebemos “o novo céu e a nova terra”, onde Deus Vive entre os homens, que é a realidade do Jissô, na qual o Mestre Vive. Então, o encontro com o Mestre se realiza e novos encontros se realizam, pois, percebemos que no momento da criação divina nos encontramos e que “estamos todos ligados por um elo divino e jamais acontece de nos separarmos de alguém que encontramos uma vez.”

Personificações da divindade, percebam sua real natureza e identidade de Filhos de Deus e permitam que o Mestre Se manifeste em “um grande número de pessoas” e que “a humanidade seja salva da destruição.” Esta destruição advém da “pendência para a carne”, que é matéria. Mas nos foi revelado e já nos conscientizamos de que matéria não existe.

Sabemos pelas Escrituras que “a pendência para a carne dá para a morte; e que a pendência para o Espírito dá para a Vida e Paz.”. Sabemos também que “o que é nascido da carne é carne e que o que é nascido do Espírito é Espírito.” Portanto, importa agora que todos tenhamos este “nascimento espiritual” esta percepção plena da realidade espiritual, para que possamos desfrutar da presença de Deus e das coisas de Seu Reino.

Deus está presente em Seu Reino e o Reino de Deus está em nós. Deus é o Mestre, a Realidade Suprema, e como Filhos de Deus, criados a Sua Imagem e Semelhança somos Filhos e herdeiros. Nossa principal “herança” é a percepção de nossa natureza de Filhos de Deus, que nos faz agir conforme nossa fé, conforme esta percepção, pois, não há verdadeira percepção sem ação. Aquele que percebe ser Filho de Deus tem os Pensamentos de Deus e age orientado pelo Espírito de Deus, como Filho de Deus. São estes os que cumprem o que foi revelado pelo Mestre de que “grande número de pessoas” iriam manifestá-Lo.

Percebam a Verdade manifesta nestas Revelações do Mestre;
Desfrutem Sua mensagem realizando o Mestre em si mesmos;
Compartilhem esta visão do Mestre, a percepção consciencial.

É chegado o Tempo!

Percebam, desfrutem e compartilhem.

Muito Obrigado.



sexta-feira, fevereiro 06, 2015

Correta leitura da Palavra de Deus

- Núcleo - 


Quando pela primeira vez foi publicado este post, foi feito o seguinte comentário:

“Este texto comentado é um 'divisor de águas' neste blog! Nunca antes o próprio autor deste blog revelou tão abertamente sua percepção de Quem Somos; Nunca antes ficou tão explícito o que há no caminho espiritual para ser percebido e desfrutado por todos!"

Este post continua sendo um divisor de águas, e poderá sê-lo também pra você, leitor, tanto quanto foi para o divino personagem Gustavo, quanto foi um divisor de águas para Jesus quando num dia de sábado entrou na sinagoga, e levantou-se para ler... E disse: "Hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos.” (Lucas 4:16-21)

Por que é divisor de águas?

A resposta está no próprio texto bíblico, neste detalhe: "e levantou-se para ler..." 
O detalhe não está no fato de Jesus ter lido a escritura mas sim em como a leu!
Jesus leu esta passagem com a Consciência de que é a palavra de Deus!

E como está escrito [em Hebreus 4;12], a Palavra de Deus "é viva e eficaz, mais cortante que qualquer espada de dois gumes; capaz de penetrar até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é sensível para perceber os pensamentos e intenções do coração."

Por tê-la lido com a percepção de que é de fato a palavra de Deus, Jesus começou a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos.” (Lucas 4:16-21)

É necessário que a Palavra de Deus seja lida com a consciência de que não provém da mente, a mente dos personagens, mas da própria Consciência. Com essa percepção as graças sempre serão dadas a Deus!

Em 1 Tessalonicenses 2:13 foi compartilhada esta percepção: “Outro motivo ainda temos nós para, incessantemente, dar graças a Deus: é que, tendo vós recebido a Palavra que de nós ouvistes, que provém de Deus, acolhestes não como simples ensino de homens, mas sim como, em verdade é, a Palavra de Deus, a qual, com toda certeza, está operando eficazmente em vós, os que credes.”

