- Núcleo -
Meu divino Amigo Gustavo,
Sei que os visitantes deste Templo dos Iluminados apreciam ensinamentos essenciais.
Aquele que na Representação aparece como o divino personagem Joel Goldsmith disse: "Enquanto Deus não for percebido como Vida, Mente e Alma do Ser, Deus permanecerá no plano do conceito."
Eis um ensinamento essencial, compartilhado por Joel Goldsmith, em perfeita sintonia com o ensinamento essencial contido na série “Viver o Eu Verdadeiro”.
A propósito: a série “Viver o Eu Verdadeiro” poderia bem intitular-se “Masaharu Taniguchi, ensinamentos essenciais.”
Permita-me aprofundar este tema. Na série “Viver o Eu Verdadeiro”, ele trata especificamente da essência, que é o Eu Verdadeiro, e ensina como podemos vivenciá-lo!
Sobre a essência, Masaharu Taniguchi escreve que: “Na essência, tudo e todos constituem uma unidade harmoniosa, mas no plano material não podemos evitar a sensação de que cada indivíduo é um ser separado dos outros, e traçamos limites tais como 'eu' e 'os outros', 'meu mundo pessoal' e 'o mundo dos outros'."
Neste momento, vamos dar atenção a este ensinamento essencial, no qual nos é revelado que: “Na essência, tudo e todos constituem uma unidade harmoniosa...”. Esta é a realidade e a Vida do Eu Verdadeiro!
Agora vamos ao ensinamento essencial onde Masaharu Taniguchi diz: "Para manifestarmos a liberdade e a harmonia inerentes à Vida, é fundamental eliminarmos da mente o apego ao mundo das formas. Por isso, a Seicho-No-Ie enfatiza que 'a matéria não existe'. Precisamos compreender que a matéria não tem substância, passar pelo estágio de total negação do mundo das formas, e depois voltar a contemplá-lo com a mente sem nenhum apego. Então compreenderemos que, embora a matéria em si não tenha substância, por trás da forma material existe a Essência, livre e harmoniosa."
Esta afirmação é um ensinamento essencial que tem um objetivo específico, que o próprio Masaharu Taniguchi revela qual é: libertar da ilusão as pessoas apegadas às formas materiais. Mas ao se dirigir às pessoas apegadas à ideia de que "a matéria não existe", ele muda o procedimento, e explica assim: "Não estou afirmando que a matéria simplesmente não existe. O que pretendo dizer é que todas as coisas que vocês pensavam tratar-se de mera matéria, são, na verdade, manifestação da Vida de Deus, e, portanto têm de ser tratadas com muito amor".
Notem bem! A afirmação de que "a matéria não existe" é um ensinamento essencial cuja finalidade é “libertar da ilusão as pessoas apegadas às coisas materiais”. Notem que essa afirmação é uma PERCEPÇÃO do real, compartilhada por quem a tem! Da mesma forma a entoação do Namu Amida Butsu é uma PERCEPÇÃO do real, compartilhada por quem a tem!
No momento em que estas “percepções” passam a ser entendidas como meras idéias ou PENSAMENTOS, não mais atuam como “percepções”, não iluminam, não libertam.
Enquanto PERCEPÇÃO uma afirmação ("a matéria não existe" ou "Namu Amida Butsu") conduz à essência, ao desfrute da Vida do Eu Verdadeiro. Mas, enquanto PENSAMENTO a mesma afirmação prende o indivíduo à forma, ao mundo de aparência, e não mais conduz à essência, à Vida do Eu Verdadeiro. É por isso que na série "Viver o Eu Verdadeiro" Masaharu Taniguchi faz contraposição entre a essência e a forma, e esclarece sobre a importância de não nos apegarmos às formas, pois somente assim é que podemos apreender a realidade da essência.
Assim, quando Sakyamuni disse: Eu sou Buda, compartilhou a PERCEPÇÃO de sua real identidade e também a real identidade de todos os seres. O mesmo está expresso na PERCEPÇÃO compartilhada por Masaharu Taniguchi de que: “Na essência, tudo e todos constituem uma unidade harmoniosa”.
Porém, a mesma afirmação "Eu sou Buda", quando as pessoas a entoam como um PENSAMENTO (e não como percepção!) sobre quem são, essa afirmação apenas insufla o ego e é até bastante prejudicial. De igual modo, o mesmo Namu Amida Butsu capaz de libertar da ilusão das aparências pode passar a não mais conduzir à essência, e até atar o indivíduo ainda mais ao plano da forma, conduzindo ao eterno sofrimento.
Por isso, para as pessoas que deixaram de apreender a essência do nenbutsu, e passaram a recitá-lo no automatismo, como um mero pensamento, o mestre Nichiren afirmou que: "o nenbutsu conduz ao inferno do sofrimento eterno", e advertiu com energia que "aqueles que vivem entoando o nenbutsu de maneira meramente formal, acabam caindo no inferno". Masaharu Taniguchi esclareceu que Nichiren não era contra a prática no nenbutsu em si. O que ele condenava era a conduta das pessoas que se apegavam à entoação formal do nenbutsu e, por assim dizer, "suprimiam" o seu conteúdo vital (ou seja, se esqueciam da essência do ensinamento). A essas pessoas, o mestre Nichiren advertia que "acabariam caindo no inferno, se continuassem procedendo de tal forma".
