"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

domingo, setembro 08, 2013

"A Vida Impessoal" - 9/18



9 - O JARDIM DO ÉDEN 
 
323. Quer hajas ou não logrado uma concepção clara do que acaba de ser afirmado, não o desprezes como algo impossível de compreender. Porque em cada linha está oculto um significado, que recompensará, com vantagem, teu esforço no estudo necessário para compreendê-lo. 
 
324. Esta Mensagem tem por objetivo despertar-te à compreensão clara do que Tu és: despertar-te à realização de teu verdadeiro Ser. Pretende ela fazer-te consciente, uma vez mais, de Mim, teu Ser Divino, porém de tal maneira consciente que jamais sejas novamente enganado por esse outro "eu" que tens imaginado que és tu, e que por tanto tempo te tem tentado, alimentando-te com os insatisfatórios prazeres dos sentidos, com suas dissipações mentais e deleites emocionais. 
 
325. Mas antes de que isso possa suceder, te será necessário conhecer perfeitamente a esse outro suposto "eu"; a esse "eu" que Tu criaste, ao imaginá-lo mentalmente como sendo real e separado de Mim, e que tens mantido vivo, dando-lhe poder, por esse meio, de seduzir-te e enganar-te; sim, esse "eu" autocriado com sua jactância, seu orgulho, suas ambições e poder imaginário, com seu amor à vida e às possessões materiais, sua vaidade de ser considerado sábio ou bom, - porém, cujo "eu" é simplesmente tua personalidade humana, a qual nasceu só para morrer como uma identidade separada, e, como tal, não tem maior permanência ou realidade que a folha, a neve e a nuvem. 
 
326. Sim, serás colocado face a face com esse insignificante "eu" pessoal e depararás, com perfeita visão, todo seu sórdido egoísmo e vaidades humanas; e, então, - se te voltares a Mim e pedires com singela fé e confiança - aprenderás que Sou Eu a parte Infinita e Impessoal de Ti, que habita sempre em teu interior, quem assim te mostra todas estas ilusões da personalidade, que por tantas eras te tem separado em consciência de Mim, Teu glorioso Ser Divino. 
 
327. Esta realização virá, seguramente, quando puderes reconhecer que esta Mensagem procede de Mim e, quando determinares que tal assim é, Para Ti, a quem Eu tenho inspirado a tomar tal determinação, farei, a seu tempo, que cada ilusão desapareça, e, então, em verdade Me conhecerás.

328. O exercício de tua mente ao esforçar-se em penetrar no tema abstrato destas linhas não te prejudicará. Pelo contrário, é o que ela necessita. Por que, não antes que possas captar Meu Propósito, quando te for apresentado na forma de ideias como as aqui contidas, procedentes do exterior, poderás perceber e interpretar corretamente Minha Ideia quando Eu te inspire do interior. É deste modo que EU SOU prepara a tua mente, a fim de que, pelo USO dela, recebas, não maior conhecimento terreno, mas para que possas receber e passar adiante Meu Divino Conhecimento àqueles a quem Eu farei vir a ti com tal propósito. 
 
329. Com uma prece a Mim, Teu Próprio e Verdadeiro Ser, teu Pai-nos-Céus, para que venha essa verdadeira realização, lê atentamente o que segue. 
 
330. No decurso de nossas considerações a respeito do processo de desenvolvimento de Minha Ideia, chegamos até onde o EU SOU de ti, manifestando-se no Corpo Imortal de tua Alma, ou seja, na Imagem Mental criada por Meu Pensamento, está agora pronto para tomar uma forma substancial, uma forma adequada para a expressão Terrena de Meus Atributos. 
 
331. Esta transformação da forma mental em forma mortal operou-se da mesma maneira e processo de todo o pensamento e de toda criação, e está literalmente descrita na Bíblia, onde se lê: "Eu formei o homem do pó da terra e soprei em suas narinas o sopro da vida; e o homem tornou-se uma alma vivente". 
 
332. Devo explicar melhor? Que o poder vivificante contido em Minha Ideia (tua alma) começou a atrair para si os diversos elementos da substância da vida (pó), átomo por átomo e célula por célula, moldando cada um no decurso de certo tempo, até dar-lhe forma em substância real, segundo o molde ou padrão da Imagem Mental que constitui teu Corpo-Alma, formando, dessa maneira, uma camada Terrena externa, por assim dizer, até que, finalmente, tua forma mortal se tornou efetivamente manifesta no sentido psíquico, se bem que não ainda ao que se denomina de sentido físico. Após o que, estando tudo preparado para esse momento cíclico, Tu, Meu Atributo sopraste dentro e depois através das suas narinas (desde o interior) o sopro da vida, e foi, então, quando, pela primeira vez, apareceste Tu na Terra como um ser humano, - uma Alma vivente (Minha Ideia, agora capaz de expressar-se conscientemente através de um veiculo terreno adequado), contendo dentro do teu SER todos os Meus Atributos, todos os Meus Poderes e todas as Minhas Possibilidades.

