"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

terça-feira, maio 31, 2011

Curando a disfunção corpórea

John H. Williams

Reconhecer o controle total e absoluto de Deus é apropriado para curar disfunções corpóreas de qualquer tipo. Podemos saber, sem dúvida alguma, que a espiritualidade, a perfeição e a bondade que o homem reflete de Deus, a Mente, tem de ser expressa incessantemente em todas as suas ações. Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, declara: “Toda função do homem real é governada pela Mente divina.”

O raciocínio que se baseia na matéria insiste em que o homem é material e é constituído de vários órgãos, cujo funcionamento determina sua vida, sua saúde e sua harmonia. Ademais, esse ponto de vista materialista pretende que existam forças deletérias que podem controlar o corpo, causar disfunção, e resultar em doença e destruição. A Ciência Cristã refuta tal ponto de vista e ensina-nos como a verdade a respeito de Deus e do homem pode corrigir tais estados.

Não há melhor modo de começar, senão o de fortalecer nossa compreensão de Deus. É esta sempre a nossa maior necessidade. Quando nos afastamos do problema físico que pede nossa atenção, podemos discernir com maior clareza a presença eterna do Amor divino, a onipotência da Verdade e a totalidade do Espírito. Podemos reforçar nossa convicção de que Deus é a causa única, a fonte de todo o ser. Uma compreensão clara do todo-poder de nosso Criador é requisito indispensável para se invocar, com pleno êxito, a lei divina de cura.

Compreender a Divindade é prelúdio necessário para conhecer nossa verdadeira identidade como expressão de Deus. Quanto melhor conhecermos Sua natureza, tanto melhor poderemos discernir que nosso verdadeiro ser não é prejudicado, e está isento das pretensões da mente carnal.

Um mal-estar comum dessa mente fictícia e de seu suposto corpo material é o de que órgãos se tornem desarmoniosos e falhem em sua função. A Ciência Cristã enfrenta esse conceito materialista de identidade e mostra-nos como o poder do Amor cura.

Na oração não imploramos a Deus que nos cure. O que se requer é primordialmente que adquiramos a compreensão, baseada num crescente reconhecimento da totalidade de Deus, de que o homem –a verdadeira identidade de cada um de nós –não pode estar sujeito ao mal, e sim que expressa para sempre a perfeição de seu Criador. Essa compreensão, que progrediu até à convicção que anula os falsos conceitos do erro que pretendem afligir-nos, é a oração que não pode deixar de ser atendida.

O medo é um elemento que faz parte de todo problema. Precisamos lançar fora toda tentação de ficar assustado, e reconhecer que o homem, a expressão do Amor infinito, não pode assustar-se, assim como não se pode inculcar medo ao Amor. O medo é uma ficção, sem origem nem energia, e nunca pode influenciar o homem de Deus. Se nos apegarmos a esse fato, apagamos o quadro do medo.

Depois, precisamos compreender que a verdadeira função é uma atividade da Mente divina. Essa Mente não pode estar sonolenta ou estática; ela acha-se eternamente ativa e se expressa na idéia da Mente, o homem. De maneira que as funções do homem verdadeiro não podem se desarranjar, porquanto manifestam a ação impecável de Deus. Paulo deve ter discernido algo a esse respeito quando disse, nas palavras constantes em Atos: “Nele (em Deus) vivemos, e nos movemos, e existimos.” O fato de que toda atividade emana por inteiro da Mente destrói a falsidade relativa a funcionamento material, e a consciência se ergue acima do problema físico. Em seguida, vem a cura.

É da máxima importância compreender que nosso objetivo não consiste em curar a matéria, mas em corrigir o pensamento. O problema básico nunca está no corpo, porque o corpo apenas exterioriza aquilo em que acreditamos. A Sra. Eddy explica: “Quando eliminamos a doença, por nos dirigirmos à mente perturbada, sem prestar atenção ao corpo, provamos que só o pensamento cria o sofrimento.”

Não oramos para que alguma parte do corpo funcione corretamente. Em vez disso discernimos, através do sentido espiritual, que nosso verdadeiro “Eu” é a imagem de Deus. Essa verdade anula a disfunção, e a ação física normal entra em atividade. Desse modo, podemos dizer que Deus controla o corpo material, muito embora Ele esteja consciente apenas daquilo que é espiritual.

Dos vários órgãos do corpo humano, é provavelmente ao coração que se presta atenção maior. Formulam-se teorias horríveis, predições e temores sobre o que poderá acontecer a esse órgão. No entanto, será que precisamos ficar com medo? Não! Esse conceito do homem não diz respeito à nossa identidade real, a qual para sempre dá prova da ação imperturbada da Mente divina. Opondo-nos vigorosamente a esses conceitos falsos e substituindo-os pela verdadeira ideia do homem, manifestamos a atividade ininterrupta de Deus. Aí temos uma base sadia, a partir da qual se resolvem os problemas do coração.

Por exemplo, quando Cristo Jesus ressuscitou Lázaro da morte, bem como o filho da viúva de Naim, depois de o coração haver parado de funcionar, provou que o verdadeiro ser do homem não depende de um músculo chamado coração. Sua compreensão do verdadeiro status espiritual do homem suprimiu a ilusão da morte, e a atividade corpórea normal foi restaurada.

Deus nunca causa disfunção corpórea, porque o colapso é contrário à bondade divina. Ações desarmoniosas são a objetivação do pensamento mortal, e não se lhes deve conceder maior crédito do que a um sonho noturno. O verdadeiro funcionamento tem sua origem na Mente divina, está eternamente correto e é harmonioso. Essa compreensão desperta-nos do sonho, restabelece a ação perfeita, e conquistamos nossa liberdade.

domingo, maio 29, 2011

O papel do sanador na cura


Guy Halferty

Logo após Mary Baker Eddy haver descoberto que o poder sanador do Cristo estava ainda intacto e disponível para quem o compreendesse, ela aprendeu uma lição muito importante que passou a ser um marco para ela. Uma de suas alunas, Sue Harper Mims, relata esse fato em reminiscências que escreveu sobre a última classe da Sra. Eddy.

A Sra Eddy conta que, logo após sua descoberta, família e amigos sabiam que se ficassem doentes e pedissem que ela orasse por eles, ficariam restabelecidos. No entanto, eles nunca admitiam o que havia realizado a cura. A Sra. Mims se recorda das palavras da Sra. Eddy assim: “Por vezes, logo que enviavam alguém para pedir minha ajuda, eles se recuperavam, mesmo antes de eu chegar lá, e assim sabiam que era Deus quem os havia curado.” Certo dia, foi chamada para acudir uma criança doente e, enquanto se dirigia apressadamente para lá, ela foi invadida por um senso de responsabilidade pessoal sobre o caso.

“Eu estava tão ansiosa para que o poder da Verdade fosse reconhecido”, continua ela, “que disse a mim mesma: ele não pode melhorar até que eu chegue.” “É evidente que isso não estava certo, eu sabia que tinha de deixar tudo nas mãos de Deus, mas o orgulho se infiltrara e eu havia perdido minha humildade e o paciente não foi curado. Apercebi-me da admoestação recebida e, ao voltar para casa, joguei-me no chão, pus a cabeça entre as mãos e orei para que, em nenhum momento, eu fosse atingida pela ideia de que era alguma coisa, ou realizava alguma coisa; reconheci que essa era a obra de Deus e que eu O refletia. A criança foi então curada”.(ver We know Mary Baker Eddy, p. 133).

Essa experiência de nossa Líder nos dá uma lição. Em determinado ponto, em praticamente todas as curas realizadas na Ciência Cristã, chegamos a esta maravilhosa percepção: somente Deus, e não uma pessoa, é o sanador. As palavras de Jesus, registradas no Evangelho de João, abrangem amplamente essa questão: “Eu nada posso fazer de mim mesmo” e “o Pai que permanece em mim, faz as obras”. Constatamos que nas curas realizadas por Jesus, por seus discípulos e apóstolos, poucas palavras eram ditas e, por vezes, nenhuma. O que cura é a compreensão, é dar o verdadeiro testemunho. Não são as palavras que curam, nem mesmo afirmações metafísicas grandiosas, apesar de tais palavras e afirmações refletirem a compreensão espiritual e serem auxiliares valiosos para que alcancemos um ponto de vista espiritual mais elevado.

Qual é, então, o papel do sanador na cura? Em todos os casos, seu papel mais importante é o de compreender a verdade: dar testemunho e reconhecer que Deus, o infinito e totalmente perfeito, é o único poder em ação no processo de cura. Nosso papel é o de sermos o homem de Deus, eliminar o sentido pessoal do cenário, para que nosso reconhecimento da verdade seja literalmente o reflexo de Deus. Todo poder e autoridade procedem de Deus e são refletidos por Seu homem. O trabalho do sanador é o de humildemente reconhecer esse grande fato, ceder a ele, insistir nele e assim demonstrar o Cristo, a verdadeira ideia de Deus e Seu poder.

Eis um exemplo de como o papel do sanador entra em ação. Um praticista da Ciência Cristã recebeu um telefonema de um homem que disse ter uma excrescência nas costas, ao longo da coluna, e isso o preocupava muito. Disse que a excrescência estava aumentando de tamanho, causava bastante desconforto e ele estava com muito medo. O praticista concordou em orar por ele.

À noite, enquanto orava por esse caso, o praticista saiu para caminhar nas redondezas. Enquanto andava, começou a fazer vigorosas declarações, quase como se estivesse em meio a uma discussão sobre o poder sanador da Verdade, usando frases da Bíblia e das obras da Sra. Eddy.

Por vezes tais argumentos e veemência em prol da Verdade são justamente o que se faz necessário. Dentro em pouco, porém, ele percebeu que estava labutando com um forte senso de responsabilidade humana e pessoal pela cura. O paciente lhe pedira ajuda na total confiança de que, como praticista, ele sabia o que fazer sobre o caso. A sugestão de que ele, praticista, era pessoalmente responsável pela saúde do homem, começou a aflorar com insistência em seu pensamento: o homem ser curado ou não, dependeria de quanto o praticista compreendesse a respeito de Deus.

De repente, o praticista teve este pensamento inspirador: “Este paciente é completo, saudável e perfeito, não porque estou fazendo declarações sobre a Verdade, mas porque sua vida está totalmente a salvo e intacta em Deus, cuja lei é o irresistível poder de cura”. Seguiu-se um grande sentimento de alegria, uma enorme sensação de alívio, uma torrente de gratidão pelo fato de que nem o paciente, nem o praticista, poderiam, por um momento sequer, estar separados de Deus ou da saúde total e completa. Com humildade viu todo sentimento de responsabilidade pessoal simplesmente desvanecer-se. Viu a si mesmo em seu verdadeiro papel, o de fiel e confiante testemunha do poder divino. Ele teve certeza de que a cura se efetuara.

Dentro de poucos dias, o homem telefonou para dizer que o problema havia simplesmente desaparecido. Ele estava curado.

