"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quarta-feira, outubro 29, 2008

Iluminação espiritual

Joel S. Goldsmith


A iluminação espiritual nos capacita discernir a verdade espiritual quando se nos apresenta um conceito meramente humano. A consciência espiritual reconhece a verdade naquilo que aparece como um conceito.

O desenvolvimento da consciência espiritual começa quando, pela primeira vez, percebemos que aquilo que apreendemos através dos sentidos da visão, da audição, do olfato, do tato e do paladar não é a realidade das coisas. Retirando por completo a atenção das aparências, o primeiro raio da iluminação espiritual nos traz um fulgor do divino, do eterno e do imortal. Isso, por sua vez, torna as aparências menos reais para nós, tornando-nos assim mais receptivos à iluminação.

Nosso progresso rumo ao Espírito ocorre na medida da nossa iluminação, o que nos capacita apreender cada vez mais a Verdade. O enfoque usual da vida se deve a uma interpretação errônea, devida à falsa percepção das coisas; por isso devemos abandonar qualquer intenção de curar, corrigir ou mudar o cenário material para que possamos ver a Verdade nele oculta.

A iluminação espiritual começa a nos ser concedida quando da primeira busca da Verdade de nossa parte. Acreditamos estar procurando o bem e a Verdade; contudo, foi a luz que começou a brilhar em nossa consciência e nos impeliu a dar aqueles primeiros passos.

Todo aumento de nossa compreensão espiritual representa mais luz para nós, que expulsa as trevas dos sentidos. Este fluxo de iluminação continuará até que tenhamos compreendido por inteiro que a nossa verdadeira identidade é a "luz do mundo". Sem a iluminação, lutamos contra as forças do mundo, trabalhamos para viver, nos esforçamos para manter nossa posição e competimos por riquezas e honrarias. Muitas vezes lutamos contra nossos amigos, para acabarmos percebendo que lutamos contra nós mesmos. Não há segurança nas posses materiais, mesmo que tenhamos vencido a luta pela sua obtenção.

A iluminação nos traz primeiro a paz, e depois a confiança e a segurança; isto nos dá repouso das contendas do mundo, e então todo o bem flui para nós pela Graça. Podemos agora perceber que não vivemos pelo que ganhamos ou conquistamos; vivemos, sim, pela Graça.

Tudo que temos é dádiva de Deus; nós não ganhamos o nosso bem, pois que já o possuímos.

"Filho, tu estás sempre comigo, e tudo que tenho é teu."

Os prazeres e os sucessos do mundo nada são se comparados com as alegrias e os tesouros que se desdobram diante de nós pela consciência espiritual. À luz da Verdade, os maiores triunfos e felicidades mundanas são como nada, diante dos tesouros da Alma e sua imensa glória, insondável e desconhecida pelos sentidos.

Possuindo a Luz divina dentro de si, ganha o homem sua liberdade do mundo, e a segurança contra todos os perigos terrestres e humanos. Nosso momento histórico tem amedrontado e assustado a muitos. Os espiritualmente iluminados reconhecerão que nenhum bem aparece ou desaparece, que a atividade espiritual tem por natureza a realização, e que, como a sua iluminação lhes revelou a verdade dos fatos, eles estão ancorados à Alma, à consciência divina, à paz espiritual, à segurança e à serenidade.

Não mais temeremos as mudanças das condições exteriores, que não passam do reflexo da totalidade interior. Com a certeza de que somos consciência espiritual individual, embora infinita, e que incorpora todo o bem, não mais precisamos levar em consideração aquilo que os sentidos nos mostram.

A iluminação espiritual revela a harmonia do Ser e dispersa as aparências captadas pelos sentidos materiais. Ela nada muda no universo, pois que o universo é espiritual, habitado pelos filhos de Deus, mas muda nossa visão do universo. Este é apenas o começo deste vasto tema, e enquanto discutimos a seu respeito, mantenhamos nosso pensamento o mais longe possível do mundo dos sentidos e ancorado à conscientização da realidade espiritual.

Sempre houve homens que trouxeram a divina mensagem da presença de Deus e da irrealidade do mal: Buda, na Índia, Lao-Tsé, na China, Jesus de Nazaré. Estes, e muitos outros, trouxeram a Luz da Verdade aos homens, e os homens sempre tomaram os mensageiros como se fossem a Luz, sem perceber que aqueles que pensavam ser alguém "exterior" eram a Luz da Verdade dentro de sua própria consciência.

Na adoração de Jesus, os homens perderam o Cristo. Na sua devoção a Jesus, não perceberam o Cristo; procurando o bem através de Jesus, não encontraram o Cristo onipresente em sua própria consciência.

Em todos os casos, o mensageiro que apareceu aos homens foi a vinda do Cristo à consciência individual, e quando isto for compreendido o homem terá alcançado a libertação do conceito de "pessoa" e de limitação pessoal.

Jesus disse "... se eu não for, o Consolador não virá até vós". Isso não ficou bastante claro, para que todos compreendessem? Se não pudermos ver além do sentido pessoal de salvação, de mediação e guia, nunca encontraremos a grande Luz dentro de nossa própria consciência.

A iluminação espiritual não vem de uma pessoa, mas do Cristo impessoal, da Verdade universal, da consciência iluminada do nosso Eu.

A iluminação espiritual dispersa a visão do "eu pessoal" com seus problemas, doenças, idades e erros. Revela o Eu verdadeiro, o Eu que Eu Sou, ilimitado, irrestrito, sem problemas, harmonioso e livre. Este Eu em nós nos será revelado quando nos recolhermos dentro de nós mesmos diariamente e aprendermos a "ouvir" e a observar. Assim, em vez de ficarmos ansiosos sobre o trabalho do dia, ou sobre os eventos futuros, deixemos que a Alma, ou Espírito divino, vá à nossa frente aplanando e preparando o caminho, e deixemos que esta influência divina permaneça à nossa retaguarda, salvaguardando cada passo das ilusões dos sentidos.

A consciência iluminada sempre sabe que existe uma Presença infinita, todo-poderosa, que faz prosperar todos os atos e que abençoa todos os pensamentos. Sabe que todos aqueles que cruzam o nosso caminho sentem a bênção do nosso pensamento.

Quando a consciência está inflamada com a Verdade e o Amor, destrói todo sentido de medo, toda dúvida, todo ódio, inveja, doença e discórdia — e esta pura consciência é percebida por todos a quem encontramos, e lhes alivia os fardos. É impossível ser a "luz do mundo" e não desfazer as trevas dos que nos rodeiam.

Reconheçamos que todo o bem que vivenciamos emana de nossa própria consciência, mesmo que nos pareça vir de ou através de outro indivíduo. Reconheçamos que toda aparência de mal é uma percepção falseada da harmonia, e por isso não é para ser temida ou odiada; e, como resultado, a ilusão desaparecerá e a realidade se tornará clara. Apenas a consciência iluminada pode olhar para as aparências de mal e perceber a realidade divina. Somente o Cristo em nossa consciência pode separar o erro da sua aparente realidade e retirar-lhe os espinhos.

A iluminação espiritual nos revela que não somos mortais — nem mesmo seres humanos —, mas que somos puro ser espiritual, consciência divina, vida que se auto-sustenta, mente oniabrangente. E esta luz desfaz as ilusões do sentido pessoal.

A iluminação desfaz todas as amarras materiais e une os homens uns aos outros com as douradas correntes da compreensão; ela só reconhece a liderança do Cristo. Não há rituais ou regras: somente o divino e impessoal Amor universal; não tem outro culto que não a chama interior que fulgura eternamente no santuário do Espírito. Esta união é um estado de livre fraternidade. A única limitação é a disciplina da Alma, e assim conhecemos a liberdade sem licenciosidade; somos um universo coeso sem limites físicos, um serviço divino a Deus sem cerimonial ou credo.

O iluminado caminha sem medo — pela Graça.

Sabemos que somos a realização de Deus, somos a condição de consciência onde emana a Luz de Deus, e isto é ter a mente espiritual. A percepção que em cada indivíduo há a presença de Deus, e que tudo o que ele é, é uma aparência de Deus, é a consciência espiritual. A compreensão que tudo o que vemos, ouvimos, tocamos, cheiramos ou saboreamos com nossos sentidos não passa de um conceito finito de realidade e que não tem relação com a realidade espiritual, é sentido espiritual.

A Cristo-consciência reconhece Deus onde quer que brilhe, através da bruma do sentido pessoal. Para ela não há pecador a se redimir, doença a se curar ou pobre para se enriquecer. A iluminação espiritual desfaz os falsos conceitos ou imagens da limitada percepção, e revela que tudo que existe é manifestação de Deus.

A Luz da consciência individual revela o mundo da criação de Deus, o universo da realidade, os filhos de Deus. Sob esta Luz, desaparece o cenário da mortalidade e o mundo de conceitos; "este mundo", cede lugar ao Meu Reino, à realidade das coisas como elas são.

Temos também com freqüência a sensação de, no nosso íntimo, termos companhia. Sentimos um calor interior, uma presença viva, uma segurança divina. Sentimos, por vezes, uma mão forte sobre as nossas, ou uma face sorridente por sobre nossos ombros. Nunca estamos sós, e sabemos disso. Esta Presença suave nos dá tranqüilidade interior; permite-nos relaxar das labutas do mundo e nos brinda com a alegria da paz. Na verdade trata-se de um "paz, sê quieto" frente aos problemas e tensões do humano existir. É uma influência reparadora dentro de nós, e todavia pode ser percebida por todos que estão à nossa volta.

Esta Presença interior da qual tomamos consciência é a Verdade em si mesma, que se nos revela como presença, poder, companhia, luz, paz e poder curador — como o Cristo. A consciência deste Ser interior é o resultado de nossa maior iluminação espiritual, de nossa consciência espiritual cultivada. Esta Verdade é o Deus que cura nossos males e que caminha à nossa frente tornando suaves nossos caminhos. Esta Verdade é a riqueza que se mostra sob a forma de suprimento farto. Nenhuma circunstância ou humana condição pode reduzir a nossa riqueza, enquanto habitarmos nesta consciência da presença do Amor.

Estabeleça esta verdade dentro de você, e ela se tornará o seu verdadeiro ser, sem conhecimento de nascimento ou de morte, juventude ou velhice, saúde ou doença — apenas a eternidade do ser harmônico. Esta verdade desfaz todas as ilusões dos sentidos, e revela a infinita harmonia do seu ser; desfaz a mortalidade e revela sua imortalidade. Devemos nos livrar de qualquer coisa, em nossos pensamentos, que não seja a divina Presença, o Eu Real, para podermos beber a pura água da Vida e comermos o pão espiritual da Verdade.

Temos de livrar o coração dos erros do nosso eu, da obstinação, dos falsos desejos, da ambição e da ganância para refletir a luz da Verdade, como um diamante perfeito reflete sua própria luz interior.

Cerca de quinhentos anos antes de Cristo, alguém escreveu: "Pode facilmente acontecer que alguém, tomando banho, pise em uma corda molhada e imagine tratar-se de uma serpente. Ficará horrorizado, tremerá de medo ao antecipar, em pensamento, as agonias causadas pela mordida venenosa da cobra. Que grande alívio sentirá ao constatar que a corda não é uma serpente! A causa do seu pavor estava em seu erro, em sua ignorância, sua ilusão. Reconhecendo a verdadeira natureza da corda, voltará sua serenidade; ficará aliviado, contente e feliz. Este é o estado de espírito de quem descobre que não há um eu pessoal, e que a causa de todos os seus problemas, cuidados e vaidades, não é senão uma miragem, uma sombra, um sonho".

