"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

sábado, outubro 24, 2020

Os Quatro Compromissos: a Sabedoria Tolteca - 7/11


- Don Miguel Ruiz - 


O CAMINHO TOLTECA PARA A LIBERDADE

Quebrando velhos compromissos

Todos falam sobre liberdade. Ao redor do mundo, diferentes  pessoas, raças e países estão lutando por liberdade. mas o que é liberdade? Nos Estados Unidos, sempre dizemos que o nosso é um país livre. Mas somos realmente livres? Somos livres para ser quem realmente somos? A resposta é não, não somos livres.

A liberdade está relacionada com o espírito humano é a liberdade de sermos quem realmente somos.

O que nos impede de ser livres? Culpamos o governo, culpamos o tempo, culpamos a religião, culpamos Deus. Quem nos impede de ser livres? Nós nos impedimos. O que realmente significa ser livre? Algumas vezes nos casamos e dizemos que perdemos nossa liberdade, depois  nos divorciamos, e ainda não ficamos livres. O que nos impede? Por que não podemos ser nós mesmos?

Temos lembranças de muito tempo atrás, quando costumávamos ser livres e amávamos ser livres, mas esquecemos o que a liberdade realmente significa.

Se olhamos para uma criança que tem dois ou três anos, talvez quatro, estamos em frente a um ser humano livre. Por que esse ser humano é livre? Porque esse ser humano sempre faz o que ele deseja. O ser humano é completamente selvagem. Assim como uma flor, uma árvore ou um animal que não foi domesticado ... selvagem! E se observarmos os seres humanos que possuem dois anos de idade, descobrimos que na maior parte do tempo esses humanos têm um grande sorriso no rosto e estão se divertindo. Estão explorando o mundo. Eles não têm medo de brincar. Têm medo quando se machucam, quando ficam com fome, quando algumas de suas necessidades não são satisfeitas. Porém, não se preocupam com o passado, não se importam com futuro, e só podem viver no momento presente.

Crianças muito pequenas não têm medo de expressar o que sentem. São tão sensíveis ao amor que se perceberem amor, derretem-se em amor. Não têm medo de amar. Essa é a descrição de um ser humano normal. Assim como as crianças, não estamos com medo do futuro ou envergonhados pelo passado. Nossa tendência normal como seres humanos é apreciar a vida, jogar, explorar, ser feliz e amar.

Mas o que aconteceu com o ser humano adulto? Por que somos tão diferentes? Por que não somos selvagens? Do ponto de vista da Vítima, podemos dizer que algo triste aconteceu conosco; e do ponto de vista do guerreiro, podemos dizer que o que nos aconteceu é normal. O que aconteceu é que temos o Livro da Lei, o grande Juiz e a Vítima, que governam nossas vidas. Não somos mais livres porque o Juiz, a Vítima e o Sistema de Crenças não nos permitem ser quem realmente somos. Uma vez que nossas mentes foram programadas com tanto lixo, não somos mais felizes.

Essa corrente de treinamento de indivíduo para indivíduo, de geração a geração, é perfeitamente normal na sociedade humana. Não é preciso culpar seus pais por ensinar você a ser como eles. Que outra forma poderiam ensinar,

além da que conhecem? Fizeram o melhor possível, e se fizeram você sofrer, foi devido à própria domesticação deles, dos medos deles e das próprias crenças. Eles não possuíam controle sobre a programação que recebiam; portanto, não poderiam ter se comportado de forma diferente.

Não há necessidade de culpar seus pais ou qualquer outra pessoa, incluindo você mesmo, por tê-lo feito sofrer na vida. Mas é tempo de parar com esse sofrimento. Está na hora de libertar-se da tirania do Juiz ao trocar a fundação de seus próprios compromissos. É hora de libertar-se do papel de Vítima.

Seu" eu" verdadeiro ainda é uma criança que não chegou a crescer. Algumas vezes essa criança aparece quando você se diverte ou está jogando, escrevendo poesias ou tocando piano, enfim, expressando a si mesmo de alguma forma. Esses são os momentos mais felizes de sua vida:. quando o "eu" verdadeiro sai, quando você não se importa com o passado e não se preocupa com o futuro. Você fica como uma criança.

Mas existem algumas coisas que muda tudo: nós as chamamos de responsabilidades. O Juiz diz: "Espere um. segundo, você é responsável, tem coisas para fazer, precisa trabalhar, precisa frequentar a escola, precisa ganhar sua vida". Todas essas responsabilidades nos vêm à mente. Nosso rosto se altera e nos tomamos sérios outra vez. Se você observar as crianças brincando de adultos, vai perceber que os rostos delas mudam. "Vamos fingir que sou um advogado." E logo os rostinhos mudam; o rosto do adulto assume. Vamos para o tribunal, e esse é o rosto que enxergamos. Vamos para a corte, e esse é o rosto que enxergamos... o que enxergamos. Somos ainda crianças, mas perdemos nossa liberdade.

