A ARTE DA MEDITAÇÃO
(Joel S. Goldsmith)
Capítulo 7 - DEUS AMOU O MUNDO DE TAL MANEIRA
O segredo da beleza e a glória da sacralidade são a manifestação de Deus pela Encarnação. Tanto amou o mundo que a ele Se deu, surgindo visível como Filho de Deus, o que, segundo Sua promessa Eu sou e Tu és.
Deus é meu ser e teu ser, é essa nossa verdadeira identidade. Compreendida espiritualmente, a terra e o Céu; Céu e Terra são um, pois Deus As manifestou na terra. É emanação Sua este universo feito de estrelas, de sol, lua e planetas, esse escabelo a que chamamos Terra. Tudo isso emanou Dele e para a Sua Glória, e em Sua Glória máxima manifestou-se como Ser individual. Não somos separados, apartados de Deus, somos Sua própria essência desdobrada, revelada como ser individual.
Todas as coisas da Terra e o do Céu nos foram dadas devido a essa divina filiação; tudo o que existe, existe para nossos propósitos. Co-herdeiros, com Cristo, nossa é a Terra.
Deus promulgou a Lei que governa Sua união com Seu amado filho, provendo-o de tudo que pertence ao Pai, transmitindo-lhe tudo o que foi estabelecido desde o princípio do mundo: “Eu vim para que eles tivessem vida e tivessem mais abundantemente. Eu vim para que tivessem Vida, minha vida, tua vida individual que não conhece idade, não deteriora, não muda de seu estado divino. Tu deves viver e mover-te com a consciência de nossa unidade.
Nunca te deixarei, nunca te abandonarei; habita em Minha Palavra e deixa que Minha Palavra habite em ti. Tu deves confiar em Mim e salvar-te”. Há uma glória do Pai preparada para o Filho. Há uma paz, Minha Paz que ultrapassa a compreensão. Essa paz está contida na alma do homem independente de qualquer condição externa, bem viva como dom de Deus no centro do nosso ser.
A nossa ilusão tem sido buscar a paz fora de nós, acreditando que outros têm o poder de transmiti-la ou tomá-la, de pensar que necessitamos de intermediários de fora para a obtenção da nossa harmonia. A procura de pessoas ou circunstâncias externas para obtenção da paz tem sido a causa do nosso fracasso e do fracasso do mundo. Somente em Deus a paz pode ser encontrada e ele doou a cada um de nós a Sua Paz Infinita e o seu amor compassivo. Não nos deu Ele o espírito do medo, mas o do Poder, do amor, de uma mente sã, pois Deus é a própria mente do nosso ser.
Nossa ignorância, temor, insanidade surgem como conseqüência da ilusão de possuirmos uma mente separada de Deus, capaz de pecar. (Pecado é a ilusão de uma mente separada de Deus, disse Ramana Maharishi). “Eu e o Pai somos UM... Aquele que me vê, vê aquele que me enviou... eu estou no Pai e o Pai está em mim...”
O discernimento espiritual revela Deus como Pai e Deus como Filho; o Ser Divino é o ser individual que, visto sob a luz espiritual apresenta exclusivamente as qualidades e a natureza de Deus.
Na compreensão dessa unidade reside nossa inteireza; não pode haver paz, segurança, alegria à parte de Deus. Inerentes em Deus tornam-se naturais em nós, através da realização de Deus como nosso próprio ser.
O grande mistério da Escritura é: No princípio era Deus, agora e sempre tudo o que é, é Deus surgindo como Infinitude, Glória, Força de Seu próprio Ser. Ele não é teu ser nem meu ser, mas é o Seu Infinito SER que se expressa como o teu e o meu ser. Eu Nele e Ele em mim, o ser Espiritual, Infinito, Harmonioso, Total, Completo. Reconhecemos Sua Alegria, Sua Saúde, Sua Paz, Sua Harmonia, Sua Pureza e Sua Inteligência.
Renunciemos ao “meu isto e meu aquilo”, ou “teu isto e teu aquilo”; Seu Ser a expressar-se em Graça e em plenitude em todas as coisas. Sua Graça, Sua Presença, Sua Alegria, Seu Amor, Sua Totalidade é nossa suficiência. Seu amor flui como nosso amor, não consideremos “meu ou teu amor”, Ele flui como o sol brilha livremente sobre tudo.
O sol brilha sem favoritismo, jamais indagando se são meritórios ou dignos os receptores de sua luz e de seu calor. O sol brilha, Deus ama. O amor de Deus brilha livremente para os justos e injustos, para aquele que merece e para aquele que não merece, para o santo e para o pecador.
O amor de Deus se espalha no Universo dando vida à semente, força às plantas em crescimento, proteção à vida animal, vegetal e mineral. É o sustentáculo, a influência que anima toda a creação, pois toda a creação é Amor a fluir incessantemente. Tudo o que existe, sem exceção, está em Deus e é de Deus. Acima de tudo, não devemos julgar segundo o testemunho dos olhos ou dos ouvidos.
Deus é infinitamente puro para ver as iniquidades e ao reconhecermos nossa verdadeira identidade como expressão divina, nos veremos como Deus vê. Contemplando-nos espiritualmente, tornamo-nos espectadores, percebendo Deus em tudo e através de tudo.
Porém só poderemos agir desse modo quando abandonarmos os velhos conceitos, captados pelos sentidos da visão e da audição.
Se Deus é a natureza infinita do nosso ser, por que ser invejoso, ciumento, ambicioso, quando sabemos que Deus é a Fonte de nossa satisfação interior, por que almejar algo externo, fora do nosso próprio ser? Na consciência de Sua Presença as bênçãos de Deus fluem como nossa experiência. Nosso Pai divertiu-se conosco.
Compreendendo nossa verdadeira identidade participamos integralmente do corpo de Deus. “Eu tenho manjar que vós não conheceis. Eu posso dar-vos vida, águas que jorram para a vida eterna, as águas invisíveis, o vinho invisível, o manjar invisível”. Isso é compartilhar do Deus Vivo, do Verbo Vivo, do Deus que fez carne e habita em nós.
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