333. Ficaram, assim, agora manifestados todos os múltiplos veículos para a expressão Terrena de Minha Ideia; e sendo Tu um de Meus Atributos, tiveste, naturalmente, domínio sobre todos esses veículos, ou passaste a possuir o poder de utilizar a qualquer deles ou a todos, se necessário, para a completa e total expressão de Teus poderes e possibilidades - os poderes e possibilidades de Meu Atributo. 
 
334. Desta maneira, e unicamente por esta razão, Tu e Teus Irmãos e Irmãs vos constituístes em manifestação humana. Apesar de tua forma humana, Tua expressão era tão inteiramente Impessoal, que, conquanto já te tivesses tornado autoconsciente, todavia, te dirigias completamente a Mim no teu interior, na busca de inspiração e orientação. 
 
335. Esta foi, pois, a primeira condição na qual despertaste quando ingressaste na Terra (como criatura humana) e é o que se denominou de estado Edénico ou habitar no Jardim do Éden. 
 
336. Este estado Edênico representa a fase Celestial da Consciência Impessoal, ou aquele estado no qual Tu estavas ainda conscientemente Uno Comigo, apesar de agora confinado em um veículo mortal de expressão. 
 
337. Bem, agora não te direi detalhadamente como ou por que tornou-se-me necessário "expelir-te" (a Ti, agora manifestado como Homem ou Humanidade) para fora do Jardim do Éden, senão apenas o suficiente para fazer-te ver a parte que o Desejo exercer na expressão Terrena, e sua relação com Minha Vontade; a forma como ele centraliza teu interesse nas coisas externas e faz com que esqueças a Mim em teu interior. 
 
338. Quando isto se te tiver tornado claro e quando perceberes algo das Minhas razões, então, talvez poderás compreender a necessidade de fazer com que Tu (Humanidade) caísses primeiramente em um profundo sono (pois já havias chegado ao término de outro Ciclo, chamado um Dia Cósmico) e de deixar-te sonhar que havias despertado - mas, na realidade, estavas dormindo e ainda segues dormindo, e tudo, desde aquele dia até o dia de hoje, inclusive todos os aparentes acontecimentos e condições terrenas, tem sido apenas um Sonho do qual despertarás plenamente somente quando Tu (Humanidade) te tornares nova e totalmente consciente de Mim em teu interior -, e de não mais te considerares a Ti mesmo (Humanidade), como "um" no exterior, senão como dois; ou seja: uma parte ativa, pensante, agressiva, chamada daí em diante homem, e a outra passiva, sensível e receptiva, isto é, "homem-matriz" ou mulher.

339. Também compreenderás a necessidade dessas aparentes influências terrenas, para desapegar Tua consciência dos deleites puramente celestiais e retê-la nessa nova condição de Sonho, a fim de desenvolver uma mente mortal, para que, por meio de suas naturais tendências egoísticas, Tu possas centralizar-te, por completo, em Tua missão Terrena de expressão mortal; 
 
340. E a sabedoria de fazer essas influências, através da Serpente do Egoísmo (forma a que EU as fiz tomar em tua mente) gerarem, primeiramente, na parte passiva, sensível, receptiva de Ti, o Desejo - o agente mortal de Minha Vontade -, que se destinava a suprir os motivos e a força para a ulterior e completa expressão de Meus Atributos na Terra. 
 
341. E, finalmente, compreenderás a necessidade de que o Desejo exercesse sua influência fascinadora sobre Ti (Humanidade) a fim de que Tua natureza Celestial ou Impessoal pudesse ser mantida em profundo sono, até que, em teu Sonho, pelo livre, ainda que ignorante uso de Minha Vontade Tu pudesses provar e comer em abundância do fruto da chamada Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, para que, comendo dela, pudesses apropriadamente aprender a discernir e conhecer seu fruto tal qual é; adquirindo, desse modo a força para usar com sabedoria e de maneira perfeita o conhecimento assim adquirido somente na expressão de Minha Ideia. 
 
342. Possivelmente, já agora possas também compreender como em teu Sonho te tornaste mais e mais absorvido e ligado a esse falso estado terreno, primeiro por haver comido do fruto e aprendido a conhecer o Bem e o Mal, e, depois de conhecer esse mundo novo e tentador que assim se abria ante ti, morrendo para a Realidade oculta atrás de tudo isso; e de como e porque te deste conta de que estavas nu - tanto a parte mental como a parte sensitiva de Ti; e também porque tiveste medo e trataste de esconder-te de Mim, criando, assim, em tua consciência, a sensação de estar separado de Mim. 
 
