"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quarta-feira, janeiro 21, 2015

Diálogos conscienciais: Meditar, Perceber e Amar!


 - Núcleo -


De que forma o Amor está relacionado à meditação?

A resposta pode ser obtida através do compartilhamento a seguir de um diálogo entre a "mente" e a "Consciência", entre o "homem" e "Deus", entre o "personagem" e o "Ser”.

Personagem: O que é meditação?
Ser: Meditação é percepção.

Personagem: Como faço para aprender a meditar?
Ser: Meditação é percepção. Você já está percebendo…

Personagem: O que estou percebendo é que sou um ser humano que quer aprender a meditar.
Ser: Quem medita percebe que não é um ser humano…

Personagem: Se já estou percebendo, mas eu não percebo que não sou um ser humano, quem é o eu que está percebendo?
Ser: É seu Eu verdadeiro; é Quem já está percebendo…

Personagem: Se não percebo meu Eu verdadeiro, que é Quem já está percebendo, como posso percebê-lo?
Ser: Meditando…

Personagem: Mas o que é meditar?
Ser: Meditar é perceber…

Personagem: Parece que voltamos ao início! Meditar é perceber… Espere um momento… perceber o que?
Ser: É apenas perceber…

Personagem: De fato já estou percebendo algo!
Ser: Sim, foi o que Eu disse, você já está percebendo…

Personagem: Mas estou percebendo apenas o meu mundo, o que todos percebem com os cinco sentidos de percepção.
Ser: É o que você já está percebendo…

Personagem: Mas eu quero perceber a Realidade Divina, não a realidade humana, que os iluminados dizem que não é real. Como posso perceber a Realidade Divina?
Ser: Há apenas uma realidade, que é percebida meditando…

Personagem: Eu me rendo! Não consigo sair disso. Sei que não vai adiantar eu perguntar novamente o que é meditar…
Ser: Não é preciso se render, apenas siga a direção correta…

Personagem: Mas minhas perguntas acabam sempre voltando ao mesmo ponto…
Ser: Mesmo no nível das perguntas, no nível da mente, faça a pergunta correta! Não desista!

Personagem: Está bem. Vamos lá… O que é meditação?
Ser: Já dei esta resposta. Meditação é percepção.

Personagem: Perguntei como faço para aprender a meditar?
Ser: Já dei esta resposta também. Quer que a repita?

Personagem: Não. Quero saber qual a pergunta correta aqui?
Ser: Quando disse que meditar é perceber… já dei a deixa… abri todas as possibilidades a você.

Personagem: Por que em vez de “dar a deixa” você não me diz logo qual o caminho a seguir para eu poder meditar?
Ser: Porque é você que escolhe o caminho que quer seguir… Suas escolhas definem a realidade de quem você está sendo. Escolhas não alteram a possibilidade de meditar e perceber. A possibilidade de meditar e perceber estará sempre a sua disposição!

Personagem: Você disse que meditar é apenas perceber…
Ser: Sim, é apenas perceber…

Personagem: Se é apenas perceber… e não é perceber algo, o que você percebe?
Ser: Percebo apenas a Mim mesmo!

Personagem: Mas você está me percebendo, já que estamos tendo um diálogo!
Ser: Sim, estou te percebendo em Mim mesmo…

Personagem: Como assim, me percebendo em você mesmo? Não estamos separados? Não tenho realidade fora de você?
Ser: Não estamos separados, percebo apenas a Mim mesmo! E somos Um só!

Personagem: Já sou você e estamos vivendo a mesma Vida? Se é assim, porque não estamos vivendo a mesma realidade?
Ser: Só há uma Vida, Eu sou essa Vida e estamos vivendo esta Vida. Mas a realidade que você vê vem de um tipo de percepção e a realidade que vejo vem de outro…

Personagem: Então refaço a pergunta sobre a percepção! Você disse que meditar é perceber e então perguntei: Perceber o que? Refaço a pergunta: Que tipo de percepção?
Ser: A percepção que resulta em uma ação consciente.

Personagem: Que ação consciente? O que devo fazer?
Ser: De início perceba que perguntas e respostas estão na percepção da mente… Não se detenha nesse nível. A percepção que se expressa numa ação consciente pode ser expandida ao infinito. Saiba: Estou sempre meditando, sempre percebendo a Mim mesmo e a Minha Realidade, que é a nossa, a única. Somos Um, por isso você pode Me perceber, ou seja, você pode perceber-Se. Quando você imerge em Mim e Me percebe, percebe que em realidade Sou Eu Quem está Se percebendo… Neste sentido, nunca há alguém além de Mim que Me percebe… Sou sempre Aquele que medita, Aquele que percebe! Por isso disse que: “Quem medita percebe que não é um ser humano”.