Pelo fato de os Cientistas Cristãos negarem a veracidade e realidade da doença e de todas as formas de mal, não quer dizer que ignorem o peso das argumentações dos sentidos materiais e do mundo material. Longe disso! O sanador científico enfrenta esses argumentos da mesma forma como um matemático enfrenta um problema de aritmética ou de cálculo. O Cientista Cristão não se deixa impressionar ou desalentar pela argumentação agressiva do mal, que tenta nos convencer de sua realidade, mas trabalha baseado exclusivamente na perfeição da Ciência. Ele sabe que essa Ciência fundamenta-se no Princípio divino, Deus, e que é, portanto, capaz de ser provada quando compreendida.

O metafísico deve estar tão imbuído do fato espiritual da totalidade e onipotência de Deus e do fato de que o homem é o reflexo de Deus, que os argumentos dos sentidos tomam o aspecto não de alguma coisa, mas do nada, como conceitos errôneos. Em outras palavras, o verdadeiro sanador está tão espiritualmente consciente daquilo que é, que até certo ponto perde o falso senso daquilo que não é, e regozija-se com aquilo que é verdade.

Como é compreendida na Ciência Cristã, a cura nada tem a ver com o fato de um indivíduo “pensar” sobre a cura. Não se trata de “pensamento positivo”, nem do poder da “mente sobre a matéria”. Não é uma questão de persuasão pessoal ou da crença humana na verdade a prevalecer sobre a crença em algum erro material. Acima de tudo, não se trata de levar o homem de volta à perfeição. Trata-se, isso sim, de reconhecer e insistir na perfeição criada por Deus, da qual o homem nunca está separado, e de se incluir tanto o praticista como o paciente nessa perfeição.

Na metafísica divina, o sanador é uma testemunha da totalidade de Deus, o Espírito, e da perfeição do homem como Sua semelhança. Como reflexo de Deus, o sanador envolve o paciente com essa verdade outorgada pelo Espírito. Ele sabe que nada existe fora do Espírito, mas que todos estão incluídos no Espírito. A respeito desse tipo de testemunho, a Sra. Eddy promete em Ciência e Saúde: “Se o Espírito ou o poder do Amor divino dá testemunho em favor da verdade, isso vem a ser o ultimato, o modo científico, e a cura é instantânea.

(Extraído de "O ARAUTO DA CIÊNCIA CRISTÃ" – Dezembro 1992)

quarta-feira, maio 25, 2011

A resposta para todas as perguntas


Lillian DeWaters


Em vista de o Evangelho ter sido pregado a partir da premissa de sermos humanidade e não Espírito, imperfeição e não Perfeição, muitos e não Um -- como poderíamos escapar do mundo do pecado, da doença, da morte?

Como homem, inevitavelmente nos sujeitamos a vacilações, ilusões e erros de toda espécie; portanto, como homem, nunca nos livraremos disso tudo. Enquanto não despertarmos para a nossa identidade real, e operarmos segundo nossa natureza verdadeira, a experiência humana não terá fim.

Um enfoque verdadeiro corrige o falso, que, pela própria correção, desaparece. Analise a tremenda perda de tempo, o trabalho e esforço empreendidos atualmente para que se destruam as doenças, pecados, carências e limitações, em vez de a atenção estar voltada inteiramente ao “EU”, onde nada disso tem qualquer existência! Como homem, jamais você acabará com o mal; porém, se remontar à sua origem divina, o Eu Sou, sua posição humana será apagada por completo.

O desejo de se promover melhorias ou curas em mentes ou corpos individuais veio provando ser de grande benefício à humanidade, em toda parte; entretanto, a real necessidade é a de se ascender ao estado espiritual, onde nenhuma cura é requerida. Definitivamente, o ponto de vista humano precisa ser substituído pelo Divino; assim, a causa de toda discórdia será eliminada.

Guerra alguma poderia jamais existir de si mesma; nenhum pecado, doença ou morte poderiam aparecer, a não ser graças à inverdade de que somos homem e não Deus. Veja! Ser Espírito, ser Mente, ser Vida eterna: eis a única solução universal e perfeita.

A declaração “Eu sou Deus e não há outro ao lado de mim” possui, por assim dizer, dois lados que levam ao mesmo sentido exato: a) Eu sou Deus; b) não há outro.

Na visão de que Deus, o Eu que Eu Sou, é Todo-Perfeição, Todo-Harmonia e Todo-Inteireza, temos um ponto de vista que inclui necessariamente a percepção e conhecimento de que não há outro. De igual forma, ao observarmos algum tipo de discórdia e limitação, compreenderemos a sua unidade na base de que Eu, o Eu-Sou-Vida e Inteligência, é Tudo que É. Com a total compreensão desta declaração, nós (EU) deveremos, então, “provar todas as coisas”.

Muitos gostariam de ouvir explicações sobre a causa do surgimento no mundo de doença, guerra, formas diversas de limitação, enquanto na verdade, Deus enche o espaço por inteiro. Isso é impossível de ser compreendido ou elucidado sem que haja o supremo conhecimento de que Deus, o "Eu Sou o que sou", é um todo; que inclui a identidade infinita.

O assim chamado homem-genérico é o único responsável por cada guerra, doença, pecado, pobreza e limitação que temos hoje em dia. Somente ele traz tudo isso a uma quimérica existência, atribuindo nomes às formas apresentadas e fazendo com que elas se mantenham. Enquanto não despertar da morte para a vida (a exemplo do pródigo), não entenderá a inexistência plena daquilo tudo, e se ver liberto.


De que modo é ele o causador de guerras e doenças? Julgando-se um homem, uma pessoa, um indivíduo; deixando de se considerar o Caminho, a Verdade e a Vida - o Eu sempre imaculado e perfeito.

Por causa dessa ideia imprópria, retida sobre si mesmo e os demais, ele parece se tornar um outro ser, chamado homem, de inteligência limitada e incompleta, cuja vida é mutável e insegura, e cujo mundo é finito e inconstante. Operando sob essa base falsa e pervertida, seus pensamentos são ilógicos e imperfeitos, ineficientes e incorretos, confusos e desordenados; assim, eles resultam em ilusórias formas de guerras ou desarmonias de todo tipo, sorte e natureza.

As expressões de seus pensamentos verdadeiramente representam seu suposto desvio do estado real. Exemplificando, muitas de suas invenções, em vez de se lhes mostrarem como bênçãos eternas, acabam se lhes retornando para destruí-los. Nenhuma de suas invenções chega a ser perfeita, sempre apresentando algum tipo de imperfeição. Desse modo, há o sucessivo abandono daquilo que ele próprio realiza, à espera sempre de algo novo que viesse a se tornar capaz de satisfazê-lo por completo.

Jamais ele irá conseguir produzi-lo num mundo de sua própria criação! Jamais ele encontrará sucesso permanente, segurança invulnerável, saúde perfeita ou integralidade - ENQUANTO permanecer, ele próprio, julgando-se um ser humano limitado, ou uma identidade individual separada.

Renegando sua real identidade como sendo a Mente criativa Todo-poderosa, com seu poder ilimitado para criar tudo bem e perfeito, ele se torna, segundo sua falsa crença, um mortal frágil e pecaminoso, sempre em busca de perfeição (perfeição, esta, que já se encontra disponível em seu próprio interior, em seu verdadeiro ser) e, em seu lugar, encontra sempre incertezas, guerras, tribulações e morte.

Enquanto não se elevar e aceitar seu estado verdadeiro - o Todo ilimitado e livre -, jamais poderá experienciar aquilo que busca, ou seja, o Paraíso; isto porque seu “Eu” e o “Paraíso” são um.

A grande realidade perdura eternamente: o Ego infinito e a identidade infinita são um todo indivisível; perfeito, absoluto e completo. Jamais estivemos sendo um homem ou alguém espiritual ou material. Jamais estivemos sujeitos a limitações de qualquer espécie. Agora, e sempre, Eu e meu Ser somos Um e idênticos.

Desperte! Renasça! Erga-se! Manifeste-se! Que mais lhe resta fazer? Que mais há para ser dito? Inexiste outra direção a ser indicada, e que possa ter algum valor real a quem se encontra em “terra distante”.


domingo, maio 22, 2011

Curar a partir de um ponto de vista correto


Helen B. Childs


Hoje em dia há uma enorme necessidade de cura! A pergunta que se impõe é: como melhorar a saúde das pessoas? Como estancar a proliferação de doenças? A Ciência Cristã aborda esses problemas de maneira espiritualmente científica, a partir de uma base sólida, que alcança resultados práticos. Sendo a Ciência que Cristo Jesus demonstrou, em suas curas extraordinárias, ela nos capacita a seguir o exemplo do Mestre, vencendo , por meios espirituais, a doença e o pecado.

Que maravilha é compreender que aquilo que o mundo procura está aqui, à nossa disposição, agora mesmo! Portanto, a cura espiritual pode ser pesquisada por qualquer um de nós. A Sra. Eddy diz: “A cura metafísica, ou a Ciência Cristã, é uma exigência desta época. Todo o homem e toda a mulher passariam a desejá-la e exigi-la, se conhecessem seu valor infinito e sua base segura.

Chegamos ao âmago desse grandioso assunto, a cura espiritual, quando partimos do PONTO DE VISTA CORRETO. Isso significa que começamos com Deus, em vez de começarmos com a doença ou com qualquer outro problema. Portanto, o ponto de vista correto é espiritual, não material.

O pensamento materialista, por sua própria natureza, aceita a matéria como real e substancial. Por isso, ele parte da premissa de que as condições físicas, inclusive o pecado e a doença, sejam realidades concretas. No entanto, por mais que essa opinião prevaleça entre o gênero humano, tal raciocínio não oferece uma base segura para a cura. Por quê? Pergunte-se: “Pode algo real tornar-se irreal? Podemos nos desfazer de algo que seja real? Podemos curar a realidade?”

Consideremos, porém, uma abordagem espiritual para a discórdia. Podemos encarar a cura a partir do ponto de vista daquilo que Deus, o Espírito, vê e sabe. A Mente onisciente, que é Deus, está cônscia somente de sua própria totalidade, de sua própria perfeição e glória. Dessa forma percebemos que a cura espiritual pela Ciência Cristã começa com o reconhecimento da totalidade e da supremacia do Espírito. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy explica: “O ponto de partida da Ciência divina é que Deus, o Espírito, é Tudo-em tudo”, e que não há outro poder ou outra Mente – que Deus é Amor, e por isso, Ele é Princípio divino.

Segue-se que a totalidade de Deus é o ponto de partida correto para tudo o que pensamos ou fazemos. Assumir essa posição nem sempre é fácil, mas é de suma importância. À medida que cultivamos a espiritualidade, passamos a perceber, cada vez mais, através das lentes do Espírito, a onipotência e onipresença de Deus. A compreensão da supremacia do Espírito atua como uma lei de cura imediata.

