A ARTE DA MEDITAÇÃO
(Joel S. Goldsmith)
Capítulo 12 - POIS ELE É A TUA VIDA
- “Porque eu não quero a morte do que morre, diz o Senhor Deus; convertei-vos e vivei”. (Ezequiel, 18-32). ... - pois, disto depende a tua vida e a tua longevidade... Deuteronômio 30:20
- “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fosse eu vo-lo teria dito...” (João 14:2)
- “O que crê em Mim terá vida eterna”. (João 6:47)
- “E a vontade de meu Pai que me enviou é esta: Que todo o que vê o Filho e crê nele, tenha vida eterna”. (João, 6:40)
Imortalidade é a realização de nossa verdadeira identidade como ser divino, identidade sem começo nem fim, perpétua e eterna. É o reconhecimento de Deus como Pai e Deus como Filho. Esta não é idéia nova para os que palmilham a senda espiritual; é a pedra fundamental sobre a qual se firma todo o ensinamento espiritual ministrado ao homem.
A essência desse ensinamento ficou sepultada no conceito de imortalidade, como bem-aventurança eterna após a morte, baseada na falsa premissa de que a morte é parte da creação de Deus contrariando a afirmação do Mestre: “A Morte é o último inimigo a ser debelado”.
E verdade, cedo ou tarde passaremos todos; cada um a seu tempo deixará este plano de consciência. Os que não têm conhecimento de Deus nem se relacionaram com Ele, podem abandonar seus corpos pela doença, por acidente ou velhice; os que têm correta compreensão de Deus, fá-lo-ão sem esforço, sem dor ou enfermidade. “Na casa de meu Pai há muitas moradas”.
Passamos da primeira para a segunda infância, desta para a adolescência e da adolescência à maturidade; diversos estados de consciência, uma das muitas moradas de Deus. Aqueles que aceitam a transição de uma para outro estado como atividade de Deus e não olham para trás, na vã tentativa de apegar-se a estados de consciência já superados, não experimentarão as deficiências da velhice.
A resistência aos anos que se vão somando como se fossem algo a temer; acarreta muitas das desarmonias associadas à idade. A aceitação normal, natural da mudança que acompanha a transição de um estado de vida para outro, capacita-nos a olhar para diante com alegria e confiança e não com medo e horror.
Não há diferença no fluxo de Deus agora, neste momento ou daqui a cem anos.
A Vida de Deus jamais se modifica ou acaba. Ele determinou a cada um de nós um trabalho espiritual e nos conferiu Sua habilidade que nos torna aptos a executá-lo. Enquanto nos restar trabalho para fazer neste plano de existência, Deus nos manterá com vitalidade fortes, moços, sadios, íntegros. Com tal segurança, não confundiremos longevidade e imortalidade; aquela é mera continuação do presente senso físico de existência.
Não devemos preocupar-nos com o breve espaço de tempo com que transcorrem nossos anos na Terra, mas na expressão de nossa individualidade eterna para sempre a serviço do Pai. Toda transição ocorre para Glória e desenvolvimento de nossa alma individual.
Aqueles que se aproximam da meia idade ou a ultrapassam, devem insistir em perguntar ao Pai: Que tendes Vós para mim agora? Então, assim como a planta floresce, fenece e torna a florescer, também as velhas experiências dão lugar às novas. Passamos por muitas experiências que operam mudanças, mas a morte não faz parte de nenhuma delas. Cedo ou tarde, na senda espiritual, cada um alcança, em seu desenvolvimento, um ponto no qual compreende que, no percurso do nascimento até a morte, um estado de consciência é substituído por outro; assim, a experiência que chamamos morte é mera transição no decurso da vida.
Morte, como a entendemos, é interpretação nossa do que testemunhamos, mas os que obtiveram o primeiro e sutil vislumbre de Deus compreendem que DEUS é vida eterna, sem começo nem fim, “que Ele é tua vida e a continuação de teus dias”. Essa visão surge apenas para aqueles que se elevaram acima do desejo egoísta que é manter-se e manter outros em servidão a uma forma familiar de pensamento.
A lagarta deve emergir de seu casulo para tornar-se borboleta. Tudo e todos atravessam estados transitórios; na evolução e aperfeiçoamento espiritual, cada um por fim se encontrará sentado aos pés do Trono de Deus, de volta ao Lar Paterno. Isso não significa imortalidade da alma e a morte do corpo como usualmente é entendida. Deve o corpo morrer diariamente; as unhas e os cabelos são cortados e voltam a crescer, células do corpo mudam constantemente, e a despeito dessa alteração, a consciência, nossa verdadeira identidade permanece.