A liberdade que estamos procurando é a liberdade de ser nós mesmos, de nos expressar. Mas se examinarmos nossas vidas, veremos que na maior parte do tempo fazemos coisas para agradar aos outros, apenas para ser aceitos pelos outros, em vez de viver nossas vidas para agradar a nós mesmos. É o que acontece com nossa liberdade. Enxergamos em nossa sociedade, e em todas as sociedades ao redor do mundo, que para cada mil pessoas, novecentas e noventa e nove mil estão completamente domesticadas.

A pior parte é que a maioria de nós nem ao menos tem consciência de não ser livre. Existe algo no interior sussurrando para nós que não somos livres, mas não compreendemos o que é e por que não somos livres.

O problema com as pessoas é que vivem suas vidas e nem chegam a descobrir que o Juiz e a Vítima governam suas mentes e, portanto, não têm uma chance de ser livres. O primeiro passo na direção da liberdade pessoal é a consciência. Precisamos estar conscientes do problema para poder resolvê-lo.

A consciência é sempre o primeiro passo, porque se você não está consciente, não existe nada para mudar. Se você não percebeu que sua mente está cheia de ferimentos e veneno emocional, não pode começar a limpar e curar os ferimentos e continuará sofrendo.

Não existe motivo algum para sofrer. Com a consciência, você pode ser rebelde e dizer: "Chega!". Você pode procurar por uma forma de criar e transformar seu sonho pessoal. O sonho do planeta é apenas um sonho. Nem ao menos é real. Se você entrar no sonho e começar a desafiar suas crenças, vai descobrir que sofreu todos aqueles anos por nada. Por quê? Porque o Sistema de Crenças no interior de sua mente é baseado em mentiras.

Por isso, é tão importante que você domine o próprio sonho; por isso, os toltecas se tornaram mestres do sonho. Sua vida é a manifestação de seu sonho; é uma arte. E você pode mudar sua vida a qualquer momento em que não estiver gostando do sonho. Os mestres do sonho criaram obras- primas de vida; controlavam os sonhos fazendo escolhas. Tudo tem consequências e o mestre de sonhos está consciente das consequências.

Ser tolteca é uma forma de viver. Uma forma de viver em que não existem líderes nem seguidores, em que você possui sua própria verdade e vive de acordo com ela. Um tolteca se torna sábio, selvagem e livre outra vez.

Existem dois domínios que levam as pessoas a se tornar toltecas. O primeiro é o Domínio da Consciência. Significa tornar-se consciente de quem realmente somos, com todas as possibilidades, O segundo é o Domínio da Transformação ... como mudar, como ficar livre da domesticação. O terceiro é o Domínio da Intenção. Intenção, do ponto de vista tolteca, é aquela parte da vida que torna a transformação de energia possível; é o ser vivente que sem esforço envolve toda a energia, ou o que denominamos "Deus". Intenção é a própria vida; é amor incondicional. O Domínio da Intenção, portanto, é o Domínio do Amor.

Quando conversamos sobre o caminho tolteca para a liberdade, descobrimos que eles possuem um verdadeiro mapa para libertar-se da domesticação. Eles compara o Juiz, a vitima e o sistema de crenças a um parasita que invade a mente humana. Do ponto de vista tolteca, todos os seres humanos domesticados são doentes. São doentes porque existe um parasita que controla a mente e controla o cérebro. A comida, para o parasita, são as emoções negativas produzidas pelo medo.

Se repararmos na definição de "parasita", descobrimos que um parasita é um ser vivo que vive de outros seres vivos, sugando sua energia sem nenhuma contribuição útil em troca e machucando o hospedeiro pouco a pouco. O Juiz, a Vítima e o Sistema de Crenças se encaixam bem nessa descrição. Juntos, formam um ser vivo feito de energia psíquica ou emocional, e essa energia está viva. Claro que não se trata de energia material, mas tampouco as emoções são energias materiais. Nossos sonhos não são energia material da mesma forma, mas sabemos que existem.

Uma das funções do cérebro é transformar energia material em energia emocional. Nosso cérebro é uma fábrica de emoções. E temos dito que a função principal da mente é sonhar. Os toltecas acreditam que os parasitas - o Juiz, a Vítima e o Sistema de Crenças - controlam sua mente; controlam seu sonho pessoal. Os parasitas sonham pela sua mente e vivem sua vida por intermédio de seu corpo. Sobrevivem nas emoções que têm do medo, e se alegram com o drama e o sofrimento.

A liberdade que procuramos é usar nossa própria mente e corpo para viver nossa própria vida, em vez da vida do Sistema de Crenças. Quando descobrimos que a mente é controlada pelo Juiz, pela Vítima, e o "nós" verdadeiro fica num canto, temos apenas duas escolhas. Uma escolha é continuar vivendo da forma que somos, render-se a esse Juiz e a essa Vítima e continuar vivendo o sonho do planeta . A segunda escolha é fazer como quando éramos crianças e os pais tentavam nos domesticar. Podemos nos rebelar e dizer "Não!". Podemos declarar uma guerra contra os parasitas, uma guerra contra o Juiz e a Vítima, uma guerra pela nossa independência, uma guerra pelo direito de usar nossa própria mente e nosso cérebro.

