"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quarta-feira, outubro 17, 2018

O Poder e a Sabedoria da Cabala - 2/10

- Rav Yehuda Berg -


INTRODUÇÃO À SABEDORIA DA CABALA

Um aluno vai ao seu venerado mestre e pede a ele que lhe revele todos os segredos sublimes e todos os mistérios magníficos do cosmos no curto espaço de tempo em que se equilibra numa perna só. O eminente mestre é um dos maiores gigantes espirituais que já caminhou por esta terra. Ao escutar o pedido de seu ávido aluno, considera a questão com muito cuidado. Seus olhos então brilham com infinita sabedoria...


UM MANANCIAL DE SABEDORIA

Suponha que existisse uma sabedoria oculta que revelasse e unificasse as leis espirituais e as leis físicas da vida...

Suponha que essa sabedoria fosse a verdadeira fonte de todos os ensinamentos espirituais deste planeta, e fosse anterior à religião, a Adão e Eva e até mesmo à própria Criação do mundo...

Suponha que, ao longo da história, suas visões tenham exercido uma influência profunda sobre os maiores pensadores...

Suponha que um pequeno círculo de sábios eminentes tenha há muito tempo compreendido essa sabedoria e a tenha registrado em livros que ficaram ocultos por dois milênios...

Finalmente, suponha que essa sabedoria oculta revelasse todos os segredos do universo, todas as respostas para as suas perguntas, todas as soluções para os seus problemas...

Essa sabedoria existe, apesar de ter sido mantida encoberta durante grande parte da história humana. A sabedoria se chama Cabala, e os visionários que ousaram contemplar e expor seus mistérios são conhecidos como cabalistas.

O principal texto de Cabala é intitulado Zohar, e seus ensinamentos místicos influenciaram as mentes mais brilhantes do mundo nas áreas espiritual, filosófica, religiosa e científica — algo que é desconhecido pela maior parte da humanidade.


ACABOU O SEGREDO

O processo de trazer esta sabedoria para pessoas como você começou há cerca de dois mil anos, com os livros do Zohar, o corpo de conhecimento legítimo sobre Cabala, e seu autor, o maior dos cabalistas, Rabi Shimon bar Yochai. Durante os séculos seguintes, houve uma longa linhagem de corajosos cabalistas, que foram rejeitados pelo establishment religioso por seus esforços para tornar a Cabala e os ensinamentos do Zohar disponíveis e acessíveis para todos os tipos de pessoas. Houve até mesmo derramamento de sangue, e vidas inteiras foram tragicamente arruinadas. Ironicamente, depois de falecidos, esses mesmos cabalistas passaram a receber a mais alta estima daqueles que os haviam repelido. Este padrão vem perdurando há mais de vinte séculos. Você agora pode ler este livro sobre uma sabedoria há muito perdida graças a principalmente três homens. Eles são os verdadeiros cabalistas de nossa era:

- Cabalista Rav Ashlag
- Cabalista Rav Brandwein
- Cabalista Rav Berg

Tenho orgulho em dizer que Rav Berg é também meu pai, meu mestre, meu mentor e meu amigo. Rav Brandwein foi o mestre de meu pai e Rav Ashlag foi o amado mestre de Rav Brandwein.

A verdadeira distinção destes homens é sua capacidade incomum de tornar inteligíveis para a pessoa leiga ensinamentos esotéricos e  complexos. Ao longo da história, cientistas, filósofos e médicos secretamente investigaram a Cabala em busca de idéias e noções que por fim ajudaram a dar forma às principais doutrinas filosóficas e científicas. Estudiosos exploraram a Cabala por motivos intelectuais e acadêmicos. Mas embora alguém possa ser um brilhante estudioso de música clássica, somente um Mozart pode compor uma obra-prima sinfônica. Rav Berg, Rav Brandwein e Rav Ashlag são os verdadeiros virtuosos da Cabala dos dias modernos, os autênticos guardadores desta sabedoria. Sua linhagem parte de Abraão, e tem uma honrosa linha de descendentes que preservaram a sabedoria em sua forma original, não corrompida. A intenção destes homens não era um Prêmio Nobel, prestígio acadêmico ou o discurso filosófico interminável; a meta destes cabalistas era simplesmente trazer felicidade, paz e plenitude para toda a humanidade.


POR FAVOR ESTEJA AVISADO

Permanece em efeito um único aviso, uma proibição estrita a respeito da sabedoria e das lições da Cabala. Este aviso data do segundo século e é o primeiro de 14 Princípios Espirituais que serão apresentados neste livro: NÃO ACREDITE NUMA ÚNICA PALAVRA DO QUE LER! TESTE AS LIÇÕES APRENDIDAS.

Foi dito que a Cabala pode abordar e responder a todas as antigas perguntas, incluindo estas:

- Deus existe?
- Por que a vida é tão repleta de caos e de dor?
- Por que estamos aqui?
- Como posso alcançar plenitude ininterrupta em minha vida?

Alguns dizem que a Cabala não é somente a luz no fim do túnel, mas que é a Luz que queima e que elimina o próprio túnel, abrindo dimensões completamente novas de sentido e percepção.

A Cabala pode nos dizer muitas coisas: como e por que o mundo começou; por que sempre retornamos aos nossos velhos hábitos negativos; por que sempre evitamos atividades que sabemos serem boas e benéficas para nossas vidas; como injetar sentido e poder espiritual a cada momento em que estamos despertos.

Estas declarações são de causar impressão — mas não acredite nelas. Nem mesmo numa única palavra. Nem por um segundo. Na verdade, é um princípio da Cabala não acreditar em nada do que se lê ou se escuta. Porque a própria ideia de crença implica num resíduo de dúvida. Saber, porém, não permite que reste nenhum traço de ceticismo. Significa certeza. Convicção completa. Lá no fundo. No seu coração. Na sua alma.

Então, por favor, teste cada lição deste livro. Aplique estes princípios em sua vida. Viva as lições, e veja se sua vida melhora. Respire as lições, e veja se o "ar" fica mais limpo. Muito sacrifício e sofrimento se passaram para que em nossos dias um livro como este pudesse chegar a você e ao resto da humanidade. É, portanto, importante para todos nós atendermos ao preceito cabalístico que afirma: "Não há coerção na espiritualidade.”

Em outras palavras, a intenção deste livro não é de pregar, mas de humildemente ensinar! Por este motivo, não aceite estas lições cegamente. Tem que haver resultados tangíveis em sua experiência direta. Quando isto acontecer, você sentirá a verdade da Cabala em seu corpo e em sua alma, e virá a conhecer a sabedoria dos mestres em seu coração.


A LINGUAGEM DA ANALOGIA

Este é um livro alegre e profundamente sério ao mesmo tempo. Quando ler estes capítulos com este mesmo espírito, você encontrará ao mesmo tempo diversão e insight. A sabedoria não tem que ser complexa, enfadonha e pesada. Na Cabala, afinal, a sabedoria é chamada de Luz!


CONCEPÇÕES EQUIVOCADAS SOBRE CABALA

"Aqueles que dançavam eram considerados totalmente insanos por aqueles que não conseguiam escutar a música." - (Angela Monet)

Em tempos antigos, a palavra ״Cabala״ metia medo nos corações da maioria dos líderes religiosos. Envolta em segredo e séculos à frente de seu tempo em suas especulações, a Cabala tornou-se sujeita a falsos rumores e suspeitas: imagine tentar explicar o que é um telefone ou a Internet para pessoas dos séculos XV ou XVI. Você seria rotulado como um místico. A Cabala foi chamada de misticismo por esta mesma razão. Mas o que uma vez foi considerado misticismo agora se chama ciência — como colocou o escritor Arthur C. Clarke: "Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da mágica.״

A Cabala era e continua sendo a tecnologia original da vida. É a ciência da alma e a física (e metafísica) da plenitude. E por ser uma filosofia inovadora que apareceu em cena milhares de anos antes de seu tempo, foi engolfada pelo desentendimento — incluindo o aviso de que a Cabala pode deixar alguém louco.

É verdade! Há muito tempo atrás se considerava que o estudo da Cabala poderia levar a pessoa à loucura, ao que este livro responde...


VAMOS FICAR LOUCOS!

Se nossa sociedade considera que ataques cardíacos, ataques de pânico, rachas no ozônio, homicídio, genocídio, suicídio, acidentes aéreos, quebras na bolsa de valores, combates étnicos, tiroteios em colégios, contendas religiosas, recessão, depressão, sessões de terapia, planos de previdência, guerra química, claustrofobia, xenofobia, desemprego, instalações de mísseis, perseguição, execuções, políticos corruptos, demissões em massa, tabloides, esteroides, enfermidades, solidão, terremotos, lagos envenenados, e ainda doenças, vício em drogas e a morte são algo perfeitamente sadio — então sim, a Cabala pode deixá-lo maluco!

Então você está pronto para ficar um pouco doido? Ótimo!


