"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quinta-feira, outubro 31, 2013

Amor e Suprimento Espiritual

Joel S. Goldsmith
 
 
"Eu e o Pai somos um". Na percepção desse relacionamento, deixo o Infinito Invisível trazer-me dos céus, das núvens, do ar, da terra, de toda parte do universo, tudo o que for necessário ao meu desenvolvimento. Mas, este não seria o "seu" suprimento, ou o "meu", pois isto denotaria limitação. O simples uso de "seu" e "meu" encerraria uma limitação. Podemos usar a palavra "meu" de início; mas, pela expansão da consciência, perceberemos que a Verdade, por ser universal, faz com que a Autocompleteza seja válida igualmente para todos os homens.

Quando falamos do sol ou da lua, não dizemos "meu" sol ou "minha" lua, "seu" sol ou "sua" lua. Falamos do sol como luz universal a brilhar para o santo ou pecador, para o branco ou negro, oriental ou ocidental, judeu ou gentio. Por fim, passamos a encarar o suprimento sob este enfoque, sem o rotularmos de "meu" ou "seu", pois, se o considerarmos como pessoal, estaremos tornando-o finito, transformando-o em conceito material, em vez de entendê-lo como verdade espiritual. Se quisermos falar verdadeiramente sobre suprimento, deveremos abandonar todo e qualquer senso pessoal de posse; deveremos eliminar todo conceito de limitação, deixando de alegar que isto ou aquilo seja "meu" ou "seu".

"Do Senhor é a terrra, e tudo que ela encerra"..."Filho, tu estás sempre comigo, e tudo que é meu é teu". Não devo ser egoísta ao extremo de acreditar que estas palavras sejam dirigidas apenas a Joel. Devo entender que estão endereçadas aos filhos de Deus. Se personalizá-las de algum modo, acreditando que Deus as está dirigindo somente a mim, que estarei fazendo de você? E, se excluísse um de vocês, mesmo o maior pecador, estaria excluindo a mim próprio, pois existe somente o infinito Eu divino, sendo este EU Automantido, além de englobar a totalidade da Existência. O conceito material de suprimento o personaliza! Ao falarmos em suprimento como "seu" ou "meu", ele estará sendo visto como limitado; porém, ao pensarmos na totalidade do suprimento como pertencente o Pai, ele será infinito!

Porque há tantas pessoas limitadas? A resposta é única: o mundo retém um conceito pessoal de suprimento. Enquanto esta ideia perdurar, haverá limitação. De fato, inexiste carência e inexiste abundância. Existe somente esta ou aquela pessoa experienciando individualmente a carência ou a abundância.

Suprimento é espiritual; portanto, é infinito! Se nos abrirmos à Graça de Deus, todo suprimento necessário nos será acrescentado. Mesmo quem não tiver sido ensinado a viver espiritualmente, se abrir a consciência para expressar o amor humano, deixando a concha em que vinha vivendo, terá abundância, desde que parta para a doação, aprendendo a compartilhar, a servir e a ser mais amigos. Nunca duvide do seguinte: quem está sem receber o suprimento está, de algum modo, barrando-o ele próprio. E esta ação difere de pessoa para pessoa.

Certas pessoas adoram se vangloriar, o que é tremendo contra-senso! Outras jamais entenderam o sentido real da gratidão, desconhecendo o que é dar, compartilhar, amar. Não falo de doação feita a filhos e familiares, mas da doação impessoal. Tais pessoas estão barrando o fluxo do suprimento, pois, embora ele esteja encostado rente à porta, é incapacitado de ultrapassá-la, a não ser que a pessoa abra a própria consciência. De uma maneira ou de outra, aqueles que estão carentes de suprimento, eles próprios se colocaram nessa condição, por terem fechado a porta à consciência infinita. Esta atitude não é tomada premeditadamente, mas sempre ignorantemente.

Muitos casos chegaram ao meu conhecimento de pessoas que concluíram serem elas próprias que estavam barrando seu suprimento por jamais darem ou compartilharem coisa alguma; assim, passaram a praticar o dízimo e mudaram completamente de situação, mesmo sem terem atingido o nível mais elevado de realização espiritual, mas apenas à nível de ajudar e dividir com o próximo. Não existe uma forma única de se experienciar abundância: há provisão em todo nível de consciência. A demonstração máxima, entretanto, é a conscientização da presença de Deus. Isto é que atende a todas as tuas necessidades.

No nível místico de consciência, jamais devemos permitir que a mente se prenda ao suprimento como sendo ele algo a ser buscado, conquistado ou merecido. Suprimento é a conscientização de que o Eu, em vosso interior, "veio para que tivéssemos vida, e vida em abundância".
 

Começaram a notar a diferença entre os dois mundos? O mundo exterior, em que parece que vivemos em coisas que são externas, e o mundo interior, em que mesmo as coisas que parecem vir de fora são, realmente, expressadas pelo Espírito que está dentro de nós? Permaneçamos na Verdade de que a nossa vida invisível é que nos atrai do exterior o que for necessário à nossa experiência individual.

Seja qual for o segmento da vida que estivermos considerando, jamais deveremos esquecer o grande princípio da IMPERSONALIZAÇÃO. Não é certo que cada confusão em que temos entrado se foi causada por termos personalizando Deus ou o erro? Agora, deveremos dar outro passo e impersonalizar o suprimento, de tal forma que desapareça a ideia de "meu" ou "seu" suprimento: existe a Autocompleteza, Autodesdobramento, Autocorporificação da totalidade.

Na percepção de nosso relacionamento de unicidade, são encontradas completeza e totalidade. Esta unicidade com o Pai é minha plenitude, minha completeza, mas não implica que seja algum "meu" separado do "seu". Você possui a mesma plenitude, a mesma completeza, a mesma perfeição. Apenas terá de despertar para ela, e assim faremos em proporção à nossa capacidade de impersonalizar Deus, impersonalizar o erro, impersonalizar o suprimento e impersonalizar o amor.

A forma única de impersonalizarmos o amor e expressarmos divino amor está em sabermos que não temos poder nem para dar nem para reter qualquer coisa. Podemos meramente ser instrumentos pelos quais a coisa acontece. Apesar de tudo que conhecemos, humanamente seremos tentados a dar ou a deixar de dar amor em função de preferências pessoais. A dar mais "aqui" do que "ali". Tudo isso torna-se barreira à demonstração da real harmonia em nossas vidas. Cada um precisa reservar um período ao dia para ser uma transparência à ação do Espírito, para que Ele possa abençoar nosso lar, negócio, nação, sem qualquer influência de preferência pessoal.

Humanamente, talvez sintamos mais afeição por uns do que por outros. Mas são os outros os responsáveis pela diferenciação. Eu não poderia dar mais afeição humana àqueles não a dão nem a compartilham, pois seriam eles que estariam deixando de chamá-la para si. Quem expressa afeição em grau máximo é o que a recebe em maior medida. Sob o ponto de vista humano, a verdade é esta e tenho que admiti-lo.

Este fato, entretanto, não me impede de, ao menos uma vez ao dia, buscar minha quietude interna para perceber que não posso dar amor a alguém ou represá-lo. Estarei sendo a transparência pela qual a Graça de Deus envolve todas as pessoas de todos os lugares. A receptividade delas lhes trará a vida abundante, e a falta dessa receptividade as excluirá. Serei responsável somente por "deixar a Luz brilhar". Abrir a porta da consciência para recebê-la será função de cada um.

Nossa maior contribuição ao mundo está não em prestarmos serviços pessoais a familiares. Nosso maior valor é a medida com que nos sentamos, em quietude, para sermos uma clara transparência para o Amor de Deus fluir em nosso ambiente, negócio e nação. Isto é impersonalizar o amor, e é esse tipo de amor impessoal que atende às necessidades individuais e coletivas.

Em alguns níveis de vida humana, uma pessoa deverá ser humanamente mais amorosa, caridosa, benevolente, pois será este seu único acesso à paz e à harmonia. À medida que der, receberá. Aquilo que semear, ceifará -- não, porém, em nível espiritual, onde a experiência máxima é amor divino, e este ninguém é capaz de dar ou de reter. Antes, é Algo que flui através de nós, e atua fora do nível humano.

O Suprimento é infinito; porém, é preciso haver receptividade. Qualquer um diria: "Ora, eu receberei todo suprimento que você me der". Mas não é assim que a coisa funciona! Podemos ter todo suprimento que dermos. Mas a barreira encontra-se aqui: o não desejo de doação. Eis a causa da carência ou da limitação.

O povo faminto do mundo é culpado pela falta de alimento? Não, não mais que nós mesmos, quando desconhecíamos esta verdade, ou quando nos culpávamos por não estar desfrutando de maior harmonia. Os que sofrem carência estão barrando o suprimento com a ignorância espiritual. Alguns se permitiram se tornar desamorosos; e, onde inexiste amor, inexiste abundância. Permitiram-se parar de desenvolver, separados e apartados de seus irmãos humanos. Criaram uma mentalidade de "receber" e não de "dar", inclusive o de receber em troca de nada! Esse tipo de ignorância, porém, não é falha deles. Estão hipnotizados! E este hipnotismo durará até que haja um despertar interior que os direcione a algo superior ao sentido material, rompendo de vez com esse hipnotismo universal.

Adquira o hábito de, diariamente, sentar-se quietamente, sem dar amor humano a ninguém, e, por outro lado, sem conservar qualquer emoção negativa como ódio, inveja, ciúme, malícia, vingança ou indiferença. Abandone tudo isso, inclusive o desejo de amar alguém. Sente-se quietamente, por um momento, e deixe que o Espírito de Deus, o Amor divino, flua através da sua consciência para a seu lar, família, vizinhos, cidade, estado, comunidade, nação e, finalmente, o mundo.