Reafirmamos, a iluminação revela que não existe o erro, que aquilo que nos pareceu ser a serpente — pecado, discórdia, doença e morte — é a Verdade mal interpretada pelos nossos sentidos limitados. Assim, a discórdia não é para ser odiada, temida ou lamentada, e sim reinterpretada, até que a natureza verdadeira da corda — a realidade — possa ser discernida pelos sentidos espirituais. A cobra — doença ou discórdia — é apenas um estado mental, que não corresponde à realidade exterior. Devemos compreender que nenhuma ilusão pode assumir forma exterior.

A iluminação espiritual pode ser alcançada por aqueles que constantemente vivenciam a consciência da presença da perfeição, e continuamente traduzem as aparências para a Realidade. Todos os dias e noites nos defrontamos com aparências desarmoniosas, e estas devem ser imediatamente traduzidas pela nossa compreensão da "nova língua", a linguagem do espírito.

Todos os acontecimentos do nosso dia-a-dia nos oferecem novas oportunidades de usarmos nossa compreensão espiritual, e cada uso dessas faculdades espirituais resulta em maior percepção espiritual que, por sua vez, nos revela sempre mais e mais da luz da Verdade.

"Orai sem cessar... e conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará."

Reinterprete as aparências e os fatos da vida diária nos termos da nova língua, a língua do espírito, e a consciência sofrerá uma expansão contínua, até que a tradução ocorra automaticamente, sem a necessidade de se pensar. Isto tornar-se-á um estado habitual de consciência, uma percepção constante da Verdade.

Só desse modo poderemos ver nossa vida se desdobrar com harmonia a partir do centro do nosso ser, sem que para isto precisemos conduzir qualquer pensamento. Nossa vida, em vez de ser uma seqüência de "demonstrações", tornar-se-á o feliz, harmonioso e natural desdobramento do bem. No lugar dos contínuos esforços para atrair o bem, vê-lo-emos emanar visivelmente a partir das profundezas do nosso próprio ser sem esforço consciente de nossa parte, quer físico quer mental. Não mais dependeremos de pessoas ou circunstâncias, nem mesmo do nosso esforço pessoal. A iluminação espiritual nos permite abandonar os esforços pessoais e confiar cada vez mais na Divindade, que se revela e desdobra como cada um de nós.


domingo, outubro 26, 2008

Deus e eu

Segue um texto com uma importante questão levantada pela Srta. Hana, esposa do meu amigo Merton, registrada lá no livro de comentários. Como a questão é importante para muita gente (assim imagino, rsss), resolvi transcrever aqui a pergunta e a resposta. Espero que isso possa ajudar nas dúvidas de todos... Muito obrigado.




Questão: "Oie, Gugu! Td bem com você? Então, eu tb sou curiosa e queria entender. Vc respondeu assim para a Cris :

"Apenas comungando, em contato com Deus. Vou até Ele (Deus) apenas para fazer isso. Apenas para estar com Ele".

Aí é que está a minha dúvida, e do Henrique também. Sem querer recomeçar o assunto que já foi encerrado e muito bem, encerrado, diga-se de passagem. É que eu adorei esse papo de vocês, mas aí fica sempre essa mesma dúvida: Se Deus sou eu e eu sou Deus e não existe outro Deus, pra que orar? Pra que meditar? você disse "vou até Ele", "para estar com Ele", mas se "Ele" é você mesmo, fica confuso, concorda? Eu sei que vc pode até responder que isso significa "ir até mim mesma" e tals... Mas eu não sou a criadora do Universo, entende? Eu não consigo nem entender as teorias do Einstein. Acho que a dificuldade toda nessas doutrinas que dizem que "nós somos deus" é que a maioria das pessoas alguma vez na vida,( eu sou uma), já sentiu essa Energia imensa que vem de fora, não vem de dentro de mim.

Uma vez minha mãe orou por mim quando eu era pequena e eu senti uma energia maravilhosa que desceu sobre mim, naquela hora. Eu contei isso no blog do Henrique faz tempo.

Tá entendendo? Não era "eu mesma", era uma Energia maior do que eu. Também acredito que posso estar em comnunhão com Deus, com a Energia Maior, mas não acho que eu sou Deus. "Modo de falar" tudo bem, mas literalmente não, e era isso que aquele post dizia, por isso que teve todo esse papo. Se vc achar que deve explicar isso, talvez tudo fique claro, pq vocês falaram e falaram, mas essa parte, que pra mim é a principal, não ficou clara.

Só pra entender: eu concordo que somos filhos de Deus, mas não que somos Deus. Beijos.



Resposta: Oi Hana!

Esse é o primeiro comentário seu aqui... bem-vinda.

Sua pergunta não é fácil de ser respondida. Porque as palavras não nos permite trabalhar com outra coisa senão a dualidade. Se você fosse estudar este ensinamento através de algum autor - qualquer um deles -, você verá que tem vezes que ele vai dizer "Deus é tudo, é infinito", "O meu Eu é Deus". E outras vezes você o verá alegando que nós temos que buscar elevação espiritual a fim de que tenhamos um encontro com Ele, para que possamos tocá-Lo. Por que essa contradição? Por causa das palavras. Elas nos obriga a trabalhar com a dualidade. Por isso fica contraditório, confuso. Os paradoxos só existem no mundo da dualidade. No plano da Unidade tudo é coerente. O que vou lhe dizer também é minha opinião, ok? Então, vamos lá...

O ego não é Deus. O ego não é o filho de Deus. Se adotarmos o referencial do ego, do personagem, então diremos que a Energia provém de fora e que essa Energia é algo maior do que ele (o ego) - e isso está correto. Mas se o referencial for Deus, então esse referencial mais elevado absorve toda a percepção do referencial do ego. Olhando a partir do plano da Consciencia, toda percepção de separatividade vista pela mente é absorvida, ou seja, desaparece. Isso tem de ocorrer, porque Deus é infinito. Se Ele é infinito, Ele está exatamente lá onde (do ponto de vista dual) parece haver algo que não seja Ele. Para que Deus seja infinito, Ele tem de ocupar todo o espaço existencial - não pode haver nenhum milímetrozinho sobrando, e indicando um local onde a matéria (o mundo) esteja e Ele não. Se isso ocorrer, então Deus não é infinito, nem onipresente. Por isso, quando a percepção de Deus se manifesta, Ele se torna tudo e todos. A percepção absorve inclusive a dimensão material e a torna uma dimensão espiritual para você. Não pode haver matéria, se Deus é Espírito e for Infinito. Quando Ele se revelar, tudo aquilo que não é Ele se desfaz. Mas isso não é uma percepção mental, e sim uma percepção consciencial/espiritual. Apenas tente isso: Olhe a sua volta e perceba as coisas que você tem para si como não sendo Deus. Pode ser você mesma - olhe para si mesma. Então pense: "Como Deus pode ser infinito, se Ele não está exatamente aqui onde estou? Não aqui do meu lado, perto de mim, mas ocupando exatamente o mesmo lugar que eu ocupo na existência?" Tente entender isto. Porque se você pensar que Deus é onipresente, que está em todos os lugares, mas apenas ao redor das pessoas, então Deus não pode ser infinito. Se eu ocupo um lugar na existência que Deus não ocupa, Ele não é onipresente. Ele precisa ocupar todo o lugar em volta, inclusive o lugar que estou ocupando - somente assim Deus é infinito e onipresente. Consegue intuir isso? Se conseguir, contemple essa percepção/intuição daqui pra frente, a cada dia ela irá ficando mais forte, as coisas aos poucos se tornarão mais claras. Isso não é possível de ser feito somente através do raciocínio, você precisa seguir uma espécie de "sentimento" dentro de você que diz que é assim.

Vou tentar responder sua pergunta dentro dos textos da Bíblia, segundo o livro de I Coríntios, que estive lendo há alguns dias atrás. O Espírito é tudo, está em tudo e todos. No cap. 2, vers.10, é dito que "Deus no-las revelou (as coisas de Deus) pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus". E no capítulo 2, versículo 15, está escrito que "o que é espiritual discerne bem tudo, mas ele de ninguém é discernido". O Espírito é onipresente, ele é algo maior, que a tudo contém. E o Espírito é percebido com a consciência, ao passo que o homem (o ego) é percebido com a mente. A mente (o ego) não consegue jamais discernir o que é espiritual, porque ele está inserido na dualidade, e a Consciência é Unidade. Por isso está escrito (cap.2, vers.11): "porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus". Deus, o Espírito, a Alma, não está encerrado no homem e nunca está na matéria. Lá de onde Deus está, ele observa tudo, O Espírito penetra tudo, Ele tem acesso à matéria. Mas o contrário não ocorre. Por isso, quando raciocinamos partindo do efeito(matéria) para a causa(Espírito), raciocinamos imperfeitamente. Continuando, no versículo 12: "Mas NÓS (ele não está falando do ego, está falando de quem realmente somos) não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus." Continuando no versículo 14: “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus (porque o ego nunca consegue ter percepção da consciência espiritual, mas VOCÊ consegue), porque lhe parecem loucura, e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente.”

Então, se nesse momento, eu sou um ego, o que posso fazer para ter essa percepção espiritual que Paulo fala? Não posso fazer nada. Eu preciso desistir de mim mesmo, pois pra mim (enquanto ego) é impossível discernir o que é espiritual. Então eu me aquieto e sereno os meus pensamentos mundanos... e convido o Espírito a falar. A minha visão não consegue ver o Reino, mas a visão do Espírito sim. Enquanto eu não abrir mão da minha visão do mundo, o Espírito não se revela – embora Ele esteja sempre vendo o Seu reino como ele é: perfeito. Deus só fala quando estamos calados. Se estivermos falando, Ele nos ouve. Por isso diz-se que na caminhada espiritual o homem deve aprender a se despir de todo conceito que ele tem de si mesmo, dos outros e do mundo. Todo conceito que ele tiver será julgamento, bom ou mau, mas será julgamento. A nossa visão é julgamento, mesmo que não percebamos isso. O ego por natureza é um julgador, por isso ele deve calar-se, para que o julgamento divino, o julgamento justo se faça. A visão do Espírito traz o julgamento correto. Dessa forma, eu por mim mesmo, nunca conseguirei entender ou ver o Reino ou as coisas de Deus. Mas se eu convidar o Espírito a descer sobre mim, ele me mostrará – porque somente ele vê, porque a visão do Espírito está ocupando exatamente o mesmo espaço que minha visão carnal ocupa. Se Deus não fosse onipresente, seria impossível a meus olhos ter a visão do Reino. Mas porque os olhos de Deus são os meus olhos, eu posso vê-lo. E Deus não está somente na minha visão, Ele está ocupando o exato local que todo o meu ser ocupa: o lugar que meu corpo ocupa, que minha alma ocupa, que minha mente ocupa, que meu espírito ocupa. Por isso, o meu corpo é o corpo de Deus (“não sabeis que vós sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”), a minha alma é Alma de Deus, o meu espírito é Espírito de Deus, e a minha mente é Mente de Deus (“Mas nós temos a Mente de Cristo” – I Cor. 2, 16). O que é a “Mente de Cristo”? Que Mente era essa que Jesus usava? Se fosse uma mente comum, então porque Paulo faz questão de chamá-la de “Mente de Cristo”? Porque era com essa mente que Jesus realizava as obras. Era com essa mente que Jesus discernia o que era “deste mundo” e o que era do Reino. Era com a “Mente de Cristo” que Jesus realizava suas obras, e não com sua mente humana – porque ele também era humano. Portanto, a Mente de Cristo não é a mente do homem. E a Bíblia afirma que nós a temos. A Mente de Cristo discerne o que é espiritual, e a mente humana discerne o que é mental (dualidade). A Mente de Cristo nos mostra a existência como sendo a VIDEIRA UNA, ao passo que a mente humana separa a videira em várias partes (caule, tronco, folhas, frutos) e é assim que ela deixa de ser chamada/percebida como uma videira. Tudo é UM! Eu e você somos UM! Eu e o Pai somos UM. Eu não estou separado de Deus, ninguém está. Mas só conseguimos saber isso quando a Mente de Cristo nos mostra. Ela está em nós exatamente agora, jamais fique tentada a pensar nela como estando separada de você - nem mesmo uma polegada de distância -, não tente nunca atingí-la, esteja aberta à Ela. A Mente de Cristo está exatamente onde sua mente humana está, porque é Onipresente. Olhando do referencial Crístico, tudo que é visto na visão/percepção da mente humana é absorvido, some! Tem que sumir! Deus é Onipresente e está lá, ocupando exatamente o mesmo lugar existencial das coisas “deste mundo”. Na Mente de Cristo, a mente humana deixa de existir, não sobra lugar algum para ela ocupar, porque Deus é onipresente; se houver mente humana aí, então Deus não é onipresente e, conseqüentemente, não é Deus. Por isso se diz que o homem só possui uma única mente, que é a Mente Divina e, para entender isso, você tem que saber bem analisar os referenciais. Cristo é a única mente existente! Mas do ponto de vista da mente, há uma “mente de Cristo” e uma “mente humana” – daí porque toda dificuldade de falar da Unidade. Onde parece haver pecado, há Deus. Onde parece haver pessoas doente, em verdade, aquilo é Deus! É assim que Jesus e seus apóstolos curavam as pessoas. E também os profetas do antigo testamento. Como eles faziam isso? Apenas olhando para elas com a Mente de Cristo: “ali não há um homem doente, Deus está ali.”. Eles não viam pessoas doentes, porque tiveram a revelação da Mente Cristo.

