"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

terça-feira, junho 30, 2020

Deus é tudo! (Núcleo)

- Núcleo - 


Meu divino Amigo, o post anterior revela que Deus é tudo!

Em um comentário seu, na postagem "Pense Deus", você escreveu: “Que, neste Agora - e através da Mente que Deus é -, todos possam perceber Quem são!”

O ponto é este: Somente através da "Mente que Deus é" é possível perceber que Deus é tudo!

Sobre este ponto permita-me compartilhar o que segue.

Essa “Mente que Deus É” é a única Mente, a verdadeira! Na linguagem do Núcleo, a Mente de Deus é chamada Consciência do Ser por ser ela a Consciência do Ser Único e Real. Este Ser é o Eu Verdadeiro, a nossa real identidade.

No texto, este Ser Real é a própria Vida que subjaz a tudo o que está no papel, que é a representação divina. O texto concluiu afirmando que: "Toda forma representa o Espírito, Deus; e, à medida que o nosso discernimento de Deus como Tudo se torna mais iluminado e mais transparente, veremos, aqui e agora, seres tão glorificados, perfeitos e imortais, livres de nascimento e morte, como são eternamente agora, mantidos na Toda-Presença, no Deus que é Tudo."

Para fins meramente didáticos, para que o nosso discernimento de Deus como Tudo se torne mais iluminado e mais transparente: em contraposição à “Consciência do Ser”, que é a “Mente de Deus”, há a “mente humana”, que na linguagem do Núcleo é chamada de “mente do personagem”.

Enquanto imersos na “Representação”, ou seja, na “realidade dos personagens”, na realidade aparente, não percebemos a Realidade, o Universo Verdadeiro; o Universo da Consciência, o Universo de Deus, porque a mente dos personagens - que não é de fato nossa “Mente” - tem uma percepção própria, que na linguagem do Núcleo é chamada de “percepção mental”, que percebe conforme sua própria natureza, que é irreal. Assim, não sendo a nossa Mente, a mente do personagem, não sendo real, não percebe o real. É algo como a percepção que temos em sonho que durante o sonho percebe a realidade do sonho e não percebe que a realidade do sonho não tem substância, ou seja, não percebe que o sonho não é de fato a realidade. Mas, mesmo durante o sonho, em todo o tempo a Mente Verdadeira está presente. No instante em que o sonhador se desperta reassume a identidade de Quem ele é.

E também entre os seres humanos há os que, mesmo durante o período de sonho, estão conscientes de que estão sonhando! Eles continuam “desfrutando o sonho” sabendo que é apenas um sonho. Os que são conscientes de que a “realidade dos personagens”, a “Representação”, não é a Realidade do Ser, a realidade de Quem Somos, na linguagem do Núcleo são chamados de “personagens despertos”. Eles são personagens que se identificam com “Quem realmente São”, se identificam com o Ser Real, com o Eu Verdadeiro, e não com “quem estão sendo”, com quem estão representando, não se identificam com a “identidade de seus personagens”.

Este é o motivo de Jesus, que é exemplo de um personagem desperto, ter dito: “Eu e o Pai somos Um.” E também: “Quem vê a mim vê Aquele que me enviou”. Pelo mesmo motivo Sakyamuni, que é outro exemplo de personagem desperto, disse: “Eu sou Buda”, cujo significa é “Eu sou Desperto”!

Na representação, a fim de que os personagens possam ter parâmetros nos quais se referenciar, há sempre “personagens despertos”. Por vezes esses personagens são bastante evidentes, mas na maior parte das vezes eles não são tão evidentes. Eles existem, sempre existiram e sempre existirão; estão dispersos no cenário mas nem sempre são notados. É assim para que a representação possa seguir o seu curso sem interferências em relação aos divinos personagens que não querem se despertar.

Por outro lado para os que querem se despertar e perceber o Real há sempre um personagem desperto que compartilha sua percepção da Realidade e revela o caminho para a percepção do real. Neste texto Frances T. Seal evidencia ser um destes personagens. Mas certamente não é o único instrumento pelo qual a divindade está Se evidenciando. Os que compartilham suas percepções também são. Basta notar o que ocorreu a Aquele que na representação aparece como o divino personagem Gustavo, idealizador deste blog, ao compartilhar a percepção de que: "Lembrei que, na Bíblia, Eu já disse que: 'Os Meus pensamentos não são os teus pensamentos; os Meus pensamentos são mais altos do que os teus pensamentos'."

Esta aparente “lembrança” é em si uma grande chave de compreensão que remete ao texto sobre dois outros personagens: “Unicidade nos ensinamentos de Cristo e Buda”. Um relevante comentário a este texto trata da relação entre “Percepção e Ação” e em certo ponto é exposto que: 

“Na Bíblia Deus diz que os seus pensamentos não são os Meus pensamentos e os seus caminhos não são os Meus caminhos…". Isto evidencia que há pensamentos que são mais elevados do que os pensamentos que são gerados na mente e que há uma percepção que é mais elevada que a percepção mental.

O referido comentário começa expondo da forma como segue: "No Núcleo dizemos que 'não há percepção sem ação." Mas, há dois tipos de percepção: A percepção mental e a percepção consciencial.

Devemos notar que a percepção mental, por ser a percepção da mente do personagem, tem a mesma natureza do próprio personagem, ou seja, existe apenas na representação. Assim, com a percepção mental, que é uma representação e, portanto, irreal, é impossível perceber o universo consciencial, que é real. O irreal não pode perceber o real.

A percepção real é da Consciência do Ser. A percepção a que se refere a frase acima é, portanto, a percepção consciencial! O sentido daquela frase é então: “Não há percepção consciencial sem ação.”

Mas, há também dois tipos de ação: A ação por interesse, que é motivada pelos frutos da própria ação; e a ação correta, que é desinteressada.

Percepção consciencial e ação correta estão sempre juntas. A manifestação de uma acompanha a manifestação da outra! Na “cosmologia do Núcleo” foi exposto que Deus concebeu em Sua própria Consciência um Universo repleto de “Seres”, e que todos são conscientes de que são o Ser Único, o próprio Deus. O Universo consciencial e os seres que nele existem são reais! Notem que o Universo Consciencial, o universo gerado por Deus em sua Consciência, é a manifestação da “percepção da Consciência do Ser” que Deus É em ação; é manifestação da percepção consciencial. A realidade do Universo consciencial e dos seres conscienciais e a unicidade com Deus só é percebida consciencialmente. Só aquele que se percebe como um Ser Consciencial sabe que é “Um com Deus”, o único Ser real. Da mesma forma como Deus partiu da percepção consciencial e agiu, também é possível partir da ação correta e perceber!

Com base neste princípio da reciprocidade, entre percepção consciencial e ação correta, é que os Mestres embasam Seus ensinamentos. Observem que os Mestres dirigem Seus ensinamentos para o “reto agir”, para a forma correta de se viver. É a prática desta ação correta o que desperta em nós a percepção consciencial. É agindo como “Quem somos” o que nos torna conscientes de que somos “o Ser Real, o Ser consciencial, o Ser que não é material, que não é da “representação”. Cristo declarou: “Aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que Lhe agrada.” E disse ainda: “Quem é de Deus ouve as palavras de Deus.”. 

A ação correta está relacionada aos pensamentos elevados e aos sentimentos nobres que, quando vivenciados, geram uma expansão dos limites da percepção do personagem e despertam a percepção da Presença do Ser.

Em outro trecho do comentário exposto, escreve Masaharu Taniguchi:

“Não é através do fenômeno que se conhece a Essência. Esta somente pode ser conhecida pela Essência da própria pessoa. No budismo se diz que “somente Buda pode conhecer Buda”. Em termos cristãos, diríamos que “ninguém conhece o Pai, senão o Filho” (Mt. 11;27) ou “ninguém vai ao Pai senão pelo Cristo interior”. Por mais que analisemos o fenômeno, não conheceremos a Essência. Por mais que dissequemos o homem carnal, não encontraremos o homem-Essência. Somente alcançamos a iluminação quando a nossa Essência e a Essência do Universo se tocam diretamente, isto é, por meio da percepção direta, por meio do sentido da Essência.”

Perfeita explanação! Esta “percepção direta” ou “sentido da Essência” é a própria “percepção consciencial”, ou seja, é a percepção da essência do ser humano, de sua real natureza de ser consciencial, que é a percepção real; que percebe que toda forma representa divinamente o Espírito, Deus, e que de fato: Tudo é Deus!.

A íntegra do referido texto e comentário pode ser acessado no seguinte endereço: http://nucleu.com/2012/09/06/unicidade-nos-ensinamentos-de-cristo-e-buda/

Namastê!


quinta-feira, junho 25, 2020

DEUS É TUDO!


 - Frances T. Seal -


UMA EXPERIÊNCIA

Deus é tudo o que existe. Deus está sempre presente. Deus preenche todo o espaço. Nada há, senão Deus. Quantos de nós vêm repetidamente dizendo estas palavras em momentos de aparente necessidade para, em seguida, perceber as nuvens se dissiparem e a luz amanhecer novamente em nossa experiência! Entretanto, quantos não existem e que ainda precisam captar o sentido básico oculto em sentenças tão estupendas! São estas afirmações, aparentemente simples, que, compreendidas e praticadas, fazem com que as invenções chamadas pecado, tristeza e morte desapareçam, e que a Glória de Deus seja vista, compreendida e sentida "assim na terra como nos céus".

Recentemente, ocorreu-me uma bela experiência, reveladora de muitas coisas. Certa noite, notei que um de meus canarinhos estava indisposto. Pneumonia seria o nome a ser dado ao problema. Na manhã seguinte, ao me aproximar da gaiola cumprimentando os passarinhos, este pequenino lutava enormemente consigo mesmo e parecia estar à morte. Abri a gaiola e o tomei em minha mão. Ele caiu para o lado e fechou os olhos. Suavemente, coloquei-o no piso da gaiola e me afastei. Os seguintes pensamentos me vieram: quão frágeis e delicados são os canários; quão inúteis nos sentimos diante de um passarinho agonizando! De repente, bem rápido, veio-me a voz da Verdade, com sua força e poder: "É possível Deus ser tudo, e este canário estar existindo ao lado desse tudo?"

Bem, isso me parecia original e novo, como se nunca anteriormente houvesse considerado estas verdades. Mas, claro, Deus é tudo, e não poderia haver nada além de Deus. Deus é tudo – não há nada mais, e isto pôs fim à questão ali mesmo. Imediatamente o canário foi esquecido. A responsabilidade de curar, destruir a morte e demonstrar a vida, desapareceu. Nada mais havia, além da gloriosa consciência: DEUS É TUDO O QUE EXISTE. A voz continuou: "Se Deus é tudo o que há, então Deus está exatamente aqui, e Deus não pode morrer". Isto foi visto, sentido e compreendido, e eis que o canário voou para o alto de seu puleiro passando a gorgear em poucos minutos. Pouco depois, cantava a plena voz.


COMPREENDENDO O PRINCÍPIO

Como o botão fechado de uma rosa contém a rosa completa, assim esta percepção tem sido um botão de Luz Gloriosa, de onde provém uma grande iluminação. Foi percebido que Deus é tudo o que poderia estar presente, e a partir desta visão, o canário se apresentou vivo e passando bem. Por que a eliminação do canarinho do pensamento, pela renúncia em aceitá-lo como estando doente ou saudável, morto ou vivo, e apenas com este esquecimento pleno do pássaro, ele pôde ser restaurado à vida, à saúde e à harmonia?

