Masaharu Taniguchi
Há muito tempo, uma mulher idosa visitou um templo no meio da madrugada e ficou orando: "Sendo meu filho e minha nora afeiçoados demais um ao outro, sinto-me tão só, que desejo morrer. Por favor, mate-me". Nisso, apareceu um assaltante que disse: "Vou mata-la. Passe o seu dinheiro", e ela saiu correndo, gritando "Por favor, poupe pelo menos a minha vida!". Imagino que "salvar pelo menos a vida" seja o desejo comum a todas as pessoas. Mas, quando consideramos o que seja essa vida (força vital), acho que o seu sentido difere de indivíduo para indivíduo. A "vida" que a mulher idosa suplicou ao assaltante que poupasse, a vida eterna que muitas pessoas santas desejam alcançar através da ascese, e a vida comum de pessoas que sobrevivem parcamente, diferem quanto ao seu conteúdo, apesar de usarem o mesmo termo "vida". Mas qual será o ponto de vista comum entre essas "vidas"? Eu penso que seja a "liberdade".
A essência da vida consiste na liberdade. Aquela idosa não desejava viver no mesmo mundo em que o filho e a nora eram por demais afeiçoados um ao outro; ela se sentia muito solitária e por isso desejou a morte. Esse desejo de morrer é um estado mental de quem busca a liberdade. Isto porque ela estava presa ao filho pelo sentimento de apego. Sentia como se o filho tivesse sido roubado pela nora. Ela desejava amá-lo livremente, monopolizá-lo, mas essa liberdade de amar e monopolizar fora tolhida pela existência da nora "que lhe tomara o filho" e não podia ser satisfeita. O que ela estava tendo era o oposto de liberdade. Assim, desejou obter, de alguma forma, a verdadeira libertação que deve existir em algum lugar, livrando-se do apego, e para isso poderia até morrer.
Imagino que tenha sido com tal pensamento que ela foi impelida a ir ao templo para orar, na hora mais escura da noite. Mas, quando surgiu o assaltante e ameaçou-lhe tirar a vida, ela deve ter pensado: "Se perder a vida, terei liberdade? Poderei amar livremente o meu filho?", e chegou à conclusão de que a resposta era negativa. Ela estaria de novo perdendo a liberdade, e provavelmente por isso gritou: "Por favor, poupe pelo menos a minha vida!".
Há pessoas que, ao adoecerem, recorrem à religião e oram a Deus ou a Buda: "Por favor, conceda-me a cura desta doença". Também nesse caso, a motivação é o desejo de obter liberdade. Por que doença é um mal? Porque ela tira a liberdade do corpo. Há ainda a questão da dor, mas a essência da dor também é a falta de liberdade. Ou seja, quando a vida flui sem impedimento, a dor não aparece. Mas, em situação oposta, quando a vida é impedida de fluir livremente, esse estado se reflete em nosso sentido em forma de dor. Portanto, podemos considerar que o desejo de se livrar da dor de uma doença, em suma, é desejo de obter liberdade.
Existem também pessoas que oram a Deus ou Buda: "Permita que eu ganhe dinheiro". Isso também vem do desejo de obter liberdade. Tendo dinheiro, pode-se comprar o que quiser, ir aonde quiser, assistir a peças teatrais, shows, concertos, ir dançar, comer coisas deliciosas. Enfim, podemos dizer que o desejo de ganhar dinheiro, de obter bens, surge do desejo humano de alcançar a liberdade. Podemos dizer o mesmo do desejo de ter um lar harmonioso ou melhorar o país em que vivemos. Melhorando a situação do país, as pessoas se tornam mais livre. O homem deseja viver sem ser amarrado por ninguém, deseja que surja naturalmente um mundo bom, onde toda a humanidade possa realizar naturalmente o que deseja, em estado de harmonia. Esse desejo é o de busca de liberdade. Esse anseio de liberdade manifesta-se como movimento social, movimento revolucionário, várias formas de atividades beneficentes, movimentos políticos, educacionais ou religiosos. Tudo isso é movido pelo desejo de obter liberdade.
