Paramahansa Yogananda
"Provai, e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele confia." (Salmos 34:8)
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"Fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se Eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes." (Malaquias 3:10)
Você mereceria que papai o deserdasse, Mukunda! Que tonto é, desperdiçando a vida! - Um sermão de meu
irmão mais velho me agredia os ouvidos. Jítendra e eu, recém-saídos do trem e
cobertos de poeira, tínhamos chegado ao lar de Ananta, recentemente transferido
de Calcutá para a velha cidade de Agra. Meu irmão era auditor no Departamento de
Obras Públicas do Governo.
- Você bem sabe, Ananta, que
procuro minha herança do Pai Celeste.
- Em primeiro lugar, o dinheiro; Deus pode vir depois! Quem sabe? A vida pode ser muito longa.
- Deus, em primeiro lugar; o dinheiro é Seu escravo! Quem sabe? A vida pode ser muito curta. - Minha réplica fora provocada pelas circunstâncias, e não a apoiava nenhum pressentimento (mas ai de mim, a vida de Ananta, de fato, terminaria em breve!). "Conheço esse olhar", pensei. Está tramando uma cilada!..
A trama urdida chegou a seu desfecho durante nossa primeira refeição na manhã seguinte.
- Você, então, se sente muito independente da riqueza de papai. O olhar de Ananta expressava inocência enquanto ele voltava às farpas da conversação do dia anterior.
- Estou consciente de minha dependência de Deus.
- Falar é fácil! A vida lhe serviu de escudo até agora! Mas que situação de apuro se você fosse obrigado a recorrer à Mão Invisível para seu alimento e abrigo! Logo estaria mendigando nas ruas!
- Nunca! Não depositaria minha fé nos transeuntes em vez de colocá-la em Deus! Ele pode conceber para Seu devoto milhares de recursos, além da escudela de mendigo!
- Mais retórica! Suponhamos que eu sugira seja a bazófia de sua filosofia posta à prova neste mundo tangível ...
- Eu concordaria! Você confina Deus a um mundo especulativo?
- Em primeiro lugar, o dinheiro; Deus pode vir depois! Quem sabe? A vida pode ser muito longa.
- Deus, em primeiro lugar; o dinheiro é Seu escravo! Quem sabe? A vida pode ser muito curta. - Minha réplica fora provocada pelas circunstâncias, e não a apoiava nenhum pressentimento (mas ai de mim, a vida de Ananta, de fato, terminaria em breve!). "Conheço esse olhar", pensei. Está tramando uma cilada!..
A trama urdida chegou a seu desfecho durante nossa primeira refeição na manhã seguinte.
- Você, então, se sente muito independente da riqueza de papai. O olhar de Ananta expressava inocência enquanto ele voltava às farpas da conversação do dia anterior.
- Estou consciente de minha dependência de Deus.
- Falar é fácil! A vida lhe serviu de escudo até agora! Mas que situação de apuro se você fosse obrigado a recorrer à Mão Invisível para seu alimento e abrigo! Logo estaria mendigando nas ruas!
- Nunca! Não depositaria minha fé nos transeuntes em vez de colocá-la em Deus! Ele pode conceber para Seu devoto milhares de recursos, além da escudela de mendigo!
- Mais retórica! Suponhamos que eu sugira seja a bazófia de sua filosofia posta à prova neste mundo tangível ...
- Eu concordaria! Você confina Deus a um mundo especulativo?
- Veremos. Hoje, você terá oportunidade, ou de ampliar, ou de
confirmar meu próprio ponto de vista! - Ananta fez uma pausa durante um
dramático momento; em seguida, falou devagar e seriamente: Proponho
enviá-lo, com seu condiscípulo Jitendra, esta manhã, para a vizinha cidade de
Brindában. Você não deve levar uma só rúpia; não deve mendigar nem alimento nem
dinheiro; não deve revelar sua situação a ninguém; não deve passar sem
refeições; não deve encalhar em Brindában; se voltar aqui, à minha casa, antes
da meia noite, sem haver violado uma só regra do teste, serei o homem mais
espantado de Agra!
