Masaharu Taniguchi
Taniguchi - Sra. Ando, a doença que a senhora teve também foi resultante de atribulações e atritos mentais. Poderia contar sua história às pessoas aqui presentes?
Ando - Por onde começarei a falar sobre a origem da minha doença? Meu marido, que era militar, enlouqueceu e morreu depois de sofrer durante nove anos. Toda vez que ele entrava em crise, eu ficava tão angustiada que sentia um nó no peito. Às vezes pensava que seria preferível enlouquecer também. Na época, morávamos em Tóquio, e eu frequentava a seita Shiseiden, cuja fundadora os adeptos chamavam de "mãe". Normalmente, ela era uma pessoa alheada, que parecia não ter senso comum e não era capaz de responder à pergunta alguma. Porém, quando falava à respeito de Deus, tornava-se eloquente como se fosse outra pessoa. Eu ia às reuniões da seita todos os dias, mas acabei desanimando. Na época em que meu marido faleceu, ia muito raramente. A doença (loucura) havia transfigurado a fisionomia dele de modo assustador. Por isso, eu rezava muito para que, pelo menos na hora da morte, ele voltasse a ter uma fisionomia calma. E assim aconteceu: quando meu marido morreu, a expressão medonha desapareceu e o seu rosto refletia paz e serenidade. Senti-me grata a Deus, compreendendo que doença existe somente nesta vida fenomênica, desaparecendo com a morte física.
Taniguchi - Nessa época, a senhora não tinha dificuldade para ingerir alimento?
Ando - Na época, não. Depois é que passei a engasgar ao ingerir alimento, e eu precisava fazer força para engolí-lo. Às vezes, não conseguia engolir nada. O médico não sabia diagnosticar o que era; achava que podia ser atonia estomacal. Na época eu morava na casa de meu filho, na cidade de Mito. Meu estado foi piorando, e passeia vomitar. Voltei para a província de Iwate, onde consultei o dr. Nishina, no Hospital de Morioka; mas ele não revelou o nome da doença, adiantando que seria apenas necessária uma internação para saber se havia ou não a possibilidade de cura. Então internei-me. Da janela de meu quarto, avistava-se a frente da Caixa Econômica de Morioka, onde trabalha o sr. Katsumi Sato, mas eu não sabia disso, pois há muito tempo perdera o contato com ele. Outrora, ele e eu éramos grandes amigos, pois sua falecida irmã era minha colega de estudos. Como ia dizendo, eu estava internada no Hospital Morioka; pois bem: Aconteceu que um amigo do sr. Sato foi acometido de apendicite e internou-se no quarto ao lado do meu. Vindo visitá-lo, o sr. Sato viu meu nome na porta vizinha e entrou. Ao ver-me, disse surpreso: "Você está internada aqui?". Depois disso, visitou-me várias vezes. Acho que o reatamento da amizade com ele e o fato de eu ter sido conduzida à Seicho-No-Ie foram obras do espírito de sua falecida irmã.
Um dia, o sr. Sato disse-me para mudar de quarto porque a irmã dele aparecera-lhe em sonho nas últimas noites aconselhando a fazê-lo, pois aquele quarto não era bom. A minha acompanhante de quarto foi procurar a médium Hisako Kobayashi para falar com o espírito da irmã do sr. Sato. "Que espírito estranho. Está demorando para baixar" - dizia a médium, na longa espera. Finalmente o espírito baixou e disse: "Fui eu que apareci no sonho do meu irmão. Mude de quarto porque naquele existe um espírito mau". Mudei de quarto e continuei o tratamento, mas o meu estado foi piorando. O sr. Sato me fez a "terapia com imposição da mão" e ensinou-me a praticá-la também. Quando o sr. Yasukiyo Eguchi foi a Morioka ministrar um curso de "terapia com a imposição da mão", o sr. Sato o trouxe até o hospital para aplicá-la especialmente em mim. Foi cansativo porque eu estava muito enfraquecida. E mesmo depois disso o meu estado não melhorava: punha uma colher de arroz na boca e em seguida tomava água para que a comida descesse, mas logo em seguida a devolvia. Assim, para dois baldes de água e alimento devolvido por dia, parava no estômago apenas uns punhados. Em novembro, o médico disse que seria melhor eu voltar para casa e viver como bem entendesse, visto que não havia meios de melhora no hospital. Em casa, continuou o processo de ingerir alimentos e devolvê-los. Eu não sentia alegria nem esperança na vida. De quando em quando, vagueava cambaleando pelas ruas, pálida como um fantasma, e voltava para a cama. O sr. Sato visitou-me novamente, e na despedida ia esquecendo a revista O Espírito e a Vida, editada pelo Wasaburo Asano. Avisei-o, mas ele disse que já tinha lido todano trem e que a deixava para eu ler. Se não fosse aquela revista, eu jamais teria conhecido a Seicho-No-Ie, e não estaria viva hoje.