Por isso nas tradições xamanistas em toda a América, desde o Canadá até a Argentina, as pessoas chamam a si mesmas de guerreiros, pois estão em guerra contra os parasitas em suas mentes. Esse é o real significado de um guerreiro. O guerreiro é o que se rebela contra a invasão dos parasitas. O guerreiro se rebela e declara guerra. Sermos guerreiros, porém, não significa sempre que iremos ganhar a guerra; podemos ganhar ou podemos perder, mas sempre damos o melhor de nós e temos uma chance de ser livres outra vez. Escolher esse caminho nos dá, no mínimo, a dignidade da rebelião e nos assegura que não seremos vítimas inocentes de nossas emoções frívolas ou do veneno emocional dos  outros. Mesmo se tivermos sucumbido ao inimigo - o parasita -,  estaremos entre aquelas vítimas que não reagiam.

Na melhor das hipóteses, ser guerreiros nos fornece uma oportunidade  de transcender o sonho do planeta e de alterar o sonho pessoal para um sonho que chamamos de céu. Assim como o inferno o céu é um local que só existe no interior de nossa mente. É um lugar de alegria, onde podemos ficar felizes, onde somos livres para amar e ser quem realmente somos. Podemos alcançar o céu enquanto somos vivos; não precisamos esperar até morrer. Deus esta sempre presente e o reino dos céus se encontra em toda a parte, mas primeiro precisamos ter olhos e ouvidos para enxergar e escutar a verdade. Precisamos estar livres de parasitas.

O parasita pode ser comparado a um monstro com mil cabeças. Cada cabeça do parasita é um dos medos que temos. Se queremos ser livres, temos de destruir o parasita. Uma das soluções é atacar o parasita de frente, o que significa enfrentarmos cada um dos nossos medos um por um. Esse é um processo lento, mas funciona. A cada vez que enfrentamos um dos medos, ficamos um pouco mais livres.

Uma segunda abordagem do problema é parar de alimentar o parasita .Se não dermos comida a ele, podemos mata-lo de fome. Para fazer isso é preciso aprender a controlar nossas emoções, conseguir controlar nossas emoções, precisamos nos abster  de  alimentar  as emoções que derivam do medo. Isso  é muito fácil de falar, mas difícil de realizar. É difícil porque o Juiz e a Vítima controlam nossa mente.

Uma terceira solução é chamada de iniciação dos mortos.

A iniciação dos mortos é encontrada em muitas escolas esotéricas e tradições ao redor do mundo, como no Egito, na Índia, na Grécia e nas Américas. Trata- se de uma morte simbólica, que mata o parasita sem, magoar nosso corpo físico. Quando "morremos" simbolicamente, o parasita tem de morrer. É uma solução mais rápida do que as duas primeiras, porém muito mais difícil de realizar. Precisamos de muita coragem para enfrentar o anjo da morte. Precisamos ser muito fortes.

Vamos examinar mais atentamente cada uma dessas soluções.


sexta-feira, outubro 16, 2020

Os Quatro Compromissos: a Sabedoria Tolteca - 6/11


- Don Miguel Ruiz - 


O QUARTO COMPROMISSO

Sempre dê o melhor de si

Existe apenas mais um compromisso, porém é o que permite  que  os outros três se tornem hábitos profundamente enraizados. O quarto compromisso se refere à ação dos outros três: Sempre dê o melhor de si. Sob qualquer circunstância, sempre faça o melhor possível, nem mais nem menos. Porém, tenha em mente que o seu "melhor" nunca será o mesmo de um instante para outro. Tudo está vivo e mudando o tempo todo; portanto, fazer o melhor algumas vezes pode produzir alta qualidade e outras 'vezes não vai ser tão bom. Quando você acorda, descansado e energizado, de manhã, o seu "melhor" tem mais qualidade do que quando você está cansado, à noite. Seu "melhor" possui mais qualidade quando você está saudável do que quando doente, ou sóbrio em contraposição a bêbado. Seu "melhor" vai depender de você estar se sentindo maravilhosamente feliz ou aborrecido, zangado ou ciumento.

Nos diferentes estados de espírito do dia, seu humor pode mudar de um instante para outro, de uma hora para outra ou de um dia para outro. Seu "melhor" também irá se alterar ao longo do tempo. À medida que você se habitua aos quatro compromissos, seu "melhor" irá se tornar mais e mais eficiente.

Independente da qualidade, continue dando o melhor de si, nem mais nem menos. Se você se esforçar demais para conseguir seu "melhor", irá gastar mais energia do que é necessário, e ao final seu "melhor" não será o suficiente. Quando você exagera, esgota seu corpo e vai contra si mesmo, sendo assim necessário mais tempo para alcançar seu objetivo. Se fizer menos do que seu "melhor", vai sujeitar-se a frustrações, autojulgamento, culpas e arrependimentos.

Simplesmente, dê o melhor de si - em qualquer circunstância da sua vida. Não importa se você está doente ou cansado, se der sempre o melhor de si, não haverá forma de julgar a si mesmo. E se não julga a si mesmo, não há forma de ficar sujeito à culpa, ao arrependimento e à autopunição. Fazendo sempre o melhor, você vai quebrar um encantamento sob o qual sempre esteve.