Qual a essência da vida do ser humano? É a liberdade. Assim sendo, podemos considerar que se aloja, no interior do ser humano, o anseio de exteriorizar a liberdade nele existente.
Pois bem, ao fato de o homem alcançar a liberdade se diz, em termos budistas, "desatar-se", isto é, soltar-se das amarras. Este é o estado de quem alcançou a liberdade ou atingiu a suprema sabedoria de Buda. Buda é aquele que manifestou realmente a liberdade inerente à Vida.
A essência da Vida que se aloja em nós é a própria liberdade, e ela está a todo momento tentando manifestar-se externamente. Mas neste mundo fenomênico, existem empecilhos tais como matéria, corpo carnal e várias condições materiais que não nos permitem alcançar tão facilmente a liberdade. Quanto mais libertação procuramos, mais ficamos presos à matéria, como se estivéssemos aprisionados numa armadilha que mais se fecha quanto mais nos debatemos; e assim não conseguimos manifestar a liberdade inerente à Vida. Naturalmente, as inúmeras invenções da ciência - tais como avião, trem, navio, automóvel, eletricidade, rádio e muitas outras invenções - são uma espécie de libertação que o homem conseguiu através de grande e árduo trabalho, para a manifestação da sua natureza livre. Por exemplo, antigamente, as pessoas levavam de 15 a 20 dias a pé para percorrerem a distância entre Tóquio e Osaka, mas, hoje, é possível cobrir com facilidade a mesma distância em poucas horas; tal fato revela que se manifestou boa parte dessa liberdade inerente à Vida. Quando essa viagem é feita de avião, consegue-se ainda mais alto grau de liberdade do que viajando de trem ou de navio. Podemos dizer, em suma, que a conquista do mundo natural pela ciência possibilitou a manifestação progressiva na liberdade inerente à Vida do homem.
Porém, por mais notável e constante que seja o progresso da ciência, existe um limite no grau de conquista da liberdade, isto é, o inevitável limite físico. Ainda que os nossos desejos ou pensamentos possam ser transmitidos na mesma hora para receptores que estão a milhares de quilômetros de distância, por meio de telégrafo sem fio ou rádio, sempre há limitações nas condições físicas. Por mais que conquistemos a Natureza por meio de invenções científicas, ainda há muitas coisas que não podemos conquistar. como vemos, os desejos humanos são ilimitados.
Naturalmente, com o avanço das descobertas científicas, da Farmacologia e da Medicina, o homem descobriu formar de satisfazer até certo ponto os seus desejos e encontrou meios de curar muitas doenças. Assim, o homem vem conquistando a liberdade até certo ponto. A Humanidade pode orgulhar-se disso como resultado conseguido através do seu esforço. Porém, a liberdade ainda não foi totalmente alcançada. Apesar do avanço da Medicina, são poucos os remédios com particular eficácia contra doenças. Muitos doentes não se curam através da Medicina. Quando o paciente chega a falecer, o médico emite um atestado de óbito relatando que o paciente sofria de tal doença, esteve sob os cuidados dele (médico) mas não se curou, atestando, assim, que a Medicina não é capaz de curar todas as doenças. A Medicina progrediu, mas ainda não é capaz de permitir ao homem manifestar plenamente a liberdade inerente à Vida. Existem ainda muitos outros esforços humanos a considerar, mas há limite na liberdade que se ontem através da conquista do mundo fenomênico exterior por meios materiais, não sendo possível proporcionar a liberdade total.
No mundo da matéria, a liberdade da Vida não é assegurada em lugar nenhum. E uma vez que a liberdade inerente à Vida é a essência da Vida humana, não teremos total paz de espírito enquanto não conseguirmos manifestar plenamente essa liberdade; não sentiremos uma grande serenidade que nos permita dizer "Estou completamente satisfeito".