Taniguchi - Em carta, o sr. Sato diz que, como a senhora estava desenganada pelos médicos, queria apenas que soubesse como é a vida no mundo espiritual após a morte, e por isso levou-lhe aquela revista.
Ando - Ah! Então foi assim? Soube depois que o médico dissera que eu não passaria daquele inverno. Na época, não sabia de nada. Li então a revista deixada pelo sr. Sato de ponta a ponta, e, na última página, vi o anúncio da revista Seicho-No-Ie. O título "Extermínio das doenças crônicas" impressionou-me. Algo me dizia que somente essa revista poderia me salvar. Pedi os números 3 e 4 do ano II e li-os não sei quantas vezes. Lia-os diariamente. Enquanto lia, penetrou em meu coração uma voz, como que vinda do céu, que dizia: O homem não é corpo carnal; logo, pode viver sem comer. Por isso, na época eu dizia a todos: "Não vou morrer porque conheci uma maneira de viver sem comer". Um mês depois, meu filho veio visitar-me. Sentado à minha frente, olhava admirado para mim. "Por que olha tanto para mim?", perguntei. Ele respondeu: "A senhora está com aspecto saudável. Está completamente diferente de um mês atrás". Então percebi que, de fato, estava bem melhor. Passei um mês inteiro lendo os dois exemplares sobre o "Extermínio das doenças crônicas", e ao cabo desse período já estava conseguindo ingerir duas tigelinhas de alimento.
Nagata - Duas tigelinhas por dia ou em cada refeição?
Ando - Em cada refeição.
Nagata - Não era câncer, era?
Ando - Tiraram várias radiografias, mas na época não me contaram o resultado. Posteriormente revelaram que eu tinha câncer na entrada do estômago. Ficava abaixo das costelas, num local difícil para operar e suturar. Quando soube que eu estava melhorando, o médico ficou admirado e disse que gostaria de me examinar. Em um mês, como disse, melhorei a ponto de conseguir ingerir duas tigelinhas de alimento em cada refeição, mas depois disso o meu estado estacionou, talvez por causa da estagnação da minha fé. Ainda precisava tomar água para ingerir alimentos. Fiquei pessimista, pensando que minha fé não fosse além disso. Entretanto, refletindo melhor, percebi que em certo sentido essa doença foi benéfica, pois serviu para medir o grau de desenvolvimento da minha fé. Ela permitiu que eu refletisse sobre minha atitude mental e me aproximasse mais de Deus.
Taniguchi - A doença desta senhora era realmente estranha. Mesmo quando melhorou a ponto de conseguir engolir a comida, ainda precisava tomar dois ou três copos de água fria para descer o alimento que parava na entrada do estômago.
Ando - Ainda no inverno passado, eu tomava água gelada depois de cada bocado e ficava tiritando de frio.
Taniguchi - E não bastava ser líquido para descer; o chá também parava na entrada do estômago e precisava de água fria por cima.
Ando - Entretanto, cerca de quinze dias após vir para cá, já conseguia ingerir alimentos facilmente com chá. O mesmo aconteceu com os doces, e eu já não tinha receio de fazer visitas. Há dias, um parente de Kobe levou-me para almoçar no restaurante do Magazine Daimaru. Fui preocupada, mas correu tudo bem e me senti muito feliz.
