"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

domingo, setembro 28, 2014

O Princípio da Neutralidade e a Cura

 Capítulo 12 

O PRINCÍPIO DA NEUTRALIDADE E A CURA

Todo o universo é infinitamente perfeito agora. Todos os seres já são infinitamente perfeitos agora. Todos os acontecimentos estão se manifestando em harmonia perfeita agora. Só existe o universo espiritual perfeito. Só existe o agora. Nada há para ser corrigido ou melhorado.


O estado de cura é a posição imediata da pessoa que aplica o que chamamos de "princípio da neutralidade". O nosso verdadeiro EU se encontra permanentemente em condição de neutralidade, ou seja, em posição transcendental, isenta dos opostos "bem e mal". O nosso verdadeiro EU já se encontra nesta condição transcendental. Os conceitos de bem e mal não são pertencentes à nossa Essência! Nada têm a ver conosco. Ambos os conceitos somente existem para a ilusória mente humana e não passam de crenças coletivamente aceitas, sem qualquer fundamento, realidade, substância e poder.

Como o nosso EU se encontra permanentemente alheio às crenças coletivas falsas, não seria de todo incorreto afirmarmos que estamos permanentemente em "estado de cura". Isto equivale a dizer que o "trabalho de cura" consiste unicamente do reconhecimento de que o "estado de cura" já é uma realidade.

Enquanto permitirmos que a mente humana atue hipnoticamente sobre nós, por meio de suas crenças errôneas, iremos aceitar a irrealidade da presença do bem e do mal como se ambos realmente fossem verdadeiros. Porém, se partirmos da premissa correta, que reconhece que SOMENTE DEUS É, simplesmente É, e que tanto o bem como o mal não passam de conceitos insubstanciais, evitaremos a atuação das crenças errôneas em nossas mentes e conseguiremos visualizar a perfeição divina transcendental em seu conceito limitado possível de ser captado pela mente humana.

A mente humana analisa tudo segundo as aparências que desfilam à sua frente, rotulando-as de boas ou más. Se não tomarmos as rédeas em nossas mãos, ficaremos à mercê daqueles falsos julgamentos e sempre ansiosos nesta vida: ora fugindo das más aparências, ora buscando as boas aparências, ou mesmo procurando conservá-las. É neste ponto que a humanidade falha. As aparências não têm substância real. Não passam de quadros mentais transitórios de natureza puramente hipnótica! SOMENTE A REALIDADE ESPIRITUAL É EXISTÊNCIA REAL E PERMANENTE!

O "Princípio da neutralidade" é um recurso prático de que dispomos para nos isolarmos internamente da ilusória crença em dois poderes e para nos isolarmos das aparências deste mundo. Com ele, ficamos com uma idéia melhor de nosso objetivo: a permanência em atitude neutra diante de quaisquer aparências deste mundo, na consciência de que SOMENTE DEUS É!

Exemplo de aplicação

Suponha que encontremos duas pessoas conhecidas, e que elas nos venham contar as novidades atuais de suas vidas. Uma delas, muito satisfeita, nos informa ter ganhado na loteria, ficado muito rica e feliz. A outra, pelo contrário, começa a se lamentar por sua falta de sorte, contando ter perdido o seu emprego e que está atualmente sem qualquer perspectiva de melhoria em seu destino. Qual seria a nossa reação? Sem a aplicação dos princípios espirituais, sem dúvida seríamos levados pela crença universal em dois poderes, que aceita a existência de situações boas e situações más. Ficaríamos felizes com as notícias da primeira pessoa e, ao mesmo tempo, tristes por causa da segunda. Observe, aqui, como atuam sobre nós as sugestões hipnóticas. A nossa amizade humana fez com que nos abríssemos totalmente às crenças universais! E quem veio a se beneficiar com isso? Ninguém!