O velho hábito mantido desde a infância incutiu em nós a idéia de que o corpo que nós vemos no espelho ou de que temos consciência, é o EU. E identificamos o corpo com nosso verdadeiro Eu, ao invés de saber que ele nada mais é do que o instrumento para nosso uso, assim como o automóvel é um veículo que nos transporta de um lugar a outro.
Em hipótese alguma nos identificamos com ele, sentimo-nos separados, à parte do automóvel que utilizamos exclusivamente como meio de locomoção. Assim como o automóvel, o corpo também não é o EU real. Em uma fase ou outra de nossa experiência, abandonamos o conceito de corpo como soma total de nosso ser e aceitamos a verdade de nossa identidade espiritual como Consciência. E a hora vai chegar em que cessaremos de viver como seres humanos; isso não significa que será necessário morrer para alcançar nossa elevação espiritual.
Não é a morte do corpo que importa, mas a transição que se processa na consciência, referida por Paulo como “morte todos os dias”, para renascimento pelo Espírito.
“Eu morro diariamente (ego Interior); já não sou eu que vivo, é o Cristo (EU Superior) que vive em mim”.
Todos os dias devemos conscientemente apartar-nos das leis que governam a experiência humana e reconhecer a Graça de Deus na realização consciente de nossa vida, no Invisível, com o Invisível, pelo Invisível. Nessa firme confiança no Invisível, morremos espontaneamente todos os dias e um dia morreremos compulsoriamente e renasceremos pelo espírito.
A partir de então, a vida será vivida em uma nova dimensão, inteiramente diversa, deixaremos de permanecer sujeitos às leis da física, viveremos pela GRAÇA. A transição não é substancialmente física, é um ato de consciência.
Na metamorfose da lagarta o verme se transforma em borboleta, o estado de lagarta evolveu para o estado de borboleta; a transformação se opera na consciência, exteriorizando-se como forma. Ao começarmos a penetrar nessa nova e espantosa idéia perceberemos que esse EU SOU é permanente e eterno.
No princípio DEUS; a natureza de Deus é a eterna essência que se manifesta como “tu” e “eu”. Deus mantém a continuidade de sua própria existência em sua forma individual, infinita para sempre. Todos os que existiram no princípio existem agora, e os que existem agora, existirão para sempre.
O corpo é o templo da Vida, assim como o cérebro é o canal através do qual a inteligência se expressa, o corpo é o veículo através do qual se manifesta a vida. Pode a vida separar-se do seu templo? Vida é a substância de que o corpo é formado; portanto é o corpo tão indestrutível como a própria vida.
Em mim está a força espiritual que funciona de dentro para fora. Eu não tenho força vital; Eu sou a força vital. Ela constitui o meu verdadeiro ser e flui de forma Harmoniosa, Infinita. Consciência é a lei e a atividade de meu corpo.
Nada poderá jamais deter o Ser que eu sou, pois eu existo independentemente do que o mundo chama de “matéria”.
Eternidade é a natureza do meu Ser. A atividade invisível da verdade operando em minha consciência renova-me física, moral e financeiramente. Dia a dia, o EU, meu ser invisível manufatura tudo o que é necessário ao cumprimento de minha experiência terrena. Observo o meu corpo que passa da infância à mocidade, dessa à maturidade e da maturidade à velhice.
Ante essas sucessivas mudanças do corpo EU permaneço o observador impenetrável, inviolável, intato, intocável. Aos nove, dezenove ou aos noventa anos, eu estarei observando todas as alterações do corpo, todas as modificações de sua expressão, sem jamais poder abandonar ou “renunciar a mim”.
O Eu sempre me governará e protegerá. Este minuto é o único instante que eu posso conhecer; o que passou já não tem existência e o que vai passar ainda não tem.
Para mim o passado, presente e futuro são “agora”, este “agora” em que estou vivendo. É “agora” que eu tenho vivido sempre e é agora que sempre viverei. Não tem propósito olhar para uma vida daqui a cem anos ou duzentos; “agora” é o único tempo em que eu posso viver.
É “agora”, neste exato momento, que Deus, a vida Única Se expressa. Eu não expresso a Vida; Ela se manifesta como ser individual, indestrutível. A morte não é aniquilação, nada mais é que uma sombra.
É “agora”, neste exato momento, que Deus, a vida Única Se expressa. Eu não expresso a Vida; Ela se manifesta como ser individual, indestrutível. A morte não é aniquilação, nada mais é que uma sombra.
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