Sobre a expressão "os que credes”, atentem que há uma grande diferença entre acreditar e crer, porque crer é ter fé, é perceber! O acreditar é algo mental e depende dos condicionamentos a que se expôs a pessoa (o personagem), enquanto o perceber é algo consciencial, livre de condicionamentos. Acreditar ou não acreditar não altera a realidade. No momento em que percebemos a realidade passamos a saber, a conhecer. E então tanto o "acreditar" ou "não acreditar" perdem o sentido. 

No momento em que alguém percebe que aquelas palavras de Isaías são em verdade a palavra de Deus expressa através de Isaías, há uma percepção de algo de validade atemporal e impessoal. Quando Jesus as lê, percebe que se trata da Palavra de Deus e por isso começa a dizer-lhes: “hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos.” 

O cumprimento da escritura em nós se dá apenas através da percepção da Verdade nela expressa, e não pelo mero acreditar em que ela é verdadeira. Jesus não disse: acredite na verdade e ela os libertará, mas sim conheça a verdade e ela os libertará!

Normalmente as pessoas acreditam no que vêem (com a mente) sem se darem conta de que o que vêem pode estar sendo apenas um simples efeito daquilo em que acreditam...

Sobre este ponto, o que se segue é um elucidativo exemplo de uma forma equivocada de ler em contraposição à leitura perfeita de Jesus sobre o que leu. Trata-se de uma leitora de A Verdade da Vida, que expôs objetivamente tudo o que via diante dos seus olhos (da mente), e escreveu:

“Eu li A Verdade da Vida, mas meu marido não se curou da doença. Tornei-me adepta, mas ele não se curou... Diversos tipos de infelicidade estão surgindo um após outro. Até agora, eu não vi realizar-se nada do que desejei, mas pelo menos este desejo gostaria que fosse atendido: quero que transfiram meu marido do cargo que está ocupando agora...”

Sobre esta “leitura” de A Verdade da Vida, Masaharu Taniguchi deu uma resposta a princípio lúdica mas muito profunda, dizendo: “Esta é a carta que recebi hoje de uma senhora. Que parte de A Verdade da Vida ela terá lido?”

Eis o ponto! 

A Verdade da Vida é uma revelação divina! Veio através de Masaharu Taniguchi, que foi a forma como Deus Sumiyoshi escolheu para aparecer no cenário do mundo fenomênico.

Será que os que lêem A Verdade da Vida o fazem da forma correta, assim como Jesus leu as palavras de Isaías, ou estão fazendo como essa leitora de A Verdade da Vida?

É essencial atentar ao fato de que mesmo diante de um texto que expresse a Verdade, como o texto bíblico de Isaías ou o texto de A Verdade da Vida, é necessária uma leitura correta, sem o que não haverá libertação dos pensamentos condicionantes de quem os lê, pensamentos esses que delimitam a representação divina vivenciada pelo personagem. 

Para enfatizar a leitura correta, Masaharu Taniguchi respondeu a carta da leitora e elucidou que:

“A Imagem Verdadeira da Vida já tem todos os desejos realizados” – este é o nosso ensinamento. Ainda que na face da Terra o tempo esteja nublado ou chuvoso, o Sol não está coberto de nuvens. Este é o Aspecto Verdadeiro. Da mesma maneira, ainda que este mundo se mostre adverso para nós, no Aspecto Verdadeiro temos todos os desejos já realizados. Se contemplarmos este Aspecto Verdadeiro, brotará a alegria em nossa alma. Brotando a alegria na alma, essa alegria manifestar-se-á no mundo das formas e nosso destino tornar-se-á feliz. 

Como essa senhora tem apenas queixas na “mente”, surgem-lhe somente motivos para queixas, de acordo com a lei “Os três mundos são a manifestação da mente”. Justamente porque a pessoa se queixa é que sucedem “coisas que lhe causam queixa”. A felicidade não virá se a pessoa ficar descontente com Deus, quando é ela própria quem está criando motivos de queixa para si. Realmente, tudo é feito conforme se crê. 

