Masaharu Taniguchi
A moderação (capacidade de controlar os instintos através da inteligência) também constitui motivo de alegria para nós. Isto porque a Vida é "Amor" e é também "Inteligência". Um homem primitivo, cuja inteligência ainda não está desenvolvida, não consegue controlar suas vontades. Ele faz tudo o que lhe vem à mente, movido unicamente pelo desejo de seus próprios impulsos, não se importando com o aborrecimento que seus atos causam às pessoas ao seu redor. Ele ainda está na fase primitiva do desenvolvimento humano. Chega, porém, o momento de sua inteligência despertar e ele começa a compreender que existem outras pessoas no mundo, além dele; percebe que os outros também têm "Vida" e possuem vontades próprias e que, de vez em quando, a vontade dele choca-se com a vontade dos outros. Às vezes, verifica que, pelo fato de ele ter feito valer a sua vontade, outra pessoa não pôde realizar a vontade dela e está sofrendo por isso.
Um indivíduo que ainda se encontra nos estágio primitivo sente-se vitorioso ao ver o sofrimento dos outros. Mas, à medida que vai se desenvolvendo nele a consciência, o sofrimento alheio deixa de ser motivo de prazer. Ele verifica que o sofrimento alheio o faz sofrer também. Percebe, então, que ele e os outros estão ligados pela "Grande Vida" e que, na essência, ele e os outros constituem uma só Vida. Percebe que a alegria dos outros é sua própria alegria, que o sofrimento dos outros é o seu próprio sofrimento, e que, para sentir uma alegria profunda, verdadeira, é preciso dar alegrias aos outros. Se uma pessoa começa a perceber isso, é sinal de que ela está conscientizando de que ela e os outros estão inseparavelmente ligados pela "Grande Vida"; é sinal de que ela está começando a compreender como estava errada, ao manter uma barreira entre ela e os outros, considerando apenas a forma externa chamada "corpo carnal" de cada indivíduo.
Quem consegue manter sempre essa conscientização é um santo, um iluminado. Ele jamais perderá a alegria da alma. Mas não são muitos os que conseguem manter tal conscientização. Um indivíduo comum geralmente acaba "despencando" do alto pedestal dessa conscientização. Frequentemente ele se esquece de ver as pessoas como seres espirituais ligados pela "Grande Vida" e olha-as como corpos físicos isolados uns dos outros. Por causa das barreiras carnais que aparentemente separam as pessoas, esse indivíduo se deixa levar, frequentemente, pela ilusão de que "a felicidade consiste em satisfazer as necessidades e os desejos que ele sente como ser carnal". Assim, por diversas vezes ele satisfaz seu próprio desejo, prejudicando os outros. Mas ele, que já teve (ainda que por pouco tempo), a consciência da Grande Vida através da qual todas as pessoas estão ligadas, não pode continuar preso a essa ilusão durante muito tempo. Depois de ter praticado atos egoísticos, ele percebe que não passava de uma ilusão a "felicidade obtida em troca do sacrifício dos outros". A "ilusão" desaparece. E então, em vez de sentir alegria, ele bebe a amarga taça do arrependimento, pensando no ato egoístico e destituído de amor, que ele praticava.
Geralmente, nós, seres humanos, compreendemos que a satisfação dos desejos egoísticos não passa de uma "ilusão", mas tomamos a decisão de não nos deixarmos mais enganar por esses prazeres, somente depois de ter sentido na carne, repetidas vezes, que os atos egoísticos fazem-nos sofrer em vez de proporcionar prazer. Porém, quando em nossa alma ocorre o despertar para a "Grande Vida" que liga toda a humanidade e passamos a manifestar naturalmente o amor (que vem da consciência de que nós e os outros somos um), nós podemos praticar, de forma muito mais natural, atos que satisfaçam tanto a nós como aos outros, ou seja, atos que revelem a "alegria de termos a nossa Vida ligada à dos outros, transcendendo a barreira do corpo carnal". Nós não podemos esquecer essa alegria; porém, sendo possuidores de um corpo material, estamos sujeitos à tentação material, e vez por outra somos impelidos a satisfazer desejos egoísticos, sem conseguirmos transcender a barreira do corpo carnal.
Isso é inevitável em determinada fase do desenvolvimento do ser humano, fase essa em que ele ainda não conseguiu suficiente aprimoramento espiritual. É por isso que, às vezes, forçamo-nos a agir altruisticamente. Explicando melhor: em vez de fazer espontaneamente o bem a nossos semelhantes, forçamo-nos a fazê-lo, dominando a custo os impulsos instintivos que nos levariam a agir egoisticamente, caso não fossem controlados. Assim é a manifestação do chamado "senso de dever". O "senso de dever" faz com que dominemos à força os nossos sentimentos mais egoísticos. Por isso, quando praticamos um ato em obediência ao nosso senso do dever, ficamos privados dos prazeres materiais. Porém, uma vez cumprido esse dever, sentimos no fundo do nosso ser uma grande paz de espírito, uma alegria pura e serena... Querendo alcançar o prazer através de atos egoísticos, as pessoas acabam perdendo essa paz de espírito. Frequentemente, a humanidade vacila, sem conseguir optar por uma das duas coisas: a satisfação dos desejos egoísticos, ou a paz de espírito. Para falar a verdade, a maioria das pessoas ainda vive indecisas.
A voz da consciência que sussura dentro de nós é uma advertência lançada pelo nosso "Eu" espiritual. Ela nos diz: "Não perca a paz de espírito". Já a tentação de satisfazer nossos desejos egoísticos é um sussurro do nosso "eu" carnal, que nos diz: "Não perca o prazer carnal". De um lado, recebemos a advertência do "espírito", e do outro, o sussurro do "corpo carnal". O espírito é a "Grande Vida" que existe em todos os seres humanos, é a "existência real". Mas o corpo carnal é apenas uma "existência ilusória". Por isso, quem procura obter a felicidade através do corpo carnal e da matéria só poderá encontrar a infelicidade da alma; quem procura obter a saúde através do corpo carnal e da matéria, só poderá encontrar a doença; e quem procura obter a paz através do corpo carnal e da matéria, só poderá encontrar a "insegurança espiritual".
Mas o que vêm a ser "infelicidade da alma", "doença" (enfraquecimento da força vital) e "insegurança espiritual"? Na verdade, elas são o grito de exortação através do qual a "Grande Vida" (que liga todos nós, constituindo a nossa essência) procura incitar-nos a melhorar o nosso modo de viver e fazer com que a "Vida" de cada um de nós se eleve cada vez mais. Em outras palavras, elas são o "grito da Vida", "orientação da Sabedoria", o "clamor da alma". Portanto, todos aqueles que possuem infelicidade na alma, doença no corpo, ou insegurança no espírito, devem examinar a si próprios e modificar seu modo de viver e sua atitude mental, visando ao maior aprimoramento espiritual. Assim, eles poderão manter sempre a mente pacífica e feliz, e gozarão de uma alegria tranquila. Como reflexo desse estado espiritual, terão de modo natural a saúde física. Melhor dizendo, eles não poderão deixar de se tornar assim.
Portanto, caro leitor, eu lhe afirmo o seguinte: aquele que se deixa levar por sentimentos egoísticos está procurando a felicidade com as costas voltadas para ela; aquele que persegue o prazer através da carne, está procurando a felicidade com as costas voltadas para ela; e aquele que tenta obter a saúde através da matéria está procurando a saúde com as costas voltadas para ela. Você deve fazer o contrário. Viva em função da Grande Vida que liga e vivifica todas as pessoas. Realize trabalhos que proporcionem alegria tanto a você próprio como ao seu próximo. A felicidade e a saúde que provém disso são ilimitadas. Isto porque a Grande Vida, que existe tanto em você como no seu próximo, transcende a barreira do corpo carnal e se "estende" infinitamente.
(Do livro 'A Verdade da Vida', vol.7 -- págs. 186 à 191)
Um indivíduo que ainda se encontra nos estágio primitivo sente-se vitorioso ao ver o sofrimento dos outros. Mas, à medida que vai se desenvolvendo nele a consciência, o sofrimento alheio deixa de ser motivo de prazer. Ele verifica que o sofrimento alheio o faz sofrer também. Percebe, então, que ele e os outros estão ligados pela "Grande Vida" e que, na essência, ele e os outros constituem uma só Vida. Percebe que a alegria dos outros é sua própria alegria, que o sofrimento dos outros é o seu próprio sofrimento, e que, para sentir uma alegria profunda, verdadeira, é preciso dar alegrias aos outros. Se uma pessoa começa a perceber isso, é sinal de que ela está conscientizando de que ela e os outros estão inseparavelmente ligados pela "Grande Vida"; é sinal de que ela está começando a compreender como estava errada, ao manter uma barreira entre ela e os outros, considerando apenas a forma externa chamada "corpo carnal" de cada indivíduo.
Quem consegue manter sempre essa conscientização é um santo, um iluminado. Ele jamais perderá a alegria da alma. Mas não são muitos os que conseguem manter tal conscientização. Um indivíduo comum geralmente acaba "despencando" do alto pedestal dessa conscientização. Frequentemente ele se esquece de ver as pessoas como seres espirituais ligados pela "Grande Vida" e olha-as como corpos físicos isolados uns dos outros. Por causa das barreiras carnais que aparentemente separam as pessoas, esse indivíduo se deixa levar, frequentemente, pela ilusão de que "a felicidade consiste em satisfazer as necessidades e os desejos que ele sente como ser carnal". Assim, por diversas vezes ele satisfaz seu próprio desejo, prejudicando os outros. Mas ele, que já teve (ainda que por pouco tempo), a consciência da Grande Vida através da qual todas as pessoas estão ligadas, não pode continuar preso a essa ilusão durante muito tempo. Depois de ter praticado atos egoísticos, ele percebe que não passava de uma ilusão a "felicidade obtida em troca do sacrifício dos outros". A "ilusão" desaparece. E então, em vez de sentir alegria, ele bebe a amarga taça do arrependimento, pensando no ato egoístico e destituído de amor, que ele praticava.
Geralmente, nós, seres humanos, compreendemos que a satisfação dos desejos egoísticos não passa de uma "ilusão", mas tomamos a decisão de não nos deixarmos mais enganar por esses prazeres, somente depois de ter sentido na carne, repetidas vezes, que os atos egoísticos fazem-nos sofrer em vez de proporcionar prazer. Porém, quando em nossa alma ocorre o despertar para a "Grande Vida" que liga toda a humanidade e passamos a manifestar naturalmente o amor (que vem da consciência de que nós e os outros somos um), nós podemos praticar, de forma muito mais natural, atos que satisfaçam tanto a nós como aos outros, ou seja, atos que revelem a "alegria de termos a nossa Vida ligada à dos outros, transcendendo a barreira do corpo carnal". Nós não podemos esquecer essa alegria; porém, sendo possuidores de um corpo material, estamos sujeitos à tentação material, e vez por outra somos impelidos a satisfazer desejos egoísticos, sem conseguirmos transcender a barreira do corpo carnal.
Isso é inevitável em determinada fase do desenvolvimento do ser humano, fase essa em que ele ainda não conseguiu suficiente aprimoramento espiritual. É por isso que, às vezes, forçamo-nos a agir altruisticamente. Explicando melhor: em vez de fazer espontaneamente o bem a nossos semelhantes, forçamo-nos a fazê-lo, dominando a custo os impulsos instintivos que nos levariam a agir egoisticamente, caso não fossem controlados. Assim é a manifestação do chamado "senso de dever". O "senso de dever" faz com que dominemos à força os nossos sentimentos mais egoísticos. Por isso, quando praticamos um ato em obediência ao nosso senso do dever, ficamos privados dos prazeres materiais. Porém, uma vez cumprido esse dever, sentimos no fundo do nosso ser uma grande paz de espírito, uma alegria pura e serena... Querendo alcançar o prazer através de atos egoísticos, as pessoas acabam perdendo essa paz de espírito. Frequentemente, a humanidade vacila, sem conseguir optar por uma das duas coisas: a satisfação dos desejos egoísticos, ou a paz de espírito. Para falar a verdade, a maioria das pessoas ainda vive indecisas.
A voz da consciência que sussura dentro de nós é uma advertência lançada pelo nosso "Eu" espiritual. Ela nos diz: "Não perca a paz de espírito". Já a tentação de satisfazer nossos desejos egoísticos é um sussurro do nosso "eu" carnal, que nos diz: "Não perca o prazer carnal". De um lado, recebemos a advertência do "espírito", e do outro, o sussurro do "corpo carnal". O espírito é a "Grande Vida" que existe em todos os seres humanos, é a "existência real". Mas o corpo carnal é apenas uma "existência ilusória". Por isso, quem procura obter a felicidade através do corpo carnal e da matéria só poderá encontrar a infelicidade da alma; quem procura obter a saúde através do corpo carnal e da matéria, só poderá encontrar a doença; e quem procura obter a paz através do corpo carnal e da matéria, só poderá encontrar a "insegurança espiritual".
Mas o que vêm a ser "infelicidade da alma", "doença" (enfraquecimento da força vital) e "insegurança espiritual"? Na verdade, elas são o grito de exortação através do qual a "Grande Vida" (que liga todos nós, constituindo a nossa essência) procura incitar-nos a melhorar o nosso modo de viver e fazer com que a "Vida" de cada um de nós se eleve cada vez mais. Em outras palavras, elas são o "grito da Vida", "orientação da Sabedoria", o "clamor da alma". Portanto, todos aqueles que possuem infelicidade na alma, doença no corpo, ou insegurança no espírito, devem examinar a si próprios e modificar seu modo de viver e sua atitude mental, visando ao maior aprimoramento espiritual. Assim, eles poderão manter sempre a mente pacífica e feliz, e gozarão de uma alegria tranquila. Como reflexo desse estado espiritual, terão de modo natural a saúde física. Melhor dizendo, eles não poderão deixar de se tornar assim.
Portanto, caro leitor, eu lhe afirmo o seguinte: aquele que se deixa levar por sentimentos egoísticos está procurando a felicidade com as costas voltadas para ela; aquele que persegue o prazer através da carne, está procurando a felicidade com as costas voltadas para ela; e aquele que tenta obter a saúde através da matéria está procurando a saúde com as costas voltadas para ela. Você deve fazer o contrário. Viva em função da Grande Vida que liga e vivifica todas as pessoas. Realize trabalhos que proporcionem alegria tanto a você próprio como ao seu próximo. A felicidade e a saúde que provém disso são ilimitadas. Isto porque a Grande Vida, que existe tanto em você como no seu próximo, transcende a barreira do corpo carnal e se "estende" infinitamente.
(Do livro 'A Verdade da Vida', vol.7 -- págs. 186 à 191)
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