O Eu Místico
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 8
"EU FALO CONTIGO"
Dentro de cada um de nós há uma Presença, algo mais real do que qualquer coisa que possamos conhecer, além de nossa visão. Ela é que vive nossa vida em nós. Muitas vezes, contudo, inconscientes dessa Presença, estamos determinados a viver a nossa própria vida: tomar nossas próprias decisões e confiar em nossa sabedoria, julgamento ou força pessoais. Mas isso apenas porque ainda não entramos na experiência real deste Eu que está dentro de nós.
Antes dessa Presença se fazer conhecida por nós, geralmente vem um período em que reconhecemos que Ela existe. No caminho metafísico e, por vezes, espiritual, o aluno pode acreditar nisso apenas porque lhe foi contado por um professor que o experimentou, ou porque ele leu que Ela existe nos escritos bíblicos do mundo.
De uma forma ou de outra, independentemente de como Ela é trazida à nossa atenção, é necessário haver o prévio conhecimento de uma Presença Interior, um "Aquele que é maior do que aquele que está no mundo", um Espírito. Com este conhecimento, vem o reconhecimento contínuo de que Ele permanece dentro de nós, que Ele caminha ao nosso lado, que Ele é a nossa visão, a nossa orientação e a nossa direção. Devemos permanecer nessa Verdade até que Ela Se revele a nós (em nós) como Experiência consciente. Então passamos a ter a percepção consciente de que este Divino Eu habita o nosso ser. Quando isso acontece, Ele se expressa em nosso ser de forma tal, que é como se ouvíssemos o Mestre declarando: "Não temas, Eu estou contigo, Eu nunca te deixarei, nem te desampararei. Estarei contigo até o fim do mundo". Muitas vezes Ele se expressa pela palavra Eu: "Sou Eu, não tenha medo", e Ele continuamente lembra à nossa consciência o fato de que não estamos caminhando sozinhos na Terra.
A Árvore Inclui Seus Ramos
Às vezes sentimos que, quando reconhecemos Deus em nós – ou o Cristo que habita em nós – estamos endossando um senso de dualidade, mas isso não é verdade. Isso não pode ser explicado logicamente, assim como Deus também não pode ser explicado, mas a verdade é que este Eu dentro de nós, esta Presença de Deus, não forma a dualidade, porque é realmente o Ser de nosso ser – não apenas o Eu do meu ser, mas também o Eu do seu ser.
Este Eu e você são Um, mas Ele é maior do que você. Acaso não podes ver que o que é Invisível, a Fonte de tua inspiração, a Fonte de tua vida, a Causa e o Princípio Criativo de tua vida, é maior do que você, mesmo apesar do fato de que você seja Um com Ele? Quando declaramos que este Eu é maior do que você, é no mesmo sentido de quando nos referimos ao ramo de uma árvore e da árvore em si, como se eles fossem dois; mas o ramo de uma árvore e uma árvore não são dois: eles são um – uma árvore. E a árvore inclui o ramo.
Da mesma forma, Deus inclui o ser individual – assim como a árvore inteira inclui todos ramos. Não há tal coisa como a "vida de uma árvore" e a "vida de um ramo da árvore". A vida da árvore é a vida do ramo contanto que eles sejam Um; mas a partir do momento em que o ramo é cortado da árvore, a vida começa a murchar. O mesmo ocorre com o ser humano que se vê separado de Deus: sua vida começa a definhar, chegando a durar algo em torno de setenta ou oitenta anos. Entretanto, todo mundo deveria entender que há ajustes que deverão ocorrer na vida de cada pessoa, à medida que essa coisa chamada "tempo" passa. Cada um deve perceber que nem sempre terá seus amigos, parentes, pais ou filhos, porque, no esquema humano da vida – onde o ser humano vive como um ramo separado da árvore – há nascimento e morte, de modo que o próprio nascimento é o precursor da morte que está por vir.
