"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quarta-feira, maio 31, 2017

Deus É

- Joel S. Goldsmith - 


A prece é nosso contato com Deus, a Fonte infinita de nosso ser, da qual não podemos ter nenhum conhecimento intelectual, e que temos chamado de Mente, Vida, Verdade, Amor, Espírito ou Infinito Invisível. 

Deus é o único princípio criativo do universo, o princípio criativo de tudo que É; e, como esse princípio opera a partir da Inteligência suprema, sem começo e sem fim, precisamos aprender a fazer contato ou a nos tornar um com Ele. A menos que aprendamos como fazer isso, não poderemos nos valer da Onipresença, Onipotência e Onisciência de Deus.

A prece, às vezes chamada de comunhão, é a via de acesso ao contato com Deus; através dela, descobrimos nossa unicidade com Deus, nós conscientizamos Deus. Ela é o meio de se trazer à experiência individual a atividade, a lei, a substância, o suprimento, a harmonia e a totalidade de Deus. Este é um dos pontos mais importantes que um estudante de sabedoria espiritual deve saber, praticar, compreender e vivenciar.

Na compreensão da infinita natureza de Deus, entendemos a infinita natureza de nosso próprio ser. “Eu e o Pai somos um” é o fato a nos garantir a natureza infinita do seu e do meu ser. Isto independe de sermos ou não estudantes da Verdade; depende de nosso relacionamento com Deus, pela natureza de unicidade desse relacionamento — unicidade. Em proporção ao nosso progresso, iremos cada vez mais ouvir a respeito da palavra “unicidade”.

Qualquer coisa espiritualmente válida a certo indivíduo, seja santo ou pecador, deverá ser aceita como válida para mim e para você, porquanto o relacionamento entre Deus e Sua Criação é de uma unidade universal. 

Ao nos ensinar que “Eu e o Pai somos um”, Cristo foi muito cuidadoso em nos assegurar que falava de meu Pai e de seu Pai. Estava revelando a Verdade espiritual universal. 

Que diferenciava a demonstração de Cristo Jesus da apresentada pelos rabis hebraicos da época? Que diferenciava a demonstração do Mestre daquela de seus alunos ou discípulos? Era o mesmo relacionamento! “Eu e o Pai somos um”— meu Pai e seu Pai! 

Neste relacionamento em Cristo Jesus, somos todos um, em termos de Verdade ou de Realidade espiritual; logo, a diferença residia na diferença de conscientização.

O Mestre conscientizou sua identidade verdadeira. 

Reconheceu sua relação com o Pai, com Deus, como a Fonte de seu ser. 

Reconheceu Deus como sua vida — pão, vinho, água. 

Reconheceu, portanto, sua substância ou suprimento como infinito, sua vida como eterna, sua saúde como perfeita. 

Todos estes fatores tinham origem no Pai, e passaram a lhe pertencer por herança divina; revelavam o direito, o privilégio e a experiência do elo Pai-Filho. “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo que é meu é teu.” 

O Mestre, em seu reconhecimento pleno dessa Verdade, podia demonstrá-la. Os discípulos, não tão convictos, não tão conscientizados, chegaram a demonstrar certo poder de cura e certo suprimento, embora em escala menor. O motivo: a diferenciação no grau de conscientização da unicidade.

O fato de você ouvir com seus ouvidos, ver com seus olhos, não constitui prece e não fará a sua demonstração; porém, se algo profundo em seu coração, uma certeza confortadora no íntimo de sua consciência lhe disser: “Sim, isso é a Verdade! Eu sei que somente nessa conscientização sou um com o Pai”, então será esta a medida de sua percepção da natureza da prece. 

A prece é a certeza da Verdade dentro de você. Ela nunca significa ir a Deus por alguma coisa; nunca significa desejar algo, exceto o desejo de conhecer Deus, ou tomar maior consciência de Sua Presença. Muitos estudantes, tão plantados na velha teologia ou na metafísica mental moderna, vivem na crença de que podem ir a Deus em busca de algo: saúde, suprimento, emprego, companhia ou cura; e acabam, em vista disso, adiando a própria demonstração de harmonia.

Nenhum bem lhe fará ficar a pensar em sua vida, sua saúde, seu suprimento; nenhum bem lhe fará dirigir-se a Deus munido de alguma requisição, pedido ou desejo, pois Deus nada possui que nEle possa estar retido, e Deus não retém coisa alguma que faça parte de Sua posse; Deus é ser ativo infinito. Tudo que Deus É, e tudo que possui, está fluindo constantemente em manifestação, expressão e forma. Será tolice alguém julgar que sua prece poderá influenciar Deus a acelerar a vinda de algo, ou fazer com que Ele lhe traga algum benefício.

A harmonia vem rapidamente à sua experiência, tão logo concorde que não há sentido algum em se dirigir a Deus em busca de algo. Lembre-se: quando digo “concordar”, falo de uma sensação de certeza, de uma concordância interna ou profunda convicção, e não de um mero falar superficial do tipo: “Sim, eu acredito, concordo com o Mestre. Sou cristão e aceito o seu ensinamento.” Esse tipo de aceitação é o mesmo que nada! Você pode sentir a veracidade desse fato? É capaz de sentir a verdade desta tremenda revelação do Mestre, de que “o Pai sabe que necessitais de todas estas coisas…que é de Seu agrado dar-vos o Reino”? Caso não se sinta convicto, não vá a Deus em busca de alguma coisa. Trabalhe dentro de você mesmo; ore no interior de seu próprio ser; realize uma comunhão interna, até perceber uma concordância, um sentimento de que o Mestre realmente sabia que o Pai conhece todas as suas necessidades, e que, antes que Lhe peça, é de Seu agrado dar-lhe o Reino.

A prece é um reconhecimento desta Verdade do amor de Deus por Sua própria Criação; é um conhecimento interior de que jamais o Pai abandonou a Sua Criação. Quando olhamos para o mundo e vemos doença, pecado, morte e calamidade, ficamos prontos para questionar tudo isso; porém, nesse procedimento, estaremos desconsiderando a sabedoria de João, quando nos adverte: “Não julgueis pelas aparências, mas segundo julgamento justo”.

Temos nos dedicado a ver com os olhos e a ouvir com os ouvidos, quando deveríamos estar vendo com os olhos interiores e ouvindo com os ouvidos interiores, com aquela percepção espiritual que não julga pelas aparências, mas pelo julgamento espiritual. 

E então, saberíamos que todo pecado, doença, morte, carência, limitação e caos, reinantes no mundo de hoje, surgem por um só motivo, e surgem àqueles que vivem pelo sentido material; àqueles que ainda estão voltados a querer ou desejar obter, adquirir e buscar alguma coisa; àqueles que desconhecem a natureza infinita de seu próprio ser, bem como o fato de que, devido a ser infinita esta natureza, eles deveriam DEIXÁ-LA SE EXPRESSAR a partir deles próprios, em vez de viverem tentando acrescentar algo à infinitude.

A prece comumente aceita, ortodoxa ou metafísica de cunho mental, deve falhar por ser na maioria tentativa de se obter algo, acrescentar algo, realizar algo ou receber algo, quando a natureza infinita de nosso ser, um com Deus, implica em estarmos com nossos “recipientes” já lotados. Tudo que é do Pai é nosso! Algo mais nos poderia ser acrescido? Browning, o grande poeta, registrou em seus versos o segredo maravilhoso: “A Verdade está dentro de nós mesmos… e o conhecimento… consiste em abrirmos espaço para que escape o esplendor aprisionado…”.

Quando julgamos pelas aparências, submetemo-nos à crença causadora de toda confusão e discórdia da existência humana: o julgamento do bem e mal. Isto é bom; aquilo é mau; assim rotulamos tudo! Naturalmente, aquilo que hoje é chamado de bom, pelas mudanças de regras sociais poderá ser chamado de mau amanhã. E coisas hoje ditas muito más, talvez se tornem normais, naturais e comuns a todos no amanhã. Porém, não estaremos vendo assim enquanto estivermos julgando pelas aparências. Estaremos julgando segundo os padrões atuais da sociedade ou tradições do momento, regras a nós impostas; desse modo, instantaneamente rotulamos tudo como coisa boa ou má, julgando tudo com base em opinião, crença e teoria humanas. Enquanto estivermos encarando o mundo com olhos humanos, sempre estaremos achando algo bom e algo mau, muito embora essa classificação se altere a cada geração que passa.

Para que haja uma compreensão correta da natureza da prece, precisamos, neste instante, abandonar nosso julgamento humano em termos de bem e mal. Não podemos continuar a enaltecer nosso senso de sabedoria psicológica, permitindo-nos julgar as pessoas de nossa família, do círculo profissional ou de nossa comunidade. Deveremos deixar de lado nossas opiniões de bem e de mal, de inteligência ou de ignorância, de honestidade e desonestidade, de moralidade e imoralidade, para termos condição de ver cada indivíduo sem qualquer condenação, sem qualquer crítica e sem qualquer julgamento, unicamente estabelecidos na "percepção de que Deus É!"

