- Masaharu Taniguchi -
Quando se compreende a Verdade, ocorrem curas de diversas doenças e, por isso, há quem diga que são milagres ou que somos modernos padres cristãos, tecendo elogios ou críticas a nosso respeito. Contudo, a Seicho-No-Ie não é, em absoluto, um local onde ocorrem milagres. E isso está claramente escrito na coletânea A Verdade da Vida. Na página 27 do volume 3 dessa coletânea, está escrito: "Seicho-No-Ie é um lugar que faz desaparecer os milagres".
Há quem considere a cura de doenças um milagre misterioso, mas isso não é, absolutamente, um milagre, e sim algo natural. O normal é ter saúde, e milagre seria o adoecimento desse homem que deveria ser saudável. O certo é o homem saber se contentar com aquilo que é natural. Por isso, se a pessoa deseja algo antinatural chamado milagre, significa que seu estado mental ainda não atingiu a naturalidade. Em outras palavras, sua mente está doente. Essa mentalidade doentia está se projetando em seu corpo físico, criando a doença. Quando compreender que o melhor é viver de modo natural, essa pessoa recuperará a naturalidade. Todos os obstáculos, preocupações, tristezas e sofrimentos surgem quando quando não se vive naturalmente. Vivendo-se de modo natural e normal, jamais se tem sofrimentos nem preocupações. Entretanto, quando se vive de modo antinatural, aparecem complicações, dando origem a sofrimentos e preocupações.
Então, que vem a ser essa mentalidade antinatural? É a mentalidade que não aceita os fatos naturais de modo natural. Existe o ego, a escolha egoística, não aceitando tudo com gratidão e naturalidade. Faz-se escolhas e se contenta com aquilo que não é natural. Essa mentalidade antinatural cria ambientes e estado de saúde física que não são naturais. O ambiente é sombra da mente, o corpo carnal também é sombra da mente. Quando a pessoa não aceita tudo que é normal, com gratidão, e se contenta com aquilo que é antinatural, não consegue dar vida total ao seu estado natural de agora, e seu corpo físico como também seu ambiente não são vivificados integralmente, manifestando-se de modo defeituoso e imperfeito.
O melhor para o homem é viver de modo natural. Desejar ser alguém importante usando de diversas estratégias para derrubar os outros, não se contentar nem sentir que é importante se não fizer algo diferente – isso já demonstra mentalidade doentia. É uma mentalidade que atrai coisas desnaturais. Se, por exemplo, alguém passar a sentir prazer em beber bebida alcoólica, achando que a a água natural não é gostosa, e assim buscar coisas que não são naturais, essa pessoa já estará doente. Por isso, quando a mentalidade da pessoa restabelecer a naturalidade por meio da leitura de A Verdade da Vida, mesmo que antes tenha sido um grande apreciador de bebida alcoólica, passará a não sentir mais necessidade dela, perdendo naturalmente a vontade de beber. E a pessoa que fumava três maços de cigarro por dia perderá a vontade de fumar. Esses fatos demonstram ser a mente que não se satisfaz com coisas naturais uma mente que busca algo antinatural, algo anormal, e, portanto, não sente prazer na vida se não buscar estímulos sensoriais anormais, através de bebida alcoólica ou cigarro.
Contudo, se, com a leitura de A Verdade da Vida, a mente que não se satisfaz com coisas naturais se transformar em mente que considera melhor aquilo que é natural, a pessoa deixará de gostar dos estímulos anormais e se curará do vício do álcool e do fumo. Tanto o gosto pela bebida ou pelo cigarro quanto o desejo de ter secretamente outros parceiros sexuais além da esposa ou do marido fazem parte da mente que busca estímulos anormais, sendo também mentalidade doentia. Assim como é gostoso comer arroz todos os dias, quem tem mentalidade saudável e dócil sente-se bem com o marido ou a esposa sempre. O caminho da Seicho-No-Ie é aquele em que se vive com a mente natural.