Só há uma maneira de superar tudo isso: é perceber que, por sermos um ramo da árvore – unos com a árvore – nós não temos nenhuma "vida em ramo", nenhuma vida em nós mesmos; não temos uma vida que tenha um "começo" ou que tenha um "fim". Temos, sim, a vida infinita e eterna do Todo que é a Árvore. Devido ao nosso relacionamento com a Árvore – ou seja, de o ramo ser Um com a Árvore –, não temos responsabilidade pessoal, nem vida pessoal. Nós temos a Vida que é Deus. Um ramo poderia dizer: "Eu e a árvore somos Um, mas a árvore é maior do que eu". Assim também podemos dizer: "Eu sou Um com a Vida que é Deus; contudo, a Vida, que é Deus, é maior do que qualquer um de Seus ramos. Ela é inclusive maior do que a soma total de todos os seus ramos".
Restabelecendo Nossa Unidade com a Árvore da Vida
Para trazer esse relacionamento a uma ativa expressão em nossas vidas, deve haver uma ação específica. Quando o filho pródigo percebeu que estava separado de seu pai, quando ele percebeu a que estado havia chegado devido ao desejo de ser algo por si mesmo, ele se pôs de pé e começou a jornada que o levaria de volta à casa de seu pai. Ele não continuou sentado lá; ele levantou-se e começou a voltar.
Chega um momento em nossas vidas quando percebemos estar vivendo como seres humanos apartados de nossa Fonte. Temos sido como o ramo separado da Árvore da Vida. Quando percebemos isso, realizamos um ato. Este ato é descrito nas Escrituras como "arrependei-vos, portanto, e convertei-vos". É um ato no qual conscientemente fazemos um balanço e declaramos: "eu tenho vivido separado e apartado de Deus; tenho vivido a vida de um ser humano, vivendo pelo pão, pela água e pelo ar; tenho vivido através de recursos externos. Agora eu retorno à casa do Pai; e percebo conscientemente, de agora em diante, que sou sustentado pela eterna Fonte que está dentro de mim. Eu sou alimentado pelo pão da Vida – a própria Vida que Eu sou. Eu extraio do interior, do Celeiro de meu Pai, tudo o que me é necessário.”
Reconheça-Me
Conforme permanecemos nesta Verdade, vem uma experiência. Ela pode vir na forma um sentimento muito real, assegurando-lhe que:
"Nunca te abandonei. Eu nunca estive separado ou apartado de você. Tenho andado contigo a cada passo do caminho, aguardando seu reconhecimento. Há muito tempo Eu tenho esperado; Há muito tempo Eu esperei pelo seu despertar; Há muito que espero pelo seu retorno; Há muito tempo Eu venho esperando o seu reconhecimento. Olhe para dentro e encontre-Me, pois estou dentro de você. Eu sou o próprio tecido, a estrutura, e a verdadeira Fonte de sua vida.
As dores de cabeça que você passou, os problemas que você sofreu – tudo isso foi só por causa deste senso de separação que manteve o seu olhar direcionado para o reino exterior, em vez de impelir-te a olhar para dentro, onde Eu posso ser encontrado. É no interior de sua consciência e de sua percepção que Eu sou encontrado. Eu sou encontrado no silêncio, em quietude e em confiança.
Não temas, não temas; Sou Eu. Eu, que falo com você, sou o mesmo Eu daquele exército que está marchando contra você. Eu, que sou o seu lugar de permanência e repouso – a sua habitação –, sou o mesmo Eu do ser de seus amigos e de seus inimigos. Eu habito neles, e moro neles todos. Como Eu habito em você, assim Eu habito neles, e assim habito em todos. Encontrando o amigo ou encontrando o inimigo, você está se encontrando Comigo. Reconheça-Me no meio de você. E então Me reconheça no meio dos seus amigos, e reconheça-Me no meio dos seus inimigos.
Reconheça que há apenas Um Ser Divino, um Pai de todos, e logo você verá que todos os inimigos que você tivera até então consistiam em sua própria crença em um "eu" separado e apartado de Mim. Mesmo se você Me reconhecer como sua individualidade, você ainda pode ter pensamentos de outros seres como individualidades separadas de Mim. Mas Eu Sou sua individualidade, e Eu Sou a individualidade de todos os outros.
Eu Sou sou a sustentação em tua vida; Eu Sou a tua sabedoria; Eu Sou o teu pão, a tua carne, o teu vinho e a tua água; Mas Eu Sou tudo isso para todos os homens, porque Eu estou no meio de seus amigos, de seus entes amados, e Eu estou no meio de seus inimigos.