Para ilustrar isto, visualize, no topo desta página (*nota: o texto original foi escrito em papel), uma foto de ovelhas pastando numa planície verdejante e, por perto, um pastor com o seu cachorro. E eu pergunto: que faz com que o pastor, as ovelhas e o cachorro sejam semelhantes? Para serem todos o mesmo, que coisa será esta, comum a todos eles ? Qual a substância deles? Eis a resposta: eles todos são papel. Sim, o papel é tudo o que eles são. As ovelhas que você vê, o pastor e o cachorro, todos são semelhantes, todos são a mesma substância. Não há nada ali, a não ser o papel! O cachorro não está ali como algo diferente do papel, mas o papel e o cachorro são um e o mesmo. Mas, apenas por diversão, pela alegria do quadro ou de sua forma, um é chamado de cachorro, o outro de pastor, o terceiro de ovelha, e assim por diante. Entretanto, por todo tempo, estaremos internamente conscientes de que o que existe é unicamente a presença do papel.


A UNIDADE

Chegamos agora a Deus e ao homem. Aliás, alguma vez lhe ocorreu que essa é uma afirmação ambígua? "Deus e homem?" Não seria melhor dizer de uma vez "o Tudo e algo mais?" Nós já lemos, ouvimos e falamos de Deus e idéia, de Deus e manifestação, de Deus e homem, mas temos de nos certificar que não podemos aceitar Deus como tudo e a existência de algo mais: se tivermos de ter o homem, a única forma coerente de fazermos isto é considerarmos Deus e homem sendo a mesma coisa, sendo o mesmo ser. Olhamos ao redor e vemos homens, mulheres, crianças, animais, pássaros e planetas. Qual é a substância de todos? Bem, a substância de uma coisa é aquilo de que a coisa consiste, aquilo que é essencial, vital. A substância de um tapete pode ser lã. A substância de uma cadeira pode ser madeira. A questão é: "Qual é a substância de todos os seres viventes?" Resposta: "É a Vida". Uma vez que Deus é a Vida, e Deus é tudo, a Substância de tudo é Deus, a Vida. A Substância do homem é sua Vida – é Deus.

Tudo que há de vital para o homem que seja real, imortal, imutável, é a sua Vida, sua Alma, seu Espírito. E isto, que é a sua Vida, sua Alma, seu Ser, é Deus, pois Deus é toda a Vida, Alma, Ser e Espírito em existência, agora e eternamente. Mantendo isso em vista, continuamos e deduzimos: se a Vida do homem é Deus, não poderíamos por um momento penetrar a forma chamada homem, mulher, criança, e perceber a Vida, a Alma, o Ser e dizer: "Isso é Deus – Deus é tudo o que existe?" Agora podemos facilmente olhar a foto com o homem, o cachorro e as ovelhas, e dizer: "Estas formas não estão separadas nem distanciadas do papel: aqui está o papel, e aqui estão as formas; o papel e as formas são um."

Então, após ver que o papel é a substância da forma, e que a forma não é nada separada ou afastada do papel – nada em si mesma –, podemos prosseguir: isto é um cão, isto é uma ovelha, este outro é um homem. Nós os chamamos por nomes diferentes; no entanto, em todo o tempo, sabemos que nada são por eles mesmos, mas que cada um é aquilo que o papel é. Isto não elucida a experiência com o canário? A revelação tinha sido esta: Tudo o que há para o canário é a sua própria vida; então, a Vida não é o canário, a Vida é Deus. E Deus não pode morrer. Para manter a visão na totalidade de Deus, eu teria de incluir incluir o pássaro, pois ele não existiria fora de Deus. Assim, à medida que espiritualmente fui percebendo que a Vida toda é Deus, e que Deus é a Vida toda em existência, o canarinho foi visto em sua condição correta de saúde e harmonia.

Aqui está outra lição maravilhosa. Se extrairmos o cachorro, o homem e a ovelha do papel, e percebermos a totalidade do papel, poderemos depois trazê-los-los de volta e compreendê-los. De forma que, quando eliminamos aquilo que é chamado de canário, homem, animal, e percebemos que a Vida que é Deus é tudo o que há para eles serem, podemos tê-los, compreendê-los e neles nos regozijarmos. E quando for percebido espiritualmente que Deus é tudo que há para qualquer vida e ser, não teremos mais mortos, e isto será demonstrado aqui mesmo, neste mundo.

Não profetizou Jesus: "Quem perder a vida – achá-la-á?" (Mateus 10-39). Aquele que perde o seu conceito de vida como homem, e percebe, com alegria indescritível, que sua Vida é Deus, encontra o verdadeiro Ser.

A Vida do seu Ser, a Alma do seu Ser, o Espírito do seu Ser, o Deus do seu Ser, é tudo o que há para você estar sendo. Assim, esqueça um pouco que você possa ser um homem, ou uma mulher, e pense em Deus como sendo tudo o que há – DEUS É TUDO.


A ILUMINAÇÃO NA PRÁTICA

Este é o significado da "renúncia". Você renuncia à noção de que haja Deus e algo mais. Você reconhece Deus como Tudo-em-Tudo. Olhe para a árvore em frente à sua janela. Elimine a forma dessa árvore e veja a Vida que está lá. Olhe para a criança, o homem, a mulher e veja a Alma deles, o Espírito deles, a Substância deles, o Deus deles. Que Universo maravilhoso do Espírito você tem!

Agora, não lhe será inato e natural saber que Deus não pode estar doente? Que Deus não pode estar enfermo, que Deus não pode ser pobre nem estar morto? Você sabe disso imediatamente, com todo o fervor do seu ser. Quando um homem olha para o outro, qual é a notícia que ele ouve? "Eu sou pobre, estou doente, sou ignorante". Mas, quando Deus olha para Deus, qual é a parte deles que é noticiada? "Este é o meu filho amado, em quem me comprazo". Qual das duas visões você prefere? Quais são as palavras que você adora dizer e ouvir?

Certa mulher veio a uma praticista para solicitar ajuda, afirmando que havia tentado, sem nunca ter conseguido, superar suas fortes dores de cabeça. Ela foi compelida a admitir que Deus não poderia ter uma dor de cabeça, e que Deus é tudo o que existe. Foi então que se tornou capaz de dar o alegre testemunho que chegou de Deus: "Tudo está bem". Outra mulher disse que seu lar e o seu marido eram um grande fracasso. Ele bebia muito, além de ser um pai e marido cruel. A ela foi dito que parasse de olhá-lo como seu marido, pois, Deus é que era realmente o marido dela. "Deixe que a forma chamada homem seja apagada de sua visão e veja, em seu lugar, aquilo que realmente está diante de você, a Alma dele, o ser dele, que é Deus, incapaz de pecar, e que é totalmente bondoso, terno, amável e compassivo. Saiba que Deus só pode expressar aquilo que Deus é". A resposta lhe veio no momento devido: "O nosso lar está maravilhoso! Meu marido é um novo homem. Ele é tão gentil e silencioso para comigo e as crianças, que nem sabemos como expressar tanta alegria e felicidade".

Jesus reservou seus ensinamentos mais profundos aos seus discípulos, àqueles que somente têm o amor de Deus em seus corações, dispostos a nascer de novo e dispostos a deixar de lado o sentido pessoal do ego. Dizer que Deus é tudo, sem conhecer esta luz e iluminação interior, é exaltar o ego, é colocar a glória e o poder onde não estão. Foi sussurrado a Jesus, que discernia profundamente as coisas, que se ele apenas reivindicasse esse poder para ele próprio, seria Rei de toda a terra, poderia marchar pelas ruas e soldados e escravos lutariam por ele e o adorariam. Mas não; ele lançou fora a noção tola do ego, e exaltou o Eu que é Deus.

Muitos não conseguem entender que todos os dizeres de Jesus se fundem num sentido único. Por exemplo, ele disse: "Todo o poder me é dado"; disse também: "Nada faço de mim mesmo"; disse ainda, "Aquele que vê a mim, vê o Pai", e "Eu sou o filho de Deus". Seria como se, na foto que você imaginou na folha de papel branco, uma das ovelhas pudesse dizer: "Quando você me vir, verá o papel, pois, eu e o papel somos um". Perceba que, separada do papel, a ovelha não tem existência alguma. Assim também é verdade que separado de Deus, não existe Ser algum. Não é este um fato glorioso? Uma rocha sobre a qual se apoiar para se antever?

"Aquele que exalta a si mesmo, será humilhado", pois sabe que, antes mesmo que possa sussurrar o significado de tais gloriosas palavras como, por exemplo, "Deus é Tudo", precisará receber Iluminação interior que lhe revele que ele, o conceito pessoal ou ego, nunca é Deus, pois somente Deus é Deus.

Olhamos ao nosso redor e vemos as formas chamadas homem, mulher e criança. Eliminando estas delineações, estas formas, que irá restar? A Vida! Isto já está ilustrado pelo fato de que, se você retirar a delineação da ovelha na foto, você terá como sobra o papel. Bem, poderia esta Vida – o Ser que é Deus, que é ilimitado – ter pneumonia, estar morto, ser cego, ou aleijado? Poderia esta Vida, que é livre, que é indefinível, que é incorruptível, imutável, imortal, ser condicionada, ignorante ou contaminada? Milhares de vezes, não! Coloque sua visão nesta Vida que você é, neste Deus que você é. Creia e tenha fé de que toda doença, tristeza, pobreza e morte são impossíveis e contrários à razão.

Poderia, por acaso, aquela ovelha da foto ter alguma coisa que não estivesse no papel? Tampouco poderia você possuir algo que não estivesse em Deus, e que não viesse de Deus. Seu Deus não pode ter febre, sarampo, ossos fraturados, doença, preocupação, medo; portanto, tais fatores não existem e você não os pode ter, tendo em vista que Deus é tudo e não há outro além dEle.


"Eu sou Deus, e além de mim não há outro".


Uma vez firmemente estabelecido nesta rocha, que poderia haver contra você? Suponha que a crença seja de surdez: poderia Deus ficar surdo? Aquele que instalou a audição poderia, Ele próprio, ficar sem ouvir? Você, de si mesmo, não possui audição. Deus é o único ouvinte.

Desde que não haja surdez de maneira alguma, por não haver nada além de Deus, saiba que "o Deus em mim" escuta perfeitamente, e que não há nada capaz de interferir com a perfeição de Deus. Deus é tudo o que existe, aqui e agora: o imutável, o perfeito, o absoluto e incondicionado, o Tudo-em-tudo.

Suponha que a crença seja de uma doença, dor, ou enfermidade. Saiba, com toda a sua força, coração e ser, que Deus não pode estar doente, enfermo ou em dor. Não há nada mais, além de Deus. Deus é harmonia, Deus é alegria, Deus é glória, Deus é Amor. Deus é saúde e inteireza, inevitáveis, irrevogáveis, aqui, agora, de todas as formas e para sempre. Nada há, senão Deus. A vida do corpo é Deus. A saúde do corpo é Deus. A ação do corpo é Deus. Isto não deixa Deus bem mais perto de você? É impossível que a vida esteja enferma, cega, surda, aleijada – impossível! A sua própria substância é a sua própria vida e ser, a própria saúde e força, não é verdade? O homem não está separado de Deus.