Taniguchi - Por que foi curada a doença da sra. Ando, considerada incurável pela medicina? É porque ela compreendeu, pela simples leitura de dois exemplares da revista Seicho-no-Ie, a Verdade divina de que o ser humano pode viver, mesmo sem ingerir alimentos. Esta compreensão é fundamental. Enquanto ela estava preocupada com a alimentação, pensando, "É preciso engolir o alimento de qualquer jeito porque não se pode viver sem comer", o alimento parava no esôfago e, se ela forçasse a ingestão, vomitava tudo. Mas quando compreendeu a Verdade de que "mesmo sem alimento, o homem não morre" e desapareceu o seu temor quanto ao fato de não conseguir ingerir alimentos, este começou a entrar facilmente no estômago.
A seita Ittoen prega a teoria segundo a qual "do nada surge a provisão infinita", explicando que, quando o homem compreende "pode viver sem possuir bem algum", a sua situação econômica melhora, passando a receber as coisas necessárias. A Ittoen vem comprovando isso. A mesma Verdade foi agora comprovada fisiologicamente pela Seicho-No-Ie: mesmo sem ingerir nada, o homem pode viver por si mesmo - esta convicção vem da Verdade de que "o homem é filho de Deus". Compreendendo esta Verdade, as demais coisas surgem naturalmente como REFLEXO da convicção obtida. Então, é natural que, por ter adquirido a convicção de que "o homem é filho de Deus e pode viver sem alimento", a sra. Ando tenha melhorado de repente e recuperado a capacidade de ingerir alimentos.
A jovem senhora que há pouco se retirou daqui é a sra. Eiino, esposa de um professor da Escola Agroflorestal de Morioka. Ela veio com a sra. Ando à Seicho-No-Ie para o seu aprimoramento espiritual. Sofria de tuberculose e estava com o corpo todo inchado. No rosto havia manchas de um roxo-escuro, e o médico havia dito aos familiares que ela não viveria mais que uma semana. Foi então que lhe apresentaram o sr. Katsumi Sato. Apesar da sua atarefada ocupação na caixa econômica, visitou-a todas as noites durante sessenta dias, fizesse frio ou calor, para ler-lhe o livro A Verdade da Vida.
Morikawa - Fui acompanhante da sra. Eino desde essa época. No início, ela tratou o sr. Sato muito friamente. Depois de uns quinze dias, ele perguntouo-lhe: "Como é, deu pra entender que o homem é filho de Deus?". E ela respondeu secamente: "Não". Mas, à medida que o sr. Sato foi prosseguindo a leitura de A Verdade da Vida, ela começou a animar-se e a sorrir, e recuperou rapidamente a saúde.
Sawada - Ah! Então era a respeito dela que o sr. Sato comentou na reunião de Tóquio? Parece que ela estava desesperada porque o médico lhe dissera que havia cavernas grandes nos pulmões. Então, o sr. Sato lhe dissera subitamente em tom energético "Que importa que fique sem pulmões?!", arrependendo-se logo em seguida por ter dito algo tão grave. Entretanto, essa frase teria dado grande força à paciente. O próprio sr. sato disse que pareciam palavras vindas de Deus.
Taniguchi - "Pode-se viver, mesmo sem pulmões." - estas palavras, ditas categoricamente pelo sr. Sato, são realmente valiosas. Não é interessante que, justamente por causas dessas palavras, regeneraram-se os pulmões que estavam lesados? Enquanto a paciente se preocupava com a perda dos pulmões e com a transmissão de sua doença, prendendo-se a conhecimentos superficiais de fisiologia e higiene, os seus pulmões se arruinavam. Entretanto, quando ela compreendeu que "pode-se viver mesmo não tendo pulmões" e desapareceu por completo a sua preocupação com os pulmões, estes se regeneraram, surpreendendo a lógica humana. O homem pode viver, mesmo sem alimentar-se, mesmo sem ter pulmões e mesmo sem possuir nada, porque ele não é feito de alimentos, nem de pulmões e sim pela mente. Compreendendo esta verdade e serenando a mente, o alimento passa a ser aceito e os pulmões se regeneram, como reflexo da mente serena. Diante desses casos verídicos, convencemo-nos de que o corpo é realmente reflexo da mente.