Deus É; A Vida É. Não nos é permitido fazer qualquer julgamento que ultrapasse esse ponto. Deus É. Trata-se de um treinamento para deixarmos de emitir opiniões. É muito fácil e agradável, para o ego de alguém, ser um bom juiz da natureza humana, ser humanamente capaz de avaliar aqueles que encontra; e, humanamente, talvez ele até esteja julgando certo. Entretanto, se ficarmos olhando o mundo e julgando a humanidade, colocando rótulos nas pessoas, e permanecendo no âmbito das opiniões e análises humanas, somente atrairemos confusão. 

Há uma só forma de escaparmos disso tudo e ficarmos apartados: concordando que Deus fez tudo que foi feito, e que tudo que Deus fez é bom; concordando que Deus, Espírito, é a vida, a Alma, e a mente do ser individual. Como poderíamos aceitar um ensinamento que revela Deus como a Vida de toda a existência, como o Princípio criativo de todo ser, e, paralelamente, ficarmos classificando alguma coisa como boa ou como má?

A mulher flagrada em adultério não foi rotulada pelo Mestre: “Mulher, onde estão os teus acusadores?… nem eu, também, te condeno”. E ao cego de nascença, “Nem este homem pecou nem seus pais.” 

Você está percebendo a necessidade de se abandonar toda censura, toda condenação que se fundamenta em aparências? Toda revelação ou ensinamento espiritual registrado desde 1500 AC. está baseado nos postulados: “Ame a seu próximo como a si mesmo”, e “Faça aos outros o que gostaria que lhe fizessem”. A prece é nosso contato com Deus, e não teremos contato algum com Ele, a menos que amemos nosso próximo como a nós mesmos. O primeiro passo para conseguirmos amar verdadeiramente aos nossos irmãos é cessarmos com todos os nossos julgamentos em relação a eles. 

Quando os julgamos pelas aparências, imediatamente os condenamos, uma vez que não estaremos vendo-os como Deus os criou, mas reforçando com a nossa visão uma aparência ilusória. Quando aprendemos a olhar com a visão correta para o nosso próximo, isso já é amor.

Esta prática, logicamente, nos irá tirar de muitas das nossas discussões de cunho político ou social, pois não seremos mais capazes de culpar familiares, amigos, sócios ou lideranças políticas pelos nossos problemas, circunstâncias e depressões. Isto nos exigirá disciplina, e irá nos exigir mais o seguinte: um profundo e grandioso amor a Deus. Ninguém poderá penetrar na sagrada atmosfera de Deus exalando críticas, julgamentos e condenações referentes ao próximo. “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti; deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta” (Mt.5:23-24.)

Não é possível que haja demonstração espiritual enquanto continuamos presos às opiniões humanas de bem e mal. Quando olhamos para o mundo sem opiniões, julgamentos ou rótulos— mesmo os bons—, conscientizando que DEUS É, criamos uma espécie de vazio interior. Neste vazio aflora a sabedoria espiritual capaz de definir e avaliar o que está diante de nós, e isto se mostrará inteiramente diferente de nossa estimativa humana. Chega-nos à consciência uma espécie de calor, uma sensação de amor pela humanidade, e a percepção de que Deus é a totalidade da Existência. Quando alguém contempla esta revelação da verdade espiritual, encontra-se pronto para dar o passo seguinte: o passo que o torna um praticista de cura espiritual, um salvador, um reformador, um supridor no universo aparente.

Este é o momento em que devemos olhar para toda condição, seja de prisão em cárcere, em corpo doente, em falta ou limitação, sem lançarmos opinião de bem e mal. Devemos poder encarar qualquer situação e circunstância com a conscientização de que DEUS É. Ser-nos-á requerido um elevado grau de consciência espiritual, para olharmos uma doença séria e sermos capazes de contemplar o Cristo. Isto não quer dizer que olharemos para o pecado, a doença, a pobreza, o cárcere, para rotularmos tudo aquilo de “bom”. Não significa que faremos afirmações mentais de que aquilo é espiritual ou harmonioso; tampouco consideraremos que algo seja “mau”, munidos da intenção de superá-lo, melhorá-lo ou curá-lo. Não, não, não. Falamos de um abandono/desapego de todo julgamento humano, na conscientização de que somente DEUS É - DEUS, SOMENTE, É .

Talvez você pergunte: “Que princípio está aqui envolvido?” No reconhecimento de Deus como infinito, poderia você admitir um doente, um pecador, uma condição de pecado ou de doença? Poderia você aceitar uma pessoa ou condição necessitada de cura, mudança ou melhoria? Não, não poderia. Que ocorre quando você testemunha o que o sentido humano chama de “erro”, e ora para removê-lo? A resposta é uma só: ocorre o fracasso.

Lembre-se: você não foi chamado para olhar pessoas e condições errôneas e chamá-las de boas ou espirituais, nem para dizer que uma pessoa em erro é o Filho de Deus. Uma pessoa assim não é o Filho de Deus. Você foi chamado para eliminar toda opinião, teoria ou crença, deixando de lado todo julgamento. Não declare que algo ou alguém seja bom. Disse Cristo: “Por que me chamas bom? Não há ninguém bom, exceto Deus.”

Não vamos chamar nada nem ninguém de bom, mas também não chamaremos de mau. 

Aprenderemos a olhar para qualquer pessoa e condição com apenas duas palavrinhas: "DEUS É", ou "ELE É" . É — É— É: … nunca “será” curado, melhorado, removido. DEUS É . A Harmonia É. Ele É! ELE É AGORA!

Na percepção de que DEUS É, será revelada toda entidade e perfeição espiritual. E então, você não estará vendo o mal humano transformado em bem; não estará vendo pobreza humana transformada em riqueza; não estará vendo doença humana transformada em saúde; não estará vendo culpa humana transformada em virtude; entretanto, estará percebendo a atividade e Lei de Deus presentes exatamente onde parecia existir uma pessoa boa ou má, uma condição boa ou má.

Não buscamos transformar uma humanidade má em humanidade boa. 

O objetivo deste trabalho e estudo é alcançar “aquela Mente que estava em Cristo Jesus”, isto é, alcançar o mesmo estado de consciência espiritual manifestado por ele, a fim de contemplarmos o mundo espiritual, o homem espiritual, o Filho de Deus. “O Meu reino não é deste mundo”. 

O reino de Deus é um reino espiritual, um universo espiritual, governado por lei espiritual. Ele é uma SUBSTÂNCIA espiritual sem começo e que não terá fim.

Podemos compreender melhor esse fato se analisarmos que jamais houve um tempo em que duas vezes dois não fosse quatro. Nunca houve tempo em que uma semente de roseira deixasse de produzir rosa. 

A lei “semelhante produz semelhante” vem vigorando desde antes que o tempo existisse. Ela sempre foi, é e será. A oração, no sentido comum de prece, não irá provocar esse efeito. Todo “bem” JÁ É.

Mesmo no âmago das chamadas “depressões econômicas”, a terra continuava abarrotada de frutos, os oceanos repletos de peixes, os céus repletos de pássaros. Deus não tem poder para aumentar o Seu suprimento. JÁ É INFINITO! É maior do que a terra possa usar. Ele ainda é, apesar da aparente falta de provisão e dos preços elevados que somente a ignorância é capaz de explicar. O mundo está produzindo mais do que pode consumir ou utilizar. Orar a Deus por aumento de suprimento irá realmente fazer crescer a quantidade de produtos ou benefícios? NÃO! Já existe mais que o suficiente para o mundo todo!

Naturalmente, uma pergunta poderá surgir: “Como nos valeremos desta suficiência?”. Resposta: “Através da prece.” 

Que é prece?

A prece é este sentimento, esta convicção, este saber interno que estas palavras são verdadeiras. DEUS É. Você mudaria esse fato? Mudaria algo feito por Deus? Pediria melhorias no universo de Deus? Pediria a Deus para deixá-lo influenciar as leis, a substância e a atividade de Sua própria criação? “Sim, mesmo que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo.”(Salmo 23:4.) DEUS É. Teríamos de orar por algo mais? O sentimento de certeza da declaração “DEUS É”, constitui a sua prece. Exatamente agora, ela lhe será o bastante, desde que possa você abrir mão de todos os seus desejos, vontades e mesmo esperanças, para deixar este sentimento, esta realização, conduzi-lo a planos mais profundos de consciência, fazendo-o penetrar nos reinos mais profundos da prece. DEUS É. Isto não basta?

Agora eu reafirmo: não julgue pelas aparências. Olhe para cada pessoa, cada coisa, cada situação, munido somente desta compreensão: DEUS É! A partir daí, deixe a Realidade Espiritual se tornar visível pela ação de seu Pai interior.


segunda-feira, maio 29, 2017

Divina presença

- Joel S. Goldsmith -


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Quando o Mestre Jesus Cristo disse: “Eu, de mim mesmo, nada posso; o Pai em Mim é quem faz as obras”; e Paulo afirmou: “Não mais eu quem vive mas o Cristo vive em mim” – revelaram a quarta dimensão da vida, na qual “não só de pão vive o homem” e nem por sua vontade, esforços ou sabedoria pessoais.

Chega um momento, em nossa experiência, em que já não somos unicamente nós (aspecto humano), senão que alargamos nossa consciência para a percepção de uma Presença interna. 

Este momento de transição ocorre quando esta Presença se nos torna real e assume a direção de nossa vida. 