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*Fonte: https://pt.scribd.com/doc/39897856/O-Poder-Da-Cabala-Tecnologia-Para-a-Alma-Yehuda-Berg

segunda-feira, outubro 15, 2018

O Poder e a Sabedoria da Cabala - 1/10

 - Rav Yehuda Berg -


UMA BREVE HISTÓRIA DA CABALA

2000 a. E. C.

A primeira obra escrita sobre Cabala, há mais de quatro mil anos, se chama "O Livro da Formação", e é de autoria do Patriarca Abraão. Diz-se que O Livro da Formação contém todos os segredos do universo, apesar de ter somente algumas poucas páginas. Como isto é possível?

É claro, muita coisa pode ser apresentada de forma concisa, como provou Einstein com sua famosa fórmula, E = mc2. Nestes cinco caracteres estão incluídas idéias matemáticas que ajudam a definir e explicar os mistérios do tempo, do espaço, da energia e da matéria. O Livro da Formação é outra fórmula deste gênero.

Assim como é necessário um verdadeiro conhecimento matemático para se entender a fórmula de Einstein, somente os que eram adeptos das artes místicas da Cabala foram capazes de penetrar nos segredos contidos neste livro sagrado.


SÉCULO DOIS E. C.

No segundo século, viveu um místico notável com o nome de Rabi Shimon bar Yochai. Este gigante entre os cabalistas revelou um corpo de conhecimento muito mais extenso a respeito de Cabala chamado Zohar. O Zohar era uma obra profundamente espiritual, que explicava todos os segredos contidos no Livro da Formação. O manuscrito, porém, foi considerado como sendo misticismo e mágica pelas pessoas de sua geração.

Em retrospecto, o motivo é óbvio.

O Zohar expõe idéias e conceitos que estavam séculos à frente de seu tempo.

Numa época em que a ciência determinava que o mundo era plano, o Zohar descreve nosso planeta como sendo esférico, com pessoas vivendo o dia e a noite em zonas do tempo diferentes.

O Zohar descreve o momento da criação como a explosão de um Big Bang. Fala de um universo que existe em dez dimensões. Explora a noção de universos paralelos. Essas especulações eram heréticas e assustadoras. Todavia, elas não são as especulações mais fantásticas que aparecem no Zohar.

Essa designação pertence a uma outra ideia...

Rabi Shimon diz que o Zohar é mais do que um livro de segredos e sabedoria espiritual.

Este tratado místico é um poderoso instrumento doador de energia; uma ferramenta salva- vidas que, por si só, está imbuída com o poder de trazer paz genuína, proteção, cura e plenitude para aqueles que possuem os livros físicos em si.

E tem mais.

Como o monolito do filme "2001: Uma Odisseia no Espaço", o Zohar pode gerar faíscas na alma de uma geração, gerando mudança e transformação profundas dentro da consciência dos seres humanos e da sociedade. Em outras palavras, assim como uma lâmpada ilumina uma sala escura, revelando objetos que não eram vistos anteriormente, a Luz espiritual do Zohar pode iluminar as mentes dos homens para os mistérios ocultos do cosmos. De acordo com os cabalistas, essas influências não vistas irão por fim ajudar a dar forma ao destino da humanidade, à medida que aumenta a presença do Zohar em nosso mundo.

O grande sábio Yochai afirmou que chegaria um dia em que até uma criança de seis anos seria capaz de penetrar na sabedoria espiritual da Cabala. Mas até que chegasse essa época, os manuscritos originais do Zohar tinham que permanecer ocultos.

Por isso eles ficaram escondidos durante séculos. O obscurecimento da Luz espiritual do Zohar coincide com a Idade das Trevas, uma época em que todos os aspectos da civilização, incluindo a educação, a ciência e as comunicações estiveram em severo declínio.


SÉCULO XIII - CABALISTA MOISÉS DELEON

O grande cabalista espanhol chamado Moisés Deleon fez uma descoberta notável ao encontrar os manuscritos do Zohar numa caverna em Israel. A recente descoberta dos Rolos do Mar Morto empalidece em comparação com o descobrimento do Zohar, em termos de importância espiritual. Rabi Shimon escreveu que a ocultação duraria 1.200 anos, começando a partir da época da destruição do Templo Sagrado. O Templo em Jerusalém foi destruído pelos romanos no ano 70 E. C. Moisés Deleon revelou o Zohar no ano 1270 — 1. 200 anos depois, como Rabi Shimon havia antecipado.

De forma geral, a descoberta de Moisés Deleon passou despercebida pelo mundo. Mas é um ponto de virada historicamente significativo, pois a Luz do Zohar iluminou o mundo pela primeira vez na história da humanidade. Seus versos arcanos tornam a obra inacessível para as massas. Contudo, os cabalistas crêem que a energia que emana de seu texto místico reluziu no inconsciente coletivo de uma geração. Cerca de cinco anos depois de Deleon publicar o Zohar, por volta de 1275, o conhecido filósofo Roger Bacon previu um futuro no qual navios viajariam por baixo da água, máquinas voariam pelo céu e barcos navegariam sem velas ou remos. Soava demais como misticismo para as pessoas que viviam naquela geração, e Roger Bacon foi logo aprisionado por heresia.

Não muito tempo depois, Nicholas Oresme, filósofo, economista, matemático, físico e um dos principais fundadores da ciência moderna, ensinava a respeito do movimento da Terra, duzentos anos antes de Copérnico. Ele escreveu sobre a natureza, a reflexão e a velocidade da luz — conceitos explorados extensamente pelo Zohar. Nicholas inventou a geometria de coordenadas muito antes que Descartes, e descobriu que todos os objetos caem ao solo com a mesma velocidade muito antes de Galileu "descobrir" a mesma coisa. Por algum motivo, Copérnico, Descartes e Galileu receberam a maior consideração nos livros de história, enquanto o não menos sábio Nicholas é praticamente uma nota de pé de página.


SÉCULO XVI

O cabalista do século XVI, Isaac Luria, foi uma criança prodígio que penetrou profundamente nos enigmas místicos do Zohar. Apelidado de "Ari", ou Leão Sagrado, ele produziu um comentário sobre o Zohar que removeu mais uma de suas camadas de complexidade. Os ensinamentos do Ari se tornaram a escola definitiva do pensamento cabalístico. Todo o material deste livro tem raiz na Cabala Luriânica. Também no século XVI, em 1540, o cabalista Abraham Azulai emitiu um decreto que retirava toda e qualquer restrição com relação ao estudo da Cabala. Essa seria a primeira vez na história da humanidade que a Cabala seria colocada à disposição de todos, até de uma criança de seis anos.


SÉCULO XVII - UMA REVOLUÇÃO CIENTÍFICA CABALÍSTICA

O século XVII vivenciou uma explosão abrupta e inexplicável de avanços científicos. Entretanto, estudiosos e cientistas tiveram grande dificuldade para encontrar o motivo de ocorrer esse impromptu. Com base em nova evidência, contudo, os estudiosos agora discutem o fato de que a Cabala exerceu profunda influência sobre muitos dos grandes cientistas e matemáticos do século XVII — uma época em que as linhas divisórias entre filosofia e ciência, física e metafísica, eram muito pouco nítidas. A Professora Allison P. Coudert sustenta em seu livro, O Impacto da Cabala no Século Dezessete, que "a Cabala Luriânica merece um lugar que nunca recebeu nas histórias do desenvolvimento cultural e científico do ocidente."

O grande matemático Leibniz inventou o cálculo ao mesmo tempo que Sir Isaac Newton e, a partir daí, aquelas aulas cansativas de matemática que tínhamos que aguentar no colégio foram profundamente influenciadas pela Cabala. O mesmo se deu com Newton, o principal responsável pela revolução científica e pelo começo de uma Era de Iluminação. E é provável que Galileu, Descartes, Platão e Copérnico também tenham sido expostos ao conhecimento da Cabala.

Leibniz, considerado um dos grandes intelectos da época, acreditava que a Cabala personificava uma sabedoria secreta primordial (prisca theologia) que Deus tinha revelado secretamente a Moisés no Monte Sinai (soa familiar?). Leibniz, Newton e seus colegas acreditavam que se a Cabala pura fosse redescoberta e revelada ao mundo em sua forma genuína, não corrompida, ela produziria a paz universal, estabelecendo a fundamentação para uma verdadeira religião ecumênica, erradicando assim os conflitos religiosos que deixaram manchada de sangue a paisagem da civilização humana.