Eu disse "caminho da Seicho-No-Ie", mas isso não significa que seja uma descoberta da Seicho-No-Ie. A naturalidade existe desde a Antiguidade. Nada é tão antigo quanto a naturalidade, porém muitas são as pessoas que não conseguem retomar essa naturalidade e por isso vivem na pobreza ou sofrem com doenças. Se passarem a ter mentalidade natural, não terão doenças nem infelicidades. Desde a Antiguidade, os japoneses chamam essa naturalidade de kan'nagara (vontade de Deus, caminho de Deus). No budismo chamam-na jinen höni (entrega total à doutrina de Buda), e no cristianismo dizem "Se é a vontade do Pai..." ou "Seja feita a Tua vontade". Significa aceitar tudo que é natural com gratidão e, entregando tudo nas mãos de Deus, não desejar aquilo que não é natural. Certa religião denomina esse estado mental de "mente legítima". Seja qual for a denominação, o melhor é manter o espírito no seu estado natural.
Que acontece com a conduta de uma pessoa quando sua mente retoma seu estado natural? Passa a executar os princípios de vida humana declarados pelo Imperador Meiji no Rescrito Imperial da Educação e vive respeitando os pais, harmonizando-se com os irmãos, sendo gentil com os amigos e amando o cônjuge. O caminho indicado pelo Imperador Meiji é a grande senda do céu e da terra, absolutamente simples e natural. Portanto, se a esposa conseguir cumprir naturalmente o dever filial, o corpo físico também retoma seu estado natural e recupera a saúde. Com isso, já houve, no passado, uma seita que promovia a cura de doenças , melhorando a saúde dos fiéis, tendo-se como doutrina o respeito, amor e gratidão aos pais. A mente, que retribui ao amor dos pais e se harmoniza com eles, faz com que o homem retorne naturalmente ao caminho do céu e da terra, o que o torna saudável.
Parece que, na juventude, o homem passa por uma fase em que acha melhor ser diferente, fora do natural. Eu também passei por uma fase em que não sentia razão na vida se não fizesse algo diferente. Considerando ser ruim tudo que é antigo, apegava-me à palavra novo. Os jovens de hoje também parecem ter essa tendência, e muitos pensam que tudo que é velho não tem valor, dizendo, sem ao menos analisar o conteúdo, "Aquele... ismo é velho" ou "Aquele é um pensamento ultrapassado".
Entretanto, não existe nada mais antigo do que a naturalidade. Mesmo sendo antigo, o que é natural não entra em moda nem se torna obsoleto. As coisas da moda torna-se obsoletas, mas aquilo que é natural, que é normal, jamais se torna ultrapassado e continua sempre novo, apesar de ser mais antigo.
Nossa Vida é o que há de mais antigo que continua existindo desde a eterna Antiguidade, mas está sempre nova e vivaz. E o que cria novas épocas é a corrente dessa velha Vida. A Vida que vive no nosso interior é uma existência natural que perdura desde tempos infinitamente remotos. Portanto, é a existência mais antiga e a mais nova. Em nós se aloja a Vida natural e, para fazer com que essa Vida atue de modo perfeito, é necessário que tenhamos a mente natural. Por isso, só quando conseguirmos nos contentar com aquilo que é natural, desaparecerão todas as nossas infelicidades.
O que devemos saber antes de tudo é que somos Vida. E a naturalidade é inerente à Vida. Para vivificarmos a Vida, precisamos agir com naturalidade. Às vezes as pessoas pensam equivocadamente que viver com naturalidade é ficar sem nada fazer ou desejar algo diferente, fora do normal, mas recebemos nossa Vida naturalmente de Deus, desde o início. Só temos de aceitá-la, tal qual é. A Vida foi feita para ser vivida naturalmente. Vivificar essa naturalidade consiste em fazer a Vida trabalhar. A vida foi feita para ser feliz e basta vivificá-la que desaparecerão todas as infelicidades do homem.
Basta vivificar naturalmente a Vida concedida a nós. Vivificar é fazê-la trabalhar. Devemos aceitar com gratidão e naturalidade a Vida natural tal como ela é e vivificá-la cem por cento. A Vida flui. A Vida se movimenta. Quando estacionar, já não existirá aí a Vida. Portanto, basta fazer com que a Vida se movimente e trabalhe que já estaremos recebendo infinitamente as provisões necessárias, tornando-nos ricos e saudáveis. Não somos, absolutamente, pobres nem doentios. Mas são muitas as pessoas que não conseguem viver com naturalidade. Mesmo pessoas sábias, às vezes, não conseguem viver com naturalidade. Até mesmo uma pessoa pura como São Francisco não conseguiu aceitar a Vida tal como é e vivificá-la. Ele pensou que não teria valor se não fosse diferente dos demais, se não vivesse na pobreza. Eu também passei por isso. Escrevi detalhadamente a respeito do modo como venci e transcendi essa época (volume 19 de A Verdade da Vida). O ser humano deve transcender e se livrar também do estado de espírito que considera a pobreza louvável.
