"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

sábado, março 29, 2008

O Amor de Deus

A parábola do filho pródigo, contada por Jesus, é dotada de uma mensagem muito significativa.

Ela esclarece como Deus nos ama: nos ama sem julgar, nos ama com imensa alegria, sempre disponível, sem jamais olhar para os nossos erros (pois todos nós estamos aqui para aprender por meio de erros e acertos), nos ama incondicionalmente. Puro amor!

Por favor, tentem sentir dentro de vocês o que a letra desta música diz.

Deus não quer saber o que você fez, ele só quer te amar AGORA.

Portanto, abandone a culpa, abandone a tristeza, abandone pensamentos e sentimentos ruins que você possa estar tendo sobre si mesmo, porque você não é nada disso, nem merece nada disso. Você merece tudo aquilo que Deus deseja pra você, e o que Ele deseja é a sua felicidade. Deixe Deus te amar. Quando você mantém pensamentos e sentimentos ruins sobre si mesmo, você está impedindo que Deus derrame o amor d'Ele sobre você. É Deus quem sabe quem você é. Deus conhece você melhor do que você conhece a si mesmo. Assim, abandone todos seus pensamentos e permita-se viver nos pensamentos que Deus tem a seu respeito. Basta isso. Apenas isso para sua vida -- toda ela! -- adquirir uma qualidade totalmente nova, e se tornar uma vida vivida pela Graça de Deus.

Deus não quer saber o que você fez, Ele só quer te amar AGORA.

É dessa forma que Deus nos ama a todos!





ABRAÇO DE PAI

Quanto eu esperei!
Ansioso queria Te ver
E Te falar o que há em mim,
Já não podia me conter;

Me decidi, Senhor
Hoje quero rasgar meu viver.
E te mostrar meu coração,
Tudo que tenho e sou.

E por mais que me falem, não vou desistir!
Eu sei que nada sou, por isso estou aqui.
Mas eu sei que o amor que o Senhor tem por mim
É muito mais que o meu, sou gota derramada no mar.

Quanto tempo também o Senhor me esperou
Nas tardes encontrou saudade em meu lugar
Mas ao me ver na estrada ao longe voltar
Num salto Se alegrou e foi correndo me encontrar.

E não me perguntou nem por onde eu andei
Dos bens que eu gastei, mais nada me restou
Mas olhando em meus olhos somente me amou
E, ao me beijar, me acolheu num abraço de pai.

(Música - Adriana e Walmir Alencar)

quarta-feira, março 26, 2008

Revelação Divina da Grande Harmonia

(Deus é Amor)
Seicho-no-Ie

"Reconcilia-te com todas as coisas do céu e da terra. Quando se efetivar a reconciliação com todas as coisas do céu e da terra, tudo será teu amigo. Quando todo o Universo se tornar teu amigo, coisa alguma do Universo poderá causar-te dano. Se és ferido por algo, ou se és atingido por micróbios ou por espíritos baixos, é prova de que não estás reconciliado com todas as coisas do céu e da terra. Reflexiona e reconcilia-te. Esta é a razão porque te ensinei, outrora, que era necessário te reconciliardes com teus irmãos antes de trazeres oferenda ao altar. Dentre os teus irmãos, os mais importantes são teus pais. Mesmo que agradeças à Deus, se não consegues, porém, agradecer a teus pais, não estás em conformidade com a vontade de Deus. Reconciliar-se com todas as coisas do Universo significa agradecer a todas as coisas do Universo. A reconciliação verdadeira não é obtida nem pela tolerância nem pela condescendência mútua. Ser tolerante ou ser condescendente não significa estar em hamonia do fundo do coração. A reconciliação verdadeira será consolidada quando houver recíproco agradecer. Mesmo que agradeça a Deus, aquele que não agradece a todas as coisas do céu e da terra não consolida a reconciliação com todas as coisas do céu e da terra. Não havendo a reconciliação com todas as coisas do Universo, mesmo que Deus queira te auxiliar, as vibrações mentais de discórdia não te permitem captar as ondas da salvação de Deus.

Agradece à Pátria.
Agradece a teu pai e a tua mãe.
Agradece a teu marido ou a tua mulher.
Agradece a teus filhos.
Agradece a teus criados.
Agradece a todas as pessoas.
Agradece a todas as coisas do céu e da terra.

Somente dentro desse sentimento de gratidão é que poderás ver-Me e receber a Minha salvação. Como sou o Todo de tudo, estarei somente dentro daquele que estiver reconciliado com todas as coisas do céu e da terra. Não sou presença que possa ser vista aqui ou acolá. Por isso não me incorporo em médiuns. Não penses que, chamando por Deus através de um médium, Deus possa Se revelar. Se queres chamar-Me, reconcilia-te com todas as coisas dó céu e da terra e chama por Mim. Porque sou Amor, ao te reconciliar com todas as coisas do céu e da terra, aí, então, Me revelarei."


(Revelação Divina da noite de 27 de setembro de 1931)
Autor: Masaharu Taniguchi
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segunda-feira, março 24, 2008

O Tesouro Interno




Na Sutra do Lótus encontra-se a parábola do "Keihoju", que é uma jóia tão preciosa quanto um diamante. É uma parábola para mostrar que dentro de todo homem está escondido um tesouro fabuloso, constituído de sabedoria, amor, vida, e dádiva infinitos:

"Certo dia, um homem muito rico, saindo para viajar, encontrou-se com um amigo, vestido de trapos, com o rosto encovado e sujo, muito emagrecido.

- "Como está você?", falou o homem rico.
-"Muito mal. Desempregado, sem sequer um 'vintém' no bolso. Há quatro ou cinco dias não me alimento."
- Que horror! Agora estou de saída, com muitos compromissos, e por isso não posso me demorar por muito tempo, mas vamos à minha casa. Quero lhe oferecer um bom almoço.

Conduziu-o à sua casa, e deu-lhe o melhor para comer e beber. O amigo, que estava quase sem comer há vários dias, comeu do melhor, bebeu fartamente, ficou satisfeito e ali mesmo adormeceu profundamente. O homem rico, como tinha seus compromissos, não pôde fazer companhia ao seu amigo. Mas pensou consigo: "Gostaria de deixar-lhe algum dinheiro". Sacudiu-o, porém o amigo não acordava.

- Que homem! Que farei? Se deixar muito dinheiro dentro dele, é bem capaz de ser roubado. O que faço?

Então, ele deixou costurado no lado interno da gola da roupa do seu amigo um diamante que valia uma fortuna.

Passou meio mês, e novamente o homem rico encontrou o amigo. Encontrou-o como antes, vestido com farrapos, desleixado, com aspecto miserável.

- Que lhe lhe aconteceu? Então, ainda com esse aspecto?
- De mal a pior. Estou sem saída. Não encontro trabalho.
- Não é possível! Eu o deixei rico!
- "Que tolice! Onde está a riqueza?", falou o desempregado com ar mais pobre ainda.
- Ora, você possui uma riqueza de milhões!
- Deixe de caçoar dos outros.
- Mas você está com milhões. Aí está.

E o homem rico abriu a gola da roupa do seu amigo. Ali estava um diamante brilhando esplendorosamente
." (...)

Nesta parábola, os trapos simbolizam o fenômeno. Visto de fora, o homem pode parecer um trapo, isto é, fisicamente doente e todo maltratado, mas no seu interior existe uma Vida infinitamente valiosa que brilha em resplendor. É preciso que o homem conscientize esse seu valor verdadeiro. Quando há essa conscientização, o mendigo esfarrapado deixa de ser pobre. Antes de tomar consciência, o amigo estava pobre, apesar de já possuir um imenso tesouro. Isto porque aquilo que não é reconhecido pela mente é como se não existisse. Enquanto não reconhece, o homem sofre pensando que é pobre e desamparado. Porém, quando toma consciência do Aspecto Verdadeiro que se aloja no seu interior, ele percebe que já é infinitamente rico.

No entanto, o homem chega a pensar que a sua vida é constituída desse corpo frágil, que a vida é produto de reações químicas que ocorrem no corpo físico. E enquanto tiver um tal pensamento, é como se o homem estivesse vestido de trapos.

Mesmo que aparentemente estejamos vestidos de trapos, devemos olhar a Vida que existe em nosso íntimo. Se descobrirmos essa Vida maravilhosa, é natural que as doenças desapareçam instantaneamente.
Temermos uma cavidade surgida no pulmão é o mesmo que nos considerarmos pobres, olhando apenas para o trapo que vestimos. Para curarmos a cavidade pulmonar, basta que a preenchamos com a força vital do nosso íntimo. Não é preciso colocarmos algo para preencher a cavidade. Nós mesmos podemos preenchê-la.

Você pergunta como fazer para preenchê-la? Você o sabe. Quem diz que não sabe é como aquele mendigo que não percebia o diamente pregado na gola do seu paletó.