A oração científica – baseada na totalidade de Deus – ajuda-nos a ver a falácia de se aceitar a discórdia como um fato, para depois tentar nos livrar dela. Constatamos que não é preciso aceitar a doença, ou o sofrimento, como reais. Devemos vê-los como de fato são: uma sugestão mental agressiva que diz haver algo mais, além da totalidade de Deus. Toda discórdia é um conceito falso de que Deus não seja Tudo-em-tudo.

Sem dúvida, o sofrimento parece muito real. A Ciência Cristã, porém, ajuda-nos a encontrar o caminho da libertação. Quando percebemos claramente que a dor é, de fato, uma manifestação da mente carnal ou mortal, e não a realidade do ser, ela não consegue nos amedrontar. A dor é uma espécie de sonho do qual podemos despertar pelo reconhecimento da totalidade do Espírito e da nulidade da matéria.

Se não estivermos alerta, porém, a dor tentará hipnotizar-nos. Ela procura privar-nos de nossa capacidade de pensar claramente, tentando-nos a procurar alívio do sofrimento a qualquer custo. Cristo Jesus disse: “Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo, e só então lhe saqueará a casa”. A dor não tem o poder de mesmerizar-nos, quando compreendemos que ela é uma ilusão da mente mortal e não a realidade do ser. Devemos procurar manter controle sobre o pensamento, rejeitando todos os argumentos da assim chamada mente mortal. Eliminamos a dor, apoiados numa base científica, quando reconhecemos sua natureza mental fraudulenta e aceitamos a totalidade da Mente divina única.

A evidência dos sentidos dá crédito à crença de que a vida esteja na matéria. No entanto, nossas orações pouco a pouco nos revelam que o homem vive no Espírito, Deus. Portanto, reconheçamos a dor pelo que ela é: uma falsa crença, uma sugestão mental agressiva de que exista algo separado de Deus.

Em vez de sucumbir a todas as queixas de um corpo doente, devemos apegar-nos ao que é divinamente verdadeiro. Queremos ver o que Deus está vendo. Então seremos capazes de substituir o irreal pelo que é real. Conseguiremos ver a doença e o pecado serem substituídos pela saúde e pela santidade.

A Alegria de curar emana do raciocínio correto e da profunda compreensão espiritual. Na Ciência trabalhamos com o Espírito, não com a matéria ou com as condições materiais. Em vez de diagnosticar, modificar ou remendar matéria, compreendemos que o Espírito é a única substância genuína, e que o homem reflete a perfeita substância do Espírito. O ponto de vista correto para nossas orações é sempre começar com Deus, não com o problema ou com o sentido físico.

Será que o leitor já notou com que frequência somos tentados a encarar todas as coisas do ponto de vista de nosso próprio sentido pessoal, ou seja, a partir do que nós pensamos sobre Deus, ou de como nós nos sentimos? Muitos já devem ter se apercebido de quão desastroso é o pensamento que gira em volta do “eu”. Começa com “meus problemas”, “minha dor”, “meu corpo”, “minha família”, e nos faz cair inadvertidamente numa armadilha sutil, qual seja, a de aceitar os problemas como pessoais e, portanto, como reais e plausíveis. Em vez de nos curar, essa forma de pensar tende a sustentar a ilusão de que somos seres materiais, vítimas das circunstâncias.

Cada um de nós, no entanto, pode provar que a cura se segue à compreensão de que Deus é a única causa, e que o homem é Seu resultado perfeito. A Sra. Eddy escreve: “A Ciência Cristã é absoluta; não está aquém do ponto de perfeição e precisa ser praticada a partir daí. A menos que compreendas plenamente que és filho de Deus e, portanto, perfeito, não tens Princípio para demonstrar nem regra para demonstrá-lo. Com isso não quero dizer que os mortais sejam filhos de Deus – longe disso. Ao colocar a Ciência Cristã em prática, precisas enunciar seu Princípio corretamente, caso contrário, perdes a capacidade de demonstrá-lo”.

Todos nós podemos aprender a mentalmente mudar de marcha. Em vez de lutar pela perfeição como um objeto distante, podemos aprender a começar com a criação espiritual de Deus e reconhecer que já somos ideias perfeitas dEle. Esse modo revolucionário de pensar pode fazer maravilhas em nossa vida.

Por exemplo, vi claramente a praticidade da oração que começa com Deus, quando morava num bairro residencial onde havia outras famílias como a minha.

Uma vizinha, que sabia ser eu Cientista Cristã, telefonou-me certo dia e pediu-me para ir à sua casa. Logo percebi que ela estava com muito medo. Poucos dias antes, seu filhinho, ainda bebê, fora repentinamente acometido de meningite, e morrera. Agora a filha apresentava os mesmos sintomas e, como os esforços médicos não haviam curado o bebê, a mãe estava, naturalmente, muito assustada.

Enquanto caminhava até a casa dela, eu orei. Não apenas para superar meu próprio medo, mas com o desejo de realmente ajudar. Senti, no íntimo, a necessidade de expressar a coragem e a convicção sanadora de Deus – de reconhecer a presença sanadora do Cristo naquele lar.

Ao chegar, encontrei a menina prostrada, encolhidinha no colo da mãe. Em silêncio, conseguimos sentir o terno amor de Deus. Logo depois começamos a ler a Bíblia. Alguns trechos de Salmos deram-nos a certeza da presença sanadora de Deus, envolvendo-nos num sentido sagrado de consolo e segurança. Oramos juntas. Repetimos a Oração do Senhor várias vezes, imbuindo-nos de seu espírito, sentindo seu poder.

Depois, repeti a “exposição científica do ser” de Ciência e Saúde, o livro-texto da Ciência Cristã. Dessa forma estabelecemos no pensamento consciente a totalidade da Mente e sua manifestação, e a conseqüente espiritualidade e perfeição do homem.

Enquanto continuávamos a orar e nos aferrar a esses fatos científicos, perguntei-me: “E agora?” A resposta logo veio: “O que é que Deus está vendo? A perfeição, sem dúvida nenhuma! Causa perfeita, efeito perfeito”. Convicta disso, perguntei à menina: “Meu benzinho, você gostaria de vir comigo até minha casa?” Ela pulou do colo da mãe para trocar de roupa e veio comigo. Esse foi o fim do problema. Houve profunda gratidão e alegria de todos os lados.

Essa experiência inspiradora nos mostra que recuperar a harmonia pode ser algo simples e natural, quando aceitamos plenamente a presença e o poder de Deus. O Cristo vivo havia penetrado naquele lar com domínio e autoridade divina, desalojando o medo de uma nova tragédia.

Quanta coragem você e eu podemos auferir, ao constatar que o pensamento do Cristo substitui a discórdia com a harmonia ininterrupta do ser! A cura não necessita de tempo para ocorrer. Ela acontece quando aceitamos e compreendemos a totalidade de Deus. A luz do Cristo, a Verdade, é imediata, e revela a perfeição de Deus e do homem como Seu filho amado.

Podemos, portanto, afirmar que a cura, na Ciência Cristã, decorre de reconhecermos e admitirmos a perfeição da criação espiritual de Deus, presente agora mesmo. Essa maneira de pensar, que está de acordo com o Cristo, SUPLANTA/ENGOLE o mero pensamento positivo ou fé cega. Trata-se de compreensão espiritual, que exige que cultivemos as qualidades espirituais que emanam da consagração e da devoção ao Deus único. PRECISAMOS TOMAR A CRUZ DA DEDICAÇÃO A ESSA TAREFA.

Os dias de hoje clamam pela aceitação da cura espiritual, que ocorre mediante a compreensão de que a vida não é carnal, mas espiritual. Os ensinamentos da Ciência Cristã oferecem a solução para a luta da humanidade com o materialismo e pelo sofrimento dele resultante. Na verdade, os dias de hoje estão forçando uma abordagem melhor, uma maneira mais espiritual de resolver nossos problemas. No oitavo capítulo da Epístola aos Romanos, Paulo mostra como é a vitória, quando deixamos de lado um sentido carnal de existência, em favor de um ponto de vista divino. Diz ele: “Os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz”.

Cultivemos, portanto, a capacidade de perceber a perfeição que Deus vê e conhece. Em vez de tentar mudar a imperfeição para torná-la perfeita, compreenderemos que a causa perfeita deve ter um efeito perfeito. Não nos deixaremos mesmerizar, aceitando a discórdia como se fosse real, nem seremos vítimas da discórdia. Veremos que somente o que é espiritual é real e que, apesar das informações agressivas que os sentidos físicos oferecem, tudo está verdadeiramente bem. Com essa oração seremos capazes de trazer à tona a perfeição. Veremos os resultados curativos da oração que se firma na totalidade de Deus – no ponto de vista correto.

quinta-feira, maio 19, 2011

Receita mágica infalível

Está com algum problema difícil? Triste, desanimado? Sem solução?

Pare, então, agora, e leia isto:









Mude imediatamente teus pensamentos, atitudes e manias atuais, e vá agora mesmo fazer algo pelo outro. Comece assim, até aprender a doar o teu amor ao teu próximo com alegria. Ao ajudá-lo a solucionar o seu problema, estará resolvendo também o teu. Tu e o teu próximo são UM.

segunda-feira, maio 16, 2011

O segredo do princípio de curar

Joel S. Goldsmith


A cura espiritual está baseada na compreensão do principio espiritual da vida. Este princípio afirma que Deus mantém e sustém o Universo, incluindo cada indivíduo que nele vive, em absoluta integridade.

Contrário a este ensinamento, está o mundo das aparências, o mundo dos sonhos, um mundo mesmérico que não tem lei para sustentá-lo, nenhuma substância que o suporte, nem continuidade, exceto a que nós, em nossa ignorância, lhe damos.

Uma vez que esta verdade é percebida, você terá um princípio que prevalecerá, não importando a natureza dos problemas que lhe sejam apresentados. Isto não significa que você curará qualquer pessoa ou qualquer condição, não porque o princípio seja inadequado para qualquer situação, mas porque nem todas as pessoas envolvidas com ele, estão preparadas para viver este princípio, ou viver por este princípio; elas não estão prontas para abandonar aquelas coisas que interferem com a demonstração deste princípio. Em outras palavras: Jesus, ele próprio, não tentou levar o moço rico para o céu. Não por causa da riqueza do homem por si só, mas porque a fé, a confiança e a esperança deste homem, estavam na sua riqueza; todas as suas expectativas e esperanças de vida estavam baseadas no montante de suas posses, e tal homem não poderia ser elevado à consciência espiritual.

Assim, existem pessoas que procuram a cura, mas apenas para curar suas dores e discórdias mundanas, não buscando uma cura espiritual verdadeira que transformaria suas vidas. Entretanto, este princípio é tão absoluto que, dada uma boa oportunidade a alguém que seja bastante receptivo ao modo de vida espiritual, a harmonia se manifestará na experiência desta pessoa e ela se iluminará espiritualmente.