Ando - Por onde começarei a falar sobre a origem da minha doença? Meu marido, que era militar, enlouqueceu e morreu depois de sofrer durante nove anos. Toda vez que ele entrava em crise, eu ficava tão angustiada que sentia um nó no peito. Às vezes pensava que seria preferível enlouquecer também. Na época, morávamos em Tóquio, e eu frequentava a seita Shiseiden, cuja fundadora os adeptos chamavam de "mãe". Normalmente, ela era uma pessoa alheada, que parecia não ter senso comum e não era capaz de responder à pergunta alguma. Porém, quando falava à respeito de Deus, tornava-se eloquente como se fosse outra pessoa. Eu ia às reuniões da seita todos os dias, mas acabei desanimando. Na época em que meu marido faleceu, ia muito raramente. A doença (loucura) havia transfigurado a fisionomia dele de modo assustador. Por isso, eu rezava muito para que, pelo menos na hora da morte, ele voltasse a ter uma fisionomia calma. E assim aconteceu: quando meu marido morreu, a expressão medonha desapareceu e o seu rosto refletia paz e serenidade. Senti-me grata a Deus, compreendendo que doença existe somente nesta vida fenomênica, desaparecendo com a morte física.
Taniguchi - Nessa época, a senhora não tinha dificuldade para ingerir alimento?
Ando - Na época, não. Depois é que passei a engasgar ao ingerir alimento, e eu precisava fazer força para engolí-lo. Às vezes, não conseguia engolir nada. O médico não sabia diagnosticar o que era; achava que podia ser atonia estomacal. Na época eu morava na casa de meu filho, na cidade de Mito. Meu estado foi piorando, e passeia vomitar. Voltei para a província de Iwate, onde consultei o dr. Nishina, no Hospital de Morioka; mas ele não revelou o nome da doença, adiantando que seria apenas necessária uma internação para saber se havia ou não a possibilidade de cura. Então internei-me. Da janela de meu quarto, avistava-se a frente da Caixa Econômica de Morioka, onde trabalha o sr. Katsumi Sato, mas eu não sabia disso, pois há muito tempo perdera o contato com ele. Outrora, ele e eu éramos grandes amigos, pois sua falecida irmã era minha colega de estudos. Como ia dizendo, eu estava internada no Hospital Morioka; pois bem: Aconteceu que um amigo do sr. Sato foi acometido de apendicite e internou-se no quarto ao lado do meu. Vindo visitá-lo, o sr. Sato viu meu nome na porta vizinha e entrou. Ao ver-me, disse surpreso: "Você está internada aqui?". Depois disso, visitou-me várias vezes. Acho que o reatamento da amizade com ele e o fato de eu ter sido conduzida à Seicho-No-Ie foram obras do espírito de sua falecida irmã.
Um dia, o sr. Sato disse-me para mudar de quarto porque a irmã dele aparecera-lhe em sonho nas últimas noites aconselhando a fazê-lo, pois aquele quarto não era bom. A minha acompanhante de quarto foi procurar a médium Hisako Kobayashi para falar com o espírito da irmã do sr. Sato. "Que espírito estranho. Está demorando para baixar" - dizia a médium, na longa espera. Finalmente o espírito baixou e disse: "Fui eu que apareci no sonho do meu irmão. Mude de quarto porque naquele existe um espírito mau". Mudei de quarto e continuei o tratamento, mas o meu estado foi piorando. O sr. Sato me fez a "terapia com imposição da mão" e ensinou-me a praticá-la também. Quando o sr. Yasukiyo Eguchi foi a Morioka ministrar um curso de "terapia com a imposição da mão", o sr. Sato o trouxe até o hospital para aplicá-la especialmente em mim. Foi cansativo porque eu estava muito enfraquecida. E mesmo depois disso o meu estado não melhorava: punha uma colher de arroz na boca e em seguida tomava água para que a comida descesse, mas logo em seguida a devolvia. Assim, para dois baldes de água e alimento devolvido por dia, parava no estômago apenas uns punhados. Em novembro, o médico disse que seria melhor eu voltar para casa e viver como bem entendesse, visto que não havia meios de melhora no hospital. Em casa, continuou o processo de ingerir alimentos e devolvê-los. Eu não sentia alegria nem esperança na vida. De quando em quando, vagueava cambaleando pelas ruas, pálida como um fantasma, e voltava para a cama. O sr. Sato visitou-me novamente, e na despedida ia esquecendo a revista O Espírito e a Vida, editada pelo Wasaburo Asano. Avisei-o, mas ele disse que já tinha lido todano trem e que a deixava para eu ler. Se não fosse aquela revista, eu jamais teria conhecido a Seicho-No-Ie, e não estaria viva hoje.