"Tua Graça é a suficiência deste mundo. Deixo Tua Graça estar sobre o mundo e ser realizada em toda consciência humana. Deixo Tua Graça ser estabelecida assim na terra como o é no céu".

Depois, permaneça silencioso por alguns momentos, enquanto há o fluxo do Espírito. Você não terá dado amor algum; não terá retido amor algum; não terá sido desamoroso: terá simplesmente permanecido quieto, permitindo à "suave e pequenina Voz" ser ouvida por toda consciência humana a Ela receptiva.
 
 

segunda-feira, outubro 28, 2013

LEI DE SUPRIMENTO

 Joel S. Goldsmith
 

Por nenhum momento iríamos pensar em construir uma casa sem termos compreendido: As leis de projeto, escavação, edificação, etc., bem como as leis locais de zoneamento e de saúde. Não tentaríamos ganhar uma causa no tribunal, a menos que conhecêssemos a lei que a regula; e, tampouco iríamos tentar navegar sem o conhecimento das leis de navegação. Entretanto, tentamos resolver nossos problemas de suprimento individual; tentamos demonstrar a disponibilidade e abundância de suprimento sem o devido reconhecimento das leis que o governam.

Muitos ignoram a existência dessas leis e creem que uma cega fé em algum Deus ou Poder é suficiente para manifestar a operação do bem na experiência individual. No plano do Absoluto não há nenhuma necessidade de se resolver o problema do suprimento. Nele nada é requerido, pois a substância espiritual é onipresente e inexistem tempo e espaço em que o suprimento esteja ausente. Enquanto não atingirmos esta Consciência, a Consciência crística, teremos de preparar o nosso destino em conformidade com a lei das escrituras, encontrada nos textos sagrados de todos os povos. Nosso primeiro passo é o reconhecimento de nosso ser verdadeiro-nosso relacionamento com Deus.

Compreendendo Deus como a Consciência divina única universal, e o homem como a expressão individual desta Consciência, descobrimos que TUDO QUE É DO PAI É MEU, isto é, tudo o que está incorporado a Consciência universal está incorporado à consciência individual, por elas serem uma. Assim, quaisquer coisas ou ideias de que necessitemos já são partes integrantes de nossa consciência, e se desdobrarão à percepção humana tão logo nos familiarizemos com a lei e passemos a aplicá-la. "Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará" desta ilusão de que o que você busca encontra-se separado e apartado de você. Deverá haver o entendimento de que o universo inteiro está incorporado à Mente divina; e, em vista de esta ser a nossa única mente, todas as coisas já estão dentro de nós. Em consequência, jamais somos dependentes de alguma pessoa, lugar ou condição para coisa alguma! Portanto, nosso passo seguinte é abandonar toda dependência a pessoas, posições ou investimentos para o nosso suprimento.

A princípio, isto parece ser um disparate, já que as coisas do Espírito são loucuras para os homens. "Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente." (I Cor. 2:14).

Um negócio ou uma posição podem parecer constituir o presente canal de nosso suprimento. Nossos alunos ou pacientes podem aparentar ser nossos únicos canais. Donas-de-casa podem acreditar que seus maridos ou filhos sejam seus canais de suprimento. MAS NADA DISSO É VERDADEIRO. Como Deus, a Consciência divina, é a FONTE, então esta exata Consciência é o canal de suprimento; e, de fato, é o SUPRIMENTO em si. Procure sempre se afastar de suas noções pré-concebidas sobre este assunto, Reconheça que todas as coisas estão incorporadas à infinita Consciência eterna; e então, SAIBA QUE ESTA CONSCIÊNCIA É A SUA!

Tendo se libertado de toda dependência a fontes e recursos materiais e humanos, você perceberá o bem continuamente se desdobrando em sua experiência humana, na forma de bem que a cada momento lhe estiver sendo requerido. Enquanto caminha rumo a esta Consciência superior, obedeça a duas recomendações importantes dadas pelas Escrituras: "Levarás à casa do Senhor, teu Deus, as primícias dos frutos da tua terra." (Exodus 23:19). A forma disso ser feito deverá ser como nos ensinou o Profeta Hebreu: "E esta pedra, que erigi em padrão, será chamada casa de Deus; e de todas as coisas que me deres te oferecerei ( ó Senhor ) o dízimo." (Gen. 28:22) Após reconhecermos que tudo que existe pertence a Deus, a Mente universal, pomos de lado uma pequena mas definida parte de tudo recebido individualmente, recirculando-a no Universal, ou seja, fazemos uso desta parcela sem a vincularmos com as despesas usuais ou pessoais. Podemos doá-la a alguma causa comunitária ou de caridade, podemos exprimir gratidão a um instrutor ou praticista espiritual, mas, seja como for, esta parcela deverá ser dedicada a serviço de Deus, o bem, independente da manutenção própria ou familiar. E ela deverá se constituir das "primícias" dos frutos - e não uma parte daquilo que sobrou de nossa receita. Deverá ser tirada da mesma tão logo a recebamos, de modo que possamos, nós mesmos, fazer o equilíbrio e confiar que "Deus dará o aumento".

Nossa obediência a estes princípios nos dará condição de provar que "quando todas as fontes materiais estão secas, Tua plenitude permanece a mesma." Quando relaxamos a mente consciente das tensões e lutas, e permitimos que o bem flua através de nossa consciência espiritual, descobrimos que não precisamos temer o que o homem mortal possa nos dar ou sonegar. Repousamos na firme convicção de que "Do Senhor é a terra e a sua plenitude", e de que TUDO que é do Pai é MEU; tudo o que existe no Universal está se desdobrando para o individual. Chegamos agora àquela que talvez seja a suprema lei espiritual da Bíblia, a nós revelada por Jesus Cristo. Na Oração do Senhor, podemos ler: "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores." Eis o ponto em que você pode pôr suas próprias limitações em suas demonstrações do bem. Na proporção em que você perdoa, receberá as bênçãos do Infinito. Podemos perdoar aos que nos devem somas de dinheiro, e àqueles que têm para conosco dívidas de amor, gratidão, reconhecimento, ou mesmo dívidas de cortesia de família ou amigos. Mas devemos perdoar. Devemos viver num constante estado de bênçãos. Este é o perdão verdadeiro que nos liberta das obrigações mortais e materiais.

Há algum tempo, fui procurado por um homem muito necessitado de dinheiro, sem emprego e sem fonte de renda. Contou-me que um de seus amigos lhe devia uma soma de dinheiro que o tiraria da dificuldade, e perguntou-me: "Como fará para que eu possa receber esta dívida?" Disse-lhe que perdoasse tanto o homem como a dívida. Não que lhe escrevesse cancelando a dívida, já que esta era problema de seu amigo, mas que o perdoasse mentalmente, e caso ela nunca fosse paga, que não pensasse mais nela, nem pensasse maldosamente a respeito do chamado devedor. "Tire-o de seu pensamento como se ele não existisse, e deixe o Princípio divino abrir seus canais de suprimento." Ele percebeu o ponto e se voltou deste único canal visível possível de suprimento para o Não-Visto Infinito. Exatamente na semana seguinte, ele recebeu dinheiro suficiente para mantê-lo por duas semanas, e, ao término da segunda semana, foi novamente chamado ao seu próprio emprego, de que havia sido desligado por vários anos.

 

sábado, outubro 26, 2013

O Suprimento - Parte II

Joel S. Goldsmith
 
 
Em certo momento dizemos que não devemos nos preocupar quanto ao nosso suprimento ou a nossa saúde e, no momento seguinte, dizemos que precisamos "orar sem cessar" e "conhecereis a verdade e a verdade-vos libertará". Embora isso pareça contraditório, ambas as afirmações estão corretas, mas elas têm de ser compreendidas.

Há sempre uma crença de "bem humano" em operação — uma lei de estatísticas, e dela nós extraímos nosso benefício material. Nas vendas de porta em porta, há geralmente uma média de uma venda a cada vinte visitas; nas propagandas de mala-direta, há um retorno médio de dois por cento; no dirigir veículos, é dito que a regra estipula uma certa porcentagem de acidentes; as companhias de seguro de vida possuem uma tabela de expectativa de vida, e, baseando-se nessas médias, elas podem lhe informar a cada instante quantos anos de vida ainda lhe restam.

Viver humanamente, isto é, seguir ao longo do dia-a-dia permitindo que estas médias nos afetem, permitindo que crenças humanas operem sobre nós, não é um modo de vida científico. Isso tudo faz parte da crença em existência humana, e, a menos que façamos algo especificamente a esse respeito, ficaremos expostos a estas chamadas leis de saúde ou econômicas.

Estas sugestões, que realmente não passam de crenças, são tão universais que agem de modo hipnótico, e tendem a produzir efeito sobre os menos avisados, trazendo-lhes limitações.

O que nós podemos fazer para nos manter livres de tais sugestões e vivermos acima delas? Em primeiro lugar temos de viver em um plano de consciência mais elevado. Tanto quanto possível, temos de nos exercitar no conhecimento de que qualquer coisa que exista no campo do efeito, não é uma causa, não é criativo, e não tem poder sobre nós. E isso nos leva ao importante ponto da sabedoria espiritual: eu sou a lei, eu sou a verdade, eu sou a vida eterna. Ora, uma vez que eu sou consciência infinita e a lei, nada do mundo exterior pode agir sobre mim e se tornar uma lei para mim. Não há nada que nos possa infligir sofrimento, a não ser a aceitação da ilusão como realidade. As coisas chamadas pecado e a doença não são coisas pelas quais temos de sofrer: são formas assumidas pelo erro. Independentemente do nome que lhe dermos, elas são só hipnotismo, sugestões, ilusões se apresentando como pessoas, lugares ou coisas — se mostrando como pecado, doença, necessidade ou limitação.