- Aceito o desafio! - Nenhuma hesitação
havia em minhas palavras ou em meu coração. Gratas lembranças da Beneficência
Instantânea reverberavam em minha memória: minha cura de cólera mortal através
do apelo à fotografia de Láhiri Mahásaya (o guru
dos pais de Yogananda); o jocoso presente dos dois papagaios no terraço
de Lahore; o amuleto oportuno durante o desânimo em
Bareilly; a mensagem decisiva por intermédio do sádhu que se aproximou do pátio
do erudito em Benares; a visão da Mãe Divina e suas sublimes palavras de amor;
sua rápida atenção, através de mestre Mahásaya, a meus pequeninos
aborrecimentos; a orientação de última hora, que materializou meu diploma de
escola secundária; e a derradeira bênção, meu mestre vivente, emergido da bruma
dos sonhos de toda a minha vida. Nunca eu admitiria a insuficiência de minha
filosofia, em qualquer embate, no áspero campo de provas do mundo!
-
Sua disposição é crédito a seu favor. Vou escoltá-lo até o trem
imediatamente - disse Ananta. E voltando-se para o boquiaberto
Jitendra: - Você deve ir junto: como testemunha e, provavelmente,
co-vítíma! Meia hora depois, Jitendra e eu estávamos de posse das
passagens de ida, para a viagem. Submetemo-nos, num canto retirado da estação,
ao exame de nossas pessoas. Ananta prontamente se satisfez porque não
carregávamos valores ocultos; nossos simples "dhótis" (peça de roupa amarrada em
torno da cintura, cobrindo as pernas) não escondiam mais do que o necessário.
Como a fé se imiscuía no mundo sério das finanças, meu amigo protestou: -
Ananta, dê-me uma ou duas rúpias como medida de cautela, Então, poderei
telegrafar-lhe em caso de infortúnio.
- Jitendra! - Minha
exclamação foi de aguda censura. - Não continuarei com o teste, se você
levar dinheiro para nos garantir em último caso.- Algo de
tranqüilizador existe no tilintar das moedas. - Jitendra nada mais
acrescentou porque o encarei severamente.
- Mukunda, não sou destituído
de coração. - Um toque de humildade insinuara-se na voz de Ananta. É
possível que sua consciência o afligisse; talvez por enviar dois jovens sem
dinheiro a uma cidade desconhecida; talvez devido a seu próprio ceticismo
religioso. - Se, por qualquer acaso ou graça, você passar com sucesso pelo
ordálio de Brindában, pedir-lhe-ei que me aceite como seu discípulo.
Em consonância com a situação não-convencional, esta promessa
continha certa irregularidade. O irmão mais velho numa família hindu raramente
se inclina ante os mais novos; recebe respeito e obediência, em segundo lugar,
logo depois do pai. Não restava tempo, entretanto, para meu comentário; nosso
trem ia partir.
Jitendra manteve um silêncio lúgubre, enquanto o trem
cobria a distância. Finalmente, meu amigo se moveu; inclinando-se, beliscou-me
dolorosamente em lugar sensível.
- Não vejo sinal algum de que Deus
nos vai fornecer nossa próxima refeição!- Aquiete-se, incrédulo
Tomé; o Senhor está trabalhando a nosso favor.
- Você não pode
fazer que Ele se apresse? já estou esfomeado, só ao considerar as perspectivas
diante de nós. Deixei Benares para ver o mausoléu do Taj, não para entrar no meu
próprio!
- Anime-se, Jitendra! Não estamos prestes a ter nosso
primeiro vislumbre das sagradas maravilhas de Brindában? (às margens do rio
Junna, Bríndában é a 'Jerusalém' dos indianos. Acreditam que ali o 'avatar' Sri
Krishna tenha se manifestado). Sinto profunda alegria ao pensamento de pisar
o solo santificado pelos pés do divino Krishna. - A porta de nosso
compartimento abriu-se; dois homem tomaram assento. A próxima parada do trem
seria a última.