Eu Sou sou a sustentação em tua vida; Eu Sou a tua sabedoria; Eu Sou o teu pão, a tua carne, o teu vinho e a tua água; Mas Eu Sou tudo isso para todos os homens, porque Eu estou no meio de seus amigos, de seus entes amados, e Eu estou no meio de seus inimigos.
Reconheça-Me no meio de tudo e de todos, e então perceberá que Eu estou em todos, e que Eu louvo você através de tudo. Eu o Louvo através daqueles que você pensou serem os teus amigos, e também através daqueles que pensou serem os teus inimigos; pois você nunca pode ser louvado por qualquer outro a não ser Eu, porque Eu Sou Infinito. Sou Onipresença Infinita; Sou Onipresença Onipotente; Eu Sou a Presença que está dentro de você, diante de você, ao seu lado, e atrás de você. Eu Sou essa Presença. Portanto, não tenha medo, Sou Eu. Sou Eu.
Eu não estou no turbilhão, e portanto reconheço que não há poder em turbilhão. O único poder que há, está em Mim, no EU SOU O QUE EU SOU. Eu Sou a Vida do teu ser, a Vida do ser do teu amigo, e a Vida do teu inimigo. Eu sou a Vida de todos os seres".
Eu não estou no turbilhão, e portanto reconheço que não há poder em turbilhão. O único poder que há, está em Mim, no EU SOU O QUE EU SOU. Eu Sou a Vida do teu ser, a Vida do ser do teu amigo, e a Vida do teu inimigo. Eu sou a Vida de todos os seres".
A Universalidade e Onipresença da Presença
Quando esta Presença se anuncia, numa afirmação interior de que Ela está presente, lembre-se de que isso significa não só a Presença em você, mas Sua Infinita Onipresença. Ela não anuncia que Deus está presente só em você, separado de todos os outros. Ela anuncia que está presente em você e em mim, presente nele e nela, presente em todos. Em outras palavras: você não pode restringir e limitar Deus; você não pode canalizar Deus para estar em uma pessoa só, ou em um só lugar. Quando você reconhece a Presença de Deus, você reconhece a Presença Universal de Deus.
Quando, antes de entrar em seu automóvel, você recebe internamente a garantia de que "Eu estou com você, Eu vou com você", lembre-se que isso não significa você separado e além de todos os outros na estrada. Significa que você deve reconhecer "Minha Presença", a Presença Divina, como Onipresença: Presença em tudo, Presença em todo lugar. E a qualquer momento você pode perceber essa Presença.
Assim é que, quando o Espírito está anunciando a Si Mesmo e a Sua Presença, não está me dizendo "Joel, estou presente em você". Não, Ele diz: "Eu estou presente". Quão trágico seria se Deus pudesse anunciar: "Eu estou presente com você, Joel", e depois deixar de fora todos os outros. Tal coisa não é possível. Quando o Pai assegura que "Eu estou presente contigo aonde quer que vás; Eu nunca te deixarei", Deus está anunciando Sua Presença igualmente por toda parte, universalmente. Ele está anunciando a Onipresença: a Presença em você, a Presença naqueles próximos e nos distantes, porque não há nem perto e nem longe. Todo o universo e todos os seus povos estão abarcados em sua consciência. Feche os olhos e perceba que:
"Minha consciência é infinita, e Eu abarco em minha consciência os judeus e os gentios, os ocidentais e os orientais, os africanos, os asiáticos e as pessoas de todas as espécies e lugares. Eu abarco em minha consciência os americanos, os canadenses, os russos, os franceses e os ingleses. Eu abarco em minha consciência todo este universo, porque minha Consciência é infinita.
Eu posso fechar os meus olhos e instantaneamente ter dentro de mim os povos de todas as raças e de todas as idades: passado, presente e futuro. Minha consciência é ampla o suficiente para incorporar tudo e todos; e, portanto, se a Presença de Deus está comigo na minha Consciência, então a Presença de Deus está com tudo e todos na minha Consciência, e nada há que possa existir fora de minha Consciência, pois a minha Consciência é Infinita. E por que ela é infinita? Porque Deus e Eu Somos Um, e tudo o que o Pai tem, é meu. Portanto, a totalidade da Consciência de Deus é a minha consciência individualizada, e a Consciência abrange tudo o que há neste universo, que constitui o mundo, os mundos além dos mundos, e os mundos do espaço exterior".
