Dorothy Rieke
Seguramente, devemos começar pelo fato de que o homem nunca nasceu na matéria. Muitas pessoas, incluindo alguns Cientistas Cristãos, “trabalham” para se protegerem da transição da morte. Não será esse procedimento uma forma de começar pelo oposto do problema? Se se regozijassem no fato de que jamais haviam conhecido o nascimento material, reconheceriam igualmente o seguinte: que aquilo que nunca nasceu, nunca pode morrer. A pior e a mais perigosa mentira sobre o homem é a crença de que este tenha tido uma origem material.
Seguramente, devemos começar pelo fato de que o homem nunca nasceu na matéria. Muitas pessoas, incluindo alguns Cientistas Cristãos, “trabalham” para se protegerem da transição da morte. Não será esse procedimento uma forma de começar pelo oposto do problema? Se se regozijassem no fato de que jamais haviam conhecido o nascimento material, reconheceriam igualmente o seguinte: que aquilo que nunca nasceu, nunca pode morrer. A pior e a mais perigosa mentira sobre o homem é a crença de que este tenha tido uma origem material.
Não deveríamos então negar esta mentira mais do que qualquer outra? Em nosso livro texto, a Sra. Eddy oferece-nos uma notável interpretação espiritual dos versículos do capítulo 10 do Apocalipse: “Vi outro anjo forte descendo do céu, envolto em nuvem, com o arco-íris por cima da sua cabeça, o rosto como o sol, e as pernas como colunas de fogo, tendo na mão um livrinho aberto. Pôs o pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre a terra.” Acerca desta interessante visão, a nossa líder escreve na página 559 de Ciência e Saúde: “Esse anjo tinha na mão um “livrinho” aberto, para ser lido e compreendido por todos. Porventura esse mesmo livro continha a revelação da Ciência divina, cujo “pé direito” ou poder dominante estava sobre o mar — sobre o erro elementar, latente, fonte de todas as formas visíveis do erro? O pé esquerdo do anjo estava sobre a terra: isto é, um poder secundário era exercido sobre o erro visível e sobre o pecado audível.” Permaneçamos alertas para não colocarmos nosso pé unicamente sobre “o erro visível e o pecado audível.”
Uma vez negados a moléstia, a dor e o pecado, realizamos menos de metade do nosso trabalho — não nos devemos nunca esquecer de controlar e de reduzir a nada “o erro elementar e latente, a fonte de todas as formas visíveis de erro”, através de um claro reconhecimento da totalidade de Deus. O que é esse erro elementar? Não é mais nada senão a crença do nascimento do homem na matéria. Recordem-se que o anjo considerou importante colocar o pé direito ou poder dominante sobre a fonte de todas as formas visíveis do erro, a crença de um nascimento humano. Se o anjo tivesse podido apoiar-se num só pé, decerto teria escolhido o pé direito, pois uma vez dominado o erro latente elementar — a crença de que o homem nasce na matéria — nunca poderia existir nenhuma outra forma de erro visível. Não existiria nenhum corpo físico passível de desenvolver uma doença, nenhum sentido material capaz de experimentar uma dor, nenhum mortal contra o qual estar em conflito, nenhuma forma de matéria capaz de acumular o erro e nenhuma mente mortal ansiosa ou medrosa. Como é bom saber que o pé direito da Verdade onipotente está colocado sobre o erro latente do nascimento material, e reconhecermos e compreendermos que o homem é imortal.