INÍCIO DO SÉCULO XX

Mas foi só no começo do século XX que o cabalista Rav Yehuda Ashlag, o místico mais profundo deste século, decifrou os escritos do Ari e os textos do Zohar. A partir de então a sabedoria da Cabala ficou mais acessível do que em qualquer época anterior, o que, a propósito, não agradou a certas facções da comunidade religiosa. Em um de muitos incidentes cruéis, Rav Ashlag foi deixado deitado numa poça de seu próprio sangue nos degraus de seu Centro de Estudos. Destemido, Rav Ashlag se aprofundou na Cabala Luriânica com fervor devotado, esclarecendo seus maiores segredos. Mas a vasta maioria do mundo prestou pouca atenção à sua ação histórica, e não pôde perceber a sua influência. Conceitos como relatividade, viagem espacial, cura, universos paralelos, e assuntos que afetam o bem-estar da humanidade foram codificados dentro do Zohar há cerca de dois mil anos. O surgimento do Zohar para o mundo secular ocorreu num século que viu mais avanços tecnológicos do que todos os outros séculos juntos. A genialidade de Rav Ashlag está em sua capacidade de extrapolar esses segredos dos escritos de 500 anos de idade do Ari.

O maior legado deste sábio é a primeira tradução do Zohar para o hebraico, do seu original em aramaico, junto com seu conhecido comentário. De forma adequada para um homem de sua estatura espiritual, Rav Ashlag deixou este mundo na noite de Yom Kipur, em 1955.


MEADOS DO SÉCULO XX

O principal discípulo de Rav Ashlag, o cabalista Yehuda Brandwein, completou e publicou os escritos monumentais de seu mestre. Embora pio e ortodoxo, Rav Brandwein era um homem das classes comuns, principalmente daquelas privadas de seus direitos. Era uma alma gentil e humilde que subia andaimes de obras durante o dia, para depois subir mundos espirituais elevados, sob o luar. Rav Brandwein abraçava a todas as pessoas que encontrava, sem se preocupar com sua observância religiosa ou a ausência dela, com amor e aceitação incondicional. Ele evocava um amor profundo em todos aqueles com quem entrava em contato. Tanto ateus quanto devotos fiéis tinham grande reverência por ele.

Rav Brandwein deixou este mundo em 1969, depois de ter passado a tocha sagrada para seu querido aluno, o cabalista Rav Berg.


O TEMPO PRESENTE

Continuando os ensinamentos de Rav Ashlag e de seu próprio mestre, Rav Brandwein, Rav Berg e sua esposa, Karen Berg, quebraram dois mil anos de tradição e dogma religioso e trouxeram a sabedoria para o alcance de qualquer pessoa que tenha um desejo sincero de aprender. Este ato ousado não ocorreu sem um custo. Como a maior parte dos cabalistas ao longo da história, Rav Berg e Karen sofreram violência física, agressão verbal extrema e dor e sofrimento emocional pelas mãos daqueles que estavam determinados a manter os segredos da Cabala afastados de pessoas como você e eu — pessoas comuns que buscam na religião respostas que vão além do tradicional — "Porque está escrito". Pelo fato de Rav Berg e Karen terem aberto os antigos cofres para as multidões, pessoas em todos os lugares agora têm a oportunidade de entender por que nós existimos, como chegamos aqui, e como podemos remover a dor, o sofrimento, o tormento, o medo e o caos de nossas vidas pessoais.

O segredo finalmente acabou, e é por isto que você agora terá acesso a este livro.


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*Fonte: https://pt.scribd.com/doc/39897856/O-Poder-Da-Cabala-Tecnologia-Para-a-Alma-Yehuda-Berg

quarta-feira, outubro 10, 2018

Duas maneiras de receber Instruções Espirituais

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- Joel S. Goldsmith - 


A Transmissão Espiritual não chega através da mente humana, não chega pelas faculdades do razão, e o único motivo de termos tantas coisas assim é pelo fato de tudo isso ter sido trazido por ensinamentos ortodoxos, errôneos, que agora nos confundem e nos tiram do Caminho. 

Mas um dia você chega, na medida em que seu desenvolvimento espiritual é considerado, à percepção de que tantas perguntas e respostas são absolutamente inúteis. 

Ora, existem duas maneiras de receber instruções espirituais, e essas instruções começam somente quando você chega nesses estágios. 

Quando você encontrou seu instrutor ou seu ensinamento, e você vem à presença desse instrutor ou ensinamento, sem perguntas, com nada em sua mente exceto revelar a Si Mesmo ou revelar a Verdade, sua atitude deve ser como sentar aos pés do Mestre, não com perguntas, mas quase implorando: “dai-me Deus! Revelai-me a Verdade! Revelai-me Deus!” 

E conforme você se senta numa expectativa silenciosa, confiante e segura, o instrutor é capaz de deixar a Palavra de Deus derramar-se através de sua Consciência para você; porque o instrutor espiritual não é seu professor falando, nem um homem ou mulher falando, se é que você orou corretamente para ser conduzido ao instrutor ou ao ensinamento. 

Você chega à presença de alguém que não tem qualquer conhecimento para dar a você, mas abrindo sua boca, e por prévia meditação e união consciente, ele pode deixar o Espírito de Deus derramar-se através dele por palavras, pensamentos ou silêncio, e você receberá a transmissão. 

Enquanto sua mente estiver questionando, a Verdade não poderá ser recebida dentro de você. 

Se você está na presença de alguém de quem você duvida, ou de alguém que você não sabe se será seu professor, você não pode receber instruções espirituais. 

Instruções espirituais chegam apenas para uma profunda humildade que diz: “estou vazio! Nada sei! Preencha-me!”. Mas tenha o cuidado de não dizer isso à pessoa errada. Tenha o cuidado de ter orado para receber seu instrutor ou ensinamento e de ter recebido a garantia diretamente de seu interior de que este é o Caminho a seguir, e então, quando você chega à presença do instrutor ou ensinamento escrito do instrutor, você diz com profunda humildade: “preencha-me”, e esteja preparado para aceitá-lo, assim como fomos preparados para aceitar os ensinamentos de Jesus Cristo, não porque Jesus Cristo os disse, mas porque Algo dentro de nós diz “eis a Verdade! Siga por este Caminho!” 

Como já disse, há duas maneiras de receber instrução: uma é o professor e seus ensinamentos, e há ensinamentos nos livros; a outra maneira é através da transmissão de Deus para você, diretamente em sua própria Consciência. 

Perceba que você só precisa de instrutor até certo ponto; você precisa de um instrutor, um professor espiritual, mas somente até o ponto em que o instrutor tornou você capaz de meditar e voltar-se para dentro, de modo a fazer contato com a mesma Fonte que o professor tem, e receber o mesmo ensino e a mesma transmissão “de dentro”. Ela pode vir em palavras diferentes e você pode escrever seus próprios livros, e isso porque Deus é infinito! 

Deus tem idéias infinitas e expressões infinitas, então não há razão pela qual toda pessoa de mente espiritual do mundo não possa escrever livros úteis para todo o resto do mundo, contanto que ela esteja recebendo a transmissão de Deus, e não pelo intelecto humano, não pelo orgulho, vaidade ou ego. 

O instrutor espiritual tem duas funções: uma é revelar a Mensagem da Verdade e o caminho para realizá-la, exatamente como o Mestre nos revelou: “orar pelos inimigos”, “orar pelos que te perseguem e te importunam”, “orar em segredo”, “que tua mão obre em segredo”, “perdoar setenta vezes sete vezes”... 

Lembre-se, todos estes são ensinamentos, não são apenas citações de um livro; são ensinamentos que temos que aceitar e praticar. 

E assim como o Mestre fez com suas palavras e pensamentos, o mesmo acontece hoje com um instrutor espiritual, recebendo outras transmissões espirituais e revelando para seus estudantes Agora! Não haverá nada de bom em uma transmissão apenas verbal do professor ao estudante, se ele não for e colocar isso em prática. 

A segunda função do instrutor espiritual é abrir a Consciência do aluno, a fim de que ele alcance o Centro de seu próprio Ser, onde Deus pode revelar-se a ele. 

Deus não vê diferença entre as pessoas, lembre-se disso. Deus não escolhe do alto Buda, Shankara, Jesus, João, Paulo, Sra. Eddy, Joel Goldsmith... 

Deus não faz isso dizendo “todo o resto de vocês sentem-se a seus pés”. Não! Sente-se aos pés deles, mas aprenda o que aconteceu com eles, então você vai e faz o mesmo! 

O instrutor espiritual, se você é fiel, pode abrir sua consciência para a receptividade do Pai dentro, para o despertar da real experiência de Deus. 

Algumas pessoas abrem-se muito rapidamente, outras nem tanto. 

Tudo depende de seu desenvolvimento espiritual, do seu histórico, do seu passado, do quanto está preparado para desistir do pensamento racional, da argüição da mente e apenas se sentar como se estivesse aos pés do Mestre, e então receber... receber... receber. Isso pode ser feito com as Escrituras, você não precisa de nenhum escrito moderno de um mestre moderno, pode se voltar para os antigos, se você preferir, contanto que sejam conduzidos por Deus! Então você será preenchido. 

A experiência espiritual chega quando você diz “eu não tenho mais perguntas, eu quero respostas, e quero que elas venham de Deus, seja por inspiração vinda por você ou por mim, pelo instrutor ou pelo Reino de Deus em meu interior. 