Havia um homem que, desejando transcender seu sofrimento, foi a um templo budista para encontrar um mestre que o ajudasse. Dirigiu-se ao mestre e perguntou:

- Mestre, se eu meditar quatro horas por dia, quanto tempo vou levar para me iluminar:

O Mestre olhou para ele e respondeu:

- Se você meditar quatro horas por dia, provavelmente atingirá a iluminação em dez anos.

Imaginando que poderia fazer melhor, o homem perguntou: - Mestre , e seu meditar oito horas por dia, quanto tempo levarei para transcender?

- Se meditar oito horas por dia, talvez possa atingir a iluminação em vinte anos - respondeu o Mestre.

- Mas por que levarei mais tempo se meditar mais? indagou o homem.

- Você não está aqui para sacrificar sua alegria ou sua vida. Você está aqui para viver, para ser feliz, para amar. Se puder dar o melhor de si em duas horas de meditação, mas você gasta oito horas, só vai se cansar, perder o objetivo principal e não aproveitará sua vida. Dê o melhor de si e talvez aprenda que não importa quanto tempo você medita, pode viver, amar e ser feliz.

* * *

Dando o melhor de si, você vai viver intensamente sua vida. Será produtivo, será bom para você mesmo, porque irá se doar a sua família, a sua comunidade, a todos. Mas é a ação que irá fazê-lo sentir a mais intensa felicidade. Quando você sempre faz o melhor, pode assumir a ação. Fazer o melhor é assumir a ação, porque você ama isso, porque espera uma recompensa. A maior parte das pessoas faz exatamente o oposto: só age quando espera uma recompensa e não aprecia a ação. E esse é o motivo porque não fazem o melhor.

Por exemplo, a maior parte das pessoas vai para o trabalho todos os dias pensando apenas no pagamento e no dinheiro que irá conseguir com o trabalho feito. Elas mal podem esperar pela sexta-feira e pelo sábado, ou qualquer que seja o dia que o pagamento sair. estão trabalhando pela recompensa e, como resultado disso, resistem ao trabalho. Tentam evitar a ação, o que a toma mais difícil; portanto, não fazem o melhor.

Trabalham muito ao longo da semana, sofrendo pelo trabalho, sofrendo pela ação não porque gostem, mas porque sentem que devem. Precisam trabalhar porque precisam pagar o aluguel sustentar a família. Carregam toda essa frustração e, quando recebem o dinheiro, estão infelizes. Têm dois dias para fazer o que desejarem, e o que fazem? Tentam escapar. Ficam bêbados porque não gostam de si mesmos. Não gostam de suas vidas. Existem muitas formas de magoar a nós mesmos quando não gostamos de quem somos.

Por outro lado, se você agir apenas pelo prazer de agir, sem esperar recompensa, vai descobrir que gosta de todas as suas ações. As recompensas virão, mas você não está ligado à recompensa. Pode até mesmo ganhar mais do que imaginou para si mesmo sem esperar recompensa. Se gostamos do que fazemos e sempre fazemos o nosso melhor, então estamos realmente apreciando a vida. Estamos nos divertindo sem sentir tédio e sem acumular frustrações.

Quando você dá o melhor de si, não dá ao Juiz a oportunidade  de descobrir sua culpa ou de condená-lo. Se for seu "melhor" e o Juiz tenta julgá-lo de acordo com seu Livro de Leis, você vai obter a resposta: "Fiz o melhor possível". Não existem arrependimentos. Por isso, sempre fazemos o melhor. Não é um compromisso fácil de manter, mas ele vai libertá-lo de verdade.

Quando você faz o melhor que pode, aprende a aceitar a si mesmo. Mas é preciso estar atento e aprender com os erros. Aprender com os erros significa praticar, observar com honestidade os resultados e continuar praticando. Isso aumenta sua consciência.

Na verdade, fazer o melhor não parece trabalho, porque você gosta do  que quer que faça. Sabe que está fazendo o melhor possível quando está apreciando a ação ou realizando-a de uma forma que não lhe provoque reações negativas. Você dá o melhor de si porque tem vontade, não porque precise, nem porque esteja tentando agradar ao Juiz, e não porque esteja tentando agradar a outras pessoas.

Se você age porque precisa agir, então não  existe  forma  de  fazer  o  melhor. O melhor seria não fazer. Deve fazer o melhor porque agir assim     em todos os momentos deixa você contente. Quando está realizando o melhor de si apenas pelo prazer de fazer bem-feito, você está agindo porque aprecia agir.

Agir é viver plenamente. Não agir é a forma de negar a vida. Não agir é sentar em frente à televisão todos os dias por muitas horas porque você tem medo de estar vivo e assumir o risco de expressar quem é. Agir significa expressar quem você é. Pode ter muitas ideias na cabeça, mas o que faz toda diferença é a ação. Sem a ação depois de uma ideia não existe manifestação, nem resultados ou recompensas.

Um bom exemplo disso vem da história de Forrest Gump.

Ele não tinha grandes ideias, mas agia. Era feliz porque sempre dava o melhor possível de si em tudo o que fazia. Era ricamente recompensado sem esperar recompensa em absoluto. Assumir a ação estar vivo. É assumir o risco de sair e expressar seu sonho. É diferente de impor seu sonho aos outros, porque todos têm o direito de expressar próprio sonho.