Quando você estava ainda no ventre da sua mãe, qual era o seu tamanho? No começo, era um ovo pequenino de 0,2mm de diâmetro, menor que um ovo de peixe. Se aumentado com o microscópio, veremos nesse ovo apenas a gema e a clara, como em um ovo de galinha. Nele não existem nem olhos, nem nariz, nem coração, nem pulmões. Quem criou os pulmões, o coração, o cérebro, os olhos, o nariz e inúmeros outros órgãos complexos, que não existem no ovo? Foi a Vida alojada dentro de você. Essa Vida continua ainda trabalhando no seu interior. Não foi apenas na fase intra-uterina que essa Vida esteve dentro de você. Ela ainda continua dentro de você e está diariamente reparando e suprindo o seu organismo por dentro; continua elminando as células velhas e criando as novas.
Portanto, mesmo que alguém tivesse cavidades nos pulmões, não precisaria preocupar-se, pois a reparação seria feita pela sua própria Vida, que tem forças para criar todos os órgãos à partir do nada.

Se você pretende consertar o seu relógio, não adianta levá-lo à funilaria, pois o funileiro nunca consertou um relógio. Não há outra alternativa senão levá-lo a um relojoeiro. E, no caso de o conserto ser muito difícil ou não existirem as peças necessárias no estabelecimento do relojoeiro, você deve dirigir-se ao fabricante. O "fabricante", aqui, significa a Vida de Deus que se aloja em nosso íntimo. Quando nós nos voltamos para o lado da Vida de Deus, surge de dentro a infinita força vivificadora.
Isso não se refere apenas à doença. Também quando se trata de problemas econômicos devemos nos voltar primeiramente para a grande Vida-Fonte que criou a nós, os homens. O "Keihoju" desta parábola não deve ser interpretado apenas como "Poder curativo natural" para cura de doenças. Ele nos mostra que dentro de nós aloja-se também a riqueza infinita. E Deus tem o Imenso poder de doar a riqueza aos homens, mas estes têm medo de recebê-la e fogem. Por exemplo, muitas pessoas pensam que não poderão ir para o Céu se ficarem ricos, interpretando erroneamente as seguintes palavras da Bíblia: "Não podeis servir a Deus e à riqueza", "É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino do céus". Com isso estão freando o seu próprio enriquecimento. Eu também era assim na minha mocidade. Fazia auto-restrição, desconhecendo a dádiva infinita que já tinha recebido. Quando eliminamos essa auto-restrição é que nos libertamos da pobreza e também da doença.

O que traz a felicidade ao homem é o pensamento de que dentro de nós se aloja a Vida infinita, a Vida perfeita de Deus, e que a doença não existe. Não existe pensamento melhor que este para tornar feliz o homem. Devemos divulgar tanto quanto possível esse pensamento e essa fé a toda a humanidade. Nós não precisamos invejar os outros ou desejar as coisas alheias, pois dentro de nós temos todas as coisas necessárias em quantidade infinita. É importante compreendermos, antes de tudo, essa nossa natureza verdadeira. Quando conscientizamos a nossa natureza verdadeira, em nós se manifesta a força infinita. Se não conscientizarmos isso, não será manifestada a Vida infinita.

Vamos supor que uma pessoa tenha dentro da sua carteira um cheque no valor de um milhão de reais, mas que não perceba esse fato. Enquanto ela não descobre o cheque que está na carteira, não pode utilizá-lo. Porém ao descobrí-lo, a pessoa estará possibilitada para utilizá-lo. Voltarmo-nos em direção à fonte originária da nossa Vida significa compreendermos a Verdade de que o homem é Filho de Deus que aloja, no seu interior, a magnificente Vida de Deus, e isso é importante tanto para a solução de doenças ou dos problemas da vida, com para uma excelente formação dos filhos. Devemos não só conhecer esta Verdade, mas também transmití-la aos nossos semelhantes.

Quando se diz "Filho de Deus", pode-se ter a impressão de que o homem é algo infinitamente menor do que Deus, mas não é isso. Significa que somos o centro de manifestação da própria Vida de Deus, que jorra sob a pressão de Sua força infinita. Por trás de nós há a Grande Vida infinita. Surge em nós a infinita força da Vida quando nos conscientizamos desta realidade. Devemos também tomar consciência de que já somos prósperos.

A Sutra do Lótus diz: "Estávamos satisfeitos com a pequena inteligência, quando ,na verdade, já tinhamos recebido a sabedoria de Buda". Essa frase merece ser relida e refletida várias vezes.

Você já tinha recebido a infinita sabedoria, a infinita Vida e a infinita riqueza, mas pensava que era insignificante. Aí estava o erro. Distinguir isto é a base para o êxito de todas as nossas realizações.

Autor: Masaharu Taniguchi
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Para informações sobre a Seicho-no-Ie, acesse:
www.sni.org.br

domingo, março 23, 2008

A Páscoa... foi por você.

Em época e clima de Páscoa, que todos nós possamos contemplar o Espírito divino que habitava o ser de Jesus Cristo.
A seguir, um vídeo reflexivo do significado da comemoração da Páscoa.
Pensemos, pois, no imenso esforço e dedicação de Jesus ao propósito de trazer sua mensagem divina à humanidade. O amor dele foi tanto... que ele dispôs da própria vida para que pudesse nos passar a sua mensagem de salvação.
E todo o sofrimento que ele passou não foram coisas que aconteceram de repente.
Jesus sabia antecipadamente que aquilo era algo que deveria acontecer a ele.
E ele foi lá por vontade própria...
Que tipo de pessoa faria isso pelo próximo?
Só Jesus amou a de ponto doar a própria vida.
Ele se doou completamente.
 
 



Anjos De Resgate - Foi Por Você

ENCONTREI-ME COM JESUS NUM JARDIM
NUNCA VI NADA TÃO LINDO ASSIM
MINHAS DORES: ENTREGUEI EM SUAS MÃOS!
E JESUS FOI FALANDO PRA MIM:

"DAS FERIDAS QUE EU RECEBI NÃO SAÍRAM SANGUE NEM DOR
FOI POR ISSO QUE O MAL EU VENCI
PORQUE DELAS SÓ SAIA AMOR
FOI SEMPRE O MEU AMOR!

FOI POR VOCÊ QUE EU ME DEIXEI SER TÃO CHAGADO E FERIDO
POR ISSO SINTA-SE AMADO E QUERIDO
POIS É O MEU AMOR QUE CURA SUA DOR

FOI POR VOCÊ QUE NA CRUZ MEU SANGUE FOI DERRAMADO
POR ISSO SINTA-SE QUERIDO E AMADO
POIS É O MEU AMOR QUE CURA SUA DOR
QUE CURA SUA DOR!"

ENTÃO JESUS PEDIU-ME ASSIM:
QUE AS MÁGOAS QUE ESTIVESSEM EM MIM
QUE DELAS NÃO SAÍSSE MAIS DOR.
QUE DE HOJE EM DIANTE SÓ SAÍSSE AMOR.

QUE SEJA SEMPRE ASSIM!


Para ver este vídeo no Youtube:

sexta-feira, março 21, 2008

Os portões do céu e do inferno

Um guerreiro veio ao mestre zen Hakuin e perguntou:

- "Existem coisas tais como o céu e o inferno?"

Hakuin perguntou: "Quem é você?"
O guerreiro respondeu: "Eu sou o principal samurai do imperador".
Hakuin disse: Você, um samurai? Com uma cara dessas, você se parece mais com um mendigo".
Neste ponto, o guerreiro ficou tão bravo que desembanhou a sua espada.
De pé em frente a ele, Hakuin disse, calmemente: "Aqui se abrem os portões do inferno".
Percebendo a serenidade do mestre, o soldado embanhou a espada e se curvou-se.
Hakuin disse então: "E aqui se abrem os portões do céu".




Céu e inferno não são geográficos. Se você vai à procura deles, nunca os encontrará em lugar nenhum, porque eles estão dentro de você, eles são psicológicos. A mente é o céu, e a mente é o inferno, e a mente é a capacidade para tornar-se um dos dois. Mas nós sempre pensamos que tudo está fora. Nós sempre olhamos para fora porque olhar em nosso íntimo é muito difícil. Nós estamos orientados para fora. Se alguém diz que existe um Deus, nós olhamos para o céu. Em algum lugar, sentado, estará a pessoa divina.

Um psicólogo de uma escola nos Estados Unidos fez perguntas a algumas criancinhas sobre Deus, sobre o que elas pensavam de Deus.Quase todas as crianças descreveram Deus mais ou menos assim: Deus é um homem velho, muito alto, barbudo e muito perigoso.

A mente projeta tudo para fora. Esse é o seu Deus. Não ria, não pense que essa é a concepção de uma criança, esse é você. É assim como você pensa em Deus, como um espião cósmico, sempre procurando para condenar para lançá-lo ao inferno, para puní-lo e é muito feroz e vingativo. A base das religiões parece ser o medo, e Deus parece ser só um imperador muito poderoso que se senta em um trono no céu. O conceito inteiro é tolo, mas humano. A mente humana é tola. O conceito inteiro é antropocêntrico.