Enquanto suas respostas não são recebidas, você deve fazer perguntas, você deve satisfazer sua mente e tirá-la do caminho, mas faça isso logo, o mais rápido que puder, e obtenha a Verdade nisso que chamamos de... bem, nem sequer de iniciante podemos chamar, é um estágio pré-iniciante. 

O início da Sabedoria Espiritual não se inicia, nem mesmo começa, até que as perguntas saiam do caminho, até que a pessoa esteja completamente vazia, pronta para dizer: 

“O passado é o passado, foi esquecido, e não estou interessado no que penso ou acredito... Agora preencha-me, preencha-me com Sabedoria Espiritual, preencha-me com o Poder e a Presença de Deus! Não me preocupo com perguntas e respostas, preocupo-me apenas com a experiência de Deus”. 

Só então você iniciou no nível de iniciante, e a partir daí o instrutor pode começar, através da Graça que lhe foi dada, a transmitir não só a Sabedoria Espiritual, mas também a Consciência Espiritual. E cedo ou tarde, para alguns rapidamente, para outros lentamente, o Caminho se abrirá e você receberá sua própria transmissão a partir de dentro, e a mesma Luz que chegou a todo místico pode chegar também a você, a mesma Verdade que se revelou a todo místico pode se revelar a você. É sempre a mesma Verdade que você pode ver e ler em todos os místicos, mas chega em diferentes linguagens para cada um, e às vezes em diferentes graus. 

Nos anos em que venho ensinando, eu penso que toda pergunta que poderia ser feita já foi feita, não aqui, nem nos livros ou nas gravações. 

Então, se você ainda tem perguntas, aguarde pacientemente e elas serão respondidas e, na maioria das vezes, nem serão diretamente respondidas: alguma Luz Espiritual chegará e responderá a você. 

Portanto, não fique preocupado com essas questões. Seja por transmissão ou conforme você lê textos ou ouve gravações, tente “esvaziar-se”, esvaziar tanto quanto dizer “espero Deus falar comigo, espero Deus revelar a Verdade a mim”. 

A Verdade vem através da boca de um indivíduo, sempre veio através da boca de um indivíduo, nunca chegou de outra maneira. Veio através de Buda, de Lao-Tzu, de Shankara, Jesus, João, Paulo; veio através de centenas de pessoas, mas vem sempre por um indivíduo, e virá da mesma maneira para você, quando eventualmente fizer o contato, e então virá através de você. 

Um modo seguro de saber se este é ou não o seu Ensinamento é que ele não seja guiado por amigos que participam, sem ser guiado por algo que pareça ser bem sucedido ou popular, porque aí isso não tem nada a ver com você. 

Talvez alguns ensinamentos que não são famosos ou populares sejam melhores para você. 

Talvez algum professor ou ensinamento com abordagem diferente da Verdade seja melhor para você. 

Que ninguém venha para o “Caminho Infinito” por recomendação, ou para receber lições e ler os livros, e não chegar e aceitar um ensinamento por si mesmo, até que Algo dentro de você diga “este é o meu Caminho”. 

Nesse momento, esteja pronto para descartar todos os outros, porque ninguém pode andar por dois caminhos de uma vez, você só pode andar por Um. 

Mas não tenha pressa de escolher esse Um, aguarde! Aguarde até ter tal convicção que seja então capaz de dizer “este é o Caminho a seguir”. 

Mas ao fazê-lo, seja fiel, dê toda a oportunidade antes de desistir, porque, se foi dito que esse Caminho é para você, então é o Caminho, mesmo que seja muito difícil. 

E se vier um tempo em que você considere que se enganou, então vá para outro ensino, mas descarte este primeiro, não tente carregar ambos. Descarte-o. Não seja desonesto com um instrutor ou ensino, esperando que ele faça algo por você, sendo que você não é verdadeiro com ele. 

Você espera que um professor ou ensinamento doe-se de todo coração a você, mas você não obterá nenhum resultado se não retribuir na mesma moeda. Pode ser que não seja o ensinamento para você, mas seja fiel até certificar-se de que ele não é para você, e então descarte-o e troque-o por qualquer outro que você queira seguir. Não tente andar com dois cavalos na mesma corrida, isso nunca foi realizado com sucesso. 

Seja qual for o caminho ao qual você se volte, abra-se, mas tenha a certeza de que Deus conduziu você. 

O Mestre o advertiu que há muitas pessoas chamando a si mesmas de “Cristo” e seguindo o caminho que não é do Cristo. 

Há muitos livros, muitos ensinos que não têm nenhuma relação com a Verdade, embora preguem a verdade. 

Ninguém vai dizer a você quem eles são ou não são; você mesmo tem que ser conduzido pelo Espírito para descobrir se era esse instrutor que tinha que vir ou não. 

Mesmo João questionou se Jesus era Aquele que deveria vir: “começo a duvidar”. 

Então Jesus respondeu: “vá a João e fale das coisas que tem visto, o doente curado, o morto ressucitado, o Evangelho pregado aos pobres, os olhos dos cegos abertos, os ouvidos dos surdos abertos, essas são as únicas provas que posso dar”. 

Então é isso, você saberá pelos frutos do ensinamento, pela Luz do professor, se isso é para você. Se não for, descarte-o! 

Mas não tente levar três ou quatro ensinamentos, você não pode e nem ninguém o fez. 

O Mestre disse aos discípulos “deixem suas redes, deixem seu passado, deixem todas as coisas que não os convencem, deixem tudo o que têm para trás e sigam-me! Sigam-me, e deixem tudo por Mim, deixem toda a experiência passada, e Eu os farei pescadores de homens”. 

Existem ensinos espirituais hoje na Terra que são gloriosos. 

Há ensinamentos que talvez nos conduzam e conduzam a muitos direto ao Reino de Deus. 

É você que tem que descobrir esses ensinamentos. 

É você que tem que descobrir de Deus a direção que deve seguir, e você deve oferecer a mesma integridade e devoção ao instrutor que você espera receber do professor e do ensino, caso contrário... bem, isso é uma trapaça, é desonesto.


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quinta-feira, outubro 04, 2018

Fazendo a Graça fluir em nossa vida

- Sri Bhagavan -


"Amo todos vocês.
Nós conduzimos esses poojas para ajudá-los a receber a graça de Kalki.
Para resolver seus problemas ou para receberem dádivas de Kalki.
Agora, o que queremos dizer com Kalki?
Quem, ou o que é Kalki?
Por ‘Kalki’ nos referimos a Deus.

Agora, o que queremos dizer com Deus?
Apesar de experienciarmos a vida como indivíduos, na realidade nós formamos um coletivo. Somos na verdade um coletivo. Nos referimos a esse coletivo como Deus.
Vejam, esse Deus, esse coletivo, tem evoluído com o tempo.
Kalki é o que consideramos esse Avatar.
O que queremos dizer com esse conceito de Avatar é que a vida evolui por vários estágios.

Foi primeiro criada nos oceanos.
E evoluiu por muitas espécies diferentes.
E agora os homens irão partir para o próximo passo.
De maneira similar, o coletivo ou Deus também está evoluindo.

Em sua forma atual, Deus é muito, muito amigável, não julga, não pune, está pronto para ajudá-lo com seus problemas, pronto para conceder a você seus desejos. É isso que Deus é hoje.

E é isso que queremos dizer com Kalki.

Então Kalki pode ajudar a resolver seus problemas, realizar seus desejos, conceder a você despertar e até mesmo, em última instância, iluminação.

Hoje iremos tentar resolver um problema em particular.
Agora, para realmente resolvermos esse problema, você deve focar na solução e não no problema. E então, a mente precisa estar convencida das vantagens advindas da ação que você irá tomar.
A não ser que esteja convencida, não haverá ação da sua parte.
Haverá apenas atividade. Você seguirá pensando e pensando e pensando...
Em torno das vantagens e desvantagens. E de novo e de novo repetindo isso. E continuamente seguirá postergando.

Você nunca irá agir.

A não ser que aja, a graça não começará a fluir. E não irá ser bem sucedido.

Então a maior parte das pessoas vive suas vidas pensando e planejando mas nunca de fato se engajam na ação. Na melhor das hipóteses se engajam em algum tipo de atividade.

Então hoje, o que iremos fazer é, iremos procurar a ajuda de Kalki para sair da atividade e ir para a ação.

Agora, temos três fases importantes nesse pooja. A primeira fase é a da contemplação.

Nessa fase, você deve pegar um problema em particular que tenha e uma solução e você deve contemplar em torno do fato de não estar pronto para agir.

Você deve apenas se tornar consciente disso.

É isso que você deve fazer na etapa da contemplação.

E então nos movemos para a oração. Nessa hora, você irá orar para Kalki para que você se mova da atividade para a ação.

Quando isso estiver terminado, nos movemos para a Deeksha.

Agora, você irá receber a Deeksha de Kalki para novamente sair da atividade e ir para a ação.

Kalki, você precisa entender, não é um novo Deus. É o seu Deus.

Se você adora a Vishnu, então Vishnu é o seu Kalki.