Por outro lado, há pessoas que pensam que só terão valor se ficarem ricos. Os dois modos de pensar estão errados. O ser humano não precisa ser pobre nem rico para ter valor. Sendo naturalmente o que ele é, já tem valor, porque o homem é filho de Deus. Só aquele que consegue se contentar por ser exatamente como é compreendeu a Imagem Verdadeira do homem que tal como é, é filho de Deus. Ser exatamente como é não significa ficar inerte, porque a Vida sem ação não está no seu estado natural. A Vida é ação, portanto quando nos submetemos ao estado natural da Vida, que é movimento e trabalho, passamos a nos movimentar e trabalhar espontaneamente.
Se a pessoa pensar que manter-se de modo natural seja ficar quieta e esforçar-se para ficar imóvel, no exato momento em que tomou essa postura já perdeu a naturalidade. Ocorrendo essa perda da naturalidade, essa postura não terá nenhum valor, porque já não manifestará o filho de Deus, tal qual é. A pessoa manifestará deslumbrantemente o valor infinito do filho de Deus, quando, sem qualquer ato intencional, tornar-se absolutamente natural, manifestando, tal qual a Vida original, o caráter original. Esse brilho do filho de Deus é a Vida tal qual ela é, a Vida no seu estado original, e é precioso – mesmo que não tenha qualquer ornamento externo, qualquer artifício nem providências próprias. Consequentemente, não precisará ser pobre nem rico. Poderá ter dinheiro como também não ter. Porém, ao adquirir esse estado mental, tudo que lhe for necessário passará a fluir naturalmente, como também, mesmo que não flua, não sentirá carência alguma e conseguirá contentar-se, aceitando com naturalidade a Vida, tal qual ela é.
Um monge em treinamento perguntou ao mestre Joshu: "Qual é o segredo do treinamento espiritual?", e este lhe indagou: "Já tomou a refeição matinal?". "Sim, já tomei", respondeu o monge, e Joshu lhe disse: "Então, lave a tigela". Diz-se que esse monge despertou nesse momento. Esse é o segredo do treinamento espiritual, ou seja, aceitar naturalmente o que é natural e vivificá-lo cem por cento com a força que possui agora. Com isso, passará a resplandecer a Vida no cotidiano normal da pessoa e manifestará o verdadeiro valor da Vida. Esse estado natural, a Vida originária, é a Imagem Verdadeira. Um iniciante poderá pensar que Imagem Verdadeira seja algo que está distante dele, mas está enganado. A Imagem Verdadeira está resplandecente dentro da naturalidade, da normalidade.
Então, que vem a ser essa mentalidade antinatural? É a mentalidade que não aceita os fatos naturais de modo natural. Existe o ego, a escolha egoística, não aceitando tudo com gratidão e naturalidade. Faz-se escolhas e se contenta com aquilo que não é natural. Essa mentalidade antinatural cria ambientes e estado de saúde física que não são naturais. O ambiente é sombra da mente, o corpo carnal também é sombra da mente. Quando a pessoa não aceita tudo que é normal, com gratidão, e se contenta com aquilo que é antinatural, não consegue dar vida total ao seu estado natural de agora, e seu corpo físico como também seu ambiente não são vivificados integralmente, manifestando-se de modo defeituoso e imperfeito.
O melhor para o homem é viver de modo natural. Desejar ser alguém importante usando de diversas estratégias para derrubar os outros, não se contentar nem sentir que é importante se não fizer algo diferente – isso já demonstra mentalidade doentia. É uma mentalidade que atrai coisas desnaturais. Se, por exemplo, alguém passar a sentir prazer em beber bebida alcoólica, achando que a a água natural não é gostosa, e assim buscar coisas que não são naturais, essa pessoa já estará doente. Por isso, quando a mentalidade da pessoa restabelecer a naturalidade por meio da leitura de A Verdade da Vida, mesmo que antes tenha sido um grande apreciador de bebida alcoólica, passará a não sentir mais necessidade dela, perdendo naturalmente a vontade de beber. E a pessoa que fumava três maços de cigarro por dia perderá a vontade de fumar. Esses fatos demonstram ser a mente que não se satisfaz com coisas naturais uma mente que busca algo antinatural, algo anormal, e, portanto, não sente prazer na vida se não buscar estímulos sensoriais anormais, através de bebida alcoólica ou cigarro.