A Bíblia diz que Deus criou o homem à sua própria imagem. A realidade parece ser bem o contrário: o homem criou Deus à sua própria imagem. Nós projetamos Deus em nossa própria imagem, é uma ampliação da mente humana, uma mente humana maior, só isso. Lembre-se, se você pensa que Deus está em algum lugar fora de você, então você nem mesmo deu o primeiro passo para tornar-se religioso.

O mesmo acontece com todos os conceitos: o céu está fora, o inferno está fora, como se não existisse nada dentro. O que há dentro de você? No instante em que você pensa sobre o que tem dentro de si, parece que tudo fica vazio. O que há dentro? O mundo é exterior, o sexo é exterior, o pecado é exterior, a virtude é exterior. Deus, céu, inferno, tudo é exterior. O que há dentro de você? Quem é você?

Na verdade, tudo está dentro. O exterior é só uma projeção. O medo está dentro de você, então o medo é projetado como um inferno. O inferno é só uma imagem projetada na tela do medo que está dentro de você, a raiva, o ciúme, e tudo aquilo que é venenoso em você, tudo aquilo que é mau dentro de você. O céu é novamente uma imagem projetada na tela, de tudo aquilo que é bom e bonito, de tudo aquilo que está feliz dentro de você. O Diabo é o ser humano caído, Deus é o ser humano elevado. Deus é a última possibilidade da sua beatitude; o Diabo é a derradeira queda. Não existe ninguém como o Diabo em nenhum lugar. Você nunca o conhecerá a menos que você se torne ele. E você nunca encontrará Deus a menos que você se torne Deus.

Esta história é muito bonita. O mestre Hakuin é um dos raros iluminados. Um guerreiro veio até ele, um samurai, um grande soldado, e lhe perguntou: "Existem tais coisas como o céu e o inferno? E se existe o inferno e o céu, onde estão os portões? Por onde eu entro? Como posso evitar o inferno e escolher o céu? Ele era um guerreiro simples. Guerreiros sempre são simples, caso contrário ele não pode ser um guerreiro. Ele conhece só duas coisas, vida e morte, nada mais, e a vida dele sempre está em jogo.

Todos os vinte e quatro tirthankaras de Jaina são guerreiros. Buda é um guerreiro; Rama e Krishna são guerreiros, pessoas simples, sem astúcia em sua mente, sem aritmética. Eles conhecem só duas coisas, vida e morte.

Assim, esse guerreiro simples veio ver Hakuin para perguntar onde está o céu e onde está o inferno. Ele não veio aprender qualquer doutrina, ele quer saber onde fica o portão, "assim eu posso evitar o inferno e entrar no céu". E Hakuin respndeu de forma que só um guerreiro pode entender. Se um conhecedor erudito tivesse estado lá, teriam sido necessárias as escrituras; ele teria citado os Vedas, Os Upanishads, a Bíblia, o Alcorão, e então o homem erudito teria entendido. Tudo aquilo que existe para um homem erudito está nas escrituras; as escrituras são o mundo. Se um homem desses tivesse estado lá, ele não teria entendido a resposta que Hakuin deu, a resposta, o modo que ele agiu com esse guerreiro.

Esse samurai tinha vindo com uma pergunta simples. Não estava interessado em textos, nem em qualquer resposta verbal. Ele estava interessado na realidade. E o que fez Hakuin? Ele perguntou: "Quem é você?". E o guerreiro respondeu: "Eu sou um samurai".
É motivo de muito orgulho ser um samurai no Japão. Significa guerreiro perfeito, um homem que pode dar sua vida em um único momento, ele não hesitará. Para ele, a vida e a morte são apenas um jogo.

Ele disse: "Eu sou um samurai, sou um líder de samurais e o imperador me respeita". Hakuin ruin e disse: "Você, um samurai? Você parece um mendigo!".

O orgulho do samurai foi ferido, o ego dele foi golpeado. Ele esqueceu para o que tinha vindo. Pegou sua espada e estava prestes a matar Hakuin. Ele esqueceu que tinha vindo a esse mestre perguntar onde ficavam os portões do céu e do inferno.

Então Hakuin riu e disse: "Este é o portão do inferno. Com essa espada, com essa raiva, com esse ego, aqui abre-se o portão". Isto é algo que um guerreiro pode entender! E imediatamente ele entendeu: este é o portão. Ele repôs a espada em sua bainha. E Hakuin disse: "Aqui abre-se o portão do céu".

Céu e inferno estão dentro de você, ambos os portões estão dentro de você. Quando você estiver inconsciente, enquanto se comportar inconscientemente, ali estará o portão do inferno; quando você fica alerta e consciente, ali estará o portão do céu.

O que aconteceu a esse samurai? Quando, há pouco, ia matar Hakuin, estava ele consciente? Ele achava-se consciente do que estava a ponto de fazer? Ele estava consciente do porquê de ter vindo? Toda a consciência havia desaparecido.Quando o ego assume, você não pode permanecer alerta. O ego é a droga, ele o intoxica e o deixa completamente inconsciente. Você age, mas a ação vem do inconsciente, não de sua consciência. E sempre que qualquer ação vem do incosnciente, a porta do inferno está aberta.

Imediatamente o samurai ficou alerta. Quando Hakuin disse: "Este é o portão, você já o abriu", de repente a mesma situação deve ter criado a atenção.

Apenas imagine o que teria acontecido se você fosse o guerreiro, se você tivesse sido o samurai, espada na mão, pronto para matar. Só mais um instante e a cabeça de Hakuin estaria cortada, separada do corpo, só mais um único instante. Espada na mão... e Hakuin diz: "Este é o portão do inferno". Essa não é uma resposta filosófica; nenhum mestre responde de modo filosófico. Um mestre responde. Uma resposta não é verbal, é total. Hakuin está jogando com o perigo. Aquele homem poderia tê-lo matado. Mas isso não é o essencial. "Mesmo se você me matar e o fizer com atenção, vale a pena". Hakuin jogou o jogo. Um único instante perdido e aquele homem o teria matado. No momento certo, Hakuin disse: "Este é o portão".

Você pode nunca ter ouvido falar de samurais. Se você for matar um samurai, com a espada em sua mão, prestes a tocar o pescoço dele -- o samurai está desarmado à sua frente, ele não pode proteger-se... os samurais têm um som particular, um mantra. Ele dirá apenas uma única palavra com tanta força que toda a sua energia irá embora, e você ficará como morto, uma estátua. Ele simplesmente pode dizer: "Ei!" E você ficará estático, a sua mão não se moverá. Aquele som vai martelar seu coração que controla tudo. Sua mão vai ficar paralisada, e sua mente vai entrar em choque; toda a sua atividade vai desaparecer. Você não pode matar um samurai mesmo se ele estiver desarmado. Um simples som será a proteção dele. Se você tiver uma arma, as suas mãos não vão se mover ou você vai errar a pontaria. É só um som, mas esse som deve ser feito de um modo particular, de forma que penetre no coração e altere completamente a sua atividade, mudando o padrão da sua atividade.

Quando Hakuin disse: "Este é o portão!", o samurai deve ter permanecido estático. Nesse estado estático, quando toda atividade cessa, você fica alerta. Atividade, ocupação na mente é inconsciência. E você está continuamente ocupado, não está desocupado um único momento. Alguma atividade é necessária, caso contrário, seu inconsciente vai se quebrar e você ficará consciente.

Assim, o zen diz que se uma pessoa puder sentar-se durante seis horas sem fazer nada, ela será iluminada. Só por seis horas. Mas seis horas é realmente muito, muito tempo; eu digo que seis minutos são suficientes. Até mesmo seis segundos. Se você puder ficar completamente, absolumtamente, sem atividade durante seis segundos, o que acontecerá? Quando não está ocupado, você não pode estar incosciente; quando você estiver desocupado, a energia inteira e torna consciência... uma tremenda liberação.

A energia está sempre comprometida na atividade. A mente está pensando, o corpo está trabalhando, você está ocupado e toda a sua energia está em movimento para a atividade, está sendo dissipada no mundo. Se você pensa, então está dissipando energia. E você está pensando continuamente e está dissipando energia para nada, só dissipando. A atividade necessita de energia, e a sua fonte de energia está sendo dissipada continuamente. Você está vazando por todos os lugares. É por isso que você se sente tão fraco, tão frustrado, tão impotente.

Essa impotência aparece como desamparo; você é onipotente e se sente impotente. Você tem todas as fontes infinitas de energia dentro de si, você está relacionado à fonte cósmica, mas sente-se impotente porque está dissipando continuamente. Se o pensamento pára até mesmo por um único instante e não há mais nenhuma atividade, se você virou uma espécie de estátua, imóvel por dentro e por fora, nenhum movimento do corpo ou da mente, é liberada uma tremenda energia. Para onde irá agora? Nenhuma atividade, então não pode ir com ela. Você se torna um pilar de energia, uma chama de energia. Tudo fica consciente dentro de você, tudo está iluminado; todo o seu ser está cheio de luz.

