"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

segunda-feira, setembro 09, 2013

"A Vida Impessoal" - 10/18



10 - O BEM E O MAL 

354. No Jardim do Éden, onde habitavas antes de entrar em tua missão Terrena, crescia essa árvore cujo fruto é chamado o Conhecimento do Bem e do Mal. 

355. Enquanto habitavas nesse Jardim, eras ainda completamente Impessoal, porque não havias provado do dito fruto. Mas havendo cedido ao Desejo, o Agente Terreno de Minha Vontade, cuja principal tarefa é fazer-te comer do fruto, no momento mesmo em que dele comeste, desceste, ou caíste, ou foste obrigado a sair de teu estado Edênico (tal como o pintinho sai da casca do ovo e a rosa surge do botão) então, te achaste envolto em condições de todo novas e estranhas. Pois que, agora, em vez de ter domínio sobre os reinos inferiores que devem prover todas as tuas necessidades, tiveste que lavrar a terra para que desse fruto e ganhar o pão com o suor de teu rosto.

356. Tendo assumido essa missão Terrena, tornou-se agora necessário que entrasses plenamente em todos os estados da vida Terrena, com o fim de desenvolver uma mente e aperfeiçoar um corpo, capazes de expressar perfeitamente Minha Ideia na Terra, - o que constitui a verdadeira causa e a razão de tua entrada nessa condição de Sonho. 
 
357. Havendo, pois, caído ou saído de teu estado Edênico ou Impessoal, te rendeste por completo às seduções desse Mundo de Sonho, permitindo. ser totalmente guiado pelo Desejo, já não mais eras capaz de ver a Realidade ou a Alma das coisas; porque te revestiste de um corpo físico, uma envoltura terrena, com um cérebro humano, que agia como um véu à Consciência de tua Alma, e de tal modo ofuscava tua Visão e nublava tua mente, que a luz, da Verdade já não podia penetrar, e tudo passou a tomar um falso colorido e a ser desfigurado pelo teu entendimento humano. 
 
358. Nesse estado de Sonho, passaste a ver todas as coisas confusamente, como através de uma névoa; e com esta cerração ocultando tudo, não pudeste ver as coisas em sua Realidade, senão unicamente sua aparência nebulosa, a qual, todavia, agora te parecia como coisas reais. 
 
359. E isto assim foi com tudo o que viste através de teus olhos de Sonho, tanto com respeito às coisas animadas como às inanimadas, assim como com tudo o que concebias em tua mente humana, até mesmo com teu próprio SER e os demais Seres que te rodeiam. 
 
360. E, assim, não mais vendo a Alma das coisas, mas somente suas sombras nebulosas, estabeleceste em teu pensamento que estas sombras eram substância verdadeira, que o mundo que te rodeava estava constituído e pleno de tal substância. 
 
361. Essa névoa foi somente devido a Luz da Verdade ter se tornado invisível à tua mente humana, cujo intelecto, como uma lente imperfeita, anuviou e distorceu tudo, fazendo tudo aparecer como Real, mantendo tua consciência continuamente ocupada com essas miríades de ilusões do teu Mundo de Sonho. 

362. Agora, o intelecto é uma criatura (criação) do Desejo, totalmente controlada por ele, - e não é como muitos o supõem, uma faculdade da Alma. Em outras palavras, essa névoa era, portanto, as lentes empanadas de teu intelecto humano, o qual por estar sob o domínio do Desejo, retratava e interpretava falsamente à tua consciência cada imagem, ideia e impulso que Eu intuía ou inspirava de dentro, ou atraía de fora, durante o processo do Meu despertamento de tua consciência ao reconhecimento de Minha Ideia em teu interior, sempre exigindo expressar-se no exterior. 
 
363. Tudo isto, entretanto, o fiz propositadamente através do veículo do Desejo, com o objetivo de conduzir-te conscientemente até o coração mesmo das condições Terrenas. 
 
364. E, se bem é certo que esta falsa visão, inspirada pelo Desejo, causou muitos tropeços, muitas dificuldades e sofrimentos, fazendo com que até fosses perdendo, gradualmente, a confiança em Ti Mesmo, no teu SER - em Mim, o Uno Impessoal em teu interior, - pois, de fato, Me chegaste a esquecer, de tal modo que não soubeste a quem recorrer em teu desespero; não obstante, foi justamente por teres perdido, por completo, a memória de teu estado Divino, e teres centralizado toda tua consciência nessas condições terrenas, que Eu pude desenvolver tua mente e vontade humanas, e todas as tuas faculdades e prover-te do teu corpo humano com a força e poderes que Me permitiram a Mim a dar perfeita expressão à Minha Divina Ideia na Terra, a qual finalmente haverá de SER. 
 
365. Assim, por meio de teus erros, dificuldades e sofrimentos, o Desejo de libertar-te deles, fez que surgisse em tua mente a Ideia do Mal; e de igual modo, quando esses transtornos não existiam, Isso te inspirava a Ideia do Bem. 
 
