"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quarta-feira, setembro 28, 2011

Deus - 2/2

Joel S. Goldsmith


A ONIPRESENÇA, A ONIPOTÊNCIA E A DISPONIBILIDADE ETERNA DE DEUS

O segredo deste princípio com o qual estamos trabalhando - chamado de Princípio de Cristo - é a onipresença, a onipotência e a disponibilidade eterna de Deus. Toda a mensagem do "Caminho Infinito" pode ser resumida nas palavras: a onipresença, a onipotência e a disponibilidade eterna de Deus. Isso é tudo. Uma vez que você atingiu a consciência da presença de Deus, você pode pegar todos os escritos do "Caminho Infinito" e jogá-los fora ou desfazer-se deles. Você não precisará mais deles, porque terá a essência do seu ensinamento: o entendimento da natureza infinita de Deus, Sua onipotência e Sua disponibilidade eterna.

Este sentido da Presença e do poder de Deus é o princípio que você vai querer dar aos seus filhos, que seus pacientes ou alunos vão querer dar aos filhos deles. Deve ser construído dentro da consciência da criança desde a manhã até a noite e desde a noite até a manhã. Nunca se deveria permitir que uma criança fosse dormir sem a lembrança consciente de Deus como onipresente. Aqueles que querem que seus filhos cresçam com um sentido maior de masculinidade e de feminilidade do que as últimas gerações, terão que fazer isto por meios diferentes ao do ensinamento humano ou através de um código de conduta puramente humano. Mas a pessoa que, por uma vez, tenha consciência da presença de Deus, nunca mais terá desculpa para violar qualquer princípio de vida, moral ou ético.

O verdadeiro princípio da vida é este: o que é seu, virá até você. Seu próprio estado de consciência se manifestará como a sua experiência e nenhum homem poderá tirar isso de você. Nenhum homem poderá tomar a sua consciência, da mesma forma que não poderá tomar o seu conhecimento de matemática ou de música.

Quanto maior a percepção de Deus que você atingir, maior o grau de coisas e pessoas agradáveis que aparecerão no seu mundo exterior. Essas coisas e pessoas serão a sua própria consciência aparecendo a você. Ao olhar para a atual situação de seus afazeres, você pode dizer: "Então, eu tenho um estado de consciência muito pobre". Pode ser que seja assim. Neste caso, cabe a você reconhecer isso e mudar. Cabe a você mudar. "Buscai, pois, em primeiro lugar o reino de Deus" (Mateus 6:33) - a percepção consciente de Deus. Busque esta consciência de Deus e faça dela uma percepção sempre crescente. Deus está aqui em Sua infinitude, mas atingimos essa consciência só até certo ponto. Que ponto é este, cabe a nós buscar.

Todo mundo na Terra tem, potencialmente, a mesma consciência que Jesus Cristo. Ela é infinita, está aqui e está nos esperando. A pergunta é: queremos passar horas de devoção, queremos fazer o esforço exigido para nos treinarmos a fim de sermos conscientes da presença de Deus, em vez de buscarmos alguma forma, na qual Deus esteja para aparecer? Aqui está todo o segredo. Cabe a nós! Se pudermos contar totalmente com o Princípio, a Consciência, podemos atingir a consciência do Cristo.

Um homem nunca poderia roubar depois de apreender a consciência de Deus como a sua provisão. Um homem nunca mataria, se aprendeesse, uma vez, a consciência de Deus como a vida eterna, como a vida do ser individual. É somente a crença de que alguém tem vida própria que faz com que a pessoa mate, mesmo em legítima defesa. Mesmo o matar em legítima defesa é um reconhecimento de que temos uma vida própria, que está em perigo. Isso não seria possível se a verdade de que Deus é a vida eterna fosse percebida. Você não pode destruir a vida eterna; nenhuma bala ou bomba pode destruí-la. A consciência de que Deus é a realidade do nosso ser dissipa toda condição que leva ao pecado, à doença e à morte. A causa dos problemas do mundo é o sentido de separação de Deus. O antídoto para os problemas do mundo é a percepção consciente de Deus como onipresente, onipotente, onisciente - a realidade do ser.

Quando idolatramos pessoas e personalidades - quer o façamos de um caráter religioso, de um caráter nacional ou internacional - estamos contribuindo com o alicerce de nossa destruição. Só no grau que percebemos Deus como uma presença universal, como uma presença impessoal e imparcial, como a vida de todos, como a mente e a Alma de todos, como a consciência de todo o ser, podemos vencer as condições deste mundo.

Não é o ensinamento de um Deus, e de um Deus onipotente e onipresente, o único ensinamento religioso que pode acabar com as discussões entre igrejas, acabar não só com as guerras religiosas, mas com todas as outras guerras? O antídoto para a guerra é a percepção de Deus como presença e poder individuais, de Deus como nossa experiência individual. Essa percepção traz uma consciência do poder espiritual. Uma vez que, como indivíduos, provarmos que há um poder espiritual que cura nossas doenças, falhas e limitações pessoais, começaremos a ver que há um poder espiritual que pode vencer qualquer mal na sociedade humana.


DEUS SE MANIFESTA ENSINANDO, CURANDO E SALVANDO

A consciência é infinita. A consciência se manifesta como um ser individual (o seu ser o meu ser). Se eu disser a você que a consciência se manifestou como o meu ser individual e como o meu estado de consciência individual, e que esta consciência, através de mim ou como eu, está transmitindo a você esta verdade, você provavelmente concordará. Se você se sentar no seu escritório, ou em casa, e ajudar alguém, você concordará que essa consciência que ocorre como verdade, como poder espiritual, foi aquela que possibilitou a você ajudar o seu paciente, o seu vizinho, o seu amigo ou parente.

Agora, deixe-me avançar um passo e mostrar a você que a Consciência está Se manifestando como um ser individual dentro da minha consciência e da sua. Portanto, a todo instante do dia e da noite, Deus está Se revelando a você, dentro de você, de uma forma individual, em algum sentido individual de pessoa ou poder, como orientação, direção e como um instrumento de cura, assim como um instrumento de amparo e provisão. Em nenhuma hora você está sem aquele que ensina e cura você. Deus está Se manifestando em sua consciência como aquele que ensina e cura. Aonde quer que você vá, com ou sem a companhia de um ser humano, com ou sem um livro, você está levando em sua consciência a manifestação de Deus, de Seu próprio ser como quem ensina, cura, supre, protege e salva.

Quer Ele apareça dentro de você como a idéia de alguma personalidade do passado, do presente ou do futuro; quer Ele apareça a você como um professor ou um ensinamento exteriorizado; quer Ele apareça a você como uma posição ou um investimento, por favor, lembre-se disso: Deus é onipresente em sua consciência como forma individual, como individualidade individual. Em todas as horas e em todos os lugares, Deus está presente dentro de você como o seu professor, como o seu ensinamento, como o seu companheiro, como todas as suas coisas desta existência.

Neste momento, estou pensando mais particularmente em termos de quem ensina e cura, já que o que aparece exteriormente para você como professor ou ensinamento não é isso, de forma alguma. O "professor" ou o "ensinamento" que aparecem para você não são aparições em si mesmos, pois nada são em si mesmos. O "professor" e o "ensinamento" são Deus se manifestando em sua própria consciência como uma idéia divina. Ele sempre está present em sua consciência esperando o reconhecimento, e Ele sempre estará lá manifestando qualquer forma que seja necessária, até o ponto em que você queira reconhecer a manifestação de Deus como uma idéia divina dentro de você e não tenha medo de que a Idéia divina apareça para você de alguma forma que você não tenha vivenciado até agora.

A consciência nunca morre. A consciência de todo e qualquer indivíduo nunca morre. A consciência individual nunca desaparece da face da Terra. Portanto, essa consciência, que é conhecida como Jesus Cristo, Krishna ou Buda (essa consciência que é conhecida como alguma grande luz ou personalidade religiosa e espiritual), está onipresente dentro de você e pode aparecer a qualquer momento em que você abra a sua consciência. Pode tomar a forma de palavras ou pensamentos. Mas não fique surpreso se ela aparecer como uma pessoa, como a verdadeira imagem e semelhança de algum ser espiritual.

A consciência pode aparecer para você como a forma do que você imagina ser Jesus Cristo ou qualquer grande líder espiritual, mas não será a forma, como era conhecida na Terra. Será a forma deles como Deus fez e será visível na proporção da interpretação que você der a ela. Se você é cristão desde o nascimento, ela pode bem aparecer a você como a forma que você já viu nas imagens ou pinturas do Mestre, Jesus Cristo. Mas se você foi educado com o ensinamento hindu, ela pode se tornar visível a você como Krishna ou Buda. Se você é seguidor do judaísmo, pode aparecer como o que o mundo chama de Moisés.

Qualquer que seja a forma, ela será simplesmente a sua interpretação do Cristo - a consciência do Cristo. Ela pode vir a você como alguém que você nunca conheceu ou sobre quem nunca ouviu falar - algum mestre antigo ou moderno. Por outro lado, pode não vir na forma de uma pessoa; pode vir como idéias, palavras ou frases. Mas, em seu pensamento, não limite as formas de expressão, nem considere qualquer coisa impossível, porque Deus é infinito e Deus tem uma infinita maneira de aparecer. A Bíblia está cheia de referências a Deus como luz, mas também enfatiza o fato de que Deus é a verdade. Portanto, Deus pode aparecer muito bem como uma sensação ou uma frase da verdade, ou como uma sensação de luz. Mas não esqueça que Deus, ou a Verdade, sempre apareceu na Terra como um indivíduo. Deus pode aparecer para nós sob qualquer forma.

Deus é o ser individual infinito: Deus é onipresente como a sua consciência individual. Esta onipresença pode aparecer a você sob qualquer forma que sua consciência possa aceitar. Não limite a forma na qual a verdade, a orientação, a saúde, a cura possam vir a você, porque Deus é infinito em Sua atividade, Deus é infinito na forma e na aparência.