- Jovens, vocês têm amigos em Brindában? - O
desconhecido, defronte a mim, revelava um interesse surpreendente.
- Não
é de sua conta! - desviei rudemente o olhar.
- Estão provavelmente
fugindo de suas famílias sob a magia do 'Ladrão de Corações' ('Hári': um
nome afetuoso, atribuído a Krishna por seus devotos). Eu próprio sou um
temperamento devocional. Constitui, positivamente, meu dever, velar para que
recebam alimento e abrigo neste calor fortíssimo.
- Não, deixe-nos
sozinhos. O senhor é muito amável, mas se engana se nos julga vadios fugindo de
casa.
Isto encerrou a conversação. O trem parou. Quando Jitendra e
eu descemos à plataforma, nossos companheiros ocasionais nos tomaram pelo braço
e chamaram um veículo de tração animal.
Apeamos em frente a um eremitério
majestoso, situado entre árvores, sempre verdejantes, de canteiros bem
conservados. Percebia-se que nossos benfeitores eram conhecidos ali; um
sorridente jovem nos guiou sem comentários a uma sala de recepção. Logo se
reuniu a nós uma senhora idosa, de nobre porte.
- Gaurí Ma, os príncipes não puderam vir. - Um dos homens dírigiu-se à hospedeira do "áshram" (eremitério ou escola de Yoga). - No último instante, seus planos foram alterados; eles enviam sentidas desculpas; mas trouxemos outros dois hóspedes. Assim que nos encontramos no trem, senti atração, por eles, devotos do divino Krishna. - E, voltando-se para nós - Adeus, jovens amigos, - Nossos dois conhecidos caminharam em direção à porta. - Se Deus quiser, nos encontraremos outra vez. Sejam benvindos aqui.
Gaurí Ma sorriu maternalmente. - Não poderiam ter chegado em melhor dia. Eu esperava dois benfeitores de sangue real, patronos deste eremitério. Que lástima se os alimentos que cozinhei não achassem ninguém para apreciá-los!
Estas amáveis palavras tiveram efeito surpreendente sobre Jitendra: ele desatou em lágrimas. As perspectivas que meu amigo temera encontrar em Brindában estavam se convertendo em entretenimento de reis; o repentino ajustamento mental era demasiado forte para ele. Nossa anfitriã mirou-o com curiosidade, mas sem comentário; talvez estivesse familiarizada com caprichos de adolescentes.
O almoço foi anunciado; Gaurí Ma nos precedeu em caminho para um pátio, saturado de aromas apetitosos, onde a refeição seria servida. Ela desapareceu numa cozinha próxima. Eu premeditara este momento. Escolhendo o local apropriado no corpo de Jitendra, dei-lhe um beliscão tão doloroso como o que ele me dera no trem.
- Incrédulo Tomé, o Senhor Deus trabalha. E depressa, também!
A anfitriã reentrou com um púnkha (leque). Ela firmemente nos abanou à moda oriental, enquanto cruzávamos as pernas em assentos de mantas com ornamentos. Discípulos do ásbram iam e vinham, servindo cerca de trinta pratos. Em vez de refeição, eu deveria descrevê-la como suntuoso banquete. Desde que chegamos a este planeta, Jitendra e eu nunca antes prováramos tais iguarias.
- Realmente, pratos dignos de príncipes, Honrada Mãe! Não posso imaginar que atividade seus régios benfeitores encontraram mais urgente que comparecer a este banquete! A senhora nos proporcionou uma recordação para o resto da vida!
Obrigados ao silêncio pelas condições impostas por Ananta, não podíamos explicar à bondosa senhora que nossos agradecimentos tinham duplo significado. Nossa sinceridade, pelo menos, era patente.
- Gaurí Ma, os príncipes não puderam vir. - Um dos homens dírigiu-se à hospedeira do "áshram" (eremitério ou escola de Yoga). - No último instante, seus planos foram alterados; eles enviam sentidas desculpas; mas trouxemos outros dois hóspedes. Assim que nos encontramos no trem, senti atração, por eles, devotos do divino Krishna. - E, voltando-se para nós - Adeus, jovens amigos, - Nossos dois conhecidos caminharam em direção à porta. - Se Deus quiser, nos encontraremos outra vez. Sejam benvindos aqui.