Masaharu Taniguchi também disse que quando ensinava que "a matéria não existe", expressava uma percepção capaz de levar as pessoas à enxergar a essência por trás do mundo das formas. Mas, quando ele percebia as pessoas não captando o real significado da afirmação, mas apegando-se cegamente à ideia de que "a matéria não existe", mudava o procedimento/explicação a fim de reconduzir as pessoas à percepção do essencial. Ele diz: “ao me dirigir àquelas pessoas apegadas à ideia [ao PENSAMENTO] de que "a matéria não existe", explico assim: "Não estou afirmando que a matéria simplesmente não existe. O que pretendo dizer é que todas as coisas que vocês pensavam [notem! “que vocês PENSAVAM”] tratar-se de mera matéria [ele compartilha a PERCEPÇÃO de que] na verdade são manifestação da Vida de Deus [Notem! Vida de Deus é essência, algo que só pode ser PERCEBIDO] e, portanto têm de ser tratadas com muito amor".
Por serem ensinamentos essenciais em perfeita harmonia, Masaharu Taniguchi disse que: “Não é possível apreender a essência das coisas, com a mente apegada à forma. No momento em que reconhecemos a forma material, estamos deixando de apreender a essência”.
Joel Goldsmith disse que: “devemos conhecer Deus. Acreditar não basta; precisamos experienciar Deus; e, enquanto Deus não for percebido como Vida, Mente e Alma do Ser, Deus permanecerá no plano do conceito”. E concluiu: Vamos aceitar a revelação do Cristo [a PERCEPÇÃO compartilhada por Jesus Cristo] e repousar na consciência da ÚNICA PRESENÇA, PODER E VIDA. Somos seres espirituais, aqui e agora. Vamos acatar esta Verdade [como sendo a NOSSA PERCEPÇÃO], livrando-nos para sempre da crença de separação de Deus.
É o que PERCEBO, desfruto e também compartilho.
Namastê.
3 comentários:
Percepção = Essência (percepção consciencial)
Pensamento = Forma (percepção mental)
Enquanto um deles nos revela a verdade, o outro a oculta.
O universo dos objetos (incluindo os ensinamentos, tais como "a matéria não existe" ou "namu amida butsu") nada são em si. A forma, em si mesma, também não é nada, não possui significado. Nós é que damos significado à forma. É a percepção que temos da forma que nos liberta ou aprisiona. Enquanto a percepção do "namu amida butsu" liberta, o pensamento "namu amida butsu" aprisiona.
Por isso, houve um tempo em que o ensinamento do nenbutsu foi trazido ao mundo, e ali surtiu efeito. Mas, com o decorrer do tempo, a mente das pessoas tornou-se condicionada, e elas passaram a entoar o nenbutsu de forma inapropriada. Foi então que um mestre posterior, constatando a atitude com que as pessoas entoavam o nenbutsu, pregou que o nenbutsu conduziria à perdição ao invés de à salvação. As formas nada são em si. Tudo depende do nosso modo de olhar/perceber. É isso o que nos salva. Na linguagem de Goldsmith, isso está expresso como: "Todo o poder (o único poder) reside no universo da causa, e não no universo dos efeitos."
Essa verdade também traz uma implicação: as formas são como "cascas ocas", não têm o poder de aprisionar nem de salvar. E nós conferimos às formas o "conteúdo" mediante a visão/percepção com que olhamos para elas. O conteúdo é o que importa. E é ele que tem o poder de causar transformações tanto em nós como também em outras pessoas. Quando, por exemplo, estamos diante de um ser iluminado (Satsang ou Darshan) ele nos ensina no plano da essência. É comum ouvirmos eles dizer algo como "não se agarrem demais ao que eu estou falando (nível da forma), estejam presentes e recebam o que eu tenho para compartilhar com vocês".
O real ensinamento está sendo transmitido no plano da essência, e para que a pessoa consiga receber/captar essa transmissão, ela deve estar presente/sintonizada com o Ser daquele mestre. Os ensinamentos falados ocorrem a nível superficial. É no nível mais profundo que o verdadeiro ensinamento/aprendizado acontecem. Isso porque nós não podemos apreender a Verdade no plano da superfície ou da mente. A Verdade é realmente apreendida/compartilhada no nível da essência. Daí a necessidade de estarmos desapegados às formas e atentos ao ser.
Namastê!
"Penso: "fora". Vejo:"Dentro" - para ficar "didático".
Repetir como um papagaio, por exemplo, "Eu Sou Deus", "Eu sou
Buda", "Eu Sou a Verdade", etc.,de fato é inútil. Soa como o "eu deste mundo" querendo tomar o lugar do Uno transcendente (que na verdade, não é "transcendente" porque só há Aquele que É,infinitamente...). Isso demostra só uma espécie de "é o que eu acredito",o que não é, claro, "experiência direta",até porque para conhecer a Verdade (Essência) é preciso que "eu" "suma".
Eu (com minúscula) não posso conhecer a verdade,pois sou só "um conceito"...usando de uma linguagem bem de "só humano".
Agora,usando (ainda no campo dos conceitos) a expressão "Quem Eu Sou" é Deus ,ou a Verdade" fica, digamos, um pouco melhor,pois nos reporta a Quem que está "por trás" de quem "vemos"/pensamos que somos, até o definitivo "acordar consciencial". Mas,esse "acordar"só tem sentido para a mente quem se julga "buscador",pois o Real (a Consciência )já é Vida desperta.
Agradeço Àquele que se manifesta como as postagens deste templo.
Namastê!
É exatamente isso!
Agradecemos suas palavras, caro SERgio, que contribuem bastante com o conteúdo deste blog.
Obrigado sempre por sua participação!
Grande Abraço!
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