Não devemos viver como se fôssemos "efeito", com alguma coisa operando sobre nós. Lembremos de viver como a Lei, como o Princípio do nosso ser. Podemos assumir os nossos negócios só na medida de nossa percepção consciente de que estes são efeitos de nossa própria consciência, a imagem e semelhança de nosso próprio ser, a manifestação ou expressão do nosso Eu divino — e só então seremos a lei que os governa.

Temos de começar nosso dia com uma reflexão sobre nossa verdadeira identidade. Temos de nos identificar como Espírito, como Princípio, como a Lei que atua em nossas coisas. É coisa muito necessária relembrar que não temos necessidades: somos consciência espiritual, individual, mas infinita, corporificando dentro de nós mesmos a infinitude do bem; por isso, somos o centro, o ponto da Consciência divina que pode alimentar cinco mil pessoas a cada dia, não usando nossa conta bancária, e sim a infinitude do bem que jorra através de nós, assim como o fazia através de Jesus.

Não vamos de encontro às pessoas pensando no que podemos delas obter ou no que elas possam fazer por nós — apenas vamos para a vida como para a presença de Deus.

Ao longo do dia, quer estejamos fazendo trabalho doméstico, dirigindo o carro, comprando ou vendendo, temos sempre de nos conscientizar que nós somos a lei do nosso universo, o que significa sermos a lei do amor para com todos que fazem contato conosco. Devemos lembrar conscientemente de que todos os que entram na esfera de nosso pensamento e atividade devem ser abençoados por este contato, pois nós somos a lei do amor; somos a luz do mundo. Lembremos de que não precisamos de coisa nenhuma, pois que somos a lei do suprimento em ação — podemos alimentar "cinco mil" daqueles que ainda não sabem de sua verdadeira identidade.

Existe a crença da separação entre nós e Deus — nosso bem — e nós a corrigimos quando reconhecemos que "Eu e o Pai somos um; tudo o que o Pai tem é meu; o lugar onde eu estou é solo sagrado". No reconhecimento da infinitude do nosso ser, percebemos as verdades da Bíblia, percebemos a verdade de suas promessas. Já não se trata de citações, mas de afirmações de fatos, e isto nos traz até a linha demarcatória entre "conhecer a verdade" e "não nos preocupar".

Percebemos agora a verdade como algo assentado em nossa própria consciência — a realidade do nosso ser. Não nos preocupamos em atrair algum bem; não estamos nos dando algum tratamento para que nos aconteça algo, mas percebemos a verdade, a realidade de nossa identidade, de nossa unidade com o Infinito, com nossas infinitas possibilidades. A razão para perceber e conhecermos esta verdade é que através dos tempos sempre nos reconhecemos apenas como homens — como algo diferente de ser divino — e a menos que, diária e conscientemente, lembremos da verdadeira natureza do nosso ser, recairemos sob a crença geral de que somos algo separado e longe de Deus.

Existe uma crença de que estamos separados das pessoas, que na realidade são parte de nosso ser como um todo; ou a idéia de que sejamos separados e distantes de certas idéias espirituais necessárias à nossa auto-realização, idéias que se apresentam como pessoas, textos, lar, amizades ou oportunidades. Esta crença de separação nós corrigimos com a percepção de que nossa unidade com Deus constitui nossa unidade com cada uma das idéias. Temos um bom exemplo com o telefone. Através do meu telefone eu posso fazer contato com qualquer outro telefone ou lugar do mundo, mas não posso falar nem ao meu vizinho pelo telefone sem que a ligação passe pela central. Se então eu estabelecer meu contato com a central, serei um com todos os telefones. Pelo conhecimento de nossa unidade com Deus, o Princípio infinito, o Amor, encontramos e manifestamos nossa unidade com todas as idéias necessárias à expansão de nossa "completeza".

Nunca esqueçamos de que não podemos viver cientificamente como homens ou como idéia, mas que devemos perceber que somos Vida, Verdade e Amor. Devemos aceitar a revelação de Jesus sobre o "Eu sou" até que se torne realizada em nós.

Paremos de tentar aplicar a Verdade: tal tentativa de aplicar a Verdade nada mais é que uma ação do pensamento humano. A Verdade é infinita e, por isso, não há nada a que possamos aplicá-la. Ela é a realidade do ser, e não há nada exterior ou interior sobre o que ela possa agir: a Verdade age e trabalha por si própria, ou seja, é auto-operante.

Estamos todos envolvidos em atividades que aparentemente fazem o suprimento vir até nós. Independentemente de se tratar de um negócio, uma profissão ou uma arte, o que está em atividade é Consciência. Vista desse modo, nossa atividade é amorosa e inteligentemente dirigida e amparada. E mesmo mais do que isso: como uma emanação da Consciência, é a Consciência em Si mesma manifestando individualmente o próprio ser, natureza e caráter. A direção está a Seu cargo, e só a Consciência é responsável. Aprendemos a não nos envolver e a deixar que Deus, a Consciência, assuma Suas responsabilidades.

Lemos na Bíblia sobre os esforços e atribulações de Elias. Se o acompanharmos pelo capítulo dezoito de I Reis, compreenderemos que apenas a consciência da presença de Deus, do Espírito dentro dele, poderia ter feito aquelas grandes coisas. Nenhum poder humano poderia tê-lo conseguido.

No capítulo dezenove encontramos o desânimo despontar naquilo que aparece como o fracasso do ministério de Elias. Na realidade, esta foi uma oportunidade dada a Elias para que comprovasse que o poder não era de um ser humano, mas que era de fato o poder de Deus se manifestando como em homem, Deus se mostrando como ser individual.
 
 

quinta-feira, outubro 24, 2013

O Suprimento - Parte I

Joel S. Goldsmith

 
O segredo do suprimento encontra-se no capítulo décimo segundo de Lucas:

E ele disse aos seus discípulos: "Portanto eu vos digo, não vos preocupeis com a vossa vida, com o que haveis de comer; nem com o vosso corpo, com o que o cobrireis. A vida é mais que o alimento, e o corpo é mais que a vestimenta.
 
Considerai os corvos: eles não semeiam nem colhem; eles não têm dispensa nem celeiro; e Deus os alimenta: quanto mais vaieis vós que as aves?
 
E qual de vocês, com toda solicitude, pode acrescentar um cúbito à sua estatura? E se, pois, não sois capazes de fazer estas pequenas coisas, por que vos preocupais com as outras?
 
Considerai os lírios, como eles crescem: eles não fiam nem tecem; e na verdade vos digo que nem Salomão, em toda sua glória, jamais se vestiu como um deles. E se Deus veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada ao forno, quanto mais vestirá a vós, homens de pouca fé? Não pergunteis pois o que haveis de comer, ou o que haveis de beber, nem andeis na dúvida. Pois todas as gentes das nações do mundo buscam estas coisas: e vosso Pai sabe que delas haveis mister. Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão dadas de acréscimo.
 
Não temais, pequeno rebanho, pois é do agrado do vosso Pai dar-vos o reino.”

Surge agora a questão: Como é possível "não nos preocupar" com o dinheiro quando as prementes obrigações devem ser satisfeitas? Como podemos confiar em Deus se ano após ano tais problemas financeiros nos afligem, geralmente não por falha nossa? Vimos na passagem de Lucas que o modo de resolver nossas dificuldades está em não nos preocuparmos com o suprimento, quer seja dinheiro, alimento, roupa ou qualquer outra forma. E o motivo pelo qual não precisamos estar ansiosos quanto a isso é que "é do agrado do vosso Pai dar-vos o reino", uma vez que Ele "sabe que delas haveis mister".

Para podermos entrar completamente no espírito de confiança desta passagem inspirada das Escrituras, temos de compreender que dinheiro não é suprimento, e sim o resultado ou efeito do suprimento. Não existe tal coisa como suprimento de dinheiro, de roupas, de casa, de automóvel ou alimento. Tudo isso constitui o efeito do suprimento, e se este suprimento infinito não estivesse presente dentro de nós, nunca haveria as "coisas dadas de acréscimo" em nossa vida. As coisas de acréscimo, naturalmente, são estas coisas práticas como dinheiro, alimento e roupas, que são tão necessárias neste estágio da existência.

E se dinheiro não é suprimento, que é este então? Façamos uma pequena divagação e observemos uma laranjeira carregada de frutos. Sabemos que as laranjas não constituem o suprimento, pois quando estas tiverem sido comidas, vendidas ou dadas, uma nova safra começará a brotar. As laranjas se foram, mas o suprimento continua, pois dentro da laranjeira existe uma lei em operação. Chame-a de lei de Deus, ou lei da natureza — o nome não é tão importante, mas o que importa é o reconhecimento da lei que atua na, através e como laranjeira. E esta lei opera internamente — através das raízes vêm os elementos minerais, nutrientes, água, elementos do ar; e mais a luz solar, que são então transformados em seiva. Esta, por sua vez, caminha tronco acima, é distribuída pelos ramos e finalmente toma expressão como flor. A seu tempo, esta lei transforma as flores em bolotas verdes e estas se tornam laranjas maduras. As laranjas são pois o resultado, ou o efeito da ação da lei na, através e como laranjeira. Enquanto esta lei estiver presente, teremos laranjas. A laranja, por si, não pode produzir outra laranja. E assim compreendemos que a lei é o suprimento e as laranjas seus frutos, os resultados, os efeitos da lei.

Dentro de mim e de você há também uma lei em operação — a lei da Vida — e a conscientização da presença desta lei é o nosso suprimento. O dinheiro e as coisas necessárias à vida diária são os efeitos da conscientização da atividade da lei interior. Esta compreensão nos permite desligar o pensamento do mundo exterior para habitarmos na consciência da lei.