Não negamos a ideia da forma chamada homem; antes, nós a enaltecemos. Percebemos que a forma da individualização não é nada de si mesma, mas que sua realidade é o Espírito, é Deus, a Substância única em existência. O universo do Espírito está, portanto, povoado de seres espirituais, cujas identidades e individualidades são para sempre sustentadas e preservadas

Deus e homem são um, e este um é Deus. E poderíamos dizer, naquela foto que você visualizou, que a ovelha e o papel são um. Este "um" é papel. A Vida e suas formações são um, e esse "um" é Vida. Entretanto, esta unidade é tríplice, ou seja, uma trindade. A compreensão da trindade, Deus, constitui-se numa explanação do Pai, Filho e Espírito Santo, a qual é clara e extensivamente dada no livro-texto da Ciência Cristã. Toda forma representa o Espírito, Deus; e, à medida que o nosso discernimento de Deus como Tudo se torna mais iluminado e mais transparente, veremos, aqui e agora, seres tão glorificados, perfeitos e imortais, livres de nascimento e morte, como são eternamente agora, mantidos na Toda-Presença, no Deus que é Tudo.


sexta-feira, junho 19, 2020

Ensinamento "Homem Filho de Deus" (Núcleo)

 - Núcleo - 


Filhos de Deus,

É necessário termos a convicção de que o homem é Filho de Deus. Essa é a mais sublime revelação da Verdade e tem origem na Realidade Divina.

Dizer que somos Filhos de Deus significa que somos expressões vivas do Jissô! E nossa realidade é o Jissô.

Deus e seu universo é a única Realidade e o Mestre Masaharu Taniguchi traduziu a Realidade, que Percebeu, como Jissô.

O Mestre Percebeu o Jissô por estar no Jissô! 

Permitam-me esclarecer esse ponto, pois Quem apreende essa revelação Vive em Unidade com o Mestre!

Assim como agora mesmo o nosso corpo e a nossa alma vivem na dimensão física (carnal, terrena, fenomênica), da mesma forma agora mesmo nosso Espírito vive na dimensão divina (Céu). Nossa vida verdadeira já é eterna agora mesmo, pois, somos seres divinos vivendo no Céu, a eterna Realidade. Porém apenas nosso Espírito Percebe essa realidade! Nosso corpo e nossa alma vivem na dimensão fenomênica, que abrange a dimensão física e também a espiritual. O mundo dos seres humanos encarnados, mundo físico, e o mundo dos seres humanos desencarnados ou espíritos (mundo espiritual) são ambos o mundo do fenômeno. Quando o Mestre revela que somos "seres Diamantinos, eternos e indestrutíveis" não se refere ao nossos corpos físico ou espiritual. E enquanto estivermos nos identificando com nosso corpo, físico ou espiritual, como sendo Quem somos, não despertamos para nossa real identidade de Filhos de Deus.

É simples assim! 

O fato de nos identificarmos com algo nos leva a dimensão na qual aparenta existir esse algo! 

Atentem bem! 

O ensinamento de que o homem é Filho de Deus tem um propósito sublime e muito além do que podemos imaginar! Esse ensinamento nos posiciona onde nossa real identidade Vive agora! 

Esse ensinamento é uma Percepção; é a Percepção de Quem realmente somos!

Enquanto nos mantivermos na mente carnal, na visão da mente carnal, que é a visão de quem estamos parecendo ser, projetaremos essa dimensão como se fosse real. Isso acontece porque somos seres divinos projetando uma realidade aparente na qual criamos personagens que acreditam estar vivendo no mundo de nossa própria projeção! 

Sim, nesse mundo, que é uma projeção, nós estamos criando a realidade em que vivemos. E fazemos isso com nossos pensamentos! Pensamos que somos seres individuais, separados de Deus, e assim nos vivenciamos! Simbolicamente a projeção é o resultado de comermos o "fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal". Essa árvore está no Céu e seu fruto nos possibilita vivenciar o que não somos (seres separados de Deus), mas de uma forma divinamente realística, que nos faz vivenciar como se tudo neste mundo de projeção fosse real, de tal forma que nos identificamos com nossos personagens como sendo nós mesmos! Contudo, continuamos no Céu, onde estamos vivendo agora! O fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal produz esse "efeito alucinógeno"

Por isso, na Bíblia, há a advertência de que, se o homem, que é originariamente Filho de Deus, comer do fruto da árvore do conhecimento, certamente morrerá! O antídoto ao efeito do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, que é a visão dual, que produz a separatividade, é a Percepção da Verdade

O pensamento de que o homem não é Filho de Deus deve ser substituído pelo pensamento de que o homem é Filho de Deus! O pensamento de que "não somos filhos de Deus" é o efeito alucinógeno do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ele surge quando "assumimos nosso personagem" como sendo Quem somos. Essa é a visão do personagem! A Realidade é que somos Filhos de Deus e estamos agora mesmo no Céu, porém num "estado alterado de consciência", causado por havemos comido o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Porém, se tomarmos o antídoto (Percepção), o efeito alucinógeno cessará e voltaremos a Perceber a verdade sobre nossa real identidade de Filhos de Deus e que agora mesmo estamos Vivos e no Céu!

Notem que não há necessidade de que nada mude no mundo visto pelos cinco sentidos, que é o mundo da projeção, o mundo dos nossos personagens. Uma simples volta ao foco da Percepção de nossa real identidade e tudo assume um outro sentido. A própria representação, que é o mundo da projeção, se revela ser algo flexível, sensível aos pensamentos.

E aqui vai um ensinamento de Jesus muito útil. Jesus não pede a Deus que nos tire do mundo mas que nos livre do mal! Uau! Que pedido divino!

Reflitam a respeito! O que isto significa?

Significa que nosso propósito original ao entrarmos nesse mundo, da projeção, foi o de vivenciarmos Quem Somos, somos Filhos de Deus, em todos os mundos! Significa que num mundo dual podemos mesmo assim amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo (aparente) como a nós mesmos porque de fato somos Um Ser Único nos vivenciando de infinitas formas! Por isto Jesus não pede que nos tire do mundo mas que nos livre da visão de mal que há nesse mundo e que nos impede de vivenciarmos Quem Somos, mesmo estando nesse mundo! 

Esse pedido a Deus, está na  oração de Jesus como sacerdote, no capítulo 17 do evangelho de João, e contém outros níveis de profundidade, assim:

15. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.

16. Não são do mundo, como eu do mundo não sou.

17. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.

18. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.

19. E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.

20. E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela tua palavra hão de crer em mim;

21. Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.

Agora notem isso: 

Jesus ora dizendo: "como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti..."

Nessa oração Jesus revela que manteve a Percepção de que o Pai permanece nele, mesmo ele estando no mundo, como Jesus.

É essa a consciência que podemos ter! Essa consciência de que somos Filhos de Deus, mesmo estando nesse mundo!

Por isto foi dito no início:  "É necessário termos a convicção de que o homem é Filho de Deus." Todos os seguidores do ensinamento Daquele que apareceu como o Mestre Masaharu Taniguchi tem essa possibilidade. E na condição de verdadeiros seguidores, tem esse dever!

E como revelou o Mestre: "o homem é originariamente isento de pecado". Este é o homem verdadeiro, tal como criado à imagem de Deus. Contudo, na mente do homem fenomênico há uma carga de "incompletitudes", das quais ele deve se purificar. Essas "incompletitudes" são geradas por pensamentos contrários à Verdade. Estes pensamentos geram ações que vão formando uma visão distante e distorcida da Verdade até que em certo ponto o homem sente o desejo de retornar a sua origem, seu verdadeiro lar. Este desejo é o chamado de sua natureza verdadeira. Algo dentro do homem o conclama a voltar pra casa! Então o homem tenta domar o cavalo arisco chamado mente humana e aí erra, por desconhecer que a saída não é domar o cavalo, mas simplesmente desmontar-lhe! 

Não devemos negar os pensamentos da mente. Esse não é o caminho de vikta. Além do que isso só faz com que a mente se torne algo mais realístico. A volta se inicia com a conscientização de que em nós há, por assim dizer, "uma segunda mente", que é a "mente do espírito" ou "consciência". Essa é a própria mente verdadeira, a mente de Quem realmente somos! É através dela que percebemos o real subjacente a aparência do mundo visto pela mente dos cinco sentidos. Essa Mente não nega a outra mente assim como a luz não nega a escuridão. Da mesma forma que a presença da luz revela a inexistência da escuridão a Consciência, que é a Mente de Deus em nós, revela a irrealidade da outra mente. Por isso não devemos nos empenhar em dominar qualquer outra mente. O que devemos fazer é simplesmente nos conscientizarmos da Verdade. Assim fazendo percebemos que não há nada que se contrapõe à Verdade, nada que seja real o bastante que precise ser eliminado, pois nada é real além da Verdade, que é Deus! Por Isso há a revelação de Cristo que disse: "Conheça a Verdade e a Verdade vos libertará". E não há outra Verdade além do que Deus É

Por isso Deus revela: "Eu sou Deus e não há nenhum outro além de mim". Este que nos revela "Eu Sou" é real e é o único caminho de volta à auto-consciência ou à Percepção de Si mesmo. Este aparece como um mestre no mundo dos cinco sentidos, mas em realidade é o Mestre em nós, a Verdade, nos chamando! Quando percebemos que o Mestre a quem seguimos é verdadeiro, algo em nós o está revelando a nós! Isto que nos faz perceber a Realidade do Mestre é a voz de Deus em nós, é a Consciência revelando a Sua Percepção! Por isso quando Pedro respondeu à pergunta de Jesus sobre quem diziam ser o filho do homem, respondendo que ele era o filho do Deus Vivo, imediatamente Jesus disse: "Isso quem te revelou não foi carne e sangue, mas meu Pai, que está no Céu."

O Pai é a verdadeira identidade do Filho, e onde está (Céu) é sua Realidade. 

Jesus nos deu uma visão transcendente deste mundo, que são os pensamentos de Deus. Estes pensamentos estão em nós, na nossa consciência, que é Divina, é a Mente de Cristo. Os pensamentos que estão nessa Mente, que é a única mente real, nos reconduzem à Verdade de que somos Filhos de Deus. Devemos conhecer os ensinamentos do Mestre sabendo que são pensamentos de Deus. 

Gratidão pela oportunidade de poder compartilhar aqui essa Percepção.




terça-feira, junho 16, 2020

IMORTALIDADE TRAZIDA À LUZ - 8/8

- Dorothy Rieke -


No que diz respeito a Deus, a Vida eterna, o homem habita naquela compreensão divina que a tudo governa, e não possui qualquer outra consciência. A Mente divina e eterna ignora o acaso ou a mudança. Por vezes, os Cientistas Cristãos aceitam a seguinte ideia: “Bem, é certo que não existe morte e por isso, continuamos a viver eternamente; mas Deus retira-nos deste estado ou nível de consciência e leva-nos para outro.” Esta noção implicaria que Deus tivesse conhecimento daquilo a que se chama morte ou “transição”. Se a aceitarmos, não poderemos, evidentemente, demonstrar a Vida eterna como Enoque, Elias e Jesus o fizeram. A Vida eterna não conhece a morte, nem a “transição”, nem a mudança. Por isso, podemos nos libertar da crença e do medo ridículo de que todos morreremos um dia.

Todos nós deveríamos afirmar em alta voz que “Deus, a minha Vida eterna, nada conhece sobre a morte.” Sendo a Sua imagem e semelhança, o homem não pode ter conhecimento de nada que se relacione com a morte. Deus conhece apenas o maravilhoso desdobramento do Bem, sem qualquer sugestão de declínio. Reconheçamos a nossa unidade com essa Vida eterna que desconhece totalmente a morte, essa Verdade eterna que ignora o mínimo erro e essa Mente divina que não admite o menor mal.