Gaurí Ma sorriu maternalmente. - Não poderiam ter chegado em melhor dia. Eu esperava dois benfeitores de sangue real, patronos deste eremitério. Que lástima se os alimentos que cozinhei não achassem ninguém para apreciá-los!
Estas amáveis palavras tiveram efeito surpreendente sobre Jitendra: ele desatou em lágrimas. As perspectivas que meu amigo temera encontrar em Brindában estavam se convertendo em entretenimento de reis; o repentino ajustamento mental era demasiado forte para ele. Nossa anfitriã mirou-o com curiosidade, mas sem comentário; talvez estivesse familiarizada com caprichos de adolescentes.
O almoço foi anunciado; Gaurí Ma nos precedeu em caminho para um pátio, saturado de aromas apetitosos, onde a refeição seria servida. Ela desapareceu numa cozinha próxima. Eu premeditara este momento. Escolhendo o local apropriado no corpo de Jitendra, dei-lhe um beliscão tão doloroso como o que ele me dera no trem.
- Incrédulo Tomé, o Senhor Deus trabalha. E depressa, também!
A anfitriã reentrou com um púnkha (leque). Ela firmemente nos abanou à moda oriental, enquanto cruzávamos as pernas em assentos de mantas com ornamentos. Discípulos do ásbram iam e vinham, servindo cerca de trinta pratos. Em vez de refeição, eu deveria descrevê-la como suntuoso banquete. Desde que chegamos a este planeta, Jitendra e eu nunca antes prováramos tais iguarias.
- Realmente, pratos dignos de príncipes, Honrada Mãe! Não posso imaginar que atividade seus régios benfeitores encontraram mais urgente que comparecer a este banquete! A senhora nos proporcionou uma recordação para o resto da vida!
Obrigados ao silêncio pelas condições impostas por Ananta, não podíamos explicar à bondosa senhora que nossos agradecimentos tinham duplo significado. Nossa sinceridade, pelo menos, era patente.
(O Taj Mahal)
Partimos com sua bênção e um convite atraente para
revisitar o eremitério. Fora, o calor era impiedoso. Meu amigo e eu procuramos o
abrigo de majestosa árvore de cadamba, na porta do áshram. Seguiu-se um diálogo
acerbo. Jitendra, de novo, achava-se perturbado por apreensões.
- Em que bela embrulhada você me meteu! Nosso almoço foi apenas um incidente de boa sorte! Como poderemos ver os aspectos interessantes desta cidade sem termos conosco uma única moeda? E como vai me levar de volta à casa de Ananta?
- Você esquece Deus rapidamente, agora que seu estômago está cheio. - Minhas palavras, sem serem amargas, eram acusatórias. Como é curta a memória humana para os favores divinos! Nenhum homem vivo deixou de ver respondidas algumas de suas preces.
- Não me disponho a esquecer minha loucura ao me aventurar em viagem com um doido como você!
- Cale-se, Jitendra! O mesmo divino Senhor que nos alimentou nos mostrará Brindában e nos devolverá a Agra.
- Em que bela embrulhada você me meteu! Nosso almoço foi apenas um incidente de boa sorte! Como poderemos ver os aspectos interessantes desta cidade sem termos conosco uma única moeda? E como vai me levar de volta à casa de Ananta?
- Você esquece Deus rapidamente, agora que seu estômago está cheio. - Minhas palavras, sem serem amargas, eram acusatórias. Como é curta a memória humana para os favores divinos! Nenhum homem vivo deixou de ver respondidas algumas de suas preces.
- Não me disponho a esquecer minha loucura ao me aventurar em viagem com um doido como você!
- Cale-se, Jitendra! O mesmo divino Senhor que nos alimentou nos mostrará Brindában e nos devolverá a Agra.