Taniguchi - Em carta, o sr. Sato diz que, como a senhora estava desenganada pelos médicos, queria apenas que soubesse como é a vida no mundo espiritual após a morte, e por isso levou-lhe aquela revista.
Ando - Ah! Então foi assim? Soube depois que o médico dissera que eu não passaria daquele inverno. Na época, não sabia de nada. Li então a revista deixada pelo sr. Sato de ponta a ponta, e, na última página, vi o anúncio da revista Seicho-No-Ie. O título "Extermínio das doenças crônicas" impressionou-me. Algo me dizia que somente essa revista poderia me salvar. Pedi os números 3 e 4 do ano II e li-os não sei quantas vezes. Lia-os diariamente. Enquanto lia, penetrou em meu coração uma voz, como que vinda do céu, que dizia: O homem não é corpo carnal; logo, pode viver sem comer. Por isso, na época eu dizia a todos: "Não vou morrer porque conheci uma maneira de viver sem comer". Um mês depois, meu filho veio visitar-me. Sentado à minha frente, olhava admirado para mim. "Por que olha tanto para mim?", perguntei. Ele respondeu: "A senhora está com aspecto saudável. Está completamente diferente de um mês atrás". Então percebi que, de fato, estava bem melhor. Passei um mês inteiro lendo os dois exemplares sobre o "Extermínio das doenças crônicas", e ao cabo desse período já estava conseguindo ingerir duas tigelinhas de alimento.
Nagata - Duas tigelinhas por dia ou em cada refeição?
Ando - Em cada refeição.
Nagata - Não era câncer, era?
Ando - Tiraram várias radiografias, mas na época não me contaram o resultado. Posteriormente revelaram que eu tinha câncer na entrada do estômago. Ficava abaixo das costelas, num local difícil para operar e suturar. Quando soube que eu estava melhorando, o médico ficou admirado e disse que gostaria de me examinar. Em um mês, como disse, melhorei a ponto de conseguir ingerir duas tigelinhas de alimento em cada refeição, mas depois disso o meu estado estacionou, talvez por causa da estagnação da minha fé. Ainda precisava tomar água para ingerir alimentos. Fiquei pessimista, pensando que minha fé não fosse além disso. Entretanto, refletindo melhor, percebi que em certo sentido essa doença foi benéfica, pois serviu para medir o grau de desenvolvimento da minha fé. Ela permitiu que eu refletisse sobre minha atitude mental e me aproximasse mais de Deus.
Taniguchi - A doença desta senhora era realmente estranha. Mesmo quando melhorou a ponto de conseguir engolir a comida, ainda precisava tomar dois ou três copos de água fria para descer o alimento que parava na entrada do estômago.
Ando - Ainda no inverno passado, eu tomava água gelada depois de cada bocado e ficava tiritando de frio.
Taniguchi - E não bastava ser líquido para descer; o chá também parava na entrada do estômago e precisava de água fria por cima.
Ando - Entretanto, cerca de quinze dias após vir para cá, já conseguia ingerir alimentos facilmente com chá. O mesmo aconteceu com os doces, e eu já não tinha receio de fazer visitas. Há dias, um parente de Kobe levou-me para almoçar no restaurante do Magazine Daimaru. Fui preocupada, mas correu tudo bem e me senti muito feliz.