Isto deve ter acontecido a esse guerreiro -- parado com a espada na mão e Hakuin diante dele, um mestre iluminado. Os olhos de Hakuin rindo, a face sorrindo, e o portão do céu abriu-se. Ele compreendeu: a espada voltou para a bainha. Enquanto ele repunha a espada na bainha, ele deve ter ficado num silêncio total, calmo. A raiva tinha desaparecido, e a energia que estava se transformando em raiva tornara-se silêncio.

Se você repentinamente despertar no meio da raiva, você sentirá uma paz que nunca sentiu antes. A energia estava se movendo e de repente pára. Você terá silêncio, silêncio imediato. Você entrará em seu interior, e a entrada será súbita, você se dará conta. Não é uma queda lenta, é tão súbita que você não pode deixar de perceber. Você só pode permanecer inconsciente de coisas rotineiras, de coisas graduais... você se move tão lentamente que não sente o movimento. Movimento súbito, de atividade para a não-atividade, de pensamento para não-pensamento, de mente para não-mente... esse guerreiro deu-se conta. E Hakuin disse: "Aqui abrem-se as portas do céu".

O silêncio é a porta.
A paz interior é a porta.
A não-violência é a porta.
O amor, a compaixão, é a porta.


(...)Os cristãos, os maometanos e os judeus criaram o conceito do dia do juízo final, quando todos serão julgados; você será retirado do seu túmulo e será julgado. Aqueles que seguiram Jesus, que foram bons, que se comportaram, irão para o céu; os que se portaram mal, que não seguiram Jesus, que não foram à igreja, deverão ser lançados no inferno. E esse inferno será eterno.

O inferno cristão é uma das coisas mais ridículas. É eterno, não tem fim. Isto parece ser uma injustiça, completamente injusto. Bertrand Russel chegou a brincar: "Se eu contar todos os meus pecados, aqueles que cometi e aqueles que não cometi, mas apenas pensei, se estes também forem incluídos, então o juiz mais duro não pode me enviar para o cércere por mais de quatro anos. E o cristianismo envia-me pro inferno para sempre" E os cristãos só acreditam em uma vida...

Se, como dizem os hindús, voce cometeu milhões de pecados em milhões de vidas, pode parecer lógico enviar uma pessoa ao inferno pela eternidade. Mas os cristãos acreditam somente numa vida, uma vida de setenta anos. Como você pode cometer tantos pecados para merecer o inferno eterno? Se você pecar continuamente, a cada momento, durante setenta anos, mesmo assim, até mesmo nesse caso o inferno eterno não parece justo. Todo o conjunto parece vingativo. Então Deus não o está lançando ao inferno por causa de seus pecados, mas só porque você foi desobediente, só porque foi rebelde, porque não o escutou. Isso parece ser vingança. Mas vingança pode ser injusta. É castigo? Parece ridículo.

O juízo final é um truque da mente. A mente sempre adia, sempre empurra as coisas pra frente. Céu e inferno não estão no final, eles estão aqui e agora. A cada momento que a porta se abre... a cada momento você vai oscilar entre o céu e o inferno. É uma pergunta de um instante para o outro, é urgente; num único instante você pode ir do inferno ao céu, do céu ao inferno.

Este é o significado da história. Num único instante, nem mesmo um instante passou e Hakuin diz: "Este é o portão do inferno. Agora o portão do inferno se abre." E nem um único instante passou e ele diz: "Olhe, este é o portão do céu".

Céu e inferno não são muito distantes, eles são vizinhos; só uma pequena cerca os divide. Você pode saltar aquela cerca até mesmo sem um portão. Você continua a saltar de um para o outro. Pela manhã você pode estar no céu; antes da noite você pode estar no inferno. É só uma atitude, é só um estado da sua mente, é só como você está se sentindo. Muitas vezes, numa única vida, você pode visitar o inferno, e muitas vezes você pode visitar o céu. Num só dia também...

Céu e inferno estão dentro de você. As portas são muito próximas: com a mão direita você pode abrir uma, com a esquerda poder abrir outra. Só uma mudança na sua mente e seu ser é transformado, do céu para o inferno ou do inferno para o céu. Isso acontece continuamente. Qual é o segredo? O segredo é que sempre que você está inconsciente, sempre que age inconscientemente, você está no inferno; sempre que sempre que você está consciente, sempre que age com plena consciência, você está no céu. Se essa conscicência se torna tão integrada e consolidada que você nunca a perde, então não há nenhum inferno para você. Se a inconsciência se torna tão consolidada, tão integrada que você nunca a perde, então não existe nenhum céu.

Mas felizmente a inconsciência nunca pode tornar-se tão consolidada; uma parte sempre permanece consciente. Mesmo quando seu ser inteiro parece estar inconsciente, mesmo então uma parte permanece consciente, testemunhando. Até mesmo quando você está adormecido, uma parte sua está testemunhando. Quando você sonha um sonho bom, você acorda e diz: "Eu dormi tão profundamente, tão pacificamente, foi uma alegria". Quem sabe isto?, porque você estava dormindo, então quem sabe que você estava tão contente durante o sono? Uma parte testemunhou, uma parte estava continuamente alerta, ela sabe.

A consciência, uma vez alcançada, não pode ser perdida. Você pode esquecer, mas nada pode ser perdido. Você não pode inverter o processo. Você não pode estar eternamente no inferno, essa doutrina cristã é absolutamente falsa, mas você pode estar eternamente no céu. O inferno só pode ser temporário, só pode ser por algum tempo, é temporal; o céu pode ser eterno. E para fazer uma distinção entre o céu momentâneo e o céu eterno, os hindús têm uma palavra diferente, moksha. Os hindus têm três palavras; os cristãos, o maometanos e os judeus têm apenas duas. Céu e inferno são as duas palavras para eles. Os hindus dizem que não vale a pena alcançar o céu porque este pode ser perdido. Quando o estado do céu fica permanente, quando não pode ser perdido, é moksha, é liberdade absoluta. Então a bem-aventuraça torna-se a sua natureza, então o céu e o inferno desaparecem. Então, onde quer que você esteja, será o mesmo. Você estará na bem-aventurança permanentemente.

Esse terceiro estado é o alvo. Mas você não pode alcançar o terceiro estado se você oscila entre o céu e o inferno; porque então nada pode ser consolidado, integrado. Então você vive em um fluxo; não há nenhuma cristalização, seu ser é líquido. Às vezes se move para o inferno, às vezes para o céu. Cristalização significa que você fica mais consciente, que você está cada vez mais centrado, você fundamentado cada vez mais; cada vez menos sono, cada vez mais consciência. Chega um momento em que, até mesmo enquanto dorme, você está consciente.

Krishna disse para Arjuna, no Gita: Enquanto você dorme, o iogue permanece acordado. Até mesmo à noite o sono dele não está adormecido. O seu sono só está no corpo, um descanso do corpo, um relaxamento do corpo, mas sua consciência está alerta. Na realidade, a consciência de um iogue não necessita de um relaxamento, porque está sempre relaxada, não há nenhuma tensão. O relaxamento é necessário por causa da tensão. Você está tão tenso o dia inteiro... que a sua consciência tem que ser relaxada. O corpo de um iogue relaxa porque o corpo se cansa; o corpo dele é um mecanismo, mas a sua consciência está sempre alerta, continuamente alerta. É uma continuidade de vigilância.

Quando a sua consciência se torna uma continuidade, não há intervalos de inconsciência; quando não houver nenhuma escuridão dentro de você, todo o seu templo interior foi iluminado. A luz alcançou todos os cantos e nenhuma parte da sua casa está na escuridão. Você é um homem livre. Este é o significado do Cristo. Você é o Cristo surgido, resuscitado. Agora não existe noite para você, só existe o dia; agora o sol nunca se põe.

Hakuin fez bem, mas isto só poderia ter sido feito com um guerreiro. O guerreiro respondeu imediatamente -- ele enraiveceu-se, e ficou totalmente bravo. Se ele não tivesse sido um guerreiro -- se tivesse sido um homem de negócios -- ele teria sorrido; a raiva teria ficado reprimida dentro dele. Ele não teria se prontificado a cortar a cabeça de Hakuin, e a resposta de Hakuin teria sido inútil.

Você também faz isto: quando está bravo, você sorri. É tão não-autêntico e falso que até mesmo com raiva você mente. Não se pode acreditar no seu amor porque não se pode acreditar nem na sua raiva. Sua vida inteira é uma mentira contínua: tudo aquilo que você faz não é verdade. Com raiva, você não é verdadeiro; você disfarça, sorri, esconde, demonstra uma outra coisa. Então você não pode perceber que esse é o portão do inferno.

Esse guerreiro era como uma criança, ele ficou totalmente bravo. Ficou tão bravo que ia matar aquele homem. Ele tinha vindo pra tornar-se discípulo; ele tinha vindo à procura de um mestre e ia matar esse homem! Ele estava inteiro. Essa totalidade ajudou. Se você está inteiro em sua raiva, você estará inteiro quando a raiva desaparecer; se você é falso na sua raiva, não pode ser verdadeiro no seu silêncio.