Quando eu digo “Se você não tiver queixas na sua mente, não surgirão coisas que lhe causam queixa”, os queixosos me respondem: “Se desaparecerem as coisas que me causam queixa, poderei deixar de me queixar; mas, aparecendo tantas coisas desagradáveis, não é possível deixar de me queixar”. E assim, queixam-se todos os dias, e esse “pensamento de queixa” é concretizado no dia seguinte em forma de “incidentes desagradáveis”; em consequência, queixam-se mais ainda. Assim, para tais pessoas, a queixa e a infelicidade giram num círculo vicioso interminável.

Isso acontece porque não conhecem a lei da mente. Como pensam ser real a infelicidade que está acontecendo agora diante de seus olhos, não conseguem alegrar-se por mais que o tentem, e suas queixas continuam interminavelmente. As queixas são como o carvão que move a locomotiva da “infelicidade”. Não adianta dizerem “Ó locomotiva da infelicidade, não se mova”, se essas pessoas continuam ativando o fogo na fornalha da locomotiva.

“Então, como poderemos deixar de nos queixar?” – perguntarão. Basta pensar: “O que está acontecendo agora diante de meus olhos é a materialização dos meus pensamentos do passado, os quais estão se apagando desta forma. Graças a Deus!” Em seguida, agradecendo, mentalizar: “Seja o que for que esteja acontecendo diante de mim, isso é apenas a projeção dos pensamentos e não existe de verdade. Na verdade, agora, eu, meu marido e meus filhos somos todos saudáveis e felizes... Graças a Deus!”.

A mente é a origem de todas as coisas. [A Verdade da Vida, vol. 37, páginas 131 a 133]

Por fim, a Palavra de Deus é percebida consciencialmente e percebemos que não provém de nossas mentes e nem das mentes de outros personagens. Ela vem realmente de Deus, por isso damos graças a Deus. Dar graças a Deus está presente tanto na mensagem de Masaharu Taniguchi quanto é enfatizada em Tessalonicenses e repetida aqui: “Outro motivo ainda temos nós para, incessantemente, dar graças a Deus: é que, tendo vós recebido a Palavra que de nós ouvistes, que provém de Deus, acolhestes não como simples ensino de homens, mas sim como, em verdade é, a Palavra de Deus, a qual, com toda certeza, está operando eficazmente em vós, os que credes.”

"Os que crêem" não são aqueles que acreditam (mentalmente) na onipresença divina, mas os que a percebem! São estes os que tem fé!

"Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem." [Hebreus 11:1].

Notem que não é aquilo que vêem o que move os que tem fé, mas o que percebem (consciencialmente) e que na maior parte das vezes ainda não está visível aos olhos da mente dos personagens. Por isso os que verdadeiramente tem fé são aqueles guiados pelo Espírito de Deus e não pelo pensamento de suas mentes, por isso são chamados Filhos de Deus, como está em Romanos 8;14: “Porquanto, todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." 

E os que percebem, agem. Por isso no Núcleo é dito que não há percepção sem ação! Ao perceber Jesus agiu e disse: 'Hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos”.

Agora é com você! Que “leitura” fará desta percepção divina compartilhada por Jesus?

A sua postura diante do texto de Isaías, que já foi identificado como a Palavra de Deus e lido corretamente por Jesus, poderá ser para você um divisor de águas em sua vida!

Namastê.



terça-feira, fevereiro 03, 2015

"O Espírito do Senhor está sobre mim"

- Gustavo -

“E chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler. E foi dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: 'O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.' E cerrando o livro e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: 'Hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos.'” (Lucas 4:16-21)


A passagem bíblica acima destacada relata o início do ministério espiritual de Jesus, e ela comporta um fundamento ou princípio espiritual de grande importância. Em geral, as pessoas pensam que essa passagem bíblica foi escrita meramente para informar ou narrar um fato a mais do dia-a-dia de Jesus, e por isso aproveitam muito pouco do que está ali contido. O significado espiritual dessa passagem está presente (oculto) em cada ação e atitude tomadas por Jesus, que não por acaso foram ali registradas. Jesus sabia exatamente o que estava fazendo. Por isso, se pudermos compreender cada uma de suas atitudes, teremos condição de nos colocar na posição de fazer o mesmo que ele, ou seja: acessar a mesma Presença ou Consciência com a Qual ele se identificava.