Aceite a verdade que Deus pode aparecer a você individualmente: Deus pode aparecer a você dentro de sua própria consciência; Deus pode aparecer como aquele que ensina, cura, salva; Deus pode aparecer como direção, sabedoria, orientação. Aceite Deus sob qualquer forma na qual Ele possa aparecer em sua consciência quando você está em silêncio. Não tenha medo de qualquer visitação interior. Quanto maior o grau de desenvolvimento que você atingir neste trabalho, maior será a revelação interior de uma natureza individual vinda a você. Você receberá a sua manifestação individual de Deus e Deus aparecerá a você de forma individualizada.

No que me diz respeito, a cura da doença, a cura do pecado e a cura da pobreza são apenas prova de que a mensagem da Onipresença é verdadeira. A cura do corpo não é a principal função deste ensinamento; o propósito deste ensinamento é tornar Deus visível e real para você, individualmente, como uma experiência viva. Deus é uma pessoa e um poder vivos - não "pessoa" em nosso sentido de pessoa -, mas Deus é ums individualidade infinita a ser percebida por cada um de nós.

Podemos viver, mover-nos e ter o nosso ser na consciência de Deus vinte e quatro horas por dia. Este é o propósito deste trabalho. A saúde, a riqueza, a harmonia, a paz e a felicidade sempre acompanham a consciência da presença de Deus.

Abraão chamava Deus de "Amigo". Jesus chamava Deus de "Pai". Ramakrishna chamava Deus de "Mãe Kali"; os quakers chamam Deus de "Pai-Mãe". Em qualquer forma que essas pessoas tenham percebido Deus, elas o sentiram não como um nome, mas como uma experiência real, a que deram o nome de "Pai", de "Amigo", de "Pai-Mãe", ou de "Mãe". Foi uma experiência real que ocorreu na consciência deles, como a descida do Espírito Santo em Pentecostes - uma experiência a que eles deram o nome de "Deus" ou de "Pai-Mãe".

O que fizemos em nossa vida religiosa foi simplesmente dizer os nomes "Pai", "Mãe", "Deus" e "Cristo" - sem ter tido realmente a experiência de Deus em nosso ser interior - o que não tem significado. O propósito e a mensagem do "Caminho Infinito" é fazer de Deus uma realidade viva, a fim de que você, ao fechar seus olhos ou abrí-los, tenha sempre a sensação e o sentimento dessa Presença divina orientando, conduzindo, dirigindo e instruindo você.


segunda-feira, setembro 26, 2011

Deus - 1/2

Joel S. Goldsmith


Quando dizemos "Eu sou Deus" ou "Eu guio o meu Universo", não estamos dizendo que um ser humano é Deus ou que um mortal é espiritual. Nunca se esqueça que é um absurdo tentar espiritualizar um homem mortal ou criar Deus num ser humano. Este foi um dos erros da religião, em todos os tempos - destacar algum indivíduo e fazer dele um Deus: escolher alguma pessoa, algum ser humano e fazer dele um Deus. A verdade é que só Deus é Deus; mas Deus é a individualidade, a identidade e a realidade de cada um de nós, quando vencemos os nosso sentido de humanidade. Frequentemente, quando você vê pessoas que trabalham a partir do ponto de vista de que "eu sou", você as achará confusas, perambulando e dizendo: "eu sou Deus". Essas pessoas tendem a perambular com a carteira vazia, com um corpo doente, a usar óculos e, no entanto continuam a dizer: "eu sou Deus". Você pode ver como isso é ridículo, porque isto não é Deus de forma alguma. Eu sou Deus.

Este Eu é um ser universal, infinito, onipresente, e Ele é a realidade do seu ser e do meu ser, quando superamos o sentido humano do eu. Você não eleva o sentido humano e o torna imortal ou espiritual. Eis a razão pela qual os tratamentos que dizem: "Você é espiritual" ou "Você é perfeito" ou "Você é rico" têm pouco valor. Tais afirmações não são, de forma alguma, verdadeiras. Se elas fossem verdadeiras, você não acharia necessário repetílas. Você pode imaginar um Rockfeller ou um Carnegie, ou qualquer homem de fortuna reconhecida, perambulando e dizendo: "Eu sou rico"? Você quase nunca ouve uma pessoa saudável dizer: "Eu sou saudável". Quando você faz estas afirmações, é porque acredita que é o oposto. Você está tentando se enganar, ao acreditar que é algo que realmente não é. Quando você simplesmente repete as palavras: "eu sou Deus", isso não é verdade, mas quando OUVE essa palavras DENTRO de você, esta é a Verdade. Isto é Deus Se anunciando como a realidade. Quando você ouve uma voz dizendo: "Não sabeis que eu sou Deus?", você ouviu a Verdade e, ao ouvir esta Verdade, tudo que é mortal desaparece. Pelo menos, desaparece num certo grau; e como, mais e mais, você ouve a pequena voz silenciosa, haverá cada vez menos do humano, ou do aspecto humano, a ser dissipado. Isto é confirmado na afirmativa do Mestre: "Eu venci o mundo". Ele não disse "Eu me aperfeiçoei nas coisas do mundo" ou "Eu melhorei a saúde deste mundo ou a riqueza deste mundo". O Mestre saiu do mundo. Ele disse: "Eu venci o mundo". E novamente, você encontrará esta mesma idéia em sua afirmativa: "Meu reino não é deste mundo". "Meu reino" - o reino de Cristo, o reino espiritual - não é o do mundo humano. Você não pode trazer o Cristo para o mundo humano, mas pode vencer o mundo humano e encontrar este reino interior, onde o Cristo é rei.

Em nossa passagem favorita de Lucas, você encontra: "Porque os pagãos de todo o mundo é que buscam tudo isso" (Lucas 12:30) - coisas para comer, coisas para vestir e coisas para possuir. O que são os "pagãos de todo o mundo"? Quem são as pessoas do mundo? Não são aquelas cuja consciência está concentrada nas coisas, as pessoas que habitam um ambiente de coisas, adquirindo coisas ou precisando de coisas - COISAS, COISAS, sempre COISAS. Os pagãos de todo o mundo estão buscando coisas, mas não vocês - não "vós, meus discípulos"; vós, de consciência espiritual. Vocês não estão buscando coisas; vocês estão buscando a percepção consciente de Deus como a realidade do seu ser. Isso é tudo o que você pode buscar neste trabalho, e esta atitude atinge seu resultado na declaração de Paulo: "Eu vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim". Quando você diz: "Cristo vive em mim", esta não é uma fala mortal. O mortal, o ser humano, aquele que planeja, deixou de existir e se tornou uma testemunha da atividade do Cristo - da vida do Cristo. Agora, você está observando o Cristo trabalhar EM você, ATRAVÉS DE você e COMO você.

Você está rejeitando o aspecto humano e vivendo sua Cristandade, quando não está pensando, planejando, se preocupando, temendo, duvidando; em outras palavras, quando a mente humana está menos ativa como um aparelho que pensa e mais ativa como um estado de percepção. Quando seu pensamento é o testemunho de Deus em ação, observando Deus se manifestar, então você está vivendo mais a vida de Cristo e menos a vida humana. Quanto mais você achar necessário planejar seus dias, semanas, meses e anos, mais você terá de se preocupar com sua vida; quanto mais o aspecto humano é evidente, menos evidente é o aspecto espiritual. Por outro lado, você está vivendo o seu estado de Cristo na medida em que você encontra o seu trabalho de todo dia, a sua provisão e toda sua atividade se desenvolvendo de uma forma espontânea, normal e natural - quando isso acontece, você pode dizer: "O Eu, Deus, é a realidade do meu ser". Você atingiu um lugar na consciência onde entende o significado do Eu sou Deus. Este Eu, que se torna a lei para o seu ser, não é o pensar consciente de você ou do Eu. É a Consciência divina do nosso ser, revelada no grau, no qual o pensar consciente, no sentido de planejar e de lutar, deixa de existir.


DEUS É A INDIVIDUALIDADE INFINITA

Não anulamos a nós mesmos, nem destruímos nossa individualidade, neste caminho - nós a ampliamos. Mas, neste ponto, devemos entender que Deus é infinito em Sua individualidade e que, portanto, Deus está expressando essa individualidade como você ou eu. Essa individualidade ainda é Deus, mas é Deus se manifestando como você ou como eu. Sendo isto verdade, você pode dizer: "Eu venci o mundo", ou "Eu e o Pai somos um", ou "Eu vivo, mas já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim", ou "Eu sou o Caminho"; qualquer coisa que dê a você este sentido do Eu e que, ao mesmo tempo, subordine a individualidade humana e não a glorifique:


"Glorifica-me... concedendo-me a glória que tive contigo" (João 17:5) Glorifica-me com toda Tua glória. Deixa que tudo o que eu sou ou faço seja Deus em manifestação - não a glorificação do meu conhecimento, de minha percepção ou realização pessoais.


Ser glorificado pela Glória de Deus não deixa espaço para glorificarmos o aspecto humano e chamarmos este aspecto de Deus, ou mesmo para chamá-lo espiritual. O aspecto humano não deve ser espiritualizado; o aspecto humano deve ser vencido. Nunca será necessário vencer algo que tenha uma natureza espiritual. Mas você deve vencer este mundo; deve vencer a individualidade pessoal. Deve entender o Mestre quando ele diz: "Eu nada posso fazer por mim mesmo" (João 5:30). Ele estava rejeitando seus próprios poderes pessoais, ou o pensar consciente, e reconhecendo: "O Pai que habita em mim é quem realiza as obras" (João 14:10). Esse Pai interior é o Eu, ou o Eu sou, ou a Realidade do ser.