A partir desta experiência, não mais ficamos “cuidadosos com a nossa vida”, porque sentimos sempre a proximidade desse Algo – que é o Cristo ou Presença divina – que harmoniza nossa experiência diária.

Nesta experiência de transição, deixamos de ser meramente seres humanos (que elaboram os próprios pensamentos, planejam as próprias vidas e resolvem seus assuntos particulares) para atingir um nível de consciência em que sentimos realmente esta Presença interior. 

Vivemos, então, como que separados um pouco de nós mesmos – digamos, uns dois ou três centímetros – passando a observar, como simples espectadores, o modo como estamos vivendo.

Se neste momento estamos na esfera profissional, vemos que nos chegam outros negócios dos quais não somos responsáveis – ou seja: sobre cuja realização não fizemos esforços pessoais. Se somos escritores, músicos, etc., recebemos idéias e temas com os quais jamais havíamos sonhado e que inspiradamente nos chegam do íntimo. Sabemos, então, que não os estamos gerando, mas que são dados por uma Graça interna.

Se estamos empenhados num Trabalho Espiritual, de cura ou pregação, vemos que  pacientes e estudantes nos são encaminhados, mas será o Espírito quem os sanará e ensinará.

Compreendemos, então: “Vivo – mas não eu, senão que o Cristo é Quem vive minha vida. Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.”

Em tal estado, convertemo-nos no instrumento consciente de ação da Consciência divina. 

Então compreendemos a citação do Mestre: “Não sou eu quem faz as obras, mas o Pai que mora em mim é Quem as faz”.

Jesus queria significar que de seu próprio conhecimento ou esforço ele nada podia fazer, senão que era a atividade da Verdade, em sua Consciência, que tornava possíveis os milagres de cura, de conforto ou de alimentar multidões.

Vimos a ser, pois, o veículo através do qual a vida vive a si mesma ou o mensageiro levando a divina Mensagem. Sabemos que já não estamos vivendo a própria vida, senão que a Presença e o Poder a estão vivendo, fazendo de nossa instrumentação humana o seu modo de expressão ou meio de atividade. 

Esta vivência nos permite entender claramente porque o Mestre disse: “Eu e o Pai somos um, mas o Pai é maior que eu”. Não que isto sugira dualidade ou separação, que seria um retorno à crença ultrapassada em um Deus separado do homem. 

Já aprendemos que Deus Se manifesta individualmente como Eu e Tu, o que vem mostrar que Eu Sou, Deus, embora sendo um Princípio infinito, universal, divino, da vida, aparece como eu e tu individuais, de modo que, em verdade, “Eu e o Pai somos um”: o Ser interno a exprimir-Se como o indivíduo externo.

Não obstante, todas estas colocações não passam de meras declarações da verdade, até o momento mesmo de nossa transição, em que a experiência interna converte estas idéias em verdade viva, em realidade palpável. Aí estas declarações da Verdade cedem lugar à Presença interna, que se torna uma experiência real.

Ao alçar-nos a este lugar na Consciência, em que o Cristo vive as nossas vidas, constatamos, ao mesmo tempo, que o Cristo mantém e provê nossa existência inteira, suprindo-nos vitalidade, iniciativa, inteligência, amor, persistência, valor e saúde, necessários ao cumprimento de nossas metas.

Ele também nos subministra recursos materiais suficientes, reconhecimento e prestígio, já que, havendo tomado o leme de nossas vidas, pode manejar todas as coisas devidamente, na amplitude de nosso nível, promovendo a realização total de nossa vida. Ele vai adiante de nós, proporcionando transporte, hospedagem, oportunidades e êxito em tudo que empreendemos.

Aqueles que se ocupam do Ministério Espiritual logo verão que este Infinito invisível supre tudo o que é preciso para a completa manifestação da mensagem, posto que “o meu ensino não é meu, e sim d'Aquele que me enviou”. 

Tudo o que seja necessário à expressão da Mensagem e, quem quer que seja o inspirado ou Mensageiro, tenhamos a certeza de que será apoiado, sustido e suprido por Aquele que é a Fonte e a Inspiração da Mensagem.

Quer esteja no exercício de atividades comerciais, quer nas artes, numa profissão liberal ou nos deveres do lar,  a pessoa inspirada sente-se, de imediato, liberta de toda responsabilidade pessoal, na medida em que o Infinito Invisível se converte na Alma e atividade de seu ser.

Compreendamos, agora, que quando Jesus fala do Pai que está nEle, refere ao Poder e à Presença divina que lhe animaram o sere que constituía o poder curativo, o poder que multiplicou pães e peixes, o poder que apaziguou a tempestade, o poder que ressuscitou Lázaro dentre os mortos.

Da mesma forma, compreendemos o que disse Paulo, quando fala que tudo podia através de Cristo, aludindo ao Poder divino a que chamamos de “o Infinito Invisível”. Foi esse Poder que possibilitou ao “Apóstolo dos gentios” cumprir sua missão de levar a mensagem cristã ao mundo de sua época. Ele recebia desta Presença interna a força, a inspiração, a coragem e todo sustento.

“O Pai que mora em mim é Quem faz as obras” (de Jesus) e o “Cristo que me fortalece” (de Paulo) são um e o mesmo Espírito interno, a mesma Consciência da Verdade que supria o povo prometido como maná, e o guiava “como nuvem durante o dia e coluna de fogo durante a noite”, através da realização de Moisés; que aparecia como tortas assadas sobre a rocha, como corvo trazendo alimento, ou como uma viúva oferecendo alimento, através da realização de Elias; na forma de cura maravilhosa, à porta do Templo, chamada Formosa, pela realização de Pedro e João.

“O mesmo Espírito que ressuscitou Jesus dentre os mortos, dará também a vida a vossos corpos mortais”.


quinta-feira, maio 25, 2017

Apenas testemunhe o poder da Verdade em ação


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Um problema só pode existir no âmbito da chamada mente humana universal, e se expressa através do indivíduo. Se, de sua parte, houver uma recusa no sentido de permitir que o problema flua por você, ele será um problema morto. Os problemas nada mais são que a crença universal em dois poderes. 

Quando você reconhece esse fato, aceitando a Deus como Onipotência, ou seja, a SUBSTÂNCIA ESPIRITUAL COMO ÚNICO PODER, o problema é destruído no local único de sua existência: na mente humana universal, na mente que vê matéria. 

Na Antiguidade, deu-se à origem do mal o nome de “diabo”. O diabo não é nem nunca foi uma pessoa. O diabo, ou mal, é algo de natureza impessoal. É possível que ele apareça como pecado, delinquência juvenil, falso desejo, doença incurável, pobreza, ou morte. 

Entretanto, seja qual for o nome ou natureza, aquilo que se põe à sua frente é um mal único. Empregamos para ele a designação “mente carnal”, dada por Paulo, ou algum outro termo, como “aparência” - matéria, por exemplo. 

A discórdia não é uma entidade ou identidade física; ela é uma “aparência”, um produto da mente carnal: a crença em dois poderes.

Em vez de se preocupar com a natureza específica de algum problema, instantaneamente conscientize: “Ah, eis aqui o meu velho amigo Satanás, mente carnal, aparência.” Partindo disso, reconheça que, pelo fato de ser Poder somente aquilo que é de Deus, esta aparência ou sugestão não possui nenhum poder, lei, continuidade, enfim, nada que a possa apoiar.

Quando você puder aceitar a Deus como Onipotência, simplesmente dará suas costas à ilusão, em todas as suas fases, e seguirá adiante. 

Porém, a maioria não é capaz de agir assim. Pelo contrário, argumenta com o erro, enfrenta-o, e até faz oração levando em consideração a sua existência. 

Mas, uma vez reconhecido que Deus é Onipotência, não sobrará nada para você considerar em suas preces. Elas serão, a partir daí, constituídas de uma comunhão com Deus, de uma alegria no Espírito. Serão preces de reconhecimento, de encontro com Deus, sem aquela atitude de pedir-Lhe algo, ou de tentar usá-Lo como um poder.

Quando compreender a Deus como Onipotência, estará habilitado a se livrar do mal sob todas as formas, mediante as seguintes palavras: “Nenhum poder terás sobre mim, a não ser que tu venhas de Deus. Ao lado de Deus não há nenhum outro poder; e o Poder divino é presente tanto no céu como exatamente aqui onde eu estou.”

Ao se deparar com algo de aparência maligna, para abordá-lo sob o ângulo espiritual, parta do princípio de que o mal não é poder.  Além disso, compreenda também que sua intenção não será a de tentar transformar mal humano em bem humano. Não quererá substituir uma condição humana por outra também humana. Certifique-se disto! Ao defrontar-se com a doença, não tentará mudá-la para saúde. Ao defrontar-se com a morte, não tentará transformá-la em vida. Ao defrontar-se com alguma perda, não tentará mudá-la para ganho.

Bem, se nada daquilo deverá ser feito, que fará você?  Será preciso que conscientize que tanto a perda humana quanto o ganho humano não têm qualquer importância.  Se você desfrutasse da melhor saúde do mundo num minuto, nada impediria que, no minuto seguinte, você pudesse cair morto. 

Quando encarar uma aparência do mal, jamais tente mudá-la para o bem. Conscientize o não-poder e a natureza ilusória de ambos: do mal humano e do bem humano; assim, sua prece poderá ser: “Deixai-me testemunhar a Verdade espiritual, a harmonia espiritual, e o bem espiritual”. 