Sendo assim, surge a questão: como devemos proceder para alcançar a inata liberdade da Vida, adquirindo assim profunda consciência de estarmos totalmente livres e com isso manifestar plenamente a liberdade da Vida? Todos os esforços materiais até então empenhados foram para manifestar a liberdade da Vida, mas eles não conseguiram resolver a questão por completo. Dessa forma, não se consegue realizar a liberdade da Vida por meios materiais. Precisamos, então, encontrar um novo caminho, superior ao material, para manifestar essa liberdade.
Foi nesse sentido que inúmeros gênios da religião vieram, desde a Antiguidade, buscando o caminho para alcançar a Vida verdadeira. No passado, Sakyamuni se esforçou arduamente para libertar a humanidade dos "quatro sofrimentos": nascimento, velhice, doença e morte. Esses quatro sofrimentos também restringem a nossa liberdade. O primeiro deles, o do nascimento, refere-se ao sofrimento por termos nascido, por estarmos vivendo, por lutarmos pela sobrevivência, por enfrentarmos conflitos, etc. O segundo é o da velhice: ao envelhecermos, mesmo que tenhamos o ânimo de jovem, o corpo físico não nos obedece. Isso também é restrição da liberdade. A doença também restringe a liberdade. Ainda que pensemos "Quero continuar vigoroso e empenhar-me nos meus negócios, levar avante minha missão, amar meus filhos e viver feliz com a família", tornamo-nos impotentes diante da doença. Este é o sofrimento pela via da doença. Finalmente, chega a morte. Esta também constitui grande ameaça à liberdade da Vida. Uma pessoa em estado agonizante, cuja triste liberdade se restringe a uns poucos movimentos dos membros e dos lábios, mas, quando vem a morte, perde até essa parca liberdade em um só instante. Eis a diabólica ação chamada morte. Tememos a morte, debatemo-nos em vão, mas acabamos sucumbindo diante dela - eis o sofrimento causado pela morte.
Como vencer esses quatro inimigos - nascimento, velhice, doença e morte - que restringem a nossa liberdade? Essa foi a busca empenhada por Sakyamuni. E acabou por descobrir esse caminho.
O caminho da Verdade pregado pela Seicho-No-Ie é exatamente o mesmo que Buda descobriu há três mil anos. A Verdade é sempre nova e possui caráter eterno. Se não possui caráter eterno, a Verdade não é o Caminho. Vamos retornar ao budismo primitivo e rever como Sakyamuni atingiu a liberdade da Vida, como despertou para o Caminho para se libertar dos quatro sofrimentos e se realizou como Buda, ou seja, como alcançou o estado em que se libertou de todas as restrições. É esse caminho que me proponho a estudar, com os leitores, a fim de eu próprio atingir ao máximo o estado de liberdade, juntamente com todos os senhores. Eis no que consiste o movimento da Seicho-No-Ie.
O budismo é um excelente ensinamento. E há inúmeras ramificações do budismo. Na época em que seus fundadores viviam, a Verdade que pregavam tinham vida, por isso, eles eram alvo de respeito e admiração das pessoas, tanto que fundaram ramificações. Mas, após o desaparecimento desses fundadores, que eram gênios da religião, poucos deles tiveram sucessores à altura, e o que temos hoje como consequência é o budismo sectário. As religiões e os templos budistas de hoje, em sua maioria, são mantidos por donativos de seus fieis, e têm como ofício a realização de cerimônias fúnebres, recitando sutras diante de cadáveres, e se esquecem de doutrinar as pessoas vivas.
Tempos atrás, o Ministério da Cultura do Japão disse que não poderia aceitar o pedido de registro da Seicho-No-Ie como pessoa jurídica enquanto não definisse se ela é uma entidade doutrinária ou religiosa, pois, sem essa definição, não poderiam determinar o departamento competente para registrá-la. A religião tem por dever a doutrinação, e, desde que se propõe a isso, deve pregar aprofundando-se até à origem da Vida; portanto, é natural que uma entidade religiosa seja entidade doutrinária. Mas, na época, disseram que a entidade doutrinária deveria ser separada de uma entidade religiosa. Isso porque era período de transição e, segundo o critério de classificação, a religião tratava das cerimônias fúnebres, e as entidades doutrinárias não pregavam sua doutrina a fundo, a ponto de atingir a origem da Vida (Deus).
