"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

segunda-feira, setembro 30, 2019

Perceber "Quem percebe" em nós


- Núcleo -


Divinos personagens,

Cada detalhe de uma experiência consciencial tem um significado, nem sempre evidente no momento para a percepção ou visão mental, mas que no devido tempo acaba se revelando.

Sempre que percebemos “Quem faz”, e que percebemos “Quem percebe em nós”, nós nos tornamos conscientes de “Quem somos”.

Perceber "Quem faz" nos torna conscientes da onipresença divina, mas, “perceber Quem percebe em nós” nos torna conscientes de Quem Somos.

O Ser Real, Aquele Quem você realmente É, está te proporcionando esta percepção, a revelação de Sua real identidade.

Este é o sentido de “ir ao Núcleo”. É não apenas perceber “Quem faz” e “Quem aparece como”, mas também, é perceber “Quem percebe em nós”, para então nos tornarmos conscientes de “Quem Somos”. É por isto que “tudo é possível ao que crê”. O “crer”, em termos da linguagem usada no Núcleo é “perceber”, perceber isso tudo. Se soubermos Quem faz, tudo se torna possível, porque não é nosso eu, o personagem, a identidade humana, Quem faz. É o Ser.

Com esta percepção reflita sobre a afirmação: “Eu de mim nada posso, o Pai em mim é Quem realiza as obras.”

O seu verdadeiro Eu, que é também a identidade real de todos os seres, é o Ser impessoal, e tem usado muitas e variadas formas pra te fazer perceber que SEU EU REAL ESTÁ APARECENDO COMO! Você é tudo Aquilo que aparece “como”, em seu dia-a-dia, em seu sonho, em sua meditação...

Eu percebo Quem faz. Em minha mente não há dúvida a este respeito. Mas, sei também que Quem percebe em mim é a Consciência do Ser. A mente só vê de forma dual e não perceberia isto. A Consciência é a real “iluminada”, não é a mente do personagem, por isso nenhum personagem é o iluminado. Os iluminados sabem Quem faz; eles apenas despertaram esta percepção.

Certa vez o Masaharu Taniguchi disse: “Você não está Me vendo…”.

De que vale a opinião dos personagens sobre o mestre, que realizou Deus? Mentalmente ninguém pode saber Quem Sou, pois, enquanto personagem, os personagens não podem ver o Ser, só vêem seus próprios julgamentos, eles não transcendem os limites da percepção mental e só vêem a matéria, sem perceber o que há além das formas perceptíveis pelos cinco sentidos.

Se alguém analisou meu personagem certamente não percebeu Quem Sou e negou Minha mensagem. Os que se detém nas análises mentais sobre os personagens sempre se condenam a uma eterna visão mental da realidade. Eles continuarão acreditando que a lei da evolução é válida para o Ser, sem perceber que ela é válida apenas para os personagens. Eles continuarão a verem a si mesmos apenas como seres humanos, sem perceber que Deus os criou a Sua imagem e semelhança. Enfim, eles todos “terão razão”, no sentido de que estarão certos no nível dos raciocínios, mas não se realizarão. Realizar é desvelar a Consciência do Ser descartando os condicionamentos e perceber que Deus é quem está diante de você agora, “aparecendo como”, numa multiplicidade de seres e formas. Perceba isto, pois, “já é a hora”…!

Nas suas leituras em grupo das palavras do mestre ative esta percepção. Perceba Quem percebe em você. Nenhuma percepção consciencial ocorre no âmbito da mente. Faça isso para o seu próprio benefício e o de todos. Fazendo isso, sua busca por Deus revelará sua real identidade e te conduzirá de volta a você mesmo. Como está escrito: “ficareis perturbados, depois maravilhados; e por fim reinareis sobre o Todo”.

Por fim, sugiro a leitura da página 140 do livro A União Consciente com Deus (Joel Goldsmith), no ponto em que Goldsmith escreve: “antes que a luz da verdade descesse, eu acreditava que o eu visível era tudo o que existia para mim…”. Ele só percebia mentalmente, mas despertou a percepção consciencial. Por isso as palavras de Goldsmith, que vieram da Consciência interna do Ser, que ele é e que todos são, passaram a ser o livro de cabeceira dele mesmo. Ele percebeu Quem faz e manifestou sua união conscientemente com Deus. Sua real identidade se desvelou e o fez consciente de que é Um com o Ser. 

Não se esforce para perceber, apenas mantenha a disciplina e dê este passo! Por saber Quem faz, muitas coisas se tornam possíveis na realidade deste personagem. Quem faz me fez obter o afastamento do cargo atual e me deu suprimento para realizar um sonho de infância, que é pilotar helicóptero.

Digo isto para que você perceba que Quem faz também nos proporciona estas realizações humanas, como esta sua de ter um carro, da forma mais perfeita, sem que isto te desvie do seu caminho espiritual; ao contrário, usando estas realizações materiais pra te fazer consciente de “Quem faz”.

É isto, perceba “Quem percebe” em você e desfrute os frutos desta percepção. Saiba utilizar esses frutos para avançar em seu despertar consciencial, que te fará consciente de Quem em verdade você É.

Namastê.




quinta-feira, setembro 26, 2019

Estar no mundo mas não ser do mundo

- Núcleo -


Divinos personagens,

Jesus orou assim: “Pai, não te peço que os tire do mundo mas que os livre do mal.”

Em termos da linguagem usada no Núcleo o “mundo” é a “representação divina”. Notem que Jesus não orou a Deus para que fôssemos tirados do mundo, ou seja, não orou a Deus para que fôssemos tirados da representação, mas sim para que fôssemos libertos do mal, que é o pecado (tsumi, envoltório, conforme ensina Masaharu Taniguchi). Ou seja, o pecado é a “visão encoberta”, que vê somente a representação divina e nos faz permanecer inconscientes da “realidade divina” que subjaz à “representação divina”. Se permanecermos apenas na percepção mental, que vê somente a representação, iremos apenas “reagir aos personagens ou ao cenário”, e não iremos “interagir com o Ser”, por permanecermos inconscientes de Sua presença e realidade (em tudo).