Isto significa se elevar acima do par de opostos.

Você não poderá retornar ao Jardim do Éden enquanto não se elevar acima do bem e do mal. Enquanto ficar insistindo em simplesmente trocar o mal pelo bem, ou transformar o mal em bem, você não estará no paraíso,pois, apesar da obtenção de certa parcela de bem, novamente ele poderá voltar à sua condição de mal anterior. 

Não sabemos de pessoas que se esforçaram, conseguiram acumular fortunas, e que posteriormente acabaram na miséria? 

Ou de algum atleta, ou mesmo um inovador de métodos de boa saúde, que conseguiu formar um físico perfeito, após intenso esforço, mas que no fim voltou a apresentar uma deplorável condição física? 

Não vimos pessoas que lutaram em busca da própria integridade moral, mas que se deixaram posteriormente ser levadas pela corrupção, se autodestruindo física, mental, moral ou financeiramente, apesar de toda retidão por elas apregoada?

O mal não pode ser vencido pela força ou pelo poder. Não existe essa coisa chamada “vitória sobre o mal”, a não ser quando nos preparamos para “a vinda daquele a quem pertence o juízo”. 

Assim que aprendermos a encarar a doença sem lutar ou tentar dominá-la, permanecendo sentados ao seu lado, em silêncio, à espera de que o Espírito em nosso interior dê Seu testemunho, teremos estabelecido a saúde de natureza permanente, que não precisa ser obtida repetidas e repetidas vezes. 

Do mesmo modo, quando os falsos desejos são dominados pela força de vontade, lutando contra eles, em muitos casos o resultado conseguido não é duradouro; porém, quando são suplantados espiritualmente, o efeito se evidencia como uma permanente bênção.

Ao nível da humanidade, assumir a atitude de “não resistais ao maligno” não passa de se conceder ao adversário uma vantagem sobre nós. 

No caminho espiritual, contudo, isto não é verdadeiro. 

Ao nos depararmos com problemas de saúde, morais, financeiros, ou com alguma outra forma de mal – injustiça, desigualdade –, se conseguirmos resistir à vontade de querer transformar esse mal em bem,complementando com o desejo de sermos testemunhas da Presença e Poder espirituais, por certo constataremos a manifestação da harmonia.


segunda-feira, maio 22, 2017

Amar ao próximo como a ti mesmo (Goldsmith)


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"Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne. Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça. Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus." (Romanos 8: 1-14)


Espiritualmente, somos igualmente herdeiros de Deus, filhos de Deus – herdeiros, co-herdeiros. Humanamente, Deus nem mesmo nos conhece. 

Não somos sequer conhecidos por Deus humanamente. Se Deus conhecesse seres humanos, todos seriam perfeitos. Se Deus conhecesse seres humanos, todos haveriam de ser saudáveis, prósperos e sábios. 

Se Deus conhecesse seres humanos, jamais um deles morreria. Deus não conhece seres humanos – não conhece humano algum, porque os humanos seguiram o caminho da carne. 

Para sermos conhecidos de Deus nós devemos ser filhos de Deus, herdeiros de Deus; e, para sermos filhos de Deus ou herdeiros de Deus, precisamos fazer algo. Como vínhamos aceitando esta criação dualista, esta crença no bem e no mal, esta egoidade apartada de Deus, esta imagem de nós mesmos, e que não constitui o ser que somos – aceitando, entretanto, tudo isso até agora, teremos de fazer alguma coisa. 

E a missão toda de Cristo Jesus – sua missão integral – foi nos mostrar o que nos caberá fazer para nos tornarmos filhos de Deus novamente – sermos restabelecidos no reino de Deus.

Jesus ensinou-nos aquilo que devemos e aquilo que não devemos fazer. Apontou-nos que não devemos agir segundo a lei do “olho por olho, dente por dente”. Não devemos retribuir o mal com o mal. Muita coisa nos disse sobre o que não devemos fazer; porém, ele principalmente nos apontou aquilo que devemos fazer: “Ama o próximo como a ti mesmo”. 

Sim, logicamente, todo aquele sob a cobertura do céu conhece esta declaração: “Ama o próximo como a ti mesmo”. Isto se tornou um clichê mundial. 

Mas, diga isto francamente às pessoas, de homem para homem ou de mulher para mulher, e elas lhe dirão: “Sim, entretanto isto não é nada prático! Era correto para Jesus, mas não para nós.” Elas não poderiam estar mais distante da verdade. Não puseram isto em prática, e não puderam testemunhar a sua praticidade. E isto não apenas é muito prático, mas, para ser franco, constitui a maneira única de nos restabelecermos no reino de Deus.

O amor não anseia por retorno ou recompensa: assim, se algo que porventura estiver fazendo contiver qualquer desejo de recompensa, reconhecimento, gratidão, aquilo se torna um trato, nunca amor.

Quando duas pessoas, que dizem se amar, assumem a atitude do tipo: “Você fará isto, enquanto eu farei aquilo”, saibamos que isso não é amor. Será um acordo. Amor é o que uma pessoa sente e executa sem o mínimo sinal de expectativa ou desejo de recompensa.

A melhor maneira de se explicar, está em pensar naquilo que fazemos por nossos filhos. Certamente não teríamos a intenção de fazer algo por eles na esperança de receber gratidão. Não, faríamos por aquilo ser nossa função como pais.

Se você conseguir expandir a mesma atitude com relação a todos, poderá eliminar de seus relacionamentos humanos todo tipo de discórdia. Os conflitos não surgem exatamente porque você aguarda algum retorno por algo que tenha feito? Ficando nessa expectativa, estará violando a lei espiritual.

Tudo o que lhe deve chegar na vida, deve provir de Deus, não de homens - tudo. 

Deve ser, para você, privilégio e alegria fazer todo o trabalho que lhe for dado com o máximo de sua capacidade, não por recompensa, reconhecimento, gratidão, mas porque ele deve ser feito, e a única forma de você se realizar será fazendo-o dando o máximo de si.

Sua recompensa, sua compensação e a harmonia de sua vida devem vir de Deus, não de homens. 

Assim, se alguém retiver gratidão, reconhecimento ou recompensa, estará prejudicando a si mesmo, e não a você. 

A gratidão é um dos maiores atributos do amor, e uma pessoa que não estiver repleta de gratidão estará vazia de amor, que, na verdade, significa estar vazia de Deus. 

Uma pessoa que não é agradecida, que não colabora, que não compartilha nada, nunca está prejudicando a outra pessoa. Estará prejudicando somente a si própria.

No meu entender, tudo que fazemos deve ser feito pela realização de Deus como nosso próprio ser. Um funcionário que se dirigir ao local de trabalho, esquecido de patrão, esquecido do valor do salário, executando tudo com o máximo de sua habilidade, logo estará sendo considerado indispensável, e terá sua recompensa.

Se ela não lhe chegar naquele emprego, virá em algum outro, porque se o empregador atual não for capacitado a notar este seu talento e bom desempenho, algum outro surgirá para fazê-lo, e acabará por contratá-lo. 

O ponto principal é que ninguém deverá jamais trabalhar meramente na expectativa de ser recompensado, pois sua recompensa poderá vir de outra direção.

O mesmo é válido nos lares: ninguém deverá fazer as coisas somente por reconhecimento ou gratidão, mas por aquilo ser o que lhe cabe fazer, e que deverá ser feito ao máximo de sua capacidade, na certeza de que a recompensa e reconhecimento virão de Deus, não de homens. 

Relacionamentos harmoniosos poderão ser mantidos somente nessa base. Se você investir em cada relacionamento o que lhe é devido, a harmonia é obrigada a acompanhar.

O Sermão da Montanha deve se tornar, para nós, um conjunto de princípios de vida. Deve ser considerado o padrão de nossa existência, se é que trabalhamos para sair da mortalidade rumo à imortalidade, para deixarmos ser alguém da terra, um homem natural, para, uma vez mais, sermos o Cristo. 

Há certas coisas que precisam ser feitas. Não devemos estar apreensivos quanto à nossa vida. Esta recomendação elimina todo tipo de oração por você mesmo, não? “Não esteja apreensivo quanto à sua vida”. Tente pôr isso em prática, e constatará quão louco poderá ficar, graças a Jesus e graças a mim. A Jesus, por ter ele dito isso primeiramente, e, a mim, por tê-lo lembrado disso. 

Observe como é difícil parar de orar por você mesmo, pela sua vida, pelo que irá comer ou beber, ou pelo que irá vestir. E, também, pelo transporte que irá ter, pelo lar que irá possuir, ou pela companhia que irá ter. Pense em varrer todas estas coisas de sua mente, a fim de poder ser filho de Deus, a fim de poder buscar a dimensão divina, o reino de Deus – o Meu reino que não é deste mundo. Você não conseguirá aplicar o Meu reino, a Minha graça, o Meu poder ou a Minha paz em cima “deste mundo”.

Tenho pedido aos nossos alunos, e continuarei a pedir, que eles dediquem um período de suas meditações diárias somente a Deus. Não por eles próprios, nem suas famílias, não por seus negócios, nem por seus pacientes ou alunos, e nem mesmo pela paz na Terra, mas tão-somente por Deus. 

