- Núcleo -
Alguns buscadores espirituais pretendem “iluminar” suas próprias mentes,
para assim se tornarem iluminados.
Este propósito pode parecer ser dos melhores, mas, este não é o caminho,
pois, apenas insuflará o ego. Não devemos tentar iluminar a mente humana,
devemos apenas torná-la transparente e receptiva à percepção da Verdade. Há
em nós uma presença a ser percebida. Esta presença é Deus, a Verdade.
É
nossa falsa identificação o que nos faz inconscientes da presença
divina. Enquanto nascidos humanamente somos “Filho do Homem”, mas
devemos renascer e nos tornar conscientes de que Deus é o nosso
verdadeiro Pai. E renascidos nos tornamos conscientes de que somos “Filhos
de Deus”. Na linguagem do Núcleo poderíamos dizer que a expressão
“Filho do Homem” tem o sentido de “personagem do Ser” e que a
expressão “Filho de Deus” tem o sentido de “personagem consciente do
Ser”.
Então percebemos o real significado desta revelação:
“Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o
que haveremos de Ser. Sabemos que, quando Ele Se manifestar,
seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-Lo como Ele é.” 1 JOÃO
3,2
Se permanecermos na unção, “unção que vem do alto”, estamos sendo
os “personagens conscientes do Ser”, “Filhos de Deus”. Este é o
sentido de: “Amados, agora, somos Filhos de Deus, e ainda não se manifestou
o que haveremos de Ser.” No instante em que a Consciência do Ser
Se manifesta percebemos que: “Eu e o Pai somos um”, e que “Quem vê a
mim vê o Pai”.
Assim, o sentido se completa: “Sabemos que, quando Ele Se
manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-Lo como Ele É.”
Nós nos veremos em tudo e estaremos nos identificando com o próprio
Ser real.
O “Filho de Deus” não pretende ir além de manter-se em unção com o Pai.
Ele deve apenas procurar o “Reino de Deus”, tudo mais virá por acréscimo,
inclusive a revelação, que vem do Pai, da real identidade de todos os
seres.
Neste instante podemos fazer a seguinte reflexão:
Meu estado de serenidade mental, de contemplação e silêncio interior me
faz perceber que “Deus está aqui”, bem aqui diante de mim e eu O percebo
dentro e fora de mim, em cada movimento, em cada pulsação; em tudo eu O vejo.
E estou consciente de que é Ele Quem de fato percebe tudo isso. Ele se
revela como a percepção, a própria consciência que a tudo percebe. Sei que
nada faço, que não há esforço algum de quem estou representando para que haja
esta visão, esta percepção, de Quem realmente percebe tudo. Apenas não impeço
que o Ser Se revele, não raciocino, não conceitualizo, não imagino nada,
simplesmente contemplo tudo e percebo Quem percebe.
Nós somos “Filho do Homem” e dizemos que temos a “Mente de Cristo”,
a “Consciência do Ser”. Melhor seria dizer que esta Consciência está
em nós. É ela quem tudo percebe. Ela é a própria vida que chamamos
de nossa vida.
No momento em que percebemos isso, fica evidente o sentido
da revelação: “Vivo, mas, já não sou eu quem vive; é Deus/Cristo quem vive em
mim.”
E que assim seja.
Saúdo a todos.
4 comentários:
Olá Gustavo,
Este texto do Núcleo é de suma importância, por que muitos supostos buscadores, envolvidos em outros ensinamentos (exotéricos,espiritualistas,mesmo com certos "gurus", etc) querem é isto mesmo:se iluminarem, talvez depois de evoluírem,pagar carma,reencarnarem,merecerem...aquilo que pensam que são: a entidade que acreditam que são, e querem "ascender"; enquanto que o Que verdadeiramente 'São', já é o que É...embora pelo referencial da visão da ilusória entidade,não seja possível discernir 'Isto Que É'.
E nada que este "eu ilusório" faça(ou não faça),levará ao Que já É Aqui\Agora ,que na verdade subjaz
ao aparente buscador,que entendendo-se como tal(buscador),obvio que nunca alcançará o Que já Está\É Aqui-Agora. "Buscador" subentende que o busca está no futuro.
Melhor seria trocar (desde já) o conceito para -após o aquietar transparente-receptivo - "encontrador"...de Si mesmo.
Grato por este post e pelos outros.
Namastê!
Bela percepção, SERgio.
Aquilo que é, é desde sempre. Conforme diz a sabedoria bíblica: "Porque Eu sou o Senhor, e não mudo" e "as obras de Deus são permanentes". Às obras de Deus é impossível se acrescentar ou diminuir algo.
Namastê!
Compartilhando um insight:
Cristo é tudo em todos; Deus é tudo em tudo.
Cristo é a individuação verdadeira, permanente e imutável;
Deus é o todo verdadeiro, permanente e imutável.
Portanto, Deus é o Cristo sendo tudo em todos.
Namastê
Essas (poucas) palavras suas, Jaime, significam muito.
Cristo é a manifestação individualizada de Deus (é Deus aparecendo como "Eu", "Você" e outros incontáveis divinos personagens, seres conscienciais). Ao mesmo tempo, Deus (que aparece como cada "indivíduo" na realidade consciencial) é o Todo, e por isso o Ser individual é ao mesmo tempo "o indivíduo" (o Cristo) e o Todo (Deus Universal, o Pai). Enfim, um único Eu sendo tudo o que é.
Grato por compartilhar esse seu belo insight, digno de uma verdadeira contemplação.
Namastê.
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