Joel S. Goldsmith
Um antigo, antigo conto, fala de um grande mestre espiritual que bateu às portas do céu para ser admitido no paraíso. Deus veio atendê-lo e perguntou: “Quem é? Quem está batendo?”. Para tal pergunta, veio a confiante resposta: “Sou eu!”. E Deus lhe disse: “Lamento, sinto muitíssimo, mas não há lugar. Vá embora e volte em outra ocasião”.
O bom homem, surpreso com a recusa, foi embora muito confuso. Após anos de meditações e ponderações sobre aquela estranha recepção, voltou e bateu à porta novamente. Ouviu de Deus a mesma pergunta, e deu uma resposta similar. Outra vez foi informado de que não havia mais lugar no céu; estava completamente lotado naquele instante.
Nos anos seguintes, o mestre avançou profundamente em seu interior, meditando e ponderando. Após um longo período, pela terceira vez, bateu à porta do céu. E mais uma vez ouviu de Deus a pergunta: “Quem é?”. E sua resposta, desta vez, foi: “Sou o Senhor!”. E os portões se abriram largamente, quando Deus lhe disse: “Entre! Nunca houve espaço para Mim e você”.
Não existe Deus e você; existe unicamente Deus expresso ou manifesto como Ser individual. Há somente uma Vida: a do Pai. Permanecemos “fora do céu”, sem esperança alguma de nele ingressarmos, enquanto acreditarmos possuir uma identidade apartada de Deus, um ser separado e independente de Deus.
5 comentários:
Outra profunda percepção consciencial compartilhada por Aquele que apareceu como o divino personagem Joel Goldsmith!
Há uma substancial diferença em dizer: "Eu Sou Deus" e perceber que "Quem Eu Sou É Deus"
Por isso, permitam-me comentar este texto.
“Um antigo, antigo conto, fala de um grande mestre espiritual que bateu às portas do céu para ser admitido no paraíso.”
É sempre assim, os contos atemporais são sempre vistos como “antigos”, muito antigos. De fato, nem se pode dizer que a Verdade, que é atemporal, pode ser classificada na categoria de tempo... Então está bem começar assim, dizendo: “Um antigo, antigo conto...”
Sobre o que fala este conto antigo? Ele “fala de um grande mestre espiritual”... Há realmente mestres e mestres, incontáveis!...
Há mestres cujo objetivo é ter muitos discípulos;
Há mestres cujo objetivo é fazer outros mestres;
Mas há aquele que sabe que só há um Mestre!
E mais, este que sabe, sabe Quem é o Mestre...
Como exemplo, Jesus sabia Quem é o “Mestre”!
Por isso, compartilhou o seguinte ensinamento:
Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos.
E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.
Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo.
Mateus 23:8-10
O ensinamento compartilhado no Núcleo é que: Só há um Mestre, que é Deus!
Assim, continua o conto:
“Deus veio atendê-lo e perguntou: “Quem é? Quem está batendo?”. Para tal pergunta, veio a confiante resposta: “Sou eu!”. E Deus lhe disse: “Lamento, sinto muitíssimo, mas não há lugar. Vá embora e volte em outra ocasião”.
Deus logo percebeu que se tratava de um divino personagem do primeiro tipo:
Do tipo de mestre cujo objetivo é ter muitos discípulos... Este tipo de mestre desconhece sua real identidade, por isso seu objetivo é ter muitos discípulos...
Diz o conto:
“O bom homem, surpreso com a recusa, foi embora muito confuso. Após anos de meditações e ponderações sobre aquela estranha recepção, voltou e bateu à porta novamente. Ouviu de Deus a mesma pergunta, e deu uma resposta similar. Outra vez foi informado de que não havia mais lugar no céu; estava completamente lotado naquele instante.”
Pois, Deus percebeu que se tratava de um divino personagem do segundo tipo:
Do tipo de mestre cujo objetivo é fazer outros mestres... Este tipo de mestre desconhece sua real identidade, por isso seu objetivo é fazer outros mestres... E então lota o céu... “assim foi informado de que não havia mais lugar no céu; estava completamente lotado naquele instante”.
Prossegue o conto antigo:
“Nos anos seguintes, o mestre avançou profundamente em seu interior, meditando e ponderando.”
Neste momento o “mestre caminha na direção certa... Seu objetivo não é mais “ter muitos discípulos” e nem mesmo “fazer outros mestres”. Seu objetivo agora é “conhecer a Verdade”, por isso o conto narra que “avançou profundamente em seu interior”...
Então, diz o conto:
“Após um longo período, pela terceira vez, bateu à porta do céu. E mais uma vez ouviu de Deus a pergunta: “Quem é?”. E sua resposta, desta vez, foi: “Sou o Senhor!”.
Foi dito acima:
Há uma substancial diferença em dizer: "Eu Sou Deus" e perceber que "Quem Eu Sou É Deus"
Dizer, ainda que convictamente: "Eu Sou Deus" não é o mesmo que saber que "Quem Eu Sou É Deus".
Aquele que sabe que "Quem Eu Sou É Deus" conhece Quem percebe isso!
Enquanto o divino personagem assume o papel de “mestre” neste conto e caminha em direção ao exterior, a outros “divinos personagens”, aos quais quer transforma em discípulos ou em outros mestres, o que está fazendo é estabelecer um espaço, uma diferenciação, entre ele e outros supostos “divinos personagens” sem jamais ter o conhecimento da real identidade de todos estes “divinos personagens” e, da real identidade de si mesmo!