Que é esta lei, que é nosso suprimento? A Consciência divina ou universal, a sua consciência individual — isto é a lei. E ela é de fato a nossa consciência. Assim, nossa consciência se torna a lei do suprimento para nós, produzindo a sua imagem e semelhança na forma de coisas necessárias ao nosso bem-estar. E assim como não há limites para a nossa consciência, tampouco há limites para a percepção consciente da ação da lei e, por isso, não há limites para o nosso suprimento em todas as suas formas.

A Consciência divina ou universal, nossa consciência individual, é espiritual. A atividade desta lei interior é também espiritual e, por isso, nosso suprimento, em todas as suas formas, é espiritual, infinito, sempre presente. Aquilo que vemos como dinheiro, alimento, vestimenta, carros ou casas representa a nossa interpretação dessa idéia. Nossos conceitos são tão infinitos como nossa mente.

Convenhamos que, assim como não precisamos nos preocupar com as laranjas, enquanto tivermos a fonte ou suprimento que produz continuamente os frutos para nós, também não precisamos mais nos preocupar com o dinheiro. Aprendamos a olhar para o dinheiro como olhamos para as folhas ou para as laranjas, como um resultado natural e inevitável da lei que age interiormente. Não há, de fato, razão para nos preocuparmos, mesmo quando a árvore nos pareça desfolhada, enquanto mantivermos a consciência da verdade de que a lei continua assim operando internamente, para nos dar os frutos de sua própria espécie. Independentemente do estado de nossas finanças em dado momento, não fiquemos preocupados ou aborrecidos, pois agora sabemos que a lei atua dentro de nós, através e como nossa consciência e trabalha, quer estejamos dormindo ou despertos, para nos prover das coisas "de acréscimo".

Aprendamos a olhar para os lírios e a nos regozijar com a prova da presença do amor de Deus por Sua criação. Observemos as andorinhas, quão completamente confiam na lei.

Regozijemo-nos ao ver as flores na primavera e no verão, que nos confirmam a divina Presença. Assim como aprendemos a nos alegrar com as belezas e generosidade da natureza sem o desejo de nos apoderar de qualquer coisa, sem o medo de que seu suprimento não seja infinito, assim também aprendamos a nos alegrar com o desfrute de nosso suprimento infinito — resultado do infinito repositório em nosso interior — sem nenhum medo de que alguma carência venha a nos perturbar.

Gozemos dessas coisas do mundo exterior sem, contudo, considerá-las como suprimento. Nossa conscientização da presença e da atividade da lei é nossa consciência de suprimento, e as coisas exteriores são as formas sob as quais nossa consciência se expressa. O suprimento interno se manifesta como as coisas externas de que necessitamos.

 

terça-feira, outubro 22, 2013

Pratique a caridade todos os dias - 3/3

Masaharu Taniguchi
 
 
O conto que vou narrar a seguir é também extraído de um livro estrangeiro, e serve para corroborar essa lei da mente:

Era uma vez um senhor próspero. Certo dia, viu um homem sujo e maltrapilho pedindo esmola na rua. Ficou com muita pena e levou-o para sua casa. Deu-lhe de comer, forneceu-lhe roupa e estimulou-o dizendo:

- O homem foi feito para fazer coisas muito mais importantes do que ficar pedindo esmolas. Pelo que vejo, você é robusto e tem fisionomia inteligente. Pare de aviltar a si mesmo. Veja a si próprio como um ser superior. É realmente lastimável que uma pessoa como você viva pedindo esmola. Olhe, tome esse dinheiro. Empregue essa quantia como capital, e passe a viver como "gente".

Assim, o próspero cavalheiro deu ao mendigo uma quantia em dinheiro, acompanhada de palavras que louvam e enobrecem o homem.

Logo esse senhor esqueceu a caridade que praticou. Passado vários anos, ele fracassou num negócio e viu-se numa grande dificuldade financeira. Não dispunha nem mesmo de quinhentos dólares para fazer face à emergência. Ele procurou arranjar esse dinheiro, visitando vários conhecidos; mas, talvez porque seu empreendimento já tivesse perdido a credibilidade, ninguém quis emprestar-lhe essa quantia.

Foi então que recebeu a visita de um desconhecido, o qual foi logo dizendo que estava disposto a emprestar-lhe qualquer quantia que necessitasse.

O cavalheiro ficou muito surpreso. Por que esse desconhecido se oferecia para emprestar-lhe "qualquer quantia que precisasse", quando até mesmo as pessoas que ele considerava amigos se recusaram a emprestar-lhe apenas quinhentos dólares? Perplexo, fez essa pergunta ao desconhecido, e este, olhando-o fixamente, disse:

- O senhor não se lembra de mim? Eu era um mendigo há alguns anos. E certa noite, o senhor me salvou. O senhor recebeu-me em sua casa como a um irmão. Ensinou-me a respeitar a mim mesmo como ser humano. Até aquele dia, eu desprezava a mim mesmo, pensando que não valia coisa alguma, que só servia pra pedir esmolas. Mas a sua bondade e suas palavras de estímulo mudaram completamente o meu modo de pensar. Comecei a ter confiança em mim mesmo. A partir daquele momento, tudo começou a melhorar e finalmente alcancei êxito nos negócios. Devo meu sucesso atual ao senhor. De certo modo, pode-se dizer que, todos os meus bens pertencem ao senhor. Portanto, use o dinheiro que precisar.

Havia sinceridade no rosto do visitante. E assim, o empreendimento livrou-se da falência, graças ao surgimento desse inesperado salvador.

Caro leitor, não pense que não vale a pena praticar atos discretos de bondade. Saiba que isso equivale a acumular tesouros no Céu. Quem tem tesouros acumulados no Céu sempre terá quem o ajude, quando se encontrar em dificuldade.

Todavia, não pratique atos de bondade com a intenção de ser socorrido nos momento difíceis. Isso seria manter um modo de pensar negativista. Pensar que "talvez venha a passar por momentos difíceis" é "atrair momentos difíceis". Na hora de dar algo aos outros, dê-o apenas pela alegria de dar. Dê-o com a consciência de que você é a "Vida" que, quanto mais dá, mais cresce. Dê-o com a certeza de que nada se perde pelo fato de dar. Esse é o segredo do verdadeiro crescimento espiritual.

Quem é rico pode ajudar os outros dando dinheiro. Porém, ajudar os outros não é só dar dinheiro ou outros bens materiais. O "modo de viver da Seicho-no-Ie" é um modo de viver que pode ser adotado por toda e qualquer pessoa. Não se trata de um modo de viver estreito e preceituoso que impõe condições como: é preciso abandonar todos os bens; em se reformular o sistema; há necessidade de ser rico ou pobre; é obrigatório pertencer a uma determinada seita religiosa, etc., etc. O modo de viver da Seicho-no-Ie pode ser colocado em prática por todas as pessoas (tanto os ricos como os pobres) e em quaisquer circunstâncias, e proporciona alegrias cada vez maiores a quem o pratica.

Procure praticar sempre atos que proporcionem alegria às pessoas com quem tem contato. Se alguém estiver precisando de um lenço, ofereça o seu; se estiverem necessitando de um pedaço de barbante, arranje-lhe um; sevir alguém surpreendido pela chuva repentina, partilhe com ele o seu guarda-chuva; se encontrar alguém sofrendo, anime-o, dirigindo-lhe palavras enconrajadoras. Procure iluminar os corações de todas as pessoas com quem você tem contato. Para os que estão desiludidos, dirija palavras que lhes infundam esperança. Espalhe simpatia e bondade por onde for. Espelhe sempre sorriso de simpatia e expressão de bondade. Louve as qualidades dos outros com o coração alegre e sincero. Com isso você fará feliz não só o próximo, mas também a si próprio.

Não aponte os pontos fracos dos outros, nem procure seus defeitos. Não revele o segredo que eles querem manter. Não dirija palavras sarcásticas ou irônicas. Não critique duramente. Não diga palavras que possam desesperar os que sofrem. Não mostre fisionomia sombria. Não veja os outros com desconfiança. Não rejeite nem despreze os outros. Tudo isto constitui o "modo de viver da Seicho-no-Ie" que qualquer pessoa pode colocar em prática.

Existem muitas pessoas que tem fome de alimento, mas maior é o número de pessoas que tem fome de "amor e bondade". No presídio, os presos têm o que comer. Mas, mesmo sabendo disso, as pessoas não querem ir para lá, porque no presídio elas não encontram "amor e bondade". Nos lares abastados, jamais falta o que comer. Não obstante, ocorrem suicídios de esposas ou filhos de milionários. Isto é provocado pela "fome" de amor e bondade. Quando essa carência é muito grande, o ser humano se sente tão desesperadamente só, a ponto de não suportar mais continuar vivendo neste mundo. Para quem se encontra nesse estado, o dinheiro e sua existência comparados com o amor e a bondade, valem tanto quanto uma telha furada.

Vamos aniquilar as tristezas da humanidade, oferecendo-lhe todo o nosso amor e bondade, e assim façamos com que se manifeste aqui mesmo na face da Terra o Mundo da Luz! Eis o nosso objetivo.

Quem estiver de acordo com este objetivo, una-se a nós e venha ajudar-nos a difundir o "Movimento de Iluminação da Humanidade" da Seicho-no-Ie. A união faz a força: se uma pessoa reunir dez simpatizantes e divulgar-lhes o modo de viver baseado na prática da bondade, essas pessoas, adotando esse modo de viver, divulgá-lo-ão cada uma a dez ou mais pessoas, e assim, multiplicaremos cada vez mais o número de adeptos do "modo de viver baseado na prática da bondade". Então, desaparecerão, pouco a pouco, as pessoas que falam mal dos outros, as fisionomias sombrias e amargas, as insinuações maldosas, as práticas de maldade, etc. Que alegria nos proporciona aguardar o dia em que isso se concretizará!
 