Assim, estejam no mundo mas não sejam do mundo! Em outras palavras, estejam na representação mas não sejam da representação... E para estarmos na representação mas não sermos da representação, é preciso estarmos “interagindo com o Ser” e não “reagindo aos personagens ou ao cenário”.

Uma correlação direta do que acaba de ser compartilhado está na Bíblia em Romanos, capítulo 8, no qual é ensinado que: “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne e os que se inclinam para o Espírito, cogitam das coisas do Espírito.” 

A palavra “carne” diz respeito a tudo que se refere à “representação divina”, ou seja, ao mundo; e a palavra “Espírito” diz respeito a tudo que se refere à “realidade divina”, ou seja, a Deus. Assim, estarmos “no mundo” e não sermos “do mundo” significa que devemos “cogitar das coisas do Espírito”, ou seja, devemos “interagir com o Ser” e, que não devemos “cogitar das coisas da carne”, ou seja, não devemos “reagir aos personagens ou ao cenário”, porque é assim que a percepção mental se sustenta [reagindo aos personagens. Quando não reagimos, ela se esvai e revela-se a face do Ser, o amor de Deus em nós]. Por isso Jesus ensinou que se alguém nos ferir a face devemos “oferecer a outra face” o que significa que devemos “não reagir a quem nos fere a face” e, mais que isso, devemos “oferecer a outra face”, a real face de Quem Somos, que é a compaixão, a bondade, a compreensão e o Amor!

No versículo 9 do capítulo 8 de Romanos está escrito que: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós.”. Ou seja, “Vós, porém, não estais na percepção mental (que cogita das coisas da representação e reage de forma inconsciente ao que acontece na representação), mas na percepção consciencial (que cogita das coisas da realidade divina e interage de forma consciente com Deus), se, de fato, o Espírito de Deus (a percepção da Unidade) habita em vós.”

Por isso está escrito: “Se alguém não tem o Espírito de Cristo (a percepção da Unidade pela qual Jesus orou em sua oração sacerdotal) esse alguém não é dele.” E ainda está escrito: “Se habita em vos o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, este mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do Seu Espírito (que percebe a Unidade) que em vós habita.”             
Enfim, Filhos de Deus, estejam na representação mas não sejam da representação...

Namastê.


 

segunda-feira, setembro 23, 2019

Percepções conscienciais essenciais

 - Núcleo -


Jesus compartilhou duas “percepções conscienciais” essenciais: A primeira: “O reino de Deus está dentro de vós”; e a segunda: “Eu Sou a porta”. É preciso notar que estando o “reino de Deus” dentro de nós, a “porta” que dá acesso a este reino também está!

Ao compartilhar estas percepções, Jesus não estava fazendo uma apologia de si mesmo, mas sim, revelando a realidade de que há em nós tanto o “reino” quanto a “porta”; assim sendo, há em nós tanto a “realidade divina” quanto a “percepção” desta realidade.

Esta percepção compartilhada por Jesus, esta percepção crística é a percepção consciencial, que é uma percepção unitária, pela qual tudo se revela como sendo o Ser Único. Enquanto a mente separa/divide a realidade e a concebe como realidade aparente, a Consciência concebe a realidade única, na qual apenas o próprio Ser é Real.

Para expressar a realidade unitária, fruto da percepção unitária, Jesus usa expressões como: “Eu e o Pai somos Um” e ora assim: “Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam Um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na Unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, com também amaste a mim.”

Com esta percepção unitária ele revela que é o Ser Real dizendo: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”, e revela que este “Eu” é também a Porta, e diz: “Ninguém vai ao Pai senão por Mim”“Eu sou a Porta”.

É preciso notar que ao compartilhar as percepções conscienciais sobre sua real identidade, Jesus não se refere ao “personagem” o qual “está sendo”, mas está se referindo ao Ser, a Quem É. Assim, quando Jesus revela: “Eu sou o pão que desce do céu”, é mal interpretado pela percepção das mentes daqueles que dizem: “Não é este Jesus, o filho de José? Acaso, não lhe conhecemos o pai e a mãe? Como, pois, agora diz: 'Desci do céu?'" [Jo 6. 41-42]

Outra revelação de Jesus causa ainda maior mal interpretação e confusão às mentes dos personagens e evidencia que percepções conscienciais só podem ser discernidas pela própria consciência, ou seja, só podem ser discernidas consciencialmente. [Na Bíblia consta que as coisas espirituais só se discernem espiritualmente.]

A revelação de Jesus que causou escândalo entre os discípulos foi esta: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a Vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a Vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. Pois, a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele. Assim como o Pai, que Vive, me enviou, e igualmente Eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá. Este é o pão que desceu do céu, em nada semelhante àquele que vossos pais comeram e, contudo, morreram; quem comer este pão viverá eternamente.” [Jo 6:53-58] Estas coisas disse Jesus quando estava na sinagoga da Cafarnaum. [Jo 6:59]

A fim de evitar a mal interpretação às mentes dos personagens é que está sendo compartilhada uma percepção atemporal, de que há algo em nós capaz de discernir a realidade de Quem Somos. Esta percepção atemporal está sendo compartilhada pelo Núcleo através de muitos personagens que estão se despertando para o fato de que Deus é realmente onipresente e que Vive EM nós!

Na “superfície do Oceano” ele Se manifesta como incontáveis ondas, porém, permanece sendo Oceano. Da mesma forma, na “visão superficial” [que corresponde à visão mental] o Ser Real se manifesta como “personas” [máscaras que encobrem/velam o divino]. Contudo, nas profundezas de Si mesmo o Oceano Se contempla como o infinito. Essa percepção aprofundada de Quem Somos é a percepção da Consciência, chamada “percepção consciencial”.