A Estrutura deste Mundo

O princípio que é o segredo de todas as curas é a compreensão da natureza do erro. O erro nunca é uma pessoa, uma condição ou uma coisa. Portanto, nunca leve até o seu pensamento - e nem queira tratar em pensamento - uma pessoa, condição ou coisa. Na verdade, o erro sempre aparece como uma pessoa ou condição e é isso que confunde os trabalhadores espirituais do mundo. Com cada aparência de erro, se instala no indivíduo uma rebelião, uma resistência ou uma batalha contra alguma pessoa, lugar, circunstância ou condição, e assim a luta está perdida. Ninguém na terra, nem grupo algum de pessoas é seu inimigo; nenhum pecado ou doença é seu opositor ou antagonista. Quanto mais você lutar contra uma pessoa, uma doença, um pecado ou uma condição, tanto mais você estará enredado naquilo que chamamos de "este mundo".

Talvez você acredite que haja alguma pessoa ou algum grupo de pessoas que se interpõe entre você e sua harmonia. Para trazer a cura, você os trata ou trata por eles, ou trata aquele "algo a fazer" a respeito deles. Em outras palavras, você está em antagonismo, em resistência ou em rebelião contra eles. Seus esforços se dirigem a eles para removê-los ou para trazê-los à harmonia; e ao agir assim, você perde a sua demonstração. Pode ser que não seja uma pessoa, mas uma doença que se interponha entre você e sua harmonia, e novamente você se encontrará engajado numa batalha contra ela e assim "cavando a sua própria cova".

Pessoas, coisas ou condições nunca são a fonte de nossas discórdias. Sejamos muito claros neste importante ponto. Há uma força universal, uma crença universal e um hipnotismo universal, que é a fonte de todas as discórdias que se manifestam em nossas experiências. Toda limitação, todo pecado, toda tentação e toda doença que chegam até nós, são nada mais que o efeito de uma força ou magnetismo universal, o qual, lembre-se que, por si só não tem poder; somente tem poder pela aceitação da mente humana a ele. Se o erro fosse poder, não poderíamos dissipá-lo. No entanto, ele não é poder, exceto, para o sentido do mundo. A crença universal é o único poder que temos que considerar ao depararmos com o pecado, a doença, a morte, a carência ou a limitação, mas esta não é poder.

Para ilustrar, tomemos o caso de uma pessoa que está morrendo. Agora, entenda isto: ninguém morre. Se você for chamado alguma vez para auxiliar alguma pessoa que parece estar se aproximando da morte, trate da velha crença universal de uma vida separada de Deus, uma vida que teve um começo e consequentemente deve ter um fim. Não tente salvar esta vida, porque não conseguirá; mas trate do mesmerismo universal da morte, o hipnotismo universal que diz que todo aquele que nasceu, tem que morrer. É este mesmo hipnotismo que diz que nascemos, que fomos criados da matéria, que nascemos de um homem e uma mulher. A crença que você é um pai ou uma mãe, ou que nasceu de um pai e uma mãe, não é uma crença sustentada só por você individualmente. Não é uma crença pessoal -- é uma crença universal que existe desde o princípio dos tempos. É a crença universal no nascimento que resulta na crença universal na morte. Mas não estamos tratando com o nascimento ou com a morte, senão com a crença universal, o hipnotismo universal que faz com que as pessoas pareçam morrer, ou que tenham que morrer só porque nasceram algum tempo atrás.

Suponhamos que agora mesmo você esteja sonhando que está nadando em direção ao horizonte. Ao olhar em volta, você percebe que foi muito longe e que não tem condições de voltar atrás. Aí é que começa a luta. Você se deixa tomar pelo pânico ao se ver sozinho a lutar longe na água; mas, é real esta luta? Existe água? Existe um "você"? Qual é o tecido ou a substância da pessoa que você está vendo na água? Qual é o tecido ou a substância da luta? Tudo é o seu sonho e apenas o seu sonho. O sonho é a substância, o tecido; e você, a água e a luta são os objetos formados pelo seu sonho.

Se você tomasse um pedaço de couro e num canto formasse um homem, à esquerda um piano e em cima o céu, ainda assim você não teria nem um homem, nem um piano, nem o céu -- o que você teria mesmo seria couro. Mas se você destruísse este couro, destruiria o homem, o piano e o céu. Com a destruição do couro, o homem, o piano e o céu desapareceriam também. Da mesma forma, com a destruição do seu sonho, com a detruição da falsa crença de você na água, a água e a luta desapareceriam. Agora, se no seu sonho de luta de vida e morte na água, se, ao invés de gritar pedindo para ser salvo, alguém o acordasse do sonho, automaticamente seguiria-se a dissolução de "você" na água, da água e da luta.

A matéria prima de todas as discórdias de nossa experiência humana é um hipnotismo universal, uma crença universal. É a matéria prima ou substância de todo sentido de limitação que possa vir a sua experiência; seja limitação nas finanças, na saúde, na família, nos negócios, nas relações sociais ou qualquer outra aparência de discórdia. A causa de toda desarmonia, portanto, é um hipnotismo universal, a crença universal num universo separado de Deus.

Quando Jesus disse: "Eu venci o mundo", ele não queria dizer que tinha vencido todas as pessoas do mundo ou todos os males das pessoas do mundo. Seu ministério não durou tanto para que pudesse conseguir tal feito. Mas sim que ele superou o mundo, e de uma vez só: Pela compreensão e realização de que o único mundo que necessitava ser superado era composto por esta ilusão mesmérica. Então, todas as pessoas, todas as circunstâncias e todas as condições de limitação lhe desapareceram.


A ignorância universal mantém o mundo na escravidão

Lembremo-nos primeiramente que a ignorância que separa as pessoas de uma realização da verdade não é pessoal, nem para você nem para mim, nem para ninguém; é uma ignorância universal, um sentido universal de hipnotismo que não tem -- jamais tem! -- presença, nem poder. Há uma ignorância universal, que domina a mente de praticamente todos os indivíduos na terra, fazendo-os antagônicos à verdade. Por que? Porque a verdade recebida conscientemente varre da mente tudo o que a humanidade aprendeu a amar... a pompa e a glória do egoísmo pessoal, o poder pessoal, a força pessoal, a sabedoria pessoal, a glória pessoal, a realização pessoal. A mente humana está numa rebelião contra tudo que possa destruir isto. Ela se ressente ao ouvir: "Por que me chamas de bom? Há apenas um bom... O Pai no céu". A mente humana se dedica à auto-glorificação: "Veja a minha força; veja a minha sabedoria; veja a minha beleza; veja o meu poder; veja a minha saúde; veja a minha riqueza; elas são minhas; eu fiz tudo isto".

A ignorância universal que separa as pessoas da apreensão, da compreensão e da demonstração da mensagem do Caminho Infinito, não é uma limitação pessoal; não tem nada a ver com a educação ou com a falta de educação de uma pesssoa, nem com seu aprendizado religioso ou com a sua falta de aprendizado religioso: tem a ver apenas com a ignorância universal, com o mesmerismo universal o qual é para sempre, sem presença e sem poder. Você o segue? Você está sempre tratando com este mesmerismo ou hipnotismo universal, que é a matéria da qual é formado este mundo? Lembre-se: você não está tratando das figuras que esta matéria lhe apresenta, senão com a própria matéria ou hipnotismo em si mesmo. A realização deste fato é a sua graça salvadora. Em outras palavras, nunca temos um moribundo a salvar ou um enfermo para curar. Nós temos um estado universal de hipnotismo aparecendo como doença, pecado, alguém moribundo ou morto. Nunca temos uma pessoa má. No momento que realizamos isto, a pessoa má desaparece e podemos contemplá-la como ela realmente é.

Ressentir-se contra uma pessoa ou uma condição é enredar-se com elas, é deixar-se prender numa armadilha. Só há uma maneira de escaparmos da ilusão dos sentidos; só há uma maneira de escapar de qualquer forma maligna do mundo -- de pessoas malignas, pensamentos malignos, planos malignos -- e esta é parando de lutar contra eles e realizando que atrás deles está o tecido de sonhos do qual são constituídas, e que este tecido de sonhos é ilusório e sem princípio creativo algum, já que Deus não o creou. Portanto, não há existência ou lei que o sustente; nenhuma substncia, nenhuma continuidade. Esta comprensão o destrói. Não há uma ilustração mais clara para isto que a de uma pessoa que morre, porque é extrema. Não temos nenhum moribundo a ser salvo; temos somente um sentido ilusório de morte. Quando tratamos a morte a partir deste ponto de vista, o moribundo se levanta e diz: "Aqui estou, totalmente novo, forte e bom". Você, assim, nada fez à pessoa que morria; porque, para começar, o moribundo não existia. O que você fez foi destruir a estrutura de aparências, o tecido do qual estavam aparecendo. Não há outra maneira de superar "este mundo".

Esta visão, este desdobramento, veio-me quando estava lendo a vida de Buda Gautama, que se tornou mais tarde o Buda. Certo dia, viu ele um homem doente, um cadáver e um mendigo e horrorizou-se de que tais coisas pudessem existir. Na vida que seu pai lhe proporcionava, tais coisas nunca eram-lhe mostradas e, portanto, ele nunca tinha testemunhado nenhuma destas tragédias da existência humana. Ele perguntou ao seu conselheiro: São estes os únicos casos no mundo? Quando ele soube que eventualmente todos nos encaminhamos ao mesmo fim -- a morte -- ficou chocado. Era impensável para ele que, no belo universo que conhecia, pudesse a doença, a morte e a pobreza manchar sua harmonia. E foi esta pergunta, que ele fez a sua própria mente, que lhe deu a pista sobre todo o problema: "Devo encontrar um modo de remover o pecado, a doença e a morte do mundo". E isso foi tudo. Ele nunca pensou em sair e curar, reformar ou enriquecer as pessoas. O seu único pensamento foi "como erradicar o pecado, as doenças e a morte do mundo."

A mensagem do Caminho Infinito é uma revelação de como erradicar o pecado, a doença e a morte do mundo, de como erradicar a ignorância que separa a humanidade da verdade. No Caminho Infinito, as pessoas são apenas incidentais ao nosso ministério. O verdadeiro ministério em si, é a remoção do pecado, medo, morte e limitação do mundo; e isto é para ser cumprido -- não conseguindo o dinheiro para fazer a todos milionários, não tendo um maior número de guerras no mundo para matar uma suficiente quantidade de pessoas, de modo que haja menos para alimentar, senão removendo completamente o hipnotismo da limitação, ignorância, pecado, medo, doença e morte.

Você já me ouviu declarar que quando sou solicitado para uma cura, nunca tomo em consideração, em minha consciência, a pessoa ou a sua condição. E a razão é esta: a pessoa ou a sua condição é um engodo, o laço da armadilha para prender o praticante. Se você quer ajudar a alguém, pare de pensar na pessoa ou em sua condição e entenda que elas são apenas um retrato, uma imagem ou uma aparência do tecido da crença universal, deste sonho universal chamado sonho mortal, chamado de ilusão universal, chamado por muitos outros nomes. Não faz diferença o nome pelo qual você o chame, desde que você compreenda que este é um sentido universal que, em si e por si, não tem nenhuma lei que o sustente, nenhuma causa, nenhum efeito e nenhuma pessoa através da qual operar.