Se essas coisas todas não estivessem corporificadas em nossa consciência, não poderíamos ter nenhum conhecimento delas; mas porque elas estão incorporadas em nossa consciência, acabaremos por saber tudo sobre elas, assim como estamos descobrindo os segredos do espaço exterior. Por que estamos agora a descobrir os segredos do espaço exterior? É porque esses segredos não estão no espaço exterior. Eles existem em nossa consciência, e nós estamos descobrindo-os nela; é nela que eles estão sendo revelados a nós. Toda pessoa que está trabalhando com pesquisas do espaço sideral está trabalhando com algo que está no alcance de sua própria consciência, ou a pessoa não poderia estar ciente disso. Portanto, o espaço exterior está em nossa consciência; e esteja certo de que Deus também está lá.
Talvez não haja nenhuma igreja no espaço exterior. Eu não saberia dizer. Mas posso afirmar que Deus está no espaço exterior. Não há lugar onde a Vida não esteja, nenhum lugar onde o Espírito não esteja. Por quê? Porque tudo o que existe, existe na Consciência, e essa Consciência é a minha e é também a sua. O Mestre afirmou isto com estas palavras: "Tu, Pai, estás em mim, e Eu em Ti". Todos nós estamos corporificados na Consciência Divina, que é Deus. Nosso despertar para esta Verdade traz ela à nossa experiência consciente.
O Solo Sagrado do Eu
"Eu estou contigo" significa que Eu estou com todos. Mas milhares ainda cairão à sua esquerda e à minha esquerda, e dez mil cairão à nossa direita, até que despertem para a Minha Presença, a Presença que Eu Sou, a Presença que habita dentro deles. Na proporção em que cada indivíduo desperta para a Minha Presença, ele se torna livre em certa medida, livre das limitações de um sentido mortal (mente carnal), livre das limitações que colocariam uma pessoa aparte de outra, ou os interesses de uma pessoa separados e em atrito com os de outros.
"Eu, no meio de você, estou onde você está. Eu, no meio de você, estou onde seus amigos estão. Eu, no meio de vós, estou onde estão os vossos inimigos. Não há nenhum lugar, nenhum tempo, nenhum espaço, nenhuma pessoa onde eu não esteja. Não temas; Sou Eu. Esteja você olhando para o rosto de seu amigo, ou para o rosto de seu inimigo, ou se você está olhando para o rosto de um lago sereno ou de uma tempestade furiosa. Não se assuste, Sou Eu, a Onipresença! Onipresença! Não há poder no turbilhão, não há poder na tempestade, não há poder no problema. Eu estou lá; Eu Sou o Único Poder. Além de Mim, não há poderes, e eu sou Onipresença.
'Na casa de meu Pai há muitas moradas... Se não fosse assim, Eu o teria dito a você. Eu vou preparar um lugar para você.' Lembre-se sempre de que na Minha Casa – esta Divina Consciência –, há muitas moradas. Lembre-se que Eu no meio de você vou preparar um lugar para ti. Quer você permaneça em casa ou saia de casa para o trabalho, ou para fazer compras, Eu estou lá para preparar um lugar para você.
Você traz esse Eu para uma expressão tangível somente no grau de sua consciência acerca Dele. É necessário haver ação; é necessário haver ação consciente, um reconhecimento consciente. "Arrependei-vos... Convertei-vos e vivei. Reconheça-O em todos os teus caminhos, e Ele dirigirá os teus passos... Tu conservarás em perfeita paz aquele cuja mente está firme em ti".
Ação! Ação! Ação! Uma atividade da consciência! E quando a sua consciência estiver ativa na Verdade – com a Verdade, e através da Verdade –, você verá que a Verdade ativa na sua Consciência torna-se o próprio tecido da nova Vida.
Não Ontem, Nem Amanhã: Somente Hoje!
Você deve aprender a viver como se não houvesse ontem, a viver como se pecados ou erros jamais tivessem sido cometidos. Você tem que viver como se ontem tivesse passado. Assim como você marca a data em seu calendário, retira a folha do mês passado e joga no lixo, da mesma forma você tem que rasgar seu passado inteiro conscientemente, e ativamente viver como se hoje fosse o único dia que lhe foi dado viver. Se você tentar reviver o ontem, você estará revivendo erros e mais erros; então é melhor sua mente deixar o passado passar.