(Do livro "A Verdade da Vida, vol.7" - pp. 95 à 100)
 

segunda-feira, outubro 21, 2013

Pratique a caridade todos os dias - 2/3

Masaharu Taniguchi
 

Mesmo em relação aos empreendimentos, são poucos os que alcançam êxito brilhante, realmente digno de um Filho de Deus. Isto porque a maioria das pessoas pensa que sua própria capacidade é limitada. Elas ainda não tomaram consciência da sua Vida que pode crescer infinitamente quanto mais se dedicarem aos outros. Nós precisamos aprender que somos capazes de nos dedicar muito mais ainda aos outros, com o coração generoso.

Dê mais bondade a seus semelhantes.
Dê-lhes mais palavras de louvor,
dê-lhes muito mais de sua própria Vida.

Aquele que muito dá, muito poderá colher. Essa colheita vem do Céu. Quando o "dar" é frequente, amplia-se a via por meio da qual chegam as dádivas do Céu. Pessoas que não obtêm ajuda nos momentos difíceis são pessoas que não ajudaram verdadeiramente os outros.

Certa vez, li num livro estrangeiro, o seguinte conto:

Um homem maltrapilho bateu à porta dos fundos de uma residência e pediu à dona da casa que lhes desse um par de sapatos velhos, pois o que ele estava usando já estavam completamente rotos. A mulher entrou, e voltou com um par de sapatos ainda novos, que estendeu ao pobre homem, dizendo:

- Fique com estes sapatos.

O homem, um tanto supreso, disse:

- Oh! Mas esses sapatos ainda estão novos. São bons demais pra mim. Eu me satisfaria com um par velho...

- Ora, não faça cerimônia - disse a senhora, desinteressadamente - Leve esses sapatos. Se acontecer de você passar por aqui num dia de neve, poderá fazer o favor de limpar a neve da calçada para facilitar o trânsito dos pedestres. Isso seria, para mim, a melhor retribuição.

O homem aceitou os sapatos, agradeceu várias vezes e foi embora. Passados alguns dias, a mulher foi acordada pelo ruído de alguém limpando a neve da calçada. Olhou pela janela e viu que havia nevado bastante durante a noite. "Mas quem será que está limpando a neve, tão cedo?" - pensou ela, e foi verificar. Era aquele homem a quem ela dera um par de sapatos novos. Lá estava ele trabalhando diligentemente, limpando a neve com uma pá. Como que sentindo o olhar da dona da casa, o homem virou-se para a janela e, vendo-a, tirou o chapéu e cumprimentou-a, parecendo querer agradecer novamente pelo donativo de outro dia. Depois, recomeçou a trabalhar. A senhora pensou: "Vou agradecer-lhe e convidá-lo para tomar a refeição matinal". Arrumou-se rapidamente e saiu. Mas o homem já tinha ido embora, e a neve da calçada havia sido totalmente removida. E durante todo aquele ano, o homem apareceu para limpar aquela calçada, sempre que nevava bastante.

Não é falsa a afirmação da Seicho-no-Ie de que, mesmo as mais pobres e maltrapilhas pessoas, passam a exteriorizar a sua Natureza Divina quando as tratamos com bondade. No conto narrado, podemos perceber a Natureza Divina brilhando na imagem do andarilho que, surgindo de manhã bem cedo, sem ser notado por ninguém, trabalhou diligentemente na remoção da neve da calçada. Não terá sido esse homem a pessoa que mais feliz se sentiu naquela manhã? Ele, que às escondidas limpou a neve da calçada para retribuir a bondade daquela senhora? A alegria de dar é contagiante. A pessoa que recebeu, tornou-se, por sua vez, conhecedora da alegria de dar. Nós, da Seicho-no-Ie, acreditamos que, "contagiando" as pessoas mais e mais com a alegria de dar, este mundo se tornará iluminado e alcançará a paz e a felicidade, sem que haja revoluções sangrentas. Nós acreditamos na Natureza Divina que existe no homem, acreditamos na bondade que existe dentro de cada ser humano. Todavia, a Natureza Divina existente no homem não pode ser exteriorizada através da coação, e sim através da reverência, da bondade, do respeito e do amor para com ele. O amor atrai o amor, e o ódio atrai o ódio -- essa é a lei da mente.
 
Continua...

(Do livro "A Verdade da Vida, vol. 7" -- págs. 93 à 95)
 

sexta-feira, outubro 18, 2013

Pratique a caridade todos os dias - 1/3

 
Masaharu Taniguchi
 
 
Talvez você conheça a seguinte fábula:

Era uma vez um país muito rico. O rei desse país tinha um filho muito inteligente. O jovem príncipe tinha tudo o que queria; todos os seus desejos eram satisfeitos. No entanto, o príncipe não era feliz. Em sua fisionomia havia sempre um ar de tristeza e insatisfação.

O rei não entendia por que o seu filho querido, a quem nada faltava, vivia sempre sombrio. Um dia, o rei mandou chamar o príncipe e perguntou-lhe com ternura: "Você tem tudo o que quer; não há nada que você deseje que não seja satisfeito. Apesar disso, você está sempre tristonho. Por que não consegue se sentir feliz? Guarda alguma dor secreta em seu coração?

O príncipe respondeu: "Como o senhor disse, não há nada que eu queira que não seja satisfeito. Eu tenho tudo, posso fazer o que eu quero. Assim sendo, não há razão para ter um sofrimento secreto. Acontece, simplesmente, que eu não consigo sentir alegria de viver. Eu mesmo não entendo por que me sinto assim.

O rei resolveu publicar uma nota oficial, em que prometia um grande prêmio em dinheiro a quem conseguisse tornar feliz o príncipe. Muitas pessoas tentaram, mas todas elas fracassaram.

Um dia, apareceu um mágico, o qual disse: "Eu vou conseguir tornar o príncipe feliz".

Ouvindo isso, o rei falou: "Se você realmente conseguir tornar feliz o príncipe, dar-lhe-ei tudo o que desejar. Mas tem certeza de que conseguirá?"

Com a permissão do rei, o mágico levou o príncipe para um outro aposento. Ali, pegou uma folha de papel em branco e nele escreveu alguma coisa, com uma tinta invisível. Entregou esse papel ao príncipe e disse: "Vá a um quarto escuro, acenda uma vela, e aproxime este papel. Então aparecerão as palavras que escrevi. Faça o que está escrito, e a partir de hoje mesmo Vossa Alteza poderá se tornar feliz."

Assim que terminou de falar, o mágico desapareceu. E nas mãos do príncipe ficou a folha de papel aparentemente em branco, igual a qualquer outra. Imediatamente o príncipe foi a um quarto escuro, acendeu uma vela e aproximou da chama o papel. Logo começaram a surgir nele letras em azul, onde se lia:
 

"Pelo menos uma vez por dia, pratique um ato de bondade."
 

Ah! Então era esse o segredo da felicidade! O príncipe seguiu esse conselho, e desde esse dia tornou-se feliz.
 
Caro leitor! Se você vive perseguindo apenas a sua própria felicidade, você é como uma criança que corre, querendo pegar a lua. Por mais que corra, nunca conseguirá agarrar a verdadeira felicidade.

Ninguém -- seja ele um rei, um príncipe ou um milionário, etc. -- não conseguirá se tornar verdadeiramente feliz, enquanto não conhecer a alegria de ser útil aos outros, de tornar feliz o seu próximo e sentir em si o reflexo da alegria do outro. Dando de si é que o homem consegue se tornar maior. Dando de si é que o homem consegue fazer com que o seu tesouro retorne a si próprio com o valor aumentado dezenas de vezes.

Assim como o valioso elemento químico "rádio" não se diminui, apesar de irradiar milhões de elétrons por segundo, o homem também em nada diminui por mais que ofereça de si mesmo aos outros, por mais que se dedique para tornar feliz o seu próximo. Pelo contrário, quanto mais a pessoa dá, mais abundantemente passa a fluir para si a "água da Vida". Isto acontece porque, na verdade, a Vida de uma pessoa e a Vida de seus semelhantes são "uma coisa só". Assim sendo, é na felicidade de seus semelhantes que o homem encontra a sua própria felicidade.

Quando minhas mãos tocam em uma pessoa doente, elas vão naturalmente para a parte enferma do corpo dessa pessoa. Atendendo à necessidade de curar essa pessoa, minhas mãos passam a trabalhar na parte afetada, ora afagando-a, ora pressionando-a, ora massageando com força e ora massageando suavemente, como se estivesse fazendo isso em meu próprio corpo. E, é interessante, ocorre a cura da doença. Este fenômeno pode ser explicado sob diversos ângulos, mas, fundamentalmente, a capacidade de um ser vivo captar os pontos deficientes do organismo de outro ser vivo sem enxergar esses pontos com seus olhos físicos, explica-se pelo fato de que, em sua essência, um e o outro serem "uma só Vida". Qualquer pessoa poderá passar por experiências semelhantes a essa, se aprofundar a conscientização de sua unidade com Deus e com seus semelhantes através de práticas meditativas como o Shinsokan da Seicho-no-Ie.

Meus semelhantes e eu somos uma só Vida, pois somos "irmãos na Vida" nascidos da mesma "Grande Vida". Ser útil aos outros é, em última análise, ser útil a si mesmo. No entanto, muitas pessoas consideram um desperdício de Vida trabalhar por uma causa que não envolva interesses pessoais, ou pensam que "não se ganha nada sendo bom para os outros". Essas pessoas pensam assim porque se deixam aprisionar pelo "invólucro da carne" que as separa dos outros. Da mesma forma que se quebra a casca de um ovo, devemos quebrar o "invólucro" que nos separa dos outros. É assim que podemos obter os fortificantes mais necessários para a nossa alma.