366. A todos os aspectos ou aparências que apresentavam as diversas coisas e condições, atribuíste as qualidades de Bem ou Mal, segundo satisfaziam ou não ao Desejo, Meu Agente, ou em Realidade, Meu Ser Humano; ou mais claramente; Tu em tua personalidade humana. 
 
367. Todas essas condições e experiências de vida, que passaste a sentir, e que quando te satisfaziam, te pareciam o Bem, e, quando te desagradavam, o Mal, eram meros incidentes produzidos pelo Desejo, para estimular em ti certas qualidades da Alma, que te haveriam de capacitar para reconheceres as Verdades que Eu, eu em teu interior, desejava naquele momento deixar impressas em tua consciência. O aparente Mal era o aspecto negativo do Fruto da Arvore, que sempre te tentava com sua beleza aparente e pelo deleite que te produziu ao prová-lo pela primeira vez, induzindo-te a seguir comendo dele, até saciar-te ou até que seus efeitos danosos se manifestassem e se tornassem uma maldição, provocando a desilusão final; o que serviu para forçar-te a voltar, humilhado, para Mim, teu Verdadeiro Ser, Quem, pela nova consciência assim despertada, tornou-se então capaz de extrair a Essência do Fruto e incorporá-la em substância e tecido da Alma.

368. Semelhantemente, o aparente Bem era o aspecto positivo do Fruto, o qual pondo-se de manifesto por si mesmo, através do teu reconhecimento e obediência ao seu influxo estava agora permitindo que desfrutasses de seus efeitos felizes e naturais e recebesses os benefícios externos de Minha carinhosa inspiração e orientação. 
 
369. Este tu, que era conduzido pelo Desejo através de todas essas experiências, foi só tua personalidade humana, que o Verdadeiro Tu estava disciplinando, preparando e fazendo progredir, para que pudesse se tornar um instrumento perfeito para Teu uso, na expressão de Minha Ideia, incessantemente buscando manifestar na carne Sua perfeição. 
 
370. E tu fizeste tudo isso, obrigando a tua personalidade humana, não só a comer do fruto da chamada Arvore do Conhecimento do Bem e do Mal, mas a viver dele, até que houvesses visto e conhecido todo o chamado Mal, e depois de haver vivido dele e com ele, nele descobrisses o gérmen do chamado Bem, e havendo-o colhido, o examinasses em todos os sentidos, de forma que, a partir desse .momento em diante, conheceste que o Bem e o Mal não tinham existência real e nada mais eram do que termos relativos descritivos de condições externas vistas de ângulos diferentes, ou que eram somente diferentes aspectos externos de uma Verdade central interior, cuja Realidade era o que Tu buscavas Conhecer, Ser e Expressar. 
 
371. No transcurso dos últimos séculos, tens estado, por assim dizer, gradualmente, eliminando uma camada após outra da consciência humana, dissipando a névoa ou encantamento que o intelecto projetou em tua mente; subjugando, controlando, espiritualizando, e, assim esclarecendo ao próprio intelecto; até que, agora, começas, já, a despertar e a ver, pelas camadas remanescentes, cada vez mais tênues, lampejos ocasionais de Mim, a Grande Realidade Una, dentro de todas as coisas. 
 
372. Todo este tempo, Tu o Onisciente e Impessoal EU SOU de Ti, estiveste fazendo tudo isto conscientemente e intencionalmente, mas não com o propósito de adquirir simples conhecimento com respeito às coisas e condições terrenas, como teu intelecto o tem proclamado de maneira tão ruidosa e autoritária, mas para que pudesses colher o que havias semeado nas remotas épocas passadas e manifestar na Terra, Minha Ideia Perfeita, tal como a estás manifestando agora no estado Impessoal, Tua Celestial Morada. 
 
373. Tu, tem bem presente, és o Grande Eu Impessoal, o EU que SOU, que faço tudo isto, que estou continuamente mudando de aspecto exterior, porém que, no interior, SOU eternamente o mesmo.

374. O interminável suceder-se das Estações - a Primavera, com sua ativa semeadura; o Verão, com seu cálido e repousado amadurecer; o Outono, com suas munificentes colheitas; o Inverno, com sua fria e tranquila abundância; ano traz, ano, vida traz vida, século traz século, era traz era - nada mais são do que a expressão e a inspiração (o exalar e o inalar) de Minha Ideia, que obedece ao influxo de Minha Inspiração, através da Terra e por Teu Conduto, por Ti, Atributo Meu, e através de todos os meus outros Atributos, durante o processo de desabrochamento, em estado de manifestação externa, da perfeição de Minha Natureza. 
 
375. Sim, Eu faço tudo isto por Teu intermédio, porque Tu és uma expressão de Mim, porque só através de Ti, Meu Atributo, posso Eu expressar o Meu SER, posso Eu SER. EU SOU, porque Tu ÉS, Tu És porque EU SOU e que expresso Meu SER. 
 
376. EU SOU (ESTOU) em Ti como o carvalho está na semente. Tu és EU como o raio de sol é o Sol. Tu és uma fase de Mim em manifestação. Tu, um de Meus Atributos Divinos, estás eternamente tentando manifestar a Minha Perfeição através de Tua personalidade mortal. 
 