Este mundo

Nunca solucionaremos os nossos problemas individuais, nem os nacionais ou internacionais, tentando mudar as pessoas, curá-las, reformá-las, ou enriquecê-las. Só conseguiremos trazer harmonia ao nosso mundo individual se pudermos ver cada coisa, pessoa ou situação discordante, como um filme produzido por esta substância ilusória chamada de sonho da existência humana, ilusão universal, hipnotismo universal, crença universal, ou se você preferir, o nada universal, que aparece como pessoas e condições. Nunca tente salvar um moribundo. Nunca tente enriquecer um pobre, nunca tente curar um doente. Lembre-se que está lidando, não com uma pessoa, não com uma condição, não com uma coisa, mas com uma sugestão hipnótica, com uma influência hipnótica, com um quadro hipnótico, que não tem existência fora da mente humana, da crença humana, da aparência humana. Nesta realização, você destrói todo o tecido do qual o erro é constituído.

Cada condição limitante -- seja nas finanças, saúde, moral, ou condições de vida -- não é outra coisa senão a expressão de um hipnotismo universal, de uma ilusão universal, de uma crença numa existência separada de Deus, ou seja, da crença de uma causa separada de Deus, de uma substância separada de Deus, de uma sabedoria separada de Deus. Toda esta série de crenças constitui uma influência mesmérica que nos faz ver pessoas, lugares, coisas e condições limitadas. Você pode quebrar este sonho Adâmico nas partes que o compõem e encontrará que este sonho Adâmico é feito da crença do bem o do mal, da crença da vida sem Deus, da lei sem Deus, de uma substância, causa ou atividade sem Deus.

Sempre que for chamado para ajudar na solução de um problema, verifique que quase sempre haverá uma pessoa envolvida nele; mas, já que Deus é o único principio creativo, o filho de Deus não pode se envolver com problema algum; o problema será apenas a crença de uma existência sem Deus. Perceba que cada problema que lhe é apresentado sempre vem como uma condição. É uma condição de Deus? Não, pois se fosse uma condição de Deus, não apresentaria problema, em absoluto. O mero fato de se apresentar como uma condição, já revela que é uma aparência que não tem existência real, pois na verdade não existe pessoa nem condição sem Deus. Toda e qualquer aparência contrária deve ser parte do que se chama "sonho de Adão", ou sonho mortal, ou sentido mortal da existência, que Jesus chamou de "este mundo".

Deveríamos achar muito fácil solucionar todos os casos que se nos apresentam em busca de ajuda, simplesmente dizendo,"este mundo", e desfazê-los com um sorriso, sabendo que eles são apenas condições "deste mundo", do mundo ilusório, não do mundo real, não do mundo de Deus. É como se saíssemos à rua e víssemos as crianças brincando um jogo que consiste em desenhar um círculo de giz no chão, e aprisionar uma criança dentro dele. Esta criança dentro do círculo não pode sair dali, até que alguma coisa seja feita para resgatá-la.

Entretanto, você, ao invés de tentar tirar a criança do círculo, sorri, olha para ela e diz: "Oh!, Mas aquilo é apenas o mundo das crianças.....!!", e vai se embora, sabendo que, na realidade, a criança não está presa. Se você se acostumasse à ideia de que tudo que aparece limitado por qualquer sentido, seja uma pessoa ou uma condição, é parte "deste mundo" -- ou seja, o mundo de sonho, o mundo de Adão, o mundo irreal, e fosse embora sem ligar para ele -- descobriria, logo, quão depressa a ilusão desapareceria para seu paciente, seu amigo ou seu parente.

Testemunhamos algumas condições externas ou pessoas más, porém se existe um Deus em tudo, não pode haver tal coisa como uma pessoa, lugar ou coisa má. A dificuldade é que, primeiro vemos a aparência e logo procuramos fazer alguma coisa a respeito da aparência, e assim fazendo, ficamos enredados, nos envolvemos e caímos na armadilha. Se, no entanto, víssemos a aparência, quer ela se mostre como uma pessoa, um lugar ou uma condição, e instantaneamente lembrássemos que o fundamento disto é um sonho, o sentido ilusório de um universo separado de Deus, ou "este mundo", e passássemos ao largo dizendo: "Oh! É apenas 'este mundo'", acabaríamos logo com o sonho. Acordamos do sonho da limitação, no momento em que, por nós mesmos, nos tomamos desipnotizados.

Tenho dito que este é o ano em que nossos estudantes devem ser mais diligentes em acabar com o sentido mesmérico que os ata às crenças humanas, e isso só se consegue apreendendo o princípio de que, em realidade, não há nem bem, nem mal. Ao aceitar tanto o bem como o mal, perpetuamos o sonho. Nos seus estudos metafísicos anteriores, você já aprendeu que todo erro é uma ilusão. Mas no Caminho Infinito, você deve ir um passo além e compreender que o sentido finito do bem também é tão ilusório quanto o erro. Você chega a esta consciência através da realização diária que não há nem bem nem mal na forma, mas que o Espírito é a realidade subjacente a tudo. Tente compreender que é a crença do bem e do mal que perpetua o sonho e mantém você fora do Jardim do Éden.

Um praticista é uma pessoa que em certa medida é desipnotizada, que num certo grau, não teme as aparências e não cessa de anulá-las. Fora, no mundo, há pecado, doenças e morte. Uma pessoa que não seja praticista olha e diz: "Oh!, que terrível!". Se, no entanto, o praticista tenha alcançado realmente um estado de consciência de praticista, olhará e dirá: "Tch..Tch... este mundo... hipnotismo, nada", e continua a viver. Só existe uma coisa impedindo a harmonia em nossa experiência pessoal, e esta é um sentido universal de uma vida ou uma seidade separada de Deus, ou de uma lei à parte de Deus. E existe somente uma maneira de romper este sentido de limitação, e este é retirar-se da batalha do mundo, retirar-se da batalha e da oposição a pessoas ou condições.


Vivendo a vida cristã

Viver uma vida cristã significa aceitar os ensinamentos do Mestre: "ama o teu próximo como a ti mesmo, mas acima de tudo, ama a Deus com todo o teu coração, com toda a tua mente, com toda a tua alma". Estes mandamentos não são mais que banalidades insossas, até que comecemos a selecioná-las em nossa própria mente e cheguemos a uma compreensão delas. Como podemos amar o Senhor nosso Deus com todo nosso coração, toda nossa alma e toda nossa mente? O que significa isto? Cada um de nós pode ter uma explicação e uma experiência diferentes, mas para mim, amar o Senhor nosso Deus com todo o meu coração significa não amar indevidamente, e nunca odiar ou temer aquilo que está no âmbito dos reinos físico ou mental. Para mim, é depositar toda a fé no Infinito Invisível como a realidade da vida que se manifesta externamente como efeito. Chegar a uma realização do profundo significado desta verdade requer muito estudo. Ao não amarmos, odiarmos ou temermos o que nos aparecem nos reinos físico ou mental, rompemos com o sonho mesmérico de uma seidade ou um universo à parte de Deus.

Amar nosso próximo como a nós mesmos é reconhecer que Deus é o Eu sou de todos os seres reais. Que Deus é o Eu sou de todos os indivíduos na face da terra, ainda que apareçam como humanidade doente, pecadora ou moribunda. Deus é o Eu sou; Deus é a vida; Deus é a inteligência; Deus é a lei de todas as pessoas, mesmo quando no sonho mesmérico pareçam ser doentes, pecadoras ou estúpidas. Amar o nosso próximo como a nós mesmos, significa realmente reconhecer que Deus é o verdadeiro ser de tudo que é manifesto, não importando a aparência mesmérica que está nos confrontando.

Quando seguimos estes dois mandamentos literalmente, logo vemos que toda a aparência que interpretamos como sendo humanidade doente, estúpida, moribunda ou ignorante, é creada pelo "sonho do mundo", aquilo que o Mestre chamou de "este mundo". Quando isto se torna claro para nós, não mais amaremos, odiaremos ou temeremos tais aparências. Não amaremos as pessoas deste mundo mais do que as odiaremos ou temeremos, porém amaremos aquilo que constitui as pessoas: Deus, o Cristo, o Espírito e a Alma de todo ser individual na terra. Esta é a única maneira pela qual realmente se pode amar "este mundo" -- porque você verá logo, que é impossível amar as aparências que este mundo nos apresenta. Consequentemente, se você olhar através destas aparências, para aquilo que elas realmente são, rumo ao que realmente lhes constitui o ser, chegará a um pleno estado de amor capaz de ajudar o teu ajudar o teu próximo, quer seja ele um homem, uma mulher ou criança, ou ainda um animal ou inseto. A sua conscientizacao concretiza essa verdade. Uma vez que você tenha percebido que existe uma Alma invisível, que é o ser real de todos, então você estará apto a olhar através das aparências, a olhar diretamente através dos olhos, para a verdadeira Alma que mora por trás da aparência humana, e assim alcançar o verdadeiro estado de amor por todos os seres.


"Ame seu semelhante através de uma atividade espiritual. Veja o amor como a substância que existe em tudo, não importando a forma com que se apresente. Ao nos elevarmos acima da nossa humanidade para uma dimensão superior de vida, na qual compreendemos que nosso próximo é um ser puramente espiritual, governado por Deus, nem bom, nem mau, estaremos amando realmente." (Joel Goldsmith - Praticando a Presença, 1956 )


Ao se treinar, olhando através dos olhos das pessoas e dos animais que se aproximam de você, automaticamente você atingirá o nível de consciência onde não mais estará amando, odiando ou temendo o mundo aparente, ou aquilo que Jesus chamou de "este mundo". Na proporção em que se aperfeiçoa nisto, poderá dizer com certeza: "Eu tenho superado este mundo. Não mais o amo, odeio ou temo; não mais tento me ver livre dele; não mais me debato ou luto contra ele; vejo através dele - através e além dele. Vejo o que realmente é: Deus. Vejo que aquilo que aparenta ser, não é senão uma imagem no pensamento feita do material de sonho do mundo".

Este é o segredo de todos os segredos; este é o segredo do viver espiritual; este segredo não é encontrado na literatura de este mundo. Quando você lê a mais inspiradora literatura, ainda que você a encontre inspiradora, usualmente terá os mesmos problemas a enfrentar no dia de amanhã. A literatura inspiradora do mundo, em si e por si, não é nada. Ela pode elevar-nos e fazer-nos mais receptivos ao Espírito, mas ela não nos dá a verdade necessária ao nosso desenvolvimento. E esta verdade é a de que as discórdias, limitações e desarmonias deste mundo, provêm do tecido da ilusão --"este mundo" -- o nada. Com este reconhecimento, você terá o segredo da superação -- a superação "deste mundo".


sexta-feira, maio 13, 2011

A função do curador (Osho)

Osho

"O curador não é na verdade um curador porque ele não é um fazedor. A cura acontece através dele; ele tem somente que se anular. Ser um curador realmente significa não-ser. Quanto menos você é, melhor a cura irá acontecer. Quanto mais você é, mais a passagem vai estar bloqueada. Deus, ou a totalidade, ou o que você preferir chamá-lo, é o curador: o todo é o curador...