Contudo, se, com a leitura de A Verdade da Vida, a mente que não se satisfaz com coisas naturais se transformar em mente que considera melhor aquilo que é natural, a pessoa deixará de gostar dos estímulos anormais e se curará do vício do álcool e do fumo. Tanto o gosto pela bebida ou pelo cigarro quanto o desejo de ter secretamente outros parceiros sexuais além da esposa ou do marido fazem parte da mente que busca estímulos anormais, sendo também mentalidade doentia. Assim como é gostoso comer arroz todos os dias, quem tem mentalidade saudável e dócil sente-se bem com o marido ou a esposa sempre. O caminho da Seicho-No-Ie é aquele em que se vive com a mente natural.
Eu disse "caminho da Seicho-No-Ie", mas isso não significa que seja uma descoberta da Seicho-No-Ie. A naturalidade existe desde a Antiguidade. Nada é tão antigo quanto a naturalidade, porém muitas são as pessoas que não conseguem retomar essa naturalidade e por isso vivem na pobreza ou sofrem com doenças. Se passarem a ter mentalidade natural, não terão doenças nem infelicidades. Desde a Antiguidade, os japoneses chamam essa naturalidade de kan'nagara (vontade de Deus, caminho de Deus). No budismo chamam-na jinen höni (entrega total à doutrina de Buda), e no cristianismo dizem "Se é a vontade do Pai..." ou "Seja feita a Tua vontade". Significa aceitar tudo que é natural com gratidão e, entregando tudo nas mãos de Deus, não desejar aquilo que não é natural. Certa religião denomina esse estado mental de "mente legítima". Seja qual for a denominação, o melhor é manter o espírito no seu estado natural.
Que acontece com a conduta de uma pessoa quando sua mente retoma seu estado natural? Passa a executar os princípios de vida humana declarados pelo Imperador Meiji no Rescrito Imperial da Educação e vive respeitando os pais, harmonizando-se com os irmãos, sendo gentil com os amigos e amando o cônjuge. O caminho indicado pelo Imperador Meiji é a grande senda do céu e da terra, absolutamente simples e natural. Portanto, se a esposa conseguir cumprir naturalmente o dever filial, o corpo físico também retoma seu estado natural e recupera a saúde. Com isso, já houve, no passado, uma seita que promovia a cura de doenças , melhorando a saúde dos fiéis, tendo-se como doutrina o respeito, amor e gratidão aos pais. A mente, que retribui ao amor dos pais e se harmoniza com eles, faz com que o homem retorne naturalmente ao caminho do céu e da terra, o que o torna saudável.
Parece que, na juventude, o homem passa por uma fase em que acha melhor ser diferente, fora do natural. Eu também passei por uma fase em que não sentia razão na vida se não fizesse algo diferente. Considerando ser ruim tudo que é antigo, apegava-me à palavra novo. Os jovens de hoje também parecem ter essa tendência, e muitos pensam que tudo que é velho não tem valor, dizendo, sem ao menos analisar o conteúdo, "Aquele... ismo é velho" ou "Aquele é um pensamento ultrapassado".
Entretanto, não existe nada mais antigo do que a naturalidade. Mesmo sendo antigo, o que é natural não entra em moda nem se torna obsoleto. As coisas da moda torna-se obsoletas, mas aquilo que é natural, que é normal, jamais se torna ultrapassado e continua sempre novo, apesar de ser mais antigo.
Nossa Vida é o que há de mais antigo que continua existindo desde a eterna Antiguidade, mas está sempre nova e vivaz. E o que cria novas épocas é a corrente dessa velha Vida. A Vida que vive no nosso interior é uma existência natural que perdura desde tempos infinitamente remotos. Portanto, é a existência mais antiga e a mais nova. Em nós se aloja a Vida natural e, para fazer com que essa Vida atue de modo perfeito, é necessário que tenhamos a mente natural. Por isso, só quando conseguirmos nos contentar com aquilo que é natural, desaparecerão todas as nossas infelicidades.
