Pergunta: "Osho, existe a vontade da força invisível desconhecida e existe a força do indivíduo. Uma vez que elas entrem em conflito, como um indivíduo pode saber qual é a vontade do desconhecido?"
Resposta:
A pergunta é como uma pessoa pode saber qual é a vontade do desconhecido. A pessoa nunca consegue saber. Mas se ela puder abrir mão de si mesma, se puder apagar seu ego, ela conhecerá a vontade do desconhecido imediatamente - porque se torna um com ele.
Uma gota não tem como saber o que é o oceano até que se dissolva no oceano. Um indivíduo não pode saber qual é a vontade do todo enquanto mantiver sua identidade separada. Mas se ele puder se dissolver e deixar de ser um indivíduo separado do todo, então apenas o todo restará, e a questão de saber qual é a vontade do todo não aparece.
Então a pessoa viverá da maneira que o desconhecido, que o todo a fizer viver. Nessa situação, nenhuma vontade individual, nenhum desejo individual por nenhum resultado especial, nenhum desejo pessoal por nada, nenhuma atitude de impor sua própria vontade contra a vontade do todo existe em lugar nenhum, porque o indivíduo em si não mais existirá.
Enquanto o indivíduo existir, a vontade do todo não será conhecida. E quando o indivíduo não existir mais, não existirá mais a necessidade de saber a vontade do todo: porque o que acontecer estará acontecendo de acordo com a vontade do todo, do desconhecido; o indivíduo se tornou apenas um instrumento, um veículo.
Se o indivíduo puder desaparecer no todo, se puder se entregar totalmente, se puder abrir mão de seu ego, então apenas a vontade do todo, da existência estará sendo satisfeita o tempo todo. Está sendo satisfeita neste momento; não há maneira de alterarmos sua realização. Mas podemos lutar, podemos arruinar, podemos destruir a nós mesmos na esperança de alterarmos a vontade da existência, a vontade do todo.
Leia e perceba bem esta história: Dois pedaços de palha estavam se afogando em um rio caudaloso. Uma palha, que se coloca na posição diagonal na correnteza, está tentando conter o rio, está gritando que não deixará o rio continuar. Apesar das águas do rio continuarem rolando e a palha ser incapaz de controlá-las, ela continua gritando que o rio será contido: está se vangloriando de que, quer viva ou morra, o rio será contido.
Mas essa palha continua se afogando. O rio não ouve a sua voz e não sabe que a palha está lutando contra ele. Ela é uma palha muito pequena; e o rio não sabe que ela existe, ela não faz a menor diferença para ele. Mas para a palha é uma questão de grande importância. É a maior dificuldade de sua vida. Ela está se afogando, mas continua lutando. Ela chegará ao mesmo lugar que chegaria se não estivesse lutando. No entanto, como está lutando, esse momento, esse período será de dor, de pesar, de conflito, de ansiedade.
A palha perto dela se soltou. Ela não está indo contra o fluxo; está deitada reta, na direção em que o rio está correndo - e acredita que está ajudando o rio a correr. O rio também não conhece a existência dessa palha. A palha pensa que, como está levando o rio para o mar, o rio vai chegar lá. E o rio desconhece essa ajuda.
Tudo isso não faz a menor diferença para o rio, mas para as duas palhas trata-se de um assunto de grande importância. Aquela que está guiando o fluxo do rio está sentindo uma imensa alegria; está dançando, repleta de êxtase e prazer. A palha que está lutando contra o rio está sofrendo muito. Sua dança não é uma dança: é um pesadelo. Nada mais é do que uma torção de seu corpo, ela está com problemas, está sendo derrotada; enquanto aquela que está indo com o rio está vencendo.
Um indivíduo é incapaz de fazer qualquer coisa, exceto aquilo que seja a vontade do todo. Mas ele tem a liberdade de lutar, e lutando ele tem a liberdade de ficar ansioso. Jean-Paul Sartre disse algo importante: "o homem está condenado a ser livre". O homem está fadado, está condenado, está amaldiçoado a ser livre. No entanto o homem pode usar sua liberdade de duas maneiras. Pode usar sua liberdade contra a vontade da existência e criar um conflito. Nesse caso, sua vida será de pesar, de dor, sofrimento, angústia, e por fim ele será derrotado.
Outro indivíduo pode fazer de sua liberdade um objeto de entrega à existência - e sua vida será uma vida de alegria, uma vida de dança e canção. E qual será o resultado final? O final não será nada além de uma vitória para ele. A palha que está ajudando o rio tem a probabilidade de ser vitoriosa. Ela não pode ser derrotada. A palha que tenta parar o rio certamente será derrotada. Ela não pode vencer.