Não se mostrar bondoso para com os outros é tolerável. Mas o que é realmente reprovável é o fato de haver pessoas que se satisfazem praticando maldade para com os outros, tecendo comentários maldosos sobre a infelicidade alheia, dizendo palavras irônicas que agravam mais o sofrimento de seu semelhante, espalhando os segredos alheios, ou ridicularizando os defeitos dos outros e causando-lhes vergonha.

Aquele que só se sente importante ridicularizando ou diminuindo os demais, está dando prova da sua pequenez. Os possuidores de um coração pequeno e mesquinho não suportam ver os outros alcançarem êxito ou serem elogiados. Aquele que se alegra com o sucesso de seu próximo e, felicita-o como se felicita o êxito de seu próprio irmão, está dando provas da nobreza de sua alma.

Ao ouvir falar do sucesso de alguém ou das virtudes alheias, não diga palavras que possam colocar em dúvida tais sucessos ou tais virtudes. Não procure os defeitos; não pense que atrás do sucesso estão escondidos "pontos obscuros"; não pense que pode haver intenções desonestas atrás das atitudes virtuosas.

Pobre de quem, estando diante de uma luz, não vê a claridade e procura encontrar alguma mancha negra dentro da luz! Aquele que vê a luz fica iluminado, e aquele que vê a treva fica obscurecido pela treva.

Aquele que quer ser uma pessoa alegre e feliz deve olhar apenas o lado positivo dos atos alheios, e elogiá-los com o coração aberto. Aquele que deseja engrandecer a si mesmo deve procurar a nobreza nos atos das outras pessoas. Dominar os outros não constitui, de forma alguma, um meio para engrandecer a si mesmo.

Aquele que fica satisfeito descobrindo os pontos negativos dos outros, está comprovando que ainda não possui a grandeza de alma, digna de um Filho de Deus, e que ainda não conseguiu a profunda consciência da unidade entre ele e os outros. Os sentimentos como ciúme e inveja revelam a baixeza, fraqueza e subdesenvolvimento espiritual do indivíduo.

Aquele que possui uma alma realmente nobre, experiente e desenvolvida consegue manter a serena convicção da sua grandeza espiritual, sem recorrer a meios baixos como apontar as falhas alheias ou falar mal dos outros.

Uma pessoa generosa, capaz de se alegrar com a alegria dos outros, não só revela a sua grandeza espiritual, como também consegue elevar-se cada vez mais.

Quanto mais atos de bondade praticarmos, mais se elevará a nossa alma. Quanto menos olharmos para os defeitos dos outros, mais feliz será a nossa alma. Quanto mais louvarmos as qualidades dos outros, mais alegre e purificada se tornará a nossa alma.

As pessoas tolas tendem a acreditar que "quanto mais falarem mal dos outros, quanto mais depreciarem as virtudes alheias e quanto mais apontarem os defeitos dos outros, maior será a possibilidade de serem consideradas superiores". A verdade, porém, é justamente o oposto. Pode ser que muitas pessoas ouçam tais maledicências e comentários depreciativos sem contestar, mas, na verdade, elas dificilmente deixam de perceber a baixeza de caráter dos que as proferem. Aquele que deprecia os outros será também depreciado.

Eu gostaria de formar, entre os irmãos da Seicho-no-Ie, uma "Liga das pessoas que não falam mal dos outros". Eu disse "dos outros", mas naturalmente não devemos falar mal de nós próprios, nem de nossos familiares -- pais, irmãos, filhos, etc. Para os membros da Seicho-no-Ie, que possuem a consciência da sua condição de "Filho de Deus" e a firme convicção de que "a Palavra é força criadora", nada mais natural do que não falar mal das pessoas.

Esse mundo será um paraíso quando se tornar totalmente livre de pessoas que proferem palavras maldosas, e ficar repleto de bondade e louvor. Podemos dizer que, quando isto acontecer, terá sido atingido o objetivo com que surgiu a Seicho-no-Ie.
 
Continua...
 
(Do livro "A Verdade da Vida, vol. 7", pp. 87 à 93)

quinta-feira, outubro 17, 2013

O Universo conspira a seu favor


  

 
– Quão limitado é o nosso conceito de Deus, se pensamos ter o poder de influencia-Lo a fazer para nós aquilo que Ele já não esteja fazendo; e quão finita deve ser a nossa compreensão de Deus quando nos dirigimos a Ele com nossos desejos egoicos ou quando nos aproximamos d'Ele com a pretensão de obter o que quer que seja – exceto pedir por luz, graça e sabedoria, além do entendimento acerca de Seus caminhos, Suas leis, Sua vida. Ao orarmos, devemos liberar Deus de qualquer obrigação pessoal para conosco, com a consciência de que estamos confiando na sabedoria d'Aquele que criou o Universo e tudo faz para sustenta-lo e governa-lo. Quando é assim, não mais tentamos canalizar Deus na direção de nossos desejos pessoais. Deus não irá mudar os Seus caminhos a fim de nos atender ou beneficiar – nós é que devemos nos modificar em relação à Deus. Nós não podemos fazer  Deus se adequar à nossa desobediência e ignorância, mas podemos nos tornar obedientes e espiritualmente sábios. Que possamos abrir mão de nossas tentativas de usar Deus, assim como das eventuais expectativas de que Deus fará as nossas vontades ou realizará os nossos desejos, e assumamos o seguinte: "Pai, seja feita não a minha vontade, mas que a Sua vontade se cumpra em mim. Eu não peço que Vós atenda aos meus desejos, às minhas esperanças ou às minhas ambições; e sim que eu possa realizar a Sua vontade, a Sua graça, Seus caminhos. Liberta-me, ó Pai, de todos os desejos, esperanças, vontades, e planos. Faz com que eu seja obediente aos planos que tens para mim. Mostra-me claramente o caminho que eu devo seguir, e eu prometo seguir a luz conforme ela me seja mostrada." - Joel S. Goldsmith

– Quando oramos a Deus por nós mesmos ou por nossos próximos, é certo que pensamos conhecer melhor do que Deus quais são as nossas necessidades ou as necessidades de nossos vizinhos; mais do que isso, acreditamos  ter o amor de querer que o nosso semelhante tenha suprida todas as suas necessidades, mas que Deus não tenha o conhecimento nem amor para supri-lo. Contudo, no lugar mais recôndito de nosso coração, sabemos que essa não é verdade. Deus não é servo do homem, e Deus não age de acordo com o pensamento dos homens de como as coisas deveriam ser ou funcionar. Abandonemos, pois, as nossas tentativas de dizer a Deus quais bênçãos ele deveria conceder ou quando as deveria conceder, e descansemos na confiança de que a Sua graça é a nossa suficiência. Soltemo-nos, pois, no ritmo de Deus a fim de que possamos nos tornar integrados ao ritmo deste universo. - Joel S. Goldsmith

– Não precisamos procurar Deus. Só precisamos saber que Ele está conosco e que jamais irá nos abandonar: podemos descansar nessa Palavra. Se não o fizermos, estaremos cerrando as cortinas da janela e saindo em seguida à procura de luz! O Reino de Deus está dentro de vocês. Por que procurar mais? Aceitem que "Eu e o Pai somos um só, aqui e agora, e o lugar onde me encontro é solo sagrado." Se a nossa mente estiver serena, em vez de buscar, de investigar ou de mentalizar, nós podemos ouvir o que Deus tem a dizer. E não duvidem de que Deus tem coisas infinitamente mais interessantes a dizer a nós do que nós a Ele! Pratiquem a consciência da Onipresença até que obtenham uma completa percepção dela. Em vez de procurar Deus, reconheçam: "O pai está comigo; não onde eu O procuro, mas dentro de mim. Quando? Agora, agora que O reconheço, pois é Onipresente, sempre presente. Obrigado, Pai. Tu estás aqui!". - Joel S. Goldsmith
 
 Nossa união consciente com Deus constitui a nossa unidade com cada ser e ideias espirituais. Isso significa que somos todos um e, na medida em que amarmos o nosso semelhante como a nós mesmos e agirmos para com ele do mesmo modo que gostaríamos que agissem para conosco, nesse exato grau estaremos acionando e colocando em ação a lei espiritual. É grande a responsabilidade do estudante espiritual, ninguém possui tanta responsabilidade quanto aqueles que trilham o caminho místico. Conhecer a Verdade, seguir princípios espirituais – semear no espírito, ao invés de na carne –, apenas isso é que poderá proporcionar a nossa regeneração, ressureição, renovação e, finalmente, a nossa ascensão para além de toda a materialidade. Pela palavra semear entendemos "estar conscientes de". Em tal estado elevado de consciência, até mesmo a lei cármica cessa de operar em nossas experiências; pois, em decorrência do reconhecimento de que jamais somos o agente/fazedor, mas unicamente Deus é que opera/age através de nós, a lei do carma é simplesmente nulificada. - Joel S. Goldsmith




terça-feira, outubro 15, 2013

Simplesmente Isso! [Núcleo]


Mooji / Núcleo

 
A seguir, segue um texto de Mooji, com comentários feitos pelo Núcleo. [Os comentários estarão entre chaves, em fonte de cor azul].


Questionador: Alguns professores dizem que não há nada que você possa fazer para se tornar iluminado ou despertar. Que não há escolha nem ninguém para escolher. Isso é verdade?

Mooji: Ao ouvir isso, qual foi a sua reação?

Questionador: Na verdade foi mista. Por um lado uma sensação profundamente libertadora, simples e natural, seguido de um sentimento de real frustração e raiva. Honestamente eu me senti bastante irritado e oprimido com a idéia de não ter o livre-arbítrio. Foi muito estranho.

Mooji: E qual dessas duas reações ficaram mais fortes com você?