Em outras palavras, que reservem um período de meditação em que irão a Deus com mãos limpas.

Conscientize:

"Pai, não busco nada. Não estou pedindo nada para ninguém. Não vim aqui para obter algo nem realizar algo. Estou aqui com o mesmo espírito com que iria ver minha mãe onde ela estivesse disponível. Apenas para visitar. Apenas para comungar. Apenas para amar. O amor entre minha mãe e eu é de tal natureza que adoraria me sentar perto dela, andar com ela, me sentar a seus pés, ou ficar em seu colo. Adoraria estar na companhia dela, sem me importar se por dias, semanas, meses, ou se ocasionalmente, apenas pudesse contar com 2 ou 3 minutos de seu tempo. Nada desejaria dela. Nada estaria buscando. Apenas a alegria de estar em sua companhia, sentindo a alegria que flui naturalmente da mãe pra um filho, pra uma criança. Por isso estou aqui hoje. Você é o Pai e a Mãe de meu ser. Você é a Fonte de minha vida. Você é minha Alma, o meu Espírito. Você é Aquele que me faz pulsar. E eu venho neste momento apenas pela alegria da comunhão. Não tenho favores a pedir. Nem desejos. Passemos este momento juntos, em comunhão. De tal forma que, onde Você estiver, eu esteja. E que eu me lembre de que onde eu estiver, Você estará, por sermos um. Apenas pela jubilosa percepção de que estou em Você e Você em mim. Sim, e se possível, sentir a certeza de Sua Mão na minha, ou um toque de Seu dedo em meu ombro. A Sua Presença me basta, é Tudo! A Sua Presença!"


quinta-feira, maio 18, 2017

Paz: o Segredo da Vida Espiritual

- Joel S. Goldsmith -

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou;
não vo-la dou como o mundo a dá.
Não se turbe o vosso coração,
nem se atemorize.”
(João 14;27)


Minha paz, a paz de Cristo! Têm-se efetuado mais curas em absoluto silêncio do que com todos os argumentos elaborados por todos os metafísicos conhecidos na história do mundo.

Quando te pedirem ajuda, senta-te e fica em paz. Não penses nada: senta-te e espera. Espera. Espera pacientemente que a paz de Cristo desça sobre ti. E então, nesse momento de paz, calado, testemunharás a cura.

O único valor do tratamento consiste em nos elevar a um nível de consciência que nos permita o desdobramento da consciência espiritual. Agora, porém, estamos numa posição diferente daquela em que procurávamos curar por meio de tratamentos. Já atingimos em ponto, em nosso desenvolvimento, que nos facilita encetar o próximo passo ascensional.

Embora a princípio tivéssemos necessitado de argumentos mentais, de afirmação e negações, agora não recorreremos mais a tal método. Aprende a sentar-te e relaxar os músculos. Não importa se o caso for de pecado, doença, morte ou desemprego.

Senta-te e descontrai os músculos. Não tentes resolver o problema. Não tentes trabalhar sobre ele. Não tentes tratar dele. Senta-te descontraído e, em silêncio, cria uma espécie de vácuo para que Deus, o Cristo, se precipite nele. Senta-te e abandona a ideia de que a mente humana possa curar: o curador é o Cristo, ou seja, a Substância Espiritual Única Eterna, permanente e Invisível.

A essência de todo o nosso trabalho é esta: Deus é, Deus está presente. Deixemos, pois, que Deus trabalhe em nós e por meio de nós na execução de Seu plano.

Ao invés de ficares a repetir "Deus, Deus, Deus", deixa que Ele realize Sua obra, visto que "Ele é".

"A minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo".

O mundo pode dar-nos certa espécie de paz. Pode proporcionar-nos um lugar sem ruídos, um sítio tranquilo ou um passeio marítimo. Esta é a paz que o mundo nos pode oferecer.

Aqueles que viajam para lugares distantes, vão consigo mesmos e regressam a seus lares consigo mesmos. Não podem fugir de si mesmos. Quem tem problemas leva-os consigo aonde quer que vá. Devemos abandonar tais esforços inúteis

A mente humana não é o Cristo. Há muitos anos que se vêm fazendo esforços mentais em tentativas de curas. Entretanto, diz a Bíblia: "Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos".

O que adianta tudo o que temos pensado? A verdade é que a mente humana não desempenha nenhum papel na realização da cura. O trabalho de cura espiritual é feito exclusivamente pelo Cristo, ou seja, pela essência divina presente em todos nós.

Cura espiritual é aquela que resulta da autorrealização consciente em Cristo - a Substância Espiritual que permeia todas as aparências -, não de argumentos mentais, nem do emprego de meios externos, como a medicina e a cirurgia.

"A minha paz vos dou". Nessa paz que excede todo o entendimento, nessa quietude, nesse silêncio é que o poder de Deus se manifesta e executa o trabalho.

Muitos nos procuram parecendo querer somente pães e peixes, ao invés de buscarem a Deus por Deus mesmo. Não devemos preocupar-nos com isto. Não nos devemos preocupar com o que parecem querer. Continuemos cantando nossa canção. Os que puderem a ouvirão; os outros talvez ainda não estejam aptos a ouvi-la.

Constatarás que sempre se operam mais curas ante um sorriso, ante o simples reconhecimento da presença de Deus, do que por esforços mentais. E essas curas são mais autênticas, mais suaves e duradouras, porque resultam da descida do Espírito Santo, ou seja, do próprio Cristo, ao penetrar na consciência humana e banir as crenças errôneas dos sentidos físicos.

Que é o que se requer para andar sobre as águas e acalmar tempestades? Algum argumento mental? Alguma negação? Alguma afirmação? O que Jesus disse à tempestade foi: "Paz! Fica quieta!" E foi o bastante: Paz! fica quieta!

Todos aqueles que tem feito trabalhos de cura sabem que ela se opera quando se experimenta essa sensação de paz, esse estado de autorrealização em Cristo - a essência espiritual única. O que talvez não conheçam é o porquê da cura.

Permitam-me explicá-lo: É porque nesse estado de consciência, nessa paz, o curador não luta, não opõe resistência ao erro ou falsa crença.

Isto me deu o que pensar. Foi a minha primeira experiência de cura pelo esquecimento da doença.

Isto eu aprendi por experiência no meu primeiro ano de serviço de cura. Um homem que sofria de tuberculose foi levado ao meu gabinete por um amigo. Ao atendê-lo, ele mencionou sua dificuldade em comer alimento sólidos, por sofrer de piorréia, e pediu-me que o curasse disto também. Assegurei-lhe que sim. Mas esqueci-me completamente da promessa que fizera. Na manhã seguinte ele me telefonou e disse: O que foi que o senhor fez por mim? Levei cinco minutos escovando os dentes com uma escova dura e notei que já estão todos firmes.

E logo depois tive a segunda, quando uma moça me telefonou pedindo ajuda para livrar-se de uma forte dor de cabeça. Achava-se no meu consultório um paciente que, reconhecendo a urgência do caso, levantou-se para sair, mas antes de chegar à porta, o telefone tocou novamente: era a jovem, para comunicar que a dor tinha passado. A cura fora instantânea.

Tais coisas não ocorrem a ninguém que se dedique a este trabalho sem que o leve a pesquisar-lhe a causa, a indagar se são acidentais, se acontecem por acaso, ou se revelam a existência de um princípio que as determine.

Estudando e observando meticulosamente tudo o que pudesse contribuir para a descoberta do segredo, aprendi que a cura espiritual não é produzida pela mente humana, mas por um estado de Consciência Crístico.

A Consciência Crística é o entendimento de que a doença não existe como realidade e não deve ser combatida. Ao esquecer a doença, o curador mostra que não a leva muito a sério.

Aquele em que a luz de Cristo se evidencia na realização de curas não faz do erro uma realidade, pois não o combate. Pelo contrário, reconhece pacificamente o fato de que Deus constitui a vida do ser individual, conscientiza-se de que a cura não se efetua por força nem poder, mas pelo Espírito.

Se uma só pessoa sentada em silêncio numa sala, em estado de receptividade, pode fazer com que o silêncio ou paz que ela experimenta seja sentida por todos os que se encontrem dentro da mesma sala, qual não será a repercussão do grande poder de silêncio mantido por todos os pequenos grupos de pessoas que estejam em meditação, espalhados por todo o mundo?

Se a tua consciência estiver permeada pelo silêncio, pela paz, estará impregnada do poder de cura. A realização da cura depende do estado de consciência do curador. Essa consciência é o que determina a cura daqueles que recorrem a ti, não que este poder seja tua propriedade pessoal.

O poder de cura é a presença de Deus, o Espírito, manifestando-se como consciência individual. Tu não tens este poder, a menos que tua consciência esteja unida ao Amor divino, à paz que excede todo o entendimento.

Se quiseres entrar para o mundo dos negócios, se quiseres ser bem sucedido comprando e vendendo alguma coisa ou trabalho de cura: começa com a consciência em paz. Não inicies nada com medo, dúvida ou preocupações, pois do contrário, estarás transmitindo tal estado de ser negativo àqueles com quem negociares, e eles também o sentirão. Vai com este silêncio em teu coração, vai em estado de paz.

