John Sherman
Todo mundo diz que a identificação equivocada é o problema, mas ninguém tem a menor idéia do que fazer com ela, a não ser "eliminar o ego", "matar a mente". O que é estranho com relação a isso, em nossa sociedade em particular e na cultura ocidental, é que "ego", palavra usada para indicar este diabo que precisa desaparecer, é o termo latino para "eu".
Esta é uma coincidência realmente maravilhosa, porque de maneira bastante chocante e surpreendente, o objetivo sugerido por Ramana para a sua investigação é justamente o ego, este sentido de "mim mesmo", e não alguma coisa nova. Ramana diz que a realidade da identificação equivocada consiste na totalidade de sua consciência individual. Ela não é um objeto que surge e desaparece dentro da sua consciência individual; ela é a totalidade do mundo, da unidade mente/corpo que aparece quando você acorda de manhã, desaparece quando você adormece à noite e, quer você tenha notado ou não, aparece e desaparece freqüentemente durante o dia. É a totalidade desta consciência que você talvez tenha passado a acreditar que é a própria consciência. Esta é a essência da identificação equivocada.
É a isso que Ramana se refere quando fala do "pensamento eu" e da idéia "eu sou o corpo". Passei muito tempo procurando a idéia "eu sou o corpo" quando estava vivendo no "inferno", e não consegui encontrar nada que respondesse a esse nome. A razão para isso é que eu estava procurando um pensamento, uma idéia dentro desta consciência que é, ela mesma, a própria idéia "eu sou o corpo".
Isto é realmente importante. Não se trata de alguma coisa que surge dentro da sua consciência; ela é a realidade da sua consciência individual em sua totalidade. E o campo que subjaz a ela é a sensação de existência. É esta sensação de existência como "eu" que se revela permanente. É a própria fonte do "pensamento eu" que se revela permanente.
Ramana nos orienta a encontrar o ego. Ele nos diz para encontrar este sentido, esta sensação de "mim mesmo" (que toda a minha vida espiritual eu sabia que era o diabo, o problema que tinha que desaparecer) e manter a atenção somente nela. Quando a atenção se desviar desta inexperienciável experiência de ser, ele nos orienta a trazê-la de volta. É isso que Papaji quer dizer quando compara a mente, e sua tendência a voltar-se para o exterior, com um touro que precisa ser continuamente trazido de volta ao estábulo, até que finalmente ele se cansa de ir para fora e percebe que tudo que buscava lá fora pode ser encontrado apenas aqui.
Quem sou eu? A que estou me referindo quando digo a palavra "eu"? Esta pergunta aponta para o alvo da sua investigação. A que estou me referindo quando digo a palavra "eu"? Eu sei do que estou falando quando falo de minha camisa marrom. Sei a que objeto estou me referindo. Sei aonde minha mente vai se você me perguntar "Que tipo de relógio você está usando?" Aonde vai a sua mente quando eu lhe pergunto "Quem é você?"
Essa é a fonte, essa é a origem, esse é o campo. E o que se pede a você é simplesmente isto: mantenha sua atenção nisso, não se satisfaça com nada mais; e veja que todas as coisas que você pensou que eram o objeto de sua vida espiritual são puro lixo. Não servem para nada.
Em função desta investigação, pelo menos aceite isso como uma possibilidade, e busque somente o seu ego. Deixe de lado toda a bagagem metafísica que você carrega, esqueça todos os conceitos filosóficos que você conhece, deixe de lado todas as idéias espirituais que você tem, e simplesmente, na prática, procure a si mesmo. E não se satisfaça com mais nada.
Portanto, é aqui que começamos: sem saber nada, sofrendo, cansados de aceitar idéias como a solução para nosso problema insolúvel; com seriedade absoluta e uma intenção determinada de saber a verdade. Nem a grande Verdade, nem a pequena verdade, mas a verdade de quem eu sou, pouco importa o que ela revelará ser. Sabendo que eu posso acabar descobrindo que sou apenas um pedaço de carne em putrefação.