Se você adora a Shiva, então Shiva é o seu Kalki.

Se você adora Cristo, então Cristo é o seu Kalki.

Se você adora a Alah, então Alah é o seu Kalki.

O Deus que você adora é Kalki, não um Deus estranho. De jeito nenhum.

Usamos a palavra Kalki pois foi como o Fenômeno se revelou para nós.

Mas na realidade é o seu Deus

Então lembre-se, você não está orando para um novo Deus.

Mas você está orando para o seu próprio Deus que agora tornou-se Kalki.

É o seu Deus que agora tornou-se muito mais livre, muito mais amigável e muito mais ágil na resposta às suas orações.

Então é a evolução do coletivo ou Deus. É disso que estamos falando aqui.

Então, uma vez que tenha passado por esse pooja, sempre que quiser passar da atividade para a ação você retorna para esse pooja. Apenas faça isso.

E vai perceber que de fato você se move da atividade para a ação.

Uma vez que você se move para ação, a graça flui e coisas passam a acontecer.

É esse o propósito do pooja de hoje. Amo todos vocês."


segunda-feira, outubro 01, 2018

Por que os vários caminhos afirmam serem o único verdadeiro?

- OSHO -


Questão: Amado Osho, eu não compreendo por que os mestres iluminados criticam tanto uns aos outros. Não estão eles todos trabalhando na direção do bem mais elevado? Não são eles diferentes sabores da mesma verdade?

OSHO: Anand Varuni, a questão que você levantou é quase impossível de se responder, pela simples razão de que você não é iluminado ainda. Você não conhece os meios, ou a maneira, dos iluminados. Você não conhece seus artifícios, você não conhece seus métodos; daí, a incompreensão.

Uma história antiga pode ajudá-lo...

Numa grande cidade, havia duas grandes lojas e, um dia, os proprietários das duas lojas, por alguma razão, começaram a brigar um com o outro. Naturalmente, eles não tinham nenhum outro meio de brigar, então, começaram a jogar doces um no outro. A cidade toda se juntou e as pessoas se deliciaram com os doces que caíam na rua.

Quando dois mestres iluminados se criticam, isso traz muita satisfação àqueles que podem compreender. O sabor disso é quase inacreditável. Eles não são inimigos, a briga deles não é do ego. A briga deles tem um contexto totalmente diferente.

Eles brigam, porque sabem de uma coisa: que a meta é uma só, mas os caminhos são muitos. E cada mestre tem de defender seu caminho, sabendo perfeitamente bem que os outros caminhos são tão válidos quanto o seu. Mas, se ele começa dizendo que todos os caminhos são válidos, ele não causará o impacto, a influência sobre o seu povo. A jornada é longa e ele precisa de absoluta confiança.

Ele não é um filósofo propondo um sistema de filosofia. Seu interesse básico é que seu empenho para com o caminho seja total. Para torná-lo total, ele condena todos os outros caminhos, ele critica todos os outros meios. É por compaixão por vocês. Ele sabe que as pessoas no outro caminho também chegarão; e ele sabe que, por compaixão, o mestre do outro caminho tem de criticá-lo, tem de criticar seus meios.

Essa é uma metodologia simples para proteger o discípulo das influências que possam extraviá-lo. E a mente é muito, muito esperta em se extraviar. Se todos os caminhos são válidos, então, qual é a necessidade do empenho? Se todos os caminhos são válidos, então, qual é a necessidade de se ser total? Se todos os caminhos são válidos, então, por que não viajar por todos os caminhos, por que não ir mudando, desfrutando os diferentes meios, os diferentes métodos, os diferentes cenários? Cada caminho passará por diferentes terras: há caminhos que passarão pelo deserto, e há caminhos que passarão pelas montanhas, e há caminhos que passarão por belas árvores floridas.

Mas, se você viajar às vezes por um caminho e, depois, mudar de caminho, você terá de começar novamente do ABC. O que quer que você aprenda num caminho é inválido no outro caminho, e, se você for mantendo aquilo dentro de você, aquilo irá criar uma enorme confusão. Você já está numa grande confusão; nenhum mestre quer que você fique mais confuso!

Sua mente sempre quer mudar. Ela não conhece devoção: ela adora o que está na moda, seu interesse está sempre em alguma novidade. Assim, ela continuará se movendo de um caminho para outro caminho, tornando-se cada vez mais e mais confusa, porque cada caminho tem sua própria linguagem, cada caminho tem seu próprio único método, e cada mestre vai defender seu caminho contra todos os outros caminhos.

Se você se move em muitos caminhos, você juntará argumentos contraditórios: você ficará muito dividido, não saberá o que fazer. E se mudar de caminhos se tornar seu hábito – porque o novo tem uma certa atração para a mente – você se moverá alguns metros num caminho, alguns metros noutro caminho, mas você nunca completará a jornada.

Um dia, Jalaluddin Rumi levou todos os seus alunos, discípulos e devotos ao campo. Esse era seu modo de ensinar-lhes as coisas do além, através de exemplos deste mundo. Ele não era um teórico, era um homem muito prático. Os discípulos estavam pensando: "Qual pode ser a mensagem? Ir a um lugar tão distante... Por que ele não pode dizê-lo aqui?".

Mas, quando chegaram ao campo, eles compreenderam que estavam errados e ele estava certo. O fazendeiro parecia ser um homem insano. Ele estava cavando um poço no campo – e já tinha cavado oito poços incompletos. Ele furava uns poucos metros e, depois, ele achava que não havia água. Então, ele começava a cavar um outro poço... e a mesma história continuava. Ele já tinha destruído o campo todo e ainda não tinha encontrado água.

O mestre, Jalaluddin Rumi, lhes disse: "Podem compreender uma coisa? Se este homem tivesse sido total e tivesse posto toda sua energia num só poço, ele teria chegado às fontes mais profundas de água há muito tempo. Mas do jeito que ele está fazendo, ele destruirá todo o campo e nunca será capaz de fazer um simples poço. Com tanto esforço, ele está simplesmente destruindo sua terra, e ficando cada vez mais e mais frustrado, desapontado: que espécie de deserto ele comprou!? Não é um deserto, mas a pessoa tem de ir fundo para descobrir as fontes de água."

Ele virou-se para seus discípulos e perguntou-lhes: "Vocês vão seguir esse fazendeiro insano? Às vezes, num caminho, às vezes em outro, algumas vezes ouvindo um, às vezes ouvindo outro... Vocês vão juntar muito conhecimento, mas todo esse conhecimento é simplesmente lixo, porque ele não vai lhe dar a iluminação pela qual você está procurando. Ele não vai conduzi-los às águas da vida eterna.".

Os mestres adoram tremendamente criticar os outros mestres. Se os outros também são realmente iluminados, eles também adoram ser criticados. Eles sabem que o propósito de ambos é o mesmo: para proteger a mente vadia dos discípulos, para mantê-los numa trilha, eles têm de negar que haja um outro caminho em algum lugar que pode conduzi-los, além deste caminho.

Isso não é dito com uma atitude egoística: é dito por amor. Trata-se apenas de um artifício para fazê-lo empenhar-se, devotar-se. A jornada é longa, a noite é longa, e, se você se extraviar, você pode ficar rodando, rodando, pela eternidade, sem encontrar nada.

Mas, no seu estado de mente inconsciente, no seu espaço de ser não-iluminado, a questão parece ser relevante. Você está perguntando, Varuni: "Eu não compreendo por que os mestres iluminados criticam um ao outro.".

Não se incomode por que eles estão se criticando; você compreenderá isso quando se tornar iluminado. Antes disso, não é da sua conta! Se os iluminados gostam de se criticar, eles devem ter alguma razão própria, e você não está num estado adequado para compreender.

Gautama, O Buda, uma das pessoas iluminadas mais famosas na história da humanidade, tinha oito contemporâneos que eram iluminados, no mesmo pequeno estado de Bihar, na Índia. O próprio nome 'Bihar' surgiu, porque oito mestres iluminados estavam sempre andando por ali, descobrindo seu povo, procurando por aqueles que pudessem cair em sintonia com eles. Bihar significa "caminhante"; o nome veio daqueles oito iluminados – e eles viviam condenando uns aos outros.

Dois dos oito deixaram tradições que ainda vivem. Um era Gautama, O Buda; o outro foi Vardhamana Mahavira. Gautama, O Buda, deixou a grande tradição do budismo. Mahavira deixou uma outra tradição, o jainismo. Ambos estavam no mesmo espaço, mas eram imensamente críticos um do outro – nenhuma concordância em nem um único ponto.

Aconteceu muitas vezes de estarem na mesma cidade. Certa vez, aconteceu de estarem hospedados no mesmo caravançará. Metade do caravançará estava ocupado por Gautama, O Buda, e seus discípulos; e metade do caravançará estava ocupado por Mahavira e seus discípulos. Tradicionalmente, tem-se perguntado por que eles não se encontravam. Nem os budistas tinham a resposta, nem os jainas. Ambos eram iluminados; teria sido tremendamente belo se eles se encontrassem.