O que devemos saber antes de tudo é que somos Vida. E a naturalidade é inerente à Vida. Para vivificarmos a Vida, precisamos agir com naturalidade. Às vezes as pessoas pensam equivocadamente que viver com naturalidade é ficar sem nada fazer ou desejar algo diferente, fora do normal, mas recebemos nossa Vida naturalmente de Deus, desde o início. Só temos de aceitá-la, tal qual é. A Vida foi feita para ser vivida naturalmente. Vivificar essa naturalidade consiste em fazer a Vida trabalhar. A vida foi feita para ser feliz e basta vivificá-la que desaparecerão todas as infelicidades do homem.
Basta vivificar naturalmente a Vida concedida a nós. Vivificar é fazê-la trabalhar. Devemos aceitar com gratidão e naturalidade a Vida natural tal como ela é e vivificá-la cem por cento. A Vida flui. A Vida se movimenta. Quando estacionar, já não existirá aí a Vida. Portanto, basta fazer com que a Vida se movimente e trabalhe que já estaremos recebendo infinitamente as provisões necessárias, tornando-nos ricos e saudáveis. Não somos, absolutamente, pobres nem doentios. Mas são muitas as pessoas que não conseguem viver com naturalidade. Mesmo pessoas sábias, às vezes, não conseguem viver com naturalidade. Até mesmo uma pessoa pura como São Francisco não conseguiu aceitar a Vida tal como é e vivificá-la. Ele pensou que não teria valor se não fosse diferente dos demais, se não vivesse na pobreza. Eu também passei por isso. Escrevi detalhadamente a respeito do modo como venci e transcendi essa época (volume 19 de A Verdade da Vida). O ser humano deve transcender e se livrar também do estado de espírito que considera a pobreza louvável.
Por outro lado, há pessoas que pensam que só terão valor se ficarem ricos. Os dois modos de pensar estão errados. O ser humano não precisa ser pobre nem rico para ter valor. Sendo naturalmente o que ele é, já tem valor, porque o homem é filho de Deus. Só aquele que consegue se contentar por ser exatamente como é compreendeu a Imagem Verdadeira do homem que tal como é, é filho de Deus. Ser exatamente como é não significa ficar inerte, porque a Vida sem ação não está no seu estado natural. A Vida é ação, portanto quando nos submetemos ao estado natural da Vida, que é movimento e trabalho, passamos a nos movimentar e trabalhar espontaneamente.
Se a pessoa pensar que manter-se de modo natural seja ficar quieta e esforçar-se para ficar imóvel, no exato momento em que tomou essa postura já perdeu a naturalidade. Ocorrendo essa perda da naturalidade, essa postura não terá nenhum valor, porque já não manifestará o filho de Deus, tal qual é. A pessoa manifestará deslumbrantemente o valor infinito do filho de Deus, quando, sem qualquer ato intencional, tornar-se absolutamente natural, manifestando, tal qual a Vida original, o caráter original. Esse brilho do filho de Deus é a Vida tal qual ela é, a Vida no seu estado original, e é precioso – mesmo que não tenha qualquer ornamento externo, qualquer artifício nem providências próprias. Consequentemente, não precisará ser pobre nem rico. Poderá ter dinheiro como também não ter. Porém, ao adquirir esse estado mental, tudo que lhe for necessário passará a fluir naturalmente, como também, mesmo que não flua, não sentirá carência alguma e conseguirá contentar-se, aceitando com naturalidade a Vida, tal qual ela é.
Um monge em treinamento perguntou ao mestre Joshu: "Qual é o segredo do treinamento espiritual?", e este lhe indagou: "Já tomou a refeição matinal?". "Sim, já tomei", respondeu o monge, e Joshu lhe disse: "Então, lave a tigela". Diz-se que esse monge despertou nesse momento. Esse é o segredo do treinamento espiritual, ou seja, aceitar naturalmente o que é natural e vivificá-lo cem por cento com a força que possui agora. Com isso, passará a resplandecer a Vida no cotidiano normal da pessoa e manifestará o verdadeiro valor da Vida. Esse estado natural, a Vida originária, é a Imagem Verdadeira. Um iniciante poderá pensar que Imagem Verdadeira seja algo que está distante dele, mas está enganado. A Imagem Verdadeira está resplandecente dentro da naturalidade, da normalidade.
Do livro: A Verdade da Vida, volume 36; pp. 51-58
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