Só Deus é Deus. Este é o ensinamento do Caminho Infinito: só Deus é Deus, o homem não é Deus. O Caminho Infinito nunca ensina que o homem é Deus. Mas Deus, sendo infinito, se manifesta como individualidade infinita - Deus se manifesta como a totalidade de você e de mim quando vencemos o mundo. Quando vencemos a tentação de nos interessarmos pelo pequeno 'eu', quando não mais nos preocupamos com essa individualidade pequena, então podemos dizer: "Eu sou Deus", porque isso realmente é verdade.

Até agora, nossa atenção no mundo esteve focalizada nas pessoas e nas coisas. Não fazia diferença a forma pela qual as coisas apareciam. A ênfase sempre esteve na saúde, na riqueza, na harmonia, no lar, ou no companheirismo. A transformação que se faz necessária, agora, é uma reviravolta completa, para onde o pensamento esteja focalizado em nossa consciência, e a habilidade de deixar essa consciência fluir de qualquer forma necessária para o nosso desenvolvimento.

Não nos preocupemos com coisas nenhuma, com pessoa alguma ou com qualquer demonstração. Nada que aparece no mundo dos efeitos é de nosso interesse. Isto não significa que estamos eliminando as pessoas ou as coisas da nossa experiência. Pelo contrário, como o interesse pelas pessoas e coisas deste mundo diminui, geralmente nós as temos com mais abundância, só que, agora, as utilizamos no sentido correto. Por exemplo, se um anel chega até mim, eu o uso e gosto dele, mas não há nenhum apego, nenhum sentido de posse, nenhum sentido de desejo. Ele apenas vem para mim, eu o uso e gosto dele - e isso é tudo. Agora, a mesma coisa pode ser verdade quanto a roupas, amigos ou parentes. Pode ser verdade quanto ao casamento. O que quer que a consciência traga para mim, eu uso e gosto. Mas não há nenhum sentido de posse, nenhum sentido de necessidade, de pedido ou de desejo. Há só a percepção de que Deus, como minha consciência, está aparecendo para mim todo o tempo, em toda forma necessária para a minha experiência, observando como ela se manifesta no dia a dia. Deste modo, todo poder está colocado mais na consciência do que nas coisas.

Tomamos o primeiro mandamento e percebemos que todo o poder está em Deus - a Consciência do meu ser - e porque a natureza de Deus ou da Consciência é a inteligência infinita e o amor divino, Ele não só sabe de nossa necessidade antes de nós, como Ele tem o amor necessário para suprir o que quer que seja preciso para a nossa manifestação. Portanto, quando estamos centrados na verdade que "Eu e o Pai somos um" (João 10:30), o Pai é revelado como a consciência infinita, divina e espiritual do ser individual. Sua natureza é a sabedoria infinita, o amor divino; portanto, Ele está sempre Se emanando como a minha experiência harmônica e diária. Deus, minha consciência, está aparecendo para mim, cada dia, na forma necessária para a realização daquele dia.


DEUS É A PLENITUDE

A palavra "plenitude" - totalmente pleno - é uma palavra importante para nós. Nós estamos sempre plenificados, estamos sempre num estado de plenitude, já que Deus está Se plenificando como o nosso ser individual. Deus está plenificando a Sua glória, a Sua graça, o Seu poder e a Sua soberania como nossa experiência individual. Devemos chegar àquele lugar onde Deus se emana como nós, através de nós, em nós e para nós, e Deus deve se tornar uma realidade viva.

Há um ensinamento que afirma que Deus é a mente divina, uma substância disforme, e que imprimimos nossos desejos sobre essa mente e, então, nossos desejos aparecem como forma. Esse ensinamento faz de Deus um veículo através do qual podemos conseguir o que queremos. A abordagem do Caminho Infinito é o inverso disso. Em nosso trabalho, não temos nenhum anseio, nenhuma necessidade, nenhum desejo; não temos nada para "imprimir" sobre a mente divina. Não estamos nos preocupando com o que precisamos, porque não sabemos o que precisamos. Não sabemos onde estaremos amanhã. Não temos nenhuma idéia, além do mais, do lugar que estamos destinados a preencher no esquema espiritual da existência. Portanto, nossa atitude é o inverso de qualquer ensinamento que faria uso de Deus. A Inteligência divina ou a Consciência, sendo a sabedoria infinita e o amor divino, conhece a nossa necessidade e, porque a natureza de Deus é plenificar-se como a nossa manifestação individual, Ele faz todas as coisas necessárias, sem mesmo estarmos cientes do que precisamos, do que queremos ou desejamos, ou de onde deveríamos estar.

Esta não é uma atitude de "deixe Deus agir", já que isso envolveria um sentido de separação de Deus. É, antes, o entendimento de que já que Deus é a minha verdadeira inteligência, eu sou sempre governado inteligentemente. Já que Deus guia o meu ser de forma divina, então minha experiência está sempre expressando o amor, a perfeição, a harmonia ou o bem divinos. Já que Deus é o bem infinito e tudo o que o Pai tem é meu, esta infinitude está se expressando como a minha experiência.

Esse ensinamento não é fatalista, não é uma aceitação resignada de que: "O que quer que aconteça, foi Deus quem quis" ou "Eu aceitarei o que Deus me mandar". Tal atitude é a dualidade ou duplicidade. Este caminho é a afirmação e a reafiamação das grandes verdades:


"Eu e o Pai somos um." (João 10:30);
"Todos os meus bens são teus." (Lucas 15:31);
"O lugar onde estás é solo sagrado." (Êxodo 3:5).



Deus está sempre Se plenificando como a nossa experiência individual. Então, nessa consciência, podemos dizer: "Deixe a Verdade se manifestar, como Ela faz, já que a Sua vontade está só na natureza da sabedoria infinita e do amor divino". Você vê a diferença? Existe um Deus. Deus é. A harmonia é. Não podemos criar essa harmonia com o nosso pensamento; mas, através do pensamento, podemos nos tornar cientes do fato de que Deus é a lei infinita, de que Deus é o princípio infinito e divino, sempre Se expressando como a harmonia, a sabedoria, a inteligência e o amor de nossa experiência.

Isto é conhecer a verdade e a verdade nos torna livres. Conheça a Verdade. Não se interesse pelas coisa do mundo - quer elas sejam uma casa, dinheiro, um emprego ou uma oportunidade. Interesse-se apenas pela percepção de que Deus está se plenificando como sua experiência individual, de que Deus, a consciência do seu ser, está sempre aparecendo como a forma necessária para sua manifestação. Mantenha firmemente o pensamento em Deus, mantenha continuamente o pensamento na Fonte e na Essência e não no efeito no qual ou forma em que Deus está para aparecer.
Cont...



sexta-feira, setembro 23, 2011

O Infinito aparecendo como "ser individual"


Masaharu Taniguchi


A Grande Vida Universal alojou-se em seu ser e tornou-se "você". Portanto, "você" é um ser "individual" e, ao mesmo tempo, "universal". Na verdade, você é uma existência auto-suficiente que nada precisa buscar em "outras partes". Ao mesmo tempo que você se apresenta como "parte", você é o "todo", e dentro do "todo" já se alojam todas as coisas. Por isso, se compreender esta Verdade, não terá mais necessidades de buscar coisa alguma em outros lugares. O "todo" possui todas as coisas dentro de si, encerra o infinito dentro de si. Portanto, somente quando "der" é que você sentirá a alegria da Vida dentro de si, pois somente "dando" é que se torna possível a circulação do "infinito" e nasce a alegria de viver. O amor provém de Deus e, como Deus é infinito, o amor é inesgotável.

terça-feira, setembro 20, 2011

Comunhão com o Espírito


Joel S. Goldsmith

Durante muitos anos, eu mesmo fui incapaz de descobrir qualquer razão para ter nascido. Outros podem não ter tido essa experiência, mas num período de minha existência eu tinha de achar alguma razão para viver. Além do mais, ao olhar ao redor, eu me perguntava por que outros homens e mulheres estavam vivendo – trabalhando oito, nove, dez horas, tendo por única recompensa um lugar para dormir e, finalmente, um buraco onde se enterrar. Isso não parecia ter muito propósito ou significado. Agora, vejo o que a vida pode ser, quando elevada acima do sentido mortal, humano, finito e físico – quando a consciência se expande e temos a visão uns dos outros como seres espirituais. Encontramos uma felicidade no companheirismo humano, até então desconhecida.

Isso acontece quando vemos através da luz espiritual, não através dos óculos escuros do aspecto humano. De fato, eu sei quanto ao companheirismo secreto que vivenciei, que todos os que existiram como indivíduos – Deus manifestando-Se como ser individual – todos eles ainda existem. Eles não só existem mas comungam conosco; eles moram temporariamente conosco. Não estamos conscientes disso até que abrimos o centro espiritual de nosso ser e os encontramos lá. Nós não temos consciência de sua existência, porque eles não existem como mortais; eles não existem como seres humanos; eles nem mesmo existem como espíritos mortos ou como espíritos dos mortos. Eles existem como eu existo, como ser individual, mas como seres individuais que sempre viveram e nunca morreram. Neste plano mais elevado de consciência, você nunca encontrará aqueles que vi­veram e morreram; eles sempre são imortais. Você os encontrará em sua imortalidade e não no sentido humano de masculinidade e feminilidade.