Fazer o melhor é um grande hábito para ser cultivado.

Faço o melhor em tudo o que realizo e sinto. Fazer meu melhor tornou-se um ritual em minha vida porque fiz a escolha para que se tomasse um ritual. É uma crença como qualquer outra que escolhi acreditar. Tomar um banho é um ritual para mim, e com essa ação digo a meu corpo quanto gosto dele. Faço meu melhor para preencher as necessidades de meu corpo. Faço o melhor para dar ao meu corpo e receber o que ele tem a me dar.

Na Índia, realizam um ritual chamado puja. Nesse ritual, tomam ídolos que representam Deus de muitas formas diferentes e os banham, alimentam-nos e dão amor a eles. O ídolo em si não é importante. “O que é importante é a forma como realizam o ritual, a maneira como dizem:” Amo você, Deus”.

Deus é vida. Deus é vida em ação. A melhor forma de dizer "Amo você, Deus" é deixando o passado de lado e viver no momento presente, aqui e agora. Qualquer coisa que a vida tome de você, deixe que vá. Quando você se rende e deixa o passado para trás significa que você pode aproveitar o sonho que está acontecendo no presente. Deixar o passado para trás significa que você pode aproveitar o sonho que está acontecendo no presente.

Se você vive num sonho de passado, não pode aproveitar o que está acontecendo agora, porque sempre deseja que ele seja diferente do que é. não existe tempo para ter saudade de algo ou de alguém, porque você está vivo. Não aproveitar o que acontece no aqui agora é viver no passado é estar vivo pela metade. Isso leva à auto piedade, sofrimento e lagrimas.

Você nasceu com o direito de ser feliz . Nasceu com o direito de amar, de aproveitar e compartilhar seu amor. Você está vivo; portanto, tome sua vida e a aproveite. Não resista a vida está passando através de você, porque é Deus passando através de você. Apenas sua existência prova a existência de Deus. Sua existência prova a existência da vida e da energia.

Não precisamos saber ou provar coisa alguma. Simplesmente ser, assumir o risco e apreciar a da é tudo o que importa. Diga "não" quando tiver de dizer "não", e "sim" quando tiver de dizer "sim.". Você tem o direito de ser você. E só pode ser você quando dá o melhor de si. Quando não dá o melhor de si, está se negando o direito de ser você. Essa é urna semente que deve alimentar em sua mente. Você não precisa de grande sabedoria nem de grandes conceitos filosóficos. Não precisa da aceitação dos outros. Você expressa sua divindade estando vivo e amando a si mesmo e aos outros. É uma expressão divina dizer: "Ei, eu amo você".

Os primeiros três compromissos só vão funcionar se você fizer o melhor. Não espere sempre poder ser impecável com as palavras. Seus hábitos rotineiros são fortes e enraizados demais em sua mente. Mas você sempre pode fazer o melhor. Não espere que nunca vá levar nada para o lado pessoal; faça o melhor possível. Não espere que vá parar de tirar conclusões, mas com certeza você pode fazer o seu melhor.

Dando o melhor de si, os hábitos de usar errado a palavra, de levar as coisas para o lado pessoal e de tirar conclusões irão se tornando cada vez mais fracos e menos frequentes. Você não precisa julgar a si mesmo, sentir-se culpado ou castigar-se se não conseguir manter os compromissos. Se estiver fazendo o melhor possível, irá sentir-se bem consigo mesmo, ainda que tire conclusões, que leve as coisas para o lado pessoal e que não seja impecável com sua palavra.

Se você sempre fizer o melhor, uma vez depois da outra, irá tornar-se um mestre da transformação. A prática faz o mestre. Fazendo o melhor, irá

tornar-se um mestre Tudo o que você já aprendeu, aprendeu por meio da repetição. Aprendeu a escrever, a dirigir e até mesmo a andar por repetição. Você é um mestre em utilizar sua linguagem porque praticou. A ação faz a diferença.

Se você der o melhor de si na procura de liberdade pessoal, na procura do amor próprio, vai descobrir que é apenas uma questão de tempo até conseguir o que deseja. Não é sobre sonhar acordado ou passar horas em meditação. Você precisa levantar-se e ser humano. Precisa honrar O homem. ou a mulher que é. Respeite seu corpo, aproveite seu corpo, ame seu corpo, alimente-o, limpe-o e cure-o. Exercite-o e faça o que ele se sente bem em fazer. Esse é o puja de seu corpo, e isso é a comunhão entre você e Deus.

Você não precisa adorar ídolos da Virgem Maria, de Cristo ou de Buda. Você pode se quiser; se é bom, faça. Seu próprio corpo é uma manifestação de Deus, e se você honrar seu corpo, tudo vai mudar em sua vida. Quando pratica o hábito de amar cada parte de seu corpo, planta sementes em   sua mente, e quando elas germinarem, você irá amar, honrar e respeitar seu corpo imensamente.