A palavra Núcleo é uma referência direta à palavra “Âmago”, "Fonte", "Essência". Assim, se quer entender profundamente a sua própria religião é preciso “ir ao núcleo”, ir ao "âmago" ou "essência" de sua própria religião e transcender a visão superficial e conceitos mentais a fim de poder e perceber a profundidade da “mensagem divina” revelada por Deus, que aparece como o Mestre de sua religião.


quinta-feira, setembro 19, 2019

Aos "Divinos Personagens"

- Núcleo - 

Divinos personagens,

Sempre que uma pessoa comenta e enfatiza um texto já compartilhado, ela está ativando a percepção consciencial. Ao desfrutar o que percebeu do texto e compartilhar a sua própria ênfase, ela está dando um belo exemplo de como ativar esta percepção!

A propósito...

Sabem por que este meu atual "personagem" os chama de "Divinos personagens"?

Porque em verdade é quem todos estamos sendo nesta representação divina chamada de universo material!

Sim, na "Representação" somos todos "personificações do Ser", que é o único Ser Real, a única "Realidade".

Assim, a "Representação" é o cenário no qual surgem os "personagens". E tendo sido a "Representação" concebida pelo Ser Real, que é Deus, Seus personagens são todos "seres divinos", ou seja, todas as personificações de Deus são originariamente e essencialmente seres divinos, que na "Representação" concebida por Deus, e por isso divina, aparecem como os personagens divinos.

O algo a ser percebido ou conscientizado é que a "Representação" é tida como "Realidade" pela mente do personagem!

Atentem bem! A Representação não é algo real! Mas por ser uma representação divina, ou seja, uma representação concebida por Deus, ela é percebida pela mente, ou seja, pela mente do personagem como sendo algo real, como sendo a realidade. Porém, a única Realidade é Deus!

E Quem percebe isso; Quem percebe que a única Realidade é Deus?

Apenas Deus! O Ser Real.

E como Deus percebe isso?

Com Sua própria Consciência!

É esse o ponto a ser notado!

A percepção de "quem estamos sendo" é a percepção da "mente do personagem" que estamos representando;

A percepção de "Quem somos" é a percepção da "Consciência do Ser" que realmente somos.

Ocorre que a Consciência do Ser, que é Deus, é onipresente! Inclusive na "Representação divina"!

Você está vendo a manifestação visível do invisível em tudo o que contempla...

Ou seja: Você está vendo a manifestação visível do Ser Real, que é invisível, em tudo o que vê.

Isto ocorre porque você está vendo a manifestação do Ser Real com a visão da mente de quem está representando...

Mas quem você está representando é quem "você está sendo", não Quem "você É".

Em outras palavras, sua real identidade não é a do personagem divino que você está sendo (representando), mas sim, é a do Ser Real que você realmente É!

Assim, não há necessidade de "buscar espiritualmente" por sua Fonte, mas apenas de "perceber espiritualmente" que a Fonte é Quem você É!

A busca espiritual parte de um pensamento de separação entre personagem e Ser...

A percepção espiritual parte de uma percepção de unidade entre personagem e Ser!

A primeira parte de um pensamento e se debate;

A segunda parte de uma percepção e se aquieta...

O pensamento projeta a dualidade;

A percepção reconhece a Unidade!

Enfim, este meu atual "personagem" os chama de "Divinos personagens" porque percebe que em verdade é quem todos "estamos sendo" nesta "Representação divina"...

E Quem percebe isso em mim é Quem sou...

Quem Sou é na Realidade Quem todos Somos!

É o que percebo, desfruto e compartilho.

Saiba que, ao perceber Quem você realmente É, instantaneamente perceberá Quem todos Somos. E perceberá claramente Quem percebe em você!

Por perceber Quem percebe em mim; por perceber que é o Ser Real Quem percebe e que por isso esta percepção é possível a todos os "divinos personagens" é que desfruto e compartilho.

Namastê!

terça-feira, setembro 17, 2019

O Buda interior


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"Reverenciada seja a Perfeição da Sabedoria, o Adorável, o Sagrado!

Avalokita, o Senhor Sagrado e Bodhisatva,  moveu-se nos cursos profundos da sabedoria, rumo ao mundo-além.

Daquelas alturas, Ele olhou para baixo e viu cinco agregados.

E Ele viu que, em si próprios, os agregados eram vazios."

(Sutra do Coração)



- Osho -


Eu saúdo o seu Buda interior. Você pode não estar ciente, você pode até mesmo jamais ter sonhado com isso – que você é um Buda, e que ninguém pode ser outra coisa a não ser isso. A natureza búdica (o estado de Buda) é o núcleo essencial do seu ser, e isso não é algo para advir no futuro, mas algo que já aconteceu. É a tua própria fonte. É a origem e é também o objetivo. É a partir de nossa natureza búdica que todos nós nos movemos, e é também para ela que todos nós rumamos. Essa única palavra “natureza búdica” contém tudo – o ciclo completo da vida, do alfa ao ômega.

Mas você está dormindo, você não sabe quem você é. Não que você tenha que se tornar um Buda, mas apenas reconhecer que Ele habita em ti, reconhecer a necessidade se voltar para a sua própria origem. A fim de fazer isso você terá de olhar para dentro de si mesmo. Uma confrontação consigo mesmo irá revelar a sua natureza búdica. O dia vem quando você vê a si mesmo, e quando a existência inteira se torna iluminada. Não é que uma pessoa se torne iluminada – como pode uma pessoa se iluminar? A própria ideia ou pensamento de ser uma "pessoa" faz parte da mente não iluminada. Não é que eu tenha me tornado iluminado. O “eu” precisa ser descartado antes que se possa conseguir a iluminação. Assim, como poderia eu ter atingido a iluminação? Parece absurdo. No dia em que me tornei iluminado, toda a existência tornou-se iluminada. Desde aquele instante jamais pude ver outra coisa a não ser Budas – nas mais variadas formas, com milhares de nomes distintos, às vezes com mil e um problemas, mas ainda assim todos Budas.