O trabalho de cura, que é a prova de nosso trabalho e da retidão da mensagem, toma-se mais fácil, menos trabalhoso e muito mais produtivo, assim que percebemos a natureza espiritual do Você que você é e do Eu que eu sou, assim que aprendemos largar o sentido físico da existência. Agora, tudo isso pode parecer abstrato ou absoluto; mas, por favor, acredite em mim, não é. Isso é possível bem aqui, no nível onde você está agora e onde eu estou agora; e trazido à manifestação e à expressão no grau em que você e eu percebemos que nossa função neste trabalho não é simplesmente tomar um corpo físico mais saudável, ou tornar uma bolsa mais rica. À medida em que você se eleva acima desse estágio de trabalho, você não centrará mais seu pensamento no plano material de satisfação­ – no plano físico, mental, ou mesmo no financeiro. Não, você começará a pensar no significado espiritual do ser individual e no significado da pro­visão espiritual, e encontrará um mundo totalmente novo. Este mundo novo aparecerá aqui como o aperfeiçoamento de aspectos humanos. Apa­recerá como o aperfeiçoamento de um corpo ou de uma bolsa, mas não será o aperfeiçoamento de qualquer coisa, e você saberá disso. Você considerará que esses efeitos externos não têm nenhuma importância, porque saberá que eles são apenas a tradução da lei divina em termos humanos.

Assim que você abrir a consciência ao influxo, descobrirá que o Espírito irá realmente à sua frente e fará para você o que você humanamente esperou fazer. Finalmente, descobrirá que não raro terá muito a fazer sob o aspecto humano – que sempre o Espírito irá à sua frente para tornar retos os caminhos tortuosos, para fazer estas coisas que, até agora você pensou que teria de fazer. O Espírito é uma realidade. O Espírito é um poder. Até agora nós simplesmente falamos: mas, daqui em diante, temos que realmente suscitá-lo e observá-lo a trabalhar.

O Espírito é Deus; o Espí­rito é a verdade; o Espírito é onipresente, onisciente e onipotente. Uma vez que tenhamos o sentimento consciente da Presença, Ela viverá nossas vidas. Mas deve haver a comunhão consciente. Deve haver a união ou conciliação conscientes. Deve haver uma percepção consciente da Presença e tudo acontece através da abertura de consciência à Verdade, através da meditação, de uma forma ou de outra.



sábado, setembro 17, 2011

Seja franco


Alfred Aiken


Seja franco, quando questionar seu Eu. Você anseia por resposta verdadeira? Ou meramente espera confirmação de opiniões populares ou pré-concebidas? Busque (sinceramente), e achará; bata (honestamente), e lhe será aberto. Não indague como um homem assumindo Deus como um homem superior. Não indague como uma mente pequena consultando uma Mente superior: “pois um homem de mente dual é instável em todos os seus caminhos”. Tal dualidade ou impureza nada pode receber do Amor.

Se realmente deseja ter resposta à questão levantada por Pilatos: “Que é a Verdade?” – consiga-a direto da Mente; sua Auto-revelação não lhe vem de outrem. Ela é sempre direta. Unicamente a Verdade é Inteligência, e não há ninguém mais a quem a Verdade possa revelar a Realidade. A Verdade é Seu próprio Eu.

Caso você pergunte, e a resposta não lhe chegue de imediato, analise bem suas questões e note se realmente deseja respostas da Verdade, ou se meramente está querendo confirmar conceitos vãos ou pessoais! A Verdade não pode satisfazer um conceito humano, ou ideia pré-concebida de teorias humanas, de uma visão finita. Para a Verdade não há tal coisa. O Amor revela unicamente Sua própria natureza: e o faz somente a Si mesma, pois não há ninguém mais.


quinta-feira, setembro 15, 2011

Não limite Deus a "estudos da Verdade"


Dárcio Dezolt


Deus é Tudo: Onipotente, Onisciente, Onipresente e Oniativo. Por mais que você estude a Verdade, não será seu suposto “conhecimento” que atuará como “poder espiritual”. Se você se prender a tal suposto “conhecimento da Verdade”, seja ele de um dia ou de várias décadas, estará unicamente usando poder mental e ilusoriamente negando a Onipotência divina sendo agora e eternamente sua própria Consciência eterna, iluminada, plena e imutável.

Não há estudo da Verdade que altere Deus sendo VOCÊ! E não acredite jamais que o seu estudo da Verdade seja o fator ativo, quando você medita. Deixe Deus livre, e veja-se livre sendo Deus! “O Pai em mim faz as obras”, disse Jesus! Não disse que o “conhecimento” dele fazia algo!

Pratique o Silêncio ciente de que o Espírito de Deus, além de ser único e ser o seu Espírito, é a ÚNICA Presença e o ÚNICO Poder ativo, e cem por cento em manifestação! Faça isso, sem jamais restringir a ação de Deus usando “mente humana”, por pensar que Deus responderá segundo um suposto “estágio de consciência”. Esta “mente falsa” deve ser banida, principalmente durante as contemplações, pela admissão incondicional e irrestrita de que a Mente ÚNICA é, portanto, a ÚNICA em manifestação plena como a “sua” Mente!

segunda-feira, setembro 12, 2011

A mente do "eu quero"


Dárcio Dezolt


A resposta abaixo, dada por Masaharu Taniguchi a uma suposta adepta da Seicho-no-ie, se aplica sempre que uma mentalidade “Eu quero” for erroneamente confundida com a Mente real de todo Filho de Deus, que é a própria expressão de Deus.

Há muitos anos, quando eu a li, mandei fazer dezenas de cópias e as distribuí a todos com quem tive contato. E hoje, volto a postar aqui com o mesmo objetivo: o objetivo de fazer com que cada leitor se identifique única e exclusivamente com Deus, o Ser real de todos, sem jamais se desgastar ilusoriamente com qualquer “querer” da suposta mente humana. Todo “querer” traz embutido em si mesmo a ideia de “eu não tenho”. E, pela Lei Mental, aquilo que você negar possuir - e consequentemente ficar “querendo” obstinadamente -, acabará deixando de surgir visivelmente neste mundo.

Leiam com cuidado e absorvam todos os pormenores contidos nesta resposta iluminada do Dr. Taniguchi:

"Eu li A Verdade da Vida, mas meu marido não se curou da doença. Tornei-me adepta, mas ele não se curou... Diversos tipos de infelicidade estão surgindo um após outro. Até agora eu não vi realizar-se nada do que desejo, mas pelo menos este desejo eu gostaria que fosse atendido: eu quero que transfiram meu marido do cargo que está ocupando agora...”

Esta é a carta que recebi hoje de uma senhora.

Que parte de A Verdade da Vida ela terá lido? A Imagem Verdadeira da Vida já tem todos os desejos realizados – este é o nosso ensinamento. Ainda que na face da Terra o tempo esteja nublado ou chuvoso, o Sol não está coberto de nuvens. Este é o Aspecto Verdadeiro. Da mesma maneira, ainda que este mundo se mostre adverso para nós, no Aspecto Verdadeiro temos todos os desejos já realizados. Se contemplarmos este Aspecto Verdadeiro, brotará a alegria em nossa alma. Brotando a alegria na alma, essa alegria manifestar-se-á no mundo das formas e nosso destino tornar-se-á feliz. Como essa senhora tem apenas queixas na “mente”, surgem-lhe somente motivos para queixas, de acordo com a lei “Os três mundos são a manifestação da mente”.

Justamente porque a pessoa se queixa é que sucedem “coisas que lhe causam queixa”. A felicidade não virá se a pessoa ficar descontente com Deus, quando é ela própria quem está criando motivos de queixa para si. Realmente, tudo é feito conforme se crê.

Quando eu digo "Se você não tiver queixas na sua mente, não surgirão coisas que lhe causam queixa", os queixosos me respondem: "Se desaparecerem as coisas que me causam queixa, poderei deixar de me queixar; mas, aparecendo tantas coisas desagradáveis, não é possível deixar de me queixar". E assim, queixam-se todos os dias, e esse "pensamento de queixa" é concretizado no dia seguinte em forma de "incidentes desagradáveis"; em consequência, queixam-se mais ainda. Assim, para tais pessoas, a queixa e a infelicidade giram num círculo vicioso interminável.

Isso acontece porque não conhecem a lei da mente. Como pensam ser real a infelicidade que está acontecendo agora diante de seus olhos, não conseguem alegrar-se por mais que o tentem, e suas queixas continuam interminavelmente. As queixas são como o carvão que move a locomotiva da infelicidade. Não adianta dizerem "Ó locomotiva da infelicidade, não se mova", se essas pessoas continuam atirando o fogo na fornalha da locomotiva. “Então, como poderemos deixar de nos queixar?” – perguntarão. Basta pensar: "O que está acontecendo agora diante de meus olhos é a materialização dos meus pensamentos do passado, os quais estão se apagando desta forma. Graças a Deus!" Em seguida, agradecendo, mentalizar: "Seja o que for que esteja acontecendo diante de mim, isso é apenas a projeção dos pensamentos e não existe de verdade. Na verdade, agora, eu, meu marido e meus filhos somos todos saudáveis e felizes... Graças a Deus!"


A mente é a origem de todas as coisas.


sábado, setembro 10, 2011

Não há duas ONIPRESENÇAS


Dárcio Dezolt


Enquanto a UNIDADE ESSENCIAL não for reconhecida, teremos a "ilusão" atuando como se houvesse "duas" onipresenças: um Universo, espiritual, e um segundo Universo, material. Esta crença é a primeira a ser desmantelada! Por isso, reiteradamente os textos sobre o Absoluto partem da totalidade e da unicidade de Deus. DEUS É TUDO! A Onipresença é ÚNICA! E, obrigatoriamente, "nEle vivemos, nos movemos e temos o nosso Ser", como disse Paulo (Atos, 17: 28).

A Verdade absoluta de que unicamente existe a Eternidade como Fato, e que todos os supostos "fatos temporais ou transitórios" são meramente imagens hipnóticas - puras visões ilusórias -, deve ser "contemplada" em seu sentido máximo e absoluto! E isto para que o dualismo seja realmente descartado como "impossibilidade de existir". Resumindo, este estudo está fundamentado na percepção da Onipresença que nos inclui, e na ausência total de qualquer "outra" presença!