Com certeza, os grandes religiosos do passado, tanto Sakyamuni quanto os fundadores das ramificações, pregaram para as pessoas vivas da época, com toda paixão, o meio de ativar a vivência e de estimular verdadeiramente a liberdade da Vida. Eles não levavam uma vida mecânica nos templos como aqueles que apenas recitam sutras diante de defuntos, para garantir o sustento de suas vidas. Foi nos períodos posteriores que a religião e as atividades doutrinárias foram separadas, chegando ao atual estado de degeneração.
Uma vez que esse período de esquecimento do trabalho doutrinário pela religião veio durando longo tempo, é forçoso que surja novamente em algum lugar um ensinamento que pregue o caminho da Verdade encontrado por Sakyamuni, que conduza a humanidade à libertação dos quatro sofrimentos - nascimento, velhice, doença e morte -, promovendo a verdadeira libertação da Vida, e que não seja uma simples filosofia teórica, mas uma Verdade viva aplicada na vida concreta. Enquanto o grande voto de Buda de salvar a humanidade continuar pulsando em algum ponto do planeta, deve surgir em algum lugar um movimento vívido para realizar esse voto.
Em suma, o budismo não é mera filosofia nem algo apático que se sustenta recitando sutras diante de almas desencarnadas. O homem sofre restrição de quatro sofrimentos, ou seja, nascimento, velhice, doença e morte. Libertá-lo completamente dessas restrições, para que ele possa viver verdadeiramente livre, experienciando na própria vida essa liberdade - assim deve ser o verdadeiro budismo. E a Seicho-No-Ie é uma das manifestações, nos tempos atuais, da ação do voto salvador de Buda.
Cont...
Do livro "A Verdade da Vida, vol. 39", pp. 15-24
7 comentários:
Iluminação é sinônimo de liberdade, é alcançar o estado de liberdade máxima e desfrutar de uma condição total e absolutamente livre.
Isso é o que ocorre com aqueles que transcendem o mundo material/fenomênico. O ser humano se descobre sendo não um corpo constituído de carne e ossos, mas uma essência sublime, pura, espiritual. Consciência. Em nossa essência somos pura consciência, que desfruta de um estado de SER no qual inexistem fronteiras nem qualquer espécie de limitações. Liberdade é sinônimo de Natureza Búdica.
É por isso que Masaharu Taniguchi começa o livro tratando da importância e significado de "Liberdade". Sentimos sensação de liberdade (realização) sempre que conseguimos obter algo que consideramos importante. Nesses momentos ocorre uma sensação de "expansão" da vida, sentimos nos tornando mais "livres". Isso ocorre porque a Liberdade é a nossa própria essência, e todos temos o impulso de exteriorizá-la e desfrutá-la. Mas a sensção de liberdade que sentimos neste mundo é uma falsa liberdade, pois é efêmera. Existe um real estado de liberdade, verdadeiro, duradouro. Isso é conseguido somente quando nos conscientizamos a "consciência crística" ou "estado búdico".
Namastê!
Foi dito: "Enquanto o grande voto de Buda de salvar a humanidade continuar pulsando em algum ponto do planeta, deve surgir em algum lugar um movimento vívido para realizar esse voto." De fato esse movimento vívido ressurge por ser manifestação do próprio Buda Eterno e atemporal. Ele surge no coração espiritual de um Buda fenomênico que compartilha com outros Budas fenomênicos sua percepção de unidade com o Buda Eterno. Esses Budas fenomênicos percebem o mesmo e compartilham suas percepções de unidade com o Buda Eterno com outros muitos Budas fenomênicos. E assim sucessivamente, até que um certo número de Budas fenomênicos impulsionem o movimento que vivifica em cada um o Buda Eterno.