Se necessário, antes de fazeres tua visita de negócio, isola-te em algum lugar, por um ou dois minutos, senta-te e obtém essa sensação de paz, antes de saíres de casa.

Observa o que essa sensação de paz já fez por ti, e atenta no que ainda fará.

A paz na consciência é um estado de receptividade.

Finalmente, vamos aprender o maior de todos os segredos, o segredo que até agora muito pouca gente conhece: o que é Deus.

Se estudarmos as Escrituras, se estudarmos as religiões e filosofias do mundo, provavelmente chegaremos à conclusão de que Deus é alguma coisa que está muito distante de nós, algo que pouquíssimas vezes se toma contato, algo que pouquíssimas vezes responde às nossas preces de acordo com os nossos desejos, necessidades e vontades.

Por não saber o que é Deus, continua o homem, geração após geração, orando pela paz do mundo e não conseguindo paz, orando pela prosperidade, pela vida, pela saúde e imortalidade individuais e não as conseguindo.

Se somos cristãos, devemos pelo menos saber onde Deus está, porque Jesus nos disse que o reino de Deus está dentro de nós. Somente isso, se o tivéssemos crido, teria sido uma base maravilhosa para a nossa pesquisa.

Se os nossos pais, avós e outros que nos precederam tivessem passado estes últimos dois mil anos buscando o reino de Deus dentro de si mesmos, este já teria sido encontrado e estaria manifesto. Ao invés disto, porém, todas as gerações que nos antecederam têm-se voltado para alguns mestres postos em evidência, ou têm volvido os olhos para o firmamento ou em outra direção qualquer, menos para onde lhes fora aconselhado, isto é, para dentro de si mesmos.

É chegada a hora, neste século, de começarmos a olhar para esse reino dentro de nosso ser, porque é onde encontraremos Deus. Embora possa falar-te desse reino, somente tu poderás fazer com que ele se revele dentro de ti mesmo.

Então saberás realmente que Deus é Vida eterna, Consciência infinita. E saberás também que essa Consciência divina, universal, está Se manifestando como tua consciência individual, para que, finalmente, possas declarar como quem tem autoridade: Eu e o Pai somos um.

Precisamos conhecer a natureza de Deus e sentir-lhe a presença.

Espero que no próximo decênio não continuemos como até agora, apenas a falar acerca de Deus: já é chegado o momento em que devemos conhecer a Deus por experiência.

Não devemos passar superficialmente por esta parte do ensino de "O Caminho do Infinito", porque é a mais importante.

Precisamos ver a Deus enquanto ainda estamos na carne – tu e eu, individualmente, aqui e agora, sem, esperarmos pela morte. Precisamos conhecer a Deus diretamente em nossos períodos de silêncio, em nossos momentos de paz.


segunda-feira, maio 15, 2017

Dispersando as crenças universais

- Joel S. Goldsmith -


A Maioria das pessoas aceita essas crenças universais na sua forma aparente, e depois sua experiência de Vida é influenciada por elas.

Nós, entretanto, precisamos treinar para não a aceitar as crenças do mundo: não aceite essa sugestão de sessenta anos mais dez, não aceite a sugestão de que uma moléstia é perigosa ou séria. Lembre-se: trata-se apenas de uma sugestão.

Qualquer crença pode ser posta de lado, mas o mesmo pode acontecer com uma lei de Deus – ESPÍRITO. A Lei de Deus é Vida Eterna.

A lei de Deus é : “Tudo o que Eu tenho é teu” – toda eternidade, toda imortalidade.

Isso não pode ser posto de lado, mas tornando-se uma lei dentro do seu próprio ser através da compreensão de que o seu é um domínio dado por Deus, a crença de que você tem que morrer em qualquer ocasião específica pode ser posta de lado – quer seja um médico que diga isto, quer seja a Bíblia com seus sessenta anos mais dez, quer seja as estrelas que o digam.

Deus deu ao homem o domínio sobre as coisas da terra, sobre as águas, sobre as estrelas, sobre os céus.

Deus deu a você, que é o Seu próprio SER individualizado, o domínio, mas você precisa exercer conscientemente esse domínio e não ficar quieto e deixar que as crenças universais atuem sobre você.

Lembre-se de que essas crenças, essas crenças universais – sejam médicas ou teológicas – agem realmente sobre você, até que sua consciência as ponha de lado.

Em outras palavras, a cada dia do ano você está ficando mais velho e, a menos que esteja conscientemente trabalhando essa crenças percebendo que “Minha Vida é Deus e, portanto, não tem idade”, você passa a ser influenciado por essa crença humana acerca da idade e chegará ao lugar que é conhecido como mudanças de vida, e por fim mostrará sinais de idade, porque passará através de todas as várias fases da vida de acordo com as crenças da medicina, até que você mesmo, conscientemente tome posse da sua vida através do domínio dado por Deus – Espirito e compreenda: “ Não! Minha Vida é Deus! Idade e mudança são apenas crenças ou sugestões médicas e não tem de agir sobre a minha consciência ou através delas”.

Milhares podem tombar à sua esquerda e dezenas de milhares à sua direita – se não se ativerem a esta Verdade Universal.

Todos têm o direito, seja por escolha, seja por ignorância, de passar a vida à sua própria maneira.

Você tem o direito de ater-se à sua própria maneira de existência e determinar o seu curso e o faz desta maneira: Quando surgir qualquer forma de erro, esteja seguro de que o reconheces pelo que ele é, de modo que ele não o engane.

Não deixe que o erro faça você aceitar uma pessoa doente ou pecadora e depois tentar reformá-la ou curá-la. Se você fizer isso, será um cego guiando outro cego.

A única diferença entre um prático e um paciente é que o prático não pode ser hipnotizado para acreditar que o seu paciente é um ser humano.

O Praticista sabe que, apesar das aparências, seu paciente é Deus aparecendo como ser individual, e o praticista não aceitará outra coisa além disso. Da mesma maneira, o praticista não aceitará uma pessoa doente, uma pessoa mentalmente perturbada ou pecadora como paciente.

Sua resposta sempre será: “Para trás, Satanás"! Você é apenas um falso sentido tentando fazer com que eu o aceite como realidade. Eu o conheço: portanto, pode tirar a sua máscara.

Pela REINTERPRETAÇÃO e pela IDENTIFICAÇÃO CERTA, você pode verdadeiramente chegar a um estado de consciência em que a vida se torna, não um processo mental, mas um olhar para fora e uma visão de Deus, uma visão de que tudo está bem com o mundo.


sexta-feira, maio 12, 2017

Silêncio e Paz como chave para perceber o Espírito de Deus

- Joel S. Goldsmith -


Paulo de Tarso experimentou a paz como a "descida do Espírito", isto é, como a descida do Espírito de Deus no homem.

Essa expressão é usada para descrever que quando estamos em silêncio, Deus preenche nossa consciência muito mais do que quando nossa mente está em atividade.

É-nos difícil imaginar esse estado de ser, porque estamos habituados com a ideia de que precisamos estar sempre pensando, ou que necessitamos reter algum pensamento. Isto não é verdade. Se pudermos ficar em silêncio por meia hora, mas em verdadeiro silêncio, estaremos no céu.

Silêncio é Deus em ação. Portanto, quando se nos depare algum problema, nosso ou de outrem, deveremos ficar em silêncio, deixando que a solução apareça.

Suponhamos que hoje alguém nos venha com um problema qualquer, como de desemprego, algum vício, alguma doença. Ao invés de refutar a ideia da existência do problema, procuremos ver através dele, olhando para além de sua aparência, visto que ele existe somente como aparência.

Ora assim, em atitude de escuta interna: Pai, projeta luz sobre este problema, para que eu possa vê-lo como é. E observa o que este tratamento fará por ti.

Em outras palavras, quando vires os dois trilhos de uma estrada de ferro se juntarem num ponto, não te perguntarás o que devas fazer para separá-los, mas pedirás ao Pai que te mostre esses trilhos como eles estão. E não precisarás mais pensar nisso.

Não tentes melhorar ninguém, nem a sua saúde. Não aceites em tua consciência o pensamento de que possa existir alguém com saúde precária.

Senta-te e fica em estado de receptividade, relaxado, em silêncio, em paz; deixa que a paz penetre todo o teu ser e, em chegando a este ponto, continua ainda em atitude de escuta interna, observando como a luz dissipa as trevas, como a inteligência dissipa a ignorância. E então perceberás que, na verdade não és o curador, mas sim uma testemunha que observa como esse estado de paz efetua a cura.

Deves ser um observador da atividade de Cristo, ou seja, de Deus. Observa como Ele trabalha em nós, através de nós e como nós.

Se eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, uma não tivesse caridade, seria como bronze que soa, ou como o címbalo que retine.

O que importa é o amor, ou seja, a Percepção de que só existe Um Espírito sendo Tudo, e não as palavras, por mais eloquentes que pareçam, e não as afirmações acerca da verdade, por mais enfáticas e vibrantes que sejam.

Se os sermões e as afirmações acerca da verdade não forem repassados na percepção de Unidade com Deus - o Infinito Invisível, de nada servirão ao ministério de cura.

O importante não são as palavras em si, ou a letra da verdade.