Jesus identificou em si mesmo a unção do Espírito do Senhor. Estando à frente de toda a sinagoga, Jesus abriu o livro de Isaías (um profeta do antigo testamento, que viveu centenas de anos antes de Jesus). E em seu livro, o profeta Isaías dizia: "O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres, curar os quebrantados de coração, apregoar a liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor". Isaías era um profeta muito reconhecido devido à devoção e intimidade que tinha com Deus e às obras que realizava em Seu nome. Ao proferir que "O Espírito do Senhor está sobre mim, e me ungiu...", Isaías não estava profetizando, ele não se referia a um Messias que surgiria no futuro, tampouco falava sobre outra pessoa senão de si próprio. Mas, Jesus tomou as palavras de Isaías como válidas para si mesmoJesus compreendeu/reconheceu que a Verdade a respeito de Isaías era também a Verdade a respeito de si mesmo, o que permitiu a ele dizer diante de todos: "O Espírito do Senhor é sobre mim, pelo que me ungiu... hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos."

É muito importante notar que em sua vida Jesus jamais se encontrou com Isaías, não o conheceu, e nunca teve algum contato com ele. Muito pelo contrário: Isaías e Jesus estavam distantes na existência não só por força separativa do espaço físico mas também do tempo; Isaías viveu na terra centenas de anos antes de Jesus. Apesar da atuação da poderosa força separativa de Maya (tempo e  espaço), Jesus identificou a verdade proferida por Isaías (centenas de anos atrás) como válida para si mesmo (hoje).

Ao reconhecer que a Verdade válida para Isaías era a verdadeira para si próprio, Jesus acessou a percepção adimensional e atemporal (sem tempo ou espaço) da Unidade, onde ele e Isaías estavam integrados, não-separados. Em tal dimensão, o Universo não faz distinção de lugares ou seres; Ele é ao mesmo tempo todos os lugares e todos os seres, impessoalmente. Todos os "seres" e "lugares" são o Universo.

Fazendo uma comparação com o plano cartesiano da matemática, na dimensão da Unidade o Universo pode ser representado como a "reta" ou "linha" traçada no papel. A reta nada mais é do que uma sucessão "pontos" conectados entre si; em uma reta, todos os "pontos" devem estar "colados" uns no outros, do contrário haverá uma "interrupção" na formação da reta, o que fará com que a reta deixe de ser uma "reta" e passe a ser uma "semi-reta". E uma semi-reta não é uma reta (por vários motivos: a reta é infinita, a semi-reta é finita; a reta é uma só e inteira, a semi-reta é dividida e incompleta, além de outras diferenças que não convém falar neste post, ou desviaremos do tema). Assim, o ponto "Isaías" não é o mesmo ponto denominado "Jesus". Mas ambos são a reta - formam a reta (compõem a reta, integram a reta). A reta no ponto chamado "Jesus" é a mesma reta no ponto chamado "Isaías". Eis os princípios da Unidade e da Individualidade dos quais se reveste o Todo Universal.

Por exemplo: Uma reta (a reta inteira) é vermelha, vibra na tonalidade "Om", exala agradável essência de lavanda. O ponto "A" ouve o ponto "Z" dizer de si mesmo: "minha cor é vermelha, eu vibro na tonalidade OM, e exalo agradável odor de lavanda". Nesse caso, o ponto "A" poderá afirmar o mesmo sobre si, desde que reconheça que ele e o ponto Z estão na mesma reta. As características do ponto Z existem em razão da reta, e não em razão do próprio ponto Z. E não importa que o ponto Z esteja longe, aparentemente distante do ponto A: o que vale para o Z, lá longe onde ele está, vale também para o ponto "A", "B", "C"... pois a reta é sempre a mesma - a validade é conferida em decorrência reta e não do ponto. A verdade sobre a reta é uma verdade universal, e vale para todos os pontos.