À serviço do Buda Eterno, inúmeros Budas fenomênicos estão aparecendo no mundo, e acredito que a tendência disso é aumentar. Eu sempre me sinto contente quando encontro um Buda fenomênico a mais, além do que eu já conheço. É uma alegria poder conviver com os Budas fenomênicos. Que possam eles surgirem sempre cada vez mais e mais!
Namastê! _/\_
Em verdade todo ser humano é por natureza um Buda fenomênico; e todo Buda fenomênico é na essência o Buda Eterno. Assim, a natureza e real identidade de todos os seres humanos é o próprio Buda Eterno desde o princípio. O Buda fenomênico que percebe a real identidade de todos como o próprio Buda Eterno, age na representação, na realidade humana, conforme essa percepção. E age de forma livre, incondicionada. Age com renúncia aos frutos da ação e ao agir assim percebe Quem age! Por perceber que todos são manifestações do próprio Buda Eterno, que é o Ser Real, o Buda fenomênico interage de forma consciente com o Buda Eterno. Por isso, o Buda fenomênico consciente de sua natureza e real identidade, sabe que é Um com Buda e expressa que está neste mundo mas que não é deste mundo... E compartilha a percepção de que nós também não somos deste mundo, para que todos saibamos que Ele está em Unidade com Buda e que Buda está em nós! Essa é essencialmente a percepção compartilhada atemporalmente pelos "gênios da religião" a que se refere Masaharu Taniguchi, sendo ele próprio um destes "gênios"!
Ao compartilhar sua percepção com um de seus seguidores, o senhor Sawada, este por sua vez disse que: "o despertar espiritual só é verdadeiro quando ele se estende aos outros"; e que: "Compreendi que... era preciso passar à ação"; "e começar a agir em conformidade com a Imagem Verdadeira da Vida." E revelou algo de profundo valor e que deve ser assimilado por todos, que é o que segue: "o professor Taniguchi estava lendo o Juryo-hon da Sutra do Lótus. Mostrando-o a mim, ele explicou o seguinte: Sakyamuni não se tornou Buda a partir do momento em que alcançou a iluminação; ele foi Buda sempre, desde o princípio dos tempos. Precisamos conscientizar que o mesmo se dá conosco, isto é, não nos tornamos filhos de Deus no momento em que alcançamos o despertar pois somos filhos de Deus desde o princípio dos tempos." {Ver "A Verdade da Vida", volume 11, página 175]. É o que percebo, desfruto e compartilho.
Um pouco mais sobre liberdade...
Não há liberdade sem consciência; sem a conscientização da real identidade. Aquele que age sem plena consciência de sua natureza e real identidade não é livre, pois, age de forma condicionada; condicionada aos desejos e, de forma geral, aos limites de percepção da "persona", da máscara que vela o Ser. Assim, liberdade está associada à real identidade! Os textos que serão publicados traçam o caminho para a percepção dessa real identidade; e assim, para a verdadeira e mais plena liberdade!
Estejam atentos, receptivos e despertos!
Ao longo desse caminho, durante a leitura do texto, percebam Aquele que aparece como o autor do texto; percebam Aquele que aparece como o divulgador do texto; e percebam especialmente Aquele que aparece como o leitor do texto! Não se excluam da percepção da Unidade que subjaz à multiplicidade! Essa é a chave de compreensão de todo texto espiritual, de toda mensagem divina. A revelação divina diz respeito a sua real identidade. O Amor de Deus é o que Une! Sinta-o nas palavras divinas DAquele que aparece como o Mestre e perceba-o como Aquele que em você O percebe! De que outra forma você poderia saber que se trata das palavras do Mestre, se em você já não estiver a percepção do Mestre? O parâmetro de percepção está em você porque Aquele que percebe está em você! É isso o que deve ser percebido! E no eterno momento do agora em que você perceber que é o Mestre em você Quem percebe simplesmente desfrute! Sim, desfrute! Permita que esta percepção se sedimente em você, que te dê Paz e liberdade! E só então compartilhe. Compartilhe com os demais. Dê a eles também a chance de se perceberem em unidade com Aquele que aparece como! Seja verdadeiramente livre, consciente de Quem você É. Seja divino. Basta perceber Quem percebe e manter-se em sintonia com Aquele que percebe em você. Esteja atento às palavras do Mestre e especialmente à Fonte de onde elas jorram...