Bom, acho que é isso. Sua pergunta é difícil de ser explicada. Tem um livro que, se você lesse, você teria uma explicação muito melhor do que a que eu te dei. Chama-se “Conversando com Deus” e o nome do autor é Neale Donald Walsch. Nele, Deus conversa com Neale e ensina como ele, Neale, é Deus. Nesse livro, Neale fica questionando isso para o próprio Deus: “mas se eu estou falando contigo agora, como posso ser Você? Como Você pode ser eu?”. É uma longa conversa...

Então é isso! Espero ter conseguido, não tê-la persuadido a acreditar, mas ter me expressado de forma clara o bastante para fazê-la entender a idéia do que tudo isso quer dizer.

Outro beijo pra você.

Muito obrigado!

sábado, outubro 25, 2008

Olha desde onde estás

Lilian DeWaters


“Ergue os olhos e olha desde onde estás” (Gen. 13,14). O que vemos geralmente depende do lugar em que nos posicionamos. Permanecendo no Reino e olhando a partir do plano da Consciência divina, seríamos capazes de ver alguém doente, pecador, aflito? Quem estaria carente de Integralidade, Harmonia e Paz?

“Olha desde onde estás!” Poderia o pecado ou o pecador serem vistos na Realidade? A idade, a morte? A tristeza, a separação? O sofrimento? Que vês tu?

Em geral é bem aceito que o mundo fenomênico ou aparência material externa não passa de pensamento. Pensamento de quem? De que lugar alguém olha? Com que se identifica, para ver algo a ser feito ou alterado nele ou em outro qualquer? O texto das Escrituras deveria ser lembrado: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar”. (Habacuque 1:13).

Em iluminação, vê-se como Deus. Sem estar inspirado e iluminado, vê-se como homem. Um oriental escreveu: “O Eu que brilha como o sol dentro do coração é Real e a tudo permeia. No mergulhar profundo da questão “Quem sou eu, de onde vim?”, some o pensamento e a Consciência de Ser aflora como EU SOU no interior do Coração. Este é o paraíso, a morada da bem-aventurança. Qual é o sentido de não se conhecer outra coisa, senão o Eu único? Que sobraria a ser conhecido por alguém, quando o Eu em Si for conhecido? Uma vez conscientizado o “Eu” nada restará a ser conhecido. O Eu é o Todo”.

Deus é o “Eu” de todos nós. Eu, a Mente Divina, Deus, Realidade, Consciência Pura, o Absoluto, denotam o mesmo “Um”. Mente, personalidade, mentalidade, conceito finito, ego, homem e intelecto denotam a mesma coisa. A conscientização da Verdade é impossível para a mente ou intelecto.

Pela identificação como o “Eu único”, sabemos que sempre estivemos sendo “Ele próprio” — e nada mais. Despertos para o Eu Iluminado, despertamos para o Mundo Real e, despertando para o Mundo Real, estaremos despertando para a Realização e Revelação como nossa única Existência verdadeira. Isto, somente, é verdadeiro e Real referente ao que existe de Nós próprios: Autocontenedor e Autorevelador, o Eterno e Imutável.

“Eu” sou a Verdade, você é a Verdade; “Eu” sou o Um, você é o Um; “Eu” estou no Reino, você está no Reino, mas não como um “eu pessoal humano”, não como mente ou corpo individuais. O que vemos, aquilo em que cremos, depende daquilo com que nos identificamos. Quando alguém dorme e sonha fica identificado com outro ser diferente daquele que acordado ele é, passa a ver outras coisas e condições diferentes daquelas que circundam o local em que se encontra.

O primeiro ou ligeiro impulso do coração rumo à Realidade Espiritual constitui o início do nosso despertar. Assim que ouvimos a Voz do Uno a nos chamar: “Venha a Mim como a seu Eu, seja este Mim e nenhum outro”, é como se, sonhando, ouvíssemos um chamado alto de nosso próprio nome e abríssemos a nossa visão para a Identidade Verdadeira. O ego-sonho ou o sonhador deixam de ser encontrados, eram absolutamente nada.

Apesar de o fato ser e permanecer o seguinte, ou seja, de que na Realidade somos sempre perfeitos na Mente, Ser e Forma, sem nascimento e sem morte, livres, tal fato não será lembrado enquanto estivermos nos identificando como um ser separado, desejoso de alcançar o estado de Perfeição através de próprios esforços.

Não escaparemos do senso pessoal, da mente ou pensamento pessoal, por tentar humanamente nos livrar deles. Nenhuma intenção de conquistar ou dominar tais coisas nos livrará da sensação de que somos possuidores de corpo e mente próprios, separados do Um. A Vida não é um sistema. Como, então, algum sistema de pensamento poderia interpretá-La ou explicá-La?

A crença em mente, pensamento e corpo pessoais é a conseqüência que encontraremos caso deixemos de nos identificar como o Todo Indivisível. Pela identificação como a Realidade, que é a Vida como um todo, a crença na dualidade não perdurará, será absorvida pela Identificação Absoluta.

Que é responsável pelo senso finito ou pessoal? À medida que nos identificarmos como Verdade, Vida, o Ser em Si, e como nenhum outro, cessará este senso finito e os problemas pessoais desaparecerão. Estaremos conscientes somente daquilo que for Real.

“Ergue os olhos e olha desde onde estás!”

sexta-feira, outubro 24, 2008

A chave de ouro



O estudo e a pesquisa são coisas boas, a seu tempo e local, mas jamais vão tirá-lo de dificuldades concretas. Nada vai fazer isso, a não ser o trabalho prático em sua própria consciência.

A oração científica é a Chave de Ouro para a harmonia e a felicidade. Você não precisa acreditar na palavra alheia, e na verdade não deve fazê-lo. Simplesmente experimente por si mesmo e veja.

Seja você quem for, esteja onde estiver, a Chave de Ouro da harmonia está em suas mãos agora. Isso porque é Deus quem trabalha, e não você, e assim suas limitações ou fraquezas particulares não contam no processo. Você é apenas o canal através do qual a ação divina tem lugar, e sua parte é primeiramente sair do caminho.

O verdadeiro método de trabalho é simplíssimo. Tudo o que você tem a fazer é o seguinte:

Pare de pensar na dificuldade, seja ela qual for, e pense em Deus.

Esta é a regra completa, e se você fizer apenas isso, o problema, seja ele qual for, eventualmente desaparecerá. Pode ser grande ou pequeno, pode se referir a saúde, finanças, uma ação judicial, uma briga, um acidente ou qualquer outra coisa; mas, seja o que for, pare de pensar nele, e pense em Deus em vez disso — é tudo o que você tem a fazer.

Não podia ser mais simples, não é mesmo? No entanto, nunca deixa de funcionar quando é experimentada.

..."com Deus todas as coisas são possíveis" (Mateus 19:26).

quarta-feira, outubro 22, 2008

Explicações detalhadas sobre o post "Revelação ou Doutrinas?"

Este post é um desdobramento do post anterior. O debate que surgiu em torno dos questionamentos de um amigo meu, companheiro de blog e de busca, foi tão produtivo, tão oportuno, e tão esclarecedor e significativo que não pude evitar publicar o diálogo ocorrido entre meu amigo Merton e meu outro amigo - e autor do texto postado -, Dárcio Dezolt. Ao questionar o teor da mensagem do post, as colocações feitas pelo Merton foram bastante pertinentes, porque, logo a seguir, foram dadas as explicações a fim de tentar elucidar tudo o que foi questionado. O resultado desse jogo de perguntas e respostas resultou uma síntese perfeita. Por isso não pude deixar de publicá-la aqui. Esse post tem como objetivo esclarecer pontos essenciais para aqueles que buscam entender a sério este ensinamento que diz que o homem é filho de Deus, que já é uno e perfeito em Deus. Vamos ao debate...




Merton: Olha só, eu acho que há um erro de interpretação clássico nesse texto. A parte que eu não concordo nessa abordagem é essa história de afirmar que "somos iguais a Deus"... Acredito que muitos místicos bem intencionados confundiram algumas coisas e acabaram caindo na mesma "cilada" que foi armada desde o princípio da humanidade (é só um jeito metafórico para tentar explicar).

Dárcio: Quem acha "um erro de interpretação" não é um "eu", mas a "mente carnal". Ela afirma achar blasfêmia afirmar que "somos iguais a Deus" para SE MANTER! A "mente carnal" é a inimizade contra Deus! Enquanto ela ILUDIR alguém, parecerá haver "algo diferente de Deus", razão pela qual Jesus disse: "Para me seguir, RENUNCIE A SI MESMO, venha, tome sua cruz e me siga". É o caso da afirmação de Paulo: CRISTO É TUDO EM TODOS (Colossenses 3-11), em que ele afirma a VERDADE alertando que, ANTES, deve ser despida a "velha criatura", o ego que somente a "mente carnal" enxerga, e que é desconhecido de Deus e da Verdade.


Merton: Segundo Zaratustra, o Talmud, o Zohar e a Cabala, a Bíblia, o Alcorão e uma infinidade de outros livros sagrados e doutrinas ancestrais da humanidade, foi exatamente assim que o mal entrou no nosso plano e as coisas começaram a despirocar por aqui: quando o homem começou a acreditar que era igual a Deus. No Gênesis, esta é a frase exata de Satanás: "Comei dessa árvore, e sereis iguais a Deus"... Já no Apocalipse, surge Miguel, o príncipe dos anjos, que clama "Quem pode ser como Deus?"