Mas se não passamos pela “transição”, como se processa então a nossa evolução? Estejamos alertas, pois esta questão é uma armadilha disfarçada. Nem sequer se imagina o número de Cientistas Cristãos que admitem voluntariamente a ideia de que um dia experimentarão um crescimento ou elevação através da morte. Frequentemente, estes se sentem um pouco culpados por reivindicarem o bem para eles mesmos e julgam que essa ideia é cientifica, aceitando mediante uma atitude tímida, apagada e confusa, que um dia evoluirão. Tornam-se um pouco mais confiantes, mais seguros e talvez até um pouco mais exuberantes quando cantam o seguinte verso do Hino 64 do Hinário da Ciência Cristã: “A senda do sentido à Alma vejo,” julgando com essa frase justificar a sua atitude.

Regressando à citação inicial, — Miscellany, pág.2 42 — como pode aquilo que é imortal progredir? Para onde se elevaria o homem? Como pode aquilo que já se encontra no ponto da perfeição — e não em vias de se aproximar desse mesmo ponto — elevar-se ainda mais? Apenas aceitando a crença de que o homem é mortal, é que podemos admitir alguma possibilidade de ascensão. O mortal espera, eventualmente, elevar-se até à imortalidade, mas este não é um enunciado científico. Devemos, pelo contrário, reivindicar agora a nossa imortalidade. Como poderemos então regozijarmo-nos na compreensão de que somos imortais e, ao mesmo tempo, esperar evoluir da mortalidade para a imortalidade? Recordemos que nunca deixamos o céu pela terra! Nunca nos tornamos mortais, nem nos materializamos, pois jamais nascemos na matéria.

A Sra. Eddy sublinha no livro Não e Sim : “Jesus veio anunciando a Verdade e dizendo não somente ‘o reino de Deus está no meio de vós.’ Logo não há pecado, pois o reino de Deus está em toda parte e é supremo, e segue-se que o reino humano não está em parte alguma, e deve ser irreal.” (pág. 35: 25-29). Logo a seguir, vem uma das mais significativas declarações acerca de nosso Mestre: “O ser consciente e verdadeiro de Jesus nunca deixou o céu pela terra. Permaneceu no alto para sempre, mesmo quando os mortais acreditavam que estava aqui. Uma vez falou de si próprio (João 3:13) como sendo “o Filho do homem que está no céu”, — palavras notáveis, inteiramente contrárias às opiniões populares sobre a natureza de Jesus.” Também nós somos os filhos de Deus, imortais, habitando para sempre no reino celestial de Deus. Não podemos decair desse único estado de existência, nem a ele nos elevarmos, pois nele vivemos agora; e é esse estado de existência que reivindicamos, compreendemos e com o qual nos regozijamos.

Um dos relatos que deveríamos ter sempre presente no pensamento é o da transfiguração de Jesus: levando consigo a Pedro, Tiago e João, Jesus subiu a um alto monte e aí foi transfigurado na presença daqueles: “o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Então disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui.” (Mateus 17: 2-5). Fazendo eco das palavras de Pedro, afirmemos também: “Senhor, bom é estarmos aqui.” E onde estamos nós? Estamos igualmente no cimo do monte da compreensão divina; vimos a Jesus, Moisés e Elias e na Ciência, vimos o homem perfeito: jamais nascido e incapaz de morrer, mas sempre semelhante ao filho de Deus; podemos igualmente escutar a voz de Deus, falando conosco como falava aos discípulos daquele tempo: “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo.” (Mateus 3:18). A luz da verdade revelou-nos que esta declaração é válida não somente para Jesus, mas também para Moisés, para Elias e para todos os filhos de Deus. Permanecendo no cimo do monte com Pedro, Moisés, Elias e Jesus, é bem menos difícil ver o nosso próximo, sem exceção, como o filho bem-amado de Deus, perfeito e imortal. Tomemos agora a decisão de permanecer no cimo do monte da compreensão e revelação divinas. Não renunciemos nunca à nossa resolução de ver o nosso próximo e todo o universo nesse mesmo local, em companhia dos imortais Moisés, Elias e Jesus. Veremos então o universo e conheceremos o homem como Deus os vê: imortais e perfeitos. Não será essa a forma de trazer a imortalidade à luz?

Todos os dias, eu me coloco as questões que vou agora enunciar e em seguida responder. Quando nelas meditarem, respondam como se fossem jurados num tribunal, obrigados sob juramento a dizer a verdade:

Quando é que foram para a Rússia? Quanto tempo viveram sob as leis e os regulamentos russos? Quantas injustiças e afrontas sofreram durante esse tempo? Que tipo de impostos e multas suplementares foram obrigados a pagar na Rússia? Quantos dias infelizes, repletos de desânimo e de medo aí passaram? Quando é que decidirão abandoná-la?

Não é evidente por si mesmo que, se alguém nunca esteve na Rússia não pode aí ter sofrido, tal como não se pode abandonar um local onde nunca se esteve? Respondamos então agora às seguintes questões com o mesmo parecer positivo e com a mesma certeza científica:

Quando é que entraram no reino da matéria, ou por outras palavras, quando é que nasceram? Quanto tempo viveram sob o controle das leis e regulamentos materiais? Com que frequência transgrediram as 1eis materiais? Quantas dores e sofrimentos sofreram na matéria? Quantos dias infelizes, cheios de medo e de desalento, viveram no reino da matéria? Quando pensam “apanhar um comboio”, por exemplo, e efetuar a “transição” ou morrer na matéria? Quando pensam “apanhar um avião”, por exemplo, e elevarem-se acima da matéria?

Desta forma, não vos parece lógico que, nunca tendo vivido na matéria, seja impossível nela pecar ou sofrer? O homem não pode estar agitado, atormentado ou preocupado na matéria; não pode morrer na matéria ou efetuar a “transição”, tal como não se pode elevar acima de algo de onde nunca foi oriundo.

Tenho um apreço especial por este pequeno exercício mental, pois torna-se assim bem mais fácil compreender que, visto eu nunca ter entrado na Rússia, não posso aí ser penalizada ou mesmo daí sair. Da mesma forma, é igualmente mais fácil compreender que, nunca tendo nascido na matéria ou na mortalidade, não podemos ser nela castigados, tal como não a podemos abandonar.

Tendo-nos tornado obedientes às duas primeiras recomendações do nosso texto inicial — nomeadamente, a de reivindicar a nossa imortalidade e a de a compreendermos — é agora mais fácil ser obediente à terceira recomendação: a de praticarmos a Ciência Cristã “a partir do ponto da perfeição”. De que modo foi científica a Sra. Eddy ao praticar a Ciência unicamente a partir do ponto de perfeição! Conforme já foi citado antes, ela declara: “A Ciência Cristã é absoluta; ela não está aquém nem além do ponto da perfeição, mas encontra-se exatamente nesse ponto e é a partir daí que deve ser praticada.” (My. pág. 242: 5-7). É espantosa a forma como a Sra. Eddy inclui nessa importante declaração a reivindicação da imortalidade e a argumentação a partir do ponto da perfeição. A bem dizer, as duas ideias andam a par e passo; é por ser o homem imortal, que se justifica a sua perfeição e é igualmente a sua imortalidade que lhe confere o direito de reivindicar, argumentar e testemunhar unicamente a perfeição. Por outro lado, como o homem reivindica a sua perfeição e procura viver “a vida que se aproxima do bem supremo”, reconhece a sua própria identidade verdadeira e, como consequência, compreende a sua imortalidade.

Como diz o nosso livro texto, numa das suas maravilhosas afirmações: “A Ciência do ser fornece a regra da perfeição e traz a imortalidade à luz.” (pág. 336: 27-28). Vamos agora tentar demonstrar a regra da perfeição que a Ciência nos fornece e assim experimentar a recompensa total de uma maior inspiração e iluminação da nossa imortalidade. Suponhamos que eu vos colocasse a todos no banco das testemunhas; em seguida, pedisse que respondessem somente de acordo com a mais absoluta verdade a vosso respeito. O vosso testemunho deveria então ser o testemunho que Deus fornece a respeito de cada um de vós. Recordo-vos agora, antes de dar início aos vossos testemunhos, que apenas pratica a Ciência Cristã quem declara a verdade absoluta; lembro-vos igualmente, que ao declarar os fatos científicos a vosso respeito, estareis a obedecer à ordem de nossa líder; e recordo-vos ainda que, ao testemunhar dessa forma, trareis a imortalidade à luz na vossa própria existência, bem como na de outros.

Sentem-se algo constrangidos, algo culpados ou hipócritas ao reivindicar a total perfeição para vós mesmos? Pois não recuem um passo na argumentação que visa a perfeição. Recordem-se que não estão em vias de alcançar a perfeição, nem aquém da mesma, mas estão agora mesmo no ponto exato dessa perfeição. De novo, na página 242 de Miscellany a Sra. Eddy chama a nossa atenção para o fato de que devemos tomar uma posição radical a favor da perfeição, ao afirmar: “A menos que se compreenda perfeitamente o fato de se ser um filho de Deus, e como tal, perfeito, não existe Princípio algum a demonstrar, nem qualquer regra que o permita fazer.” (8-10). Compreendendo que não somos desonestos ao testemunhar dessa forma e que não há qualquer hipocrisia ao declarar a verdade a respeito do homem imortal de Deus, nem sequer admitiremos a hipótese de responder de outra forma. Avancemos então para a questão seguinte:

1ª Questão – Tomaram plena consciência de que a vossa resposta deve ser absoluta, sem quaisquer compromissos ou restrições? Entenderam agora que tipo de testemunho devem apresentar?

“Ah, sim, sou realmente perfeito, embora esse não pareça ser bem o caso”; “sim, sou um dos melhores Cientistas Cristãos do mundo, mas nem sempre sou capaz de o demonstrar”; “sim, eu sei que sou realmente perfeito, mas tenho ainda que o demonstrar”; “sem dúvida, sou o filho imortal de Deus, e por isso, perfeito, mas desejava compreender e experimentar melhor esse fato”; “sou um dos homens mais honestos do mundo, mas ninguém pensa desse modo a meu respeito”; “a minha família é perfeita, mas temos uma vizinhança terrível.” “Eu sou perfeito, mas quanto a alguns membros da Igreja…” e etc., etc., etc. Já repararam que cada vez que se associa a palavra “mas” a uma declaração da verdade, o que se segue é uma afirmação que compromete essa verdade? E o que sucede com a nossa demonstração da verdade, se afirmamos: “Sim, sou o filho perfeito de Deus, mas desejava poder assemelhar-me mais a Ele”? Não estaremos assim a fechar a porta à tão desejada manifestação da perfeição? Nos meus próprios esforços para manter uma argumentação unicamente a partir do ponto da perfeição, encontrei um grande auxílio num artigo publicado no Christian Science Jounal. Quando o artigo foi publicado, foi de tal forma bem acolhido pelos leitores, que quando escrevi para Boston na tentativa de obter uma cópia suplementar da referida publicação, responderam-me que esta já tinha esgotado. Era evidente que eu não havia sido a única a apreciar a leitura positiva e absoluta que esse artigo apresentava de fundo. O seu título era: “Aceitar a demonstração”, e foi escrito por Margaret Morrison, sendo publicado no Journal de Fevereiro de 1947. Nesse artigo, a Sra. Morrison salienta que a verdadeira demonstração é espiritual e mental, o que corresponde àquilo que estivemos desenvolvendo neste estudo. Toda manifestação que possa ocorrer na nossa experiência humana, como resultado da demonstração da Verdade, é um acréscimo. Em outras palavras, o regozijo por um Deus perfeito, um universo perfeito e um homem perfeito é demonstração! A atividade certa que surge no nosso caminho, a cura de um problema físico, a descoberta de uma casa onde morar e a manifestação de suprimento são as “coisas” que nos são “acrescentadas”. É maravilhosa esta forma de chamar a atenção para o fato de que, se rendermos testemunho fiel àquilo que é de fato verdadeiro, deixamos a porta aberta a essas coisas que nos são “acrescentadas”.