Personagem: Um mestre deu a entender num poema que sou fruto da Sua imaginação… Eu sou fruto da Sua imaginação?
Ser: Que mestre deu a entender isso?

Personagem: Você não sabe que mestre?! Como é possível você não saber se somos Um; se estou em você?
Ser: Quem disse que não sei? Apenas perguntei que mestre deu a entender isso, porque sei que outros lerão este nosso diálogo e eles saberão a quem e ao que você está se referindo. Assim poderão acompanhar melhor este diálogo.

Personagem: Percebo… Bem, o mestre a que me referi é Meher Baba em seu poema "O amante e o Amado", onde ele escreve:

Deus é amor. E o amor deve amar. E para se amar deve haver um amado. Mas como Deus é Existência infinita e eterna, não há ninguém para Ele amar além Dele mesmo. E para poder amar a Si mesmo ele deve imaginar-se como o amado a quem Ele como o amante imagina amar. A relação amado e amante implica separação. E a separação cria anseio e o anseio resulta em procura. E quanto mais ampla e intensa é a procura maior será a separação e mais terrível será o anseio. Quando o anseio é o mais intenso a separação está completa e a finalidade da separação, que tinha a finalidade de permitir que o amor pudesse experimentar a si mesmo como o amante e o amado, é cumprida; e a União é o que resulta. E quando a União é atingida, o Amante vem a saber que o tempo todo ele próprio era o Amado a quem ele amou e com quem desejou a União e que todas as situações impossíveis que Ele superou eram obstáculos que Ele mesmo colocou no caminho para Si mesmo. Atingir a União é tão incrivelmente difícil porque é impossível tornar-se o que você já é! A união não é nada além do conhecimento de si mesmo como o Sujeito Único.

Eu me refiro ao trecho em que ele escreveu: “E para poder amar a Si mesmo ele deve imaginar-se como o amado a quem Ele como o amante imagina amar”Por isso fiz a pergunta se sou fruto da Sua imaginação?

Ser: Estamos falando da ação consciente que resulta da percepção. Como disse, estou sempre meditando, sempre percebendo a Mim mesmo. A Minha Realidade resulta deste tipo de percepção que produz sempre uma ação consciente e muito amorosa. O Amor é a Minha Realidade e você é a expressão do Amor!

Personagem: Sou expressão do Amor de Deus! Então, o que alguém deve fazer para “ver” em sua realidade esse Amor?
Ser: Aceita uma resposta breve?

Personagem: Sim, claro!
Ser: Deve Amar!

Personagem: Nossa, resposta muito breve! O que é Amar?
Ser: Amar é o Verbo que expressa a ação de alguém que percebe Quem somos.

Personagem: Está dizendo que nós somos Um e devemos perceber isso para amar?
Ser: Não. Eu já percebo isso por todos nós e estou compartilhando o que percebo. Você deve amar para “ver o amor”, perceber o que percebo; e para viver a Minha realidade!

Personagem: Por onde começar a amar?
Ser: Comece se harmonizando com “o céu e a terra”! Ou seja, harmonize-se com todos os seres, com tudo que percebe em sua realidade!

Personagem: Efetivamente como fazer isso?
Ser: Note que o tipo de percepção de que estamos falando não implica necessariamente em fazer algo. Você pode estar fazendo algo ou não e mesmo assim “amando o que faz” e “interagindo comigo”. É agindo assim, ou seja, amando que se ativa esta percepção! A chave é: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como ama a você mesmo.

Personagem: Sim, eu sei, sei do que trata este diálogo sobre amor e a percepção… Sei que podemos interagir como estamos interagindo e ter a percepção de “Quem” Sou. Nesta percepção instantaneamente Eu Me “percebo” e todas as perguntas e respostas cessam. A bem-aventurança advém desta percepção oceânica na qual tudo Se revela como o Ser Real que tudo É…
Ser: Então você Se percebe…

Personagem: Não. Percebo que não sou eu…; ao menos não esse eu que pergunta… Ocorre exatamente o que você disse! Você Se percebe!
Ser: Sim, percebo que somos Um!

Personagem: Posso compartilhar este diálogo com todos eles?
Ser: Com todos eles? Por enquanto compartilhe apenas comigo…

Personagem: Mas agora estou te percebendo em todos eles…
Ser: Então compartilhe com todos eles!

Assim sendo, por estar harmonizado com “o céu e a terra”;
Por perceber o que estou percebendo [ Deus em cada um ];
Por desfrutar o que estou desfrutando [a percepção divina],
Compartilho esse diálogo com a divindade, com o Mestre…
Com Aquele que apareceu como leitor!
Com Aquele que pode ainda aparecer como vários outros…
Percebo o Mestre em todos!
E a todos agradeço!

Namastê!


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