Cada ação se torna um ritual no qual você está honrando a Deus. Depois disso, o passo seguinte é honrar a Deus com todos os pensamentos, emoções, crenças, até com o que é "certo" e "errado". Cada pensamento torna-se uma comunhão com Deus, e você irá viver um sonho sem julgamentos, sem fazer o papel de vítima, além de libertar-se da necessidade de mexericar e provocar autossofrimento.

Quando você honra esses quatro compromissos juntos, não existe maneira de viver no inferno. É impossível. Se você for impecável com sua palavra,  se não levar nada para o lado pessoal, se não tirar conclusões e sempre  der o melhor de si, terá uma bela vida. Irá controlar cem por cento de sua vida.

Os Quatro Compromissos são um sumário do domínio da arte da transformação, um dos domínios dos toltecas. Você transforma o inferno no céu. O sonho do planeta é transformado  em seu sonho pessoal  de céu. A sabedoria está lá, só esperando que você a use. Os Quatro Compromissos estão lá; você só precisa adotar esses compromissos e respeitar seu domínio e poder. Você simplesmente dá o melhor de si para respeitar esses compromissos. Você pode fazer esse compromisso hoje: escolho honrar os Quatro Compromissos. São tão simples e lógicos que  até uma criança pode compreendê-los. Mas você precisa ter uma grande força de vontade, para cumprir esses compromissos. Por quê? Porque aonde quer que vamos, encontramos nosso caminho cheio de obstáculos. Cada um tenta sabotar nosso acordo com esses quatro compromissos, e tudo ao nosso redor é uma armadilha para quebra-lo. O problema é que  os outros compromissos são parte do sonho do planeta. Estão vivos, e são muito fortes.

Por isso, você precisa ser um grande caçador, um grande, guerreiro que possa defender esses Quatro Compromissos com sua vida. Sua felicidade, sua liberdade, toda a sua maneira de viver depende disso.O objetivo do guerreiro é transcender esse mundo, escapar desse inferno e nunca mais voltar. Como os toltecas nos ensinaram, a recompensa é transcender a experiência humana de sofrimento, tomar-se a encarnação divina. Essa é a recompensa.

Realmente, precisamos usar cada migalha de poder que possuímos para ter sucesso ao manter esses compromissos. Eu não esperava poder conseguir, de início. Caí muitas vezes, mas me levantei e continuei. Caí outras vezes e continuei. Não senti pena de mim mesmo. Não havia forma de sentir pena de mim mesmo. Eu dizia: "Se caí, sou forte o suficiente,  sou inteligente o suficiente, e posso conseguir". Fiquei em pé e continuei meu caminho. Caí e continuei caminhando, e a cada vez foi mais fácil. Ainda assim, no início foi muito duro e difícil.

Portanto, se cair, não julgue. Não dê ao seu Juiz a satisfação de transformar você em vítima. Não seja duro com você mesmo. Erga-se e faça o compromisso novamente. "Muito bem, quebrei meu compromisso de ser impecável com minha palavra. Vou começar outra vez. Vou manter os Quatro Compromissos só por hoje. Hoje serei impecável com minha palavra. Não levarei nada para o lado pessoal, não tirarei conclusões e farei o melhor possível."

Se você quebrar um compromisso, comece outra vez no dia seguinte, e novamente no dia que virá depois. Será difícil no início, mas a cada dia se tornará mais e mais fácil, até que um dia você descobre que está controlando a sua - vida com esses Quatro Compromissos. Você ficará surpreso com a maneira como sua vida foi transformada.

Você não precisa ser religioso nem ir à igreja todos os dias. Seu amor e auto respeito irão crescer cada vez mais. Você pode fazer isso. Se eu consegui, você também pode conseguir. Não se preocupe com o futuro; mantenha sua atenção no hoje e fique no momento presente. Viva apenas um dia de cada vez. Sempre dê o melhor de si para manter esses compromissos, e logo ,será fácil para você também. Hoje é o início de um novo sonho.


sexta-feira, outubro 09, 2020

Os Quatro Compromissos: a Sabedoria Tolteca - 5/11

- Don Miguel Ruiz - 


O TERCEIRO COMPROMISSO

Não tire conclusões

O terceiro compromisso é não tire conclusões.

Nós temos a tendência para tirar conclusões sobre tudo. Presumir. O problema com as conclusões é que acreditamos que elas são verdadeiras. Poderíamos jurar que são reais. Tiramos conclusões sobre o que os outros estão fazendo e pensando - levamos para o lado pessoal-, e então os culpamos e reagimos enviando veneno emocional com nossa palavra. Por isso sempre que fazemos presunções estamos pedindo problemas. Quando tiramos uma conclusão, entendemos errado, levamos isso para o lado pessoal e acabamos criando um grande drama do nada.

Toda tristeza e drama que você passou em sua vida foram causados por tirar conclusões e levar as coisas para o lado pessoal. Pare um instante  para examinar essa afirmativa. Toda a teia de controle entre seres humanos é sobre tirar conclusões e levar as coisas para o lado pessoal. Todo o nosso sonho de inferno é baseado nisso.