Assim, se acrescentarmos à nossa demonstração da verdade a adversativa mas, seguida de um pensamento negativo, fecharemos a porta às coisas “acrescentadas”. É evidente que essas coisas “acrescentadas”, que “descem do Pai das luzes” tornam mais agradável a nossa existência; então, porque não deixar a porta de entrada aberta para que essas coisas possam afluir em abundância na nossa vida cotidiana, testemunhando com firmeza unicamente a Verdade, sem nenhuma outra concessão do tipo “se…”, “mas…” ou “talvez”…?!

A tentativa de encontrar o testemunho da matéria é outra forma de fechar a porta a essas coisas que do alto nos são dadas. Se alguém afirma que Deus é a saúde do seu rosto, que esta se revela em beleza e que é o reflexo perfeito de um Deus perfeito e em seguida procura ver no espelho se a Verdade curou a sua palidez, então essa pessoa não tem certamente o seu olhar fixo unicamente no Espírito; esse alguém está prestes a demonstrar antes uma dualidade, tentando utilizar o Espírito para curar a matéria, observando a carne para concluir se esta foi curada.

Aquele que argumenta com firmeza “a partir do ponto de vista da perfeição”, reivindica a seu respeito todas as verdades maravilhosas, gloriosas e espirituais; em seguida, ele faz face à realidade que lhe diz respeito e verifica que as verdades se transformaram em realidades agora que compreende ser a imagem e semelhança perfeita, pura e santa de Deus pode erguer o seu rosto sem mácula. Não existe outra solução; não existe matéria na qual possa ocorrer uma manifestação; não existe mente mortal para dar conta de uma determinada situação; não existe sentido material para testemunhar a aparência do homem. Regozijemo-nos agora com estas verdades, não através de uma débil tentativa de a aplicarmos, mas sim através da sua demonstração.

FIM

domingo, junho 14, 2020

IMORTALIDADE TRAZIDA À LUZ - 7/8

- Dorothy Rieke -


No livro A Unidade do Bem, a Sra. Eddy salienta esse ponto na seguinte declaração: “(…) os moribundos — se é que se pode morrer no Senhor — despertam da ideia da morte para uma consciência da Vida em Cristo, com um conhecimento da Verdade e do Amor superior ao que possuíam anteriormente.” (pág. 2: 24-27) Recordemos que, referindo-se à morte de Joseph Armstrong, a Sra. Eddy descreveu seu fiel seguidor como gozando de maior sabedoria, saúde e felicidade do que anteriormente, pois o sonho mortal de vida já havia sido atenuado. Senti uma enorme inspiração ao ler um artigo de John Randall Dunn sobre o tema da imortalidade, intitulado “The Spring Song of Christian Science” (“O cântico primaveril da Ciência Cristã”). No entanto, depois de ter tomado conhecimento do falecimento do seu autor, foi-me particularmente difícil manter esse pensamento inspirado no trabalho metafísico que eu fazia para os meus pacientes. Resolvi então estudar um artigo do Christian Science Journal; mas antes de o ler, tive o seguinte pensamento: “Será que vou encontrar aqui alguma mensagem para mim da parte do Sr. Dunn?” Ao abrir então a referida publicação, deparei-me com essa maravilhosa mensagem sobre o tema da imortalidade. Para mim, foi tal como se a tivesse ouvido dos seus próprios lábios! Aquelas palavras reconfortaram-me profundamente e o meu pensamento recebeu uma alegria renovada e um maior impulso: “Certamente, o Cientista Cristão que já não vemos, foi elevado a um melhor e mais feliz sentido da realidade.” Ao continuar a ler, pude imediatamente sentir que o Sr. Dunn não queria que eu me sentisse afligida por causa da sua partida: “São muitos os homens e as mulheres acabrunhados pela dor que buscam a Ciência numa tentativa de pôr fim ao intenso egoísmo do desgosto, pois enquanto se acarinha a ideia de perda e de angústia, não pode haver regozijo na liberdade e na harmonia; esse acordar espiritual para além da sua própria visão é inevitável na experiência do Cientista Cristão. Assim, a mensagem pascoal da Ciencia Cristã pede aos que sofrem: Regozijai-vos, porque o homem vive e ama, e ele ignora a tristeza e a separação.”

Mas será então necessário passar pelo sonho da morte para se ser curado, para se alcançar a compreensão de que a morte não existe, para se crescer espiritualmente e para se demonstrar que não existe idade? Não, de forma alguma. A Ciência Cristã ensina de um modo tão claro e infalível sobre a imortalidade do homem que não nós é necessário morrer para podermos demonstrá-la. Sabemos neste exato momento quem somos, para que o Cristo, a Verdade, seja glorificado. Sabemos quem somos e sabemos também qual é a verdadeira realidade; sabemos, sem sombra de dúvida, que nunca tendo nascido, somos espirituais e perfeitos, não podendo nunca vir a morrer. Temos igual consciência da impossibilidade absoluta da. morte, devido à sua completa inexistência. Somos agora os filhos e as filhas do Rei, possuindo já um perfeito estado de ser, de pensar e de demonstrar; e não nos é necessário morrer para descobrirmos ou demonstrarmos esse fato.

Uma das mais poderosas verdades para o estabelecimento da irrealidade da morte é o fato de que Deus, a única Vida divina e eterna, desconhece em absoluto tudo o que com esta se relacione. A doutrina ortodoxa antiga defende que Deus tem conhecimento de muitas coisas relacionadas com a morte e muitos dos Cientistas Cristãos não estão suficientemente esclarecidos ou confiantes para refutarem essa doutrina. A maioria dos sermões fúnebres antigos continha a seguinte declaração: “Deus a concedeu, Deus a tomou.” Jamais se pronunciou uma tão grande mentira como essa de que Deus leva os Seus filhos pela morte.

Um grande Cientista Cristão, com quem me relacionei bastante, disse-me uma vez: “Quando chegar a hora de eu partir, logo que Deus queira me levar, estarei preparado.” Tal atitude implicaria que Deus tivesse conhecimento de que existe algo chamado morte. Essa crença está de tal forma enraizada no pensamento de algumas pessoas, que as impede de rejeitar a ideia da morte e de aceitar a verdadeira ideia da Vida eterna. A crença generalizada diz: “Só podemos tomar duas coisas como certas: a morte e os impostos.” Apenas quando se abandonar essa crença e se começar assim a reconhecer o fato de que Deus desconhece a morte, só a partir desse momento será possível começar a vencer a morte. Por ocasião da crucificação de Jesus, os doutores da lei e os fariseus procuraram provar que a crença no mal, e em particular na morte, era real. Quando se deu a ressurreição, Jesus certamente reconheceu que Deus, seu Pai-Mãe e Princípio celestial, desconhecia por completo a morte. Tomou consciência somente da sua coexistência com esse Princípio divino, negando assim todas as experiências relatadas anteriormente. Não há dúvida que foi essa compreensão que lhe permitiu sair do túmulo e demonstrar assim o seu domínio sobre aquilo que se apelidou de morte.

Nunca é da vontade de Deus que alguém morra. Em Ezequiel lemos: “Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto convertei-vos e vivei.” (18:32) Além de não desejar a morte, Deus não possui qualquer conhecimento sobre esta. E como o poderia possuir, Ele que é a Vida eterna? Como poderia a luz ter conhecimento das trevas ou o bem do mal?

Frequentemente, ouvimos dizer: “Como se pode afirmar que a morte não existe, se eu já assisti à morte de várias pessoas? De fato, todos vamos ter que morrer alguma vez.” Visto que a maior parte das pessoas afirma conhecer bem a morte, pagam depois o preço desse falso conhecimento, cavando a sua própria sepultura. Consideremos os fatos espirituais: Enoque andava com Deus. Ele reconhecia a simples verdade de que o seu Criador nada conhecia acerca da morte e vivia a sua união com Deus, sendo por, fim elevado de forma a não passar pela morte; Eliseu sabia que o seu Criador desconhecia a morte e unia o seu pensamento à Mente divina, a qual ignora a morte.

Também ele triunfou, provando que o conhecimento da Vida eterna o libertou da crença na morte; Cristo Jesus sabia que Deus desconhecia a existência da morte. Declarou ele que “todo o que (…) crê em mim, não morrerá, eternamente.” (João 11:26) E acrescentou ainda: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3) Se por algum momento, Jesus tivesse acreditado que o seu Criador conhecia a morte, então ele próprio, por reflexo, a teria conhecido e nunca teria podido demonstrar a ressurreição.

Diante do túmulo de Lázaro, Jesus reconheceu que Deus nunca levara o seu amigo; reconheceu que Deus nunca tomara conhecimento daquilo que os mortais apelidavam a morte de Lázaro, e reconheceu também que o seu Criador celestial, a sua Mente divina, era tão dinâmico na Sua presença, na Sua força e glória que na sua Consciência não poderia existir qualquer conhecimento de morte. Foi por essa razão que Jesus ordenou ao povo ali presente que “desatassem” Lázaro e o “deixassem ir”. Afirmou a Marta que ali mesmo não existia absolutamente mais nada do que o reconhecimento da Vida. Como consequência, Lázaro saiu livre do túmulo.

Quando esteve em casa de Jairo, Jesus deteve-se numa ante-camara na presença daqueles que manifestavam ter conhecimento da morte e do seu aparente poder. Aí, o Mestre viu claramente que o eterno Criador não possuía qualquer conhecimento da morte, ou de qualquer espécie de fim. Assim, ele pôde entrar no quarto e ordenar: “Talita cumi”, que significa: “Menina, eu te mando, levanta-te.” (Marcos 6:41) Ele compreendia que não existia nenhuma ideia de morte, nem nenhum de seus efeitos nefastos.

Se Deus nada conhece sobre o tema da morte, então é fácil concluir que Ele desconhece igualmente os vários estados e níveis de consciência. A Vida eterna não pensa no homem passando de um estado ou nível de consciência para outro.

Cont...

terça-feira, junho 09, 2020

IMORTALIDADE TRAZIDA À LUZ - 6/8

- Dorothy Rieke -


Farei agora algumas observações acerca destes exemplos e das citações da Sra. Eddy, desejando que se torne cada vez mais clara a verdade de que a morte é totalmente irreal. Na verdade, não se passa nada no processo humano denominado transição e é por isso que não devemos temê-lo.

Ponto 1 – Quem é que alcançou realmente a vitória sobre a morte no último exemplo? Não menosprezando o valor daqueles que faziam o seu trabalho de oração, foi a própria paciente quem se mostrou disposta a querer continuar a viver, recusando-se a consentir na ideia da morte. Não terá sido esse o motivo que tornou possível o sucesso da oração daqueles que a auxiliavam? A jovem não planejou morrer, nem aceitou tal ideia. Se afirmamos a nossa imortalidade, devemos então regozijarmo-nos por compreendê-la e nos recusar a reconhecer a morte como sendo alguma coisa; se não a planejarmos, nem a consentirmos, não podemos morrer.