Assim, eu saúdo o seu Buda interior. 

Sinto-me imensamente feliz e satisfeito de ver tantos Budas reunidos aqui. O próprio fato de suas vindas até mim significa o início do reconhecimento. O respeito e o amor em seu coração por mim significam o respeito e o amor para com a sua própria natureza búdica. Confiar em mim não significa confiar em alguma coisa extrínseca a você, a confiança em mim significa a confiança em seu próprio ser. Ao confiar em mim, você vai aprender a confiar em si mesmo. Ao se aproximar de mim, você estará se aproximando de si mesmo. Apenas um reconhecimento necessita ser alcançado. O diamante está aí – você apenas deve ter se esquecido, ou talvez você não tenha se lembrado desde o início. 

Existe um famoso ditado de Emerson: “O homem é Deus em ruínas”. Eu concordo e eu discordo. Esse insight comporta uma dose da verdade – o homem não é o que ele deveria ser. Esse insight está um pouco desordenado, de pernas para o ar. O homem não é Deus em ruínas, o homem é Deus sendo edificado. O homem é um Buda germinando e desabrochando. O botão está ali, ele pode florescer a qualquer momento: apenas uma porção de esforço, um pouco de ajuda... E não será a ajuda que irá causar o fenômeno – ele já está lá! O seu esforço irá apenas revelá-lo a você, ajudando-o a descobrir aquilo que já está lá, oculto. A verdade é eterna.

Ouça com atenção estes sutras porque eles são os mais importantes escritos dentre toda a grande literatura Budista.

Mas eu gostaria começar a partir do verdadeiro ponto inicial. Para entendermos este sutra, é necessário que comecemos corretamente. Apenas usando o correto ponto de partida é que os ensinos do Budismo nos serão proveitosos: estabeleça desde já em seu coração o fato de que você é um Buda. Eu sei que isso pode parecer presunçoso, pode parecer ser bastante teórico e hipotético; você ainda não pode confiar nisso totalmente. Isso é natural, eu compreendo. Apenas permita que a compreensão deste fato esteja aí como uma semente. Em torno desse fato muitas coisas vão começar a acontecer, e somente em torno deste fato é que você será capaz de compreender este sutra. Este sutra é imensamente poderoso – ele bastante pequeno, condensado, da mesma forma que uma semente. Mas se houver o solo apropriado, ou seja, se houver na sua mente o fato exato de que você é um Buda – de que você é um Buda desabrochando, de que você é potencialmente capaz de tornar-se um – e de que nada está faltando, de que tudo está absolutamente pronto, então tudo o que será necessário é colocar as coisas na ordem correta; apenas um pouco mais de estado de alerta se fará necessário, apenas um pouco mais de consciência se fará necessário... O tesouro já está aí; você tem de trazer uma pequena lâmpada para dentro de sua casa. Uma vez que a escuridão desapareça, você não será mais um mendigo, você vai ser um Buda, você será um soberano, um imperador. Este reino inteiro já é seu, tudo é somente uma questão de pedir; você apenas tem de reivindicá-lo.

Mas você nunca será capaz de reivindicá-lo se acreditar é um mendigo. Você não será capaz de protestar por ele; você não será sequer capaz de sonhar com a possibilidade reclamá-lo para si enquanto estiver acreditando que é um mendigo. Essa ideia de que você é um mendigo, de que você é ignorante e pecador, tem sido tão amplamente proclamada em cima de todos os púlpitos ao longo das eras, que isso se tornou uma hipnose profunda em você. Esta hipnose tem de ser quebrada. Para quebrá-la eu começo com: Eu saúdo o Buda em seu interior.

Para mim todos vocês são Budas. Todos os seus esforços a fim de se iluminarem serão ridículos se vocês não forem capazes de aceitar esse fato básico. Isso tem de estar o tempo todo subentendido, é necessário que se torne um entendimento implícito – que você é um Buda!  Esse é o ponto de partida correto a ser adotado, do contrário você se extraviará. Esse é o começo certo! Parta dessa visão e não fique preocupado que isso possa criar algum tipo de ego – o de que “eu sou um Buda”. Não se preocupe, porque todo o processo do Sutra do Coração vai deixar claro para você que o ego é a única coisa que não existe – a única coisa que não existe! Tudo o mais é real. 

Neste mundo existiram sábios que disseram que o mundo é ilusório e que a alma é existencial – o “eu” é verdadeiro ao passo que todo o restante é ilusório, maya. Buda diz exatamente o adverso: ele diz que apenas o “eu” é irreal, tudo o mais é real. E eu concordo com Buda mais do que com qualquer outro ponto de vista. A percepção de Buda é muito penetrante, é a mais aguda e intensa. Ninguém jamais penetrou esses reinos, profundidades e alturas da realidade.

Mas parta dessa visão, comece com essa ideia e ela criará um clima em torno de você. Deixe-a ser declarada a todas as células de seu corpo e a cada pensamento de sua mente; deixe que isso seja declarado em todos os cantos e recantos de sua existência: “EU SOU UM BUDA!”. E não se preocupe com o “eu”. Nós daremos conta dele.

O estado de buda e o “eu” não podem existir ao mesmo tempo. Quando o estado de buda se revela o “eu” desaparece, assim como a escuridão desaparece quando você se aproxima com a luz.

(...)

Este sutra pode ocasionar uma revolução em você.