Dárcio: O "mal" JAMAIS entrou no NOSSO PLANO, pois, "NOSSO PLANO", se aceitamos a Onipresença, é DEUS! Jesus nunca ensinou a vencer "o mal neste plano", mas, sim, a VENCER O MUNDO, que ele explica ser o mundo do pai-da-mentira, uma ILUSÃO, apenas! "Vós, deste mundo não sois"; "Não chameis de pai a ninguém sobre a face da terra" (Mateus 23-9). Jesus nos vê em DEUS, como também Paulo, ao declarar: "NELE vivemos, nos movemos e TEMOS O NOSSO SER" (Atos 17 28). O "Satanás" é a mente carnal! Uma ILUSÃO que se dissipa exatamente com o conhecimento da Verdade. "Temos a mente de Cristo" (I Cor 2-16). ENQUANTO a pessoa não se entregar à REVELAÇÃO de que "tem a mente de Cristo", e não a ilusória "mente do mundo", o que chamamos de "panenteísmo" será visto como afirmação de "panteísmo", e a VERDADE parecerá estar encoberta! Somente por REVELAÇÃO é "vencido o mundo". O que as Escrituras alertam é que NENHUM SER HUMANO É DEUS ou IGUAL A DEUS; e isso é óbvio: o ser humano é o ego, a ILUSÃO forjada pela mente carnal, a "velha criatura a ser despida", ou, o suposto "eu" . Jesus disse que teremos de RENUNCIAR A ELE.


Merton: O fato é que há uma diferença sutil no significado de certas expressões nos Evangelhos, que precisam ser cuidadosamente observados... É o caso da expressão "comunhão", citada no post: estar em comunhão com alguém não quer dizer que você “é” esse alguém, ou que você “é igual” a esse alguém.

Dárcio: Quaisquer "observações CUIDADOSAS" de "certas expressões nos Evangelhos" partem da "mente carnal". Enquanto a pessoa não RENUNCIAR a esta mente falsa, a palavra "comunhão" não será captada em seu sentido absoluto.


Merton: Eu vivo numa comunhão maravilhosa com a minha esposa, por exemplo. Nós nos completamos, nos amamos profundamente e fazemos questão de declarar o nosso amor a todo instante... Nós dois nos respeitamos, nos ajudamos, vivemos em cumplicidade, temos gostos, idéias e objetivos parecidos, etc, etc, etc... Mas isso não quer dizer que eu "sou” ela nem que eu "sou igual a ela". - Vivemos numa perfeita comunhão, mas cada um é cada um, cumprindo seu próprio papel: cada um produz a sua própria nota musical na infinita orquestra sinfônica cósmica.

Dárcio: Fazer analogia do sentido de "comunhão" com acontecimentos DESTE MUNDO será total perda de tempo. A "comunhão", em termos absolutos, é a percepção da VIDEIRA UNA...só DEUS PRESENTE--, que traduz o sentido da fala de Jesus: "NAQUELE DIA (o da REVELAÇÃO) conhecereis, EU estou no PAI, VÓS em MIM e EU em VÓS". Em sua visão iluminada, Jesus via o fato verdadeiro: O VERBO SENDO TUDO E TODOS, ou O CRISTO SENDO TUDO EM TODOS. Enquanto a pessoa estiver "sem renunciar a si mesma", "sem ter vencido o mundo", terá de acatar estes princípios pela FÉ (a certeza do não-visto) e meditar em total entrega à ação do Espírito Santo (Sua Consciência Iluminada), que lhe trará o ENTENDIMENTO REVELADO.


Merton: O mesmo se dá com as nossas relações com o divino. Estar “em Comunhão" com Deus não significa “ser” igual a Deus, essa interpretação é um erro crasso. Toda busca espiritual começa exatamente do ponto em que nos conscientizamos que não somos auto-suficientes, quando detectamos um vazio dentro de nós mesmos, que grita por ser preenchido... Muitos místicos se referiram a esse "vazio" como o “Ponto Deus”, que já foi identificado inclusive pela ciência no cérebro humano(!).

Dárcio: Aqui é dito que interpretar "ser igual a Deus" é "erro crasso" porque a pessoa PENSA (mente carnal)estarmos falando do ego, da falsa e velha criatura, do homem natural. Se a RENUNCIA a ele for feita, pela entrega à "mente de Cristo" que temos, a REVELAÇÃO espontaneamente lhe dará a EXPERIÊNCIA DA COMUNHÃO: "Eu e o Pai somos um", "Aquele que vê a MIM, vê o Pai".

Toda Verdade é impessoal e universal. Tudo que Jesus disse sobre SI, em Deus, e não como Jesus, é Verdade absoluta ONIPRESENTE. Ele sabia o que era o MIM e o que era o Jesus. O MIM, o PAI em MIM, o VIR A MIM..significa uma escalada interna de CONSCIÊNCIA, a SUBIDA AO PAI. "Minha doutrina NÃO É MINHA", disse JESUS, mas DAQUELE QUE ME ENVIOU. E disse também: EU SUBO A MEU PAI E VOSSO PAI..isto é SOBE A MIM (O EU SOU presente em todos). Não disse ser DELE a doutrina, exatamente para que Jesus(pessoal) não fosse CONFUNDIDO com o MIM, que é DEUS(UNIVERSAL) EM TODOS. Por isso, em Gálatas 2-20, declara Paulo: "Já não sou mais eu(ego) quem vive... mas CRISTO VIVE EM MIM". Este "MIM", presente em Jesus, em Paulo, em TODOS, é o CRISTO que SOMOS, e revelado em Colossenses 3-11.


Merton: Eu vejo muita literatura pseudo-mística girando em torno de certos trechos específicos da Bíblia, sempre usados fora do seu real contexto, numa tentativa de justificar idéias panteístas. Pegam-se sempre as mesmas passagens, como aquela em que Jesus diz que "Quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas..." - Mas esses autores nunca citam a continuação desta mesma frase: "...porque eu vou para o Pai, e farei o que pedirdes em meu nome". Ou seja, ele não está dizendo que podemos fazer as mesmas coisas porque somos iguais a ele ou iguais a Deus, mas sim que, se pedirmos, ELE fará! São coisas muito diferentes!

Dárcio: QUEM crê em MIM (no EU SOU), já está FAZENDO AS OBRAS! É DEUS em cada um! Mas, infelizmente, a visão materialista da "mente carnal" pensa que estas "obras" são as que Jesus realizou na matéria! Lastimável crença falsa! As OBRAS DE DEUS são permanentes! As da matéria sempre são ILUSÃO! Por isso, não achamos, em todo o planeta, o Lázaro ressuscitado, o paralítico curado, nem a adúltera perdoada! AS OBRAS não eram estas! AS OBRAS eram as VISTAS POR JESUS: A REALIDADE PERMANENTE!


Merton: Esse mesmo Evangelho, que é o mais místico de todos (o segundo João), ele continua:

"Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo, de si mesmo, não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós os ramos; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como um ramo, e secará; tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito." (João, 15)


Dárcio: Acima já expliquei o que é "MIM". Aquele que permanece em MIM é aquele que renuncia ao ego ou à mente carnal" para se identificar com o CRISTO em si mesmo.


Merton: Mais claro do que isso seria impossível! Existem muitas e muitas outras passagens nesse sentido, nos Evangelhos. Jesus deixa muito claro, o tempo todo, que os seres humanos são como o sal (falei no meu blog): por ele mesmo não tem valor; mas se misturado e usado na medida certa, se torna a própria essência da vida...

Dárcio: CRISTO É CRISTO e ego é ego. Jamais se misturam ou se usam "em medida certa". Jamais o ego se torna Cristo nem jamais joio se torna trigo. O que se requer é o DESPERTAR!

"Desperta, TU QUE DORMES, e a Luz de Cristo (sempre sendo VC) te alumiará".


Merton: Então, o erro que eu vejo no raciocínio dessa postagem, é querer associar essa idéia panteísta de que "tudo é Deus" com a mensagem de Jesus. Nada mais distante da verdade! Jesus nunca disse nada que nem de longe lembrasse essa idéia.

Dárcio: O erro está em ler a postagem com a "mente carnal". Um texto da Verdade absoluta é revelado da Consciência e não escrito pela mente carnal. Para "sentir" a veracidade, é preciso estar sem ego e em comunhão com o lido. Sem "mente carnal", o panteísmo seria desconhecido, a Verdade seria discernida (DEUS É TUDO)...e, com a VERDADE conhecida, também a liberdade estaria evidenciada.


Merton: Veja, cada um de nós tem a perfeita liberdade de acreditar no que quiser, de escolher o que seguir e o que rejeitar. Mas desvirtuar as palavras de um mestre, qualquer que seja ele, para adequá-las ao seu ponto de vista, como fazem tantos autores como esse, isso não é honesto, não é coerente; não é a postura de um estudante autêntico. Essa postura é pérfida, é maliciosa, interesseira, contaminada...

Dárcio: No estudo da Verdade Absoluta, a postura real do "estudante" é uma só: SUMIR! O ser estará livre em Deus, e Deus livre nele! "Quando Cristo, que é a NOSSA VIDA, se manifestar, também nos manifestaremos com ele em glória" (Colossenses 3-4). Assim descreve Paulo este DESPERTAR GLORIOSO!


Merton: O buscador tem que ser puro, investigar com um coração aberto, livre de idéias pré-concebidas, pronto para aceitar a Verdade seja ela qual for. Muitos se esforçam não para encontrar e entender a Verdade, mas sim para confirmar os seus pontos de vista individuais, para se manterem numa certa zona de conforto pessoal. - A partir daí, passam a adaptar tudo o que encontram para justificar as suas crenças. Nesse caminho, distorcer o que disse Jesus é uma prática muito comum... Diria que é a favorita de 10 entre 10 pseudo-místicos e panteístas. E, bem, pra quem estudou realmente a fundo o que Jesus diz nos Evangelhos, certas afirmações são simplesmente ridículas.

Dárcio: "Estudar Jesus a fundo" é mera pretensaõ ILUSÓRIA do ego. É por isso que Jesus disse: "O Pai oculta estas coisas a sábios e entendidos, para destiná-las aos pequeninos(sem ego)". Somente por REVELAÇÃO a Verdade é conhecida e Jesus é entendido a fundo! E foi o que ele disse: "Se eu não for (se não me tirarem de vista), o CONSOLADOR não virá a vós (o DESPERTAR para o próprio Cristo).


Merton: Veja, o problema do panteísmo não é afirmar que "somos Deus e Deus somos nós", porque isso, num certo sentido, é verdade. O problema é dizer que Deus é SÓ isso. Essa é apenas uma forma elegante e poética de ateísmo, se você pensar bem. Eles não dizem que “Deus não existe”, mas dizem que não existe Deus a não ser a natureza: eu, você, as nuvens, os cães, os pássaros. – A mesma coisa dita de um modo diferente. - Ora, se eu sou Deus e se não há outro Deus além de mim mesmo, para que serve a oração? Por que Jesus ensinou a orar? Para quem vou orar? Para que serve a meditação, e por que me preocuparia em buscar aperfeiçoamento? Pra que vigiar e orar? Para que servem as práticas espirituais, para que buscar o Amor?? Eu sou Deus, ora, eu me basto!..

Dárcio: O panteísmo não tem fundamento algum! É mera crença ilusória! Não existe matéria! Tudo é ESPÍRITO! Mas, como já foi dito, este discernimento somente se dá por REVELAÇÃO. Pode ser aceito a priori pela FÉ; isso até abre campo à REVELAÇÃO, mas, enquanto não houver a "descida do Espirito Santo", ou seja, a AUTO-REVELAÇÃO, a Verdade não será conhecida.


Merton: Deus é imanente, mas é também (e principalmente, eu diria) transcendente. E quando leio afirmações como as dessa postagem, sinto a responsabilidade de deixar o meu testemunho pessoal: em todas as minhas experiências místicas, - e eu tive experiências MUITO intensas MESMO, - eu experimentei a Energia Infinita que fluía de fora para dentro de mim, e que daí expandia e passava a extravasar o meu próprio ser, de dentro para fora. A experiência e o sentido de uma Força Infinita, incompreensível e EXTERNA, que entra em COMUNHHÃO com o meu interior finito, é inquestionável. E foi somente nesse momento que eu senti o meu próprio eu chegando mais próximo do Infinito, do Cósmico, do Universal.