Criamos muito veneno emocional apenas tirando conclusões e fazendo isso de forma pessoal porque geralmente começamos a fofocar sobre nossas conclusões. Lembre-se, fofocar é a forma como nos comunicamos uns com os outros no sonho do inferno e transferimos veneno de uns para os outros. Como ficamos com medo de pedir esclarecimentos, tiramos conclusões e acreditamos estar certos sobre essas conclusões; depois defendemos nossas conclusões e tentamos tornar a outra pessoa errada. Sempre é melhor fazer perguntas do que tirar conclusões, porque as conclusões nos predispõem ao sofrimento.

O grande mitote na mente humana cria um bocado de caos, que faz com que interpretemos mal e tudo errado. Apenas enxergamos o que queremos enxergar e escutamos o que queremos escutar. Temos o hábito de sonhar sem base na realidade. Literalmente, sonhamos coisas com nossas imaginações. Quando não entendemos algum fato, tiramos uma conclusão sobre o significado daquilo. Assim que a verdade aparece, as bolhas de nossos sonhos estouram e descobrimos que não coincidem em absoluto com o que imaginávamos.

Um exemplo: você está andando no shopping e encontra uma pessoa de quem gosta. A pessoa se volta para você, sorri e afasta-se. Você pode tirar várias conclusões baseado nessa experiência. Com essas conclusões, pode criar toda uma fantasia. E você quer de verdade acreditar nessa fantasia e torná-la real. Todo um sonho começa a formar-se baseado nessas conclusões e você pode acreditar: "Puxa, essa pessoa gosta de mim". Em sua mente, Um relacionamento inteiro pode começar daí. Talvez você até se case com ela nessa sua terra da fantasia. "Mas a fantasia é na sua mente, em seu sonho pessoal.

Tirar conclusões em relacionamentos é pedir problemas. Frequentemente, presumimos que nossos parceiros sabem o que pensamos e que não temos necessidade de expressar nossos desejos. Presumimos que eles irão fazer o que queremos porque nos conhecem muito bem. Se não fizerem o que presumimos que fariam, nos sentimos magoados e dizemos: "Você devia saber".

Outro exemplo: você resolve se casar, e pressupõe que sua companheira enxerga o casamento da mesma forma que você. Depois, vivem juntos e descobrem que não é verdade. Isso cria um bocado de conflito, mas, mesmo assim, você não tenta esclarecer seus sentimentos sobre casamento. O marido chega do trabalho e a esposa está brava, e o marido não sabe porquê. Talvez seja porque a mulher tirou uma conclusão. Sem lhe dizer o que quer, ela presume que ele a conheça tão bem que saiba o que ela deseja, como se pudesse ler sua mente. A mulher fica brava porque o marido não atinge essa expectativa. Tirar conclusões num relacionamento leva a muitas brigas, muitas dificuldades e desentendimentos com pessoas que supostamente amamos.

Em qualquer tipo de relacionamento podemos presumir que os outros sabem o que pensamos e que não precisamos dizer o que queremos. Eles farão o que quisermos porque nos conhecem muito bem. Se não fizerem o que desejamos, quando presumimos que fariam isso, nos sentimos magoados e pensamos: "Como é que você pôde fazer isso comigo? Deveria saber". Outra vez presumimos que o outro deveria saber o que nós queremos. Todo um drama é criado porque tiramos uma conclusão e em seguida tiramos novas conclusões sobre a primeira.

É interessante observar como a mente humana trabalha. Temos a necessidade de justificar tudo, de explicar e compreender tudo para sentir segurança. Temos milhões de perguntas que precisam de respostas porque existe muitas coisas que a mente racional não consegue explicar. Não importa se a resposta é correta; uma resposta já nos faz sentir seguros. Por isso presumimos.

Se os outros nos contam algo, tiramos conclusões; se não nos contam, também tiramos, para preencher nossa necessidade de saber e suprir a necessidade de comunicação. Mesmo que escutemos alguma coisa e não compreendamos, tiramos conclusões sobre o significado e depois acreditamos nelas. Tiramos todas essas conclusões porque não temos a coragem de fazer perguntas.

Essas conclusões são rápidas e inconscientes porque na maior parte do tempo mantemos compromissos nesse sentido. Concordamos conosco que não é seguro fazer perguntas; concordamos com que se as pessoas nos amam, devem saber exatamente o que desejamos e como nos sentimos. Quando acreditamos em algo, presumimos que estamos certos sobre aquilo, até o ponto em que destruiremos relacionamentos para defender nossas posições.

Presumimos que todos enxergam a vida da mesma forma que nós. Presumimos que os outros pensam da mesma forma que nós, sentem da mesma forma que nós, julgam como nós julgamos e sofrem como nós sofremos. Essa é a maior presunção que o ser humano pode ter. Por isso, temos medo de ser nós mesmos na presença dos outros. Porque achamos que todos estarão julgando, nos vitimando, nos fazendo sofrer e nos culpando, como fazemos a nós mesmos. Portanto, antes que os outros tenham uma chance de nos rejeitar, nós já nos rejeitamos. É assim que funciona a mente humana.

