Julgar é perceber mentalmente!
O que pensa estar vendo quando julga? Está 
vendo o resultado do seu julgamento, da sua visão mental. Ou seja, você não saiu 
dos limites de sua própria mente. Nada “lá fora” foi de fato percebido, porque 
não há nada “lá fora”! Você está vendo o “universo mental”, uma concepção da 
própria mente. Não é o universo Real. Não é o “Jissô”; não é o “Reino de Deus”; 
não é a “Realidade Consciencial”.
Eu [sua real identidade] tem mostrado 
isso a você de diferentes formas, através de muitos mestres, que são divinos 
personagens que parecem estar “fora” de você. Um deles disse: “O Reino de Deus 
está dentro de vós.” O que está sendo dito agora é: Não tente ver isso de forma 
dual, ou seja, não tente ver isso com a percepção que concebe algo como estando 
“dentro ou fora”. A mente, que vê de forma dual, concebe o tempo assim: O 
passado está “fora” do presente; e da mesma forma, o futuro está “fora” do 
presente. Então, com essa concepção “o presente” vai ficando sempre “fora”, de 
instante a instante, porque vai se tornando passado… Mas, a vida está sempre 
presente, está sempre diante do foco de nossa visão. Vivemos o presente. Memória 
e Imaginação nos auxiliam nessa percepção do que é nossa vida. Instantaneamente 
concebemos o momento recente na memória e isso passa a ser o passado; e 
instantaneamente concebemos o momento próximo na imaginação e isso vem a ser o 
futuro. Memória e imaginação são concepções mentais. A vida é o presente. 
Passado e futuro são conceitos que estão em nossa mente, na mente do personagem. 
Mas não estamos passando por um caminho composto de passado, presente e futuro; 
nós Somos o próprio Caminho; Somos a própria Vida!
Nós Somos a Verdade. A 
revelação de Jesus ao dizer: “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida”, não foi apenas uma 
declaração sobre Quem Ele era, mas sim, é uma revelação sobre Quem você 
É! Cristo não está vivo no passado, não está fora, Ele está Vivo! Está vivo 
em você! Mas você não pode chegar a Ele, ou seja, não pode percebê-Lo, a não ser 
por Ele mesmo. Não podemos perceber o Cristo em nós a não ser através do próprio 
Cristo que Vive em nós. 
E aqui voltamos ao ponto em que foi dito: “Julgar é 
perceber mentalmente.” O que pensa estar vendo quando julga que o Cristo está no 
passado, que está “fora”? Está vendo apenas o resultado do seu julgamento, da 
sua visão mental. Com a percepção mental não chegará “ao Pai”, ou seja, não 
chegará a perceber Deus. Por isso no Núcleo é dito: “Perceba Quem faz”. Isto 
quer dizer: “Acesse o Cristo” que vive em você. Acesse esta percepção divina. 
Não julgue!
Se quiser você pode apenas receber as palavras de Cristo como 
revelações de sua própria Consciência, sem julgar. Cristo revelou: Eu e o Pai 
somos Um. Cristo revelou: Eu neles e tu em Mim, para que sejam todos 
“aperfeiçoados na Unidade”. Não tente julgar uma revelação dessas. Apenas a 
aceite “como criança”, com aquele espírito que não julga, mas que apenas desfruta o 
presente, a revelação que lhe é dada. Num instante qualquer perceberá que isto é 
verdade; e perceberá que Quem percebe isso em você não é sua mente, é o próprio 
Cristo em você! E então, por perceber Quem faz, assim como um apóstolo de Cristo 
você poderá dizer: "Vivo, mas já não sou eu Quem vive, é Cristo Quem vive em 
Mim."
Namastê.
Comentário:
Caros co-criadores,
Verdadeira e precisa é a percepção deste texto que aparece como a manifestação do SER: a causa primordial de nossa desconexão com a divindade é justamente 
o julgamento.
Apesar de ser algo prejudicial, porquanto embota nossa percepção (nossa 
ligação com a divindade interna), tem sido por muitos séculos o aspecto mais 
evidente em nós personagens; em qualquer situação que estejamos inseridos, o 
julgamento é sempre a primeira experiência que se apresenta.
Isso acontece porque o julgamento é o mecanismo mais eficiente que a mente 
possui; ela não funciona sem a análise das informações captadas pelos cinco 
sentidos e uma posterior conclusão. Tal mecanismo é quase que instantâneo.
Para nosso alívio contudo, o SER nunca nos deixou desamparados e, através 
dos tempos, sempre se manifestou de forma mais expressiva, “aparecendo como” 
personagens despertos, todos eles divulgando a mesma mensagem: o mestre não 
sou eu mas sim O EU. Foi assim com Pitágoras, Apolônio de Tiana, Simão 
Magus, Jesus e TODOS seus apóstolos, Buda, Mohamed, Krishna, Rama, 
Gandhi, Sai Baba e um sem número de outros personagens, talvez não tão 
famosos, porém igualmente cientes da unidade onipresente.
Auspicioso porque não depende mais de um mestre distante, inacessível e 
detentor de todos os poderes do universo, mas sim, através de personagens 
comuns, que vivem o dia-a-dia igual todos os outros personagens, que não 
descartam a percepção mental e não propõem nenhum dogma ou fórmula mágica 
para a ascensão espiritual, exceto a insistência em que alguns princípios 
devem ser não só praticados, mas também preservados, se é que queremos mesmo 
viver a Realidade e não mais o que nosso julgamento nos apresenta.
Assim, os princípios de não julgar, de perceber que “EU aparece como”, e 
de que “O mestre é DEUS”, precisam nortear nossas vidas; não podem ser 
questionados; não podem ser mudados, não porque seja uma religião com dogmas, 
mas dado nossa afirmação de que queremos interagir com o SER e não reagir aos 
personagens (outro ensinamento nuclear), é preciso desligar o automático do 
julgamento, das percepções puramente mentais, pois caso continuemos nesse 
automático, não conseguiremos a transcendência que estamos dizendo que 
queremos.
Os ensinamentos do NÚCLEO, como o de todos os “mestres” que caminharam por 
este mundo, não são teorias idealizadas por um personagem inteligente, mas 
sim revelações provenientes de percepções conscienciais profundas; 
são resultado de interiorização e consequente acesso ao que na Índia é 
chamado de “registro akáshico”, que nada mais é do que o desvelar do Deus 
interno, que motiva todas as ações (mais uma revelação nuclear).
Caso nossa real determinação seja esse encontro com a divindade interna, 
as ferramentas para isso encontram-se nesses princípios, que não são novos, 
mas que trazem nova roupagem ao “religare”, na medida em que permite a todos, 
sem exceção de raça, credo, ou dogmas, desvelar esse Deus.
Nossa parte, é fazermos a nós mesmos a pergunta: o que realmente você 
quer?
OM SAI RAM


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