Dárcio: Nem Deus nem experiência em Deus podem ser explicadas pela mente humana ou por palavras deste mundo. Quem tem a experiência absoluta SABE que TUDO É DEUS, e sabe que algo além de Deus é NADA! Se, após a experiência, a pessoa continuar acreditando NESTE PLANO, em INTELECTO, é indicado a ela que RENUNCIE AO EU QUE DISSE TER TIDO A EXPERIÊNCIA! Muito fenômeno psíquico é confundido com a Experiência em Deus; sabemos se é, ou não, se realmente tivermos VENCIDO O MUNDO devido a ela. "Todo aquele nascido de Deus vence o mundo", diz a Bíblia .


Merton: Há uma centelha divina em cada um de nós. Até poderíamos dizer que somos como "deuses", cada um de nós, num sentido metafísico. Mas afirmar que nós é que somos o único Deus, e que não há outro Deus senão nós mesmos, continua sendo a mesma coisa que sempre foi: blasfêmia e viagem na maionese...

Dárcio: Sem "vencer o mundo" não somos nem deuses e nem nada! Por outro lado, por REVELAÇÃO, é-nos revelada a Verdade Absoluta: "QUEM ME VÊ, VÊ O PAI.". Não foi por acaso que Jesus disse: BUSCAI O REINO EM PRIMEIRO LUGAR! Sabia, e sabe, que "deste mundo", nesta referência falsa e vazia do ego humano, só conheceremos ILUSÃO.


Merton: Mas isso não resume tudo. A questão complicada, aí, é que a percepção trazida pela postagem NÃO está completamente errada. Há alguma verdade nela, e é por isso que existe tanta confusão nesses assuntos. - Sim, somos infinitos, somos divinos, o Reino dos Céus está dentro de nós e a nossa fé pode mover montanhas... Todas essas afirmações são verdadeiras e preciosas!

Mas a confusão começa quando o buscador, deslumbrado com essas percepções, descarta Deus! Ele começa a acreditar que, por ser divino, possuidor de um espírito infinito e glorioso, não precisa mais de Deus, e que Deus só pode ser ele mesmo... Não pode ser mais do que isso!
Esse é o erro primordial, que até “grandes mestres” deste mundo cometeram.

Tudo que estou sugerindo é que se considere o que eu falei aí atrás, e que o buscador se esvazie e peça pela luz do Infinito antes de buscar por orientação. Tem muita gente por aí ensinando a “esvaziar a xícara”, o que é um conselho maravilhoso, mas com a sua própria xícara cheia de idéias pré-concebidas, até a boca. Muitas vezes, no caminho do buscador da Verdade, exatamente o que parece ser, não é, e o que não parece, é.


Dárcio: SE for DEUS, é! Se não for, não É!


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Mais coisas foram faladas, além desse diálogo, houve réplicas e tréplicas. Para ler o restante dos debates, vá até o espaço de comentários do blogger, clicando aqui.

domingo, outubro 19, 2008

Revelação ou doutrinas?

Dárcio Dezolt

A Revelação de Jesus Cristo é transcendental, ou seja, fala do Reino de Deus e da real natureza de todos nós como filhos de Deus, idênticos a Ele. Eis por que sua oração (João 17; 11) é no sentido de que “sejamos todos um”. Ciente de nossa real identidade, disse: “Sede perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito.” (Mateus 5; 48).

Que fizeram muitas religiões e doutrinas? Criaram um Jesus Cristo separado, em vez de uno conosco! Se, de um lado, pregam a “comunhão”, de outro, enfatizam a separatividade, considerando-o diferente e superior a todos nós, julgando-nos “pela carne”, materialmente! Uma contradição absurda! E que atua hipnoticamente como crença coletiva há séculos!

Uma gota de água pode entrar “em comunhão com outra”, pois ambas são idênticas em qualidade ou natureza! Óleo e água já são coisas distintas! Você somente “entra em comunhão” com o Pai e com Jesus Cristo ao se contemplar como já sendo de IDÊNTICA NATUREZA, EM UNIDADE!

Observe o que diz a Revelação encontrada em I João 1; 1.

“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida. (Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada.). O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco, e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra.”

A Verdade ensinada por Cristo é a de que temos um Pai comum: DEUS!. Se você se dispuser a deixar de lado as religiões e doutrinas apagadas, trocando-as pela Revelação, fechará os olhos para o “mundo da matéria” e se verá espiritualmente em Deus, igualzinho a Jesus! Perceberá internamente sua “comunhão real com o Pai”, numa proporção sem limites! Comunhão é comunhão! UNIDADE! Não há meios-termos! Ou VOCÊ é, JÁ, da mesma natureza que Jesus Cristo, e, de Deus, e, portanto, JÁ ESTÁ em “comunhão”, ou está se avaliando “pelas aparências”, negando toda a Revelação iluminada, e se vendo como mortal, mero “filho pródigo” nesta ilusão de mundo!

A Revelação o coloca em “comunhão eterna”, dando-lhe o discernimento da Onipresença! Pai e Filho são a “unidade harmoniosa”. Doutrinas mil complicaram tudo! Que, em nome da Verdade, sejam abandonadas! Cristo não o saturou de “doutrinas”, mas da Revelação de sua Unidade, da Essência Una, da prática do perdão incondicional e do Amor a Deus e ao próximo! E, principalmente, incentivou-o a “buscar o Reino de Deus” em você mesmo, e em “primeiro lugar”. Detenha-se nestes pontos!

“MAS EM VÃO ME ADORAM, ENSINANDO DOUTRINAS QUE SÃO PRECEITOS DOS HOMENS.” (Mateus 15; 9)

quinta-feira, outubro 16, 2008

Tudo o que você vê é você mesmo


Seu ser não é algo novo. Não é uma nova explosão de discernimento, clareza e revelação mística. Não há absolutamente nada de novo em relação ao seu ser. Ele é você mesmo. Não é o seu "verdadeiro eu", não é o seu "eu superior". Não é o seu "eu divino", nem o seu Eu com maiúscula. Simplesmente você mesmo. O objetivo da investigação oferecida por Ramana Maharshi é essa presença constante que é tão ubíqua, imóvel e permanente que passa despercebida pela mente, a qual é atraída pelo movimento de objetos brilhantes como pensamentos, emoções, idéias e estados emocionais (bons e ruins). Todos vão e vêm, vivem, mudam e existem em você, que é esta simples presença. A simples presença da qual não se pode escapar, a qual não se pode descartar, a qual não vai e vem, e que é precisamente isto que você chama de eu.

Ramana nos aconselha a manter a nossa atenção no eu e não nos preocuparmos com todas as histórias a respeito disso. Não nos preocuparmos com todos os sutras, mantras, Upanixades, expressões, poesia, hinos e tudo mais. Ele nos aconselha a não desperdiçar este tempo precioso prestando atenção em todos os pensamentos sobre nosso ser e, ao invés disso, manter nossa atenção somente em nosso ser. A coisa notável sobre o convite de Ramana é que o ser no qual ele sugere que mantenhamos a nossa atenção não é algo superior. O ser no qual ele nos instrui a concentrar a nossa atenção é precisamente o que chamamos de ego. Ele é a totalidade da presença que é você. É exatamente a isso que se refere a palavra "eu".

"Ego" é uma palavra latina que significa "eu". É só isso que ela significa: "eu". Esta palavra foi incutida pela fascinação peculiarmente americana pela psicanálise e psiquiatria em geral. Ela foi maculada por uma espécie de essência mística. Mas significa apenas "eu". Exatamente o que você é. É tudo que você é. E este "eu", que é você, é a presença na qual a minha voz aparece e desaparece, na qual estados de despertar, realização, êxtase e consciência oceânica vão e vêm. A presença na qual estados de confusão, depressão, remorso, melancolia, horror e terror vão e vêm. Esta presença que nunca mudou, que está sempre presente, da qual não se pode escapar. Todos os nossos esforços para manter a nossa atenção fixa neste monte de lixo que é a mente são realmente esforços para escapar dessa presença.

A sugestão de Ramana é que você mantenha a sua atenção em seu ser, em você mesmo, e esqueça tudo que sabe sobre coisas espirituais. Este é o primeiro pré-requisito. Você tem que esquecer tudo; tem que jogar tudo fora. Tudo. Em seguida, você tem que voltar a sua atenção para dentro, e provar esta sensação de "mim mesmo"que está inescapavelmente presente. O objetivo disto é romper com o transe da identificação equivocada. O objetivo disto é experimentar conscientemente o sabor que você tem. Quando você entender, quando você perceber, quando você tiver a experiência consciente, por um segundo que seja, do que é o seu ser, você saberá, final e irreversivelmente, que tudo que você vê é você mesmo.

segunda-feira, outubro 13, 2008

Por que existe vida? (OSHO)

Osho,

Eu nunca fui capaz de encontrar resposta para uma pergunta. É uma pergunta estúpida, mas mesmo assim eu queria muito saber a resposta. Você poderia nos dizer qual é o propósito da criação? Por que a vida existe? Por que todas as coisas existem? Eu não acredito em acidentes.


Prem Patrick,

A pergunta é certamente estúpida... Você está absolutamente certo a respeito disso. E a pergunta não é respondível. Qualquer pessoa que respondê-la irá somente criar alguns questionamentos a mais em você. Você não foi capaz de encontrar qualquer resposta porque não existe resposta. A vida é um mistério, por isso essa pergunta não pode ser respondida. Você não pode perguntar o porquê. Se o porquê for respondido, a vida deixa de ser um mistério.

Esse é todo o esforço da ciência: destruir o mistério da vida. E a maneira é encontrar respostas para todos os porquês. E a ciência acredita, naturalmente com arrogância e ignorância, que um dia ela será capaz de responder a todos os porquês. Isso não é possível. Mesmo se nós respondermos a todos os porquês, o último dos porquês permanecerá: por que a vida existe, afinal? Qual o significado da existência? Qual é o propósito de tudo isso? Essa pergunta é a última e ela não pode ser respondida.

Se alguém lhe der uma resposta, ela simplesmente irá criar um novo questionamento. E respostas já têm sido dadas... Algumas pessoas acreditam que Deus criou o mundo porque queria ajudar a humanidade. Agora, que tipo de resposta é essa? Ele criou a humanidade para ajudar a humanidade. Qual era a necessidade de criar? Alguns outros dizem que Deus criou o mundo porque ele estava se sentindo muito solitário. Se Deus estava se sentindo mal muito só, então não existe qualquer possibilidade de alguém se tornar um Buda. E se Deus de repente começou a se sentir solitário, então o que ele estava fazendo antes de criar o mundo? Por toda a eternidade ele tem estado só... então de repente , num dia, numa manhã, ele ficou enlouquecido, ou o que? De repente ele começou a se sentir solitário depois do almoço. E qual era a necessidade de criar todo o mundo? Apenas uma mulher já teria sido o suficiente! E agora, como ele está se sentindo hoje? Muito cheio de gente? Gente em demasia pelas ruas? Deve estar planejando destruir o mundo em breve. Sobre que tipo de Deus você está falando? O seu Deus é uma pessoa que pode se sentir solitário?

Todas essas são respostas tolas para perguntas tolas.