Assim, é impossível conhecer a vontade da existência, mas certamente é possível transformar-se em um com a existência. E se for esse o caso, então a vontade de uma pessoa desaparecerá e apenas a vontade da existência permanecerá.
A pergunta é como uma pessoa pode saber qual é a vontade do desconhecido. A pessoa nunca consegue saber. Mas se ela puder abrir mão de si mesma, se puder apagar seu ego, ela conhecerá a vontade do desconhecido imediatamente - porque se torna um com ele.
Uma gota não tem como saber o que é o oceano até que se dissolva no oceano. Um indivíduo não pode saber qual é a vontade do todo enquanto mantiver sua identidade separada. Mas se ele puder se dissolver e deixar de ser um indivíduo separado do todo, então apenas o todo restará, e a questão de saber qual é a vontade do todo não aparece.
Então a pessoa viverá da maneira que o desconhecido, que o todo a fizer viver. Nessa situação, nenhuma vontade individual, nenhum desejo individual por nenhum resultado especial, nenhum desejo pessoal por nada, nenhuma atitude de impor sua própria vontade contra a vontade do todo existe em lugar nenhum, porque o indivíduo em si não mais existirá.
Enquanto o indivíduo existir, a vontade do todo não será conhecida. E quando o indivíduo não existir mais, não existirá mais a necessidade de saber a vontade do todo: porque o que acontecer estará acontecendo de acordo com a vontade do todo, do desconhecido; o indivíduo se tornou apenas um instrumento, um veículo.
Se o indivíduo puder desaparecer no todo, se puder se entregar totalmente, se puder abrir mão de seu ego, então apenas a vontade do todo, da existência estará sendo satisfeita o tempo todo. Está sendo satisfeita neste momento; não há maneira de alterarmos sua realização. Mas podemos lutar, podemos arruinar, podemos destruir a nós mesmos na esperança de alterarmos a vontade da existência, a vontade do todo.
Leia e perceba bem esta história: Dois pedaços de palha estavam se afogando em um rio caudaloso. Uma palha, que se coloca na posição diagonal na correnteza, está tentando conter o rio, está gritando que não deixará o rio continuar. Apesar das águas do rio continuarem rolando e a palha ser incapaz de controlá-las, ela continua gritando que o rio será contido: está se vangloriando de que, quer viva ou morra, o rio será contido.
Mas essa palha continua se afogando. O rio não ouve a sua voz e não sabe que a palha está lutando contra ele. Ela é uma palha muito pequena; e o rio não sabe que ela existe, ela não faz a menor diferença para ele. Mas para a palha é uma questão de grande importância. É a maior dificuldade de sua vida. Ela está se afogando, mas continua lutando. Ela chegará ao mesmo lugar que chegaria se não estivesse lutando. No entanto, como está lutando, esse momento, esse período será de dor, de pesar, de conflito, de ansiedade.
A palha perto dela se soltou. Ela não está indo contra o fluxo; está deitada reta, na direção em que o rio está correndo - e acredita que está ajudando o rio a correr. O rio também não conhece a existência dessa palha. A palha pensa que, como está levando o rio para o mar, o rio vai chegar lá. E o rio desconhece essa ajuda.
Tudo isso não faz a menor diferença para o rio, mas para as duas palhas trata-se de um assunto de grande importância. Aquela que está guiando o fluxo do rio está sentindo uma imensa alegria; está dançando, repleta de êxtase e prazer. A palha que está lutando contra o rio está sofrendo muito. Sua dança não é uma dança: é um pesadelo. Nada mais é do que uma torção de seu corpo, ela está com problemas, está sendo derrotada; enquanto aquela que está indo com o rio está vencendo.
Um indivíduo é incapaz de fazer qualquer coisa, exceto aquilo que seja a vontade do todo. Mas ele tem a liberdade de lutar, e lutando ele tem a liberdade de ficar ansioso. Jean-Paul Sartre disse algo importante: "o homem está condenado a ser livre". O homem está fadado, está condenado, está amaldiçoado a ser livre. No entanto o homem pode usar sua liberdade de duas maneiras. Pode usar sua liberdade contra a vontade da existência e criar um conflito. Nesse caso, sua vida será de pesar, de dor, sofrimento, angústia, e por fim ele será derrotado.
Outro indivíduo pode fazer de sua liberdade um objeto de entrega à existência - e sua vida será uma vida de alegria, uma vida de dança e canção. E qual será o resultado final? O final não será nada além de uma vitória para ele. A palha que está ajudando o rio tem a probabilidade de ser vitoriosa. Ela não pode ser derrotada. A palha que tenta parar o rio certamente será derrotada. Ela não pode vencer.
Assim, é impossível conhecer a vontade da existência, mas certamente é possível transformar-se em um com a existência. E se for esse o caso, então a vontade de uma pessoa desaparecerá e apenas a vontade da existência permanecerá.
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