A Sra. Eddy elaborou frases maravilhosas para melhor evidenciar o fato de que o homem nunca nasceu. Uma dessas afirmações trouxe-me uma cura e ajudou-me a compreender que, por nunca ter sido mortal, nunca poderia estar implicada num acidente. Eu tinha caído de uma determinada altura sobre um rochedo pontiagudo e ao voltar-me a Deus para pedir ajuda, recordei-me da seguinte declaração: “O homem (…) não pode decair de sua origem elevada.” Ao estudar a referida citação no livro texto, raciocinei que, se eu nunca havia nascido na matéria, era totalmente impossível eu cair. A passagem seguinte vos é decerto familiar: “Já que o homem nunca nasceu e jamais morre, ser-lhe-ia impossível, sob o governo de Deus na Ciência eterna, decair de sua origem elevada.” (pág. 258:28) A que corresponderá o fato de nunca haver nascido, de nunca ter tido concepção material? — interroguei-me. A resposta veio como se fosse Deus a falar-me: “A tua 17ª irmã nunca nasceu.” No primeiro instante, fiquei perplexa com tal resposta, mas refletindo mais um pouco, vi claramente que se a minha 17ª irmã nunca havia nascido na matéria, ela não possuía nenhum corpo físico que pudesse cair, e que nenhum poder podia ocasionar essa queda. Concluí que ela nunca havia deixado o céu pela terra, que ela nunca se tinha corporalizado ou materializado; ela habitava sempre em Deus, onde era impossível cair; o seu ser era espiritual, e por isso, estava ao abrigo de feridas ou contusões; a única substância que sempre a animara era o Espírito e como consequência, um ferimento não tinha qualquer razão de ser. Em seguida, regozijei-me pelo fato de tudo quanto era verdadeiro a respeito da minha 17ª irmã ser igualmente verdadeiro a meu respeito, porque também eu nunca nascera na matéria. Essa iluminação espiritual a respeito da minha verdadeira identidade espiritual foi confirmada mais tarde numa referência de Ciência e Saúde relativa à nossa imortalidade: “A Ciência divina dispersa as nuvens do erro com a luz da Verdade, levanta a cortina e deixa ver que o homem nunca nasce e nunca morre, mas coexiste com seu criador.” (pág. 557:22)
Naturalmente, seguiu-se uma cura instantânea e completa. Que melhor descrição do homem imortal podemos encontrar, senão aquela contida na epístola aos Hebreus (7:13): “sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de existência, entretanto feito semelhante ao Filho de Deus.”
Somos agora esse homem imortal. Através da iluminação da Ciência Cristã é possível compreender essa verdade, reivindicá-la e regozijarmo-nos com ela.
Essa epístola aos Hebreus levanta uma questão importante. Será que o apóstolo sugere que rejeitemos os nossos pais humanos? É de fato uma obrigação fazê-lo, se desejamos ser lógicos na reivindicação da nossa imortalidade. Como podemos afirmar que somos filhos de Deus e em seguida declarar que nascemos de determinados pais humanos? Recordemo-nos que não podem existir, em nós duas identidades — o filho do rei e o cigano. Existe apenas uma só identidade e essa corresponde ao filho de Deus. Jesus deixou-nos o seu exemplo, renunciando aos seus pais terrenos com apenas doze anos de idade e reconhecendo Deus como o seu único Pai, afirmando a Maria e a José “que se ocupava dos negócios do Pai”. Ele recusava todo parentesco humano, declarando: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? (…) qualquer que fizer a vontade ,de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe.” (Mateus 12:48, 50)
Seremos nós insensíveis, cruéis e ingratos ao negar a paternidade desses entes queridos a quem nós chamamos nossos pais e ao recusá-los como a fonte de nosso ser? Não, pelo contário, nós os abençoaremos. Em vez de vê-los como humanos, nascidos na mortalidade, sujeitos ao pecado e à doença, nós os abençoaremos como filhos imortais de Deus, espirituais, perfeitos, sujeitos unicamente às leis de Deus. São muitas as mulheres que foram curadas pela Ciência do mau funcionamento de orgãos físicos, de varizes e de outras dificuldades causadas por partos, por não se considerarem como mortais dando à luz a outros mortais, mas regozijando-se por serem seus filhos as expressões imortais do ser de Deus, não possuindo qualquer outra origem. Problemas de eczemas, asma e diabetes são bem menos suscetíveis de se desenvolverem nas famílias ou nas crianças que aceitam Deus como o seu único Pai e seu único Criador. E não se trata de uma falta de amor… de fato, é uma tomada de consciência da presença de um Amor muito maior, um Amor que liberta, e da ausência de pressões, de contrariedades e de limitações de um sentido humano de amor.
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