Então existem pessoas que dirão: isso é um jogo de Deus, a sua brincadeira. Ele não poderia ter ficado sentado em silêncio? Que espécie de jogo é esse? Adolf Hitler e Mussolini e Joseph Stalin e Mao-Tse-Tung, Gengis Khan, Tamurlaine, Nadir Shah... Brincadeira de Deus? Seis milhões de judeus assassinados por Adolf Hitler, e Deus está brincando com um jogo? Por que ele não vai jogar golfe? ou xadrês? Por que torturar pessoas? Tanta miséria no mundo e esses tolos seguem dizendo que isso é brincadeira de Deus? Crianças que nascem paralíticas, cegas, surdas, mudas... Brincadeira de Deus? Que espécie de Deus é esse? Ou ele não é Deus, ou pelo menos ele não é divino. Ele deve ser muito mau.

Essas perguntas não ajudam. Elas criam mais perguntas. Patrick, o máximo que eu posso dizer é que a vida não tem propósito algum, ela não pode ter qualquer propósito. Todos os propósitos estão no meio da vida. Sim, um carro tem um propósito: ele pode levá-lo de um lugar ao outro. O alimento tem um propósito: ele pode nutri-lo, ele pode mantê-lo vivo. Uma casa tem um propósito: ela pode lhe dar abrigo quando está chovendo e quando está quente. As roupas têm propósito... Todos os propósitos estão dentro da vida, mas a vida em si mesma não pode ter qualquer propósito porque ela não é um meio para algum fim. Um carro é um meio, a casa é um meio. A vida não tem qualquer objetivo, a vida não está indo para lugar algum. A vida está simplesmente aqui! Ela nunca foi criada. Esqueça essa idéia de criação. Isso cria muitas perguntas estúpidas na mente. Ela nunca foi criada, ela sempre esteve aqui e ela sempre estará aqui. Com formas diferentes, de maneiras diferentes, a dança continuará. Ela é eterna. Ais dhammo sanantano - assim é a lei última.

Não há qualquer propósito e essa é a beleza da vida. Se houvesse alguns propósitos, então a vida não seria tão bonita, então haveria uma motivação, então ela seria como um negócio, então ela seria muito séria. Olhe para as rosas, para as flores de lótus, para os lírios. Qual o propósito? O lótus de manhã cedo, o sol nascendo, o cuco começando a cantar...Qual o propósito? Isso não é intrinsecamente lindo? Todas as coisas precisam de propósitos fora de si mesmas?

A vida é intrinsecamente linda. Ela não tem qualquer propósito extrínseco. Ela não é propositada. Ela é exatamente como uma canção de um pássaro na escuridão da noite, ou o som da água, ou o som do vento passando através dos pinheiros...

O homem é voltado para objetivos. E porque a sua mente é voltada para objetivos, ela cria perguntas como esta: "Qual o objetivo da vida? Deve haver algum objetivo." Mas se alguém disser, "esse é o objetivo da vida", então você irá perguntar: "Qual o objetivo desse objetivo? Por que nós devemos alcançá-lo? A que propósito ele irá servir?" E se alguma outra pessoa disser "Esse é o objetivo desse objetivo", as mesmas perguntas irão surgir novamente e você vai voltar ao mesmo ponto, ad infinitum.

Você me pergunta: "Você poderia nos dizer qual é o propósito da criação?"

O mundo nunca foi criado. A palavra "criação" não é correta. O mundo sempre esteve aqui, ele é eterno. Não existe criador. Deus não é o criador do mundo. Deus é a própria energia criativa da existência. É mais criatividade do que um criador. Ele não é o poeta, mas sim a poesia; não o dançarino, mas a dança; não a flor, mas a fragrância.

Você me pergunta: "Por que a vida existe?"

Essas perguntas parecem muito filosóficas, e podem torturá-lo muito, mas elas são absurdas. É como perguntar "Qual o sabor da cor verde?" Isso é irrelevante. A cor verde não tem qualquer sabor. Cor e sabor não estão relacionados absolutamente. "Por que a vida existe?" Veja que as palavras "vida" e "existência" significam a mesma coisa. Isso é tautologia. Você está perguntando: "Por que a vida é vida?" Assim fica mais claro para você. Mas quando você pergunta "Por que a vida existe?", as palavras enganam você.

Você está perguntando "Por que a vida é vida?". Você está perguntando "Por que uma rosa é uma rosa?" Você ficaria satisfeito se uma rosa fosse uma margarida? Então você poderia perguntar "Por que uma margarida é uma margarida?" De que maneira você fica mais satisfeito?

Se a vida não existir, você ficará mais satisfeito? Simplesmente imagine você mesmo sem o corpo, sem a mente, um fantasma perguntando "Por que a vida não existe? O que aconteceu com a vida? Por que ela desapareceu?". Essas perguntas sempre irão persistir e perseguir você.

A vida é um mistério. Não existe qualquer porquê, qualquer propósito, qualquer razão. Ela está simplesmente aqui. Aproveite-a ou abandone-a, mas ela está simplesmente aqui. E estando ela aqui, por que não aproveitá-la? Por que desperdiçar seu tempo filosofando? Por que não dançar, cantar, amar e meditar? Por que não se aprofundar mais e mais nessa coisa chamada "vida"? Talvez no centro mais profundo você irá saber a resposta. Mas a resposta vem de uma tal maneira que ela não pode ser expressada. É como um homem mudo que experimenta açúcar. É doce, ele sabe que é doce, mas ele não consegue falar.

Os Budas sabem, mas eles não conseguem dizer. E os idiotas não sabem e seguem falando, seguem dando respostas a você. Os idiotas são muito espertos nesse sentido de encontrar, de fabricar, de manufaturar respostas. Faça qualquer pergunta e eles terão uma resposta para você.

Quando Gautama Buda costumava viajar por este país de um lugar a outro, alguns poucos discípulos iam à frente e anunciavam na cidade: "Buda está chegando, mas por favor não façam aquelas onze perguntas". E uma daquelas onze perguntas era "Por que a vida existe?". Uma outra era "Quem criou o mundo?" Naquelas onze perguntas, toda a filosofia estava contida. Na verdade, se você abandonar aquelas onze perguntas, nada sobra para ser perguntado. Buda costumava dizer que essas eram perguntas inúteis. Elas não eram respondíveis, não porque ninguém soubesse a resposta. Elas eram irrespondíveis pela própria natureza das coisas.

Um grande filósofo, Maulingaputta, veio até Buda e começou a fazer algumas perguntas... Perguntas após perguntas. Buda ouviu silenciosamente por meia hora. Maulingaputta começou a se sentir um pouco embaraçado porque Buda não estava respondendo, ele estava simplesmente sentado ali, sorrindo, como se nada tivesse acontecido, e ele havia formulado perguntas tão importantes, tão significativas.

Finalmente Buda disse: "Você realmente quer saber a resposta?"

Maulingaputta disse: "Se eu não quisesse, por que eu teria vindo até você? Eu viajei pelo menos mil milhas para vê-lo"..."Por que eu teria vindo de tão longe? Foi um longo sofrimento. Parece que eu estive viajando por toda a minha vida! E você está perguntando se eu realmente quero saber a resposta?"

Buda disse: "Eu estou perguntando de novo: você realmente quer a resposta? Diga sim ou não, porque irá depender muito disso".

Maulingaputta disse "Sim!"

Então Buda disse: "Por dois anos sente-se silenciosamente ao meu lado, não pergunte, não questione, não converse, simplesmente sente-se silenciosamente por dois anos ao meu lado. E após dois anos você poderá perguntar o que você quiser e eu prometo que irei respondê-lo."

Um discípulo, um grande discípulo de Buda, Manjusri, que estava sentado na sombra de uma outra árvore, começou a rir muito alto e começou a rolar pelo chão. Maulingaputta disse: "O que aconteceu com esse homem? Você está falando comigo, você não dirigiu uma simples palavra a ele, ninguém disse nada para ele... Estará ele contando piadas para si mesmo?"

Buda disse: "Vá lá e pergunte a ele".

Ele perguntou a Manjusri. Manjusri disse"Senhor, se você quiser realmente fazer a pergunta, faça-a agora. Essa é a maneira dele enganar as pessoas. Ele me enganou. Eu costumava ser um filósofo tolo, exatamente como você. A resposta dele foi a mesma quando eu cheguei. Você viajou mil milhas e eu havia viajado duas mil milhas."

Manjusri era certamente o maior filósofo, o mais conhecido do país. Ele tinha milhares de discípulos. Quando ele chegou, com ele vieram mil discípulos. Um grande filósofo chegando com seus seguidores.

E Buda disse, "Sente-se silenciosamente por dois anos." E eu me sentei silenciosamente por dois anos, mas então eu não podia fazer uma pergunta sequer. Aqueles dias de silêncio... Devagar, devagar, todas as perguntas foram se desfazendo. E uma coisa eu vou dizer a você: ele manteve sua promessa, ele é um homem de palavra. Após os exatos dois anos, eu tinha me esquecido completamente, eu tinha perdido a noção do tempo, por que quem vai se preocupar em lembrar? Na medida em que o silêncio ficou mais profundo, eu perdi toda a noção de tempo."

"Quando os dois anos se passaram, eu nem estava me dando conta disso. Eu estava curtindo o silêncio e a presença dele. Eu estava bebendo a presença dele. E isso foi tão incrível. Na verdade, no fundo do meu coração eu não queria nunca que aqueles dois anos fossem concluídos, porque uma vez que eles se concluíssem, ele iria dizer: "Agora ceda o lugar para alguma outra pessoa sentar ao meu lado, e você afaste-se um pouco. Agora você já é capaz de estar só, você não precisa tanto de mim. Exatamente como uma mãe afasta a criança quando ela pode comer e digerir por si mesma e não precisa mais se alimentar do peito materno. Assim, Manjusri disse, eu estava esperando que ele se esquecesse de toda essa história a respeito dos dois anos, mas ele se lembrou. Exatamente após os dois anos, ele me disse: "Manjusri, agora você pode formular as suas perguntas". Eu olhei para dentro de mim e não havia nenhuma pergunta, nem ninguém para formular perguntas, era um silêncio total. Eu ri, ele riu, ele deu um tapinha nas minhas costas e disse, "Agora, afaste-se um pouco."

"Assim, Maulingaputta, é por isso que eu comecei a rir, porque agora ele está de novo aplicando o mesmo golpe. E esse pobre Maulingaputta vai se sentar por dois anos silenciosamente e vai se perder para sempre, nunca mais será capaz de formular uma pergunta sequer. Por isso, Maulingaputta, eu insisto: se você quer realmente perguntar, pergunte agora!"

Mas, Buda disse: "Minhas condições têm que ser atendidas."

Então, Patrick, a minha resposta para você é a mesma: atenda às minhas condições, medite, sente-se silenciosamente, simplesmente esteja aqui e todas as perguntas irão desaparecer. Eu não estou interessado em respondê-lo. Eu estou interessado em dissolver as suas perguntas. E quando todas as perguntas desaparecerem, aquele que pergunta também desaparecerá, ele não pode existir sem as perguntas. Quando nenhuma pergunta mais existir, nem aquele que pergunta... quantas bênçãos, quanto êxtase! Neste exato momento, você nem pode imaginar, você nem pode sonhar, você nem pode compreender. Então, todo o mistério da vida se abrirá, mistérios e mais mistérios... e isso não tem fim.

OSHO - The Book of the Books - Discourse n. 10 - 2nd question

sexta-feira, outubro 10, 2008

A oração

Joel S. Goldsmith

“Vós pedis, e nada recebeis, pois pedis mal” disse o Apóstolo Tiago. Já se deram conta que, por algum tempo oraram e não obtiveram respostas às suas orações? “Pedis errado”. Esta é a razão.