"Não terás outros deuses ao lado de Mim" - Enquanto isto não for contemplado, ouviremos as bem conhecidas e repetidas frases: "Eu sei que lá no Absoluto eu tenho tudo! Mas, na 'aparência' ainda estou longe desta Verdade!", ou, "Um dia eu chegarei à minha plenitude, após conscientizar que Deus é o meu Ser individual!"

Masaharu Taniguchi, fundador da Seicho-no-Ie, escreveu o seguinte:

Unicamente o “Mundo Magnífico da Realidade” existe verdadeiramente. E dentro dele estão todas as coisas boas. Ali há saúde perfeita, ali há sabedoria infinita, ali há harmonia infinita. Entretanto, a mera compreensão de que ali existem todas as coisas boas ainda não chega a ser a conscientização verdadeira do Reino absoluto. É preciso trazer aqui tudo que está ali. Na verdade, o Absoluto está aqui, agora, dentro da minha Vida. Deus, o Reino de Deus, a saúde perfeita, a sabedoria infinita e a harmonia infinita estão aqui, agora, dentro de mim. Eu mesmo sou Deus, eu mesmo sou o Reino de Deus, eu sou a saúde perfeita, eu sou a sabedoria infinita, eu sou a alegria infinita, eu sou a harmonia infinita. Eu compreendi agora esta Verdade e estou repleto de sentimento de gratidão. Muito obrigado!


quinta-feira, setembro 08, 2011

Em primeiro lugar, a Verdade!


Dárcio Dezolt

Quando alguém tem por meta considerar a Verdade em primeiro lugar, seu dia a dia transcorre em espontânea harmonia, uma vez que “este mundo” não é realidade, mas tão somente uma “sombra” do que se passa na suposta mente humana. Não há realidade alguma nesta “sombra”, o que motivou Isaías a escrever que “para Deus, os povos não existem”. Jesus também foi taxativo: “O meu reino não é deste mundo”. Portanto, você deve “vencer o mundo” e não viver encantado por ele! Você “vence o mundo” quando o vê de frente e o desmascara: “Você não é realidade nem tampouco é capaz de se agarrar a mim com suas imagens, como se realmente você fosse o Universo!”

Muita gente perde aparentemente a harmonia nesta vida por se encantar com este mundo e por ver nele qualquer propósito. E é por aí que a ILUSÃO o devora! Entretido com metas materiais, acaba por se envolver com as hipnóticas imagens do mundo, deixando para último lugar a lembrança de sua real identidade, que é ser Deus, ter a Mente divina e já vivendo no Reino de Deus. A crença em “objetivos terrenos” é pegajosa, principalmente por estar presente em todos os ensinamentos relativos!

Quanto mais sua atenção estiver focada em sua meta real, que é perceber Deus sendo VOCÊ, mais sua suposta “vida humana” lhe parecerá harmoniosa! Tenha sempre, portanto, a Verdade em primeiro lugar! Como disse Jesus, “alegre-se por ter seu nome arrolado nos céus”, e não troque esta alegria permanente por coisas fugazes ou efêmeras, como são todas as ilusões “deste mundo”.


segunda-feira, setembro 05, 2011

"Ética de Valor Eterno" da Imagem Verdadeira 3/3


Masaharu Taniguchi


O FATOR UNIVERSAL DO “BEM”

Uma vez estabelecido que a liberdade pessoal constitui a base da moral, passemos para a seguinte questão: De que modo o homem, que é dono de plena liberdade, distingue o Bem e o mal? Afinal, o que é Bem, e o que é mal? Todos nós aprendemos, desde criança, que é preciso distinguir o Bem do mal. Portanto, todos nós deveríamos saber o que é Bem e o que é mal. No entanto, ao perguntarmos a um adulto “Qual é o fator que determina se um pensamento ou um ato de uma pessoa seja classificado como Bem (ou como mal)?”, ele não sabe como responder.

Quando se conhece a ética da Seicho-No-Ie, é muito fácil saber o que é Bem e o que é mal, pois, segundo ela, o Bem não é algo determinado por regras de conduta preestabelecidas; o Bem se fundamenta no princípio de que Deus é o único Bem: onde se manifesta Deus, manifesta-se o Bem; e onde não se manifesta Deus, não existe o Bem.

Deus é o criador de todos os seres e de todas as coisas. Em outras palavras, através da manifestação de Deus, todos os seres e todas as coisas passaram a existir. Portanto, todos os seres e todas as coisas são unos com Deus: Deus é o Pai, e todas as criaturas do mundo são filhos gerados por Ele. Todas as criaturas são, pois, partes da Vida de Deus e estão ligadas umas à outras através de Deus. Aparentemente, cada indivíduo é um ser distinto dos outros. Mas, na verdade, “eu” e “os outros” somos “uma só Vida” originada de Deus. Para amarmos realmente a Deus, precisamos amar também todos os seres e todas as coisas nascidas de Deus. A esse respeito, lemos no evangelho de São Mateus, capítulo 22, versículos 34 a 40, as seguintes palavras de Jesus Cristo: “... e um deles, doutor da lei, tentando-o, perguntou-lhe: Mestre, qual é o grande mandamento? Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu espírito. Este é o primeiro e máximo mandamento. E o segundo é semelhante a este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.”

Também o apóstolo Paulo, em sua epístola aos Romanos (capítulo 13, versículos 8 e 9), diz o seguinte: “A ninguém deveis coisa alguma, a não ser o amor mútuo; porque aquele que ama o próximo, cumpriu a lei. Porque (estes mandamentos): não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não cobiçarás, e se há algum outro mandamento, todos se resumem nesta palavra: Amarás o seu próximo como a ti mesmo”.

E, na epístola aos Gálatas (capítulo 5, versículos 13 a 14), ele diz: “Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; convém somente que não façais desta liberdade um pretexto para viver segundo a carne; mas servi-vos uns aos outros pela caridade do Espírito. Porque toda a lei se encerra nesta palavra: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Realmente, todos os princípios morais estão contidos no Amor. Como acabamos de ver, Jesus Cristo disse: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. A Seicho-No-Ie também ensinam que devemos amar o nosso próximo. Só que, em vez de dizer “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, diz: “Amarás o teu próximo, porque tu e o teu próximo são na verdade um só ser”. Não é suficiente “amarmos o próximo como a nós mesmos”, considerando o outro como um elemento distinto de nós; devemos ter a compreensão de que “eu e meu próximo somos uma só Vida”. Todas as pessoas são extensões da Grande Vida (Deus). Portanto, “nós” e “os outros” somos um, embora pareçamos ser distintos. Na verdade, “nós” estamos nos outros, e “os outros” estão em nós. Por isso, “amar a nós mesmos” implica, necessariamente, amar também “os outros”. O apóstolo João disse, em sua Primeira Epístola: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus. E todo aquele que ama é nascido de Deus, e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. (Primeira Espístola de João – cap. 4, versículos 7 e 8).

“Deus é amor” – Dentre todas as definições a respeito de Deus, até hoje feitas, esta é a mais apropriada. Se nos perguntarem “por que devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos?”, devemos responder assim: “Porque, sendo Deus o Pai de todos nós, consequentemente “eu” e “os outros”, somos uma só vida”. Deus é a própria Essência da unidade de todos os seres. Portanto, viver com a consciência de que “eu e o outro somos um” é viver segundo a Vontade de Deus, é manifestar Deus neste mundo. “Manifestar Deus em nossa vida” consiste, num sentido um tanto impreciso, em amar o próximo como amamos a nós mesmos; porém, dizendo de modo mais preciso, consiste em amar o próximo considerando que ele é nós próprios. “Manifestar Deus” ou viver uma vida de valor eterno nada mais é do que “viver o amor”.


O QUE SIGNIFICA A FRASE “DEUS É AMOR”
“Deus é Amor” – Assim disse o apóstolo João.

O escrito japonês Takeo Arishima disse: “O amor impele-nos a querer a pessoa amada inteiramente para nós”. Isto quer dizer que o amor faz-nos sentir que somos “um só ser” com a pessoa amada, ou, em outras palavras, faz-nos ver a pessoa amada como “extensão” de nós mesmos.

Mas vejamos o que quer dizer “Deus é Amor”. Deus é a origem de tudo. Portanto, Ele vê todas as Suas criaturas como extensão de Si mesmo – eis o significado da expressão “Deus é Amor”. Se uma pessoa diz “eu amo meu filho”, isso significa que ela vê o filho como “extensão” de si mesma. A mãe que ama seu filhinho, não sente repugnância em receber, de boca para boca, a comida que ele já mastigou. Isto porque ela vê seu filhinho como parte de si mesma. As sensações de repulsa, desprezo, etc. ocorrem quando a pessoa vê o outro como um ser separado dela. Todos nós temos sempre uma pequena quantidade de saliva dentro da boca, mas nunca sentimos nojo dessa saliva, pois achamos que ela é parte de nós mesmos. Agora, vamos ver o que acontece quando cuspimos essa saliva: a partir do momento em que a lançamos fora do nosso corpo, ela passa a nos parecer repugnante, e jamais teríamos coragem de colocá-la novamente na boca. A sensação de repugnância surge como resultado da sensação de que aquilo que está fora de nós não faz parte de nós. Citemos mais um exemplo: Todos nós temos acumulada dentro dos nossos intestinos alguma quantidade de fezes, mas nunca sentimos nojo delas. Sabemos que as fezes estão dentro de nossos intestinos, mas essa ideia não nos repugna. É que, enquanto as fezes estão dentro dos nossos intestinos, consideramo-las como parte de nós. Porém, depois que as expelimos, já não as consideramos parte de nós, e achamo-las repugnantes.

Como podemos ver pelos exemplos citados, tudo aquilo que consideramos “parte de nós” ou “extensão de nós” não nos provoca sensação de repugnância. No livro Palavras de Sabedoria, de minha autoria, existe a seguinte frase: “O belo existe onde há a manifestação da Vida”. Alguns estilos de obras artísticas não nos parecem belos à primeira vista. Mas, observando-os atentamente, começamos a captar o belo que nelas existe. Isto porque descobrimos a Vida que está manifestada nelas e sentimos que essa Vida é a mesma “Vida” que existe em nós. Em outras palavras, sentimos o “belo”, porque nos identificamos com a obra. Do ponto de vista da Seicho-No-Ie, o “belo” e o “amor” são, em sua essência, a mesma coisa, pois ambos são manifestações da Vida. E captamos o “belo” e o “amor” em todos os seres e todas as coisas, quando compreendemos que neles está manifestada a mesma “Vida” que existe em nós.


“AMAR A DEUS” É SENTIRMO-NOS UNOS COM DEUS

“Deus é Amor”. A sensação de amor é a identidade entre “eu” e o “outro”. O contrário do amor é a ausência dessa identidade, é a discriminação. Discriminar é repelir tudo e todos, pensando: “Isso não é parte de mim”, “ele não é parte de mim”, etc. Quando nós, membros da Seicho-No-Ie, dizemos que “o homem é uno com Deus”, algumas pessoas contestam dizendo: “Como pode o homem, mortal e tão insignificante, ser filho de Deus? Que presunção afirmar que o homem é uno com Deus! Deus é nosso Senhor, e nós, seres humanos, não passamos de seus humildes servos”. Elas nos criticam, dizendo que somos muito irreverentes, porque afirmamos que “todos nós somos unos com Deus”. Muitas dessas pessoas que nos criticam são cristãs. Por isso, quero lembrar-lhes as seguintes palavras de Cristo: “... Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro e o máximo mandamento” (Mateus 22: 37-38).

Nessa frase, a palavra “Senhor” deve ser entendida como sinônimo de “Altíssimo”, e não como o de “amo” (em relação a servo). Portanto, o trecho da Bíblia acima citado significa o seguinte: “Amarás o Deus Altíssimo de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro e o máximo mandamento.”

Então, o que significa “amar a Deus”? Como já foi explicado anteriormente, “amar” alguém é reconhecer a nossa unidade com essa pessoa. “Amar o cônjuge” é reconhecer a nossa unidade com o cônjuge; “amar o filho” é reconhecer a nossa unidade com o filho; “amar o próximo” é reconhecer a nossa unidade com o próximo. “Amar a Deus” é, pois, reconhecer a nossa unidade com Deus. E isto é fundamental. Quando temos a compreensão básica de que “somos um com Deus” (ou seja, quando realmente amamos a Deus), é-nos fácil e natural o cumprimento dos mandamentos específicos, tais como “não matarás”, “não furtarás”, “não cometerás adultério”, “não dirás falso testemunho”, etc. Não é possível amar realmente a Deus, sem termos a consciência da nossa unidade com Ele, da mesma forma que é impossível amarmos realmente o nosso filho sem termos a consciência de que “ele é meu filho verdadeiro; portanto, ele e eu somos unos”. Se pensássemos: “essa criança não é parte de mim; não há vínculo vital entre mim e ela”, não poderíamos amá-la tão profundamente como quando temos a consciência da unidade acima referida. Mesmo que nos esforcemos para isso. Para amarmos realmente a Deus, é imprescindível termos a compreensão fundamental de que “somos unos com Deus”.

Existem muitas pessoas que pensam que a relação entre Deus e o homem é a de “Senhor e criado”, e esforçam-se para amá-Lo, por temerem ser repreendidas ou castigadas se não o amarem. Mesmo que essas pessoas pratiquem atos que pareçam ser a manifestação do amor a Deus, isso é apenas simulação, e não a expressão do Amor verdadeiro. Só podemos amar verdadeira e plenamente a Deus, quando alcançamos a compreensão fundamental de que “Somos filhos de Deus, a nossa Vida é uma com a Vida de Deus. Somos, por assim dizer, o próprio Deus manifestando-Se neste mundo fenomênico”. Aquele que se esforça para amar a Deus sem ter essa compreensão fundamental é comparável a um padrasto (ou uma madrasta) que se esforça para amar o enteado, sem se sentir uno com ele. Seu esforço será em vão, e o seu amor apenas uma encenação.

Com base no que foi explicado acima, podemos concluir que o “Bem fundamental” a que devemos visar consiste na conscientização da nossa unidade com Deus. Tomando emprestada a forma de expressão que Jesus costumava usar, podemos dizer: “Reconhecerás o fato de que tu és uno com Deus. Este é o primeiro e máximo mandamento. Reconhece em primeiro lugar este Bem fundamental, e todas as coisas boas ser-te-ão dadas de acréscimo”. Reconhecer a nossa unidade com Deus não é, de modo algum, uma ofensa a Deus. Pelo contrário, não reconhecer isso é que ofenderia a Deus, pois seria o mesmo que não O amar verdadeiramente.

Na parte inicial deste capítulo, escrevi que “Em síntese, a verdadeira finalidade do ser humano nesta vida consiste em manifestar neste mundo a Vida de Deus, ou seja, em viver de modo a manifestar Deus neste mundo”. Mas, para manifestarmos neste mundo a Vida de Deus, precisamos, antes de mais nada, compreender que “somos originariamente unos com Deus”. Se não tivermos a consciência de que “somos unos com Deus”, não poderemos manifestar neste mundo a Vida de Deus, ou seja, não conseguiremos viver de modo a manifestar Deus neste mundo. Somente os seres divinos (os que são unos com Deus) podem manifestar a Vida de Deus neste mundo. Se não fôssemos originariamente seres divinos, não poderíamos manifestar a Vida de Deus neste mundo, por mais que nos esforçássemos.

Como todos sabem, Deus é Bem. Chegamos, pois, à conclusão de que, se existisse uma pessoa que não fosse um “ser divino”, ela jamais poderia alcançar o Bem, por mais que tentasse. Mas, felizmente, o ser humano é originariamente filho de Deus. Podemos dizer que, em sua essência, o ser humano é o próprio Deus. Portanto, quando ele vive a vida do “homem real”, isto é, vive de acordo com a sua verdadeira natureza de filho de Deus, está manifestando Deus neste mundo.


(Do livro "A Verdade da Vida, vol. 13", pgs. 80 à 88)


sábado, setembro 03, 2011

"Ética de Valor Eterno" da Imagem Verdadeira - 2/3


Masaharu Taniguchi


A LEI DA MATÉRIA TAMBÉM É A LEI DE DEUS?

Além das que foram citadas acima, existe uma outra visão do mundo; aquela que reconhece Deus como origem única do Universo, mas admite um mundo dualístico onde se confrontam a lei da matéria e a Lei do Amor, explicando que tanto uma como a outra são Leis de Deus, já que foi Ele quem criou o mundo da matéria e o mundo da mente. Mas, se analisarmos os acontecimentos desta vida segundo essa visão do mundo, chegaremos à conclusão de que frequentemente a “Lei do Amor” é vencida pela “lei da matéria”.

Por exemplo: Existem casos como o daquela pessoa que, por ter praticado um ato de amor, lançando-se às águas geladas do rio para salvar uma criança prestes a se afogar, pegou pneumonia e acabou morrendo. Ou casos de pessoas que, por terem tratado de um tuberculoso, ficaram contaminadas e acabaram morrendo primeiro. Podemos concluir que, em tais casos, a lei da matéria prevaleceu à Lei do Amor. Se a “lei da matéria” fosse realmente lei da natureza estabelecida por Deus, a conclusão lógica seria que “obedecer à lei da matéria é obedecer à lei de Deus”. Se assim fosse, quem não salva uma criança prestes a se afogar na água gelada estaria vivendo de acordo com a Lei de Deus. Quem não cuida de pessoas tuberculosas estaria vivendo de acordo com as Leis de Deus. Mas, que seria deste mundo, se isso fosse verdade, e se as pessoas procedessem assim? Seria um mundo absurdo, frio e cruel, onde a “Lei do Amor” seria totalmente desprezada; onde o destino das pessoas seria determinado unicamente pela lei da matéria; e onde a vitória caberia aos indivíduos desumanos e astuciosos que se aproveitam da lei da matéria. Seria, enfim, um mundo oposto ao mundo paradisíaco, ao mundo ideal.

A Verdade é que, enquanto houver a crença errônea de que “a lei da matéria” também faz parte da “Lei de Deus”, não será possível fazer prevalecer neste mundo a “Lei do Amor”. Para fazer prevalecer neste mundo a “Lei do Amor”, é preciso compreender e assimilar a visão do mundo da Seicho-No-Ie, que é a seguinte:

“A matéria não é existência real. Portanto, a lei da matéria também não é existência real. A matéria é, na verdade, projeção da mente. E a chamada ‘lei da matéria’ é, em última análise, a ‘lei da concretização dos pensamentos’. Assim, é perfeitamente possível alterar as reações químicas da matéria através da mudança de atitudes mentais. Por exemplo: quem mantém arraigada em sua mente a ideia de que ficará resfriado se entrar na água gelada, realmente ficará resfriado ao fazer isso. Mas quem não tem essa ideia arraigada na mente, não ficará resfriado mesmo que se lance na água gelada. Quem acredita realmente que o contato com os bacilos da tuberculose resulta inevitavelmente em contágio, contrairá a doença ao se expor a esses bacilos. Mas quem não mantém essa crença não ficará tuberculoso, mesmo em contato com os bacilos da tuberculose. Se ocorrem, às vezes, casos de adoecimento ou morte em consequência de um ato de amor altruístico, isso não é devido a uma Lei de Deus chamada ‘lei da matéria’, mas sim à Lei da concretização dos pensamentos.”