Retomando: Jesus, abrindo o livro de Isaías, achou o lugar que estava escrito: "O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, curar os quebrantados de coração, apregoar a liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor" ". E imediatamente fez identificação total com as palavras reveladas por Isaías. Com esse exemplo, Jesus ofereceu a mim, a você, e à humanidade toda a possibilidade de "seguí-lo", ou seja: abrir também o livro de Isaías e reconhecer que "O Espírito de Deus é sobre mim, e me ungiu". A unção que estava com Isaías e Jesus está também com cada um de nós que hoje tomamos o conhecimento dessas palavras.

A condição de separação que existia entre Jesus e Isaías é a mesma que há entre Jesus e cada um de nós. Olhando a partir de onde Jesus se encontrava, Isaías estava longe, no passado; olhando a partir daqui onde estamos, Jesus aparenta estar distante há 2000 anos. E hoje nós podemos abrir o livro da Bíblia e ali encontrar palavras/afirmações tremendas da verdade ditas por Jesus: "Eu e o Pai somos um", "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida", "Quem me vê a mim, vê Aquele que me enviou". Através do exemplo e atitude que demonstrou diante de todos os que estavam na sinagoga, Jesus ofereceu-nos a oportunidade de "seguí-lo", mostrando que também podemos nos identificar com as palavras e as revelações divinas e sagradas, exatamente como ele fez.

Jesus se proclamou o filho unigênito de Deus, e disse: "Eu e o Pai somos um". Buda disse: "Eu sou o único iluminado em todo o universo". Krishna disse: "Eu sou Brahmam, o Único, o Imperecível. Sou o Brahmam imanente em tudo, o Espírito que habita em todas as coisas".

O que Jesus disse de si mesmo é válido para a humanidade inteira, hoje. O que Buda disse de si mesmo também é válido para a humanidade toda, hoje. O que Krishna afirmou sobre si mesmo também é a verdade sobre todos, hoje. É a Unidade do Todo que nos outorga autoridade para afirmar tais verdades sobre nós mesmos. E é através de nossa identificação com essas Verdades que passamos a percebê-las como reais e efetivas. A identificação torna-se percepção consciente. É necessário coragem para fazer essa ousada identificação, porque a mente coletiva da humanidade, dotada de complexo de inferioridade, está abarrotada de sentimento de auto-punição e de pensamentos de culpa, não-merecimento, pecado. Estas são as características da mente que projeta a separatividade: ela projeta a "exclusão", o "afastamento", o "eu não mereço", "não sou digno" - estes são os símbolos que representam a mente separativista. A Mente Una, por sua vez, é representada pelos símbolos: "eu estou incluso", "faço parte, "eu mereço", "sou digno".

Isto é uma revelação, uma percepção que cada um deve ter, não é um mero ensinamento teórico. A consciência de que “o Espírito do Senhor está sobre mim” nos faz “ungidos” do Senhor. Os personagens inconscientes (que escutavam Jesus falar na sinagoga) não aceitavam esta percepção nem para si, nem para outrem, por isso muitos se escandalizaram com a revelação de Jesus. As pessoas que lá estavam (identificadas com a mente separatista) aceitariam com naturalidade a afirmação de que “o espírito do mundo está sobre mim”, mas elas não aceitam que alguém perceba que: “o Espírito do Senhor está sobre mim”.

Afine-se com a Mente Una, exatamente como Jesus fez, ao reconhecer: "hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos". Hoje, também, todas as escrituras sagradas e todas as Verdades universais estão se cumprindo aqui, exatamente onde estamos, em quem somos.



*Nota: Se você gostou da abordagem do texto, e deseja saber mais sobre a percepção mental e a percepção consciencial, acesse a série: "Preleções Nucleares: A Unidade Essencial", clicando aqui.