Assim, quando Hakuin disse: "Olhe, você abriu a porta do inferno", imediatamente o samurai percebeu. Isto só pode ser percebido se você for inteiro e verdadeiro; caso contrário, não pode ser percebido. Você é tão enganador que teria enganado Hakuin. Você teria sorrido. Isso signfica que a porta do inferno teria estado aberta, mas estaria pintada com a tabuleta do céu. De fora parece o céu, mas dentro está o inferno. Você teria estado dividido e fragmentado. Não, não teria sido de muita ajuda. Aquele guerreiro ficou tão inteiro em sua raiva que perdeu toda a consciência. Ele não estava raivoso, ele se tornou a raiva. A energia inteira se tornou raiva, ele estava furioso. Nesses extremos coisas podem ser percebidas, porque então elas se tornam penetrantes, e assim alguém pode ficar alerta.

Hakuin disse: "Olhe!", e o guereiro pôde olhar. Ele era um verdadeiro homem. E quando Hakuin disse: "Este é o portão do inferno", ele percebeu. Quando você é inteiro, você pode perceber. De repente a raiva desapareceu. E como ela era completa, desapareceu totalmente. Se tivesse sido parcial não poderia ter desaparecido totalmente. Era completa, desapareceu completamente. Um silêncio profundo foi deixado para trás.

Isto é o que eu tenho lhe falado continuamente: Seja inteiro, seja autêntico, seja verdade. Se você é um pecador, então seja um verdadeiro pecador; não tente criar uma fachada de santo. Um verdadeiro pecador com certeza, cedo ou tarde, vai se tornar um santo. O tempo é irrelevante. Um verdadeiro pecador é verdadeiro, e isto é o que importa. O pecado não é o ponto.

Aquele guerreiro era um verdadeiro homem, pronto para matar ou para morrer. Ele ficou tão inflamado, ele se transformou em chamas. A porta estava aberta. A sua porta nunca está completamente aberta, você se move furtivamente pelos vãos. Seu céu também nunca está aberto, você entra pela porta dos fundos.

Seja inteiro! Ser inteiro é uma coisa básica para qualquer buscador, para qualquer um que está à procura do silêncio e da verdade. Quando você estiver bravo, fique bravo; não pense nas consequências. Deixe as consequências surgirem, sofra com elas, mas não se engane. É preferível sofrer com as consequências do que se enganar. Ao entrar no inferno, entre totalmente. Não deixe a metade da sua mente do lado de fora; entre nele, atravesse-o, sofra. O sofrimento vai estar lá, mas você pode transcendê-lo se compreender. E só uma mente completa pode entender. Quando a raiva desaparecer, você ficará tão calado, tão meditativo...

Se você amar, ame totalmente; se você odiar, então odeie totalmente. Não seja fragmentado; sofra as consequências. Aceite! Aprenda a aceitar as consequências. Por causa das consequências você tenta se enganar. Só por receio das consequências você nunca está bravo, nunca odeia; então você também perde o céu. Quem não é completamente capaz de abrir a porta do inferno não será completamente capaz de abrir a porta do céu. Passe pelo inferno. O caminho passa por lá; o céu é alcançado através do inferno. Esse é o significado da anedota.

Hakuin criou antes o inferno para o guerreiro; o inferno deve ser criado antes. O inferno é fácil de criar; você está sempre pronto pra ele, sempre batendo à porta. Você tem medo, mas está sempre pronto. O céu está muito longe; o inferno está perto, basta virar a esquina. Você se move e está nele.

Eu também não posso criar o céu para você. É por isso que todas as minhas técnicas meditativas são projetadas para criar o inferno primeiro. As pessoas vêm a mim e dizem: "Faça-nos silenciosos. Por que você insiste em nos deixar furiosos?"

Eu não posso fazer nada, você não pode ficar em silêncio. Fique primeiro totalmente furioso. Eu crio o inferno para você e você tem que atravessá-lo. É a coisa mais próxima que você pode fazer facilmente. O céu está muito longe, e quem não passou pelo inferno, não pode alcançar o céu.

Eu estou cutucando você, batendo em você com minhas palavras, martelando você com todas as minhas técnicas de meditação só para fazer surgir o seu inferno. Mas você é tão covarde que, mesmo que o deixe transparecer, sua covardia não é total. Não sorria para mim. Saque a sua espada e corte a minha cabeça. Se você fizer isso do jeito certo, terá valido a pena.

Você pode entender a história agora. Hakuin disse ao guerreiro: "Você, um samurai? Sua cara parece a de um mendigo!". Um samurai não pode tolerar isso, isso é demais para ele. Um mendigo? Ele nunca implorará nem mesmo pela sua vida. Ele pode morrer, mas não pode implorar. Imediatamente ele foi tocado no cerne. Um mendigo? Impossível! A espada surgiu.

Chegue até o extremo! Na sua catarse, abra a porta do inferno, e eu lhe prometo, se você puder abrir o portão do inferno, eu abrirei o outro portão imediatamente. Ele sempre está aberto; assim que você abrir o portão do inferno, o outro estará ao lado.

É suficiente dizer isto: "Olhe, este é o portão do inferno". Então o portão se fecha e o outro se abre.

OSHO - Extraído de "A bird on the wing", discurso nº 03

Céu e Inferno

Osho, você acha que irá para o céu quando você morrer?




Prem Pramod,

Não existe céu em lugar algum, ele está aqui. Ele está sempre aqui, jamais está "lá". É sempre agora.A própria idéia de um céu em algum outro lugar é uma estratégia da mente para decepcioná-lo, mantê-lo ignorante do céu que circunda você a todo momento.

A existência não conhece nenhum passado, nenhum futuro. O único tempo que a existência conhece é o agora, e o meditante deve aprender a entrar nesse "agora" das coisas. Isso é o céu. Ele é este mesmo momento em que nos encontramos. Você está inconsciente dele, eu estou consciente dele. Essa é a única diferença: você está dormindo, eu estou desperto. Mas nós existimos no mesmo espaço, ocupamos o mesmo espaço. Não há nenhum lugar para onde ir.

A história bíblica conta que Deus ficou bravo com Adão e Eva e os expulsou do Jardim do Éden. E isso é impossível -- sim, até mesmo para Deus isto é impossível. É dito que Deus é onipotente, mas onipotência também possui limites. Por exemplo, ele não pode fazer com que dois mais dois seja igual a cinco. Ele não pode expulsar ninguém do paraíso, porque somente o paraíso existe; ele é sinônimo da existência ela mesma.

Então, o que deve ter acontecido foi: após comer o fruto da árvore do conhecimento, Adão e Eva se tornaram mentes. Quando você come o fruto do conhecimento você se torna uma mente, você perde a sua inocência, você se torna um conhecedor. E o conhecimento te empurra para longe do agora. A mente está sempre em algum outro lugar que não seja aqui; Adão e Eva devem ter ficado adormecidos.

Metafisicamente, cair no sono significa tornar-se uma mente.E tornar-se um Buda, desperto, se tornar um Cristo significa libertar-se da mente, sair da dimensão do conhecimento e tornar-se outra vez inocente. Essa é toda a alquimia da meditação.

Eu não estou mais identificado com a mente, por isso não há mais a questão de um céu em algum lugar. As escrituras religiosas estão cheias deles. Elas lhe concedem até mapas indicando onde o céu está, o quão longe está, como chegar lá, o caminho a percorrer, o guia que você deveria ouvir: Cristo, Maomé, Buda. E elas também o fazem sentir o medo de que, se você não alcançar o céu, você irá cair no inferno.

Nem o céu existe, nem o inferno existe. Eles são psicológicos. Quando você está fisicamente alinhado/sintonizado com a existência, quando você se torna silencioso, você está no céu. Quando você fica perturbado, e perde o seu silêncio, você se destrai, se agita, e surgem ondulações no lago da sua consciência; ela deixa de ser como é um espelho, você está no inferno.

Inferno simplesmente significa desarmonia em seu interior -- em seu interior e também com a existência. O momento em que você está harmonioso consigo e com a exisência -- e isto representa dois lados de uma mesma moeda -- você está imediatamente no céu. Inferno e céu não são geográficos.

Então, Pramod, a primeira coisa a ser lembrada é: não há nenhum céu ou inferno para mim. Eles desapareceram no momento em que eu me desidentifiquei com a mente.

A segunda: ninguém nunca nasce e nunca morre; ambas coisas são ilusões. Certamente parece que é assim, mas a aparência é como a de uma cobra parecendo que é uma corda quando você não pode ver claramente. Talvez a noite esteja caindo, o sol já se pôs, e você está num caminho escuro, e de repente ficou com medo da serpente. Mas tudo o que há é uma corda jogada ali. Traga alguma luz -- apenas uma vela é o bastante -- e a cobra não está mais ali para ser encontrada. Ela nunca esteve lá, em primeiro lugar.