Esqueça todas as garantias que o trouxeram até aqui. Você começa nu, sozinho, sem saber nada, sem querer nada, a não ser a verdade e sem idéia alguma acerca do que ela é. Encontre a si mesmo.
Esta é uma coincidência realmente maravilhosa, porque de maneira bastante chocante e surpreendente, o objetivo sugerido por Ramana para a sua investigação é justamente o ego, este sentido de "mim mesmo", e não alguma coisa nova. Ramana diz que a realidade da identificação equivocada consiste na totalidade de sua consciência individual. Ela não é um objeto que surge e desaparece dentro da sua consciência individual; ela é a totalidade do mundo, da unidade mente/corpo que aparece quando você acorda de manhã, desaparece quando você adormece à noite e, quer você tenha notado ou não, aparece e desaparece freqüentemente durante o dia. É a totalidade desta consciência que você talvez tenha passado a acreditar que é a própria consciência. Esta é a essência da identificação equivocada.
É a isso que Ramana se refere quando fala do "pensamento eu" e da idéia "eu sou o corpo". Passei muito tempo procurando a idéia "eu sou o corpo" quando estava vivendo no "inferno", e não consegui encontrar nada que respondesse a esse nome. A razão para isso é que eu estava procurando um pensamento, uma idéia dentro desta consciência que é, ela mesma, a própria idéia "eu sou o corpo".
Isto é realmente importante. Não se trata de alguma coisa que surge dentro da sua consciência; ela é a realidade da sua consciência individual em sua totalidade. E o campo que subjaz a ela é a sensação de existência. É esta sensação de existência como "eu" que se revela permanente. É a própria fonte do "pensamento eu" que se revela permanente.
Ramana nos orienta a encontrar o ego. Ele nos diz para encontrar este sentido, esta sensação de "mim mesmo" (que toda a minha vida espiritual eu sabia que era o diabo, o problema que tinha que desaparecer) e manter a atenção somente nela. Quando a atenção se desviar desta inexperienciável experiência de ser, ele nos orienta a trazê-la de volta. É isso que Papaji quer dizer quando compara a mente, e sua tendência a voltar-se para o exterior, com um touro que precisa ser continuamente trazido de volta ao estábulo, até que finalmente ele se cansa de ir para fora e percebe que tudo que buscava lá fora pode ser encontrado apenas aqui.
Quem sou eu? A que estou me referindo quando digo a palavra "eu"? Esta pergunta aponta para o alvo da sua investigação. A que estou me referindo quando digo a palavra "eu"? Eu sei do que estou falando quando falo de minha camisa marrom. Sei a que objeto estou me referindo. Sei aonde minha mente vai se você me perguntar "Que tipo de relógio você está usando?" Aonde vai a sua mente quando eu lhe pergunto "Quem é você?"
Essa é a fonte, essa é a origem, esse é o campo. E o que se pede a você é simplesmente isto: mantenha sua atenção nisso, não se satisfaça com nada mais; e veja que todas as coisas que você pensou que eram o objeto de sua vida espiritual são puro lixo. Não servem para nada.
Em função desta investigação, pelo menos aceite isso como uma possibilidade, e busque somente o seu ego. Deixe de lado toda a bagagem metafísica que você carrega, esqueça todos os conceitos filosóficos que você conhece, deixe de lado todas as idéias espirituais que você tem, e simplesmente, na prática, procure a si mesmo. E não se satisfaça com mais nada.
Portanto, é aqui que começamos: sem saber nada, sofrendo, cansados de aceitar idéias como a solução para nosso problema insolúvel; com seriedade absoluta e uma intenção determinada de saber a verdade. Nem a grande Verdade, nem a pequena verdade, mas a verdade de quem eu sou, pouco importa o que ela revelará ser. Sabendo que eu posso acabar descobrindo que sou apenas um pedaço de carne em putrefação.
Esqueça todas as garantias que o trouxeram até aqui. Você começa nu, sozinho, sem saber nada, sem querer nada, a não ser a verdade e sem idéia alguma acerca do que ela é. Encontre a si mesmo.