343. E, agora, talvez possas compreender porque tudo isso teve que ser assim; porque Tu (Humanidade) tiveste que deixar teu estado Edênico de Consciência Impessoal e perder teu SER por completo às ilusões terrenas deste Mundo de Sonho, a fim de ficares capacitado a criar um corpo e desenvolver nele uma consciência própria ou autoconsciência capaz de expressar plenamente Minha Perfeição. 

344. Assim nasceu Tua personalidade humana, e, desde seu nascimento, Eu Te tenho impelido a nutri-la, a sustentá-la e fortalecê-la enchendo-te de ambições, esperanças, aspirações e desejos, com todas as variadas manifestações do Desejo, que são nada mais do que as fases humanas de Minha Vontade, que estão levando a cabo a preparação e o desenvolvimento de um instrumento capaz de expressar perfeitamente Meus Atributos no Mundo. 
 
345. E, assim, Eu Falei a Palavra e Te expulsei do Jardim do Éden, cobrindo-te com uma "envoltura de pele", ou, em outras palavras, de carne da mesma forma que aos outros animais. E, então, a fim de que Tu pudesses entrar até o coração das condições Terrenas, à Terra verdadeira, à Terra de Minha Ideia - não a de teu Sonho -, e poder vivificar a Minha Ideia aí latente e dar-lhe vida ativa e expressão, Tu, Meu Atributo, tinhas que possuir um organismo, assim como uma envoltura apropriados às condições nas quais Tu irias a manifestar em teu Sonho. 
 
346. Similarmente, ao dar-te uma envoltura de pele, provi, com isso, a Minha Ideia de uma forma adequada para sua expressão Terrena; isto é, Te dei o poder de expressar Teu SER através de um organismo definitivo, por meio de palavras. 
 
347. No impessoal não há necessidade nem se usam palavras, só existem e se expressam ideias. Elas simplesmente São, porque são a expressão das várias fases de Meu Ser. 
 
348. Mas nessa condição de Sonho, em que cada expressão nos estágios iniciais do ser externo tinha que ter uma forma e substância que pudesse ser ouvida, vista, sentida, cheirada e provada, a fim de que o seu significado pudesse ser claramente percebido, houve, naturalmente, necessidade, de prover organismos capazes de serem usados para o duplo propósito de expressar e de compreender o que estava sendo expressado. 
 
349. E à medida em que Minha ideia se desdobrava por si mesma depois de tua expulsão do Éden, Tu - um de Meus Divinos Atributos contido dentro de Minha Ideia de tal Atributo em expressão, contido por sua vez, dentro da Imagem-Pensamento do Meu SER e, finalmente, manifestando-te materialmente na forma Terrena de Palavras, quando impelido por Minha Vontade, sob o aspecto do Desejo de expressar Meu Significado - começaste rapidamente a "crescer e multiplicar". 
 
350. Em Tua busca para encontrar as condições mais favoráveis para a manifestação de teus atributos particulares, Tu foste, gradualmente, expandindo-te sobre a face da Terra, vivificando e despertando a Inteligência latente em todas as formas de vida com as que te puseste em contacto, para uma expressão mais ampla e ativa das fases particulares de Minha Ideia.

351. Assim se foram formando os diferentes Idiomas da Terra, cada um composto de muitas palavras, todos eles nascidos do Desejo na mente humana de expressar, em termos terrenos, as infinitas fases de Minha Ideia, sempre emergindo do interior. 
 
352. Quanto mais a mente humana assim se esforçava para expressar - em Palavras - Minha Ideia, maior e desconcertante tem sido seu fracasso. 
 
353. A seu devido tempo, virá o Grande Despertar - que todas as palavras nada mais são do que Símbolos da Ideia Una, e que todas as Ideias, de qualquer natureza, não são mais do que fases da Ideia Una, Minha Ideia do Meu SER em Expressão, - e que todo desejo de expressar em Palavras essa Ideia será inútil, sem a consciência de Minha Vontade, como a Una e única fonte de Inspiração. Igualmente todo o desejo de expressar essa Ideia em atos vivos, sem perder toda consciência da personalidade humana - da tua participação pessoal em ditos atos, e concentrando teu "eu" completamente em Mim - será vão e infrutífero e redundará somente em fracasso, desapontamento e humilhação. 

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*Obs: Creio conveniente advertir, para dar maior claridade sobre este ponto, que, em idioma inglês, a palavra Woman (mulher) está composta das primeiras duas letras de womb (útero, matriz, madre, caverna, seio, entranha), e a palavra man (homem ou varão) ; dai a necessidade de traduzir o termo "womb-man", que aparece no original, como "homem-matriz'. (N, do T.).

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