O nascimento é tão ilusório quanto a cobra vista numa corda; e se o nascimento é ilusão, é claro que a morte também é uma ilusão. Você jamais nasceu e você nunca morre. Você certamente entra em um corpo -- isso é o nascimento -- e algum dia você irá deixar o corpo -- isso é a morte --, mas como você bem saberá, você era antes de nascer e você será depois da sua morte.

O nascimento e a morte não confinam/limitam a sua vida; já houve muitos nascimentos e mortes para você. Os nascimentos e as mortes são apenas pequenos episódios na eternidade que a sua vidá é; e no momento em que você se torna consciente dessa eternidade -- que é um outro nome para o "agora", que é um 'não-tempo' --, todo medo e toda a ansiedade referentes à morte imediatamente evaporam assim como as gotas de orvalho evaporam numa manhã de sol.

Assim, Pramod, a segunda coisa importante a ser lembrada é: Eu não irei morrer. Com certeza eu irei um dia deixar o corpo -- na verdade eu o deixei há vinte e cinco anos atrás. Não existe mais nenhuma conexão com o corpo. Sou apenas um convidado; ele não é meu. Eu não sou mais parte dele e ele não é mais uma parte de mim. Nós estamos juntos, apenas em termos amigáveis. Não existe um antagonismo: eu o respeito porque ele me dá um abrigo - mas não existe ponte alguma entre mim e ele. O corpo está aqui, eu estou aqui, e entre os dois existe um espaço intransponível.


(continua...)



quinta-feira, março 20, 2008

Confiança em Deus




A mensagem da Bíblia...

Nos diz para aprendermos a confiar no Espírito. Nós jamais saberemos as coisas que o Espírito tem preparado pra gente. Não de ante-mão. O Espírito nos preparou tudo e, contudo, é só na hora "h" que ele nos revela as obras que ele fez.

O Reino de Deus já está prontinho. Todo construído. E Deus tem o prazer de nos mostrar cada pedacinho dele. Só que isso não pode ser feito tudo de uma só vez. Num momento, Deus nos mostra um dos cômodos seu Reino. E no momento seguinte, Ele nos mostra outro cômodo. Deus sempre vai à nossa frente, abrindo os caminhos, as portas... e nos mostrando tudo o que há no Reino dele. Do mesmo jeitinho que nós fazemos, quando vamos mostrar nossa casa para um visitante que nos visita pela primeira vez, Deus faz conosco. Se Deus não fosse à nossa frente... ficaríamos perdidos no Reino dEle.

É Deus que nos revela tudo. E essa revelação acontece sempre num determinado momento: o nosso momento presente. Exatamente AGORA. Só podemos ver o Reino de Deus no nosso AGORA. No atual AGORA, um pedaço do Reino de Deus nos é revelado (um dos aposentos de Seu Reino). E no nosso AGORA de daqui a 10 minutos, Deus estará nos revelando outros pedaços do Reino dEle. Mas é sempre AGORA. Não há outra maneira de 'ver'.

Nós não sabemos o que Deus tem preparado pra nós.
Não sabemos quem são as pessoas ao nosso redor.
Não sabemos nem como é a situação pela qual estamos passando agora. Mas Deus sabe.

E nós seguimos agindo como se soubéssemos o que é toda essa Vida que nos circunda.
Dizemos: "essa vida é assim", aquela pessoa é "isso e aquilo", "tá acontecendo isto e isto na minha vida"... etc, etc, etc.

Perdemos a humildade de deixar Deus mesmo mostrar pra nós o que é que existe Verdadeiramente. Achamos que sabemos muito... então nós tomamos a frente -- passamos na frente de Deus -- e começamos a ver o mundo/a vida segundo tudo aquilo que sabemos e pensamos.

Mas Deus diz: "Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito: pensamentos de paz, e não de mal... para vos dar o fim que desejais".
E diz ainda: "os Meus pensamentos não são os seus pensamentos.. e os Meus caminhos não são os seus caminhos".
E mais: está escrito que "as coisas de Deus parecem loucura aos olhos dos homens" e que "tudo o que provém do Espírito só pode ser conhecido pelo próprio Espírito".
E pra finalizar: "É do meu agrado dar-vos o Reino".

E o homem tá aí achando que conhece tudo sobre a Verdade da Vida. Vaidade dele... falta humildade para aprendermos a escutar o que Deus tem pra nos mostrar, dizer e ensinar.
As coisas de Deus, só Ele é quem sabe. Nós também podemos sabê-las... contanto que Ele nos revele.

Mas além da falta de humildade, também nos falta confiança em Deus... pra deixá-lo mostrar as coisas pra gente na hora "h". Queremos saber tudo de ante-mão, porque é a nossa forma mesquinha de nos sentirmos seguros. Deixar pra hora "h" é muito arriscado... pode acontecer, ou pode não acontecer. É melhor não arriscar confiar nEle. Vai que na hora "h" Ele me deixe na mão. É melhor eu confiar em mim mesmo, do que nEle. É melhor eu mesmo tentar me garantir. Ele pode me desapontar... eu prefiro a mim do que Ele.

Esse tipo de pensamento acima é a tentação do Satan. Dessa forma, ele consegue manter as pessoas fora do Reino de Deus. Consegue manter o homem preso no mundo (doentio) que o homem cria com a própria mente, quando acha que ele sabe tudo... que está no controle de tudo.

Na verdade, pouquíssimas são as pessoas que puderam confiar em Deus e viver suas vidas nEle.

Que todos nós possamos ter coragem, confiança e amemos ao Pai acima de qualquer outra coisa nesta vida.

Amém.

sábado, março 15, 2008

A Quarta Dimensão (Joel S. Goldsmith)

Joel S. Goldsmith


Quando Jesus Cristo disse: “Eu, de mim mesmo, nada posso; o Pai em Mim é quem faz as obras”; e Paulo afirmou: “Não mais eu quem vive, mas o Cristo vive em mim” – revelaram a quarta dimensão da vida, na qual “não só de pão vive o homem” e nem por sua vontade, esforços ou sabedoria pessoais.

Chega um momento, em nossa experiência, em que já não somos unicamente nós (aspecto humano), senão que alargamos nossa consciência para a percepção de uma Presença interna. Este momento de transição ocorre quando esta Presença se-nos torna real e assume a direção de nossa vida. A partir desta experiência, não mais ficamos “cuidadosos com a nossa vida”, porque sentiremos sempre a proximidade desse Algo – que é o Cristo ou Presença divina – que harmoniza nossa experiência diária.

Nesta experiência de transição, deixamos de ser meramente seres humanos (que elaboram os próprios pensamentos, planejam as próprias vidas e resolvem seus assuntos particulares) para atingir um nível de consciência em que sentimos realmente esta Presença interior. Vivemos, então, como se nos houvéssemos separado um pouco de nós mesmos – digamos, uns dois ou três centímetros – passando a observar, como simples espectadores, o modo como estamos vivendo.

Se neste momento estamos na esfera profissional, veremos que nos chegam outros negócios dos quais não somos responsáveis – ou seja: sobre cuja realização não fizemos esforços pessoais. Se formos escritores, músicos, etc., receberemos idéias e temas com os quais jamais havíamos sonhado e que inspiradamente nos chegam do íntimo. Saberemos, então, que não os estamos gerando, mas que são dados por uma Graça interna.

Estão-se empenhados num Trabalho Espiritual, de cura ou pregação, veremos que os pacientes e estudantes nos serão encaminhados, mas será o Espírito que os sanará e ensinará. Compreenderemos, então: “Vivo – mas não eu, senão que o Cristo é Quem vive minha vida. Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.”

Em tal estado, convertemo-nos no instrumento consciente de ação da Consciência divina. Então compreendemos a citação do Mestre: “Não sou eu quem faz as obras, mas o Pai que mora em mim é Quem as faz”. Jesus queria significar que de seu próprio conhecimento ou esforço ele nada podia fazer, senão que era a atividade da Verdade, em sua Consciência, que tornava possíveis os milagres de cura, de conforto ou de alimentar multidões.

Vimos a ser, pois, o veículo através do qual a vida vive a si mesma ou o mensageiro levando a divina Mensagem. Saberemos que já não estamos vivendo a própria vida, senão que a Presença e o Poder a estão vivendo, fazendo de nossa instrumentação humana o seu modo de expressão ou meio de atividade. Esta vivência nos permitirá entender claramente porque o Mestre disse: “Eu e o Pai somos um, mas o Pai é maior que eu”. Não que isto sugira dualidade ou separação, pois seria um retorno à crença passada de um Deus separado do homem. Já aprendemos que Deus Se manifesta individualmente como Eu e Tu, o que vem mostrar que Eu Sou, Deus, embora sendo um Princípio infinito, universal, divino, da vida, aparece como eu e tu individual, de modo que em verdade “Eu e o Pai somos um”: o Ser interno a exprimir-Se como o indivíduo externo.

Não obstante, tudo isto são meras declarações da verdade, até o momento mesmo de nossa transição, em que a experiência interna converte estas idéias em verdade viva, em realidade palpável. Aí estas declarações da Verdade cederão lugar à Presença interna, que se torna uma experiência real.