A primeira coisa a se fazer é iniciar com a pergunta: “Quem sou eu?”. E prossiga indagando. Não pare de investigar. Muitas respostas virão, a mente dirá: “Você é um corpo! Que absurdo! Não há necessidade de perguntar, você já sabe disso”, ou até mesmo “você é a alma, o espírito, a consciência suprema”... Lembre-se, você deve parar apenas quando nenhuma resposta estiver vindo, jamais antes. Enquanto vir alguma resposta dizendo “você é isso, você é aquilo”, saiba bem que a mente o está suprindo com respostas. Quando você chegar ao ponto de indagar “Quem sou eu?” e nenhuma resposta estiver vindo de qualquer lugar, então há silêncio absoluto. A sua pergunta ressoa em si mesmo: “Quem sou eu?”, e há um silêncio e nenhuma resposta surge de lugar algum. Você está absolutamente presente, absolutamente silencioso, e não há sequer uma única vibração. “Quem sou Eu?” – e apenas o silêncio. Então um milagre acontece: de repente você não pode sequer formular a pergunta. A pergunta final tornou-se absurda. As respostas  tornaram-se absurdas e por isso as perguntas também se tornam absurdas. Primeiro desaparecem as respostas e depois desaparecem as perguntas – porque uma somente pode existir ao mesmo tempo que a outra. Elas são como os dois lados de uma moeda – se um lado for retirado o outro não pode ser mantido. Primeiro as respostas desaparecem, depois desaparecem as perguntas. E com o desaparecimento da pergunta e da resposta, você chega à realização: você é transcendental! Então você sabe, e no entanto você não pode dizer; você sabe, mas não consegue articular sobre isso. A partir de seu próprio ser você sabe Quem você é, mas isso não pode ser verbalizado. E esse conhecimento é vívido, existencial; não se trata de um conhecimento emprestado retirado das escrituras. É um conhecimento seu, e não dos outros. Ele surgiu em você.

E com esse surgimento, você é um Buda. Então você começa a rir, porque você veio a saber que você tem sido um Buda desde o princípio de todos os tempos; você apenas não tinha notado esse fato tão profundamente. Você esteve correndo em voltas, para lá e para cá, do lado de fora de seu ser. Mas agora você está em casa.

(...)

Reverenciada seja a Perfeição da Sabedoria, O Adorável, o Sagrado!
Avalokita, o Senhor Sagrado e Bodhisatva, moveu-se nos cursos profundos da sabedoria, para o mundo-além.
Daquelas alturas, Ele olhou para baixo e viu cinco agregados.
E Ele viu que em si próprios, os agregados eram vazios.

Quando você olha daquelas alturas, a partir daquele referencial... Por exemplo, eu disse que estava saudando o seu Buda interior. Essa visão ocorre daquele referencial: essa de que eu vejo todos vocês como Budas. E a outra visão é a de que vocês são apenas cascos vazios. 

Aquilo que você pensa que é nada mais é do que uma couraça vazia. Uma pessoa pensa que é um homem, isso nada mais é do que uma ideia vazia. A Consciência não é masculina nem feminina. Outra pessoa pensa ter um corpo extremamente belo, ela é bonita, forte, isso e aquilo – tudo isso são ideias vazias, todas elas são o ego te enganando. Uma pessoa pensa que conhece/sabe o bastante – algo totalmente insignificante. O  mecanismo dela apenas tem acumulado memória e ela está sendo enganada por suas próprias memórias. Todas essas coisas são vazias.

Assim, quando vejo do ponto de vista transcendental, vejo todos vocês como Budas; por outro lado, eu os vejo como couraças vazias.

Buda disse que a existência do homem consiste na acumulação de cinco elementos, de cinco skandhas (amontoados/agregados), todos eles vazios. E devido à combinação dos cinco, surge um subproduto chamado ego, o self. É exatamente como o funcionamento de um relógio-tique-taque. Você sabe que o tique-taque está vindo dali. Você pode abrir o relógio e separar todas as partes na tentativa de descobrir de onde exatamente está vindo o ruído. Mas você não conseguirá encontrá-lo em lugar algum. O som do tique-taque é um subproduto que surge da combinação de algumas peças. Umas poucas peças funcionando juntas estavam produzindo o ruído.

O seu “eu” nada mais é que isso: cinco elementos combinados e funcionando juntos, produzindo o ruído chamado “eu”. Mas esse “eu” é vazio, não existe nada nele. Tente encontrar ali qualquer coisa substancial e você não conseguirá. 

Essa é uma das percepções mais profundas de Buda: que a vida é vazia – esta vida como a conhecemos é vazia. Mas a vida é plena também, mas nós não sabemos nada sobre isso. A partir deste vazio você tem de se mover em direção a uma plenitude, mas essa plenitude é inconcebível para você neste momento – porque do atual referencial em que você se encontra, essa plenitude parecerá ser vazia. A partir de onde você está olhando, a plenitude parece ser um vazio – um rei parecerá ser um mendigo, um homem de conhecimento e sabedoria parecerá ser tolo e ignorante. 

Uma pequena história:

Certa vez um homem santo aceitou um discípulo, e disse-lhe: “Seria muito bom se você pudesse escrever registrando tudo o que você entende sobre a vida religiosa e sobre o que trouxe você à ela.”

O discípulo foi embora e começou a escrever. Um ano depois ele voltou ao mestre e disse: “Eu trabalhei muito duro nisso, e aqui estão as principais razões da minha busca.”

O mestre leu os registros, que comportavam milhares de palavras, e então disse ao jovem aluno: “seu trabalho está admiravelmente embasado e fundamentado, mas está um pouco longo demais. Tente diminuir um pouco.” Assim, o novato foi embora e depois de cinco anos voltou com apenas cem páginas.

O mestre sorriu e, depois de ter lido os papeis, disse: “Agora você está realmente se aproximando do centro da questão. Seus pensamentos têm clareza e força, mas ainda está um pouco longo... tente reduzir mais.”

O novato foi embora triste, pois ele tinha trabalhado duro para alcançar a essência. Mas depois de dez anos ele voltou e, curvando-se perante o mestre, ofereceu-lhe apenas cinco páginas, e disse: “Esse é o núcleo da minha fé, o âmago da minha vida, e peço sua bênçãos por ter me conduzido até ele.”

O mestre leu bem devagar e com cuidado: “É realmente maravilhoso”, disse ele, “toda essa simplicidade e beleza... mas ainda não está perfeito. Tente chegar a uma clarificação final." 