Questionador: Bem, como disse antes,inicialmente o sentimento de liberdade foi forte,belo e expansivo mas durou pouco, enquanto que a frustração, dúvida e confusão tém sido mais prolongados.

Mooji: E estes sentimentos o trouxeram de novo ao Satsang, certo?

Questionador: Pode-se dizer que sim. Na verdade eu não sinto que tomei nenhuma decisão para vir aqui. Eu sinto que fui atraído por alguma força. Quando estou aqui contigo, tudo vai bem; suas palavras e sua presença me fazem sentir seguros nesta verdade. O problema começa quando estou lá fora no mundo. Daí eu duvido de mim mesmo. Me sinto fraco, sem foco e me falta essa convicção que estou sentindo agora. Eu necessito de ajuda.

Mooji: Obrigado. 'Eu necessito de ajuda' é a frase chave aqui. É sábio buscar auxílio, até que você vá além da necessidade do auxílio. Não a arrogância que diz 'Não há' ninguém a ser ajudado, nenhum 'eu', nenhum 'você'. Ninguém existe, somente aquilo que É, que embora verdadeiro quando exaltado da boca do sábio, é completamente falso quando expressado da mente egoica! É o ego que se levanta através do intelecto bancando ser algum tipo de herói espiritual. [Que profundidade expressa esta frase! O Ser “É”; o personagem “está sendo”, portanto, “não é”, mas, apenas “está sendo”. A Consciência do Ser diz: “Eu Sou o que Sou”, porque sabe que É. A mente do personagem não pode dizer o mesmo, porque está acreditando ser algo agora e outro algo, depois. O personagem não sabe quem realmente é, mas acredita; por ele ser mutável sua condição é a de impermanência.]

 Esta compreensão não pode ser enxertada numa mente ego-centrada porque a verdadeira compreensão dissolve o ego-buscador. Não há ninguém que sobre para reivindicar a liberdade como uma realização. A Unidade, o Um, apenas existe manifestando-se através e como a própria consciência. Ela expressa-se como o jogo cósmico. É a consciência se expressando no papel do humilde buscador que finalmente, através da graça, alcança a compreensão final, assim realizando-se como a Consciência Impessoal, o Ser. [Outra frase notável! Quando o personagem percebe quem ele realmente é, o Ser expressando-se como personagem, as luzes do teatro onde ocorre a encenação se acendem, todo o ambiente se ilumina e é revelado que o Autor, os atores e o próprio cenário são o único Ser Real expressando-se como tudo e todos eles]

A sua busca por ajuda abre uma enchente de Graça que se manifesta na forma do 'professor', que é um reflexo do seu verdadeiro Ser, cuja autoridade e presença o assiste empurrando a mente externalizada para dentro de sua fonte, o coração, fazendo-o resultar na compreensão final. [Eis a verdade sendo expressa em termos claros. Perceba que não há aqui um “comentarista”; estes comentários ao texto provém de uma Fonte interna, que apareceu como o autor deste texto; agora aparece como o comentarista; e no instante em que o texto estiver sendo lido, aparecerá também como o leitor... É isto que deve ser percebido; esta é a “leitura” correta, a percepção que desvela a realidade de Quem somos]

Esta graça provém do seu próprio Ser e é o seu Ser. Você ouviu o provérbio que diz : 'Nós somos chamados por nosso próprio Ser', e ainda tudo isto toma a forma como um mero teatro na consciência. O Absoluto, o Ser real de cada um, o Satguru dentro de nós, nem se beneficia nem sofre nenhuma alteração de maneira alguma, mas mantém-se como o inalterado substrato ou pano de fundo. Esta é a verdade. [Sim, é a verdade expressa não pela mente do personagem, o autor do texto, mas pela Consciência do Ser, uma Consciência Impessoal e Onipresente, que está no autor, no comentarista e no leitor deste profundo texto]

Questionador: Há uma alegria outra vez em ser lembrado disto, talvez isso seja a atração do Satsang. Mas eu devo dizer que ainda estou um pouco confundido sobre...

Mooji: Não! Pare aí mesmo. Na verdade, 'você', o que você realmente é [o Ser Real], não pode estar confuso [um estado da mente do personagem]. Confusão é um estado mental. Não seria mais preciso dizer que você sente ou nota a confusão surgindo em você? E que ambos os sentimentos de confusão e conforto são percebidos por você [sim, “a mente sente” e a seguir julga, enquanto “a Consciência percebe, sem julgar”], incluindo seus efeitos no corpo, assim como os pensamentos e julgamentos subsequentes, que acompanham tais sentimentos? E que estes são estados que vem e vão na presença de algum 'pano de fundo ' de inteligência impessoal ou testemunha natural?

Questionador: Sim. Parece haver mais distância nesta forma de olhar. Sinto-me mais desapegado e espaçoso de alguma forma.

Mooji: Vamos voltar à sua pergunta original ?

Questionador: Sim, mas eu gostaria que você falasse mais sobre esse ponto.

Mooji: Ok. Ok, nós voltaremos se necessário. Na sentença: 'Não há nada que você ou ninguém possa fazer para ganhar a 'iluminação' ou o 'despertar'. Quem ou o quê é que ouve isto? E quem ou o quê é o 'você' na declaração ?

Questionador: Eu mesmo! O que Eu sou.

Mooji: E o que é isso? (pausa...) Agora você está vestindo olhos pensativos. Não pense! Observe!

Questionador: Minha mente... Minha individualidade. Meu sentido de ser, eu suponho. Meu intelecto?

Mooji: Não deve haver algo por detrás que vê a mente, a individualidade, o intelecto? [Sim, a Consciência do Ser, o Ser que realmente somos, que é impessoal] De onde estas mesmas frases estão surgindo, e o que se mantém inafetado, intocado pelo funcionamento da mente, intelecto. Não estão estes fenômenos sendo observados? [Sim, pela Consciência do Ser] Você pode confirmar? [Isto deve ser percebido]

Questionador: Sim (assentindo lentamente), eu posso confirmá-lo como tal.

Mooji: Deixando de lado qualquer fenômeno notável que esteja surgindo [na mente do personagem], volte a sua atenção para a própria observação [para a percepção da Consciência do Ser]. O que exatamente é isso que observa? É uma pessoa, uma coisa? [É a Consciência]  Tem uma forma, característica ou qualidade? É pessoal? [É sem forma, atributos ou qualidade. É apenas Consciência impessoal]

Questionador: Não. Ningúem está lá. Nada.

Mooji: Você está lá?

Questionador: Sim. Não. Eu devo estar. Eu estou nele.

Mooji: O que vê ou sabe isso ?

Questionador: Eu não sei. Eu apenas sei; mas não sei como eu sei. Eu não sou nada aqui exatamente. Eu quero dizer sem forma. Lá vem aquele sentimento denovo. Isto foi o que eu senti, o que experienciei a última vez.

Mooji: Não se aferre a este sentimento agora, deixe-o ser. Não vá ao passado, permaneça por detrás. Não se identifique, não toque. Apenas observe, mas mantenha-se neutro [na percepção consciencial], de forma que se e quando este sentimento de alegria [sentimento é uma forma de percepção da mente, expressão da atividade da mente] desvanecer-se, restará apenas este observar [que é consciencial]. Você não pode 'ter' ou se 'tornar' isso. Nenhuma posse, nenhuma realização, apenas pensamentos e sensações surgindo espontaneamente na consciência e sendo percebidos. Você percebe? [Esta percepção é sem um processo de pensamento, análise racional, valoração ou julgamento, todos manifestações da atividade mental. É algo a ser apenas percebido].

Questionador: Mas eu não quero que isso vá. Para que afast­á-lo? Eu quero permanecer neste estado sempre. Não é esse o ponto?

Mooji: Isto é precisamente o que você deve fazer. Se isso não estava aqui antes, não é permanente, e pertence ao que é mutável. [Sim, pertence à mente do personagem] Passará. Deixe-o ir e vir, isto é natural e isso é a própria liberdade. Reconheça que o 'Eu não quero que isso vá embora' é também um sentimento-pensamento surgindo  [a atividade mental], sendo observado por algo que está além das idas e vindas [que é a Consciência impessoal do Ser]. Seja Um com isso [Você já É Isto. O sentido aqui é o de "não pense, apenas perceba". Pensar é usar a mente para concluir sobre algo. A percepção consciencial não provém de processos mentais, é direta e imediata, e revela unidade com o algo percebido, no sentido de que o que está sendo percebido está em Mim mesmo, está no próprio Ser que Eu Sou. Tudo está na Consciência do Ser, nada existe fora do Ser]. Não persiga nada, permaneça como consciência neutra apenas. Isso é tudo. O que pode a consciência querer? O que falta? O que há para se manter ou perder? [Na Consciência do Ser há plenitude, não há desejos ou carências de quaisquer espécies]

Questionador: Minha mente deu branco. Me desculpa, poderia repetir?

Mooji: O que está testemunhando o 'branco'? [a Consciência do Ser].

Questionador: (pausa...) Eu estou. Aqui outra vez!

Mooji: E denovo, quem ou o quê é você aqui? [a Consciência impessoal].

Questionador: Apenas isso. Não há palavras que possam dar a entender ou descrever isso. Nada, Vazio.

Mooji: Há alguma tristeza? [tristeza é estado mental]

Questionador: Não.

Mooji: Feliz? [felicidade ou infelicidade são estados mentais]

Questionador: Não.

Mooji: Livre?

Questionador: Não. Eu nem usaria a palavra 'livre' (pausa). Sem palavras... [Em certo sentido sim, há uma percepção de liberdade, mas, uma liberdade não conceitual – que é uma percepção]

Mooji: Aha! Muito bom! Parabéns! Aquilo [o Ser Real]  é isto! Isto é tudo, você terminou, Excelente! O exercício terminou. Agora pise fora disto e retorne ao seu estado prévio para que nós possamos continuar com as suas perguntas importantes.