Um jovem delgado, de agradável aparência, aproximou-se a
passos rápidos. Parando sob nossa árvore, curvou-se diante de mim.
- Querido amigo, o senhor e seu companheiro devem ser estranhos aqui. Permita-me que seja seu anfitrião e guia.
É quase impossível a um hindu empalidecer, mas a face de Jitendra mostrou, de súbito, uma cor desmaiada. Recusei cortesmente o oferecimento.
- Não, não pode ser que me dispense. - O alarme do desconhecido teria sido cômico em outras circunstâncias.- Por que não?- O senhor é meu guru. - Seus olhos buscaram os meus confiantemente. - Durante minhas devoções do meio dia, o bendito Senhor Krishna apareceu-me em visão. Mostrou-me duas figuras desamparadas sob esta mesma árvore. Uma face era a sua, meu mestre! Eu a vi freqüentemente em meditação! Que alegria se aceitasse meus humildes serviços!
- Eu também me alegro de que me haja encontrado. Nem Deus nem o homem nos desamparam! - Embora eu estivesse imóvel, sorrindo para o rosto ansioso diante de mim, uma obediência interna prostrou-me ante os Pés Divinos.
- Queridos amigos, não me darão a honra de se hospedarem em minha casa?
- Você é amável; mas o plano é inexequível. já somos hóspedes de meu irmão em Agra.
- Pelo menos, me deixarão a lembrança de haver percorrido Brindában em sua companhia.
Consenti com alegria. O jovem, cujo nome era Pratap Chatterji, chamou uma carruagem. Visitamos o Templo Madananchana e outros santuários de Krishna. A noite desceu antes de terminarmos nossas devoções no templo.
- Com licença, vou ver se consigo sandesh (um doce hindu). - Pratap entrou em uma loja na estação ferroviária. Jitendra e eu vagamos ao longo da ampla rua, agora repleta de gente na relativa amenidade da noite. Nosso amigo ausentou-se por algum tempo, mas retornou com presentes de doces e guloseimas.
- Por favor, permita que eu ganhe este mérito religioso. - Pratap sorriu suplicante enquanto estendia um maço de rúpias em notas e duas passagens, recém-compradas, para Agra. Aceitando-os, minha reverência dirigiu-se à Mão Invisível que, escarnecida por Ananta, excedera-se em generosidade. Procuramos um lugar solitário perto da estação.
- Pratap, ínstruí-lo-ei na Kriya de Láhíri Mahásaya, o maior iogue dos tempos modernos. A técnica dele será seu guru. - A iniciação terminou em meia hora. - Kriya é seu chíntárnani (pedra preciosa mitológica com poder de realizar os desejos; é, também, um dos nomes de Deus), - disse eu ao novo discípulo. - A técnica, que é simples como vê, incorpora a arte de apressar a evolução espiritual do homem. Assim como o crescimento das plantas pode ser acelerado muito além de seu ritmo normal, como Jâgadís Chandra Bose (físico e químico muito respeitado na Índia) demonstrou, também o desenvolvimento psicológico do homem pode ser apressado por meios científicos. Seja assíduo em suas práticas; alcançará o Guru de todos os gurus.- Sinto arrebatamento ao encontrar esta chave do Yoga, procurada há longo tempo! - disse Pratap pensativamente. - Seu efeito desobstrutivo sobre as limitações sensoriais me deixará livre para ingressar em esferas superiores. A visão do Senhor Krishna, hoje, só poderia significar o meu maior bem.Sentamos por um instante em silenciosa compreensão; depois, caminhamos lentamente para a estação. A alegria me inundava ao tomar o trem, mas este foi um dia de lágrimas para Jitendra. Meu afetuoso adeus a Pratap foi pontuado por soluços abafados de meus dois companheiros. A viagem novamente encontrou Jítendra a revolver-se em descontentamento - desta vez, contra si mesmo.
- Superficial é a minha confiança; meu coração tem sido de pedra! Nunca, no futuro, duvidarei da proteção de Deus.