A oração, baseada na crença que há uma necessidade ou um desejo insatisfeitos, nunca será consoante com a verdadeira oração científica. Uma oração para que Deus faça alguma coisa, mande ou forneça algo, ou cure alguém, não tem nenhum poder. Cremos, por vezes, que Deus precise de um canal através do qual venha a satisfazer nossos pedidos, e isso nos leva a procurar as respostas fora de nós mesmos. Podemos pensar que o suprimento possa vir até nós e, por isso, ficamos aguardando por uma pessoa ou por uma condição através da qual isso aconteça; ou podemos depender de um curador, ou de um mestre, como canal de cura. “Pedis mal”.

Qualquer idéia de que aquilo que buscamos esteja em algum lugar que não denrto de nós, dentro de nossa própria consciência, é a barreira que nos separa da nossa harmonia.

A oração verdadeira nunca é dirigida a um Ser fora de nós mesmos, e tampouco espera por algo vindo de fora de nosso ser. “O reino de Deus está dentro de vós”, e todo o bem deve ser procurado alí. Se reconhecemos que Deus é a realidade do nosso ser, entendemos que todo o bem é inerente a esse Ser, o seu e o meu ser. Deus é a substância do nosso ser e, por isso, nós somos eternos e harmoniosos. Deus é a Vida, e esta Vida é auto-sustentada. Ele é a nossa Alma, e nós somos puros e imortais. Deus é a consciência do indivíduo, e isto constitui a inteligência do nosso ser.

Para sermos precisos, não há Deus e você, embora Deus sempre se manifeste como você, e esta é a unidade qua nos assegura o bem infinito. Deus é a vida, a mente, o corpo e a substância do ser individual; por isso, nada pode ser acrescentado ao indivíduo, e a oração verdadeira é o reconhecimento constante desta verdade.

A conscientização do nosso verdadeiro ser – da natureza e caráter infinitos do nosso próprio ser – também é oração. Nesse estado de consciência, em vez de buscar, pedir e esperar algo da prece, voltamos nosso pensamento para dentro e ouvimos a “pequena voz silenciosa” que nos assegura que, mesmo antes que pedíssemos, nosso Pai conhecia e preenchia nossa necessidade. E aí está o grande segredo da oração: Deus é a Totalidade e é sempre manifesto. Não há pois um bem ou Deus imanifestos. O que cogitamos estar buscando, está sempre presente dentro de nós, já manifesto, e nós temos que ter em mente essa verdade. Todo o bem já é, e é para ser manifesto. O reconhecimento desta verdade é a oração atendida.

Nossa saúde, prosperidade, emprego, lar e harmonia não são pois dependentes de algum Deus longínquo; nunca dependem de um canal, pessoa ou lugar, mas estão continuamente à mão, onipresentes, dentro de nossa própria consciência; e o reconhecimento desse fato é a oração atendida. “Eu e o Pai somos um”, e isto é causa da perfeição do ser individual.

Para sermos precisos, não há Deus e tu. É impossível orar corretamente sem ter compreendido esta verdade; e, sem conhecermos nossa relação com a Divindade, nossa oração seria apenas fé cega ou crença, e não compreensão. É a nossa conscientização da unidade do Ser – a unidade da Vida, da Verdade e do Amor – que redunda em oração atendida. É o reconhecimento constante de nossa vida, nossa mente, nossa substância e ação como manifestações do ser divino que constitui a verdadeira oração. Identificando este Ser divino como única realidade de nosso ser individual, podemos compreender a nós mesmos como uma realização de Deus, como arremate e perfeição do ser que tudo abrange, divino e imortal. O reconhecimento da divindade de nosso ser individual é a verdadeira prece, que é sempre ouvida. A retiicação da falsa crença que sejamos separados e distantes do nosso bem é a essência da prece verdadeira. Aquilo que eu busco, eu sou. Qualquer bem que eu possa ter acreditado ser separado de mim, é de fato uma parte constituinte do meu ser.

Eu incluo, personifico e envolvo dentro da minha própria consciência profunda, a realidade de Deus, que constitui a infinitude da saúde, da prosperidade e da harmonia do meu ser. A conscientização desta verdade é a verdadeira prece.

Apesar desta totalidade de Deus, expressa como seres individuais perfeitos, aparecem constantemente na vida humana aqueles males que solicitam nossa compreensão da prece. Qual é a natureza do erro, do pecado, da doença? Como pode haver tais coisas, sendo Deus a totalidade? Tais coisas não podem ser, e de fato não são, apesar das aparências de dor, de discórdia e de sofrimento.

A Bíblia nos revela a verdade básica do ser, ou seja, que “Deus viu tudo o que tinha feito, e viu que era muito bom”. Nesta perfeição que Deus criou, não há “profanação”… ou algo que seja mentira; e não há outro Princípio criador. Torna-se assim claro que aquilo que tem a aparência do erro, de pecado, doença, dor e discórdia não passa de ilusão, de miragem, nada. Lembremos então, na nossa prece, que Deus criou tudo o que foi feito, e nesse universo de Deus existe apenas a Presença Total, o Poder Total de Deus, o Amor divino e, por isso, aquilo que agora nos parece erro é uma falsa representação da realidade.

O tempo virá, em nossa vida, em que a inspiração espiritual revele à consciência individual um estado de ser livre das crenças e condições mortais. Não mais então viveremos uma existência baseada em afirmações ou negações mentais e, no lugar disso, receberemos de nossa Consciência um constante desdobramento da verdade. Por vezes isso nos vem do canal de nosso próprio pensamento. Pode nos vir através de um livro, uma leitura ou um serviço solicitado pela divina Consciência, que se revela à consciência individual.

Na medida em que nos tornamos mais e mais conscientes de nossa unidade com o Universo, com o Cristo cósmico, qualquer desejo ou necessidade que se nos apresente, traz consigo o seu preenchimento de pensamentos e desejos justos. E não está pois claro que nossa unidade com a Consciência, tendo sido estabelecida desde o “começo” pela eterna relação entre Deus e Seu ser manifesto, não custou nenhum esforço consciente para existir e ser mantida? A percepção desta verdade é o elo que nos liga à divina Consciência.

Para muitos, orar significa pedir e suplicar a um Deus que mora em um lugar chamado céu. O fato, porém, deste tipo de oração resultar em fracasso universal na obtenção de seus fins, prova que isso não é uma prece verdadeira, e que o Deus a quem suplicam não está lá para ouvir. A reflexão dos homens percebeu eventualmente a falta de resposta para tais orações, e se voltou para a busca do Deus verdadeiro e da idéia correta de prece. Isso levou à revelação da verdade como praticada e compreendida por Cristo Jesus e muitos reveladores antigos.

Neste ponto entendemos que “o reino de Deus está dentro de vós” e, por isso, a prece deve ser dirigida para dentro, para o ponto de consciência em que a Vida universal, Deus, se individualizou como você e eu. Aprendemos que Deus criou (originou) o mundo no princípio e que isso “era bom”.

Sendo “bom”, o universo deve ser inevitavelmente completo, harmonioso e perfeito; assim, nossa prece, no lugar de suplicar por algum bem, se torna a percepção da onipresença do bem, e esse conceito mais elevado faz da oração a afirmação do bem e a negação da existência do erro como realidade.

Quando a prece, mesmo afirmativa, resulta do uso de fórmulas, há a tendência a voltar para o velho modelo de reza de fé, e com isso a prece perde a sua força. Quando, contudo, a prece consiste de uma sincera e espontânea afirmação da infinitude de Deus, e de harmonia e perfeição de Sua manifestação, está de fato próxima da oração absoluta, que é a comunhão com Deus.

Antes que recebêssemos o clarão da verdade, orávamos por coisas ou pessoas; noutras palavras, lutávamos por atingir algum fim pessoal. Em sua grande visão, R. W. Emerson escreveu: “A oração que anseia por uma vantagem particular, algo menor que o bem total, é viciosa”. E então, esse homem sábio deixa-nos a definição: “A oração é a contemplação das coisas da vida do mais alto ponto de vista. É o solilóquio da alma contemplativa e jubilosa. É o Espírito de Deus proclamando alto Seu trabalho… Tão logo o homem seja um com Deus, ele nada pedirá”. A prece não deve ser entendida como um voltar-se para Deus para alguma coisa, pois como completa Emerson, “A prece como meio de atingir fins particulares é sem significado, é um roubo”.

Agora sabemos o que a prece não é, e tivemos um vislumbre de que a prece é a união do nosso Eu, da Alma individual, com Deus, a Alma universal. Na verdade, a alma individual e a Alma universal não são duas, mas uma só, e a conscientização desta verdade constitui a união ou unidade, que é a verdadeira prece.

Jesus disse “Meu reino não é deste mundo”, e temos que lembrar disso quando oramos. Voltarmo-nos para Deus levando algum pedido ou desejo deste mundo, será infrutífero. Quando adentramos no nosso santuário do Espírito, temos de deixar de fora todos os desejos, as necessidades e carências terrenas. Temos que deixar “esse mundo” e nos encaminhar para Deus com apenas uma idéia – a comunhão com Deus, a união, a unidade com Deus. Não devemos orar para obter qualquer coisa, ou para mudar ou corrigir algo.

A oração, que é união consciente com Deus, sempre redunda em harmonia, paz, contentamento e sucesso. Estas são as coisas “dadas de acréscimo”. Não é que o Espírito produza, corrija ou cure a matéria ou o universo físico, mas ocorre que nós nos elevamos para um grau de consciência mais alto, onde há menos matéria e, por isso, menos discórdia, menos desarmonia, doença ou carência.

A comunhão com Deus é a verdadeira oração. É o desenvolvimento, na consciência individual, de Sua presença e poder, e isto nos torna “todos completos”. A comunhão com Deus é na realidade ouvir a “pequena voz silenciosa”. Nesta comunhão, ou oração, não proferimos palavras para Deus, mas a conscientização da presença de Deus é uma comunicação da verdade e do amor que vem de Deus até nós. É um estado de ser abençoado, que jamais nos deixa no ponto em que nos encontrou.


terça-feira, outubro 07, 2008

ONIPRESENÇA



"Deus é Onipresença." Esta mensagem é curta para que você pare de ler logo, feche os olhos e reconheça o fato eterno: DEUS É TUDO E TODOS, JÁ!


Contemple esta Verdade! Contemple a Unidade iluminada sendo a totalidade do Universo e de seu ser. Pense, de início, o seguinte:

“Pai, torna-me consciente da Tua Onipresença! Torna-me consciente de que Tua Onipresença inclui a totalidade do meu ser.”

Em seguida, “deixe” a Consciência Iluminada ser a SUA!

sábado, outubro 04, 2008

Verdade

Marie S. Watts


Que é a Verdade? Há cerca de dois mil anos, Pôncio Pilatos fez a Jesus esta importante pergunta. Não temos nenhum registro de que Jesus a tenha respondido a Pilatos. Por que não o fez? Provavelmente por saber que a sua resposta não seria compreendida nem seria digna de crédito. E a busca por essa resposta continuou existindo, perdurando até os dias atuais. Entretanto, Jesus deu a resposta. Clara e simplesmente ele declarou: "Eu sou a Verdade". Mas por que ela não foi compreendida? Tão simples! Ele poderia também ter dito a Pilatos: "Você é a Verdade, se ao menos o soubesse".