Uma pessoa doente é alguém que desenvolveu bloqueios entre ele mesmo e o todo, assim algo está desconectado. A função do curador é reconectá-lo. Mas quando eu digo que a função do curador é reconectá-lo, eu não estou querendo dizer que o curador tem que fazer alguma coisa. O curador é apenas um médium. O fazedor é Deus, o todo.

A medicina não é uma profissão comum. Não é somente tecnologia, porque seres humanos estão envolvidos. Você não está reparando mecanismos, não é somente uma questão de know-how, é uma profunda questão de amor...

Você está jogando com seres humanos e suas vidas, e isto é um fenômeno complexo. Algumas vezes alguém pode cometer erros e estes erros podem vir a ser fatais para a vida de alguém. Então vá com profunda devoção. Vá com humanidade, humildade, simplicidade.

As pessoas que simplesmente vão à medicina como se eles estivessem indo para a engenharia não são as pessoas certas para serem médicos e doutores - elas são as pessoas erradas. Aqueles que não são ambivalentes são pessoas erradas. Elas irão operar em seres humanos como um mecânico faz com um carro. Elas não irão sentir a presença espiritual do paciente. Elas não irão tratar a pessoa, elas irão tratar o sintoma. Naturalmente, eles podem ser muito seguros; um técnico é sempre seguro.

Mas quando você está envolvido com seres humanos você não pode ser tão seguro; a hesitação é natural. Pensa-se duas, três vezes antes de se fazer alguma coisa, porque uma vida preciosa está envolvida - uma vida que nós não podemos produzir, uma vida que desaparecendo se foi para sempre. E é um indivíduo, que é insubstituível, único, igual a ele nunca existiu e igual a ele nunca existirá novamente. Você está brincando com fogo - hesitação é natural. Entre nela! Entre com tremenda humildade. Tenha uma profunda reverência pelo paciente. E quando estiver tratando-o, se torne somente um veículo da energia divina. Não se torne um doutor, simplesmente se torne um veículo da energia curativa divina - somente um instrumento. Deixe existir o paciente - tenha grande reverência pelo paciente, não o trate como um objeto - e deixe existir Deus, e com profunda devoção permita que Deus flua através de você e atinja o paciente. O paciente está doente; ele não pode se conectar com Deus. Ele caiu muito longe. Ele esqueceu a própria linguagem de como curar a si mesmo. Ele está em um estado desesperado. Você não pode culpá-lo; ele está num estado desamparado.

Alguém que está saudável pode ser de tremenda ajuda se ele se torna um veículo. E se a pessoa saudável é também um homem que conhece, isto pode ser de mais importância, porque a energia divina pode lhe dar apenas dicas muito sutis - elas têm que ser decodificadas por você. Se você conhece medicina, você pode decodificá-las muito facilmente. E então você não está fazendo nada com o paciente, é Deus que está fazendo. Você se torna disponível para Deus e você torna todo o seu conhecimento disponível. É a energia curadora de Deus em conjunção com o seu conhecimento que ajuda. E isto nunca prejudica. Você pode ser prejudicial. Assim abandone a si mesmo, deixe Deus estar presente. Entre na medicina e continue meditando.

Todo mundo pode se tornar um curador. Curar é algo parecido com respirar; é natural. Alguém está doente; isto significa que ele perdeu sua capacidade de curar a si mesmo. Ele não mais está consciente de sua própria fonte curadora. O curador está ajudando-o a se reunificar. Esta é a mesma fonte da qual o curador se abastece, mas o homem doente esqueceu completamente de como entender a sua linguagem. O curador está em relacionamento com o todo, assim ele pode se tornar um médium. O curador toca o corpo da pessoa doente e se torna uma ligação entre ela e a fonte. O paciente não está mais diretamente conectado com a fonte, assim ele se toma indiretamente conectado: Uma vez que a energia começa a fluir, ele está curado.

E se o curador é realmente um homem de entendimento... porque é possível você se tomar um curador e não ser um homem de entendimento. Existem muitos curadores que curam mas não sabem como acontece; eles não conhecem o mecanismo. Se você também entende, você pode ajudar o paciente a ser curado e você pode ajudá-lo a estar consciente da fonte de onde a cura está acontecendo. Assim não somente ele é curado de suas doenças atuais, ele é prevenido de futuras doenças. Então a cura está perfeita. Ela não é somente curativa, ela também é preventiva.

Curar quase se torna uma experiência de oração, uma experiência de Deus, de amor, do todo."



terça-feira, maio 10, 2011

"A fé remove montanhas" (Osho)


Osho


Uma doença, qualquer enfermidade, surge primeiro na mente e depois se dirige para o corpo. Pode levar um longo tempo para chegar a corpo - trata-se de uma longa distância. Você não tem consciência dela quando ela está na mente; você só se torna ciente quando ela explode nas raízes do corpo. Você sempre sente a doença no corpo, mas ela se origina sempre na mente. Você não está ciente dela então; assim, você nada pode fazer quanto a isso. Mas quando ela vem para o corpo, então, naturalmente, você começa a procurar um médico, sai em busca de auxílio. O médico, vendo-a no corpo, começa a tratá-la no corpo. Ela pode ser tratada no corpo - mas então alguma outra doença surgirá, porque o tratamento não atingiu a fonte, o lugar das causas. Você muda o efeito, mas não a causa.

Se a mudança puder acontecer na mente, então a doença desaparecerá do corpo imediatamente. É isso que a moderna pesquisa sobre hipnose prova: que toda doença, pelo menos no princípio, pode ser transformada, mudada, ela pode sumir se a mente for mudada. E o inverso também é verdadeiro: se a mente for convencida pela hipnose, então a doença pode ser criada também.

Dois ou três dias atrás, alguém me enviou um artigo de profunda significância. Um homem - um médico, um médico na Califórnia - tratou muitos pacientes de câncer apenas através da imaginação. Esta é a primeira chave que abre a porta... E não só um paciente, muitos.

O que ele faz: ele simplesmente pede aos pacientes que imaginem. Se eles têm câncer de garganta, ele lhes diz para relaxar e imaginar que toda a energia do corpo se move para a garganta e o tumor vai sendo atacado pela própria energia deles, exatamente como flechas vindas de todos os lados, movendo-se em direção à garganta e atacando a doença. Dentro de três, quatro ou seis semanas o turmor simplesmente desaparece sem deixar um traço atrás. E o câncer é considerado incurável!

O câncer é uma doença moderna: ele se deve ao estresse, à tensão e à ansiedade da vida. Não há, na verdade, até agora, nenhuma cura para ele através do corpo. Mas se o câncer pode ser tratado através da mente, então tudo pode ser tratado através da mente.

Os milagres de Jesus aconteceram porque as pessoas confiavam muito. Uma vez, enquanto Jesus caminhava, uma mulher, uma mulher muito pobre, tentava se aproximar dele, e estava muito apreensiva, temendo que Jesus não a pudesse tratar, porque ele estava, como sempre, cercado por uma pequena multidão... A mulher pensou consigo mesma: "Basta um toque na roupa de Jesus, por trás..." E ela se curou.

Jesus olhou para trás e a mulher começou a agradecê-lo. Ela caiu a seus pés, em gratidão. Ele disse: "Não seja grata a mim, seja grata a Deus. Sua fé a curou, não eu".

O mundo era cheio de confiança; as pessoas estavam enraizadas na fé. Então, apenas a ideia de que "se Jesus tocar em meus olhos, eles sersão curados e se abrirão", e a própria idéia se torna a raiz causal da cura. Não é que Jesus cure: se você for cético, então Jesus não pode fazer nada, ele não será capaz de curá-lo.

Eu estive lendo uma história.

Um dia Jesus estava fugindo de uma cidade. Um camponês o viu correndo e lhe perguntou:

- O que houve? Para onde o senhor está indo?

Mas Jesus estava com tanta pressa que foi adiante sem responder. Então o camponês o seguiu, conseguiu pará-lo por um instante e disse:

- Por favor, me diga, pois fiquei muito curioso. Se não me disser, vou seguí-lo sem parar. Por que está correndo? Para onde? De quem o senhor está fugindo?

Jesus respondeu-lhe:

- De um tolo.

O camponês começou a rir e disse:

- O que o senhor está dizendo!? Eu sei que o senhor já curou gente cega, já curou gente estava morrendo. Já ouvi até dizer que o senhor curou gente que estava morta! O senhor não pode curar um tolo?

E Jesus respondeu:

- Não. Eu tentei, mas não posso, porque ele é um tolo e não acredita. Já curei todos os tipos de doença e nunca falhei, mas com esse tolo não foi possível. Ele vive o tempo todo atrás de mim dizendo: "Cure-me!" Tentei de todas as formas possíveis mas não adianta. É por isso que estou fugindo da cidade.

Um tolo não pode ser curado... e um tolo não pode ser hipnotizado. De modo geral, acredita-se que as pessoas muito inteligentes não podem ser hipnotizadas. Isso é absolutamente errado. Somente os tolos, os idiotas, os loucos, não podem sem hipnotizados. Quanto maior é a inteligência, maior é a possibilidade de ir fundo na hipnose - porque na hipnose sua confiança é necessária; o requisito básico é a sua confiança, o requisito básico é a sua cooperação, e um idiota, um louco, não coopera e não confia.

Jesus podia fazer milagres. Esses milagres eram simples; aconteciam porque as pessoas confiavam. Se você confia, o interior da mente começa a funcionar, espalha-se por todo o corpo e muda tudo. Mas se você não confia, então nada acontece. Até mesmo a medicina comum o ajuda porque você confia nela. Já observou que, sempre que um novo medicamento é criado, ele funciona muito bem de seis meses a dois anos - as pessoas são afetadas por ele. Mas depois de seis, oito, dez meses, ele não funciona tão bem. Os médicos têm se interrogado: "o que acontece?"

Sempre que um novo remédio é inventado, você acredita nele mais do que no velho medicamento. Agora você sabe que a panacéia está ali e "ela vai resolver". E ela resolve!

A confiança num novo medicamento, numa nova descoberta, ajuda. Eles falam sobre o medicamento nó rádio, na TV, nos jornais, e cria-se um clima de confiança e esperança. Mas depois de alguns meses, depois que muitos já tomaram aquele remédio - e alguns tolos também o tomaram e não puderam ser ajudados -, a suspeita surge, "porque aquele homem tomou o remédio e nada aconteceu!". Esses tolos, então, criam o anticlímax, e depois de algum tempo o remédio perde seu efeito.