Aproximava-se a meia noite. As duas Cinderelas, enviadas sem dinheiro, entraram no quarto de Ananta. Tal como ele irrefletidamente predissera, suas feições eram um estudo sobre o espanto. Em silêncio, espalhei sobre a mesa as rúpías em notas.
- Jitendra, a verdade! - O tom de Ananta era de gracejo. - Este jovem não esteve participando de um assalto? - À medida, porém, que a narrativa prosseguia, meu irmão tornou-se sério e, por fim, solene, - A lei de oferta e procura atinge reinos mais sutis do que julguei. - Ananta falou com um entusiasmo espiritual que eu nunca antes observara nele. - Compreendo pela
primeira vez sua indiferença aos cofres-fortes e às vulgares acumulações do mundo.
Apesar de tarde, meu irmão insistiu em receber díksha (iniciação espiritual; da raiz do verbo sânscrito diksh, consagrar-se) em Kriya Yoga. O guru Mukunda teve, na mesma noite, de arcar com a responsabilidade de dois discípulos não-procurados.
Nossa primeira refeição, na manhã seguinte, decorreu uma harmonia que estivera ausente da anterior. Sorri para Jitendra. - Você não será logrado em seu desejo de visitar o Taj. Vamos contemplá-lo antes de partir para Serampore. Despedindo-nos de Ananta, meu amigo e eu logo nos achamos diante da glória de Agra, o Taj Mahal.
- Querido amigo, o senhor e seu companheiro devem ser estranhos aqui. Permita-me que seja seu anfitrião e guia.
É quase impossível a um hindu empalidecer, mas a face de Jitendra mostrou, de súbito, uma cor desmaiada. Recusei cortesmente o oferecimento.
- Não, não pode ser que me dispense. - O alarme do desconhecido teria sido cômico em outras circunstâncias.- Por que não?- O senhor é meu guru. - Seus olhos buscaram os meus confiantemente. - Durante minhas devoções do meio dia, o bendito Senhor Krishna apareceu-me em visão. Mostrou-me duas figuras desamparadas sob esta mesma árvore. Uma face era a sua, meu mestre! Eu a vi freqüentemente em meditação! Que alegria se aceitasse meus humildes serviços!
- Eu também me alegro de que me haja encontrado. Nem Deus nem o homem nos desamparam! - Embora eu estivesse imóvel, sorrindo para o rosto ansioso diante de mim, uma obediência interna prostrou-me ante os Pés Divinos.
- Queridos amigos, não me darão a honra de se hospedarem em minha casa?
- Você é amável; mas o plano é inexequível. já somos hóspedes de meu irmão em Agra.
- Pelo menos, me deixarão a lembrança de haver percorrido Brindában em sua companhia.
Consenti com alegria. O jovem, cujo nome era Pratap Chatterji, chamou uma carruagem. Visitamos o Templo Madananchana e outros santuários de Krishna. A noite desceu antes de terminarmos nossas devoções no templo.
- Com licença, vou ver se consigo sandesh (um doce hindu). - Pratap entrou em uma loja na estação ferroviária. Jitendra e eu vagamos ao longo da ampla rua, agora repleta de gente na relativa amenidade da noite. Nosso amigo ausentou-se por algum tempo, mas retornou com presentes de doces e guloseimas.
- Por favor, permita que eu ganhe este mérito religioso. - Pratap sorriu suplicante enquanto estendia um maço de rúpias em notas e duas passagens, recém-compradas, para Agra. Aceitando-os, minha reverência dirigiu-se à Mão Invisível que, escarnecida por Ananta, excedera-se em generosidade. Procuramos um lugar solitário perto da estação.