O que importa é até que ponto o praticante de cura espiritual está cônscio de que Deus é amor e vida, até que ponto o curador se tornou incapaz de temer, detestar ou amar o erro, sob qualquer aspecto que este se apresente.

Lemos no Evangelho segundo João: Não que alguém tenha visto ao Pai; somente quem é de Deus viu ao Pai. Isto é o mais importante.

Nenhum mortal, nenhum ser humano pode ver ou conhecer a Deus. Somente o Filho de Deus, a Consciência Crística de cada um pode ver ou contemplar a presença de Deus.

Em outras palavras, não é a nossa mentalidade humana que conhecerá a Deus. Com a mente humana, jamais veremos, jamais conheceremos a Deus, a vida espiritual. Mas o Filho de Deus, a Consciência Crística, nosso sentido espiritual, pode PERCEBER Deus.


terça-feira, maio 09, 2017

Não te glories na carne, mas na Presença do Espírito


- Joel S. Goldsmith -


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Quando conscientizares o Espírito, poderás multiplicar pães e peixes. Poderás fazer o que quiseres, porque não serás tu que o farás; será o Espírito da Verdade, o qual conscientizaste. Ele tomará forma. Mas não te glories com as formas externas resultantes dessa união interna.

Tem cuidado para não te dares por satisfeito com a abundância de suprimento, com um corpo sadio, ou uma felicidade cotidiana.

Não te contentes com coisa alguma que esteja no plano da carne, da forma, dos efeitos.

Não quero dizer que não devas apreciar estas coisas. O que não deves é dar-te por satisfeito com elas.

Quando estiveres satisfeito com o suprimento que possuis, não te alegres com isso como se fosse uma demostração. Rejubila-te no Espírito invisível que o está produzindo.

Quando alguém te disser: estou me sentindo melhor, toma cuidado para que não te sintas demasiado feliz.

Lembra-te que os efeitos externos produzidos hoje poderão mudar amanhã.

Volta-te para o Espírito que está interiormente por detrás da personalidade, e sê grato por ter havido uma percepção consciente do Espírito, pois é a essa que deves a cura da doença, o emprego que apareceu, a alegria que se manifestou, ou seja o que for.

Cuida para que não te glories na carne em seu sentido externo, como forma material de manifestação: Mas gloria-te no Verbo que se fez carne. Esta carne é a carne invisível, ou seja, é a Presença do Espírito de Deus.

Não raro os metafísicos perdem toda a sua demonstração de harmonia interna porque, no momento em que suas tendas duplicam, julgam ter feito uma demonstração de poder.

Na verdade, houve tal demonstração, mas esta não consistiu na duplicação de rendas e sim na demonstração da presença do Espírito, que se manifestou como aumento de renda.

Os hebreus que estavam com Jesus, quando da multiplicação dos pães e peixes, julgaram ter feito uma demonstração de poder. Mas não fizeram tal demonstração, porque no dia seguinte estavam novamente com fome. Onde estava sua demonstração da presença do Espírito?

Mas Jesus fez uma demonstração. Fez uma demonstração da conscientização da Presença de Deus, e assim pode multiplicar pães e peixes em qualquer dia da semana e todos os dias da semana.

Jesus provou que podia encontrar ouro na boca de um peixe. Não era que ele estivesse tentando multiplicar pães e peixes; o que ele fazia era levantar seus olhos, cônscio de que sua demonstração era a presença do Espírito de Deus. Sua conscientização da Presença, foi sua demonstração, e quando fez tal demonstração, os defuntos se levantavam, os pães e peixes se multiplicavam e se encontrava ouro em boca de peixe, Por quê?

Porque Deus é a Substância de todas as formas materiais. Mas, se não tiveres a Presença de Deus, não poderás manifestar a forma externa.

Não te glories com casos de cura. Jamais dês testemunhos de cura, a não ser para ilustrar o princípio ou a ideia espiritual que a produziu.

Se hoje tens saúde ou és rico, é coisa relativamente sem importância. O que importa é a autorrealização espiritual a convicção de que Deus é o seu SER. Isto é que te dará eterna saúde e eterna riqueza.

Nunca te glories com exibições de curas. Nunca de glories ainda que consigas curar mil cânceres porque se te vangloriares com efeitos, no dia seguinte poderás te ver atrapalhado por um resfriado comum.

Não te glories na demonstração de suprimento tanto para ti mesmo como para teu parente.

Alegra-te por teres visto a face de Deus, por teres testemunhado a presença do Espírito, que por sua vez tornou-se evidente como cura ou como suprimento de necessidades.


sexta-feira, maio 05, 2017

Vivendo acima das aparências do bem e do mal - 2/2

- Joel S. Goldsmith - 


Quando nos conscientizamos da existência de UM só poder, cessamos não só de procurar poderes materiais para prover às nossas necessidades, mas também de andar em busca de poderes espirituais. Se existe UM só poder, então nada há sobre o quê, contra o quê ou a favor do quê, possamos usá-lo.

Que quer isto dizer, em essência? Que significa alcançar um nível de consciência em que se abandona todo desejo de empregar Deus como uma força? Não será isto libertar a Deus de responsabilidade? Não será exatamente isto o que temos que aprender a fazer?

Deus está em permanente atividade. Deus é a influência criadora, sustentadora e mantenedora do Universo espiritual. Deus o governa e o governará pela Graça, não a partir de amanhã ou da próxima semana.

A Graça divina tem estado em ação de eternidade em eternidade, e continuará de eternidade à eternidade, insubornável e insuscetível às influências das nossas orações ou súplicas ou ao que quer que façamos para persuadi-lo a fazer Sua obra de acordo com o nosso parecer.

Deus É, e esta afirmação encerra a verdade de que Ele está eternamente ocupado com Sua tarefa, a tarefa de Ser Deus.

O que nos incumbe, na oração e meditação, é conhecer a verdade para que a verdade nos liberte; e conhecer a verdade de que existe somente um poder; conhecer a verdade de que "Não terias poder algum sobre mim, se não te fosse dado do alto"; conhecer a verdade de que, no reino de Deus, "luz e trevas são a mesma coisa".

Esta firme e constante dedicação à compreensão da verdade, desenvolverá um estado de consciência que não oscila entre o bem e o mal: um estado de consciência que, pelo menos com certa estabilidade, adere ao caminho e à realização espiritual.

Deus é, mas, para sabermos espiritualmente que Deus é, temos que nos elevar acima do tempo e do espaço.

O que Deus é, é de eternidade à eternidade. Portanto, coisa alguma pode estar fora da jurisdição de Deus; coisa alguma jamais poderá funcionar mal no reino de Deus. Precisamos substituir a base material do nosso estado de consciência, em que esta funciona sob a crença em dois poderes, pelo apoio da essência de Deus.

No reino de Deus não há nada de natureza mutável, coisa alguma de natureza discordante ou desarmoniosa, nada que precise ser curado ou aperfeiçoado. Em tal estado de consciência, já não somos hipnotizados por aparências, nem compelidos a tentar insistentemente mudar o mal em bem, ou a procurar apegar-nos a qualquer coisa de bom aspecto, seja ela o que for. Isto de modo nenhum afeta nossa vida externa.

Quando atingimos esta realização, a nossa vida se torna mais harmoniosa, e já não nos preocupamos com a mutação das aparências, que antes eram más e agora são boas, e sim com a realidade espiritual que desponta no campo da nossa consciência.

Algumas vezes os estudantes da ciência espiritual não se sentem felizes com o desinteresse pelas coisas do mundo, que surge quando prosseguem na busca. Sentem-se como se estivessem perdendo algo de valor. Seus tesouros de arte, seus animais de estimação e os velhos amigos já não lhes são tão importantes. Passam a encarar o mundo – o corpo e até mesmo a vida – mais objetivamente. Perdem muitas das emoções que constituem grande parte da vida humana.

Enquanto avançam pelo caminho espiritual, são reorientados quanto aos valores humanos, e assim não sofrem muito com os aspectos negativos da vida humana, mas também não se alegram tanto com as coisas boas, como outrora. As emoções ou sentimentos mundanos já não entram tanto em sua vida de rotina. Em compensação, há vantagens que ultrapassam em muito as perdas.

Quando nos tornamos espectadores, não olhamos a vida com ansiedade pelo que esteja para acontecer. Contemplamos o que Deus está fazendo. No caminho espiritual, ao acordar pela manhã o espectador se compenetra de que "Este é o dia de Deus, este é o dia que o Senhor fez", e pergunta-se a si mesmo: Que experiência me trará hoje a atividade de Deus?

Nesta atitude objetiva, isenta de apego às coisas materiais, passamos o dia inteiro na expectativa de algo prestes a acontecer, na certeza de que o que quer que aconteça nesta hora, na próxima ou depois, terá sido produzido por Deus, será o efeito da Sua atividade.

Começamos então a conhecer por experiência própria certo estado de harmonia profunda, imutável, em que os efeitos externos já não nos interessem como em outros tempos: chegamos àquele nível de consciência que nos permite discernir espiritualmente a natureza ilusória das aparências boas ou más.

O interesse pelas aparências apenas favorece e perpetua sua influencia hipnótica.

Pela manhã, ao meio-dia e à noite, precisamos afirmar intimamente nosso equilíbrio espiritual, baseados na compreensão de que no reino de Deus não existe bem nem mal, mas somente o Espírito, e que o bem e o mal que aparecem no reino deste mundo são igualmente ilusórios.