Encaremos a mesma situação com a aplicação do Princípio da neutralidade. Isolemo-nos internamente de todo aquele cenário visível. Ao realizarmos isto, contemplemos o quadro em sua íntegra, com toda a condição e com todas as pessoas nele presentes, sem deixar de incluir nossa aparência visível. Nós próprios, os demais, os diálogos travados, as boas e más notícias comentadas, enfim, todo o cenário será internamente reconhecido como um quadro global aparente. Não nos sentiremos inclinados a internamente influenciá-lo em qualquer aspecto. Longe disso, estaremos reconhecendo que não existe Deus em parte alguma daquele cenário. Reconheceremos que não existe componente algum daquele quadro que contenha características de eternidade e imortalidade. Nem tampouco existem recursos para fazer com que tal quadro transitório venha a se tornar eterno. Reconheceremos, então, a sua transitoriedade ou efemeridade. Em seguida, constataremos que no quadro, em si, não há poder algum capaz de atuar sobre nós. Se não permitirmos que ele nos influencie, jamais ele terá, por si mesmo, algum poder para tal. Continuando, observaremos que o quadro todo não contém nenhum elemento de bem ou de mal. Nós é que o vínhamos conceituando daquela maneira, por o estarmos avaliando segundo os ditames da mente humana. A nossa posição, assim, será NEUTRA diante do cenário em questão. Não iremos levar em consideração nenhum de seus supostos bons ou maus acontecimentos. A aplicação deste princípio possibilitará à nossa mente se tornar serena e isenta de ansiedade diante de quaisquer condições presentes no quadro. Não levaremos em consideração nem condições, nem problemas e nem as pessoas nele presentes. Consideraremos unicamente o quadro em si:

Eis à minha frente o quadro "Este mundo". O que vejo nele não é bom nem mau. Ele é um simples quadro! Sem poder e sem substância. Não quero mudá-lo nem criticá-lo. Olho para ele como se fosse uma tela de televisão. Não o julgo. Apenas reconheço-o como uma APARÊNCIA. Nele não existe Deus! Nele não existe substância nem realidade. Ele não passa de um simples quadro hipnótico sugerido pela mente humana. Aquieto-me no reconhecimento desta Verdade. Vou ainda mais além: somente a Mente divina existe realmente! Assim, a chamada "mente humana" não é existência verdadeira. Se a mente que sugeria aquele quadro não existe, não existe mente alguma para "pensá-lo". Sendo a MINHA MENTE a Mente única que existe, e ela não reconhece mais nenhum desses quadros como reais ou dotados de poder, posso discernir a Presença de Deus aparecendo COMO a própria Substância de tudo que realmente existe. Somente Deus É!

Qualquer que seja o quadro sugerido à nossa mente, por mais catastrófico que pareça ser à mente humana, ele não passa de uma imagem hipnótica! Enquanto sentirmos o "peso" do cenário em nossa mente, numa tentativa de criar em nós alguma reação no sentido de tentar melhorá-lo, odiá-lo ou amá-lo, precisaremos persistir na aplicação do Princípio da neutralidade.

Chegaremos, por fim, à nossa Consciência verdadeira, a Consciência transcendente ao bem e ao mal ilusórios, para discernirmos diretamente o perfeito Universo do Espírito, em que nos encontramos exatamente agora e sempre.

Não devemos acreditar que Deus participe deste mundo aparente. Não existe Deus na ilusão. Não acreditemos que Deus tenha "ressuscitado Lázaro" algum dia! As obras de Deus são permanentes! Deus jamais atua em cenários transitórios. O que não é eterno nada tem a ver com Deus. "EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA". EU SOU A CONSCIÊNCIA QUE SABE QUE TUDO JÁ ESTÁ CURADO. EU SOU A SUA CONSCIÊNCIA! EU SOU A CONSCIÊNCIA ÚNICA! EU SOU!

A aplicação do Princípio da neutralidade tem o seu final determinado pelo sentimento interno de alívio e de total desprendimento com relação ao quadro sugerido pela mente humana -- o nosso "paciente"--, e esse sentimento ocorre concomitantemente com o sentimento da Presença de Deus constituindo o nosso Ser e constituindo todo este Universo da Realidade em que estamos.

Se, por acaso, terminarmos o "autotratamento" relativo a determinado quadro e ele voltar à nossa mente posteriormente, deveremos repetir o processo até que o alívio interior se torne permanente, numa condição de serenidade e convicção plenas. Este será o "sinal" de que a cura foi realizada.

Um ponto a ser lembrado é o seguinte: nós poderemos concordar externamente com as outras pessoas do quadro, quando seus problemas forem por elas apresentados; porém, interiormente, isolamo-nos totalmente de toda a condição para aplicarmos os princípios aqui expostos. Jamais iremos discutir ou contra-argumentar com os demais. Já dissemos, e agora repetimos, que todo tratamento é "autotratamento". Depende somente de nós mesmos. Assim, deveremos realizá-lo com determinação. As "Obras de Deus" já estão realizadas, e são a Perfeição Absoluta! Os princípios apenas nos auxiliam no reconhecimento desta Verdade.

Cont...

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