- Pratap, ínstruí-lo-ei na Kriya de Láhíri Mahásaya, o maior iogue dos tempos modernos. A técnica dele será seu guru. - A iniciação terminou em meia hora. - Kriya é seu chíntárnani (pedra preciosa mitológica com poder de realizar os desejos; é, também, um dos nomes de Deus), - disse eu ao novo discípulo. - A técnica, que é simples como vê, incorpora a arte de apressar a evolução espiritual do homem. Assim como o crescimento das plantas pode ser acelerado muito além de seu ritmo normal, como Jâgadís Chandra Bose (físico e químico muito respeitado na Índia) demonstrou, também o desenvolvimento psicológico do homem pode ser apressado por meios científicos. Seja assíduo em suas práticas; alcançará o Guru de todos os gurus.- Sinto arrebatamento ao encontrar esta chave do Yoga, procurada há longo tempo! - disse Pratap pensativamente. - Seu efeito desobstrutivo sobre as limitações sensoriais me deixará livre para ingressar em esferas superiores. A visão do Senhor Krishna, hoje, só poderia significar o meu maior bem.Sentamos por um instante em silenciosa compreensão; depois, caminhamos lentamente para a estação. A alegria me inundava ao tomar o trem, mas este foi um dia de lágrimas para Jitendra. Meu afetuoso adeus a Pratap foi pontuado por soluços abafados de meus dois companheiros. A viagem novamente encontrou Jítendra a revolver-se em descontentamento - desta vez, contra si mesmo.
- Superficial é a minha confiança; meu coração tem sido de pedra! Nunca, no futuro, duvidarei da proteção de Deus.
Aproximava-se a meia noite. As duas Cinderelas, enviadas sem dinheiro, entraram no quarto de Ananta. Tal como ele irrefletidamente predissera, suas feições eram um estudo sobre o espanto. Em silêncio, espalhei sobre a mesa as rúpías em notas.
- Jitendra, a verdade! - O tom de Ananta era de gracejo. - Este jovem não esteve participando de um assalto? - À medida, porém, que a narrativa prosseguia, meu irmão tornou-se sério e, por fim, solene, - A lei de oferta e procura atinge reinos mais sutis do que julguei. - Ananta falou com um entusiasmo espiritual que eu nunca antes observara nele. - Compreendo pela
primeira vez sua indiferença aos cofres-fortes e às vulgares acumulações do mundo.
Apesar de tarde, meu irmão insistiu em receber díksha (iniciação espiritual; da raiz do verbo sânscrito diksh, consagrar-se) em Kriya Yoga. O guru Mukunda teve, na mesma noite, de arcar com a responsabilidade de dois discípulos não-procurados.
Nossa primeira refeição, na manhã seguinte, decorreu uma harmonia que estivera ausente da anterior. Sorri para Jitendra. - Você não será logrado em seu desejo de visitar o Taj. Vamos contemplá-lo antes de partir para Serampore. Despedindo-nos de Ananta, meu amigo e eu logo nos achamos diante da glória de Agra, o Taj Mahal.
(Do livro: Autobiografia de um Iogue, capítulo 11)
2 comentários:
QUE HORROR!!! É muito fácil tirar trexos da Bíblia e dizer o seu significado como bem lhe perece, sem ao menos procurar entender o que compõe em seu contexto. Se for usar as sagradas escrituras para deturpar a mente dos leitores que seja de uma forma mais inteligente! E olha que nesse caso nem expuseram o versículo completo. Onde estão os livros da sua Seita? Qual a necessidade de se basear nos pedaços mau interpretados daqui e dali. O trexo não explanou a convocação que Deus faz atraves do profeta Malaquias, ao ordenar ao povo que levem seus dízimos e ofertas para o templo (casa do tesouro), E SÓ ENTÃO VEM A PROMESSA DE DEUS à todo aquele que FOR FIEL NO CUMPRIMENTO DESSA ÓRDEM. Mas essa oferta reflete em algo muito maior que ouro, feflete no coração do povo de Israel que estava tendo uma vida de aparencias na medida em que se diziam servos do Deus criaor, mas continuavam ignorando suas leis. (taindo esposas, adorando a outro Deus e etc). Isso está bem claro no capítulo anterior. A verdade é que ninguém pode exigir nada de Deus. A riqueza não deveria ser um motivo que nos levasse a buscar a Deus, mas se Ele assim nos abençoar, acredite! É resultado da pura graça e misericórdia para conosco revelada no sacrifício que, antes de tudo foi feito para mim e todos os seres humanos, mas que ja foi pago pelo filho de Deus, Jesus Cristo. Esse sim é o heroi da humanidade, pois se esvaziou e se humilhou, tudo por amor à nós! ELE É O CAMINHO. Quem acreditar, se arrepender de seus erros e ama-lo de todo coração, poderá chegar-se a Deus e NADA PODE SER COMPRRADO A ISSO! nem as maiores riquezas dessa terra. Infelizmente as pessoas tendem a ignorar essa verdade, porque sabem que ama-lo de todo coração requer andar na contra mão do mundo, e isso remete a uma série de renuncias. Mas pensem comigo: Será mesmo que amar a Deus acima de todas as coisas, ao seu próximo como a ti mesmo, orar pelos seus inimigos, perdoar, é mais difícil do que suportar o peso do pecado de toda a humanidade nas costas, fora açoites, pregos e espinhos na cabeça??? Ele mesmo disse: "Está consumado!"