E quando o mestre tinha chegado aos seus últimos tempos e estava se preparando para o seu fim, seu aluno veio a ele novamente e, de joelhos dobrados diante dele para receber suas bênçãos, entregou-lhe uma folha de papel em que nada estava escrito.

Em seguida o mestre colocou as mãos sobre a cabeça de seu amigo e disse: “Agora... agora você entendeu.”

Se você está imerso no referencial mundano, ao tentar compreender o transcendental, ele terá uma aparência de NADA para você. E se você estiver imerso no referencial transcendental, ao olhar para o mundano, ele também terá a MESMA aparência de nada para você. Olhando daqui onde estou, tudo o que você tem é vazio; e olhando a partir do lugar onde você está, o que eu tenho é vazio, nada.

Buda parece vazio – apenas o puro nada – para você. Por causa de suas ideias, por causa de seus apegos, por causa de sua possessividade sobre as coisas, Buda parece vazio. Buda é pleno, completo: você é vazio. E a visão dele é absoluta, e sua visão é apenas relativa. 

O Sutra diz:

Reverenciada seja a Perfeição da Sabedoria, O Adorável, o Sagrado!
Avalokita, o Senhor Sagrado e Bodhisatva, moveu-se nos cursos profundos da sabedoria, para o mundo-além.
Daquelas alturas, Ele olhou para baixo e viu cinco agregados.
E Ele viu que em si próprios, os agregados eram vazios.

O vazio é a chave do Budismo – shunyata. Medite sobre este sutra – medite com amor, com simpatia, não com a lógica e a razão. Se você lidar com este sutra com a lógica e a razão, acabará por matar o seu espírito.  Não raciocine, e não tente dissecá-lo. Tente compreender os sutras como eles são, e não traga a sua mente – sua mente será uma interferência.

Se você puder lidar com este sutra sem a interferência da mente, uma grande claridade ocorrerá a você.

Osho - The Heart Sutra


sexta-feira, setembro 13, 2019

Praticando a Percepção

- Núcleo - 


Meus Divinos Amigos,

Em complemento à postagem anterior, “a natureza impessoal da Percepção”, permitam-me compartilhar agora um aspecto importante sobre a Percepção, cuja natureza, enfatize-se, é impessoal.

O aspecto a ser enfocado é a prática! Por ser impessoal, a Percepção não está no nível da mente [da mente do personagem], ou seja, não está na Representação; não sendo assim o personagem QUEM PERCEBE! [Notem a elucidação dada por Jesus a Simão observando que: “Isso Quem te revelou não foi ‘carne e sangue’, mas meu Pai, que está no Céu.” [Céu é a Realidade; a Realidade Divina subjacente à Representação].

Para podermos nos aprofundar neste tema e enfatizar sua importância, permitam-me aqui traçar um paralelo entre os ensinamentos de Jesus e de Masaharu Taniguchi. 

Masaharu Taniguchi deu ênfase à revelação divina de que: “O Homem é Filho de Deus”!

Esse ensinamento de Masaharu Taniguchi é em si uma Percepção, que foi por ele sempre compartilhada. O algo aqui a ser enfatizado é que, sendo uma Percepção, isso não está na mente de nenhum personagem – isso advém do próprio Ator subjacente ao personagem! Notem que a Verdade “Homem Filho de Deus” procede do Real e é uma revelação divina!

Os personagens que não se dão conta deste fato, de que a Verdade “Homem Filho de Deus” é uma revelação divina, tendem a “passar batido” por esse importante ponto do ensinamento! 

Essa é uma revelação sobre a real identidade do personagem e que deve ser simplesmente aceita pelo personagem “com o coração de criança”, como diria Jesus, ou seja, sem dúvida, sem quaisquer questionamentos da mente do personagem a esse respeito! Pois, trata-se da Verdade, que é a própria Realidade, ou seja, que não está na Representação, e sendo assim não é acessível pela mente do personagem. O que não significa que não esteja acessível. Em verdade isto está “à mão”, bastando que o personagem não interponha suas considerações mentais sobre esta revelação!

O segredo para se desfrutar as Revelações divinas, as Percepções, é simplesmente aceitá-las e praticá-las! Por isso, outro grande ensinamento espiritual, conhecido como O Caminho Infinito, de Joel Goldsmith, revela que devemos semear, plantar em nossas mentes, uma passagem das Sagradas Escrituras e simplesmente permitir que elas floresçam em nós. Esse é o segredo!

Uma citação bíblica como: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará” é uma revelação divina, que veio a algum personagem bíblico como uma Percepção e que foi então registrada para ser desfrutada e compartilhada por todos os “Filhos de Deus”. 

E quem são os “Filhos de Deus”? 

São os que se conduzem pelo “Espírito de Deus” já presente em nós, que é em nós quem Percebe as coisas de Deus. Não são pois os que se conduzem pela “carne”, pela mente dos personagens.

Por isso devemos meditar [semear em nossas mentes] o que está escrito em Romanos 8:13-15:

“Porque, se viverdes de acordo com a carne [de acordo com os ditames da mente], certamente morrereis; no entanto, se pelo Espírito fizerdes morrer os atos do corpo, vivereis. Porquanto, todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Pois vós não recebestes um espírito que vos escravize para andardes, uma vez mais, atemorizados, mas recebestes o Espírito que os adota como filhos, por intermédio do qual podemos clamar: “Abba, Pai!”

Assim, sobre esse tema,“a natureza impessoal da Percepção”, todos os ensinamentos dos iluminados convergem para a necessidade da prática das revelações advertindo que devemos “descalçar as sandálias dos pés” [descartar os conceitos da mente dos nossos personagens que nos prendem à Representação, ao Irreal] e nos conduzirmos pelas Revelações, as Percepções!

O ensinamento aqui compartilhado não está inovando, pois a Verdade permanece a mesma; está apenas ressaltando que as Revelações Divinas são Percepções, cuja natureza é impessoal. Por isso foram válidas para Joel Goldsmith, para Masaharu Taniguchi, para Jesus, e para todos os outros santos e iluminados de quaisquer tradições, que as desfrutaram e compartilharam!