Também tiramos conclusões sobre nós mesmos, e com isso criamos um bocado de conflito interior. "Acho que sou capaz de fazer isso." Você tira essa conclusão, e depois descobre que não foi capaz de fazer. Você superestima ou subestima a si mesmo porque não resolveu parar e formular perguntas a si mesmo, depois respondê-las. Talvez precise reunir mais fatos sobre uma situação determinada. Ou talvez você precise parar de mentir a si mesmo sobre o que deseja.

Frequentemente, quando você inicia um relacionamento com alguém de quem gosta, precisa justificar porque gosta daquela pessoa. Enxerga apenas o que deseja enxergar e nega que existam coisas naquela pessoa de que você não gosta em absoluto. Mente para si mesmo, a fim de ficar com a razão. Em seguida, passa a tirar conclusões, e uma delas pode ser: "Meu amor vai mudar essa pessoa". Porém, isso não é verdade. Seu amor não pode mudar ninguém. Se os outros mudam, é porque desejam mudar, não porque você pode mudá-los. Então, algo acontece entre os dois e você se magoa. Repentinamente, enxerga o que não quis enxergar antes, e amplificado pelo seu veneno emocional. Agora você precisa justificar sua dor emocional e culpa os defeitos por suas escolhas.

Não precisamos justificar o amor de forma alguma; está ali ou não está ali. O amor verdadeiro é aceitar a outra pessoa da forma que ela é, sem tentar mudá-la. Se tentamos mudá-la, isso significa que na verdade não gostamos dela. Claro, se decide viver com alguém, se firmou tal compromisso, sempre é melhor fazer isso com alguém que seja exatamente da forma que você deseja. Descubra alguém que você não precise mudar em absoluto. É muito mais fácil encontrar alguém que já é da forma que você gosta, em vez de tentar mudar essa pessoa. Igualmente, essa pessoa precisa amá-la da forma que você é. Por que estar com alguém, se essa pessoa não é quem você desejaria que fosse?

Devemos ser quem somos, de forma que não precisemos apresentar uma falsa imagem. Se você me ama da forma como sou, "Muito bem, me aceite". Se você não me ama da forma como sou, "Muito bem, até logo. Procure outra pessoa". Pode soar rigoroso, mas esse tipo de comunicação significa que os compromissos pessoais que fazemos com outros são claros e impecáveis.

Imagine o dia em que você não vai tirar conclusões sobre seu parceiro e, mais tarde, com todas as outras pessoas em sua vida. Sua forma de se comunicar irá mudar completamente e seus relacionamentos não mais sofrerão com os compromissos criados por falsas presunções.

A forma de evitar tirar conclusões é fazer perguntas. Se você não compreende, pergunte. Tenha a coragem de perguntar até que as coisas fiquem tão claras quanto possível, e, mesmo assim, nunca imagine que sabe tudo o que há para saber numa determinada situação. Uma vez ouvida a resposta, não terá de tirar conclusões, porque saberá a verdade.

Da mesma forma, prepare-se para perguntar o que quiser saber. Todos têm o direito de responder sim ou não, mas você também tem o direito de perguntar.

Se não compreende alguma coisa, é melhor perguntar e saber do que tirar qualquer conclusão. No dia em que você parar de tirar conclusões, irá se comunicar com clareza e pureza, livre de veneno emocional. Sem tirar conclusões, sua palavra se torna impecável.

Com clareza de comunicação, todos os seus relacionamentos irão mudar, não apenas com seu companheiro, mas com todos os outros. Não será necessário tirar conclusões, porque tudo se tornará claro. É isso o que desejo; é isso o que você deseja. Se nos comunicarmos sempre assim, nossa palavra se tornará impecável. Se todos os humanos pudessem se comunicar com a impecabilidade da palavra, não existiriam guerras, violência ou mal-entendidos. Todos os problemas humanos poderiam ser resolvidos se tivéssemos uma comunicação boa e clara.

Este, portanto, é o Terceiro Compromisso: não tire conclusões. Dizer isso parece fácil, e sei que é uma coisa muito difícil de fazer. É difícil porque fazemos o oposto com muita frequência. Temos hábitos e rotinas mentais dos quais não nos damos conta. Tornar-se consciente desses hábitos e compreender a importância desse compromisso é o primeiro passo. Mas compreender sua importância não é o suficiente. A informação ou a ideia é apenas a semente em sua cabeça. O que realmente faz diferença é a ação. E afirmar a ação várias vezes fortalece sua vontade, alimenta a semente e estabelece uma base sólida para que os novos hábitos germinem. Depois de muitas repetições, esses novos compromissos se tornarão uma segunda natureza, e você perceberá a mágica de sua palavra transformá-lo de um praticante de magia negra em praticante de magia branca.

Um praticante de magia branca usa a palavra para criar, dar, partilhar e amar. Tornando esse compromisso um hábito, toda a sua vida será completamente transformada.

Quando você transforma todo o seu sonho, a mágica acontece em sua vida. Aquilo de que precisa lhe vem facilmente, porque o espírito se move com liberdade através de você. É o domínio da intenção, o domínio do espírito, o domínio do amor, O domínio da gratidão e o domínio da vida. Esse é o objetivo dos toltecas. Esse é o caminho para a liberdade pessoal.