Mas eu sei por que eles não se encontraram: eles não queriam que seus discípulos ficassem confusos. A abordagem de Gautama, O Buda, não era a do guerreiro, mas a de um ser humano completamente relaxado. Mahavira tinha uma abordagem totalmente diferente, de completa austeridade, de esforço árduo; o modo do guerreiro era o seu modo. Mahavira, em comparação com Gautama, O Buda, era um extremista.

Gautama, O Buda, insistia no caminho do meio: evite todos os extremos. Fique exatamente no meio e você está certo. Todo extremo é perigoso, porque ele inclui o outro extremo, e a verdade não deve excluir nada. A verdade deve ser inclusiva de tudo. Assim, fique apenas no meio e ambos os extremos se tornam como duas asas de um pássaro e o pássaro é apenas o meio. Você pode usar ambos os extremos para voar através do sol até a mais distante estrela.

Mas o ponto de vista de Mahavira era o de que a menos que você escolha uma única dimensão do esforço e a menos que você seja totalmente devotado a ela, sem ficar preocupado com o fato de que você está se tornando um extremista... Somente do ponto extremo você pode pular no além.

Ora, ambos estão certos. Mas, se a pessoa que nunca seguiu nenhum caminho ouvir que ambos estão certos, ela ficará simplesmente confusa. Antes da sua iluminação, você tem de escolher. Depois da sua iluminação, você é absolutamente livre para declarar que todos os caminhos conduzem ao mesmo lugar. Mas enquanto você está conduzindo as pessoas no caminho, você tem de ser consistentemente insistente de que, exceto "este" caminho, tudo o mais tem de ser completamente esquecido.

Você tem de ser unidirecionado, exatamente como uma flecha se movendo em direção ao alvo, sem se importar sobre as outras flechas se movendo a partir de diferentes ângulos, diferentes aspectos. Se a flecha começa a pensar de diferentes ângulos e de diferentes aspectos, ela não vai chegar ao alvo. Ela ficará perdida em completa confusão.

As pessoas que seguiram Mahavira, alcançaram; e as pessoa que seguiram Gautama, O Buda, também alcançaram. Se você me pergunta, o que os leva para casa, eu digo: é a totalidade, a absoluta dedicação, o empenho incondicional. Não importa em que caminho você está, essas condições têm de ser preenchidas.

Na verdade, o caminho não importa, absolutamente. O que importa são estas três condições: se você puder preencher essas três condições, mesmo o caminho errado o conduzirá à meta correta. E, se você não puder preencher essas três condições, o caminho pode estar absolutamente certo – você não vai a lugar nenhum!

E, Varuni, uma coisa mais tem de ser compreendida: isto eu estou dizendo sobre os iluminados, mas há muitos que são simplesmente falsos. Você não pode fazer a distinção.

Não se trata apenas de gente iluminada criticando outra pessoa iluminada: eles também têm de criticar aqueles que não são iluminados e estão fingindo ser. Isso é absolutamente uma necessidade, que o falso deva ser exposto. Isso também faz parte da compaixão, de modo que você não seja apanhado pelo falso.

E você está perguntando: "Não estão eles todos trabalhando na direção do bem mais elevado?". 

Você não pode compreender nada sobre as pessoas que são iluminadas. Elas não estão trabalhando absolutamente – nem pelo bem elevado nem por nada mais. Elas estão simplesmente se deleitando e compartilhando o amor delas, sua luz, sua vida, tudo o que têm – sua bem-aventurança e sua paz e seu silêncio. E isso é simplesmente um deleite, não é um trabalho. Eles não estão trabalhando por algum bem mais elevado: eles mesmos são o bem mais elevado, não há necessidade de eles trabalharem por nenhum bem mais elevado. Isso é da linguagem cristã.

Eu já lhes disse que o homem que é iluminado é satyam, shivam, sundram. Ele mesmo é a própria verdade; ele não está trabalhando por nenhuma outra verdade. Ele mesmo é a divindade; ele não está trabalhando por nenhum outro bem. E ele mesmo é a beleza; ele não está tentando conduzi-los em direção a alguma beleza. Ele está presente. Você pode beber de seu poço e ficar absolutamente contente, agora mesmo, neste exato momento.

Um iluminado não mais está interessado no futuro. Não há futuro no que tange a ele. Tudo está sempre no presente. A existência está sempre no presente. Toda sua alegria não é conduzi-los em direção a algum bem, mas simplesmente trazê-los de volta para si mesmos – porque tudo que é belo, tudo que é bom e tudo que é grandioso, está dentro de vocês, não em algum outro lugar.

Será bom para você, em vez de perguntar sobre gente iluminada e se preocupar sobre o que eles estão fazendo e por eles o estão fazendo... O modo mais simples é este: torne-se iluminado e saberá!

Entre a iluminação e o estado de não-iluminado, há uma escala de muito longa distância. E as línguas são diferentes: algo é dito, outra coisa é ouvida – e isso tem sido assim durante séculos, incompreensões em cima de incompreensões. 

Do lugar de onde você está, não se preocupe sobre as ações das pessoas que vivem num plano totalmente diferente. Se você realmente quer compreendê-las, alcance a mesma consciência e você compreenderá sem nenhuma dúvida.

Eu me familiarizei com quase todos os iluminados que viveram na terra. Toda a minha vida estive buscando em todos os cantos da terra, e algumas coisas emergiram da minha pesquisa dos seres iluminados.

Eles são absolutamente perfeitos em todas as dimensões possíveis, com todos os sabores, e é uma pura necessidade para eles criticarem outros, sabendo perfeitamente bem que as pessoas que eles estão criticando compreenderão sua compaixão. Eles podem ter ido por caminhos diferentes; eles foram. É quase como uma montanha: você pode andar vindo de diferentes direções, você pode escolher diferentes caminhos, você terá diferentes experiências no caminho. Mas, quando você chega ao topo, a experiência é a mesma, absolutamente a mesma doçura, o mesmo aroma.

Gautama, O Buda, criticou os videntes autores dos Vedas, ele criticou os videntes autores dos Upanishads, ele criticou Mahavira, ele criticou todos que ele descobriu: Krishna, Rama, todos os deuses hindus... Continuamente, durante quarenta e dois anos, ele ficou criticando todas as escrituras, todos os velhos profetas, cada salvador.

Mas ele não era um inimigo de ninguém. Ele estava criticando todas as pessoas, de modo que vocês pudessem ser descondicionados, de modo que vocês pudessem ficar livres do apego ao passado, que não pode ajudá-los.

Eu critiquei muitos: somente alguns deles eram iluminados; a maioria deles eram simplesmente fraudes. As fraudes têm de ser absolutamente expostas à humanidade.

Mesmo aqueles que eram iluminados, tornaram-se apenas uma tradição, uma convenção, uma crença morta. Você tem de ser libertado das garras deles também, porque eles não podem ajudá-los, eles podem somente impedir seu caminho. Eles podem tornar-se suas correntes, mas eles não podem tornar-se sua liberdade.


sexta-feira, setembro 28, 2018

Meditação pelos problemas do mundo

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- Lorraine Sinkler -


Após diversas experiências da onipresença através de Joel realizando curas e proteção. 

Joel imaginou grupos de pessoas em todo o mundo que se dedicariam a períodos específicos do dia para a realização do Cristo em conexão com os problemas do mundo. 

Havia um forte anseio dentro dele de introduzir essa ideia em maior escala para mais pessoas, e em várias ocasiões diferentes ele sentiu que estava pronto para começar este trabalho. 

De fato, já em 1950 Joel escreveu, me pedindo para fazer parte de tal grupo para continuar o trabalho diário para realizar a atividade do Cristo nos assuntos mundiais. 

Mas foi só em janeiro de 1956 que ele começou a trabalhar com um pequeno grupo de estudantes no Havaí nessa linha. 

Então, nas aulas de março daquele ano em Nova York, cerca de vinte e cinco pessoas foram convidadas a se reunir com Joel enquanto ele apresentava essa nova fase do trabalho para eles. 

"Ele enfatizou o princípio do sigilo e salientou muito claramente que nunca haveria qualquer glória pessoal ligada ao trabalho porque ninguém saberia que estava acontecendo". 

Mais tarde, Joel convidou todos aqueles que estavam interessados ​​em se dedicar ao trabalho mundial para participar: 

Você está disposto a ser contado entre aquelas pessoas dedicadas e consagradas que se elevaram acima do egoísmo e que pensam em termos de universalidade e não de personalidade? 

Você está disposto a dar períodos de meditação todos os dias para a dissolução do sentido material que mantém o mundo em cativeiro? 

O Cristo está escondido dentro de você, mas você deve liberar esse Cristo no mundo. 

Esteja disposto a sentar no silêncio até que você tenha um sentimento consciente de que Deus está no campo. Então o Cristo está funcionando. 