377. Tal como o artista vê em sua mente o quadro perfeito que quer pintar, enquanto sua mão se sente impotente para transportar à tela a verdadeira qualidade e efeitos que ele vê com os grosseiros veículos de que dispõe, como são pincel e cores, assim, Tu me vês a Mim dentro do Teu SER e sabes que somos Um, mas pela imperfeição do material terreno de tua personalidade humana, com seu corpo animal, sua mente mortal e intelecto egoísta, estás sempre impedido de Me manifestar com perfeição. 
 
378. Entretanto, Eu criei teu corpo, tua mente e intelecto, com o fim de expressar Meu Ser através de ti. O corpo, o criei à imagem de Minha Perfeição; a mente dei-te para que por ela te informasses de Mim e de Minhas Obras; o intelecto eu dei-te para que com ele interpretasses Minha Ideia, segundo EU a inspirei à mente. Porém, tens sido tão distraído pelas fases humanas deste corpo, mente e intelecto, e seus usos externos, que te esqueceste de Mim, a Una e única Realidade interior, cuja natureza Divina EU SOU, sempre buscando manifestar-Me a ti e através de ti. 
 
379. Mas, sabe que se aproxima o tempo quando esses usos externos não mais te distrairão e Minha Realidade te será revelada em toda a glória de sua perfeição, dentro de Ti.

380. Porém, tu, quando Eu assim revele Meu Ser, não serás mais bem-aventurado que antes, a menos que aquilo que Eu tenho revelado se converta, para ti, no Pão da Vida e que vivas e manifestes a Vida que te é revelada.
 
Cont...
 

2 comentários:

Silvano disse...

Divinos personagens,
Neste ponto da mensagem de A Vida Impessoal é revelada a relação que existe entre “a visão que vê a Luz da Verdade” e “a visão que vê através de teus olhos de Sonho”...
Foi escrito:
358. Nesse estado de Sonho, passaste a ver todas as coisas confusamente, como através de uma névoa; e com esta cerração ocultando tudo, não pudeste ver as coisas em sua Realidade, senão unicamente sua aparência nebulosa, a qual, todavia, agora te parecia como coisas reais.

359. E isto assim foi com tudo o que viste através de teus olhos de Sonho, tanto com respeito às coisas animadas como às inanimadas, assim como com tudo o que concebias em tua mente humana, até mesmo com teu próprio SER e os demais Seres que te rodeiam.

360. E, assim, não mais vendo a Alma das coisas, mas somente suas sombras nebulosas, estabeleceste em teu pensamento que estas sombras eram substância verdadeira, que o mundo que te rodeava estava constituído e pleno de tal substância.

361. Essa névoa foi somente devido a Luz da Verdade ter se tornado invisível à tua mente humana, cujo intelecto, como uma lente imperfeita, anuviou e distorceu tudo, fazendo tudo aparecer como Real, mantendo tua consciência continuamente ocupada com essas miríades de ilusões do teu Mundo de Sonho.

Agora confrontem o que foi escrito neste mesmo blog em http://busca-espiritual.blogspot.com.br/2013/06/um-mergulho-na-imensidao-oceanica-do-ser.html
Ou acessem http://nucleu.com/2012/08/20/um-mergulho-na-imensidao-oceanica-do-ser/
onde está escrito:
“Assim como o Ser se percebe como Único os personagens se percebem como
incontáveis…
O Ser se percebe como real e os personagens se percebem como reais…

Silvano disse...

Eis a representação divina!
Os personagens se percebem como reais…
Personagens não são seres reais, a não ser para si mesmos…
Assim, a não ser na representação, ou seja, a não ser do ponto de
vista dos personagens, a representação é real;
Por ser uma representação divina ela é realística, ou seja, parece ser
real para os personagens.
Assim, o universo material, por ser uma representação divina, ele é
realístico, ou seja, parece ser real para os personagens.
O tempo, por ser uma representação divina ele é realístico, ou seja,
parece ser real para os personagens.
O espaço, por ser uma representação divina ele é realístico, ou seja,
parece ser real para os personagens.
Os personagens, por serem representações divinas eles são realísticos,
ou seja, parecem ser reais para os personagens.
Enfim, todo o cenário material, tempo, espaço e os próprios
personagens, por serem representações divinas eles são realísticos, ou
seja, parecem ser reais para os personagens.
Há duas percepções possíveis, uma delas percebe o Ser Real; a outra,
percebe a representação do Ser…
A primeira percepção é real; a outra é realística.
No momento em que perceber que a representação é o que é, ou seja, que
é uma representação, estará percebendo o real!
Não haverá o que temer, pois, ela já não será o seu Senhor e não te
afetará como pode estar te afetando hoje. Você poderá inclusive
descartá-la! O fim da representação não acarreta o fim do Ser, nem
sequer o afeta! [Quem você É não é afetado por quem você está sendo!]”

A paz seja com todos!