Ponto 2 – Se a pessoa descobre que já não pode mais se comunicar com aqueles com quem estava, procura outros interlocutores e encontra os seus entes queridos que haviam desaparecido antes dela. Cito como referência a este ponto o poema da Sra. Eddy contido no livro Escritos Miscelâneos, na página 385: “The Meeting of My Departed Mother and Husband.” (“O encontro dos meus falecidos mãe e marido”); neste poema, chamo a vossa atenção para o tema do reencontro com os entes queridos, pois a Sra. Eddy tomou como certo o fato de que a sua mãe decerto acolheria o seu marido, o Dr. Asa Eddy. Este tema é novamente desenvolvido no livro texto: “Só há um momento em que é possível aos que vivem na terra comunicarem-se com aqueles a quem chamamos mortos, e esse é o momento que precede a transição — o momento em que o elo entre duas crenças opostas se está rompendo. No vestíbulo pelo qual passamos de um sonho a outro, ou quando despertamos do sono terrenal para as grandes verdades da Vida, os que se vão podem ouvir as boas-vindas daqueles que se foram antes. Os que se vão podem sussurrar essa visão, pronunciar o nome daquele cuja face lhe sorri e cuja mão lhes acena, como alguém que, diante do Niágara, só tendo olhos para essa maravilha, esquece tudo o mais e expressa em alta voz seu arrebatamento.” (pág. 75: 21-6)

Ponto 3 – O homem desperta com o mesmo conceito mortal ou corpo que tinha no momento da transição. A Sra. Eddy desenvolve esta ideia em Ciência e Saúde, empregando o seguinte provérbio popular: ” ‘Como a árvore cai, assim tem que ficar.’ Tal como o homem adormece, assim acordará. Tal como a morte encontra o homem mortal, assim ele será depois da morte, até que a provação e o crescimento efetuem a mudança necessária.” (pág. 291: 22-26) Esse homem conservou um conceito de um corpo físico depois da morte semelhante aquele que possuía antes e está certamente em contradição com a antiga crença ortodoxa que, afirma que o homem se torna espiritual no instante em que morre.

Atenhamo-nos ao exemplo daquele indivíduo que ao morrer, transportou consigo o seu conceito mortal de corpo. Recordemos agora a forma explícita com que a Sra. Eddy declara na sua carta que, se aquele que parecia morto se tivesse voltado e observado a cadeira sobre a qual estivera sentado, a teria visto vazia. No livro texto, esta conclusão é confirmada na citação seguinte: “Os mortais despertam do sonho da morte com corpos que não são vistos por aqueles que pensam estar sepultando o corpo.” (pág. 429:15) Reparem que ela não afirma que estes últimos enterrem o corpo, mas sim que “pensam estar sepultando” o corpo. Mais adiante, falando do corpo depois da morte, diz-nos: "(…) a mente humana ainda mantém, na crença, um corpo por meio do qual age e que para a mente humana parece viver — um corpo como o que tinha antes da morte. Esse corpo é abandonado somente quando a mente mortal e errônea cede a Deus, a Mente imortal, e se verifica que o homem é a Sua imagem.” (pág. 187: 30-3). Decerto, a verdade de que no sonho da transição o homem leva consigo o seu conceito humano de corpo acentua a irrealidade da morte. Não deveríamos, então, rejeitar o nosso sentido mortal acerca do corpo atual, regozijando-nos na nossa espiritualidade e imortalidade?

Ponto 4 – Aqueles que já partiram, despertam para o reconhecimento da irrealidade da morte. Em Ciência e Saúde lemos: “O pensamento despertará de sua própria declaração material: Estou morto, para ouvir esse toque de clarim da Verdade: Não há morte, não há inação, nem ação mórbida, nem ação excessiva, nem reação.” (pág. 427: 34-2) A ideia de que transportamos conosco o nosso conceito humano de corpo facilita a nossa compreensão de que a morte não existe.

Em Escritos Miscelâneos, a Sra. Eddy declara: “Ao despertar do sonho da morte, aquele que julgava estar morto comprova que se tratou apenas de um sonho e que não morreu.” (pág 58: 5-7)

O antecedente põe em evidência um outro fato: o de que uma cura pode ocorrer imediatamente após a “transição”. A citação completa é dada em resposta à seguinte pergunta: “Se alguém morreu de tuberculose e já não se recorda de nada acerca da sua enfermidade ou sonho, terá ainda essa enfermidade algum poder sobre ele?” (Escritos Miscelâneos, pág. 58: 1-3) Não, e isso reforça a ideia de que logo que esse alguém entenda que não morreu “compreende que a tuberculose não causou a sua morte. Quando se destrói a crença no poder da moléstia, a moléstia já não pode reaparecer.” (pág. 58: 7-10) Não é razoável aceitar que, havendo o homem perdido o medo e a crença na morte, não pode deixar de constatar a irrealidade daquilo que supostamente a causou? Desprovido do medo e da crença na morte e na moléstia, não desejaria realmente o homem ser curado?

Ponto 5 – Para onde foram os entes queridos já falecidos? Não foram para lugar algum. Para onde poderiam eles ter ido? Não temos todos nós o nosso ser na Mente única e não é nela, que “vivemos e nos movemos”? Onde poderíamos nós estar senão no reino da Mente divina? É somente devido a um falso conceito humano que admite que um ente querido pode ser afastado da nossa vista, que parecem existir estados, etapas e níveis de existência capazes de os afastar de nós.

A respeito da morte de Edward A. Kimball, a Sra. Eddy escreve, em MisceIIany (pág. 297: 18-24): “O meu querido amigo Edward A. Kimball, cujo ensinamento claro e correto da Ciência Cristã foi e continua a ser uma fonte de inspiração para muitos, está tão vivo agora como estava há um ano atrás, quando aqui me veio visitar. Se de fato pudéssemos compreender essa verdade, poderíamos vê-lo aqui e constataríamos que ele nunca havia morrido; esta é a demonstração da verdade fundamental da Ciência Cristã.” Comecemos desde já a nos alegrar com o fato de não possuirmos qualquer concepção errada sobre a vida ilimitada; não aceitemos sequer que o homem seja capaz de morrer e ir para outro local, nem reconheçamos a morte como um sonho ou como uma ilusão; porque sabemos que a morte é totalmente inexistente, elevemo-nos à compreensão e ao reconhecimento de que todos os filhos de Deus, vivem numa única Mente, imortal e perfeita. E por esse motivo que não precisamos experimentar a dor de uma separação, porque esta não existe.

Uma das crenças que é abandonada após o despertar do sonho da morte é a crença na idade. Depois de se ter alcançado a total convicção de que o nascimento e a morte não existem, é 1ógico e natural que se demonstre a consequente irrealidade da idade.

Ponto 6 – O despertar para a irrealidade da morte é de tal modo inspirador e revelador da imortalidade, que certamente conduzirá a um rápido crescimento espiritual.

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quinta-feira, junho 04, 2020

IMORTALIDADE TRAZIDA À LUZ - 5/8

- Dorothy Rieke -


Jesus estava consciente da sua pré-existência espiritual., como se pode verificar pelo teor desta grande oração: “E agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.” (João 1 7:5) É fácil compreender que não podia existir moléstia, pecado ou mesmo uma crença em nascimento, “antes que houvesse mundo”. Deus era a única origem, o único criador. Ele glorificava o homem através da Sua própria existência, da Sua. própria realidade, da Sua própria substância, da Sua própria consciência, do Seu próprio ser e da Sua ação; da Sua própria lei, da Sua própria realidade, do Seu próprio amor, do Seu próprio conhecimento e compreensão.Esse mesmo fato é verdadeiro ainda hoje, pois nunca existiu um mundo material ou uma existência material para interromper a imortalidade. A Sra. Eddy escreve, em Escritos Miscelâneos: “O conhecimento firme e verdadeiro que o manso Nazareno possuía acerca da sua pré-existência e da inseparabilidade de Deus e do homem foi o que o tornou poderoso.” (pág. 189: 8-11) Declara ainda na mesma obra: “Os mortais perdem o seu conceito de mortalidade — moléstia, pecado e morte — na proporção em que adquirem o conceito da pré-existência espiritual do homem como filho de Deus, como o descendente do bem, e não como o oposto de Deus — o mal, ou o homem decaído.” (pág. 181:27) É igualmente importante que, ao utilizar o termo pré-existência, estejamos bem certos de que não nos referimos a uma vida espiritual anterior a uma vida material, ou a uma vida material precedendo uma outra vida material. Muitas religiões ortodoxas ensinam que o homem deixou o céu pela terra, e que devido a esse fato, nós já vivemos espiritualmente antes desta existência material. Outras religiões pregam uma existência material precedendo a existência material atual. Mas a Ciência discorda destes falsos preceitos e os substitui pela verdade da imortalidade ininterrupta da existência espiritual atual, tão espiritual como aquela que existia antes que “houvesse mundo”. Existe somente a existência espiritual, e assim, a única pré-existência tem que ser forçosamente espiritual.

Antes de conhecer a Ciência, eu acreditava que devíamos ter tido vidas anteriores, mas o meu conceito era um conceito mortal. Eu estava predisposta a aceitar a imortalidade, a vida eterna, mas imaginava igualmente que existiam períodos de mortalidade. No final do Curso Primário da Ciência Cristã, cada aluno estava autorizado a fazer uma pergunta ao nosso Professor, que já antes havia insistido no ponto de que a única pré-existência era espiritual. Contudo, eu não estava ainda muito convencida e perguntei-lhe então o seguinte: “Se nunca experimentamos uma existência material anterior a esta, então porque é que eu nasci na América, tive o privilégio de receber uma boa educação, de encontrar a Ciência Cristã e de ter sido abençoada pelo Curso Primário, enquanto que na Índia, um hindu vive na maior miséria, sem quaisquer possibilidades de se elevar acima do seu sistema de castas, recebendo muito menos instrução e não tendo sequer a hipótese de ouvir falar na Ciência Cristã? Se nós não tivemos nenhuma existência humana anterior que influencia o status da nossa existência atual, então porque é que existe uma diferença tão grande nas nossas experiências?” A resposta foi plena de sabedoria: “Ambas não passam de sonhos.”

Pude então entender que o meu raciocínio acerca da pré-existência era falso, porque não estava baseado num fato científico. Como no presente supomos viver uma existência material, eu pensava que a pré-existência, deveria também ter sido material. “Para raciocinar corretamente” – escreve a Sra. Eddy – “deve estar presente no pensamento um só fato, a saber, a existência espiritual. Na realidade, não há outra existência, porque a Vida não pode ser unida à sua dessemelhança, a mortalidade.” (C&S, pág. 492:3-7) Em seguida, neguei o sonho presente da existência material e pude aperceber-me de que a nossa pré-existência era idêntica à imortalidade espiritual, perfeita e ininterrupta. Em momento algum eu e o hindu pudemos viver uma história material, da mesma forma que nenhum de nós foi alguma vez cigano. Tivemos, ao longo de todo o tempo, a nossa vida em Deus e ambos sempre fomos abençoados de uma forma ilimitada pelos Seus recursos infinitos, estando sempre plenamente conscientes da nossa espiritualidade e imortalidade, bem como da nossa união com o Pai.

Referindo-se a uma pré-existência, para assegurar que os seus leitores se conscientizariam totalmente da imortalidade infinita, a Sra. Eddy associou esse tema a uma outra palavra — “coexistência”. Vejam, de que forma inspirada ela a utiliza no livro Escritos Miscelâneos: “A Ciência inverte o testemunho do sentido material pelo sentido espiritual, segundo o qual Deus, o Espírito, é a única substância e o homem, a Sua imagem e semelhança, é espiritual, não material. Essa grandiosa verdade não anula, mas confirma a identidade do homem, a sua imortalidade e pré-existência, ou coexistência espiritual com o seu Criador.” (pág. 47: 21-27)

Tendo aceito o fato de que somos agora imortais e sempre o fomos, será o termo “coexistência” mais apropriado? Mais do que uma sugestão passada, presente ou futura, a coexistência representa a imortalidade ininterrupta do eterno agora; tendo aceito o fato de que somos agora imortais e que sempre o fomos, admitamos o fato de que sempre o seremos. É neste ponto que a maioria das religiões cristãs concordam, ao saber que o nosso futuro está associado à imortalidade.