Depois de ter alcançado a consciência do Cristo, perceba que este Cristo está dissolvendo os erros desse sentido material que dissolve o mundo - e que essa compreensão do Cristo está abrindo a consciência humana para uma receptividade à Verdade. 

Só para fazer a afirmação de que a consciência humana está sendo aberta para a verdade é uma perda de tempo, mas ter percebido o Cristo e depois saber que essa realização do Cristo está operando na consciência humana para torná-lo receptivo à Verdade será eficaz. 

Nesta meditação você não está criticando ou condenando ninguém. 

Você não está julgando se o sentido material está operando neste ou naquele. 

Você está percebendo que onde quer que o sentido material levante sua cabeça, este Cristo realizado está dissipando isto...

Dê três períodos de cada 24hs para o mundo. Esta é sua contribuição para a liberdade mundial. 

Portanto, três vezes a cada dia abra um caminho para o Espírito do Senhor Deus que está em você para escapar ao mundo. 

Deixe o seu período de meditação apenas ser apenas para o propósito de sentir uma consciência da presença de Deus. 

Quando isso for alcançado, esse é o fim desse período de meditação para o mundo. 

Em sua segunda meditação dedicada à liberdade do mundo, novamente alcance a consciência da presença de Deus e perceba que essa percepção do Cristo está dissipando o sentido material na consciência humana. 

Comece sua terceira meditação novamente com a realização do Cristo, e então reconheça que essa realização do Cristo está dissipando o sentido material e abrindo a consciência humana para uma receptividade à Verdade. 

Este é o seu presente para o mundo - pouco para dar pelo inestimável presente que você recebeu. 

O mundo não é uma agregação de muitos seres humanos, cada um vivendo sua própria vida separada e à parte de todas as outras. 

Cada um sofre no grau em que o mundo sofre. Não é possível estar neste mundo, embora não o façamos e não conheçamos os sofrimentos da humanidade. 

Como disse Joel: "Estamos no mundo e, embora vivamos num sentido de maior segurança e maior paz do que o mundo, no entanto, estamos em uma dívida para com o mundo... e estamos tentando contribuir com algo a fim superar esses problemas". 

Essa atividade de meditação diária em todo o mundo foi a resposta de Joel aos males que ele viu no mundo e a única maneira pela qual ele sentiu que poderiam ser remediados. 

Através da realização do Cristo, aqui um e outro alguém seria levantado, que surgiria com uma solução para algum problema que incomoda o mundo. Apareceria de uma maneira normal e natural, mas o ímpeto para aquela atividade, para aquela nova ideia ou novo líder, viria desta atividade espiritual do Cristo que estava sendo liberado no mundo por esses trabalhadores silenciosos e desconhecidos. 

Aqueles que foram criados para cumprir um propósito nos assuntos mundiais, sem dúvida, nunca saberiam a fonte da impulsão que os ativou. 

As questões diante do mundo e a perturbação do mundo de hoje como: desonestidade na política e nos negócios, ignorância no cristianismo, falta de moral nas relações humanas - não podem ser resolvidas pelos meios atualmente utilizados. 

Nenhuma quantidade de exposição, punição ou pregação irá melhorar os pensamentos ou atos: de homens e mulheres. Não será moralizando, não será prometendo recompensa, que irá influenciar a condução da trilha no caminho. 

Somente quando a alma do homem é tocada pela Luz espiritual, os valores morais são liberados em expressão. 

Apenas quando ideais espirituais tomam posse do indivíduo, ele pode ser a saída para a expressão de ideias de integridade. 

Quando a iluminação interior ocorre, a paz exterior e a harmonia são manifestadas nos pensamentos e atos da humanidade. 

Moralidade, integridade e retidão não são do corpo ou da mente, mas são qualidades da Alma e aparecem como pensamentos, soluções e ideias de homens e mulheres. 

A Alma é tocada pela Luz divina de duas maneiras: 

Através da preparação na consciência do indivíduo através de séculos de desenvolvimento; 

Através do toque de uma pessoa já iluminada; 

À medida que os iluminados de todas as épocas tocam os sentidos obscurecidos do homem e despertam uma centelha, essas centelhas no tempo inflam as chamas da Luz, e assim o trabalho é levado adiante na consciência humana até aquele Dia, profetizado há muito tempo, quando o Reino dos Céus estará estabelecido na Terra. 

Neste Dia, a paz, a alegria e a prosperidade serão a experiência natural de todos ao longo do tempo. 

Por fim, Joel não estava otimista sobre o futuro imediato do mundo com todos os seus problemas, mas sua visão de longo alcance era otimista. Ele sabia que o mundo teria que passar por alguns momentos difíceis, pois os males que agora são desenfreados no mundo estavam sendo destruídos. 

Tudo isso é um prelúdio para aquele glorioso Dia em que o homem não mais viverá pela força ou pelo poder, mas pelo gentil Espírito de Cristo. 

Que o Cristo, que é a pedrinha na mão de Davi matando Golias, a pedra esculpida da montanha sem o uso de mãos humanas, quando se perceber, revelará a impotência do poder temporal e a glória do único Poder de quem reinado não haverá fim. 

Um novo mundo pode se tornar uma experiência universal apenas quando as correntes que atam os homens são quebradas. 

E quais são essas cadeias que mantêm o mundo em cativeiro? 

É algum inimigo da liberdade na forma de uma ditadura implacável? uma ideologia? uma guerra de desastres econômicos ou o flagelo da doença? 

Ditadura após ditadura tiveram seus dias. Ideologias vieram e se foram. Depressões ocorreram em uma espécie de ciclo recorrente, apenas para serem seguidas por períodos de grande prosperidade. 

Assim como a paz após a guerra foi apenas uma trégua precária, certas doenças causaram sua devastação, e depois foram encontradas curas para elas, às vezes abrindo caminho para doenças novas e ainda mais mortais. 

Todas essas fases da escravidão humana foram superadas muitas vezes apenas a fim de serem substituídas por novas formas. 

E assim continuará até que um Novo Elemento seja introduzido na consciência humana, o qual dissolverá o desejo de poder, a ganância e o medo que constituem a consciência humana atualmente. Esse Novo Elemento pode ser chamado por muitos nomes: a Presença de dentro realizada, o Messias predito de Eras, o Cristo de cujo reino não haverá fim. O nome não é importante. O que Ele realmente é, é uma realização absoluta e convicção de um Poder que não conhece opostos e nenhuma oposição. 

Com a sua vinda, as primeiras coisas são passadas ", e eis que todas as coisas são novas. 

Que este Novo Elemento possa ser introduzido na consciência humana é a visão do Caminho Infinito. 

Como isso pode ser feito é o aspecto maior, mais amplo e o melhor desta mensagem, assim como do seu verdadeiro propósito, que nunca foi principalmente no sentido de tornar alguns milhares de pessoas mais saudáveis, mais felizes ou mais ricas. 

A visão de O Caminho Infinito é que, através da dedicação espiritual daqueles que abraçam os princípios mais profundos do ensinamento místico, alcancem as alturas da consciência mística, a consciência humana pode ser emancipada de si mesma, que a Presença escondida dentro pode surgir em Seu esplendor e glória universalmente. 


Lorraine Sinkler no Livro: "Jornada Espiritual de Joel S. Goldsmith"

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quinta-feira, setembro 20, 2018

"Eu sou Aquilo"

- OSHO - 

"O eu supremo é formado pela palavra "aquilo", 
que tem maya, ilusão, por disfarce; que é a fonte do mundo, investida de onisciência, 
onipresença e todo o resto; que se mistura com o indireto e é, em si, realidade.
Aquilo que faz as vezes de abrigo para a experiência do eu e da palavra "eu", 
e cujo conhecimento de seu próprio ser interior é falso, chama-se "tu" - tvan.
O supremo tem maya, ou ilusão, por disfarce; 
e o eu tem, por disfarce, a ignorância.
Quando nos livramos delas, só o eu supremo permanece, indivisível: 
sat-chit-ananda, existência, consciência e bem-aventurança."
(Adhyatma Upanishad)


Os Upanishads não acreditam num Deus pessoal. Nem em relações pessoais com o divino; Acham que a relação pessoal é impossível, inconcebível. Por quê? Porque a própria personalidade é ilusória. 

Procure entender bem isso.

Sou uma pessoa. Isso quer dizer que estou separado da existência; personalidade significa separação. Não posso ser uma pessoa se não for definido, não posso ser uma pessoa se não for diferente, não posso ser uma pessoa se não estiver separado. A personalidade existe como uma ilha; definida, demarcada, diferente, separada. Os Upanishads sustentam que as personalidades são falsas: apenas parecemos ser pessoas, mas não somos.

O ser interior é impessoal; não tem limites, não tem fronteiras. Começa em lugar nenhum e acaba em nenhum lugar. Estende-se ao infinito: é infinito e eterno. Tanto no tempo quanto no espaço, é indefinido, indiferenciado. Não é separado como uma ilha.