Taniguchi - Por que foi curada a doença da sra. Ando, considerada incurável pela medicina? É porque ela compreendeu, pela simples leitura de dois exemplares da revista Seicho-no-Ie, a Verdade divina de que o ser humano pode viver, mesmo sem ingerir alimentos. Esta compreensão é fundamental. Enquanto ela estava preocupada com a alimentação, pensando, "É preciso engolir o alimento de qualquer jeito porque não se pode viver sem comer", o alimento parava no esôfago e, se ela forçasse a ingestão, vomitava tudo. Mas quando compreendeu a Verdade de que "mesmo sem alimento, o homem não morre" e desapareceu o seu temor quanto ao fato de não conseguir ingerir alimentos, este começou a entrar facilmente no estômago.
A seita Ittoen prega a teoria segundo a qual "do nada surge a provisão infinita", explicando que, quando o homem compreende "pode viver sem possuir bem algum", a sua situação econômica melhora, passando a receber as coisas necessárias. A Ittoen vem comprovando isso. A mesma Verdade foi agora comprovada fisiologicamente pela Seicho-No-Ie: mesmo sem ingerir nada, o homem pode viver por si mesmo - esta convicção vem da Verdade de que "o homem é filho de Deus". Compreendendo esta Verdade, as demais coisas surgem naturalmente como REFLEXO da convicção obtida. Então, é natural que, por ter adquirido a convicção de que "o homem é filho de Deus e pode viver sem alimento", a sra. Ando tenha melhorado de repente e recuperado a capacidade de ingerir alimentos.
A jovem senhora que há pouco se retirou daqui é a sra. Eiino, esposa de um professor da Escola Agroflorestal de Morioka. Ela veio com a sra. Ando à Seicho-No-Ie para o seu aprimoramento espiritual. Sofria de tuberculose e estava com o corpo todo inchado. No rosto havia manchas de um roxo-escuro, e o médico havia dito aos familiares que ela não viveria mais que uma semana. Foi então que lhe apresentaram o sr. Katsumi Sato. Apesar da sua atarefada ocupação na caixa econômica, visitou-a todas as noites durante sessenta dias, fizesse frio ou calor, para ler-lhe o livro A Verdade da Vida.
Morikawa - Fui acompanhante da sra. Eino desde essa época. No início, ela tratou o sr. Sato muito friamente. Depois de uns quinze dias, ele perguntouo-lhe: "Como é, deu pra entender que o homem é filho de Deus?". E ela respondeu secamente: "Não". Mas, à medida que o sr. Sato foi prosseguindo a leitura de A Verdade da Vida, ela começou a animar-se e a sorrir, e recuperou rapidamente a saúde.
Sawada - Ah! Então era a respeito dela que o sr. Sato comentou na reunião de Tóquio? Parece que ela estava desesperada porque o médico lhe dissera que havia cavernas grandes nos pulmões. Então, o sr. Sato lhe dissera subitamente em tom energético "Que importa que fique sem pulmões?!", arrependendo-se logo em seguida por ter dito algo tão grave. Entretanto, essa frase teria dado grande força à paciente. O próprio sr. sato disse que pareciam palavras vindas de Deus.
Taniguchi - "Pode-se viver, mesmo sem pulmões." - estas palavras, ditas categoricamente pelo sr. Sato, são realmente valiosas. Não é interessante que, justamente por causas dessas palavras, regeneraram-se os pulmões que estavam lesados? Enquanto a paciente se preocupava com a perda dos pulmões e com a transmissão de sua doença, prendendo-se a conhecimentos superficiais de fisiologia e higiene, os seus pulmões se arruinavam. Entretanto, quando ela compreendeu que "pode-se viver mesmo não tendo pulmões" e desapareceu por completo a sua preocupação com os pulmões, estes se regeneraram, surpreendendo a lógica humana. O homem pode viver, mesmo sem alimentar-se, mesmo sem ter pulmões e mesmo sem possuir nada, porque ele não é feito de alimentos, nem de pulmões e sim pela mente. Compreendendo esta verdade e serenando a mente, o alimento passa a ser aceito e os pulmões se regeneram, como reflexo da mente serena. Diante desses casos verídicos, convencemo-nos de que o corpo é realmente reflexo da mente.
(Do livro "A Verdade da Vida, vol.04", pgs. 203 à 211)
3 comentários:
Adorei o texto.
A força do acreditar.
A força da fé.
A força do aqui e Agora.
A força de Deus!
Abraço
Quando você acredita tudo e transforma.
Muito obrigada
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