Deixa passar o ontem, e viva como se este fosse "o dia que o Senhor fez", e nenhum outro. Somente este dia está feito – não ontem e não amanhã. O ontem não foi feito, e o amanhã não foi feito. Nossos erros estão acabados e terminados – não existem! –, nossos pecados estão superados. Nossos medos acabaram e terminaram. Agora, agora é o dia marcado.
"Agora é o dia em que eu reconheço o Espírito de Deus presente dentro de mim, e no qual reconheço a Presença de Deus presente dentro de vocês – de vocês, meus amigos, e de vocês, meus inimigos, aqueles que gostam de mim e aqueles que não. Eu reconheço Deus no meio de tudo. Louvo a Deus presente neles, e eles, por sua vez, reconhecem a Deus em mim. Não há ontem: tudo isso está acontecendo hoje.
Quando a meia-noite vem e vai, ainda é 'hoje'. Sem importar quantos dias e noites passem, ainda é o hoje no qual eu vivo a Vida da Onipresença; ainda é o hoje em que vivo na realização de uma Presença dentro de mim, que vai antes de mim para preparar moradas, que vai preparar um lugar para mim. Agora! Hoje! Hoje!"
Sem meditação, uma descoberta/realização como esta não pode vir. Não pode vir do ar; não pode vir de fora; tem que vir de dentro. Mas se é para vir de dentro, como pode vir, se não há períodos de quietude, de descanso, de confiança, de certeza, de períodos de escuta deste Eu que está no meio de nós? Como podemos ser ensinados sobre o Espírito, se não nos sentamos para comungar com Ele, deixando que esse Espírito Se revele a nós mesmos, na Sabedoria, na Verdade, na Vida e no Amor?
A Atividade da Meditação Interior Muda o Cenário Exterior
A meditação é uma atividade. Não é ficar desocupado, física ou mentalmente, embora outros que olhem para nós em meditação possam pensar que estamos tentando escapar do mundo. Não, não estamos tentando escapar do mundo: estamos tentando encontrar a realidade do mundo que está dentro de nós. Fora de nós, a imagem está sempre a mudar, de acordo com a mudança de nossa consciência, mas o mundo exterior nunca mudará para melhor a se não houver algo de dentro para trazer isso à tona, e esse "algo" é este reconhecimento:
"Há uma Presença, e esta Presença está dentro de mim para me instruir e me dar Luz. Assim como a vida da árvore flui para cima, através do tronco e para fora, em direção aos ramos, assim é a Vida que é Deus, fluindo universalmente no invisível, e ainda assim eu posso senti-la derramando em mim, o ramo, individualmente. Assim como Ela Se derrama em mim como um ramo, também está derramando a Si Mesma em todos aqueles que estão no mundo – que também são ramos –, dando-lhes renovação de vida que, com o tempo, aparecerá como folhas, brotos, flores e, finalmente, frutas e cultivos ricos.
Um ramo não pode dar frutos de si mesmo. Um ramo só pode dar fruto em virtude de sua Unicidade com sua fonte. Eu, por mim mesmo, nada posso fazer; mas ao me voltar para dentro, o Pai me instrui, me alimenta, me guia, me dirige e me protege; Ele vai antes de mim, caminha ao meu lado e atrás de mim, acima e abaixo, porque este Eu que está dentro de mim é Onipresença. Ele conduz os aviões, conduz submarinos, navios, comboios, automóveis. Isto é Onipresença; é Onipresença dentro de mim e dentro de você, onde quer que eu possa estar, e onde quer que você esteja. Eu, no meio de mim, Sou a Vida de todo Ser. Eu, no meio de mim, Sou a segurança, a paz, a prosperidade e a alegria de todo Ser.
A minha alegria, nenhum homem tira de mim. Porque a minha alegria não é dependente de coisas exteriores, do mundo. A minha alegria não é devida ao fruto na minha árvore: a minha alegria existe simplesmente por causa da Onipresença da Vida, que inevitavelmente deve aparecer como frutos. Eu não me vanglorio nos frutos de minha árvore, mas glorifico-me no Espírito de Deus em mim, que é o tecido do fruto que deve aparecer. Eu posso tomar o fruto, comê-lo, vendê-lo, ou usá-lo; mas dentro de mim está a Substância, a Essência, o Eu, a Presença, o Tecido de todo o fruto que há de vir para cada hoje que há, até a eternidade.