A palavra personalidade é muito bonita; não temos equivalentes tão bonitos para ela em sânscrito ou hindi. Ela vem do termo latino, persona, que significa "máscara". Persona é simplesmente máscara. Os atores a usavam para representar ou simular um rosto numa peça teatral. O termo na origem, significa máscara, rosto artificial. Assim, se numa peça você estiver fazendo o papel de Rama, usará um rosto falso para dar a impressão de que é mesmo Rama. Mas por dentro, você não é Rama, só a máscara é de Rama A palavra "personalidade" vem de "persona".

Todos temos personalidades, que não passa de uma máscara. Dentro, não há nenhuma pessoa, apenas energia eterna, infinita. Por fora, temos um rosto. Esse rosto não somos nós, esse rosto se parece com qualquer máscara de um drama qualquer. O mundo é um grande drama e você tem de representar inúmeros papéis - por isso, um rosto só não basta. O drama é muito longo, muito amplo, multidimensional; por isso, todos possuímos vários rostos. Você não é uma pessoa, você são várias pessoas juntas.

Quando você conversa com um amigo, tem um rosto diferente; não é a mesma pessoa. Quando você se depara com um inimigo, tem outro rosto; esse rosto não é o mesmo; Está com a criatura amada? Mais um rosto. (...) Você conversa com seu funcionário, repare em seu rosto no espelho. Você conversa com seu patrão, outro rosto. O homem tem muitos rostos e precisa ter, pois a cada momento precisa de um diferente. Quanto mais civilizado for, mais rostos terá; quanto mais civilizado e culto for, com mais facilidade trocará de rosto rapidamente. Na verdade, você nem percebe que troca de rosto; o processo se tornou automático.

Portanto, personalidade não é o correto, mas sim personalidades. Cada pessoa são muitas pessoas - uma multidão interior e vários rostos que mudam de momento a momento. Mas somos nossos rostos?

No Japão, sempre que um interessado procura um mestre zen, este lhe diz: "Medite. Este é o objeto que lhe dou para meditar: descubra o seu rosto original. Descubra como era antes de nascer ou como será depois de morrer. Encontre seu rosto original - o seu, não o que existe para os outros."

Todos os nossos rostos são para os outros. Você tem um só eu? Não pode ter, pois rostos existem basicamente para os outros. Você não precisa deles para si, não há essa necessidade. Você não tem rosto. De fato, o rosto original não tem rosto. Você não tem um rosto interior  - todos os rostos são exteriores, existem para os outros, são feitos para os outros.

Os Upanishads dizem que, por dentro somos impessoais - somos vida, não pessoas; somos energia, não pessoas; somos vitalidade, não pessoas; somos existência, não pessoas. Então, como estabelecer uma relação com o divino? Como criar um vínculo com a fonte original de vida? Se não temos rosto, como poderia tê-lo o divino?  O divino não tem rosto. Não tem e não precisa ter. Ele é existência pura, sem corpo e sem rosto. Portanto, não podemos nos relacionar com ele pessoalmente.

As religiões falam em termos de relação pessoal. Algumas chama Deus de pai, mãe, filho, irmão ou seja lá o que for; isto é, pensam em termos de relação, de entidades, relacionadas. Adoram atitudes antropocêntricas. O pai é uma relação humana; irmão e irmã, são relações humanas. Quando pensamos em termos de relação com o divino, erramos o alvo, porque o divino não é uma pessoa e o relacionamento pessoal não é possível. Por isso, os Upanishads nunca chamam Deus de pai, nunca chamam Deus de mãe, nem de amante, nem de amado. Chamam-no simplesmente de "aquilo" - tat.

O termo tat é fundamental no ensino e na filosofia upanishádica. Quando dizemos "aquilo" não pressupomos nenhum sentido de personalidade. Quando chamamos a existência de "aquilo" não levamos em conta a possibilidade de nos relacionarmos com ela - essa possibilidade não existe. Como poderíamos nos relacionar com "aquilo"? Ninguém pode se relacionar com "aquilo".

O que significa isso? Que, em última instância, não podemos nos relacionar com o divino? Não, mas mostra que nossa relação com o divino tem de ser muito diferente - uma relação não humana e, mesmo, o contrário de uma relação humana.

Numa relação de alguém com um marido, esposa, irmão, irmã, pai ou filho, duas pessoas são necessárias. Uma relação só pode existir entre dois pontos, entre dois objetos relacionados. É assim que uma relação humana existe: entre duas pessoas. Ela é um fluxo, uma ponte entre ambas. A relação humana é dual; dois pontos são necessários para que ela se estabeleça.

Entretanto, com "aquilo" - existência pura, o divino ou Deus - não podemos nos relacionar de maneira dual. Essa relação só é possível quando nos tornamos um. Você só pode se relacionar depois de deixar de existir. Enquanto continuar existindo, não haverá relação. Se você existe, está relacionado; mas então a própria palavra se torna absurda porque uma relação sempre pressupõe duas coisas. Como conceber uma relação em que só uma coisa existe?

Isso é o contrário de uma relação. Chamar o divino de "aquilo" acarreta várias consequências, várias implicações. Para começar não podemos nos relacionar com o divino no sentido comum de relação. Quando nos tornamos um, relacionamo-nos num sentido extraordinário, absurdo. Em segundo lugar, não podemos cultuar o "aquilo", é impossível.

Os Upanishads não preceituam cultos nem preces. Não. Aqui, convém entender bem a diferença entre prece e meditação. Os Upanishads ensinam meditação, não prece. A prece é sempre pessoal, um diálogo entre a pessoa e o divino. Mas como dialogar com o "aquilo"? Impossível - a pessoa precisa estar presente, do contrário não pode haver diálogo.

Um dos maiores filósofos judeus contemporâneos, Martin Buber, escreveu um livro chamado "I and Thou". O pensamento judaico é dualista, ao contrário do upanishádico. Buber diz: "Eu e Tu - eis o relacionamento básico entre o homem e o homem, mas também entre o homem e o divino. De fato, esta é a única relação possível, a relação entre o Eu e o Tu".

Se você se postar diante de Deus como "eu", Deus se torna "tu" e a relação é estabelecida. Segundo Buber, quando Deus se torna "tu" ambos se apaixonam. Os Upanishads não concordariam com isso. Para eles, se Deus é "tu" então você está presente para chamá-lo assim. O "eu" continua existindo e o "eu" é uma barreira: se o ego existe, não pode se relacionar. Portanto, se você pensa que o ego está relacionado com o divino, esse pensamento é falso, ilusório. Você está imaginando coisas. Se Deus se torna "tu" isso é pura imaginação. 

Os Upanishads usam "aquilo". Mas podemos dizer "eu e tu" e não "eu e aquilo" pois não existe relação alguma entre "eu" e "aquilo". O "eu" tem de desaparecer para que "aquilo" surja e se expanda. Com o desaparecimento do "eu", o "aquilo" nasce. O "aquilo" existe, mas o "eu" é uma barreira. Quando a barreira cai, pela primeira vez sentimos a existência tal qual é - aquilo que existe.

Por isso, os Upanishads chamam a verdade absoluta de "aquilo" - tat.

O segundo conceito que se deve extrair desse sutra é que a natureza do "aquilo" consiste em sat-chit-ananda (ou satchitananda). Sat significa existência; chit significa consciência; ananda significa bênção ou bem-aventurança. Sua verdadeira natureza é bem-aventurança.

Se você conseguir captar esses três atributos, entenderá o "aquilo". Você existe, não tem nenhuma dúvida disso. Todos dizem: "Eu existo." Você era criança e dizia: "Eu existo." Mas onde está essa existência agora? Você tornou-se jovem e repete: "Eu existo". Vai se tornar velho e dirá: "Eu existo". E a criança já se foi, o jovem já se foi e o velho logo morrerá, desaparecerá. Quem diz "Eu existo"? Quem continua a existir? A infância se transforma em mocidade, a mocidade em velhice; e a vida, em morte. Quem diz: "Eu existo"? Você o conhece?

Quando diz "Eu existo", você sempre identifica seu "eu" com a condição em que se encontra. Se é criança, afirma: " Eu, a criança, existo". Se é velho, afirma: "Eu, o velho, existo".  Se diz "eu" e é um homem, quer dizer que um homem existe; se é mulher, quer dizer: "Eu existo, uma mulher existe". Sempre a condição é identificada com o "eu" - e as condições vão mudando. Portanto, na verdade, você não conhece o que existe; conhece apenas o que muda sem parar.

Segundo os Upanishads, o que muda não tem existência, é uma ilusão. Só tem existência o que é eterno. Por isso, procure dentro de si mesmo o ponto central, que possa dizer: "Eu existo, imutável, eterno, absolutamente eterno." Se alcançar esse centro da existência, alcançará duas coisas automaticamente, imediatamente: a consciência absoluta e a plenitude da bem-aventurança. Mas poderá também tentar outros caminhos. Há três atributos, portanto deve haver três caminhos básicos. Atinja a existência - pois os outros dois se seguirão - ou atinja qualquer dos dois e os dois restantes se seguirão.