Se desejarmos efetuar uma demonstração espiritual da natureza do Cristo, ou seja de natureza cristã, não podemos preocupar-nos com aparências transitórias, mas precisamos apegar-nos à Verdade espiritual, interna. Embora incorpóreo e invisível à vista humana, o reino de Deus é real e tangível para aqueles que possuem visão espiritual para contemplá-lo.

A individualidade espiritual, inerente ao Reino de Deus, não pode ser vista a não ser pela percepção espiritual, ou seja, pela Consciência Crística que Somos. Não podemos ver a identidade espiritual com nossos olhos físicos, mas, assim como Deus pode olhar a luz e as trevas e vê-las como uma só coisa, também os espiritualmente iluminados podem olhar para além das boas ou más condições humanas e contemplar as qualidades do Cristo.

De acordo com o ensino místico, nós não temos direito de olhar para um ser humano com o intuito de mudar o mal em bem, a doença em saúde ou a pobreza em abundância. O que devemos fazer – e é imperioso que o façamos – é olhar para além das aparências e nos compenetrarmos de que: "Embora invisível aos meus olhos humanos, este é o Cristo, o filho de Deus. Não pretendo mudá-lo, melhorá-lo reformá-lo. Olho para além da aparência e me lembro de que embora não possa vê-la, o que aqui está é identidade espiritual."

Para aqueles que tenham sido treinados para perceber a irrealidade das aparências, isso talvez não pareça muito difícil, mas a razão por que a maioria de nós não alcança maior êxito nessas tentativas de ver além das aparências, é o fato de não aplicarem este princípio quando vêem as boas aparências humanas. 

Por que nos contentamos com as aparências de saúde, riqueza, sucesso e felicidade, se todo o quadro é suscetível de inversão de um momento para outro? Não é fácil a qualquer um, nem mesmo ao buscador espiritual, ser capaz de olhar para si mesmo, para os amigos ou para os parentes, quando eles gozam da melhor saúde e são ricos e puros, e compenetrar-se de que tudo isto é aparência, porque a Realidade, o Cristo, o Filho espiritual de Deus, é invisível aos olhos dos humanos.

Contudo, quem for capaz disto, estará sempre convivendo com a individualidade espiritual de seus amigos, parentes e estudantes. É o próprio amor divino, fluindo através dele, o que lhe estará fechando os olhos às aparências e mostrando-lhe a Alma de cada pessoa, tanto das boas como das más – a mesma Alma pura, que é Deus.

À medida que pudermos estar neste mundo sem pertencermos a ele – em que pudermos estar nele e, não obstante, não sermos fascinados pela identidade humana das pessoas, e que compreendermos que toda pessoa é realmente a Alma de Deus manifestada nesta terra – estaremos vivendo no Meu reino. Isso exige visão interna desenvolvida, capaz de perceber a presença de Deus em cada pessoa.

É surpreendente como ocorrem milagres quando abandonamos todas as tentativas de transmutar pessoas más em boas ou enfermas em sadias, e começamos a viver nesta conscientização: "Senhor, revela-me Tua Individualidade espiritual; revela-me Teu Filho espiritual; mostra-me o filho de Deus em cada individuo."

Com essa visão, começamos a perceber e sentir a filiação espiritual de todos aqueles com quem convivemos, e eles passam a agir diferentemente com relação a nós, e o mesmo acontece conosco com relação a eles, porque já não os tratamos como julgávamos que merecessem ser tratados. A ninguém condenamos, porque então sabemos que o mal que alguém faça será por ignorância quanto à sua divina filiação.

Os crimes contra a sociedade e o individuo, tais como a mentira, o roubo, o embuste, a fraude, só podem ser cometidos enquanto pensamos que tu és tu e eu sou eu. Tudo isto cessa no momento em que descobrimos que somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai, que pertencemos à mesma casa.

De imediato isso torna o mundo menos real aos nossos olhos, e mais real o "Meu reino", revelando o Universo como um reino espiritual, onde nada precisa ser conseguido pela força.

Eis a vida mística: não nos rejubilemos com a boa aparência humana, mas olhamos para além do bem e do mal, para além das aparências humanas, e contemplamos a natureza do Cristo. Podemos fazer isto. Todos podemos fazê-lo.

É verdade que isto requer alguma disciplina, algum treino, porque o que estamos procurando fazer é superar os efeitos de centenas de gerações daqueles que nos deixaram como herança a crença em dois poderes.

Estamos pondo de lado tanto o bem como o mal, para contemplar o que é o Espírito; estamos pondo de lado a saúde e a doença, a fim de nos identificarmos com o Cristo – nossa individualidade permanente em Deus. Somente nossa individualidade espiritual de filhos de Deus nos permite comer do manjar que o mundo não conhece.

Não é por sermos boas criaturas humanas que qualquer de nós pode proclamar-se co-herdeiro com Cristo, porque as boas qualidades humanas estão tão longe do céu tanto quanto as más.

Os escribas e fariseus eram o que havia de melhor entre os hebreus, eram os mais religiosos, os maiores adoradores do Deus único, os maiores protetores do templo. Ser bons, era a sua obsessão. Não obstante, Jesus disse aos seus seguidores que a bondade deles precisava transcender a dos escribas e fariseus. Isso, humanamente, teria sido quase impossível, porque estes, praticamente, já haviam atingido a perfeição.

A verdadeira bondade depende de nossa capacidade de compreender que o Reino de Deus nos pertence em virtude de nossa identidade espiritual, e não de nossa bondade humana.

Isso implica em sermos bastante corajosos para lançar fora os pensamentos relacionados com todas as nossas maldades do passado e do presente e, ao mesmo tempo, todos os pensamentos referentes à nossa bondade – e não em condenarmos o mal que tenhamos feito e tomarmos a nosso crédito o bem que tenhamos praticado –, e afirmar somente a nossa identidade espiritual em Deus.

Nesta ligação com Deus, descobriremos que somos um com Ele, que somos co-herdeiros com Cristo de todas as riquezas celestes. Mas enquanto pensarmos que os nossos maus caminhos estejam nos mantendo afastados dessas riquezas, ou que o bem que pratiquemos esteja nos aproximando delas, estaremos em caminho errado.

Tão longe da Luz está o que crê que algum pecado, alguma desgraça temporária ou algum erro por ação ou omissão o separa de Deus, quanto aquele que acredita que sua bondade humana lhe esteja granjeando a graça de Deus. Ninguém alcança a graça de Deus apenas por sua bondade humana: a graça de Deus se alcança pela realização de identidade espiritual. Em reconhecendo nossa identidade espiritual, seremos espiritualmente bons sob todos os aspectos.

Não há meios de se saber como essa Bondade corresponde à bondade humana, mas a integridade espiritual vem somente através de nossa Unidade com Deus – a Realidade Espiritual Una, indivisível. Não vem como conseqüência de nossas qualidades ou de nossos sacrifícios ou esforços pessoais.

Nossas experiências humanas do passado e do presente, tanto boas como más, constituem o sonho mortal, mas, em nossa Alma, somos Luz interna, somos o Ser-de-Deus, isto é, somos criaturas divinas; em nossa Luz interna, somos filhos de Deus; nas profundezas de nosso ser interno, somos um com Deus; e temos um manjar que, embora possamos não ter conquistado ou merecido, recebemos por herança divina.

Sabemos em nosso íntimo que muitos de nós temos recebido ou recebemos mais do que merecemos. E ainda receberemos muito mais em nossa vida espiritual, quando virmos a bondade de Deus derramar-se sobre nós mais depressa do que podemos reconhecê-la, e compreendermos que nada em nossa vida nos dá direito a isto, que nos vem como graça de Deus, da qual nem a vida nem a morte nos pode separar.

Em lugar algum onde possamos ir, estaremos privados da proteção de Deus, fora de Sua jurisdição, de Sua vida ou de Sua lei. Tanto faz vivermos neste ou no outro lado do véu, isso é de importância secundária, exceto para aquelas poucas pessoas que acharão falta de nossa presença física. Mas logo que esse estado emocional desaparece, tudo volta ao normal, porque, na verdade, nada muda, nada se perde, ninguém foi ferido; pois em Deus, vida e morte são a mesma coisa.

Vida humana e morte física são meras aparências mortais, ilusões humanas. A compreensão de que ambas são da mesma substância – urdidura feita do nada –, e que não há diferença entre uma e outra, nos permite discernir o significado da imortalidade.

A imortalidade nada tem a ver com a vida ou morte físicas, porque vida e morte são quadros ilusórios, enquanto que a imortalidade, ou qualidade do que é eterno, incorpóreo, é o espiritualmente real. Vida e morte são duas fases características da ilusão humana, assim como doença e saúde, pobreza e riqueza, pecado e pureza.

No caminho espiritual, temos que superar o mal e o bem, e embora seja verdade que em nosso primeiro estágio procuramos mudar a doença em saúde, à medida que avançamos, nós vamos identificando conscientemente com o reino e a presença de Deus como Espírito; vamos compreendendo que temos de nos elevar acima tanto da doença quanto da saúde.

Para a consciência iluminada, trevas e luz são a mesma coisa.