No entanto, estas diferem da Ciência Cristã, quando partem do princípio de que teremos que morrer para a imortalidade prevalecer; assim, uma vez terminada esta vida, deveríamos então continuar a viver a fim de alcançar a demonstração de imortalidade. Mas a Vida é Deus e Deus é a única Vida, a nossa Vida, a qual não conhece a morte — nem mesmo uma fase chamada transição. Cristo Jesus ensinou, pregou e demonstrou a verdade de que a Vida é eterna e de que a morte não existe. Esta gloriosa promessa foi proferida perto do túmulo de Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim, não morrerá, eternamente. Crês nisto?” (João 11: 25, 26). A ressurreição de Jesus dentre os mortos, seguida da sua ascensão, foi uma prova irrefutável de que o homem é eterno. Em todos os seus livros a nossa líder provou a irrealidade e total inexistência do processo de morte. São inumeráveis as vezes em que ela declara: “A morte não existe.” É por este motivo que não deveríamos temer a morte como uma inimiga, nem acolhê-la como uma amiga, mas apenas considerá-la como sendo absolutamente nada, e portanto, totalmente não-existente. Como é maravilhoso saber que a nossa compreensão espiritual, a nossa saúde e a nossa imortalidade não são cúmplices de uma amiga chamada morte! Como tal, não somos obrigados a acolher essa falsa amiga, pois a nossa saúde, a nossa compreensão espiritual e a nossa imortalidade procedem de Deus, fonte inesgotável.

Como considerar então a morte? Como uma amiga, uma inimiga ou como o nada absoluto? Na revista Seleções do Reader’s Digest, de Fevereiro de 1952, consta um excerto condensado do livro The Will to Live (A vontade de viver), de autoria de Arnold A. Hutschnecker. Este livro, na sua maior parte, foi escrito sob um ângulo científico e ao lê-lo, fiquei profundamente impressionada por tudo quanto esse físico eminente havia declarado. Ele chegou à conclusão de que ninguém passa pela transição da morte sem que antes a tenha planejado.

O que é que planejamos? Viver ou morrer? Sejamos vigilantes. Por vezes, esse planejamento ocorre de uma forma muito sutil. Podemos fazer a afirmação com a maior firmeza: “Eu não morrerei nunca”, mas será que não a transgredimos quando admitimos que o nosso nome venha a constar de uma lápide num cemitério? Ou quando fazemos um testamento ou um seguro de vida? Não se encontrará a casa de algum de vós devidamente organizada para facilitar a procura de documentos pessoais no caso da sua própria morte? O Dr Hutschnecker afirma o seguinte: “Frequentemente descobrimos que a vítima de um enfarte repentino e imprevisto havia antes consultado o seu advogado para tratar do testamento ou tinha feito recentemente um novo seguro de vida.”

Não há muito tempo, eu mesma caí na seguinte armadilha: Pensei que não assistiria a uma nova guerra. Mas de súbito interroguei-me: “O que estás a pensar? Que já não estarás mais viva para assistir a uma nova guerra ou que já não haverá mais nenhuma guerra?” Como a minha vida é planejada por mim, me era impossível admitir que eu pudesse passar pela transição antes que uma nova guerra se declarasse num universo material. Eu devia antes alegrar-me pelo fato de que nenhuma guerra poder existir no reino da consciência divina, onde eu eternamente vivo.

Conheço um caso em que, a despeito da ajuda dada por um devotado praticista, sincero e consagrado, o paciente faleceu. Aos amigos que assistiam ao funeral, a família distribuiu com orgulho uma carta que a defunta havia redigido alguns meses antes. Era verdade que essa carta estava especialmente bem escrita e que exprimia muito bons sentimentos, mas por outro lado, revelava que essa pessoa havia de tal forma baseado os seus pensamentos na ideia da morte, que resolvera escrever uma carta a esse respeito! Todos consideraram que se tratava de uma carta magnífica, exceto eu; tive a convicção de que a paciente poderia ter feito muito melhor uso do seu tempo cooperando com o trabalho do praticista e planejando a vida, ao invés da morte. Por vezes, se fazem as seguintes interrogações: “Que se passa com os praticistas? Porque é que há tantos casos de Cientistas Cristãos que morrem?” Eis aqui a resposta: muitos deles aceitam a ideia da morte.

Comecemos já então a planejar viver uma vida plena. Paremos de poupar dinheiro para o deixar como herança aos nossos filhos. Não será essa uma outra forma sutil de planificação? Vivamos o presente e utilizemos os nossos recursos agora, sabendo que o Pai celeste que tanto nos ama suprirá ilimitada e abundantemente tanto às nossas necessidades como as dos nossos filhos, tal como Ele fazia “antes que houvesse mundo”.

Na página 427 do livro Ciência e Saúde, a Sra. Eddy descreve a morte como sendo apenas” (…) outra fase do sonho de que a existência possa ser material.” (14-15) Como consequência, a morte é o nada, uma ilusão. É apenas uma parte do relato de Adão e Eva, pretendendo tornar verídica a mentira de que o homem possa nascer na matéria, viver na matéria e morrer na matéria; contudo; isso não passa de uma fábula. Podemos relegar todas as fases da vida na matéria para o reino da pura ficção, pois no reino da ficção, a morte, é o nada — não existe. Mesmo aqueles que nesse sonho de existência adâmica imaginaram morrer, serão os primeiros a confirmar que não se passou absolutamente nada.

Há alguns anos, tive o privilégio de participar de uma mesa redonda da Universidade de Indiana, a qual decorreu durante a “semana da religião” (Religion in Life Week). No meu grupo de trabalho estavam representadas várias religiões, dentre as quais constava um rabino judeu e um pastor metodista. Quando eu afirmei que Deus desejava a nossa verdadeira felicidade, o rabino opôs-se com veemência, defendendo que existiam períodos nos quais nos sentimos profundamente tristes e infelizes; pensava ele que tal correspondia à vontade de Deus, citando em seguida o seguinte exemplo: Se um homem morresse enquanto participava da construção de um suntuoso edifício, seria decerto uma infelicidade para ele não poder assistir ao final da obra que havia iniciado. “Não teriam os seus amigos e familiares motivo suficiente para se sentirem tristes e infelizes?” Perguntou-nos ele. Quando eu me preparava para responder, o pastor metodista fê-lo por mim: “Não, não estou de acordo. Recuso-me a acreditar que esse homem tivesse deixado de trabalhar na sua obra.” Fez-se nesse momento um intervalo e em mais nenhuma ocasião posterior se voltou a discutir esse tema. Fiquei deveras grata pela discussão ter terminado com esta observação. Tínhamos acabado de ouvir uma verdade evangelizadora, que desmascarava a nulidade da morte, anunciando que esta última não impede o homem de continuar a sua atividade anterior.

A Sra. Eddy sublinha que essa transição não traz nenhuma mudança radical na existência do homem e que este pode, inclusive, prosseguir com o seu trabalho. Ao referir-se à morte de Joseph Armstrong, no livro The First Church of Christ, Scientist and Miscellany, ela afirma: “O saudoso irmão Cientista Cristão e editor de meus livros, Joseph Armstrong, C.S.D., não está morto, nem tão pouco dorme ou descansa com relação à sua obra na Ciência divina. O mal não tem poder algum para causar dano, limitar ou destruir o verdadeiro homem espiritual. Hoje, ele goza de maior sabedoria, saúde e felicidade do que no passado. O sonho mortal de vida, substância ou mente na matéria foi atenuado, e a recompensa do bem, a punição pelo mal e o seu sonho adâmico do mal terminarão na harmonia — o mal sendo impotente e Deus, o bem, sendo onipotente e infinito.” (pág. 296: 10-20)

Arquivada na Igreja Mãe encontra-se uma carta apelidada “The Riley Letter” — a carta Riley. Trata-se de uma resposta dada a um casal de apelido Riley, o qual havia perdido recentemente um filho. Na carta dirigida à Sra. Eddy, este casal afirmara ter entendido a existência de uma só e única Vida, sem começo nem fim, mas questionava também o que se passaria após o falecimento. Partilhando agora o conteúdo da resposta da Sra. Eddy, não posso precisar os termos exatos, mas posso garantir que o sentido foi inteiramente respeitado, por assim dizer, palavra por palavra: “Suponhamos que enquanto estão duas pessoas sentadas a conversar se aproxima um atirador da janela e lança uma seta para uma delas. Aos olhos da testemunha que assiste, a pessoa atingida deixa-se afundar na cadeira e morre, encontrando-se assim aquele na presença de um cadáver inerte. Contudo, isto não é senão o conceito humano da testemunha acerca do que se passou, que em nada corresponde ao conceito daquele que foi atingido pela flecha, o qual se esforça por continuar a falar com o seu amigo. Logo que chega à conclusão que já não pode mais continuar a comunicar-se com o amigo, valendo-se do conceito humano que tem a respeito de si próprio, ele parte em busca daqueles com quem possa se comunicar. Se ele se voltasse e lançasse um olhar à cadeira sobre a qual estivera sentado, veria então que esta se encontrava vazia.” Não nos mostra esta carta com clareza que nada de muito violento se passa na experiência do sonho chamado morte?

Conheço vários casos de Cientistas Cristãos que morreram e voltaram a viver. Dentre esses, escolhi um em especial, o qual confirma o que anteriormente lemos e que proporcionará uma melhor compreensão sobre este tema:

Uma jovem mulher já havia perdido a sua mãe há muitos anos. Nessa Primavera, perdera o seu bebê, e agora, tudo indicava que ela seria a próxima a morrer. Foi então que se sucedeu o seguinte: quando se deu conta de que já não podia falar com aqueles que rodeavam o seu leito, levantou-se e dirigiu-se à janela; então, olhando para o jardim em baixo, viu a sua mãe, aparentando menos idade do que aquela que possuía da última vez que a vira, segurando o seu filho bebê. A jovem desejou muito descer ao encontro da sua mãe e filho, mas nesse instante, apercebeu-se de que aquilo que estava se passando com ela era o que chamamos “transição”. Lembrou-se então de que seu professor tinha-lhe pedido categoricamente que nunca admitisse essa ideia e compreendeu que se descesse ao encontro dos seus entes queridos, isso significaria que ela a consentia. Em seguida, ouviu as palavras do seu professor: “Nunca admitam essa ideia! Nunca!” Ela afirma que a coisa mais difícil que já fez em toda a sua vida, foi voltar-se e regressar à sua cama, mas não deixou por isso de ser obediente àquilo que lhe havia sido ensinado. Voltou assim para a cama e só então aqueles que oravam por ela foram capazes de a fazer regressar à vida.