Enquanto mantivermos uma atitude mental ambígua, acreditando que “tanto a Lei do Amor como a lei da matéria são Leis de Deus”, não alcançaremos a verdadeira compreensão do que seja a “lei do Amor” e a “Lei de Deus”. E dificilmente surgirá a firme determinação de partirmos para um ato de amor ignorando a lei da matéria. Somente quando assimilarmos a “visão do mundo”, tal como a da Seicho-No-Ie, e passarmos a ter a firme convicção de que um ato de bondade e altruísmo nunca nos leva ao adoecimento ou à morte, tornamo-nos capazes de nos dedicarmos aos nossos semelhantes com amor e altruísmo, sem receio de coisa alguma.


A LIBERDADE PESSOAL CONSTITUI A BASE DA MORAL

Que seria do homem se fosse verdade que “mesmo uma vida dedicada à manifestação de amor altruístico resulta numa vida prática desafortunada, quando as circunstâncias materiais são adversas”? Que seria dele se fosse verdade que “quando a vida dedicada ao amor altruístico se choca com a lei da matéria, esta vence a Lei do Amor, e, consequentemente, a pessoa é derrotada, humilhada e aniquilada”? Se isso fosse verdade, o homem seria apenas um fantoche controlado pela implacável força material, e não poderia alcançar a verdadeira liberdade.

Se não houvesse a “verdadeira liberdade de ação”, não poderia haver “atos humanos” espontâneos. Se os atos humanos fossem atos mecânicos em vez de resultados da vontade própria, esses atos não seriam nem bons nem perversos. Se fosse verdade que “mantendo-se a bondade na mente mas sem manifestá-la exteriormente atinge-se o objetivo do Bem”, ou seja, se a liberdade pessoal significasse apenas liberdade interior (liberdade de pensamento) e não liberdade exterior (liberdade de atos) – então seria impossível existir uma verdadeira moral que abrangesse tanto o universo interior como o universo exterior do indivíduo. A liberdade e o Bem não passariam, então, de “sonho”.

Se a liberdade do homem fosse apenas interior, ele não poderia concretizar o “Bem”, não poderia manifestar o “Bem” na vida prática. Mas o fato é que nós, seres humanos, procuramos manifestar concretamente o Bem na vida prática, através das palavras e dos atos. Nossa alma busca alguma forma de Bem, e não consegue ficar indiferente a valores como “bondade”, “humanitarismo”, “amor, “misericórdia”, etc. Isto porque, no âmago do nosso ser, existe a consciência básica de que somos livres tanto no nosso mundo interior como no mundo exterior (isto é, temos liberdade tanto de pensamento como de palavras e atos) e somos capazes de concretizar o “Bem”.

“Façamos o homem à nossa imagem e semelhança, e presida aos peixes do mar, e às aves do céu, e aos animais selváticos, e a toda a terra, e a todos os répteis que se movem sobre a terra. E criou Deus o homem à Sua imagem” (Gênesis, 1:26-27). Esta é a descrição da verdadeira identidade do homem, feita sob inspiração pelo autor do livro do Gênesis. Nós, seres humanos, somos feitos à imagem de Deus e dEle recebemos o poder de presidir a todas as coisas. É claro, portanto, que também nos foi dada a liberdade de controlar perfeitamente o mundo que nos cerca. Mas, enquanto admitirmos o confronto entre o nosso mundo interior e o mundo exterior, e acreditarmos que “o ser humano está em constante luta com o iníquo mundo material para impor o Bem”, seremos levados a admitir também que o ser humano não possui a verdadeira liberdade que abranja tanto o seu mundo interior como o mundo exterior. E, não tendo essa liberdade, o homem não poderá concretizar o verdadeiro Bem. O Bem prevalecerá apenas no plano ideal, e, na vida prática, estará sujeito à humilhação e à derrota.

Para fazermos prevalecer o valor e a autoridade do Bem tanto no nosso mundo interior como no mundo exterior, devemos ter como base a seguinte tese da Seicho-No-Ie: A liberdade de pensamento é, ao mesmo tempo, liberdade de ação. O que foi criado na mente, infalivelmente se concretiza no mundo material. Na verdade, o mundo mental e o mundo exterior (mundo material) são duas faces de um só mundo – ou, mais explicitamente, o mundo exterior é projeção do mundo mental. Sem a compreensão desta “visão do mundo” da Seicho-No-Ie, é impossível entender o fundamento da moral, que é a liberdade do homem, tanto no seu mundo interior como no mundo exterior.

Cont...

quinta-feira, setembro 01, 2011

"Ética de Valor Eterno" da Imagem Verdadeira - 1/3


Masaharu Taniguchi


Dentre todas as questões que fazem vibrar a alma humana, a mais importante é a seguinte:" Qual é o objetivo da nossa vida?" Naturalmente, existem muitas pessoas que não se importam com isso. Tais pessoas vivem exclusivamente no mundo dos sentidos e pensam, vagamente: "O ser humano é corpo carnal; portanto, para ser feliz, basta conseguir prazeres materiais". Porém, quando percebem que o fim de sua existência neste mundo está próximo e vêem-se prestes a ser despojadas do corpo carnal, elas volvem seus pensamentos ao passado, e deixam escapar um longo suspiro de tristeza, pensando: "Para quê serviu minha existência? Que fiz em toda a minha vida? Nada! Nada que tivesse valor real e eterno!" Diante do iminente desaparecimento do elemento material chamado corpo carnal, é natural que elas busquem a continuação de alguma coisa que não seja matéria e que tenha valor eterno. Mas, como elas passaram a vida inteira perseguindo apenas os prazeres do mundo da matéria e dos sentidos, não criaram, em toda a sua existência, coisa alguma de real valor, "que transcendesse a matéria e permanecesse para sempre". Portanto, essas pessoas que nada criaram durante toda a sua existência, só poderão esperar um futuro vazio e sombrio. Creio que entre os leitores não há quem queira que seu futuro seja vazio e sombrio como o dessas pessoas.

Em síntese, a verdadeira finalidade do ser humano nesta vida consiste em manifestar neste mundo a Vida de Deus, ou seja, em viver de modo a manifestar Deus neste mundo. A música é manifestação concreta da Vida eterna que palpita no músico. Da mesma forma, nosso modo de vida deve ser a manifestação concreta da Vida eterna de Deus. O homem tem de ser um "ser divino", no verdadeiro sentido, e, como tal, viver uma "vida divina".

Essa vida tem valor eterno somente quando a vivemos em plena harmonia com o "Ser de Valor Eterno", que é Deus. A "Ética da Seicho-No-Ie" é, em suma, um "princípio de orientação para se viver uma vida de de Valor Eterno". Ela nos ensina o que devemos fazer para manifestarmos a Vida de Deus neste mundo, isto é, como devemos viver para "projetar" corretamente em nossa vida o Ser de Valor Eterno.


A COSMOVISÃO MATERIALISTA E A COSMOVISÃO ESPIRITUALISTA

Desde a Antiguidade, sempre existiram dois modos de ver o mundo: a visão materialista e a visão espiritualista. Segundo a visão materialista, este mundo é formado pelo agrupamento causal de diversos elementos materiais sem nenhuma conexão entre si, e não um mundo criado com um objetivo claro e definido, e coordenado por uma inteligência superior. Portanto, aquele que têm a visão materialista de mundo, pensam que nós, seres humanos, surgimos casualmente, passamos por muitas vicissitudes, sofremos, afligimo-nos, e morremos, também casualmente. As pessoas que pensam assim chegam inevitavelmente à conclusão de que "esta vida não tem sentido, não existe uma vida de 'Valor Eterno'". Então, elas passam a encarar a vida com pessimismo e perdem o ânimo de viver. Passam a levar uma vida vazia, sem nenhum objetivo, como se caminhassem tateando no escuro. Começa assim o comportamento autodestrutivo e decadente.

A contrário destas, as pessoas que têm visão espiritualista do mundo reconhecem, de um modo ou de outro, que o Universo está em movimento porque há alguma razão e finalidade para isso. Reconhecem que este mundo não é um agrupamento causal e desordenado de matérias que se atraem ou se repelem, mas sim um Universo regido por um força superior (ou forças superiores, segundo alguns). Cabe, aqui, esclarecer que existem diversas espécies de "visão espiritualista do mundo": (1) O "espiritualismo pluralista", segundo o qual este mundo é regido por várias forças; (2) o "espiritualismo dualista", que reconhece a existência de duas forças antagônicas - a "Força do Bem", que pertence a Deus, e a "força do mal", que pertence a Satanás; (3) o "espiritualismo monista" como aquele preconizado por Schopenhauer, segundo o qual este mundo é dirigido por uma força cega, isto é, pela cega vontade de viver; e (4) o "espiritualismo monista da Seicho-No-Ie", que admite a existência única de Deus e do Mundo da Imagem Verdadeira, o qual será explicado mais adiante.

A vida de cada pessoa poder ser feliz ou infeliz, dependendo da sua visão de mundo.


O ESPIRITUALISMO PLURALISTA

A visão do mundo baseado no "espiritualismo pluralista" é aquela em que a pessoa admite a existência de mais de um Deus governando o Universo. Segundo essa visão de mundo, haveria diversos Deuses governando isoladamente seus respectivos domínios neste mundo, cada qual à sua maneira e com seu próprio objetivo. É essa visão do mundo a principal responsável pelas rivalidades entre as religiões. Muitas pessoas, em vez de reconhecerem que Deus é um só, pensam que existem diversos Deuses, tais como: as divindades do budismo, os Deuses do Oriente, os Deuses do Ocidente, o Deus do Cristianismo, o Deus do Maometismo, o Deus da seita Tenri, o Deus da seita Oomoto, o Deus da seita Kurosumi, o Deus da seita Fusô, etc. Por exemplo, se são xintoístas, pensam assim: "Reverenciar o Deus do cristanismo seria pecar contra o 'nosso' Deus"; se são adeptos da seita Tenri, pensam: "Reverenciar o Deus da seita Konko seria pecar contra o 'nosso' Deus", e assim por diante. Estão, pois, em constante rivalidade, cada qual defendendo o território do "seu" Deus. As pessoas que têm essa visão do mundo pensam que um adepto a mais na sua religião é um palmo a mais que alarga os domínios de "seu" Deus. Por isso, empenham-se seriamente em coisas fúteis como disputar adeptos, ou seja, "trazer para seu rebanho as ovelhas de outras pastagens".