Perfeito!
A liberdade verdadeira e duradoura está na Consciência. E a Consciência, por sua vez, está além do plano material, transcendendo o fenômeno. Portanto, toda e qualquer sensação de liberdade que pode ser sentida e desfrutada no fenômeno é passageira e não preenche realmente. Só Deus preenche. E Deus é a Consciência. Essa Consciência é universal/impessoal, e está em cada um de nós; portanto ela é a Consciência "minha" e "sua". Eu está "aparecendo como". Quando os indivíduos transcendem a mente e alcançam a iluminação, todos se vêem existindo sob a égide da mesma Consciência, percebem ser ela a Fonte de tudo.
Gratidão pelos comentários compartilhados.
Namastê!
Em tempo:
"Ao longo desse caminho, durante a leitura do texto, percebam Aquele que aparece como o autor do texto; percebam Aquele que aparece como o divulgador do texto; e percebam especialmente Aquele que aparece como o leitor do texto! Não se excluam da percepção da Unidade que subjaz à multiplicidade! Essa é a chave de compreensão de todo texto espiritual, de toda mensagem divina. A revelação divina diz respeito a sua real identidade. O Amor de Deus é o que Une! Sinta-o nas palavras divinas DAquele que aparece como o Mestre e perceba-o como Aquele que em você O percebe!"
Acredito poder contribuir um pouco com as palavras acima, ditas pelo Silvano.
A fim de perceber "Quem faz" (ou seja, a fim de perceber que "Eu apareço como"), acompanhe o seguinte exemplo:
Quando olhamos para o oceano e suas ondas, podemos fazer isso a partir de dois pntos de vista. Em um ponto de vista, veremos as ondas como se tivessem capacidade de "movimento próprio" a cada vez que uma delas se levanta e retorna ao mar. A partir desse ponto de vista, parece que é a onda que está se movendo. O outro ponto de vista é perceber que na realidade é o oceano quem realiza o movimento de cada onda que surge e desaparece. Quando olhamos para o cenário a partir desse último ponto de vista, compreendemos que a capacidade de "movimento das ondas" desaparece para em seu lugar haver apenas a força do "movimento do oceano".
Da mesma forma, neste universo, Eu (o Oceano) está aparecendo como cada onda (escritor, livro, texto, leitor, etc.). Do ponto de vista de cada onda parece que cada um tem vida e capacidade próprios; mas, se pudermos transpor a visão para o ponto de vista do oceano, perceberemos que do Oceano decorre cada ação e acontecimento existentes. Neste momento, por exemplo, é o Oceano quem está escrevendo este comentário. E também é o próprio Oceano quem o está lendo. Ondas não possuem capacidade própria, não há ondas agindo. O Oceano está falando com o Oceano (ou falando conSigo mesmo).
Esse é o sentido das palavras "perceba Quem faz" e "passe a interagir com Quem faz", escritas no texto do Silvano. Quando Eu (o Oceano) entra em cena, o personagem (onda) desaparece. "Desaparece" no sentido de que "em nossa percepção, ele deixa de estar em evidência". O Oceano é que passa a se evidenciar, sempre, em cada detalhe.
A onda de si mesma nada é. Ela não pode se mover se o Oceano não estiver Se movendo nela e através dela.
Assim, pela compreensão de que o Oceano é o Todo e está sempre Se movendo e existindo (como Oceano e também como cada onda), perceba ser possível transpor a noção mental de que a onda possui capacidade própria. Da mesma forma, pela compreensão de que Eu Sou, perceba que Eu estou sempre "aparecendo como" e interagindo coMigo mesmo em todas as Minhas formas.
Namastê!
Postar um comentário