Não me glorio na prosperidade exterior ou na saúde exterior. Eu me glorio na Essência que me preenche, esta Presença Divina, para que assim eu possa gastar o que tenho hoje e ser renovado; eu posso doar e compartilhar tudo o que o Pai me concede, e ainda conservar dentro de mim a Presença, a Substância, o Cajado da Vida, que, a seu tempo, aparece exteriormente como ainda mais outra mensagem, outro dólar, outra viagem, outra cura. Sempre, dentro de mim, está presente a Essência, a Substância, a Fibra, o Tecido daquilo que deve aparecer externamente".
É o nosso reconhecimento consciente dessa verdade o que faz com que a Presença do Espírito de Deus esteja disponível para nós.
Não me glorio na prosperidade exterior ou na saúde exterior. Eu me glorio na Essência que me preenche, esta Presença Divina, para que assim eu possa gastar o que tenho hoje e ser renovado; eu posso doar e compartilhar tudo o que o Pai me concede, e ainda conservar dentro de mim a Presença, a Substância, o Cajado da Vida, que, a seu tempo, aparece exteriormente como ainda mais outra mensagem, outro dólar, outra viagem, outra cura. Sempre, dentro de mim, está presente a Essência, a Substância, a Fibra, o Tecido daquilo que deve aparecer externamente".
É o nosso reconhecimento consciente dessa verdade o que faz com que a Presença do Espírito de Deus esteja disponível para nós.
Volte-se do Problema para o Eu
Sempre que um problema surgir em sua experiência, ou na experiência de outros que procuram a sua ajuda, não tente encontrar em sua mente uma solução para o problema, pois assim você estará buscando uma solução humana e empregando a capacidade humana na tentativa de resolvê-lo. Em vez disso, afaste-se imediatamente do problema e mantenha-se na realização deste Eu interior, que é Espírito, sabendo que esse Espírito é a solução para todos os problemas.
Aguarde em meditação até que você tenha o sentimento desta Presença, e então entregue o problema para Ela, e deixe-o ir. Não se debruce sobre o problema. Em vez disso, veja de que maneira Eu, o Espírito no meio de você, irá solucionar o problema. Eu irá sair e fazer o trabalho que for necessário para você, fará coisas que você nunca poderia conceber, e que você jamais poderia acreditar. Você não poderia fazê-lo por sua própria capacidade própria, nem poderia chegar ao mesmo resultado valendo-se de sua sabedoria. Tudo o que você pode fazer é voltar-se do problema para a realização de que Eu, dentro de você, é a solução do problema, e então aguardar em meditação até que você sinta Aquela Presença. Assim que o fizer, libere o problema, deixe-o ir. Não permita que o problema volte à sua mente. Deixe-o fora de sua mente, pois você já o liberou para o Eu que você é, o Eu dentro de você. Então você verá, em um, dois ou três dias mais tarde, como o problema foi resolvido de uma forma que você nunca poderia ter entendido ou realizado.
Onde Dois ou Mais Estão Reunidos
"Onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, ali Eu estarei no meio deles". Isso significa que dois ou mais devem estar reunidos no reconhecimento deste Eu como Onipresença. Quando nós nos reunimos e estamos na lembrança consciente de que o Eu está no meio de mim, o que significa que Eu está no meio de você, e que Eu está no meio de todos os outros, então nós somos esses "dois ou mais" reunidos em Meu nome – o nome que Eu Sou.
Não faria diferença onde poderíamos estar – em uma classe do Caminho Infinito, em uma ceia, ou num piquenique. Se estivermos na percepção consciente de que a presença do Eu em nós é a presença do Eu em todos os outros, então seremos os dois ou mais reunidos nesse Nome, desde que nos mantenhamos nessa realização.
Você certamente pode ver o milagre e a magia disso. Eu não posso sentir inveja do Eu que eu sou, mesmo que o Eu que eu sou esteja aparecendo como você. Eu não posso roubar ou querer roubar de mim mesmo; e assim, ao reconhecer que meu Eu é você, eu não posso tirar nada de você. Estando nesse reconhecimento nós compartilhamos uns com os outros. Por quê? Porque é o Ser compartilhando com o Ser – dois ou mais reunidos no único nome Eu: Eu no meio de nós.