Essas pessoas não compreendem, ou melhor, ainda não alcançaram a compreensão de que "o pinheiro está vivendo à sua maneira, a Vida de Deus; assim como a cerejeira está vivendo, à sua maneira, a Vida do mesmo Deus." Do mesmo modo, o cristianismo está vivendo, à sua maneira, a Vida de Deus, assim como a seita Tenri (ou qualquer outra religião) está vivendo, à sua maneira, a Vida do mesmo Deus. Não compreendem isso, e pensam que somente numa determinada religião (ou seja, naquela à qual elas pertencem) está presente o Deus verdadeiro. E isso é como pensar que somente uma determinada árvore - o pinheiro, por exemplo -, seja uma árvore realmente viva. Da mesma forma que existe vida tanto no pinheiro como na cerejeira ou em qualquer outra planta, a Verdade e a Vida estão presentes tanto no cristianismo como no budismo, no xintoísmo e noutras religiões.

Todavia, assim como existem árvores vivas e árvores mortas, também existem religiões vivas e religiões mortas. Dependendo de cada pessoa, a sua religião (seja cristã, budista, xintoísta, etc.) poderá ser uma religião viva, que trás dentro de si a Fonte da Vida, ou uma religião morta, que não possui conteúdo (a Fonte da Vida) e mantém apenas a forma externa, tal como uma árvore morta. Da mesma forma que há pinheiros mortos, cerejeiras mortas, etc., também há religiões cristãs, budistas, etc., mortas. Ser uma árvore viva ou morta é algo que diz respeito a cada árvore; a designação geral da espécie (pinheiro, por exemplo) nada tem a ver com isso. Do mesmo modo, ter uma religião viva (uma religião viva que traz em si a Fonte da Vida) ou uma religião morta, depende da atitude espiritual de cada pessoa, e não do nome da religião em que se acredita.

A religião de uma pessoa que alcançou a compreensão da Imagem Verdadeira é uma religião viva, seja qual for a sua denominação. Por isso dizemos que uma mesma religião pode ser considerada "viva" ou "morta", dependendo de cada adepto.

Segundo o espiritualismo pluralista, existem diversos Deuses, das mais variadas seitas, assim como existem diversas espécies de árvores, tais como pinheiros, cerejeiras, etc., e esses Deuses antagonizam-se uns com os outros, cada qual procurando ampliar seu poder. Como vemos, o espiritualismo pluralista admite uma Vida disputando o poder com outras Vidas, uma religião disputando o poder com outras religiões, isto é, admite que este mundo é regido por numerosos dirigentes espirituais, divididos e isolados uns dos outros.

Mas eis que, dentre outras, surge a Seicho-No-Ie, que aceita imparcialmente tanto as religiões cristãs, como as budistas, xintoístas e outras, ensinando que a essência de todas elas é uma só: a Grande Vida, fonte de todas as coisas, a qual vivifica e unifica todas as religiões. Querer forçar os cristãos ou os budistas a se converterem ao xintoísmo, por exemplo, é o mesmo que pretender que os pinheiros e as cerejeiras se transformem em ameixeiras. Isto é decorrente da mente em ilusão, que quer impor uma "igualdade falsa e formal" a todas as coisas. É preciso compreender que qualquer religião é viva e verdadeira quando se atinge a essência da sua doutrina que provém da verdadeira fonte da Vida, assim como qualquer árvore, seja de que espécie for, é uma árvore viva quando nela está presente a Grande Vida, origem de todas as coisas.

Portanto, para encontrar a Verdade, as pessoas não precisam se converter a uma determinada religião. Por isso digo que, para seguir os ensinamentos da Seicho-No-Ie, as pessoas não precisam abandonar sua própria religião, mas sim aprofundar cada vez mais o estudo de sua religião, até chegar à sua essência, que é a verdadeira fonte da Vida. Então, compreenderão que não existe nada que justifique o antagonismo entre as religiões. O que elas encontrarão na essência é a mesma Verdade pregada pela Seicho-No-Ie.

Como vimos, o espiritualismo pluralista consiste em admitir que este mundo é governado por diversas "forças". Mas, o próprio espiritualismo pluralista acaba se tornando espiritualismo monista, quando se reconhece que, embora existam muitas "forças espirituais" controlando o mundo, todas elas se originam de uma única e verdadeira Força que governa o Universo. Um exemplo disso é a visão do mundo do xintoísmo, que acredita na existência de muitos "Deuses", mas admite que eles se originaram de um único Deus.


O ESPIRITUALISMO DUALISTA

O "espiritualismo dualista" admite que este mundo seja governado por duas grandes forças antagônicas - o Bem, representado por Deus, e o mal, representado por Satanás. Acredito que essa visão dualista não seja própria do verdadeiro cristianismo, mas atualmente parece que é a característica de muitos dos cristãos, que pensam mais ou menos assim: "O homem deve lutar constantemente contra o mal e vencê-lo pouco a pouco, pois até mesmo Deus luta contra Satanás. O homem precisa sofrer, pois somente através dos sofrimentos ele consegue o desenvolvimento espiritual. Sofrer é o destino do ser humano". Essa ideia errônea dá origem a uma visão distorcida da vida, que leva a comportamentos negativos como, por exemplo, a auto-destruição. Pode até mesmo criar nas pessoas uma tendência masoquista, de sentir prazer em criar sofrimentos e doenças para si mesmas. Neste mundo, existem pessoas que levam uma vida de constantes sofrimentos, apesar de possuírem profunda fé religiosa. Geralmente, essas pessoas abrigam em seu subconsciente o pensamento de acolher os sofrimentos. Embora sem se dar conta disso, elas estão fazendo surgir infelicidades em suas vidas, pela força do subconsciente. Essa visão do mundo e da vida não é, de modo algum, uma visão positiva e saudável.

Basicamente, a visão do mundo baseada no espiritualismo pluralista e a visão do mundo baseada no espiritualismo dualista (confronto entre Deus e Satanás, o Bem e o mal) consistem em admitir que existem mais de uma força superior governando o mundo, e que essas forças não coexistem em harmonia.

Assim sendo, aqueles que têm uma visão do mundo baseada no espiritualismo dualista ou no espiritualismo pluralista, supõem ser inevitáveis a divergência e o conflito entre a sua própria vontade e a vontade dos outros. Consequentemente, imaginam que terão que passar por muitos sofrimentos e dificuldades para superar tais desacordos e conflitos. E, de acordo com a "lei mental", segundo a qual "Tudo aquilo que se desenha na mente acaba acontecendo", os sofrimentos e dificuldades começam a se manifestar concretamente na vida dessas pessoas. Há pessoas que pensam assim: "Preocupar-se com coisas como 'visão de mundo' ou 'visão de vida' é um passatempo de pessoas desocupadas como os filósofos, por exemplo. Pessoas atarefadas como nós não têm tempo a perder com tais assuntos". Mas isso é um grande engano. A vida de uma pessoa não se torna feliz só pelo fato de trabalhar freneticamente. Se ela não tiver uma visão correta do mundo e da vida, o seu modo de trabalhar poderá estar atraindo sofrimentos, em vez de felicidade. Há pessoas que obtêm resultados negativos (infelicidades) em todas as coisas que fazem. A causa fundamental disso é sempre o fato de elas não possuírem a correta visão do mundo. Portanto, essas pessoas precisam, antes de mais nada, modificar a sua visão de mundo e depois começar a trabalhar com uma nova atitude mental perante a vida. Assim, os seus trabalhos resultarão na concretização da felicidade em suas vidas. Por mais que corramos, não atingiremos a meta se estivermos correndo na direção oposta. Da mesma forma, por mais que trabalhemos, não alcançaremos o objetivo se nossa visão de mundo estiver focalizando o rumo errado. Por isso, corrigir a visão errônea da vida e do mundo é uma providência importantíssima e urgente.

Quando abandonamos tanto a visão pluralista como a dualista e passamos a ter a visão do mundo baseada no espiritualismo monista, alcançamos finalmente a compreensão de que não existem várias forças lutando entre si, mas apenas uma única e grandiosa força governando o mundo todo. Porém, mesmo que uma pessoa admita que o mundo seja governado por uma única força, a sua visão do mundo continuará distorcida se ela acreditar (como Schopenhauer) que essa força é uma "vontade cega". Nesse caso, a pessoa estará admitindo que este mundo é um "mundo malfeito" governado por uma "inteligência caótica e inferior"; ela terá na mente a imagem de um mundo imperfeito, e sua visão do mundo será pessimista, como a de Schopenhauer. Então, conforme a "lei da concretização dos pensamentos", concretizar-se-ão as doenças, as adversidades, a miséria, etc., e sua vida será muito infeliz.

Por isso, admitir apenas que "este mundo é governado por uma única força" nem sempre significa ter a correta visão do mundo. Enquanto não se tem a cosmovisão teísta da Seicho-No-Ie, que se baseia na compreensão de que essa Força Única é Deus, de Infinita Sabedoria, Infinito Amor, Infinita Capacidade e Infinita Harmonia, e que não podem haver imperfeições neste mundo governado e dirigido por Deus "infinitamente" perfeito, não se pode dizer que se tem a correta visão de mundo.

Cont...

(Do livro "A Verdade da Vida, vol. 13", pgs. 65-75)