Ao alçar-nos a este lugar na Consciência, em que o Cristo vive as nossas vidas, constatamos ao mesmo tempo, que o Cristo mantém e provê nossa existência inteira, suprindo-nos vitalidade, iniciativa, inteligência, amor, persistência, valor e saúde, necessários ao atingimento de nossas metas. Ele também nos subministra recursos materiais bastantes, reconhecimento e prestígio, já que, havendo tomado o leme de nossas vidas, poderá manejar todas as coisas devidamente, na amplitude de nosso nível, promovendo a realização total de nossa vida. Ele irá adiante de nós, proporcionando transportes, hospedagem, oportunidades e êxito em tudo que empreendermos.

Aqueles que se ocupam do Ministério Espiritual logo verão que este Infinito invisível supre tudo o que é preciso para a completa manifestação da mensagem, posto que “o meu ensino não é meu, e sim dAquele que me enviou”. Tudo o que seja necessário à expressão da Mensagem e, quem quer que seja o inspirado ou Mensageiro, tenhamos a certeza de que será apoiado, sustido e suprido por Aquele que é a Fonte e a Inspiração da Mensagem.

Quer esteja no exercício de atividades comerciais, quer nas artes, numa profissão liberal ou nos deveres do lar, a pessoa inspirada sente-se, de imediato, livre de toda responsabilidade pessoal, na medida em que o Infinito Invisível se converte na Alma e atividade de seu ser.


Compreendamos, agora, que quando Jesus fala do Pai que está nEle, refere-se ao Poder e à Presença divina que lhe animaram o ser e que constituía o poder curativo, o poder que multiplicou pães e peixes, o poder que apaziguou a tempestade, o poder que ressuscitou Lázaro dentre os mortos. Da mesma forma, compreendemos o que disse Paulo, quando fala que tudo podia através de Cristo, aludindo ao Poder divino que chamamos o Infinito Invisível. Foi esse Poder que possibilitou ao “Apóstolo dos gentios” cumprir sua missão de levar a mensagem cristã ao mundo de sua época. Ele recebia, dessa Presença interna, a força, a inspiração, a coragem e todo sustento.

“O Pai que mora em mim é Quem faz as obras” (de Jesus) e o “Cristo que me fortalece” (de Paulo) são um e o mesmo Espírito interno, a mesma Consciência da Verdade, que supria o povo prometido com o maná, e o guiava “como nuvem durante o dia e coluna de fogo durante a noite”, através da realização de Moisés; que aparecia como tortas assadas sobre a rocha, como corvo trazendo alimento ou como uma viúva oferecendo alimento, através da realização de Elias; na forma de cura maravilhosa, à porta do Templo, chamada Formosa, pela realização de Pedro e João. “O mesmo Espírito que ressuscitou Jesus dentre os mortos, dará também a vida a vossos corpos mortais”.

Isto tudo é muito claro: existe um Espírito em nós, uma Chispa divina que denominamos o Cristo, que nos eleva à Quarta Dimensão da vida – a um estado de Consciência em que não mais vivemos pelos esforços pessoais, pela sabedoria, pelo poder ou pela saúde pessoais – no qual somos investidos de um Poder que nos vem de dentro do Reino de nosso próprio ser.

Novamente repito: há um nível que atingimos neste mundo, em que já não vivemos a própria vida, senão que o Infinito Invisível a vive por nós, precedendo-nos no Caminho e solucionando tudo. Ele nos acompanha como a Fonte e a atividade de nossa vida diária, revelando-Se como água, maná, alimento, proteção, segurança e saúde. E ainda que o templo de nosso corpo ou o nosso lar fossem destruídos e nossos negócios desfeitos, esse Infinito Invisível os reconstruiria rapidamente, “restituindo os anos que foram consumidos pelo gafanhoto”.

Mesmo que defrontemos dificuldades, temores e discórdias – servirão para mostrar ao mundo que dentro de nós há um poder que supera as vicissitudes e tentações: “Maior é Aquele que está em mim, do que o que está no mundo”.

Pois bem, neste exaltado estado de Consciência Crística, avançamos sem barreira material, sem impedimentos físicos, emocionais, mentais ou financeiros. Em tal estado de Consciência divina, que é o Céu, as realidades do mundo de Deus se nos tornam tão reais quanto o plano sensorial, porque as limitações dos sentidos se desvaneceram.

Aos poucos, vamos entendendo que esta Presença e Poder são atemporais, pois, independentemente de quando se revelem à nossa Consciência, em verdade sempre existiram dentro de nós, sem que o soubéssemos. Em outras palavras, embora este Infinito Invisível esteja conosco agora, só chegará a ser marcantemente real e poderoso em nossa experiência – como o foi para os profetas hebreus e aos cristãos iluminados de outras épocas – através do desenvolvimento da Verdade em nossa Consciência; através da conscientização da Verdade em nossa Consciência; através da atividade da Verdade em nossa Consciência.

Agora dediquemos um momento à natureza ou função deste Poder que chamamos o Cristo. O Cristo é a atividade, a substância e a lei invisível de tudo quanto aparece como efeito. É por isso que não devemos deixar-nos hipnotizar pelas aparências. Com isso quero dizer que, se humanamente temos saúde ou riqueza, isso não significa havermos alcançado a imortalidade, a segurança. Mesmo que tenhamos um refúgio antiatômico na montanha, não pensemos haver encontrado segurança. Não ponhamos nossa fé ou dependência em nada, em nenhum efeito, em nenhuma pessoa. Doutra parte, não tenhamos temor ao pecado, à enfermidade ou à carência. Eles não têm poder nenhum. “Ainda que eu tenha de atravessar o vale das sombras da morte, não receio mal algum, porque Tu estás comigo”.

Ao encarar as condições humanas do bem e do mal aparentes, lembremo-nos sempre de tomar consciência de que todo efeito espiritual, harmonioso, é produzido pela atividade do Cristo. A atividade do Cristo manterá e sustentará todos os acontecimentos e experiências felizes e harmoniosas. Ainda que estes sejam momentaneamente perturbados ou destruídos, não nos deixemos alarmar. Não nos preocupemos com os órgãos ou funções de nosso corpo, nem pela situação econômica ou política, posto que a atividade do Cristo é a lei de Ressurreição de tudo isso.

O propósito de nosso Ministério Espiritual é o de nos elevar à Quarta Dimensão, onde não mais vivemos de efeitos, nem só de pão, ou vitaminas ou sais minerais; onde vivemos mercê da atividade do Cristo, do Infinito Invisível. Nesta Quarta Dimensão da vida, que é Consciência Espiritual, todo efeito que surgir em nossa experiência, será na medida de nossa necessidade, para suprir-nos abundantemente.

Recordemos, sem lugar a dúvidas, que o Cristo é o fundamento, a lei ou o desabrochar de nossa experiência.

A Quarta Dimensão é esse estado de consciência em que toda a nossa confiança, fé, dependência e compreensão estão firmadas no Infinito Invisível, no Qual aprendemos a usufruir as conquistas do Espírito e as harmonias de viver diariamente na Graça.

Ainda que não O contemplemos com nossos olhos, sem dúvida alguma, na câmara secreta, interna, de nosso ser, descobriremos espiritualmente, em nossa meditação, a atividade do Cristo em nossa vida!

sábado, março 08, 2008

Um princípio espiritual básico e universal...


Todas as Doutrinas Espirituais estão calcadas no ensinamento da Unidade Universal. Deus é o todo. O Todo é Deus. Só o Todo pode ser o Todo. Só há Deus; e Deus é Luz.

Deus é o elo invisível e infinito que conecta todas as coisas existentes e não-existentes, vistas e não-vistas... só Ele possui a Competência e a Jurisdição de todas essas coisas. Por isso, para nós, é impossível sabermos; mas Deus sabe. E Ele está em nós. Nós também estamos nEle. Jamais estivemos separados de Deus. Tudo o que existe no Ser Universal (que é Deus), existe também no ser individual (nós). Isso é Unidade.

Em Deus não há trevas; nEle tudo é Luz. Tudo é Bem, harmonia, alegria, abundância, sabedoria, perfeição, amor... Essas são a Realidade constituída pela Luz, que é Deus. E essa Luz está, bem agora, inteiramente presente em todos os lugares. Por que não a percebemos? É porque existe uma coisa que deve ser feita para trazê-la para cá: devemos ser capazes de conseguir superar nossa (falsa) natureza egóica. A Luz já está aqui, mas nós não a vemos, não recebemos seus benefícios, porque não estamos sintonizados/alinhados com Ela. Para entrarmos em harmonia com a Luz, antes é preciso que haja em nós uma transformação... uma purificação. Devemos passar de seres egóicos à seres espirituais, pois Deus é Espírito Santificado e, assim, uma vez feito isso, entramos em sintonia com Ele.

