- Dárcio Dezolt -
Apesar de a literatura espiritual de todos os tempos conter a Verdade, suas colocações, muitas vezes dualistas, acabaram por comprometer suas revelações. Isto devido ao referencial ilusório que deixam transparecer! Desde os antigos Vedas que a Unidade é ensinada; entretanto, que “somos NÓS” esta Unidade Divina, que é a Verdade Absoluta, não ficou tão marcado como deveria.
A Bíblia, por exemplo, revela: “Os meus pensamentos não são os teus pensamentos, diz o Senhor”. Mas quando isto era lido, cada leitor ficava entendendo que os pensamentos de Deus não eram os dele! E, desse modo, a “ilusão” ficava ainda mais reforçada! E assim se deu com o entendimento de todas as Escrituras! Sempre o referencial pregado era o das “aparências ilusórias”.
Os ensinamentos absolutistas têm por objetivo a eliminação desta visão errônea das revelações espirituais. Busca fazer a inversão da aceitação. Por isso, prega que DEUS É TUDO, INCLUSIVE VOCÊ, e ensina que esta “aceitação iluminada” precisa ser adotada como “ponto de partida”. Como DEUS É TUDO, no exemplo bíblico citado, o que deve ser entendido é que “OS NOSSOS PENSAMENTOS” não são os da mente humana”; antes, pela totalidade de Deus, “OS NOSSOS PENSAMENTOS SÃO OS DE DEUS”.
Enquanto a dualidade não for extinta de nossa aceitação, as Verdades reveladas falarão de um Deus que, apesar de perfeito, é OUTRO que não QUEM SOMOS! E desta “ilusão” decorre toda a prática dualista errônea, em que um “mortal” ou “humano” passa a vida toda lutando para se divinizar, evoluir, sair da “ilusão”, se iluminar, etc..
A dualidade tem de ser varrida de imediato, caso desejemos “SER O QUE SOMOS”, ou seja, praticar em nós mesmos as revelações que anulam as mentiras sobre o nosso Ser. Não há sentido algum em permanecermos no “referencial da mentira”, numa dualidade que é ilusória, e sempre postergando a experiência única e real que já é nossa: a experiência de “SER DEUS!”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário