"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

domingo, outubro 13, 2013

Comentário ao texto anterior

- Núcleo -
 
 
Eis mais um “texto nuclear”!

Permitam-me comentá-lo.
Comentários em negrito entre chaves {...}
 
(...) Ao encontrar a si mesma, a pessoa encontra o sentido da vida, o significado da vida, a alegria da vida, o esplendor da vida. Encontrar a si mesmo é o maior achado na vida de uma pessoa, e esse encontro só é possível quando você está sozinho, quando sua consciência está completamente vazia — nesse vazio, nesse nada, um milagre acontece. E esse milagre é a base de toda a religiosidade. {esse milagre é a percepção de Si mesmo; de Quem você É; a percepção do “Eu Verdadeiro”; a percepção de Sua real identidade divina}
 
Eis o milagre: quando não existe nada mais para a sua consciência ficar consciente, a consciência se volta para si mesma. Ela se torna um círculo. Não encontrando obstáculo, nenhum objeto, ela volta para a fonte {A Fonte é a Consciência do Ser, que é o próprio Ser Real; o mundo visto pela mente é uma “representação”, que é um emaranhado de conceitos, e conceitos não são reais; quando “este mundo” é percebido pelo que ele é, como uma representação, deixa de ser um desafio, um obstáculo e passa a ser um deleite... Um deleite divino! Quem Se deleita é o próprio Ser Real...}. E, no momento em que o círculo está completo, você não é mais apenas um ser humano comum {um personagem na representação}; você se tornou parte da divindade que circunda a existência {você se tornou consciente de que é o Ser que abrange tudo, que é o todo}. Você não é mais você mesmo {não se vê mais como um personagem}, você se tornou parte de todo o Universo {você Se percebe consciente do Ser que É} — o palpitar do seu coração é agora o palpitar do coração do próprio Universo.
 
Essa é a experiência que os místicos têm procurado por todas as vidas, através dos tempos {é a experiência do despertar – Contudo, é preciso ver que toda experiência está na representação, e por isso não é algo real. Você já é um ser desperto desde o início... e nem sequer há um início... O início também é algo que está na representação, assim como o fim, ambos dão a ambiência onde se passa a representação e também não são reais}. Não existe outra experiência mais arrebatadora, mais bem-aventurada. Essa experiência transforma toda a sua perspectiva: onde costumava haver escuridão {representação}, agora existe luz {divina Realidade do Ser}; onde costumava haver infelicidade {representação}, existe bem-aventurança {Realidade}; onde costumava haver raiva, ódio, possessividade, ciúme {representação}, existe somente uma bela flor do amor {Realidade}. Toda a energia que era gasta em emoções negativas não é mais desperdiçada; ela passa por uma reviravolta positiva e criativa.
 
Por um lado, você não é mais seu antigo eu {a máscara que vela o Ser, a “persona”; o personagem...} e, por outro lado, você é, pela primeira vez, seu autêntico eu {o Ser Real, a identidade verdadeira, o Eu Verdadeiro}. O velho {o personagem} se foi, o novo {o Eu Verdadeiro} chegou. O velho está morto {de fato nunca esteve vivo, pois, sempre foi um personagem... cuja vida está no Ator, no Ser Real}; o novo pertence ao eterno, ao imortal {ao Ser}.
 
A menos que você se conheça como ser eterno, como parte do todo {como o Ser}, continuará com medo da morte {que também está na representação e que não é real}. O medo da morte existe simplesmente porque você não está consciente da sua fonte eterna de vida {porque está na representação como um personagem indesperto... Na representação existem personagens despertos e indespertos, você mesmo, o Ator, é quem escolhe o papel...}. Uma vez constatada a eternidade de seu ser {uma vez que na representação você se torna um “personagem desperto”}, a morte se torna a maior mentira da existência {a morte revela-se como representação, algo que não é real}. A morte nunca aconteceu, nunca acontece, nunca acontecerá, porque aquilo que existe sempre existirá, em formas diferentes, em níveis diferentes; não existe descontinuidade. Há eternidade no passado e no futuro, ambas lhe pertencem. E o momento presente se torna um ponto de encontro entre duas eternidades: uma indo em direção ao passado e outra indo em direção ao futuro {há a Realidade do Ser, que é um eterno presente...}.
 
A lembrança de sua solitude não deve ser somente mental {não pode ser; nem deve ser uma lembrança, que é mental, mas sim, uma percepção, que é consciencial}; cada fibra de seu ser, cada célula de seu corpo deveria se lembrar, e não com uma palavra, mas como uma profunda sensação {como uma percepção}. O esquecimento de si mesmo {o esquecimento do seu Eu Verdadeiro; de sua origem divina; a imersão na representação de forma inconsciente, como um personagem indesperto...} é o único pecado {visão encoberta} que existe, e a lembrança {visão descoberta} de si mesmo, a única virtude.
 
Você não é parte deste mundo mundano {sua natureza e real identidade não é a de um personagem...}; seu lar é o lar do divino {A Realidade divina}. Você está perdido no esquecimento, esqueceu-se de que dentro de você Deus está oculto. Você nunca olha para dentro — porque todo mundo {porque todo personagem indesperto...} olha para fora, você também insiste em olhar para fora {insiste em permanecer no papel de um personagem indesperto...}.
 
Ficar sozinho é uma grande oportunidade, uma benção, porque em sua solitude fatalmente você se deparará com você mesmo {perceberá Quem É} e, pela primeira vez, se lembrará de quem você é.
 
(...) Fique mais centrado em sua profunda solitude {Deus, que é o Ser Real, é a única Realidade!}. Meditação é isso: ficar centrado na sua própria solitude {Meditação é a percepção da Realidade divina; é a percepção de que tudo é o próprio Ser Se desvelando, é o Eu Verdadeiro “aparecendo como”...}. A solitude precisa ser tão pura que nem mesmo um pensamento, nem mesmo um sentimento a perturbe {apenas uma “percepção”}. No momento em que sua solitude for completa, sua experiência dela se tornará a sua iluminação {a percepção da Realidade e da real identidade divina de todos os seres como o único Ser Real...}. A iluminação não é algo que vem de fora, ela é algo que cresce dentro de você {dentro e fora são conceitos mentais, estão na representação, não são reais}.
 
Esquecer-se do ser é o único pecado {é a visão encoberta...}. E lembrar-se do seu ser, em sua completa beleza, é a única virtude, a única religião {é a visão descoberta...}. Você não precisa ser hindu, muçulmano, cristão — para ser religioso, tudo o que você precisa é ser você mesmo {perceber-Se como Ser}.
 
Ao conhecer a si mesmo {ao perceber-Se}, uma coisa fica clara: nenhuma pessoa é uma ilha {ninguém é um personagem num cenário...} somos um continente, um vasto continente, uma infinita existência sem nenhuma fronteira {somos todos o Ser, o único Ser Real, ilimitado, infinito, atemporal}. A mesma vida corre através de todos, o mesmo amor preenche cada coração, a mesma alegria dança em cada ser. Por causa do nosso mal-entendido apenas {por causa da visão encoberta}, achamos que estamos separados.
 
A ideia de separação é nossa ilusão {toda ideia está na representação, assim sendo, não é real. Para ver a distinção entre idéias e percepções acesse  http://nucleu.com/2013/09/27/distincao-entre-ideias-e-percepcoes/}. A ideia da unidade {a percepção} será nossa experiência da verdade suprema. É necessário apenas um pouco mais de inteligência, e você poderá sair do desalento, da infelicidade, do inferno em que toda a humanidade está vivendo {a representação como está...}. O segredo de sair desse inferno é lembrar-se de si mesmo {é perceber-Se!}. E essa lembrança será possível se você compreender a ideia de que você está sozinho {de que é o Ser Real e único}.
 
Você precisa perceber {É isso! “Você precisa perceber”! Perceber-Se...}, não importa o quanto isso possa parecer doloroso no início, que está sozinho numa terra estranha. Na primeira vez, esse reconhecimento é doloroso. Ele elimina todas as nossas ilusões, que geram grandes consolos. Mas, quando você ousa aceitar a realidade {a Realidade divina do “Eu Verdadeiro”...}, a dor desaparece. E, oculta atrás da dor, está a maior das bênçãos do mundo: você vem a conhecer a si mesmo {vem a perceber-Se... em Sua Realidade!}.
 
Você é a inteligência da existência, a consciência da existência {Você É!...}, a alma da existência. Você é parte dessa imensa divindade que se manifesta de milhares formas: nas árvores, nos pássaros, nos animais, nos seres humanos... {No Núcleo é dito que na “representação” “Eu apareço como”... e também é dito que: “Às vezes, nem eu mesmo percebo [às vezes, “aparecendo como”, ou seja, representando papel de “árvore, pássaro, animal ou ser humano” este meu “personagem” nem mesmo percebe que Sou EU... } mas é a mesma consciência em diferentes estágios de evolução {Os estágios de evolução existem apenas na representação}. E a pessoa que reconhece a si mesma {a pessoa ou “persona” que Se percebe, que no Núcleo é chamada de “personagem desperto”} que sente que o deus que ela buscava e procurava por todo o mundo reside em seu próprio coração, atinge o mais elevado ponto da evolução {este “mais elevado ponto da evolução” é qualquer momento em que você Se percebe como Quem É}. Não existe nada superior a isso.
 
A pessoa pouco inteligente {o personagem inconsciente...} é aquela que está correndo por todo o mundo à procura de algo, sem saber exatamente o quê. Algumas vezes achando que talvez seja o dinheiro, seja o poder, seja o prestígio, seja a respeitabilidade {achando que aquilo que busca seja algo na representação}.
 
A pessoa inteligente {o personagem consciente...} primeiro procura seu próprio ser {procura conhecer sua própria identidade}, antes de começar a jornada no mundo exterior. Isso parece ser simples e lógico... pelo menos, olhe primeiro em sua própria casa, antes de procurar pelo mundo inteiro. E aqueles que olharam dentro de si mesmos o encontraram, sem nenhuma exceção {Você É Aquele que está onde você está!... Não há separação entre Quem você É e onde você está. Por isso é dito que a distância entre você e Deus é a mesma distância entre você e você mesmo...}.
 
O mundo precisa de uma grande revolução, na qual cada indivíduo encontre sua religião dentro de si mesmo {a verdadeira religião, ou seja, o verdadeiro “religare” ocorre internamente; a verdadeira religião é uma percepção! Aquele que diz: “Vivo, mas já não sou eu Quem vive, é Cristo Quem vive em mim” religou-Se a si mesmo com o “Cristo”, com o Ser, com Quem É}. No momento em que as religiões se tornam organizadas, elas ficam perigosas {pelo fato de nas religiões organizadas as pessoas se reunirem em torno de “ideias” e não de “percepções”}, na realidade, elas se tornam política, com uma falsa face de religião. Por isso, todas as religiões do mundo tentam converter mais e mais pessoas à sua religião. É a política dos números; aquela que tiver um número maior será mais poderosa. Mas ninguém parece estar interessado em trazer milhões de indivíduos a seus próprios seres. {Por isso o ensinamento do Núcleo não é persuasivo, não objetiva convencer mas sim “compartilhar percepções”, evidenciar que elas existem, que estão relatadas nas experiências dos “personagens despertos” os chamados “místicos”, mestres ou seres iluminados de todas as principais religiões. Elas são também a experiência das pessoas comuns que se iluminam... que passam a estar conscientes de que elas também tem percepções e que o fato de serem compartilhadas ativa a percepção de outras pessoas! Assim, o “ensinamento nuclear” que se transmite de mente a mente ativa a “percepção consciencial” compartilhada pelos próprios “personagens”}
 
Meu esforço aqui consiste em afastá-lo de qualquer tipo de esforço organizado, porque a verdade nunca pode ser organizada. Você precisa seguir sozinho na peregrinação, porque a peregrinação será interior. {Por ser uma “percepção” ninguém, nenhum outro “eu”, nenhum outro “personagem” percebe por você... É seu próprio “Eu” Quem Se percebe!} Você não pode levar ninguém com você. E você precisa deixar de lado tudo o que aprendeu com os outros, porque todos esses preconceitos distorcerão sua visão e você não será capaz de perceber a realidade nua de seu ser. A realidade nua de seu ser é a única esperança de encontrar Deus.
 
Apenas um passo para dentro de si mesmo e você chegou. {Simples assim!}
 
Pode levar um pouco de tempo, porque os velhos hábitos demoram para ser vencidos; mesmo que você feche os olhos, sua cabeça estará cheia de pensamentos {sua mente estará ocupada e cheia de “idéias” relacionadas à representação}. Esses pensamentos são de fora, e o simples método, que foi seguido por todos os grandes videntes do mundo, é simplesmente observar os pensamentos, ser uma testemunha. Não os condene, não os justifique, não os racionalize. Permaneça à parte, permanece indiferente, deixe-os passar — eles irão embora. {Não resista ao mal, pois, resistência gera existência... Por você se focar em um pensamento ou ideia é o que o faz se restringir aos limites da realidade aparente em que eles existem... Os pensamentos são como nuvens que encobrem no céu. Assim como nuvens são passageiras e o céu é permanente, pensamentos são passageiros e a consciência é permanente!  O céu sempre está lá, num nível bem mais elevado que as nuvens, mesmo que não esteja sendo visto; Da mesma forma, a Realidade eterna, da Consciência, sempre está lá, num nível bem mais elevado que a realidade aparente, da mente, mesmo que não esteja sendo percebida...}  
 
E, no dia em que sua mente estiver absolutamente silenciosa, sem nenhuma perturbação, {em que a mente estiver transparente e receptiva à percepção da Verdade... Vide http://busca-espiritual.blogspot.com.br/2013/10/perceba-se.html} você dará o primeiro passo que o leva ao templo de Deus.
 
O templo de Deus é feito da sua consciência {a Consciência é o próprio Ser, o único Ser Real; E por isso o seu, o meu e o Ser Real de todos nós... Compartilho aqui a “percepção” dAquele divino personagem que disse: “Nós vivemos, nos movemos e temos nossa existência em Deus”}. Você não pode ir lá com seus amigos, com seus filhos, com sua esposa, com seus pais {Você não pode “ir lá”... no núcleo de seu próprio ser, com a “ideia” de que eles são outros... Não pode “ir lá”... com a “ideia” de que existem outros... Você não pode “ir lá”... com “ideias”...  Mas, você pode “ir lá”! }
 
Todos precisam ir lá sozinhos. {Enfim, deve “ir lá”! Este “ir lá” não significa sair de onde está...; não significa procurar por Deus em algum templo ou lugar; não significa ir ao céu; não significa nem mesmo se mover... Você deve “ir lá” significa: Você deve “perceber”!}.



quinta-feira, outubro 10, 2013

Esquecimento de Quem somos: o pecado original

 Osho


(...) Ao encontrar a si mesma, a pessoa encontra o sentido da vida, o significado da vida, a alegria da vida, o esplendor da vida. Encontrar a si mesmo é o maior achado na vida de uma pessoa, e esse encontro só é possível quando você está sozinho, quando sua consciência está completamente vazia — nesse vazio, nesse nada, um milagre acontece. E esse milagre é a base de toda a religiosidade.
 
Eis o milagre: quando não existe nada mais para a sua consciência ficar consciente, a consciência se volta para si mesma. Ela se torna um círculo. Não encontrando obstáculo, nenhum objeto, ela volta para a fonte. E, no momento em que o círculo está completo, você não é mais apenas um ser humano comum; você se tornou parte da divindade que circunda a existência. Você não é mais você mesmo, você se tornou parte de todo o Universo — o palpitar do seu coração é agora o palpitar do coração do próprio Universo.
 
Essa é a experiência que os místicos têm procurado por todas as vidas, através dos tempos. Não existe outra experiência mais arrebatadora, mais bem-aventurada. Essa experiência transforma toda a sua perspectiva: onde costumava haver escuridão, agora existe luz; onde costumava haver infelicidade, existe bem-aventurança; onde costumava haver raiva, ódio, possessividade, ciúme, existe somente uma bela flor do amor. Toda a energia que era gasta em emoções negativas não é mais desperdiçada; ela passa por uma reviravolta positiva e criativa.
 
Por um lado, você não é mais seu antigo eu e, por outro lado, você é, pela primeira vez, seu autêntico eu. O velho se foi, o novo chegou. O velho está morto; o novo pertence ao eterno, ao imortal.
 
A menos que você se conheça como ser eterno, como parte do todo, continuará com medo da morte. O medo da morte existe simplesmente porque você não está consciente da sua fonte eterna de vida. Uma vez constatada a eternidade de seu ser, a morte se torna a maior mentira da existência. A morte nunca aconteceu, nunca acontece, nunca acontecerá, porque aquilo que existe sempre existirá, em formas diferentes, em níveis diferentes; não existe descontinuidade. A eternidade no passado e no futuro, ambas lhe pertencem. E o momento presente se torna um ponto de encontro entre duas eternidades: uma indo em direção ao passado e outra indo em direção ao futuro.
 
A lembrança de sua solitude não deve ser somente mental; cada fibra de seu ser, cada célula de seu corpo deveria se lembrar, e não com uma palavra, mas como uma profunda sensação. O esquecimento de si mesmo é o único pecado que existe, e a lembrança de si mesmo, a única virtude. Você não é parte deste mundo mundano; seu lar é o lar do divino. Você está perdido no esquecimento, esqueceu-se de que dentro de você Deus está oculto. Você nunca olha para dentro — porque todo mundo olha para fora, você também insiste em olhar para fora.
 
Ficar sozinho é uma grande oportunidade, uma benção, porque em sua solitude fatalmente você se deparará com você mesmo e, pela primeira vez, se lembrará de quem você é.
 
(...) Fique mais centrado em sua profunda solitude. Meditação é isso: ficar centrado na sua própria solitude. A solitude precisa ser tão pura que nem mesmo um pensamento, nem mesmo um sentimento a perturbe. No momento em que sua solitude for completa, sua experiência dela se tornará a sua iluminação. A iluminação não é algo que vem de fora, ela é algo que cresce dentro de você.
 
Esquecer-se do ser ser é o único pecado. E lembrar-se do seu ser, em sua completa beleza, é a única virtude, a única religião. Você não precisa ser hindu, muçulmano, cristão — para ser religioso, tudo o que você precisa é ser você mesmo.
 
Ao conhecer a si mesmo, uma coisa fica clara: nenhuma pessoa é uma ilha somos um continente, um vasto continente, uma infinita existência sem nenhuma fronteira. A mesma vida corre através de todos, o mesmo amor preenche cada coração, a mesma alegria dança em cada ser. Por causa do nosso mal-entendido apenas, achamos que estamos separados.
 
A ideia de separação é nossa ilusão. A ideia da unidade será nossa experiência da verdade suprema. É necessário apenas um pouco mais de inteligência, e você poderá sair do desalento, da infelicidade, do inferno em que toda a humanidade está vivendo. O segredo de sair desse inferno é lembrar-se de si mesmo. E essa lembrança será possível se você compreender a ideia de que você está sozinho.
 
Você precisa perceber, não importa o quanto isso possa parecer doloroso no início, que está sozinho numa terra estranha. Na primeira vez, esse reconhecimento é doloroso. Ele elimina todas as nossas ilusões, que geram grandes consolos. Mas, quando você ousa aceitar a realidade, a dor desaparece. E, oculta atrás da dor, está a maior das bênçãos do mundo: você vem a conhecer a si mesmo.
 
Você é a inteligência da existência, a consciência da existência, a alma da existência. Você é parte dessa imensa divindade que se manifesta de milhares formas: nas árvores, nos pássaros, nos animais, nos seres humanos... mas é a mesma consciência em diferentes estágios de evolução. E a pessoa que reconhece a si mesma, que sente que o deus que ela buscava e procurava por todo o mundo reside em seu próprio coração, atinge o mais elevado ponto da evolução. Não existe nada superior a isso.
 
A pessoa pouco inteligente é aquela que está correndo por todo o mundo à procura de algo, sem saber exatamente o quê. Algumas vezes achando que talvez seja o dinheiro, seja o poder, seja o prestígio, seja a respeitabilidade.
 
A pessoa inteligente primeiro procura seu próprio ser, antes de começar a jornada no mundo exterior. Isso parece ser simples e lógico... pelo menos, olhe primeiro em sua própria casa, antes de procurar pelo mundo inteiro. E aqueles que olharam dentro de si mesmos o encontraram, sem nenhuma exceção.
 
O mundo precisa de uma grande revolução, na qual cada indivíduo encontre sua religião dentro de si mesmo. No momento em que as religiões se tornam organizadas, elas ficam perigosas; na realidade, elas se tornam política, com uma falsa face de religião. Por isso, todas as religiões do mundo tentam converter mais e mais pessoas à sua religião. É a política dos números; aquela que tiver um número maior será mais poderosa. Mas ninguém parece estar interessado em trazer milhões de indivíduos a seus próprios seres.
 
Meu esforço aqui consiste em afastá-lo de qualquer tipo de esforço organizado, porque a verdade nunca pode ser organizada. Você precisa seguir sozinho na peregrinação, porque a peregrinação será interior. Você não pode levar ninguém com você. E você precisa deixar de lado tudo o que aprendeu com os outros, porque todos esses preconceitos distorcerão sua visão e você não será capaz de perceber a realidade nua de seu ser. A realidade nua de seu ser é a única esperança de encontrar Deus.
 
Apenas um passo para dentro de si mesmo e você chegou.
 
Pode levar um pouco de tempo, porque os velhos hábitos demoram para ser vencidos; mesmo que você feche os olhos, sua cabeça estará cheia de pensamentos. Esses pensamentos são de fora, e o simples método, que foi seguido por todos os grandes videntes do mundo, é simplesmente observar os pensamentos, ser uma testemunha. Não os condene, não os justifique, não os racionalize. Permaneça à parte, permanece indiferente, deixe-os passar — eles irão embora.
 
E, no dia em que sua mente estiver absolutamente silenciosa, sem nenhuma perturbação, você dará o primeiro passo que o leva ao templo de Deus.
 
O templo de Deus é feito da sua consciência. Você não pode ir lá com seus amigos, com seus filhos, com sua esposa, com seus pais.
 
Todos precisam ir lá sozinhos.

 
 

terça-feira, outubro 08, 2013

Perceba-Se!

 - Núcleo -


Alguns buscadores espirituais pretendem “iluminar” suas próprias mentes, para assim se tornarem iluminados.

Este propósito pode parecer ser dos melhores, mas, este não é o caminho, pois, apenas insuflará o ego. Não devemos tentar iluminar a mente humana, devemos apenas torná-la transparente e receptiva à percepção da Verdade. Há em nós uma presença a ser percebida. Esta presença é Deus, a Verdade.

É nossa falsa identificação o que nos faz inconscientes da presença divina. Enquanto nascidos humanamente somos “Filho do Homem”, mas devemos renascer e nos tornar conscientes de que Deus é o nosso verdadeiro Pai. E renascidos nos tornamos conscientes de que somos “Filhos de Deus”. Na linguagem do Núcleo poderíamos dizer que a expressão “Filho do Homem” tem o sentido de “personagem do Ser” e que a expressão “Filho de Deus” tem o sentido de “personagem consciente do Ser”.
 
Então percebemos o real significado desta revelação:

“Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de Ser. Sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-Lo como Ele é.” 1 JOÃO 3,2

Se permanecermos na unção, “unção que vem do alto”, estamos sendo os “personagens conscientes do Ser”, “Filhos de Deus”. Este é o sentido de: “Amados, agora, somos Filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de Ser.” No instante em que a Consciência do Ser Se manifesta percebemos que: “Eu e o Pai somos um”, e que “Quem vê a mim vê o Pai”.

Assim, o sentido se completa: “Sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-Lo como Ele É.” Nós nos veremos em tudo e estaremos nos identificando com o próprio Ser real.

O “Filho de Deus” não pretende ir além de manter-se em unção com o Pai. Ele deve apenas procurar o “Reino de Deus”, tudo mais virá por acréscimo, inclusive a revelação, que vem do Pai, da real identidade de todos os seres.

Neste instante podemos fazer a seguinte reflexão:

Meu estado de serenidade mental, de contemplação e silêncio interior me faz perceber que “Deus está aqui”, bem aqui diante de mim e eu O percebo dentro e fora de mim, em cada movimento, em cada pulsação; em tudo eu O vejo. E estou consciente de que é Ele Quem de fato percebe tudo isso. Ele se revela como a percepção, a própria consciência que a tudo percebe. Sei que nada faço, que não há esforço algum de quem estou representando para que haja esta visão, esta percepção, de Quem realmente percebe tudo. Apenas não impeço que o Ser Se revele, não raciocino, não conceitualizo, não imagino nada, simplesmente contemplo tudo e percebo Quem percebe.
 
Nós somos “Filho do Homem” e dizemos que temos a “Mente de Cristo”, a “Consciência do Ser”. Melhor seria dizer que esta Consciência está em nós. É ela quem tudo percebe. Ela é a própria vida que chamamos de nossa vida.

No momento em que percebemos isso, fica evidente o sentido da revelação: “Vivo, mas, já não sou eu quem vive; é Deus/Cristo quem vive em mim.”

E que assim seja.

Saúdo a todos.
 
 

sábado, outubro 05, 2013

Falando de Deus

 
 Jiddu Krishnamurti
 
 
Interrogante: Por favor, fale-nos de Deus.

Krishnamurti: Em vez de eu lhes dizer o que é Deus, vamos ver se vocês podem conceber esse estado maravilhoso, não no amanhã ou num futuro distante, mas agora, neste momento que estamos aqui tranquilamente reunidos. Claro que isso é muito mais importante. Mas, para descobrir deus, todas as crenças devem ser abolidas. A mente que poderia descobrir o que é a verdade, não pode acreditar na verdade, não pode formular teorias ou hipóteses a respeito de Deus. Por favor, prestem atenção.
 
Vocês formulam hipóteses, vocês têm crenças, vocês têm dogmas, estão cheios de conjecturas. Pelo fato de terem lido este ou aquele livro a respeito do que é a verdade ou do que é Deus, suas mentes estão espantosamente inquietas. Uma mente cheia de conhecimentos é inquieta; é intranquila, está apenas sobrecarregada; e carga pura e simples não é sinal de uma mente tranquila. Quando a mente está cheia de crenças, acreditando ou não se Deus existe, ela está sobrecarregada e uma mente sobrecarregada não pode jamais descobrir o que é a verdade. Para descobrir a verdade, a mente precisa estar livre: livre de rituais, de crenças, de dogmas, de conhecimento e de experiência.
 
Somente então ela poderá compreender o que é a verdade. Pelo fato de tal mente estar quieta, ela não mais realiza o movimento de entrar ou o movimento de sair, que é o movimento do desejo. Ela não possui desejos reprimidos, o que é energia. Pelo contrário, para que a mente esteja quieta é preciso haver uma grande quantidade de energia; mas não pode haver pleno desenvolvimento ou abundância de energia se existir qualquer forma de movimento para fora e, por conseguinte, de movimento para dentro. Quando tudo isso tiver serenado, a mente se aquietará.

 Eu não estou tentando hipnotizá-los para que vocês fiquem quietos, para que vocês se calem. Vocês mesmo precisam reconhecer a importância de abandonar, de afastar sem esforço, sem resistência, todo o acúmulo de séculos, de supertições, de conhecimentos, de crenças; precisam reconhecer que qualquer forma de carga torna a mente inquieta, dissipa energia.

Para a mente estar quieta é preciso haver energia em abundância, e essa energia precisa estar tranquila. E se vocês chegarem realmente a esse estado no qual não existe esforço, então constatarão que a energia, estando imóvel, possui seu próprio movimento, o qual não resulta das pressões ou compulsões sociais. Pelo fato de a mente possuir uma energia abundante, imóvel e silenciosa, a própria mente se converte naquilo que é sublime. Não existe experimentador do sublime. Não existe alguém que diga "eu experimentei a realidade". Enquanto houver um experimentador, a realidade não pode existir, porque o experimentador equivale ao movimento de angariar experiência e de acabar com a experiência. De forma que é preciso que o experimentador deixe totalmente de existir.

 Atentem simplesmente a isto. Não façam nenhum esforço, apenas compreendam que o experimentador tem de chegar ao fim. É preciso que ocorra a cessação total de todo esse movimento. E isso demanda, não a supressão da energia, mas uma energia espantosa. Quando a mente estiver completamente quieta, calada, isto é, quando a energia não estiver sendo nem dissipada nem distorcida por obra da disciplina, essa energia se transformará em amor e o real não estará apartado da própria energia.
 

 

quinta-feira, outubro 03, 2013

Oh! Grande Mãe!

 
 
Oh! Grande Mãe
Ser em todo ser
Bojo da borboleta perdida
No azul do próprio azul.
 
Oh! Grande Mãe
Mãe de toda mãe
Estojo de guardar nada, nada
No espaço nenhum
No templo Um.
 
Oh! Grande Mãe
“Om” de todo mantra
Despojo da lama
Onde brota o lótus do saber.
 
Orai e desatai de nós os nós
E tirai as nossas vendas
Invendáveis nos tornai
Inofensivos e pacíficos
Nos deixai eternamente sós.

Amém, amém.
 
(Geraldo Azevedo)


 

­– "Existem dois mundos. Há aquele que Jesus chamou de 'este mundo', e há aquele ao qual Jesus se referiu como 'Meu reino'. Existe o mundo que podemos ver, ouvir, degustar, tocar e cheirar, o mundo em que estamos vivendo, com as nossas atividades, com os nossos negócios, com as nossas famílias; e há o mundo interior no qual vivemos quando o Cristo se manifesta em nosso ser, o mundo no interior de nossa consciência, onde estamos sozinhos com Deus, e no qual habitamos como filhos de Deus. E é no silêncio e na quietude que se revela esse universo interior." - Joel Goldsmith


­– "O primeiro ponto a perceber é que, querendo ou não, você está sozinho. A solitude é a sua verdadeira natureza. Na solitude estamos constantemente encantados conosco mesmos. Ela é abençoada, um profundo preenchimento, que nos mantém centrados e enraizados. Todas as belezas acontecem na solitude. Nada acontece na multidão. Nada do além pode acontecer, exceto quando você está absolutamente só. A felicidade que acontece quando se está só, é tremendamente profunda. Puro êxtase... A solitude é muito positiva, é uma presença, transbordante. Sente-se tão pleno de vida que pode preencher o universo inteiro com a sua presença, e não há nenhuma necessidade de ninguém. Quando não existe ninguém, nem mesmo o pensamento de alguém, e você está realmente só, você começa a mergulhar em si mesmo. Deixe que o aprofundamento aconteça, cada vez mais profundamente, e você verá o silêncio surgindo, e ele contém em si uma dança, uma serenidade. Nada se move, e mesmo assim, tudo é absolutamente vibrante, vazio e completamente cheio... Paradoxos se encontram e os contrários se dissolvem." - Osho
 

terça-feira, outubro 01, 2013

Nem eu, nem você: Isto!

 
Satyaprem


Não existe o outro, tudo é você. Então, colocar-se no lugar do "outro" gera consequências muito elegantes, necessárias e incrivelmente revolucionárias.
 
Lao Tzu, que tinha umas ideias bem rocambólicas, praticamente inaceitáveis para o padrão mental da época e atual ­– por mais sofisticado que você pense que seja o padrão mental ocidental contemporâneo –, disse algo que considero uma pérola: "Onde há justiça não há compaixão". Contemple.
 
Justiça é quando você julga o outro. Compaixão é quando você não julga o outro. Quando você julga o outro cria um karma, existe uma lei de ação e reação: quando julga o outro você será julgado. Quando se compadece, colocando-se no lugar do outro, você resolve internamente.
 
O problema está em pensarmo-nos separados uns dos outros. Nos vemos separados, nos sentimos separados, e é difícil convencer o nosso sistema neurológico do contrário. Aliás, ver a não-separação não é uma questão de convencimento, é a suprema compreensão, é um dar-se conta, absoluto. De repente, é vista a ilusão da separação, colocam-se os pingos nos 'is' e o outro deixa de existir. Você deixa de existir como imagem.
 
O que corrompe as relações humanas é a mente, e a mente é plena inconsciência. Na medida em que começa a ver como ela se move, você se antecipa. Você aparece e ela não mais está, assim como a luz diante da escuridão. Consciência está presente.


*Comentário (Núcleo):

Satyaprem começa compartilhando uma percepção:
 
Não existe o outro, tudo é você.” Então, colocar-se no lugar do “outro” gera consequências muito elegantes, necessárias e incrivelmente revolucionárias.
 
“Não existe o outro, tudo é você” é a percepção consciencial de nossa real identidade!
 
No Núcleo dizemos que: A real identidade de Sakyamuni é Buda, porque Buda é um “ser consciencial”, ou seja, uma manifestação consciente do Ser Real, que é único [É o inominável]. A real identidade de Jesus é Cristo, porque Cristo é um “ser consciencial”, ou seja, uma manifestação consciente do Ser Real, que é único [É o Pai]. A real identidade de Masaharu Taniguchi é Deus Sumiyoshi, porque Deus Sumiyoshi é um “ser consciencial”, ou seja, uma manifestação consciente do Ser Real, que é único [É o Deus que Se manifesta através da Seicho-No-Ie]. A real identidade de Krishna é o Deus Brahma, ou o Deus Shiva, ou o Deus Vishnu, porque o Deus Brahma, ou o Deus Shiva, ou o Deus Vishnu são “seres conscienciais”, ou seja, são manifestações conscientes do Ser Real, que é único [É Brahmam].
 
É Quem Somos quem percebe nossa real identidade, da mesma forma que o Ator é o único que conhece a real identidade do personagem que está representando. O Personagem não tem conhecimento de sua real identidade como Ator. Quando tem já não é ele, personagem, quem tem, mas sim, o próprio Ator representando um personagem desperto, ou seja, aquele que tem consciência de sua real identidade.

Observa Satyaprem:
 
Lao Tzu, que tinha umas ideias bem rocambólicas, praticamente inaceitáveis para o padrão mental da época e atual – por mais sofisticado que você pense que seja o padrão mental ocidental contemporâneo –, disse algo que considero uma pérola: “Onde há justiça não há compaixão”. Contemple.
 
Neste ponto Satyaprem compartilha a percepção consciencial de que Lao Tzu tinha percepções conscienciais e que as compartilhava, dizendo que eram “ideias bem rocambólicas, praticamente inaceitáveis para o padrão mental da época e atual.” De fato, as percepções conscienciais são revelações inaceitáveis para o padrão mental dos personagens de quaisquer épocas.
 
Ele prossegue dizendo:
 
Justiça é quando você julga o outro. Compaixão é quando você não julga o outro. Quando você julga o outro cria um karma, existe uma lei de ação e reação: quando julga o outro você será julgado. Quando se compadece, colocando-se no lugar do outro, você resolve internamente.
 
Todo julgamento parte da “percepção mental” com toda a carga de seus próprios condicionamentos e “pré-conceitos”. Ao julgarmos, estamos inconscientemente ativando a “percepção mental”, projetando algo e, nos imergindo completamente na representação, abrindo mão da percepção de nossa real identidade divina!
 
Jesus, mesmo tendo sido julgado, condenado e executado, deu o exemplo de que não devemos julgar e orou: “Pai, perdoai-os porque eles não sabem o que fazem.”
 
Adverte Satyaprem:
 
O problema está em pensarmo-nos separados uns dos outros. Nos vemos separados, nos sentimos separados, e é dificil convencer o nosso sistema neurológico do contrário.
 

A visão limitada é “o que nós pensamos”.
A visão expandida é “o que nós realmente somos.”

Transcenda os limites da percepção do personagem e desfrute a percepção do Ser!
 
Revela Satyaprem que:
 
Aliás, ver a não-separação não é uma questão de convencimento, é a suprema compreensão, é um dar-se conta, absoluto. De repente, é vista a ilusão da separação, colocam-se os pingos nos ‘is’ e o outro deixa de existir. Você deixa de existir como imagem.
 
Quando julgamos a algum outro personagem é porque estamos nos percebendo também como personagens. Estamos inconscientes de que “não existe outro”, estamos inconscientes de que todos somos “manifestações conscientes do Ser”, estamos inconscientes de nossa real identidade; inconscientes de Quem Somos.
 
Por isso diz Satyaprem:
 
“ver a não-separação não é uma questão de convencimento [de percepção mental, de acreditar convictamente] é a suprema compreensão [o supremo conhecimento ou saber], é um dar-se conta, absoluto [é uma percepção absoluta, “consciencial”]. De repente, é vista a ilusão da separação [De repente, é vista a “representação”...], colocam-se os pingos nos ‘is’ e o outro deixa de existir [a percepção de Quem Sou, de Quem todos Somos, é focada, ou ativada]. Você deixa de existir como imagem. [Você Se percebe como o próprio Ator, e não mais como apenas um personagem]. O que corrompe as relações humanas é a mente, e a mente é plena inconsciência.

Este conhecimento elucida plenamente o esquema de duas colunas do Núcleo, no qual a “primeira coluna” se refere à percepção consciencial (que é a “plena consciência”), em contraposição à “segunda coluna” que se refere à percepção mental (que é a “plena inconsciência”). Os que quiserem um maior esclarecimento do tema acessem: http://nucleu.com/2013/03/16/dialogo-divino/#comments
 
Conclui Satyaprem:
 
Na medida em que começa a ver como ela [a “mente do personagem”] se move, você [por ser o “ser consciencial”] se antecipa. Você [a “manifestação consciente” do Ser Real] aparece e ela [a falsa identidade criada pela “mente do personagem”] não mais está, assim como a luz diante da escuridão. Consciência está presente. [A percepção ou “consciência” de Quem você É está presente].
 
Namastê.
 
 

domingo, setembro 29, 2013

"Quem Eu Sou é Deus"

- Núcleo -
 
 
Outra profunda percepção consciencial compartilhada por Aquele que apareceu como o divino personagem Joel Goldsmith!
 
Há uma substancial diferença entre dizer "Eu Sou Deus" e perceber que "Quem Eu Sou É Deus".

Por isso, permitam-me comentar este texto.

“Um antigo, antigo conto, fala de um grande mestre espiritual que bateu às portas do céu para ser admitido no paraíso.”

É sempre assim, os contos atemporais são sempre vistos como “antigos”, muito antigos. De fato, nem se pode dizer que a Verdade, que é atemporal, pode ser classificada na categoria de tempo. Então está bem começar assim, dizendo: “Um antigo, antigo conto...”.

Sobre o que fala este conto antigo? Ele fala de um grande "mestre espiritual". Há realmente mestres e mestres – incontáveis! Há mestres cujo objetivo é ter muitos discípulos; há mestres cujo objetivo é fazer outros mestres. Mas há aquele que sabe que só há um Mestre! E mais: este que sabe, sabe Quem é o Mestre.

Como exemplo, Jesus sabia Quem é o “Mestre”! Por isso, compartilhou o seguinte ensinamento:

"Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo." (Mateus 23:8-10)
 
O ensinamento compartilhado no Núcleo é que: Só há um Mestre, que é Deus!

Continuando o conto:

“Deus veio atendê-lo e perguntou: “Quem é? Quem está batendo?”. Para tal pergunta, veio a confiante resposta: “Sou eu!”. E Deus lhe disse: “Lamento, sinto muitíssimo, mas não há lugar. Vá embora e volte em outra ocasião”.
 
Deus logo percebeu que se tratava de um divino personagem do primeiro tipo: o tipo de mestre cujo objetivo é ter muitos discípulos. Este tipo de mestre desconhece sua real identidade, por isso seu objetivo é ter muitos discípulos.
 
Continuando, o conto diz:
 
“O bom homem, surpreso com a recusa, foi embora muito confuso. Após anos de meditações e ponderações sobre aquela estranha recepção, voltou e bateu à porta novamente. Ouviu de Deus a mesma pergunta, e deu uma resposta similar. Outra vez foi informado de que não havia mais lugar no céu; estava completamente lotado naquele instante.”
 
Pois, Deus percebeu que se tratava de um divino personagem do segundo tipo: o tipo de mestre cujo objetivo é fazer outros mestres. Este tipo de mestre desconhece sua real identidade, por isso seu objetivo é fazer outros mestres. E então lota o céu... “assim foi informado de que não havia mais lugar no céu; estava completamente lotado naquele instante”.
 
Prossegue o conto antigo:
 
“Nos anos seguintes, o mestre avançou profundamente em seu interior, meditando e ponderando.”
 
Neste momento o “mestre caminha na direção certa... Seu objetivo não é mais “ter muitos discípulos” e nem mesmo “fazer outros mestres”. Seu objetivo agora é “conhecer a Verdade”, por isso o conto narra que “avançou profundamente em seu interior”.
 
Então, diz o conto:
 
“Após um longo período, pela terceira vez, bateu à porta do céu. E mais uma vez ouviu de Deus a pergunta: “Quem é?”. E sua resposta, desta vez, foi: “Sou o Senhor!”.
 
Foi dito acima: Há uma substancial diferença em dizer "Eu Sou Deus" e perceber que "Quem Eu Sou é Deus".
 
Dizer, ainda que convictamente, "Eu Sou Deus", não é o mesmo que saber que "Quem Eu Sou é Deus". Aquele que sabe que "Quem Eu Sou é Deus" conhece Quem percebe isso!
 
Enquanto o divino personagem assume o papel de “mestre” neste conto e caminha em direção ao exterior, a outros “divinos personagens”, aos quais quer transforma em discípulos ou em outros mestres, o que está fazendo é estabelecer um espaço, uma diferenciação, entre ele e outros supostos “divinos personagens” sem jamais ter o conhecimento da real identidade de todos estes “divinos personagens” e, da real identidade de si mesmo!
 
Contudo, a percepção de Quem Somos que revela Quem São os outros. Por isso todo ensinamento espiritual verdadeiro aponta sempre a direção do caminho interior na busca da Verdade! Como diria Jesus, no momento em que o Mestre, que Vive em nós (porque é onipresente), revela a nossa identidade, desaparecem aqueles "outros" como entidades separadas.
 
Por isso no Núcleo é compartilhado o ensinamento de que tudo o que está aparentemente fora de nós é uma “representação divina”, tanto o cenário quanto os personagens... porque a única Realidade é a própria divindade!
 
Há um Ser Real, que é Deus! Contudo, no momento em que olhamos para o exterior o que vemos é uma “representação”, pois, não há o "exterior". A palavra “Núcleo” é usada no sentido de “Essência ou Realidade do Ser!”. Assim, não há um núcleo do "meu ser" e um núcleo do "seu ser". Não há "meu" ou "seu", pois, só há um Ser! Este Ser é Quem Sou [é Quem nós Somos] por ser a real identidade por trás de toda a representação. É preciso notar que pode nem haver representação, a qual só existe quando olhamos para “o exterior”. Este “olhar para o exterior” é na verdade ativar a percepção do personagem, que é a percepção mental, que projeta a representação. A representação não é real, é o que parece, por ser uma “representação” divina e bastante realística para a percepção da “mente do personagem”. Mas para a percepção do Ser ela é completa, total e absoluta inexistência! E Deus não cria o que não existe, mas só o que é bom!
 
Portanto, a realidade que está sendo vista por você, divino personagem, acredite ou não, está sendo projetada por você mesmo! Se você continua “olhando para o mundo” [olhando para o exterior] e o julgando, você terá sempre a visão de algo que não é real mas que parecerá ser real pra você!
 
Acima foi dito: “E Deus não cria o que não existe, mas só o que é bom!”.
 
Para estar na representação mas não ser da representação, ou seja, para “estar no mundo mas não ser do mundo”, isso só é possível conhecendo o próprio Criador, e vendo que Ele cria mas com amor! Por isso a Realidade percebida por Deus é perfeita! É totalmente uma expressão Dele mesmo.
 
Essa “Realidade percebida por Deus” é a chamada de céu, no cristianismo, e por outros vários nomes usados conforme a linguagem do ensinamento, como por exemplo, Paraíso, Jissô, Nirvana, Mar Ryugu, e outros nomes.
 
O interessante aqui, no sentido de algo a ser notado, é que essa Realidade não está em outro lugar, portanto, não está separada, nem distante daqui. É uma “percepção”. Enquanto Deus usa o amor para perceber o que cria, os personagens utilizam o julgamento. E assim, da forma como julgam são julgados, pois eles fazem parte da representação, do mundo que julgam.
 
Enquanto a percepção consciencial é uma visão amorosa de Deus em nós, a percepção mental é uma expressão dos condicionamentos da “persona”, ou seja, da personalidade, da máscara que vela o Ser. Perceba que não é a sua percepção, mas sim, que é a percepção da mente do seu personagem!
 
Perceba que você é livre, totalmente livre, para perceber de outra forma.
 
Notem como o divino personagem Joel Goldsmith expressou a percepção: “Não existe Deus e você; existe unicamente Deus expresso ou manifesto como Ser individual. Há somente uma Vida: a do Pai. Permanecemos “fora do céu”, sem esperança alguma de nele ingressarmos, enquanto acreditarmos possuir uma identidade apartada de Deus, um ser separado e independente de Deus.”
 
Notem que quando a resposta foi: “Sou o Senhor!”, os portões se abriram largamente e Deus lhe disse: “Entre! Nunca houve espaço para Mim e você”.
 
Por isso foi dito acima: Dizer, ainda que convictamente "Eu Sou Deus" não é o mesmo que saber, ou seja, perceber que "Quem Eu Sou É Deus".

Pois, enquanto houver um “eu” dizendo convictamente que “sou Deus”, haverá um personagem se esforçando ao máximo para ser quem não É.
 
A percepção de que "Quem Eu Sou É Deus" não envolve esforço algum do personagem, ela é a percepção de Deus, é do Ser, da “Consciência do Ser”, assim chamada na linguagem usada no Núcleo de percepção consciencial.
 
É Deus em nós Quem Se revela e nos faz saber que "Quem Eu Sou É Deus". Por isso trata-se de uma percepção da Consciência do Ser; e não de uma afirmação, ainda que muito convicta, da mente de um personagem!
 
Assim, finalizando o conto: Na terceira ida às portas do céu, o “divino personagem” não faz afirmações sobre si mesmo, mas apenas compartilha uma percepção e diz: “Sou o Senhor!”.
 
E Deus percebe que se trata de um “personagem desperto”, aquele que sabe que só há um Mestre, que é Deus. É Ele Quem percebe: "Quem Eu Sou É Deus".
 
E a “representação divina” na qual há um Ator representando um personagem finaliza com esta revelação:
 
E os portões [do céu] se abriram largamente, quando Deus [o Ator] lhe disse: “Entre [em Meu mundo]! Nunca houve espaço para Mim e você [personagem]”.

Namastê!
 

sábado, setembro 28, 2013

"Quem é?"

 
Joel S. Goldsmith
 

Um antigo, antigo conto, fala de um grande mestre espiritual que bateu às portas do céu para ser admitido no paraíso. Deus veio atendê-lo e perguntou: “Quem é? Quem está batendo?”. Para tal pergunta, veio a confiante resposta: “Sou eu!”. E Deus lhe disse: “Lamento, sinto muitíssimo, mas não há lugar. Vá embora e volte em outra ocasião”.
 
O bom homem, surpreso com a recusa, foi embora muito confuso. Após anos de meditações e ponderações sobre aquela estranha recepção, voltou e bateu à porta novamente. Ouviu de Deus a mesma pergunta, e deu uma resposta similar. Outra vez foi informado de que não havia mais lugar no céu; estava completamente lotado naquele instante.
 
Nos anos seguintes, o mestre avançou profundamente em seu interior, meditando e ponderando. Após um longo período, pela terceira vez, bateu à porta do céu. E mais uma vez ouviu de Deus a pergunta: “Quem é?”. E sua resposta, desta vez,  foi: “Sou o Senhor!”. E os portões se abriram largamente, quando Deus lhe disse: “Entre! Nunca houve espaço para Mim e você”.
 
Não existe Deus e você; existe unicamente Deus expresso ou manifesto como Ser individual. Há somente uma Vida: a do Pai. Permanecemos “fora do céu”, sem esperança alguma de nele ingressarmos, enquanto acreditarmos possuir uma identidade apartada de Deus, um ser separado e independente de Deus.
 
 

quinta-feira, setembro 26, 2013

"A Vida impessoal" - 18/18



18 - UNIFICAÇÃO 
 
673. Tu, que verdadeiramente desejas consagrar-te, assim, a Mim; estás decidido a entregar tua Vida por completo a Mim, rejeitando todas as ideias, esperanças e metas pessoais, a fim de que Eu possa expressar livre e plenamente, através de ti, Minha Ideia Impessoal, põe toda tua atenção nestas Palavras. 
 
674. Eu te hei conduzido através de todas as tuas experiências de Vida até o ponto em que te encontras. Se estás agora realmente pronto e disposto a servir-Me e reconheces que de ti mesmo nada podes fazer e nada podes saber e que EU SOU; que o que chamas tua inteligência, tua força e tua substância, são realmente Minhas, e que SOU EU quem dirige todos os teus pensamentos e quem te induz e te torna capaz de fazer tudo o que fazes, então já podes compreender a significação de Minhas Palavras, e estás já preparado para obedecê-las. 
 
675. Eu, até este momento, te trouxe as experiências destinadas a ensinar-te exatamente estas coisas. Porém, de hoje em diante, se já estás pronto e fores digno, obrarás conscientemente Comigo, alegremente, e não obstante, serenamente, na expectativa de cada nova experiência, sabendo que, em cada uma delas, estão contidas maravilhosas manifestações de Meu Propósito, que farei bem claras para ti, e que, cada vez mais te irão conduzindo a uma união intima e amorosa, Comigo. 
 
676. Deste modo, todas as experiências, daqui em diante, serão bênçãos para ti, em vez de provações e provas, ou efeitos "karmicos" de atos passados; pois que em cada uma delas, Eu desvendarei para ti gloriosas visões de Minha Realidade, de teu próprio Verdadeiro e Maravilhoso Ser; até que não mais te sintas inclinado a seguir satisfazendo teus velhos desejos, mas buscarás tão-somente conhecer Meus desejos e ser agradável a Mim. 
 
677. Isto manifestar-se-á de muitos modos novos. Em tuas atividades, quaisquer que elas sejam, já não te preocupará qual a tarefa, mas te aplicarás ao que está diante de ti, seja o que for, sabendo que isso é o que EU ordeno; esforçar-te-ás sempre e somente em agradar-Me por tua participação Impessoal na execução da tarefa, o que Me possibilitará rapidamente cumprir Minha Vontade.

678. Mesmo em teus negócios, constatarás que EU SOU (estou) presente. Com efeito, EU SOU Quem te proporciona tais negócios, quaisquer que eles sejam; mas não para que deles dependa teu sucesso ou fracasso, nem para que amontoes riquezas para teus descendentes, ou percas tudo o que tens, ou nunca acumules nada. Não. Mas, sim, para que através de sucesso ou fracasso, ou falta de ambição ou de habilidade especial, Eu possa despertar teu coração à realização de Mim, o Uno Impessoal, localizado no teu centro; inspirando e dirigindo todas as coisas que fazes, esperando, até que tu conscientemente participes do verdadeiro Êxito e aceites, por fim, as verdadeiras Riquezas que Eu tenho reservadas para ti. 
 
679. Aprenderás então que teus negócios, ou teu labor, ou tua condição de vida, nada mais são do que incidências ou os veículos externos que EU escolho e uso para conduzir-te através de certas experiências que EU considero as mais adaptadas para trazer-te a esta realização; e ao mesmo tempo despertar em ti certas qualidades da Alma que presentemente se expressam imperfeitamente. 
 
680. Se puderes perceber-Me residindo assim em teu coração, acompanhando-te ao teu escritório, à tua oficina, ao teu trabalho, qualquer que seja, e permitires que EU dirija teus negócios e todos teus caminhos; em verdade te digo, quando assim agires nesse mesmo instante te tornarás consciente de um novo Poder dentro de ti, um Poder que fará fluir de ti atenciosa e benevolente simpatia; um autêntico amor fraterno; um amoroso desejo de ajudar a todos os que entram em contacto contigo, inspirando-os a princípios mais elevados nos negócios e na vida: criando neles uma ânsia de compartilhar influências similares dentro de seu próprio círculo; um Poder que atrairá para ti negócios, dinheiro, amigos e abundância de todas as coisas que necessitas; um Poder que te ligará com as mais elevadas esferas do pensamento e te capacitará a teres uma visão clara, bem como manifestares conscientemente, em cada momento de tua vida, todos os Meus Poderes e Atributos Impessoais. 
 
681. Não sentirás mais necessidades de ir à igreja ou a reuniões religiosas de qualquer classe, nem mesmo de ler os Ensinamentos de Minhas Revelações, a fim de achar-ME e de adorar-ME. 
 
682. Em vez disso, te voltarás para dentro, e ali sempre me encontrarás; e ficarás tão pleno da alegria de comungar Comigo e de servir-ME, e assim adorar-ME, que não te interessarás em nada mais que não seja escutar Minha Voz e obedecê-la, e assim sentir o calor e a vibração do Meu Terno Amor, plenificando e envolvendo-te; preparando o caminho por donde quer que vás, e suavizando as condições qualquer que seja tua tarefa.
 
683. Farei que sejas uma influência benéfica e positiva na comunidade em que Eu te hei de colocar, atraindo a Mim todos os homens, para que recebam Minhas Bênçãos através de ti; sim, por ti, que agora és capaz de exercer tal domínio sobre tua personalidade de modo a torná-la sujeita à Minha Santa Impessoalidade de tal forma que te esquecerão e verão unicamente a Mim, sentindo o efeito vivificante de Minha Presença dentro de seus corações; de tal maneira que possam prosseguir com uma nova luz em seus olhos e a sensação de um novo propósito em suas vidas. 
 
684. Em teu lar, como no de todos, muito especialmente. estarei EU presente. Através dos que estão mais próximos. Eu te ensinarei muitas coisas maravilhosas, que já agora podes compreender, quando antes te rebelavas apaixonadamente contra sua verdade. Através de marido, mulher, filho ou filha, irmão, irmã, pai ou mãe poderei eu agora desenvolver em ti estas grandes qualidades - paciência, bondade, tolerância, controle da língua, benevolência, verdadeiro altruísmo, e um coração compreensivo; porque te farei ver que EU SOU (estou) no âmago de seus corações, como estou no teu. 
 
685. Agora, estás habilitado a compreender e beneficiar-te com tudo isso. Quando, de fato, compreenderes verdadeiramente esta grande verdade, serás capaz, de ver-Me a Mim em teu irmão, ou tua esposa, os teus pais ou em teu filho, apelando para ti com olhos amorosos e felizes quando te dirigem a palavra. Em vez de culpá-los por seus aparentes erros, te voltarás para dentro, a Mim, o Uno Impessoal que falará, através de ti, palavras amenas de amorosa ternura, as quais imediatamente abrandarão o coração do outro e novamente vos unirão, e mais intensamente do que antes. Porque EU, o EU real, no coração de cada um, Sou UM, e sempre respondo quando assim solicitado, 
 
686. Sim, se puderes chegar a sabê-lo, tua maior escola e teu mais sábio mestre se encontram em tua própria casa, no aconchego de teu próprio lar. Muito, muitíssimo, está reservado para aqueles que conscientemente sabem disto e permitem que EU, o Impessoal Uno no seu interior, transmita o ensinamento. Porque, não somente te ensinarei muitas coisas pela boca daqueles mais próximos de ti, senão que, também, a eles lhes ensinarei da mesma forma através de ti - mas com esta diferença - que, se estiveres cônscio de Mim e Impessoalmente descansares em Mim e em Minha Sabedoria, então tu permitirás que EU inspire tuas palavras e transmita poder aos teus atos, e não te hás de preocupar acerca dos efeitos sobre os outros ou sobre ti mesmo, pondo toda a responsabilidade sobre Mim.
 
687. Quando puderes fazer isto, te maravilharás com as mudanças que observarás, tanto em tua personalidade como nas personalidades de teus entes queridos - até que sejas capaz de ver, oculto nas suas personalidades humanas, a Mim, teu próprio Ser Impessoal, brilhando nos seus olhos. 
 
688. Quando desse modo puderes ver-Me, então os céus se abrirão para ti e não mais verás imperfeições em teu irmão, nem perceberás desarmonia em teu derredor, nem sentirás aspereza alguma de parte de teus semelhantes. Porque, então, saberás que EU, o Uno Impessoal no interior de todos, SOU a fonte de toda perfeição, de toda harmonia, de toda bondade e fico na expectativa de que a personalidade humana decida reconhecê-lo, e se afaste submissivamente do cenário deixando que Minha Luz brilhe resplendente em toda a glória de Minha Ideia Divina. 
 
689. Então verás que todas as condições nas quais Eu te coloco, são os lugares que EU escolhi onde melhor poderás Me servir; que em todos os lugares e em todas as condições há muito, muitíssimo que fazer. Quanto mais desagradáveis forem para a personalidade, tanto mais necessidade há de Minha Presença Viva, 
 
690. Onde quer que te encontres quando o despertamento chegar, qualquer que haja sido tua experiência - nos negócios, na. profissão, no trabalho manual, na igreja ou no submundo -, ali se encontra talvez, tua melhor oportunidade para servir; porque ali é onde melhor conheces a maneira de agir e de que modo fazê-lo. Pois como poderão o meu "eu" e vossos outros "eus" despertar a um conhecimento de Minha Presença no interior, sem a influência vivificante que primeiramente deve vir de fora? Tu que recebeste, tens que dar. Tu que foste despertado terás que te tornar um agente vivificados dos teus semelhantes. Sim, tu terás que levar a esses negócios, a essa profissão, a esse labor, a esse submundo, Minha presença Viva, terás que abrir as portas aos corações entristecidos e enfermos e deixar que Minha Luz e Meu Amor curador jorrem para dentro deles. Terás que suprir o fermento que levedará a massa. Se tais condições hão de ser erguidas, tu que despertaste, terás que levar a esses meus filhos ignorantes e traídos Minha inspiração, Minha bênção, Minha força para que possam levantar-se e arrojar de si a influência dos caminhos do mundo, possam escutar Minha Voz em seu interior, e possam dai em diante tornarem-se os senhores das condições que os rodeiam e não mais seus escravos. Nenhuma condição na vida pode ser erguida ou conquistada, fugindo dela. O toque Divino é necessário e terá que ser suprido. Porém, somente o pode dar aquele que haja sondado os abismos e também alcançado as alturas da experiência humana, tendo-Me a MIM como Guia e Intérprete.
 
691. Tu, que lês e cuja alma compreende, és abençoado e tua tarefa está diante de ti. 
 
692. Tu, porém; que ainda hesitas, enquanto tua personalidade estremece de temor, à medida em que a luz se infiltra em teu intelecto anuviado - tu, também, participarás, muito em breve, de Minhas Bênçãos. Porque te estou preparando rapidamente para a alegria que te aguarda. 
 
693. Porém ambos, tu que compreendes e ti que temes, sabei que EU estou manifestando, agora mesmo, Minha Vontade através de vós; e que, seguramente, virá o tempo quando não reconhecereis outra Vontade que não seja a Minha, e quando tudo o que Vós Quiserdes, realizar-se-á, e despertareis plenamente de vosso Sonho de Separação e Me reconhecereis como a Vosso Verdadeiro e único Ser. 
 
694. Isso, porém, não ocorrerá até que tenhas feito entrega de ti mesmo e de tudo em tua vida totalmente a Mim e nada reste em tua personalidade humana que possa atrair outros ao mais leve pensamento ou sentimento de desarmonia, por palavras ou atos teus. 
 
695. Teus caminhos serão, então, um ciclo contínuo de bênçãos. Onde quer que fores, Minha Luz brilhará e Meu Amor irradiará a teu derredor, criando Paz, Concórdia e Unidade. E o maravilhoso acontecimento será - se bem que não milagroso, mas, sim natural, uma vez que o compreendas - que todos sentir-se-ão melhores e mais felizes com o teu aparecimento em suas vidas. 
 
696. Porque o EU SOU, neles, embora ainda na carne, achou e pressentiu dentro de ti, um veículo de expressão verdadeiramente Impessoal, e por isso sente, embora não conscientemente através da personalidade, a Glória e a Santidade de Minha Vida Impessoal.


terça-feira, setembro 24, 2013

"A Vida Impessoal" - 17/18



17 - ACHANDO-ME 
 
593. Tu, que estudaste cuidadosamente tudo o que nestas páginas se tem dito e que crês haver logrado um vislumbre de Mim, mas, não obstante, não te sentes seguro: acerca-te mais, e escuta, com a Alma, o que EU agora vou dizer-te. 
 
594. Aquieta-te! - SABE - EU SOU - DEUS. 
 
595. Se aprendeste a "Aquietar-te", se estudaste e meditaste sobre este "EU" como Deus em teu interior; se és capaz de distingui-lo do EU pessoal (ego) e puderes conscientizar, às vezes, de te colocares, do lado "de fora", por assim dizer, de tua personalidade e contemplar o teu ego humano (personalidade) como ele é, observando todas as suas mesquinhas faltas e fraquezas, seu egoísmo abjeto, suas paixões e apetites animalescos, seus desejos infantis, seu orgulho tolo e suas vaidades; 
 
596. Se puderes fazer tudo isso e puderes ter contemplado estas coisas com visão clara, tudo o antes dito, sabe que nesses momentos foste Uno Comigo em consciência; que foi teu Verdadeiro Ser, EU em teu interior, permitindo-te a assim observares com Meus olhos a Realidade das coisas. 
 
597. Nesses momentos, ficaste livre de tua personalidade, e habitaste na Minha Consciência, chama-a Cósmica, Universal, Espiritual ou Consciência Impessoal, como queiras; porque não poderias haver visto essas coisas em ti, a não ser pelo veículo dos olhos Impessoais, Meus Olhos. 
 
598. Por outra parte, se olhares para trás, recordarás muitas ocasiões quando te sentiste fortemente impelido a fazer certas coisas, algumas com as quais lograste resultados perfeitos; outras contra as quais arguiste, com teu intelecto raciocinando de forma a tomares uma ação diferente, tendo muitas vezes como resultado o fracasso, a desilusão ou o sofrimento. 
 
599. Esta consciência que te impeliu não foi senão teu Ser Verdadeiro, Eu em teu interior, que nesses momentos te guiava, dizendo-te, clara e precisamente, o que devias fazer. Nesses momentos, tu percebeste Minha Voz com teus ouvidos Espirituais, Meus Ouvidos, e quando obedeceste Impessoalmente, o êxito e a satisfação não se fizeram esperar; porém, quando julgaste que pessoalmente sabias melhor o que devias fazer, colheste os resultados na forma de frustração, arrependimento e infelicidade.

600. Ainda mais, houve momentos em que pressentiste a aproximação de acontecimentos, ou a proximidade de pessoas invisíveis, ou de vibrações negativas, ao entrar em contato com outras pessoas. 
 
601. Isso nada mais é do que teu EU verdadeiro, sentindo com teu corpo Espiritual ou Impessoal, cuja consciência (bom seria que o tivesses sabido no momento) está sempre alerta para proteger-te, prevenir-te e informar-te com respeito a todas as coisas, condições e acontecimentos externos. 
 
602. O meio mais seguro e melhor para que possas conhecer-Me é quando o Amor Altruísta enche teu coração e quando sentes um forte e irresistível impulso de ajudar a alguém, de curar seus males, de aliviar seus sofrimentos, de trazer-lhes felicidade, apontar-lhes o Caminho Verdadeiro, - este é o sentimento real da Minha Presença dentro de ti afastando a personalidade, usando tua mente e teu corpo para o propósito para o qual EU os criei, como avenidas para manifestação de Minha Verdadeira Natureza, que é o Perfeito Amor, o Cristo de Deus, o único e Uno Poder vitalizante, revivificante, curador, supridor e iluminador no Universo. 
 
603. Tudo isto te digo, a fim de que conscientizes que Sou Eu, em teu corpo Espiritual, o corpo Perfeito interno onde habito, quem desta maneira sempre te está falando, para informar-te, ensinar-te, prevenir-te e ajudar-te, em todos os assuntos da vida, sim, até nos mínimos detalhes. 
 
604. Basta que te voltes para Mim e que cuidadosamente observes e estudes estas impressões que recebes a cada momento, e aprendas a confiar nelas, a esperar e descansar em Mim, verdadeiramente EU te guiarei em todos teus caminhos; resolverei todos teus problemas, tornarei fáceis todas as tuas tarefas, e serás conduzido a verdes pastagens à beira das águas tranquilas da vida. 
 
605. Ah! filho Meu, se empregares uma décima parte que seja do tempo e da energia que tens dissipado em buscar por fora, na palha seca do conhecimento humano e dos ensinamentos humanos, seriamente, com determinado esforço dirigido para dentro, em busca de Mim; 
 
606. Se devotares tão só uma hora de cada dia a Mim somente, imaginando e praticando Minha Presença em teu interior;

607. Eu aqui te prometo, que, não só Me acharás de pronto, mui pronto, senão que serei para ti uma fonte inesgotável de tamanha Sabedoria, Poder e Ajuda, como tua mente humana, por ora, possivelmente não pode conceber. 
 
608. Sim, se tu, assim, verdadeiramente, Me buscares, fazendo de Mim o PRIMEIRO em tua vida, sem jamais descansar até que Me encontres, não passará muito tempo para te tornares consciente de Minha Presença, de Minha Voz suave, que está te falando constantemente desde as profundezas de teu coração. 
 
609. Aprenderás a vir a Mim em Doce Comunhão, e permanecerás em Minha consciência, e Minha Palavra habitará em ti, e, seja o que for que desejes, te será concedido por caminhos aparentemente milagrosos. 
 
610. Este viver continuamente em Mim poderá ser difícil no princípio, porque o Mundo, o Demônio e a Carne ainda se fazem sentir em tua consciência. Porém, acostumar-te-ás ao uso dos Meus Olhos Impessoais, e serás de pronto capaz de olhar para dentro da Realidade das coisas, sim, até mesmo dentro da Realidade desses aparentes Senhores da Terra. Constatarás, então, que vives em um maravilhoso Mundo novo, povoado de Seres Angelicais, usando seus corpos carnais de suas personalidades humanas, meramente como veículos, ou instrumentos ou roupagem, que lhes servem para pôr-se em contato com as condições e experiências terrenas que Eles criaram a fim de desenvolver as qualidades da Alma necessárias para a perfeita expressão de Minha Ideia sobre a terra. 
 
611. Não haverá, então sombras para teus olhos, nem o mal, e, consequentemente, tampouco haverá Demônio; porque tudo é Luz e Amor, Liberdade, Felicidade e Paz, porque Me vês a Mim em tudo: em cada Ser, algum Atributo Meu; em cada coisa animada, alguma fase de Mim; e te bastará que deixes Meu Amor irradiar para fora de teu coração, para que Sua Luz resplandecente ilumine para ti o significado Verdadeiro de tudo o que vês. 
 
612. Virá, então, a grande Realização, que achaste o Reino de Deus, que nele caminhas, que Ele está aqui mesmo nesta terra, que está se manifestando em tudo ao teu derredor, que tens estado vivendo nele todo o tempo, mas que o ignoravas.

613. Que, em vez de estar localizado em algum lugar distante no exterior, está Ele dentro de teu próprio ser, dentro de todos os outros seres e que esse Reino é o recôndito, o mais íntimo, de todas as coisas manifestadas. 
 
614. Em outras palavras, constatarás que Ele é a REALIDADE de TODAS as coisas, e que todo aspecto exterior é apenas a sombra dessa Realidade, criada pelos falsos conceitos do homem, e por sua crença na sua separatividade de Mim. 
 
615. E quando hajas encontrado o Reino, também encontrarás teu lugar nele, realizando agora que és, em verdade, um de Meus Atributos Divinos, que tua tarefa já foi toda ela, delineada para ti desde o princípio e que tudo o que ocorreu até aqui não tem sido senão uma preparação e uma adaptação de tua personalidade humana para tua tarefa. 
 
616. Toda tua Alma se sentirá transbordante de antecipada alegria, porque depois de todos esses anos de jornada sem rumo, hás regressado, por fim, ao Meu Lar e podes, agora, entrar a desfrutar de Minha Vida Verdadeira, Uno em Consciência Comigo e com todos os outros "EU’S", todos trabalhando para concretizar a final e perfeita expressão de Minha Divina Ideia sobre a terra. 
 
617. Tu, a quem a leitura destas páginas trouxe à memória passadas alegrias, e cuja alma se sente revivificada e sintonizada, não abandones estas palavras antes que hajas podido extrair delas tudo o que tenho para dizer-te. Aquieta-te ! Escuta Minha Voz interna e conhece as glórias que te esperam - se és capaz de ver com olhos Impessoais e escutar com Entendimento Impessoal. 
 
618. Mas, se esta leitura te revelar a primeira visão de Minha Realidade em teu interior pondo em ação, através desta realização parcial de Mim e de Meu Reino, intensas vibrações que te transportarão num estado de êxtase Espiritual temporário, e tu te resolveres a tentar permanecer nessa conscientização de Mim sempre e de sempre obedecer-Me, - não desanimes se porventura fracassares, quando se te apresente, imediatamente depois, uma ocasião que porá à prova a sinceridade e a força de tua resolução. 
 
619. É só através de tentativas e fracassos, e compreendendo profundamente tua falta de força e habilidade para descansar e confiar em Mim, que EU posso vivificar em ti a conscientização de Meus Poderes Divinos sempre prontos para se manifestar através de ti.

620. Essas elevadas vibrações são apenas o surgimento de certas qualidades de Alma que entram em ação com suas faculdades correspondentes, que devem ser despertadas antes que Me seja possível manifestar tais Poderes. 
 
621. E, naturalmente, quando essas qualidades da Alma entrarem em ação, enfrentam elas ativa oposição de certas outras qualidades que até então exerciam absoluto domínio em tua natureza e que devem ser vencidas e postas sob sujeição para serem logo depois erguidas para que prestem o verdadeiro serviço que lhes cabe, antes que as qualidades da Alma possam livremente expressar-se. 
 
622. E esta oposição deveria fortalecer, como de fato fortalecerá, provará e aperfeiçoará a expressão dessas qualidades da Alma, pois te deverás tornar capaz de resistir a todos os ataques de fora, antes que possas manifestar plenamente todos os Meus Poderes Divinos, em ebulição desde o teu interior. 
 
623. Bom é que saibas que EU manifesto esses poderes em ti tão depressa quanto possas suportá-los e permanecer forte. 
 
624. O erro que cometes consiste em tratar crescer por ti mesmo. 
 
625. EU SOU a Arvore da Vida em teu interior. Minha Vida quer e deve manifestar-se, mas ela o faz por etapas, e crescimento ininterrupto. Assim, pois, não poderás chegar à colheita sem que hajas primeiramente amadurecido. Lembra-te que Minha Vida está permanentemente fazendo com que evoluas e cresças rumo à perfeição em tudo o que concerne à saúde, força e beleza, que deverá se manifestar exteriormente, da mesma forma como agora se está expressando no teu interior. 
 
626. Tu, que começaste a compreender o EU SOU de dentro, mas que ainda não aprendeste a comungar Comigo, escuta e aprende agora. 
 
627. Aprendeste a "Aquietar-te" e, quiçá, até tenhas sentido Minha Presença em teu interior. Se assim é, conscientizando o EU SOU que ali está, faz-Me uma pergunta. Então, com uma prece sincera e silenciosa, pedindo resposta, mas sem ansiedade, preocupação ou interesse pessoal, e com uma mente arejada, espera confiadamente pelas impressões que hão de vir.

628. Se te chega algum pensamento que reconheces como algo que ouviste e leste algures, rejeita-o imediatamente e diz: "Não, Pai! Que é que TU dizes?" 
 
629. Poderão vir-te outros pensamentos, de outras fontes humanas, porém, se permaneceres alerta, tu os reconhecerás como tais e recusarás aceitá-los. Se persistires, então, em pedir que EU conteste, tu por fim receberas uma resposta, que inequivocamente sentirás realmente emana de Mim. 
 