Enfim, para que as Percepções possam ser desfrutadas devem ser aceitas sem questionamentos mentais. Essa é a Revelação mais explícita sobre isso: “Descalça as sandálias dos pés porque o solo onde estás é solo sagrado!” 

Partam das Percepções, elas têm natureza impessoal!
Percebam, desfrutem e compartilhem.

Namastê.


terça-feira, setembro 10, 2019

A natureza impessoal da Percepção

- Núcleo - 


Sobre a realidade e presença do Ser Real em nós [a Realidade do Ator subjacente ao personagem] e sobre a percepção de “Quem faz” [Quem em nós efetivamente age] observem estes esclarecimentos essenciais de Jesus e de Masaharu Taniguchi:

Disse Jesus: 

1) “ Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras.” (João 14:10). 

Aqui Jesus compartilha Sua Percepção da Presença do Ser Real em Si.

2) “Em verdade, em verdade vos asseguro, que o Filho nada pode fazer de si mesmo, mas somente pode fazer o que vê o Pai fazer, pois o que este fizer, o Filho semelhantemente o faz.” (João 5:19). 

Aqui Jesus compartilha Sua Percepção de “Quem faz”.

3) “Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou.” (João 8:18). 

Aqui Jesus compartilha a percepção do Filho de Deus, o “personagem desperto”, em unidade com a Percepção do Pai, o Ser Real, que é sua real identidade . 

Disse Masaharu Taniguchi: 

"Quando compreendemos que nada podemos fazer com a nossa própria força, começa a agir em nós a força de Deus. A conscientização não será verdadeira enquanto insistirmos em utilizar a nossa própria força, opondo-nos a Deus. Jesus, após tomar a consciência: 'Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma', compreendeu: 'O Pai, que está em mim, esse é que faz as obras'. O mestre budista Shinran, após se sentir o pior dos pecadores – sentimento expresso na frase 'Meu corpo não possui nem o mínimo de sentimento de caridade; meu coração é abominável como o de serpente' –, tomou consciência da unidade com Buda. A fé não acompanhada da anulação total do eu falso pode fazer com que a pessoa se torne prepotente."

O “falso eu” é, na metáfora usada no Núcleo, o personagem, cuja percepção [percepção da mente do personagem] é incapaz inclusive de perceber o Real [o Ator em nós]. É a percepção do próprio Ser Real [a percepção do Ator em nós] que Se percebe!

Não há uma evolução da percepção do personagem para a percepção do Ator! Embora muitos buscadores espirituais [muito personagens] acreditem que a prática espiritual os fará evoluir até atingirem a iluminação isso não acontece! A iluminação, que é a Percepção de Quem Somos, é uma não-identificação com a identidade de nossos personagens. Enquanto a pessoa [ a persona] acredita que irá evoluir até se tornar iluminada, o real iluminado [o Ator subjacente ao personagem] já está presente!

Aquilo que é irreal, o personagem, não se torna real, não se torna o Ator. O Ator sempre está presente. O que acontece na Representação é que o personagem iluminado passa da condição de personagem indesperto para a condição de personagem desperto. O personagem desperto está consciente da realidade do Ator subjacente a Si, então age com esta consciência. Por isso Jesus esclareceu que: o Filho nada pode fazer de si mesmo, mas somente pode fazer o que vê o Pai fazer, pois o que este fizer, o Filho semelhantemente o faz.

E por isso Jesus disse: "Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede-o ao menos por causa destas obras." (João 14, 11)

O mais incrível nisso tudo é que essa obra de conscientização sobre nossa real identidade continua sendo realizada, aqui mesmo, neste momento!

Compartilho a percepção que se segue de forma totalmente impessoal, que é a forma como devem ser compartilhadas todas as percepções, pois, elas têm validade impessoal. Essa é a própria natureza das Percepções! 

"Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras."  (João 14, 10)

É o que percebo, desfruto e compartilho. 

Namastê!

quinta-feira, setembro 05, 2019

O Cristo sendo você como "Onda Perfeita"

- Dárcio Dezolt - 

“Eu vim para que tenhais vida, e vida em abundância.” (JOÃO 10: 10)


Suponha que você chegue em sua casa, entre na   sala, e veja, num canto, o aparelho de TV desligado.  Ansioso por ver um jogo de futebol em que o jogador está para dar um chute ao gol, você corre, liga o aparelho, sintoniza o canal desejado, e, de imediato, ali “surge”  a imagem correspondente na tela. E   você vê o jogador chutar a bola e fazer o gol. Pergunte-se: naquela sala, onde estava o jogador, antes que você ligasse o aparelho?

Sem parar para pensar, alguém poderia julgar que o jogador inexistia naquela sala! E, que “passou a existir” somente após o aparelho  ser ligado e sintonizado com a emissora. Mas, isso não é verdade! O jogador já estava presente como “onda invisível”; ele apenas   se tornou “perceptível” graças à sintonia  feita!

De modo análogo, VOCÊ – COMO CRISTO – É ONDA PERFEITA, INVISÍVEL, emanada de Deus! Acreditar que você é “corpo físico” seria o mesmo que acreditar que o jogador  fosse o material do monitor da TV ligada! Acreditar que “você está na matéria” é o mesmo que acreditar estar o jogador  “no monitor do aparelho de TV”, ou seja,  um absurdo que não tem tamanho!

Se algo distorcer a imagem do jogo, o jogador parecerá estar deformado! Mas, aquela imagem “vista” não é ele! Ele, na sala, é sempre  a “onda da emissora”.

Aplique esta analogia em suas silenciosas contemplações meditativas! Sejam quais forem as deformações visíveis ligadas a você, ao seu corpo, negócios ou atividades, tire toda a sua atenção da “imagem distorcida”! Você não está nela! Você é a ONDA PERFEITA, irradiada de modo também PERFEITO por Deus!