Contudo, é a percepção de Quem Somos que revela Quem São os outros...
Por isso todo ensinamento espiritual verdadeiro aponta sempre a direção do caminho interior na busca da Verdade!
Em nosso interior, no “reino de Deus”, como diria Jesus, no momento em que o Mestre, que Vive em nós, porque é onipresente, revela a nossa real identidade... desaparecem aqueles “outros” como entidades separadas...
Por isso no Núcleo é compartilhado o ensinamento de que tudo o que está aparentemente fora de nós é uma “representação divina”, tanto o cenário quanto os personagens... porque a única Realidade é a própria divindade!
Há um Ser Real, que é Deus! Contudo, no momento em que olhamos para o exterior o que vemos é uma “representação”, pois, não há “o exterior”...
A palavra “Núcleo” é usada no sentido de “Essência ou Realidade do Ser!” Assim, não há um “núcleo do meu ser” e um “núcleo do seu ser”. Não há meu ou seu, pois, só há um Ser! Este Ser é Quem Sou [é Quem nós Somos] por ser a real identidade por trás de toda a representação. É preciso notar que pode nem haver representação, a qual só existe quando olhamos para “o exterior”. Este “olhar para o exterior” é na verdade ativar a percepção do personagem... que é a percepção mental, que projeta a representação. A representação não é real, é o que parece, por ser uma “representação” divina e bastante realística para a percepção da “mente do personagem”... Mas para a percepção do Ser ela é completa, total e absoluta inexistência! E Deus não cria o que não existe... mas só o que é bom!
Portanto, a realidade que está sendo vista por você, divino personagem, acredite ou não, está sendo projetada por você mesmo! Se você continua “olhando para o mundo” [olhando para o exterior] e o julgando, você terá sempre a visão de algo que não é real mas que parecerá ser real pra você!
Acima foi dito: “E Deus não cria o que não existe... mas só o que é bom!”
Para estar na representação mas não ser da representação, ou seja, para “estar no mundo mas não ser do mundo”, isso só é possível conhecendo o próprio Criador... e vendo que Ele cria mas com amor! Por isso a Realidade percebida por Deus é perfeita! É totalmente uma expressão Dele mesmo...
Essa “Realidade percebida por Deus” é a chamada de céu, no cristianismo, e por outros vários nomes usados conforme a linguagem do ensinamento, como por exemplo, Paraíso, Jissô, Nirvana, Mar Ryugu, e outros nomes.
O interessante, aqui no sentido de algo a ser notado, é que essa Realidade não está em outro lugar, portanto, não está separada, nem distante daqui. É uma “percepção”. Enquanto Deus usa o amor para perceber o que cria... os personagens usam o julgamento... E assim, da forma como julgam são julgados... pois, eles fazem parte da representação, o mundo que julgam...
Enquanto a percepção consciencial é uma visão amorosa de Deus em nós, a percepção mental é uma expressão dos condicionamentos da “persona”, ou seja, da personalidade, da máscara que vela o Ser. Perceba que não é a sua percepção, mas sim, que é a percepção da mente do seu personagem!
Perceba que você é livre, totalmente livre, para perceber de outra forma...
Notem como o divino personagem Joel Goldsmith expressou a percepção:
“Não existe Deus e você; existe unicamente Deus expresso ou manifesto como Ser individual. Há somente uma Vida: a do Pai. Permanecemos “fora do céu”, sem esperança alguma de nele ingressarmos, enquanto acreditarmos possuir uma identidade apartada de Deus, um ser separado e independente de Deus.”
Notem que quando a resposta foi: “Sou o Senhor!”, os portões se abriram largamente e Deus lhe disse: “Entre! Nunca houve espaço para Mim e você”.
Por isso foi dito acima: Dizer, ainda que convictamente: "Eu Sou Deus" não é o mesmo que saber, ou seja, perceber que "Quem Eu Sou É Deus".
Pois, enquanto houver um “eu” dizendo convictamente que: “sou Deus” haverá um personagem se esforçando ao máximo para ser quem não É.
A percepção de que "Quem Eu Sou É Deus" não envolve esforço algum do personagem, ela é a percepção de Deus, é do Ser, da “Consciência do Ser”, assim chamada na linguagem usada no Núcleo de percepção consciencial.
É Deus em nós Quem Se revela e nos faz saber que "Quem Eu Sou É Deus".
Por isso trata-se de uma percepção, da Consciência do Ser; e não de uma afirmação, ainda que muito convicta, da mente de um personagem!
Assim, finalizando o conto...
Na terceira ida às portas do céu, o “divino personagem” não faz afirmações sobre si mesmo, mas apenas compartilha uma percepção e diz: “Sou o Senhor!”
E Deus percebe que se trata de um “personagem desperto”, aquele que sabe que só há um Mestre, Deus; que é Quem percebe: "Quem Eu Sou É Deus".
E a “representação divina” na qual há um Ator representando um personagem finaliza com esta revelação:
E os portões [do céu] se abriram largamente, quando Deus [o Ator] lhe disse: “Entre [em Meu mundo]! Nunca houve espaço para Mim e você [personagem]”.
Namastê,
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