Questionador: Mmmm... Isto é impossivel ! Já não faz mais sentido nenhum. Pisar fora e ir aonde?

Mooji: Aqui!

Questionador: Não há nem sequer aqui! [Aqui é um conceito criado pela mente]

Mooji: Realmente? E o Agora?

Questionador: Não, nem Agora (longa pausa...). [Agora é outro conceito criado pela mente] Eu agora vejo claramente que estes são apenas conceitos. Não há dúvida a respeito disso, O Indescritível está por detrás.

Mooji: Isto apenas é liberdade, além de qualquer conceito de liberdade. O natural e supremo estado do Ser verdadeiro de cada um. [Sim, uma percepção de liberdade, uma liberdade não conceitual] 
 
(O questionador parece ter deslizado num estado meditativo, a sua face é imóvel mas tranquila... Mooji sorri...)

Mooji: Eu queria falar a respeito do que acontece quando esta experiência de 'iluminação' se desvanece, mas agora é impossível discutir isso com ele enquanto ele estiver em samadhi. (Gargalhadas..)

Outro questionador: Eu também já experienciei este estado em que ele parece estar agora, um tipo de experiência da não-experiência, que durou mais ou menos três ou quatro semanas. Eu me senti totalmente vazio, limpo, presente, uno com tudo que É. Tudo apenas acontecendo por si só, era realmente indescritível e belo, mas depois de um tempo minha mente voltou. No meu caso, eu penso que voltou ainda mais forte que antes. Na verdade eu entrei num tipo de depressão pesada e me senti perdido por um tempo. Eu tive medo de repetir aquela experiência.

Mooji: Que experiência?

Questionador: A experiência louca. ( Gargalhada...)

Mooji: O verdadeiro Ser é o imutável pano de fundo suportando o mundo transitório dos fenômenos. É somente Consciência impessoal; imutável e bem-aventurosa. No estado experiencial, brilha como o puro sentido da consciência subjetiva 'Eu sou'. Este 'Eu sou' é impessoal e sinônimo de consciência – o campo da percepção [Que frase fantástica!]. É a expressão direta da pura subjetividade. Sri Nisargadatta Maharaj, o grande sábio, descreve como sendo uma porta que se move de um lado para a manifestação [para o aparente universo do personagem]  e do outro ao infinito [para o universo do Ser, que é real]. Isto expressa-o belamente. Todos eventos ocorrem como movimentos na consciência, e são percebidos dentro e através desta consciente presença 'Eu sou'; esta é a 'testemunha', o ou princípio que testemunha, que nós somos, enquanto o corpo está aqui.

Questionador: Então nós somos o corpo, estamos no corpo, ou somos algo separado? Porque... (O questionador começou a se lembrar de algumas experiências e observações...)

Mooji: Deixe isto tudo de lado por agora; apenas esteja aberto, permitindo tudo o que tem sido dito simplesmente ser ouvido na consciência sem se apegar à nenhum pensamento em particular ou ideia do tipo: "o que fazer com isso que está sendo ouvido". Permita que o 'escutar' apenas 'aconteça', assim como seria. Você está aí, por detrás da mente que escuta. Preste atenção ao pensamento 'Eu' -- ele não é o verdadeiro 'Eu sou'. Ele vem quando o 'Eu sou' impessoal se identifica com o corpo, que é meramente o instrumento através do qual Ele está se expressando, com o auxílio da força vital – o poder animador. Essa associação faz surgir o ego, ou a individualidade: o sentido de 'eu'. Então você percebe que o sentido de individualidade não pode existir sem a sustentação da consciência impessoal, mas que ele é a própria expressão transitória desta consciência criativa. Somente agora Ela opera como consciência condicionada, acreditando ser o corpo-mente. Surge agora o conhecimento do 'Outro' [surge a visão mental, que é dual] e um impulso básico de proteger-Se; preferências e desgostos surgem, juntamente com julgamentos, medos, desejos, apegos e o jogo inteiro dos opostos inter-relacionados [Todo o complexo universo do personagem]. Nós como seres individuais somos fascinados e viciados por experienciar, o que em si é natural e não há nada de errado nisso, quando visto como o jogo ou a expressão da consciência manifesta que somos [ou seja, sem perdermos nossa real identidade]. Mas quando visto da perspectiva da identidade individual, com sua agenda privada [em outras palavras, perdendo nossa real identidade] – Problemão! ( gargalhada .. )

Agora escute: não há nada em particular para se 'fazer' aqui, nem ninguém para fazer ou desfazer também. Apenas uma mudança na compreensão deve acontecer [da percepção mental para a percepção consciencial] e tudo se ajusta de maneira correta. Tudo é Um. Vamos pegar o exemplo da antena telescópica do carro: há uma unidade, e isto representa o Absoluto. Estenda ou puxe uma vez – o 'Eu sou' impessoal [a percepção de nossa identidade como Ser Real] aparece; ainda sim é uma unidade. Puxe de novo e o pensamento do 'Eu individual' brota, e simultaneamente a manifestação do mundo personalizado vem à tona. Como as bonecas russas, uma dentro da outra, sucessivamente, no entanto um Inteiro! Uma unidade expressando-Se como manifesta e imanifesta, dois aspectos da Realidade única. Tal é o jogo no teatro da consciência. Você é a testemunha final, Feliz, inafetado e inteiro. Você é Aquele! Não é nada pessoal, isto não é um elogio que estou te fazendo. [O Ser é o autor deste texto; o Ser é também o comentarista deste texto. Por fim, o Ser é o leitor deste texto. Perceba: “Você é Aquele”. “Você e o Ser Real são Um”. Mas você tem que estar no Ser, sintonizado na percepção da Consciência do Ser, a percepção consciencial, que te faz consciente de Quem realmente É. A "iluminação" é uma "percepção"; percepção de Quem Somos, percepção de nossa real identidade]

Questionador: Por favor, você poderia repetir o ponto sobre o 'teatro da consciência'?

Mooji: Não! Eu não posso repetir. Por agora esteja atento, aberto e presente - mas neutro aqui, sem permitir que sua atenção vagueie ou pouse em nenhuma coisa particular. Esta é a posição que estou te convidando a tomar. Confie em sua audição intuitiva. É a sua mente que, aparecendo como um buscador vigilante, se esforça por exatidão e então fica presa com o sentimento de ter perdido algo vital. Neste momento é uma sutil forma de resistência ou de evitar. Meu conselho é: se você perder (não compreender) algo, simplesmente deixe-o ir. Tudo está bem por agora. O verdadeiro você está aqui e por detrás de tudo, observando sem esforço. O sentido de 'perder' ou 'encontrar' surge, é sentido - mas descartado como 'não real': nem isto nem aquilo, 'neti-neti', como os jnanis dizem. Você, como consciência, não é nenhum sentimento em particular. Pensamentos e sentimentos vem e vão como ondas brincando na superfície do oceano. Deixe tudo vir e ir por si só, isto é natural para as ondas. Oceano, água, ondas – tudo o mesmo. Permaneça como a testemunha apenas. Para a consciência, nada é perdido ou achado, ou é bom ou mal. É o imaculado substrato no qual a sombra mente/mundo de nomes e formas dançam sua aparente existência.

Questionador: Mas, Mooji, seguramente a vigilância é importante ter a certeza de que compreendemos corretamente, para evitar mal-entendidos; especialmente porque tudo isso é novo para mim, e também muitas escrituras e professores apontam para a vigilância com uma qualidade ou virtude necessária para o crescimento espiritual.

Mooji: Isto é verdade se realmente existe 'alguém' que fará uso desta compreensão. Mas se você realmente investigar, este 'alguém', a 'pessoa', o indivíduo, não será encontrado! Tudo é apenas consciência – o 'você', o 'eu', o falar, o escutar, satsang, todos aqui, tudo - tudo consciência; esta é a maravilhosa descoberta! A Consciência conversando com a consciência sobre consciência através da consciência. Quão simples! No entanto quão inexplicável quando buscado através da mente-ego. [Está tudo tão claro que a partir deste ponto os comentários cessam. Perceba a revelação que se segue]
 
Olhe, eu te mostro onde você está agora mesmo, então permaneça com Isso, nada mais. Mas a sua mente pousou em algum ponto que lhe interessa. Enquanto você estiver engajado em prender-se a isso, você perde todo o resto – isto é chamado o jogo de 'maya' (A ilusão cósmica). É como ler um livro sobre frutas exóticas e reggae enquanto passeia pelo mercado de Brixton! ( risadas...). Um mestre Zen chamado Bankei certa vez disse: 'É como um homem que perde sua espada caída do navio no mar, e marca o ponto no caminho das águas onde caiu.' (Gargalhadas...)

Questionador: Justamente agora que você disse isso, tudo parou. Eu não posso pensar. Não há pensamentos. (Levando sua mão a sua boca) Isso é maravilhoso!

Mooji: O que está vendo tudo isso ?

Questionador: Nada... Eu.

Mooji: 'Eu' - nada, testemunhando a mente parada. Quando a mente está parada, ainda pode ser chamada mente? ( Pausa...)

Mooji: E agora ?

Questionador: Silêncio e paz.

Mooji: Para quem?

Questionador: Aqui... Para mim.

Mooji: Pra você? Você tem certeza? O que, onde e como está 'você' exatamente nisso?

Questionador: Não eu; apenas silêncio e profunda paz e um sentimento real de gratidão. Está certo?

Mooji: Você me diz.

Questionador: Sim. Gratidão por escutar e ver isso tão claramente. Obrigado.

Mooji: Seja Bem-Vindo. Ser agradecendo o Ser. [Também agradeço a todos] 
 
Muito Bom!