Ainda mais do que o remédio, o médico ajuda se você confia nele. Você já observou que quando está doente e o médico chega, se você confia nele, sente um alívio só com a sua chegada? Ele ainda não lhe deu nenhum remédio, apenas examinou o seu corpo - tirou a pressão, isso e aquilo - e você já se sente 50% melhor. Chegou um homem em quem você confia. Agora você não precisa carregar o peso sozinho; pode deixá-lo com ele e ele verá o que fazer. Se você não confiar no médico, ele não poderá fazer nada.

Na medicina, eles dão o nome de placebo a um certo remédio. É só água, farinha, ou algo que não tem nada a ver com a doença. Mas se ele for dado a você por um médico em quem você confia, aquilo ajuda tanto quanto o remédio real; não há diferença.

A mente é mais poderosa do que a matéria; a mente é mais poderosa do que o corpo.

Jesus era mais um curandeiro do que um professor. Um curandeiro não apenas do corpo, não apenas da mente, mas da alma também. Ele era um médico, um médico da alma. É como todo mestre tem de ser.

Você está dividido interiormente, está fragmentado, não é um todo. Se você se tornar inteiro, está curado. Se as tensões em relação ao futuro e as tensões acumuladas do passado desaparecerem de dentro de você, você será curado, suas feridas desaparecerão. Se você puder estar no presente - no Agora -, estará inteiro, completamente vivo, totalmente vivo, e um profundo regozijo acontecerá em você.

Jesus não é um filósofo transmitindo algum dogma para as pessoas. Ele está tentando ensinar confiança, e, se a confiança acontece, tudo se torna possível. E ele diz: "A fé remove montanhas". Pode não ser as montanhas que existem no exterior, mas as montanhas de ignorância, as montanhas de feiúra, as montanhas de inconsciência que existem no seu interior. Ele não tem um credo, um dogma. Ele está, na verdade, desprendendo de si uma força curativa. Todo seu esforço é ajudá-lo a retornar para Deus. Eis porque ele disse: "Não agradeça a mim. Agradeça a Deus".

E ele também diz: "Foi a sua fé que o curou". Nem mesmo Deus pode curar você - só a sua fé. A insistência de Jesus é na fé. E lembre-se da diferença entre fé e crença: crença é uma ideia; fé é uma realidade total, uma reverência pelo todo. Crença é da mente; fé é da sua totalidade.

Quando você acredita em Deus, você acredita num Deus do filósofos. Quando você acredita em Deus, Deus é uma ideia, uma doutrina. Ele pode ser provado e contestado, sem nunca o transformar. Mas, se você tem fé, isso já o transforma. Eu não direi que a fé vai transformá-lo. Se você tem fé, ela já o transformou. A fé não conhece nenhum futuro, ela é imediatamente efetiva. Mas a fé não é da cabeça. Quando você tem fé, você tem fé em seu sangue, em seus ossos, em sua medula, em seu coração. Você tem fé em todo o seu ser. Um homem de fé é um homem de Deus.

Aconteceu: uma vez pediram a um rabino que resumisse toda a mensagem da Bíblia. Ele respondeu que toda a mensagem é muito simples e curta. É Deus gritando: "Entronize-me!"

Foi isso que aconteceu naquela manhã no rio Jordão. Jesus desapareceu, Deus foi entronizado. Jesus esvaziou a casa, Deus entrou.

Ou você existe, ou Deus existe — os dois não podem coexistir. Se você insiste em existir, então, abandone a busca de Deus; ela não se realizará. Dessa forma a busca é impossível, absolutamente impossível.

Se você estiver presente, então, Deus não pode estar: a sua própria existência, a sua própria presença, é a barreira. Você desaparece... e Deus está. Ele sempre esteve.

O homem vive como uma parte, separado do todo. Ao redor de si, ele cria ideias, sonhos, o ego, a personalidade, e pensa em si como uma ilha, desconectado do todo, sem relação com o todo.

Você já conseguiu ver algum relacionamento entre você e as árvores? Já conseguiu ver algum relacionamento entre você e as pedras? Já conseguiu ver algum relacionamento entre você e o mar? Se não conseguiu, então jamais chegará a ver o que é Deus.

Deus, a divindade, não é nada mais que o todo, a totalidade, a unidade. Se você existe como uma parte separada, desnecessariamente existe como um mendigo. Você poderia ter sido o todo.

E mesmo quando pensa que é separado, você não é — isso é apenas um pensamento na mente. O pensamento não está enganando Deus: está enganando somente você. O pensamento é simplesmente uma barreira para seus olhos se abrirem.

Todo esforço de Jesus é para trazê-lo de volta para casa. Sim, Deus está gritando através dele: "Entronize-me!" Se você tiver fé, se tornará disponível e Deus será entronizado em você. Esse é o único modo de se estar cheio de graça. A menos que Deus seja entronizado em você, você permanecerá um mendigo, permanecerá pobre, permanecerá doente. Você nunca será inteiro e saudável, nunca conhecerá o êxtase da existência, nunca será capaz de dançar, rir e cantar e simplesmente ser... - somente se Deus for entronizado em você, e isso significa que você foi destronado e Deus ficou no seu lugar.

Assim, esta é a escolha, a maior escolha com a qual o homem se depara: ou ele continua no trono... ou deixa o trono e permite Deus entrar.






segunda-feira, maio 09, 2011

AMOR E CARIDADE


Joel S. Goldsmith




"Você não é obrigado a amar o próximo nem a fazer caridade em benefício dos pobres. Não. Você ama o seu próximo e pratica a caridade, mas para o cumprimento de sua própria natureza. É tolice acreditar que esteja fazendo algo pelos outros. Tudo o que você faz, o estará fazendo para si mesmo. Caso você aceite a crença de que faz algo para os outros, será pago na mesma moeda. Reconheça que, ao fazer algo, você o estará fazendo para a sua própria realização."




sábado, maio 07, 2011

Ofereça corretamente e receberá em abundância

Masaharu Taniguchi


Os atos de dar e de receber são regidos por lei e, se desejamos prosperar, devemos estudar a fundo essa lei. São leis da mente que, aprendendo-as, conseguiremos aplicá-las da mesma forma que agimos com outras leis. Os ensinamentos de Jesus Cristo se destacam porque ele aplicou estas leis em todas as áreas da vida real. Não são leis que devem ser aplicadas em sentido restrito, somente no âmbito religioso, mas leis globais que abrangem os pensamentos, as atitudes, o viver e o existir de todas as pessoas. Não é uma simples lógica, mas sim um meio concreto que dá verdadeiros frutos na vida real, se colocado em prática. Por isso, os ensinamentos de Jesus Cristo podem ser vivenciados também na atualidade, tornando-se verdadeira base do trabalho empresarial.

A lei ensinada por Jesus Cristo, sobre o ato de dar e o de receber, foi: “Dai, e ser-vos-á dado”. Mas esta Verdade é um princípio universal que se aplica não só em todos os nossos relacionamentos sociais, mas também em todos os relacionamentos de âmbito empresarial. Além disso, esta Verdade, ao mesmo tempo que é universal, é um princípio perene e também uma lei extremamente poderosa que rege tudo na vida. Apesar disso, até agora não investigamos o verdadeiro e profundo significado dessa lei e, simplesmente, nos satisfazemos em efetuar pesquisas superficiais. Jesus ensinou a “não julgar pelas aparências”. Como a causa de toda manifestação exterior se encontra totalmente no seu interior, é importante conhecer perfeitamente a sua lei imanente. Ou seja, só quando compreendermos a verdadeira causa é que perceberemos qual será o resultado. Então, será inútil perseguir apenas os resultados que mudam constantemente, sem conhecer a causa. Portanto, para obter o efeito chamado prosperidade, é preciso esclarecer qual é a sua verdadeira causa.

Bem recentemente, as pessoas começaram, pouco a pouco, a prestar atenção na verdadeira origem da existência, e estão começando a perceber que tudo se origina de um ser espiritual ou de algo que existe na mente. Muitas pessoas pensam, ainda, que a matéria é tudo e continuam apegadas ao mundo material. Estão, porém, percebendo que o mundo material é, na verdade, o mundo das consequências , um mero mundo das sombras. Até mesmo os ensinamentos de Jesus eram interpretados materialmente, e, assim, as pessoas não compreendiam seu verdadeiro significado. Consequentemente, o cristianismo até agora não conseguiu manifestar muito resultado no sentido de melhorar a sociedade de fato. Entretanto, os ensinamentos de Cristo são revelações que devem ser compreendidas exclusivamente de modo espiritual! Quando a pessoa compreender verdadeiramente essas revelações, todas as desarmonias desaparecerão, como também serão solucionados todos os seus problemas financeiros.

Jesus Cristo jamais tentou controlar os atos das pessoas através de leis. Ele convocou seus doze discípulos e, através deles, tentou efetuar uma reforma apelando para a sabedoria, a honestidade e o bem existente no interior de todas as pessoas. Por isso, Jesus falava: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura”. E pregando a Verdade de que todo pensamento e toda palavra torna-se força motriz que move o mundo fenomênico, ensinou: “Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado”.

De fato, nós experimentamos na pele que os pensamentos da nossa mente atraem a infelicidade, criam doenças e até nos levam à morte. E também somos capazes, ao mesmo tempo, de anular ou corrigir esses pensamentos equivocados. E descobriu-se que todas as pessoas são capazes de fazer isso com a sua força de vontade. Por isso, Paulo ensinou, referindo-se a esse fato: “Reformai-vos pela renovação do vosso espírito”.

Em matéria de pensamentos destrutivos, existem as mentalidades egoísticas como avareza, culto ao dinheiro, cobiça, etc. Tais pensamentos são ambições que levam ao caos a cultura e a paz no mundo. O meio para curar-se dessas ambições e salvar-se da infelicidade é, em última análise, suscitar pensamentos iluminados da verdade. E, além disso, conscientizar-se do fato de que “nada existe que seja meu”, pois tudo faz parte da vida comum que surgiu da única Grande Vida que é a própria Vida de Deus. Ou seja,“A multidão dos que criam tinha um só coração e uma só alma, e nenhum dizia ser sua coisa alguma daquelas que possuía, mas tudo entre eles era comum” (Atos dos Apóstolos 4: 32).

O primeiro degrau para chegar a esse nível é ir além do sistema vigente que remunera por um serviço prestado e adotar o sistema de livre remuneração. Assim como no mundo existe a lei de equilíbrio entre o Sol e os planetas, a LEI DO EQUILÍBRIO atuará entre o ato de dar e o de receber. A lei tem sua base no amor e na justiça. Portanto, as leis ajustam todos os acontecimentos de forma imparcial e harmoniosa. Então, quando obedecermos às leis, elas harmonizarão a nossa mente e o nosso corpo, manifestando em nós a prosperidade, a felicidade e a saúde. Amor e justiça são forças poderosas e ímpares, e tudo é movido por elas. Mesmo que sejam apenas algumas pessoas, se agirem com pensamento correto e amor profundo e verdadeiro, conseguirão fazer com que esse pensamento se infiltre no subconsciente da humanidade e impressione o coração de todas as pessoas. Este Movimento já se iniciou. E está avançando rapidamente. Portanto, todas as pessoas deverão tomar a decisão de anular o ego e assim aderir a este movimento, tornando-se espontaneamente sua força propulsora.