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segunda-feira, junho 01, 2020

IMORTALIDADE TRAZIDA À LUZ - 4/8

 -Dorothy Rieke -


A verdade de que Deus representa o nosso único Pai é uma lei de cura para qualquer problema de hereditariedade, quer num caso de doença, quer para uma questão de caráter. Não tendo nunca nascido de pais humanos, o homem não pode herdar qualidades ou condições próprias da raça humana. Oriundo unicamente de Deus, o homem não tem outra hipótese senão herdar as qualidades e condições provenientes da divindade. Um homem obteve uma cura relativa a seu pai e a seu filho quando negou qualquer relação mortal entre os três, raciocinando que, sendo eles filhos de Deus, não podiam herdar senão as Suas qualidades. Isso significava que ele não havia herdado asma de seu pai, tal como seu filho não a herdara dele próprio. Os três estavam convictos de que nenhum deles havia herdado as tendências humanas de medo, frustração e conflitos emocionais que poderiam ter contribuído para o aparecimento da crença em asma. Mais ainda, esse homem concluiu que, não existindo relacionamento humano, não poderia existir um sentido opressor de amor, o qual se poderia fazer representar sob a condição de asma, mas ao invés, regozijou-se de que cada um refletia o generoso e libertador amor de Deus. Então, a cura há tanto procurada foi rapidamente alcançada através da aplicação desta simples verdade de que Deus é a nossa única origem e o nosso único criador, o nosso Pai-Mãe. Se cada um se identificasse unicamente como o filho de Deus, então todos seríamos irmãos e irmãs num único universo espiritual, e os pais nunca mais seriam um fardo para os filhos, nem os filhos para os pais. Tudo estaria inteira e completamente a cargo de Deus, independente de qualquer pessoa e nos casos em que os laços humanos e as suas falsas responsabilidades se evidenciassem, estabelecer-se-ia antes uma relação feliz e harmoniosa.

A propósito, que idade tem cada um de vós? Se eu agora vos pedisse que prometessem dizer apenas a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade, qual seria a vossa resposta? Que o fato de não possuírem idade é maravilhoso: não tendo nunca nascido, não podeis ter nem um dia, muito menos trinta, quarenta ou cinquenta anos. Que idade tem a vossa 17a irmã? Nunca tendo nascido, terá ela dias ou anos? Claro que não.

O mesmo se passa convosco. A verdade acerca da idade do homem é que este é radiosamente jovem. Ele é eterno, o reflexo imediato e instantâneo do ser de Deus. Tal como o raio de sol, que mesmo que exista há milhões de anos continua a refletir ainda hoje o sol, assim o homem, o reflexo e a expressão do ser de Deus é neste mesmo instante tudo quanto Deus é. Esse homem é, sem qualquer dúvida, eterno, e tal como o raio de sol, está sempre no zênite da perfeição. Embora o homem mortal possa parecer emocional e impulsivo, ele é sensato e moderado, a completa e perfeita imagem e semelhança de Deus, refletindo em perfeito equilíbrio e da forma mais completa todas as qualidades de Deus.

É isso que a Sra. Eddy exprime quando compara a vida ao sol e a humanidade ao zênite eterno. Não um zênite em função da acumulação de anos, mas sim em função da plenitude e da totalidade do reflexo. O nosso nascimento espiritual não poderia encontrar melhor descrição que esta maravilhosa citação de Ciência e Saúde: “A criação está sempre se manifestando e tem de continuar a manifestar-se eternamente, por causa da natureza de sua fonte inesgotável.” (pág. 507: 30-32)

Não possuindo idade, é uma impossibilidade para o homem ser penalizado pelos seus anos de vida material. A verdade fundamental acerca do mito do nascimento humano fecha a porta às doenças infantis. Logo que uma família seja capaz de se regozijar pelo homem não ter idade e não mais considerar os seus filhos como crianças ou bebês, e sim como idéias de Deus, possuindo a idade da maturidade, cessam os pensamentos receptivos a crenças em papeira ou em varicela. Os problemas de pele ligados à adolescência cedem facilmente à verdade gloriosa de que o homem nunca nasceu e nunca pode ter a idade de um dia, muito menos de dezessete anos. Decerto, aquele que compreende e se alegra constantemente por ser imortal, não pode, de modo algum, ser penalizado pela evolução da vida. Nunca tendo nascido, o homem não tem sequer um dia, e muito menos cinquenta anos. Sabendo que a vida é Deus, sem mutações e sem idade, o homem deve obrigatoriamente demonstrar a perfeição imutável e a harmonia.

O mesmo se aplica aos problemas que surgem aos sessenta ou mais anos, que são imediatamente resolvidos assim que a imortalidade sem idade for reivindicada. Uma das minhas amigas estava muito preocupada por seu pai ser obrigado a aposentar-se aos sessenta e cinco anos, pois ele tinha sido sempre um homem muito ativo na sua profissão e ela temia que a inatividade pudesse trazer-lhe problemas. Porém, nessa fase, essa minha amiga concentrou a sua atenção na imortalidade do homem e no fato dele não possuir idade, regozijando-se com estas verdades. Realizando que o seu pai nunca tinha nascido, era impossível que ele tivesse sessenta e cinco anos, e portanto inconcebível que este pudesse ser prejudicado por algo que não existia. Pôde ainda concluir que Deus nunca aposenta os seus filhos, mas emprega-os continuamente. Um dia, o seu pai encontrou um amigo e este perguntou-lhe como passava; ele respondeu que estava bem, mas que preferiria continuar trabalhando. Então o amigo replicou: “Eu conheço um bom número de pessoas que teriam todo o interesse em empregar alguém como tu.” Assim, no curto espaço de uma semana, o pai da minha amiga estava empregado. Apesar de ter dirigido durante anos um departamento de uma importante organização, ganhava agora muito melhor neste novo emprego. Isto passou-se três semanas antes do Natal e a companhia ofereceu-lhe um presente, tal como a todos os outros empregados — o primeiro presente que ele alguma vez recebera de qualquer empresa.

Porque conhecemos e compreendemos a imortalidade, sejamos então nós reconhecidos por não termos que aceitar qualquer penalidade causada pela idade! Não é maravilhoso que nenhum de nós tenha alguma vez que passar pela velhice, nem ser prejudicados por ela? Somos agora a expressão imediata do ser de Deus e sempre o seremos, manifestando plenamente a Sua liberdade, a Sua força, a Sua inteligência e a Sua atividade divinas, já que somos imortais e compreendemos que de fato o somos.

Que faremos, então, quanto aos aniversários?

A Sra. Eddy diz-nos em Ciência e Saúde: “Medir a vida pelos anos solares é espoliar a juventude e revestir a velhice de fealdade.” (pág 246:11-12)

Ela declara que nunca deveríamos fazer caso da idade e que “os registros de nascimento e de óbito não passam de conspirações” contra o homem e a mulher. Permaneçamos firmes a respeito desta questão de nunca ter nascido, ao invés de afirmarmos sem refletir: “Não posso ser prejudicado pelo nascimento, que na verdade nunca aconteceu” e em seguida fazer caso de um aniversário ou desejar um feliz aniversário a uma outra pessoa. Porque havemos de celebrar algo que nunca aconteceu? Permitam-me deixar-vos aqui algumas questões que a Sra. Eddy nos coloca em Miscellany: “É Deus infinito? Sim. Criou Deus o homem? Sim. Criou Deus tudo quanto foi criado? Sim, Ele o criou. É Deus Espírito? Sim, é. O Espírito infinito criou aquilo que não é espiritual? Não. Quem ou que é que criou a matéria? A matéria como substância ou inteligência nunca foi criada. É o homem mortal um criador, material ou espiritual? Nem um, nem outro. Porquê? Porque o Espírito é Deus e é infinito; como tal, não pode existir nenhum outro criador, nem nenhuma outra criação. O homem é unicamente a Sua imagem e semelhança.

Sois vós Cientistas Cristãos? Eu sou. Aceitam como verdadeiras as declarações acima transcritas? Eu aceito. Então qual a razão destas comemorações de aniversários desprovidas de sentido, se estes não existem?” (pág. 235:15-26)

É comum a interrogação: “Que devemos pensar acerca dos presentes de aniversário? Afinal, essas ofertas são uma expressão de amor.” Todos nós ficamos felizes por dar um presente e é certo que apreciamos a idéia que incita uma outra pessoa a fazê-lo. Mas porquê associar a um presente os estigmas da ficção, da irrealidade e da mentira? Porquê ajudar a cavar uma sepultura, acrescentando a palavra “aniversário” a um presente? Há quem diga: “Eu não faço qualquer referência à idade, esse dia é apenas o meu dia.” Certamente, se assim o desejarmos, todos nós podemos atribuir a um dia um caráter especial, mas porque motivo escolheremos aquele em que nascemos? Porque não escolher uma outra data e consagrá-la como nossa? Um casal meu amigo ignora totalmente esses dias passando-os anonimamente e sem celebração.

Em vez de celebrar essas datas, preferem então comemorar o dia de S. Valentim, que de todas as formas, é um dia consagrado à expressão do amor. Assim, eles estabelecem um forma de comemoração, trocam presentes e fazem realmente desse dia especial o seu dia.

Já alguma vez pensaram como é fácil ver o nosso próximo perfeito, uma vez que se tenha tomado consciência do fato de que ele nunca nasceu? Foi isso que aconteceu numa determinada altura da minha vida, quando me era particularmente difícil ver a irrealidade das qualidades mortais desagradáveis de uma pessoa, e ver somente as qualidades de Deus. Depois, encontrei em Ciência e Saúde a afirmação de que a Ciência “(…) levanta a cortina e deixa ver que o homem nunca nasce (…)” (pág 557: 21-22) Então, baixei a cortina sobre a imagem de um mortal invejoso e egoísta e apeguei-me à imagem que a Ciência apresenta sobre o homem. Vendo o meu próximo como coexistente com Deus, foi-me muito mais fácil aceitá-lo como amoroso, honesto, sem medo, pleno de compaixão e generosidade. Persisti neste conceito, o verdadeiro conceito, e inútil será dizer, a situação harmonizou-se.

Sugiro-vos que naqueles casos em que nas vossas experiências vos seja, particularmente difícil adquirir a visão perfeita, baixem então a cortina sobre a imagem mortal e deixem que a Ciência vos revele a verdade sobre o ser real que nunca nasceu na matéria. Posso vos garantir que vereis o vosso próximo já não como um cigano e sim como o filho do rei.

Conscientizando-nos que jamais nascemos, devemos igualmente aceitar o fato glorioso de que nunca trocamos o céu pela terra. Vivemos, movemo-nos e possuímos sempre o nosso ser em Deus. Assim sendo, o nosso universo é o universo da consciência divina e a nossa história é a história eterna de que “tudo é Mente infinita e Sua manifestação infinita.” (C&S pág 468:10-11) Essa poderosa verdade revela que não existe nada que possa nos afetar, condicionar ou influenciar, senão Deus. No reino da consciência, no interior do qual habitamos, não existe nenhum relato de Adão e Eva capaz de lançar uma maldição sobre nós; não existe caos, destruição, carência, limitação ou conflito capaz de nos fazer sofrer; não existe nenhuma falsa teologia capaz de nos governar ou de impedir o nosso bem-estar, quer nós a apelidemos de Catolicismo, Protestantismo ou Comunismo; não existem leis médicas para nos aprisionar, e acima de tudo isso, não existe mente mortal capaz de exprimir medo, ódio, inquietação, tentação, inveja, abuso, mentira, desconfiança, e assim por diante. Por conseguinte, não existindo mente mortal, não há mesmerismo, magnetismo animal ou hipnotismo que nos influenciem. Todas as forças nocivas e destrutivas ligadas ao universo material e a uma história mortal são completamente falsas, postas a nu como absolutamente inexistentes pela verdade imortal de que o homem nunca nasceu na matéria.

É necessário compreender que não somente somos agora imortais, mas que sempre o fomos. Nunca houve um início de imortalidade. Uma assim-chamada existência material jamais pôde interromper a imortalidade. Em resposta à pergunta de Deus a Jó: “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra e (…) as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?” (Jó 38: 4, 7) nós podemos afirmar: “Estava lá com as estrelas da alva, rejubilando, junto aos filhos de Deus.”

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