O tempo de angustia ja passou! Nada pode preencher a solidão do homem, além do cordeiro puro (Cristo) que morreu e ressussitou. Quem quer viver eternamente e ter plena alegia aqui na terra, abrirá seu coração para Jesus.
Olá, Stella
A sabedoria da Bíblia é uma sabedoria universal, e não pertence a uma determinada religião. Cristãos, hindus, budistas, maometanos, etc., se estiverem re-ligados (religião = religare) a Deus, podem obter inspiração e interação com o Espírito de Deus (Ele não se manifesta somente para quem é cristão, pois Deus não faz acepção de pessoas, nem de crença das pessoas. Deus está no coração de quem o ama).
"A letra mata, mas o Espírito vivifica."
A leitura (e utilização) de trechos ou versículos pode ser bem aproveitada quando feita sob inspiração divina. E muitas vezes a inspiração divina pode conferir um sentido diferente daquele que existe na literalidade das palavras.
Não pense que o seu caminho é o único correto, pois não é. O caminho de "seguir Jesus" constitui um caminho válido para se chegar a Deus. Mas também existe o caminho da meditação, da sabedoria, da adoração, além de outros. E tais caminhos, geralmente, os cristãos do ocidente não conhecem. Aliás, criticam e condenam sem sequer conhecer. É daí que surge a intolerância religiosa presente no mundo, que faz com que as pessoas discriminem umas às outras, condenem seus irmãos e, por vezes, criem guerras e conflitos. (O que contraria completamente os ensinamentos de Jesus). Seus irmãos não são somente as pessoas de seu país que possuem a mesma fé que você. Homens e mulheres que moram lá do outro lado do mundo e acreditam em uma religião diferente da sua também são os seus irmãos.
Existe uma palavra que resume toda boa religião que conduz o homem a Deus: Amor. Mas esse amor deve ser completo. Se quiser realmente seguir Jesus, aprenda a amar do mesmo modo que ele amou. E o amor de Jesus não era um amor que escolhia uns e rejeitavam outros, mas sim um amor total, completo.
As palavras que você escreveu foram com a intenção de fazer brilhar o amor? Existiu em você amor para com Deus ao proferir tais palavras? Com certeza. Mas existiu em você amor para com seus irmãos ao proferir tais palavras? Ou suas palavras foram para criticar, condenar e julgar um irmão? Nesse caso, o amor não foi total, e talvez você precise aprender e crescer na prática do amor. Então você chegará no nível do amor expressado por Jesus, que andava com pessoas pobres, pecadoras (que eram julgadas, condenadas e rejeitadas pelos "nobres" e "seguidores da lei" da sociedade de sua época).
De que adianta amar a Deus (que não se pode ver), e não amar a um irmão (que está bem ao nosso lado e se pode ver)? O que não ama não conhece a Deus. Porque Deus é Amor (total, completo, incondicional).
Agradeço sua participação.
Reverências!
Grande Abraço!
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