630. Assim será na fase inicial. Quando houveres aprendido a distinguir Minha Voz de todas as outras vozes e puderes eliminar por completo teu interesse pessoal, então serás capaz de manter Comunhão silenciosa Comigo, quantas vezes quiseres, sem a interferência de ideias, crenças e opiniões de outros; e poderás perguntar-Me, o que queiras, ou outros poderão fazer-te qualquer pergunta sobre algum problema para o qual necessitem de ajuda, e, EU porei naquele instante sem tua mente as palavras que deverás falar, silenciosamente só para ti, ou audivelmente, através de tua língua, para os outros. 
 
631. Tu, Filho Meu mui Amado, que te consagraste a Mim e que estás redobrando todos os teus esforços para estabelecer união Comigo, mas que em vez disso constataste que aparentemente todo o amparo ou apoio do Mundo te há sido tirado, ou está sendo retirado, e que te encontras sem dinheiro e sem amigos, sem saber para onde voltar-te em demanda de auxílio humano. 
 
632. Aprende, Meu Abençoado Filho, que agora já te encontras muito perto, mas muito perto mesmo, e que se persistires habitando em Mim, deixando que Minha Palavra habite em ti e que Ela te guie, descansando e confiando absolutamente em Minha Promessa, mui pronto te encherei de tamanha Alegria, tamanha Plenitude e tamanha Paz, que palavras humanas e mentes humanas não poderão jamais descrever. 
 
633. Porque obedeceste às minhas Ordens, e em Mim confiaste e buscaste primeiro Meu Reino e Minha Justiça, Eu te darei por acréscimo todas as demais coisas, mesmo aquelas que o Mundo te tem negado, 
 
634. Tu, Meu Filho Amado, que semelhantemente te consagraste a Mim, mas que continuas ainda preso a alguns dos padrões do Mundo, e te sentes incapaz de soltá-los e confiar totalmente em Mim;

635. Tu, a quem, por isso mesmo, tenha permitido o fracasso, desengano e até pobreza, a fim de que aprendas o falso valor de todas as coisas do mundo, sua impermanência, sua falta de poder para proporcionar felicidade, nada tendo em comum com Minha Vida Real. 
 
636. Tu, filho querido, que nada disto ainda podes perceber e que tens o coração cheio de ansiedade e de temor, porque ignoras de onde há de vir-te o pão amanhã ou o dinheiro para o aluguel da próxima semana, ou para o pagamento da prestação vencida; 
 
637. Escuta, uma vez mais, Minhas Palavras, dadas a ti como a todos, há muito tempo já no Sermão da Montanha; 
 
638. "Portanto, Eu vos digo, não vos preocupeis por vossa vida, nem com o que havereis de comer, nem o que havereis de beber; nem ainda por vosso corpo, com o que vos havereis de vestir. 
 
639. "Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? 
 
640. "Contemplai as aves no ar; elas não semeiam nem ceifam, nem acumulam em celeiros, e, não obstante, vosso Pai celestial as alimenta. Não sois vós muito mais do que elas? 
 
641. "Quem de vós, por afligir-se, poderia acrescentar um palmo à sua estatura? 
 
642. "E por que vos preocupais pelo vestido? Considerai aos lírios do campo, como crescem; eles não tecem nem fiam, e, sem dúvida, Eu vos digo que nem Salomão com toda sua glória se vestiu como um deles. 
 
643. "E se Deus veste assim às ervas do campo, que hoje existem e amanhã são arrojadas à fornalha, não vos vestirá muito melhor a vós outros, oh! homens de pouca fé! 
 
644. “Assim, pois, não vos preocupeis dizendo Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos”? 
 
645. "Porque todas essas coisas as buscam os gentios. Pois vosso Pai Celestial sabe que tendes necessidade destas coisas.”

646. "Mas buscai primeiro ao Reino de Deus e Sua Justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo.”
 
647. "Portanto, não vos afligis pelo amanhã, que o amanhã trará sua própria ansiedade.”
 
648. "Basta ao dia sua própria aflição". 
 
649. Necessitas, acaso, Ordens mais precisas ou Promessas mais claras do que estas? Tu, que te hás consagrado a Mim e te chamas Meu Discípulo? 
 
650. Escuta! 
 
651. Não tenho EU te suprido com tudo ? Não tenho EU aparecido na hora certa em que estavas em necessidade? Houve, porventura, alguma ocasião quando tudo estava escuro, que EU não te haja trazido a Luz? 
 
652. Podes tu, com o que agora já sabes, olhar para o teu passado e ver onde poderias ter ordenado melhor tua vida ? Trocarias tua compreensão Espiritual pelas posses terrenas de quem quer que tu conheças? Não te tenho dado EU tudo isso, a despeito de teres sido um rebelde e de teres recusado escutar-me toda tua vida? 
 
653. Ah, Filhos meus! Não podeis vós ver que dinheiro, casa, vestuário, alimento e a posse dessas coisas são meros incidentes, e nada têm que ver com vossa Vida real, a não ser que os torneis reais, dando-lhes, pelo pensamento, tamanha importância, deixando-se a Mim, de lado, como coisa secundária? 
 
654. Se se fizer necessário que sejas privado das coisas do mundo para que possas aprender a Verdade - que EU SOU a única coisa importante na Vida; que eu devo ser para ti o PRIMEIRO, se verdadeiramente Me amas - EU permitirei que a Felicidade e Prosperidade real e duradoura possam ser tuas. 
 
655. E isto, também se refere a ti, Filho Meu, que perdeste a saúde; perdeste a coragem; que perdeste todo o domínio sobre teu SER, depois de fatigosos anos de busca no exterior, junto a médicos e remédios terrenos, seguindo fielmente todas as instruções e sugestões que te foram dadas, com o objetivo de recuperar a vitalidade perdida, - a ti, que te voltaste para dentro, a Mim em teu interior, com a vaga esperança de que, quiçá, EU possa ajudar-te; 
 
656. Sabe, Meu Filho, que tu, também, deves vir em completa submissão a Mim, ao Uno e Único Médico que te pode curar. Porque EU SOU a Vida Onipotente em teu interior. EU SOU tua Saúde, tua Força, tua Vitalidade, e só quando puderes sentir-me em teu interior e saber EU SOU tudo isto para ti, poderás ter Saúde verdadeira e permanente. 
 
657. E agora, Filho Meu, acerca-te de Mim, porque EU SOU agora te dirá quais são os meios de obter todas estas coisas: Saúde, Prosperidade, Felicidade, União e Paz. 
 
658. Nas seguintes palavras se encontra oculto o Grande Segredo. Bem-aventurado todo aquele que logra encontrá-lo! 
 
659. Aquieta-te! E SABE - EU SOU - DEUS. 
 
660. SABE que EU SOU quem está em ti, SABE que EU SOU Tu, SABE que EU SOU tua VIDA, SABE que Toda Sabedoria, Todo Amor e Todo Poder residem nessa Vida, que está fluindo livremente por todo teu ser, AGORA mesmo. 
 
661. EU SOU a VIDA, EU SOU a INTELIGÊNCIA, EU SOU o PODER em toda Substância, em todas as células de teu corpo; nas células de toda matéria, seja mineral, animal ou vegetal; no fogo, na água e no ar; no Sol, na Lua e nas Estrelas. EU SOU em ti e em todas as coisas, isso que É (que existe). A consciência nelas é Una com tua consciência, e Tudo é Minha consciência. Em virtude de Minha consciência nelas, tudo o que possuem ou são, é teu, está à tua disposição. 
 
662. Assim, pois fala-lhes EM MEU NOME. 
 
663. Fala-lhes na consciência de tua Unidade Comigo. 
 
664. Fala-lhes na consciência de Meu Poder em ti e de Minha Inteligência nelas. 
 
665. Fala, - ORDENA o que TU QUEIRAS nessa consciência, e o Universo todo correrá a obedecer-te.

666. LEVANTA-TE, Oh! aspirante à união Comigo. Aceita, agora, tua Divina Herança! Abre plenamente tua Alma, tua mente, teu corpo, e aspira profundamente Meu Hálito da Vida! 
 
667. Sabe que EU ESTOU enchendo-te com Meu Divino PODER até transbordar, e que cada fibra, cada nervo, cada célula, cada átomo de teu ser, está agora conscientemente, vivo com Minha Vida, com Minha Saúde, com Minha Força, com Minha Inteligência, com Meu SER! 
 
668. Porque, EU SOU (estou) em teu interior. Não estamos separados. Não há possibilidade de estarmos separados. Porque EU SOU Tu. EU SOU teu VERDADEIRO Ser, tua VERDADEIRA Vida e EU SOU (estou) manifestando Meu SER e TODOS os MEUS PODERES em ti AGORA mesmo. 
 
669. DESPERTA! Levanta-te e afirma tua Soberania! CONHECE teu SER e teus PODERES! SABE que tudo o que Eu tenho é teu, que Minha VIDA Onipotente está fluindo através de ti; que tu podes tomar d'ELA e edificar com ELA o que QUISERES; que ELA se manifestará para ti como Saúde, Poder, Prosperidade, União; Felicidade e Paz; seja o que for que QUISERES de MIM. 
 
670. Imagina, isso. PENSA nisso. SABE isso! Depois, com toda a Força Positiva de tua natureza. Fala a PALAVRA, o Verbo Criador! Ela não voltará para ti vazia. 
 
671. Sabe, porém, Meu Amado, que isto não poderá ocorrer senão quando hajas vindo a Mim em completa e total submissão, senão quando hajas entregue a Mim e posto à Minha disposição a ti mesmo, teus bens, teus assuntos, tua Vida, lançando todos os cuidados e responsabilidades sobre Mim, descansando e confiando em Mim absolutamente. 
 
672. Quando houveres feito isso, as Palavras acima então acelerarão Meus Poderes Divinos, latentes em tua Alma, transformando-os em Vida ativa e te tornarás consciente de uma Potente FORÇA em teu interior, a qual, na proporção de tua permanência em Mim e das Minhas Palavras em ti, te libertará por completo de teu Mundo de Sonho; te vivificará totalmente no Espirito, tornará claros todos os teus caminhos, suprirá tudo o que desejas e afastará de ti, para sempre, as preocupações e o sofrimento. Então não existirão mais dúvidas, nem formularás mais perguntas, porque, então SABERAS que EU, DEUS, teu próprio Ser, sempre serei, provarei, sempre te indicarei o caminho; porque, em verdade, então já terás constatado que Tu e Eu somos Um.

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