O subconsciente da humanidade é formado pela corrente de pensamentos das pessoas e pelas suas crenças fundamentais. Entretanto, certo número de pessoas consegue se posicionar acima dessa corrente de pensamento e pensar de forma independente. O pensamento “sucesso é ter dinheiro”, que existe no subconsciente da humanidade, está sendo agora substituído pelo pensamento “sucesso é efetuar um bom e eficiente trabalho”. Este pensamento será levado avante pelas pessoas que decidirem pensar e agir do mesmo modo que pensou e agiu Jesus Cristo.

Para que o leitor seja uma dessas pessoas e contribua para a transformação do subconsciente da humanidade, deverá primeiramente oferecer-se totalmente, em espírito, como missionário de Deus e tomar a decisão de realizar a grandiosa missão que Ele lhe atribuiu. Isto não significa necessariamente que você tenha de se dedicar à evangelização tal como fez Paulo, nem que tenha de realizar propaganda ostensiva. Você conseguirá realizar esta vigorosa obra meditando em seu aposento oculto, anulando no dia-a-dia o sentimento de ganância e declarando ampliar em todo o Universo o Amor e a Justiça de Deus. Você fará com que a ideia de justiça e da imparcialidade esteja presente entre as pessoas e conseguirá fazer com que isso seja o tema central das suas palavras e ações. Seja em que negócio for, não deve, por nenhum momento, planejar algo que só beneficie a si e a seus companheiros. Agindo com absoluta justiça e imparcialidade, deve manter firmemente a convicção de que será provido de tudo que lhe é necessário agora. Deve vivificar plenamente tudo que lhe vem às mãos. Faça com que tudo que você oferece tenha um valor absoluto. Não deve, portanto, usar nenhum artifício para mostrar que tem valor. Além disso, um meio ainda melhor é considerar-se um espírito sagrado que trabalha com poderosa força espiritual, e agir convicto de que todas as exigências deste espírito sagrado serão atendidas, indubitavelmente.

Não deve guardar para se prevenir do futuro. Deixe que o próprio futuro se preocupe com o futuro. Se tiver dúvidas de algo e temê-lo, será enfraquecida a sua capacidade e reduzida a sua força espiritual. Tenha a convicção de que no Universo existe a fonte da provisão infinita e que a lei do equilíbrio preenche todas as partes nas quais haja escassez. Se você acredita na economia do acúmulo e na economia da escassez, mude seu pensamento e acredite na economia da provisão infinita. E pratique o ato de dar, mesmo que seja uma quantia insignificante. Dê com amor a uma pessoa que não tem nenhuma possibilidade de devolver-lhe. Sem se limitar a dar coisas materiais e dinheiro, é importante dar juntamente sentimento de amor e substância espiritual. Com o poder das suas palavras, você conseguirá abençoar tudo que oferecer e multiplicá-lo espiritualmente. Considere-se um mordomo de Deus e acredite que é uma pessoa que lida com a provisão infinita dEle. Só quando assim acreditar, você fará com que a força mental e espiritual trabalhe, e conseguirá concretizar, finalmente, uma grande riqueza. Descubra a felicidade no ato de dar. Deus ama aquele que dá com alegria, porque sua mente está aberta para receber ondas espirituais.

Contudo, você não deve dar com sentimento de compaixão. A compaixão é um sentimento que veio envenenando o subconsciente da humanidade durante milhares de anos e, devido a isso, os homens vieram perdendo o espírito de independência. Hoje, chegou o momento em que todas as pessoas devem corrigir esse erro. Todos são filhos de Deus, e todos os filhos de Deus já receberam igualmente tudo que Deus possui. Portanto, se alguém pensa que deve dividir o que possui em demasia com outrem que não possui, estará fazendo com que um seja o benfeitor, e o outro o dependente. Contudo, todas as pessoas já são ricas por terem recebido de Deus a provisão infinita, e, se alguém pensar errônea e arrogantemente que o outro é um pobre, estará ultrajando a natureza divina deste. Todas as pessoas são mordomos de Deus, assim concretizando a vontade divina. Não sou eu que favoreço e dou algo ao outro. Quando considerarmos que aquilo que pertence a Deus é oferecido aos filhos de Deus por Ele, tanto aquele que oferece quanto aquele que recebe serão vivificados pela Verdade e conseguirão se regozijar mutuamente, não sendo mais possível existir aí o sentimento de compaixão. Só existirão o amor, o respeito e a reverência recíproca entre filhos de Deus.

A ganância exerce um forte poder sobre o corpo e acaba adoecendo a pessoa. Sem remover essa causa interior, ela não conseguirá corrigir fundamentalmente a manifestação exterior. Tal pessoa será salva se praticar o ato de dar, apenas com sentimento de amor, de modo livre, sem ser coagida por alguém, nem com o fim de buscar recompensa. Para curar pacientes obcecados pela ganância, certo terapeuta espiritual fazia, muitas vezes, com que eles pagassem um elevada soma de dinheiro como honorários. Pela mesma razão, quando um médico recebesse dinheiro do paciente, certamente, só com isso, já estaria conseguindo curá-lo. Consequentemente, seria um fato que, quanto mais vultoso fosse o preço de uma cirurgia ou tratamento, melhor seria o resultado. Contudo, esses fatores são por demais absurdos, não havendo a necessidade de tomar tais medidas cheias de rodeios, pois as doenças são curadas só de curar a mente da pessoa, de modo mais direto.

Sem dúvida, este método para curar a mente está mais de acordo com a lei de Deus e, no caso de curar a ganância, basta fazer com que a pessoa coloque em prática a lei do amor “É dando que se recebe”, com a cabeça, com as mãos e com o coração. Assim, fará com que as pessoas pratiquem o ato de dar sem esperar recompensa. Para isso, a Unity usa o sistema de livre doação, mas não deixam de existir pessoas que fazem sérias críticas sobre esse procedimento. Por exemplo, acham que isso pode estimular a compaixão e a pobreza, que fará com que predomine o espírito de tirar vantagem. Entretanto, o que eles desejam é apenas retirar de modo eficaz o sentimento de ganância da mente das pessoas e fazer com que comprovem a lei da prosperidade como o ato de dar com amor.

É preciso que todas as pessoas ofereçam algo ao outro sempre que recebem algo. Se alguém consegue receber, é porque houve o ato de dar. Sem despertar para esta Verdade, não haverá a verdadeira cura nem a verdadeira prosperidade. Qualquer pessoa, quando recebe algo, consegue retribuir isso de modo correto. Até mesmo um mendigo que não possui um só centavo consegue retribuir adequadamente por algo bom que recebeu. Pode ser uma palavra da Verdade, ou simplesmente emitir palavras de gratidão e louvor.

Nós estamos trabalhando para conduzir as pessoas ao mundo verdadeiramente eterno, que transcende a pobreza e a riqueza. Para isso, explicamos às pessoas que o homem é um ser espiritual que vive aqui e agora no mundo espiritual, e que, ao conhecer esta Verdade divina e compreender a verdadeira relação entre Deus e o homem, aqui se manifestará concretamente o transcendental mundo da Imagem Verdadeira.

A questão mais importante que o homem deve perceber é o fato de que possui a capacidade de estruturar o pensamento, e que esse pensamento materializa o ambiente e os acontecimentos do mundo exterior, moldando o mundo das experiências de cada um. E todas as pessoas são reis que governam seus próprios problemas, e esses problemas são todos ideias existentes na sua mente, questões que são materializações do seu próprio pensamento. O fato de as ideias de cada pessoa serem bem diversas equivale ao fato de a personalidade dos habitantes de um país ser também bastante diversa. Mas tudo isso se submete ao rei, ou seja, tudo que é fenomênico se submete ao poder do Eu verdadeiro, que é quem governa o reino da mente. Portanto, tudo que você, que é a autoridade suprema, ordenar, se realizará. É vontade de Deus que tudo seja belo e próspero. Portanto, basta ordenar que neste mundo haja riqueza, que ela se manifestará. No reino de Deus, tudo está pronto e, portanto, é possível fazer manifestar a riqueza de acordo com o seu desejo.

Talvez você esteja pensando que não pode oferecer nada aos demais porque sua renda é pouca, ou que é limitada a provisão que recebe. Mas você não será salvo eternamente se não abandonar este pensamento mesquinho e adotar a ideia da provisão infinita “Já sou próspero”. Peça a Deus. Deus é seu “armazém geral”, e tudo que existe dentro dele é de sua propriedade. Entretanto, para você fazer com que a energia do seu pensamento acumulado se manifeste, é preciso, primeiramente, que você comece a dar. Pode iniciar dando um centavo, mas deve fazê-lo em nome de Deus. Deve dar de todo o coração e com profundo amor. E, ao dar, deve afirmar categoricamente o seguinte: “O Amor de Deus abençoa você através de mim e multiplica infinitamente as suas riquezas”.

Sua mente é semelhante a uma corrente de água. Se essa corrente for interceptada por algo, a água ficará estagnada e formará sedimentos. Para limpar esses sedimentos, não basta jogar nova água por cima, mas é preciso remover aquilo que está barrando a corrente de água. Remover essa barragem equivale a remover os velhos conceitos de carência. E jogar nova água por cima significa continuar mantendo a ideia da provisão infinita. Assim, deve começar a dar com sentimento de amor o mais profundo possível. Através do ato de doar, os velhos conceitos vão sendo removidos. Não há necessidade de se limitar a dar objetos, pois, em suma, deve-se demonstrar boa vontade aos demais. Isso não deve ser medido por um critério material, mas apenas por um critério espiritual.

“Deus ama aquele que dá com alegria”. A expressão “com alegria” foi traduzida do grego hilarion e, sem dúvida, significa. Um presente pode ser avaliado pelo seu valor monetário, mas Deus não avalia pelo montante em dinheiro, mas sim pela intensidade do sentimento de alegria e de amor com que a pessoa oferece.

As palavras que constam no capítulo 28: 47,48, de Deuteronômio – “porque não servistes ao Senhor, teu Deus, com gosto e alegria de coração, por causa da abundância de todas as coisas, servirás o teu inimigo, que o Senhor enviará contra ti, com fome e com sede, com nudez e com falta de tudo…” – demonstram que prosperaremos só quando dermos com gosto e alegria. Em suma, seja um grande ou um pequeno presente, quando o oferecemos com gosto e alegria, com profundo sentimento de amor, conseguiremos manifestar a infinita prosperidade de Deus.