Separe conscientemente a imagem imperfeita e visível da onda sempre perfeita invisível! Separe a “ilusão” da Verdade! Identifique-se unica, total e exclusivamente com o que é verdadeiro! Desse modo, sua “antena” ficará sintonizada com a Emissora divina, a sua “Imagem Verdadeira”  poderá ser “captada” com precisão, e “surgirá” visivelmente na “tela da mente” como VOCÊ real e espiritualmente  já é: PERFEITO.

Eis por que a Bíblia diz que “o que se vê é feito do que não se vê”.


terça-feira, setembro 03, 2019

A Realidade do Cristo

- Joel S. Goldsmith - 


O Cristo não é apenas um nome dado a alguma coisa intangível ou nebulosa. O Cristo é uma realidade divina, uma presença viva e onipresente. Ele está bem onde você está, e onde eu estou. Cristo não é uma pessoa. É um princípio. Ele é um princípio de vida. Ele é um princípio de Deus, que forma a realidade de seu ser. Mas, por causa da experiência do filho pródigo, entendemos o que é o poder físico, o que é o poder mental; sabemos o que é trabalhar arduamente com nós mesmos, mas não aprendemos ainda como ficar tranquilos e deixar o Cristo trabalhar. Nós, na crença, nos tornamos separados do verdadeiro Cristo do nosso ser. É quase como se vivêssemos numa casa com as persianas fechadas e nos acostumássemos a andar na escuridão ou num quarto iluminado artificialmente. 

À medida que o tempo passasse, esqueceríamos realmente que havia algo como a luz solar e que fora de nossas sombras delineadas estava o sol radiante e quente. Sob nosso aspecto de seres humanos, fizemos exatamente isso. Fechamos as persianas – nossas persianas mentais. Isto é o que Jesus quis dizer, ao afirmar: “Tendo olhos, não vedes e tendo ouvidos, não ouvis”. Estas faculdades espirituais foram fechadas, de modo que não estamos cientes do fato de que apenas além do âmbito de nosso aspecto humano existe a divindade do nosso ser chamada Cristo, o Espírito de Deus no homem. 

O Cristo em nós é a nossa inteligência divina, a nossa sabedoria espiritual. Esta não é a sabedoria humana: a sabedoria humana pode cometer erros; a sabedoria humana pode ser enganada. 

Nossa sabedoria humana frequentemente se baseia em experiências passadas ou no senso comum; mas o Cristo (esta intuição espiritual, esta sabedoria, orientação e poder espirituais) nunca comete um erro; e Ele nos leva a fazer coisas que, humanamente, pensamos não serem sábias ou que, humanamente, nem mesmo poderíamos pensar em fazer. Nem mesmo podemos saber que passo devemos dar; mas este Cristo, ao abrir nossa consciência, dá o passo para nós, mesmo antes de estarmos cientes da necessidade. 

Cristo é uma realidade. Cristo é aquele de quem você pode depender: você pode ouvi-Lo e, através dEle, encontrar sua inspiração, sua orientação, sua direção. Cristo é uma consciência de cura. Quando nos pedem para curarmos a nós mesmos ou a outros, se tivermos tocado este Cristo, não há mais necessidade de depender de afirmações da verdade ou de qualquer atividade. Este “Algo”, chamado de Salvador, o Princípio salvador, a Presença de cura ou o Cristo que cura, toma conta. Ele recupera; Ele revivifica; Ele reconstrói; Ele edifica. 

Cristo é uma realidade. Cristo não é simplesmente um nome, um termo para alguma coisa intangível. Não, Cristo é tão palpável em sua experiência como qualquer coisa que você possa ver ou tocar. Ele é tão real como seu professor ou como um livro – só que mais real. Se todos nós pudéssemos conhecer a realidade, a onipresença, a onipotência do Cristo, entenderíamos por que podemos colocar nEle toda a confiança; como Ele vai à nossa frente para fazer tudo o que temos de fazer. Mas, o Cristo é mais do que isso! É uma influência unificadora. Cristo é o cimento, a influência unificadora, que nos une em entendimento. 

Cristo é um fio invisível, que nos une; mas não só a nós: Ele une todos os homens e mulheres, por todo o mundo, independentemente de religião, de credo ou de região. Todos aqueles que têm como objetivo ver o reino de Deus manifestado na Terra estão unidos conosco através deste fio do Cristo.

Em nosso estudo, em nossa prática, e na nossa associação com os outros, passo a passo desenvolvemos uma percepção deste Poder ou Presença infinita e invisível, chamada de Cristo. Descobrimos que há uma Presença real conosco, que desempenha nosso trabalho para nós; que o desempenha através de nós; que o desempenha como nós. Isto foi o que tornou possível a Paulo dizer: “Eu vivo, mas já não sou eu quem vive, é Cristo quem vive em mim”

Lembre-se de que Ele desempenhou aquilo que é dado para eu fazer; Ele aperfeiçoou aquilo que me ocupa, ou como o Salmista diz: “O Senhor aperfeiçoará o que me concerne”. Este é o Cristo, e este Cristo é o princípio ou o Espírito de Deus presente em você, como, digamos, sua integridade, sua lealdade, sua fidelidade, sua fidedignidade. Estas são as qualidades que você reconhece estarem presentes em você; e você as reconhece, não porque já as viu ou as ouviu, mas por causa de seu efeito em sua experiência. 

Sua honestidade e sua integridade conquistaram para você o respeito de seus sócios. A lealdade e a fidelidade fizeram de você bom cidadão, bom marido,ou esposa, bom filho. 

Estes são os efeitos da qualidade da integridade, da lealdade, da fidelidade, da honestidade e da fidedignidade. Mas há algo maior do que qualquer uma dessas, algo maior do que todas elas reunidas, e isso é a percepção consciente, o reconhecimento consciente deste Cristo, que pode criar e criará estas qualidades em nós, mesmo se e quando parecer que elas estão faltando.