Não poderia haver luta em qualquer nível, nenhuma discórdia ou desarmonia, se houvesse um constante reconhecimento do Eu. Sou Eu aqui; Sou Eu lá; e é o mesmo Eu, pois somos Um.
Libere! Libere! Libere!
Uma vez por dia, em suas meditações, lembre-se conscientemente de liberar Deus, no sentido de liberá-Lo de qualquer responsabilidade pelos males do mundo – quer sejam os males que se aproximaram de sua morada ou da morada de qualquer outra pessoa, quer sejam os males coletivos deste mundo. Lembre-se de liberar Deus no sentido de perceber conscientemente que nenhum mal tem sua fonte em Deus, e que nada que não provenha de Deus tem poder.
Ainda nessa mesma meditação, libere também toda a humanidade da responsabilidade, da culpa e da punição por seus pecados. "Pai, perdoa-os, porque eles não sabem o que fazem", quer sejam os pecados de seus amigos ou os pecados de seus inimigos; quer sejam ainda os pecados de sua nação ou os pecados de outras nações. Mas sempre lembre-se de que deve haver uma liberação, que deve ocorrer através de uma atividade consciente dentro de você.
"Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem. Perdoa-os como eu seria perdoado. Qualquer erro que ainda possa estar oculto em mim, Pai, perdoa-me, pois eu não o faço consciente ou intencionalmente".
Desta forma, ao liberar Deus da responsabilidade pelos males do mundo, retiramos todo o poder da natureza errônea ou maligna do mundo, porque qualquer potência que essa natureza possa ter vem de uma crença universal de que Deus é a causa das discórdias e desgraças do mundo. Portanto, quando liberamos Deus de tudo isso, é como se estivéssemos liberando do mal todo o poder que ele tem, e reduzindo-o ao nada.
Da mesma forma, ao liberarmos cada indivíduo, estamos cumprindo a Oração do Senhor: "perdoai nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores". Perdoe a nós na medida em que perdoamos aqueles que nos tem ofendido. É necessário haver uma liberação consciente todos os dias. Eu não me importo se estamos falando de americanos ou russos, se do governo dos Estados Unidos ou da Rússia. Eu não me importo se estamos falando dos chineses, dos espanhóis, ou seja lá quem for: "Pai, perdoai-os, porque não sabem o que fazem".
E então você encontrará, dentro de si, a própria libertação que você oferece aos outros. É dito que tudo o que afrouxamos é afrouxado conosco, e que todas as coisas que atamos são atadas junto conosco. O mesmo ocorre a nós interiormente: quando liberamos Deus da responsabilidade pelos males do mundo, estamos liberando a nós mesmos de todos os males. Ao liberarmos os pecadores da responsabilidade por seus pecados, libertamos os pecadores que nós próprios somos – ficamos liberados de todos os nossos pecados cometidos por ação ou omissão.
Em nossa experiência humana, é impossível não pecar. Pecamos todos os dias por dar falso testemunho contra alguém, seja ele um amigo ou inimigo. Fomentamos o falso testemunho todos os dias, e de muitas maneiras ficamos aquém do ideal cristão. Mas nós não seremos perdoado por nossos pecados a não ser na medida em que perdoarmos aqueles que pecaram contra nós, ou contra este mundo.
"Acima de tudo, não tenhas medo. Não tenhas medo, pois sou Eu. Em silêncio e confiança, perceba que Eu, no meio de ti, sou poderoso. Na quietude e na confiança, tu compreenderás: Não tenhas medo, eles têm apenas o 'braço da carne', as 'armas carnais'. Eu, no meio de ti, sou poderoso e nunca te deixarei, nem te desampararei. Somente não tenhas medo, não tenhas medo!"
"Acima de tudo, não tenhas medo. Não tenhas medo, pois sou Eu. Em silêncio e confiança, perceba que Eu, no meio de ti, sou poderoso. Na quietude e na confiança, tu compreenderás: Não tenhas medo, eles têm apenas o 'braço da carne', as 'armas carnais'. Eu, no meio de ti, sou poderoso e nunca te deixarei, nem te desampararei. Somente não tenhas medo, não tenhas medo!"
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