Uma percepção clara dos ensinamentos do Mestre nos revela que jamais ele alegava possuir o privilégio ou o direito exclusivo de ser a Verdade. Tampouco limitava esta prerrogativa aos seus discípulos imediatos. Em João 14:12, podemos ler: "Aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas." O certo é que Jesus não falava de si mesmo como pessoa. Pois, já não havia se referido a si próprio como sendo a Vida, a Verdade e o Caminho, mas de forma impessoal? Na prece que vamos citar, uma das mais maravilhosas já registradas, encontramos Jesus orando para que todos nós pudéssemos reconhecer a Verdade, o único Deus, como o "Eu" de cada um de nós. "Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós, para que eles sejam perfeitos em unidade" (João 17: 21, 22,23). A prova de que esta prece inclui a todos está no seguinte versículo: "E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim" (João 17; 20). Isto soa como se Jesus falasse de si mesmo como a Verdade, com a exclusão de todos os demais? Que seria, ou quem seria o "Eu" citado nestas passagens? Quem seria este "Mim", em quem somos convidados a crer? Há somente um "Eu", o "Eu" existente como a sua "Identidade", como a minha e como a de todos nós. E é neste "Eu", neste "Mim", que somos exortados a acreditar. Sim, amados, somos exortados a aceitar e reconhecer o "Eu" que é a Verdade impessoal, o "Eu" que EU SOU, como a "Identidade" de cada um de nós.

Seguidamente temos tido garantias de que, “se conhecêssemos a Verdade, estaríamos livres”. Porém, de que forma poderíamos conhecer algo, senão pelo discernimento da natureza do objeto de nosso estudo? Quando conhecemos algo, um conhecimento realmente efetivo de algo, aquilo permanece conosco para sempre, em e como nossa própria Consciência, ou Mente. E descobrimos que realmente contemos e somos aquilo que conhecemos.

Em outras palavras, é impossível conhecer totalmente a Verdade sem que, antes, conscientizemos que somos a própria Verdade que estivermos conhecendo.

Repetindo a pergunta, QUE É A VERDADE? A Verdade relativa a algo é o fato estabelecido daquilo que constitui a sua existência. O dicionário A define incluindo a seguinte interpretação: “Aquilo que é verdadeiro; um estado real de coisas; fato; realidade”. Sim, a Verdade é o Fato daquilo que existe como o Universo, como o Mundo, e como Você e Eu. A Verdade é eterna, sem começo, sem mudança e sem fim. Sendo infinita e eterna, a Verdade é harmoniosa e perfeita para todo o sempre.

A percepção da natureza exata da Verdade é de vital importância para todos nós. Por quê? Porque a Verdade é o Fato estabelecido, a Realidade de tudo que existe. Conhecer a Verdade é estar consciente da Perfeição imutável que constitui a totalidade do Universo, e esta totalidade inclui a mim, a você e a todos. Quando conhecermos a Verdade com convicção idêntica àquela que possuímos, de que um mais um é igual a dois, sem maiores esforços, realmente estaremos conhecendo a Verdade. Com freqüência vínhamos pensando que conhecíamos a Verdade, quando, o que fazíamos, era nos entregar aos pensamentos de querer algo. Conhecer realmente alguma coisa significa estar consciente de sua existência estabelecida e imutável; incluir em tal grau em nossa Consciência, aquele conhecimento, que permanecêssemos impossibilitados de aceitar que a coisa conhecida fosse diferente daquilo que ela realmente é.

O fato estabelecido, de que um mais um é igual a dois, não inclui nenhuma condição ou Verdade parcial. De igual modo, a Verdade básica de que o todo imutável, eterno e perfeito Deus único abrange a totalidade da existência, jamais poderia incluir uma parcela, uma condição ou uma oposição.

Freqüentemente, temos conhecido a Verdade de uma forma que Ela se opusesse a algo, como se existissem certas forças contrárias à Verdade que estávamos a conhecer. O caminho das afirmações e negações nos leva a esse engano. Se pudesse haver algo que se contrapusesse à Verdade, isto indicaria que a Verdade não seria o Fato total e completo da Realidade, ou daquilo que possui existência. Uma negação do erro jamais revela a Verdade. Tampouco faz com que a Verdade Se torne mais verdadeira do que Ela já é, neste exato instante. Nós jamais nos preocupamos com o que não é verdadeiro, pois, trata-se de algo não-existente. Para quê nos atermos àquilo que é nada? Pelo contrário, nós contemplamos o Fato básico da existência: a Totalidade, a Unicidade, a Presença onipresente, onipotente, inabalável e ininterrupta da Perfeição que existe.

Amado leitor, parece-lhe que nos alongamos demais nesta questão da Verdade? Nesse caso, tenha um pouco de paciência, pois, agora irá descobrir que VOCÊ é a própria Verdade que está sendo apresentada aqui, e, é este mesmo Auto-reconhecimento que está agora se passando com VOCÊ.

Talvez esteja pensando: “Mas isso tudo é tão impalpável! Como posso ser eu esta Verdade?” Não se lembra daquilo que estabelecemos logo no início desta mensagem? Que o universo em que você vive, se move e tem o seu ser é o universo real, o único universo? VOCÊ, este você que está existindo aqui e agora, é o VOCÊ real, o único VOCÊ em existência. Deus é a Inteireza, o Todo do Universo; e esta Inteireza, esta Totalidade, inclui VOCÊ. Aquilo que for verdadeiro para Deus, como o Universo, é verdadeiro para VOCÊ, pois, VOCÊ se encontra incluso nesta Totalidade ou Unicidade de Deus. O Fato básico, ou a Verdade da PERFEIÇÃO ONIPOTENTE E ONIPRESENTE, É A VERDADE ESTABELECIDA DE SUA PERFEIÇÃO. Pôde, agora, perceber a vital importância de possuirmos um conceito bem definido de TUDO quanto compreenda a Verdade?

Outro aspecto da Verdade é o fato dela nunca ter tido começo, mudança ou fim. Às vezes, adiamos nossa aceitação da perfeição atual por nos esforçarmos para que algo se torne verdadeiro. A Verdade jamais se torna verdadeira. E também a falsidade, jamais se torna falsa. A Verdade tem sido sempre verdadeira, e a falsidade tem sido sempre falsa, não-existente. Isto é assim tão simples! O habitar na Onipresença da Perfeição, constitui a própria realização desta Perfeição. É este o modo pelo qual a Verdade verdadeira sobre você se torna evidente como a Verdade que é verdadeira COMO VOCÊ. É desse modo que obtemos a Autopercepção, ou Autoconsciência. Existe somente Um Eu, e este Eu único é Deus, o Eu que abrange tudo. Não importa a quantidade numérica de Identidades distintas que este Eu inclui: o fato de que Deus é a totalidade de cada identidade é permanente. Deve ter ficado claro ser impossível que haja algo verdadeiro, ou fato real a seu respeito, e que não esteja incluso na Verdade que Deus é.

Realmente, Deus é Tudo eternamente, e é incondicionalmente perfeito. Um Fato incondicionado é completo como sua própria Verdade. VOCÊ É A VERDADE. O UM ETERNAMENTE PERFEITO, INCONDICIONADO, IDENTIFICADO COMO VOCÊ. Esta declaração é o Ultimato Absoluto da Verdade de sua inteira Existência, inclusive de sua Vida, Mente, Corpo e Ser. Esta Verdade, como você, transcende todo tipo de qualificação, oposição ou condição. Você não é dual; não há dois de “você”. Não existe algo como um Você, que é esta Verdade, ao lado de “outro você” caminhando em direção oposta ao UM PERFEITO, que sempre você tem sido, e que sempre VOCÊ será.

Talvez você pergunte: “E quanto a este corpo? Como poderei conciliar esta Verdade da Perfeição com este corpo sujeito a sofrimento, doença e senilidade?” Não poderá fazê-lo! E não o fará! Jamais conseguirá conciliar a Verdade com a mentira. Todavia, esteja certo do seguinte: você possui um corpo. Não é seu corpo que o está levando a um falso juízo, mas sim o tipo de corpo que você vem encarando, erroneamente, como sendo o seu corpo. Este assunto do “corpo” é de tremenda importância, e será tratado com profundidade numa outra ocasião. Por ora, basta-lhe o seguinte conhecimento: como Você inclui o seu corpo, toda Verdade, ou Fato, descoberto a seu respeito, constitui também a Verdade estabelecida em relação ao seu corpo.

O mundo, assim como aparenta ser, encontra-se permanentemente sofrendo mudanças. Tudo e todos, aparentemente, se encontram numa condição temporária. Uma não-existência é supostamente transformada em existência, a Vida; por outro lado, a Existência, ou Vida, é supostamente transformada em não-existência, a morte. Até mesmo as substâncias da terra parecem estar constantemente se transformando em algo diferente do que vinham sendo. A falsa evidência consiste de uma constante aceitação de criação, transformação, desenvolvimento, dissolução, deterioração e destruição. No universo da aparência, nada se estabelece como eterno. Há uma constante ação de se atingir alguma condição, ou de se conseguir sair dela. Realmente, neste falso conceito de universo, somente uma coisa parece ser permanente: a transformação.

A própria natureza da transformação, nesta visão falsa da Realidade, é prova de não ser ela verdadeira. O motivo é o seguinte: A Verdade não se modifica. Deus é a Verdade, e Deus é eternamente imutável. Algo que possa parecer ter começo, mudança ou fim, não é a Verdade, e, portanto, não é um Fato estabelecido. Nascimento, desenvolvimento, mudança e morte são, todos, aspectos desta ilusória distorção DAQUILO QUE REALMENTE EXISTE.

Repetindo, a Verdade permanece estabelecida assim como Ela é, e sempre tem sido. Você já notou que, quando alguma condição errônea do corpo parece ser curada, o corpo permanece? Tudo que desaparece é o quadro desarmônico. Qual o sentido disto? Somente este: algo na natureza da desarmonia, que se acrescente ou se modifique, é falsidade. Se unicamente conscientizássemos a total importância desta Verdade, estaríamos cônscios da eternidade do Corpo, e também da Mente, da Vida e do Espírito.

Sim, o que é Verdade, o que é Realidade - e irrealidade alguma existe –, é o Fato imutável daquilo que existe. A Verdade nunca começa a ser verdadeira. A Verdade nunca deixa de ser a Verdade. Jamais algo Lhe é acrescentado nem subtraído. A Verdade nunca se coloca numa posição de “se tornar algo”, ou num estado de desaparecimento. Ela é eterna, é Fato imutável, uma Existência eterna.

Com qual Mente você conhece a Verdade? Deus é a Mente única; logo, qual Mente poderia desconhecer a Verdade? Deus, Mente, é eternamente consciente da natureza de Sua Existência como sendo sem começo, sem mudança e sem fim. Você não pode ter nenhuma outra Mente, além da Mente de Deus, pois, não existe nenhuma outra. A Mente que está consciente de ser para sempre imutavelmente perfeita, identificada como Você, é a sua Mente. Não há interrupções nem vazios no conhecimento, na percepção consciente desta Mente. Deus, Mente, sendo consciente da Verdade de Sua perfeição eterna, está neste momento identificado como a sua Mente sendo consciente de sua perfeição imutável. Em outras palavras, Você é a CONSCIENTE PERFEIÇÃO ESTANDO CONSCIENTEMENTE PERFEITO.


Esta é a Verdade sobre Você. Esta é a Verdade como Você. E foi o que Jesus quis dizer, quando declarou: “Eu sou a Verdade”. Uma declaração verdadeira da imutável e permanentemente contínua natureza perfeita de todo o seu Ser, e de todo mundo que existe.

De que forma você percebe ser isto verdadeiro a seu respeito? Do seguinte modo: aceite-o; reconheça-o; proclame que sua Identidade é a Verdade. Saiba que a Verdade que o torna livre é a Verdade de que VOCÊ É LIVRE. Calmamente, e persistentemente, contemple a Verdade estabelecida de seu Ser. Assim, já agora, estará descobrindo que esta Verdade está estabelecida como o seu Ser. É ESTE O CAMINHO. “TRILHAI-O”.