Deus está aqui, neste momento. Nossa vida está imersa em meio à Grande Vida de Deus. Estamos em solo sagrado. E, exatamente como ocorreu com Moisés, necessitamos tirar nossas sandálias. Precisamos nos despojar do nosso ego, pois este território é santo. Devemos estar puros. Feito isso, podemos desfrutar de todo Reino da Luz.

Todos os ensinamentos espirituais antigos falam sobre esses dois apectos: ego e Espírito (ou ego e Luz). E aqui vai um grande segredo...

O que vou dizer agora é muito importante: A natureza da Luz é DAR. E a natureza do ego é querer sempre RECEBER. A Luz, por Si só, é a própria Abundância. Ela tem tanto, tanto, mas tanto... a Luz é tão vasta, tão infinita... que ela chega a ser um Transbordar-de-Luz. Logo, a sua essência é DOAR. Ela possui tanto, que é inevitável ocorrer um transbordamento de todas as bênção que ela possui. Por isso, ela não faz distinções: a Luz (Deus) doará/concederá tudo aquilo quanto lhe seja permitido doar. Se você permitir muito, você receberá muito. Se permitir pouco, você receberá pouco. Deus está sempre disposto a dar/conceder/presentear... incondicionalmente. Quando abdicamos da nossa natureza egóica de querer receber, e passamos a doar... nos elevamos ao nível que a Luz existe. Isto é, nos transformamos.

'Dar' e 'receber' são duas realidades completamente distintas; quando você está/ou habita em uma delas, você é automaticamente levado para fora da outra. Quando uma das portas está aberta, a outra permanece fechada, sempre! Por isso, toda vez que você se comporta de maneira egóica, você afasta a Luz para longe de você... e se afunda um pouquinho mais dentro das trevas do ego. Por isso, para recebermos a Luz, o segredo é superarmos nossa natureza egóica. Todas as pessoas, coisas e fatos que acontecem ao redor de nós são oportunidades formidáveis para nos transformarmos. E recebermos a Luz.

Todos os movimentos espirituais, todas as religiões, têm seus ensinamentos voltados para a suplantação do ego. O Cristianismo ensina que o homem deve aprender a dedicar-se aos outros. Essa é uma maneira de colocar o ego de lado para que, assim, a Luz possa entrar e começar a brilhar na vida do ser humano. As filosofias orientais também ensinam a prática do amor: o budismo fala em compaixão, o taoísmo sugere o altruísmo, o zen ensina as pessoas a diminuírem sua auto-importância (pois todas as coisas são expressões iguais de vida)... Consequentemente, nada mais ocorre, senão o resplandecimento da Luz na vida dessas pessoas que se dedicam em abrir mão de seus comportamentos egóicos. O que toda religião ensina, na verdade, é um modo do homem transformar a si mesmo. E esta é a transformação: ao invés de cair na tentação de agir egoicamente, aja de qualquer outra maneira. Mas não siga pela trilha do ego.

A cada segundo de nossas vidas temos escolhas a fazer. A cada passo que damos, temos de decidir que direção tomar. E há muitos caminhos -- muitas opções --, mas o que costumeiramente fazemos é tomar aquele que está sendo mais indicado (pelo nosso ego). É assim que funciona: suponha que você páre no meio de uma estrada, e ali há 10 trilhas por onde você pode escolher seguir. Mas se você olhar ao seu redor, verá que 99% das placas estão apontando para a primeira trilha. E, por isso, esse o caminho por onde você fica tentado a escolher seguir. SIGA QUALQUER UM DOS OUTROS, MENOS ESSE!!! Todas aquelas setas e indicações foram colocadas ali pelo seu ego. E seguí-lo é afastar-se do brilho da Luz, na sua vida. Fique atento/consciente/vigilante para não reagir às diretrizes do ego. Qualquer outro caminho que você escolher percorrer irá trazer a Luz para dentro do seu universo.

Jesus chamou esse ensinamento de "oferecer a outra face". Por que? Simples. É porque sempre que recebemos um tapa no rosto, o que ficamos tentados a fazer (regir)? Tentamos devolver o tapa imediatamente e, com isso, nos perdemos um pouco mais dentro da escuridão do ego. Todo ato reativo fecha e tranca os portões por onde a Luz passa.

Mas se "oferecermos a outra face", então estaremos abrindo mão de nossas ações egóicas. "Oferecer a outra face" não significa interpretar ao pé-da-letra. Podemos nos defender, sem atacá-lo; ou podemos virar as costas e ir embora. Podemos também admitir sermos culpados por algo que não fizemos. Ou podemos, até mesmo, devolver o tapa com um soco ou um ponta-pé... O importante é que nossa ação não surja do impulso reativo do ego.

Se fizermos isso, teremos aproveitado a oportunidade, que surgiu, para nos transformarmos. E qualquer decisão que resolvermos tomar será um ato de consciência. Essa transformação que é importante. É o cumprimento do objetivo e do propósito da Vida.

Experimente seguir o caminho da Luz. Siga essas recomendações em cima de todas as coisas que aparecerem na sua vida: com as pessoas, com as coisas, com os seus sentimentos e com os seus pensamentos. Vigie-se! Aprenda a andar em um estado de alerta durante todo o tempo! Então você estará vivendo uma vida de Consciência. Se fizer isso, então não precisa se preocupar com meditação, pois o objetivo desta é justamente levá-lo para dentro daquele modo de vida: um permanente estado de alerta/consciência. Você estará meditando, sem meditar. Estará fazendo, sem fazer. Agindo sem agir. E um grande segredo da Vida, cedo ou tarde, lhe será revelado.

A você, caro buscador, uma excelente jornada!

quarta-feira, março 05, 2008

A FÓRMULA MÁGICA




Que diferença há entre Jesus Cristo e a pessoa comum que estuda a Verdade? Dedicação e prática! Os princípios revelados são verdadeiros! Há séculos que o mundo vem testemunhando os chamados "milagres". Contudo, não são realmente milagres, no sentido de serem inexplicáveis! Jesus disse que todos fariam as obras feitas por ele, e até maiores! Este domínio do conhecimento exige dedicação, persistência e prática!

Fomos habituados a olhar o mundo com os olhos da mente humana! Assim, todo o nosso julgamento dos fatos se baseia nas aparências visíveis. Não será de um estalo que tudo se inverterá! Por outro lado, a permanência no estudo e a dedicação em colocá-lo em prática trarão, pouco a pouco, o domínio dado por Deus. "Todo poder me é dado no céu e na terra", diz a Bíblia. É o poder dado ao "Filho de Deus" e não ao suposto ser humano.

Um bom começo, na prática dos princípios espirituais, é nos decidirmos pela "visão do Olho simples", deixando de lado os julgamentos pelas aparências. Com o uso da mente humana, vemos pessoas boas e más, saúde e doença, nascimento e morte, ou seja, vemos os "pares de opostos" ou "crença no bem e no mal". Que disse Jesus? Para "tirarmos a trave do olho!" Sabia ele que, enquanto não nos convencêssemos de que Deus é Tudo, e que as aparências visíveis são todas ilusórias, de nada nos valeriam estas profundas revelações divinas!

A "Fórmula Mágica", apresentada abaixo, tem por objetivo criar o novo hábito de não mais acreditarmos nas aparências. Gostaríamos que ela já fosse sendo posta em prática a partir de agora! Em treinamentos feitos para valer! Vamos começar?

A FÓRMULA MÁGICA:

".........................(mentalizar o nome da suposta pessoa com problema), perdoe-me por tê-lo(a) visto como pessoa problemática (doente, desajustada, com vícios, etc)! Percebo, agora, que a falha estava em minha maneira de vê-lo(a). Você é um ser espiritual perfeito! Você é a própria Vida de Deus, vivendo a meu lado para dar-me felicidade! Desejo-lhe, agora, toda a felicidade do mundo! Agradeço-lhe por ter-me servido de treinamento , abrindo-me os olhos espirituais para a Existência verdadeira, que é divina, espiritual e perfeita!"

*OBS: Fazer este reconhecimento em silêncio, duas vezes ao dia, durante 10-15min. No início, talvez a situação pareça estar piorando; é normal, pois, para surgir a imagem visível harmônica ocorre, antes, um rearranjo subconsciente. Permanecer na Fórmula Mágica; a solução estará a caminho.

"E PORQUE REPARAS TU NO ARGUEIRO QUE ESTÁ NO OLHO DE TEU IRMÃO, E NÃO VÊS A TRAVE QUE ESTÁ EM TEU OLHO? OU COMO DIRÁS A TEU IRMÃO: DEIXA-ME TIRAR O ARGUEIRO DO TEU OLHO, ESTANDO UMA TRAVE NO TEU? HIPÓCRITA, TIRA PRIMEIRO A TRAVE DO TEU OLHO, E ENTÃO CUIDARÁS EM TIRAR O ARGUEIRO DO OLHO DO TEU IRMÃO."
(Mateus 7; 3-5)


Este texto é de autoria de Dárcio Dezolt.

sábado, março 01, 2008

Seicho-No-Ie: HOMEM

O poema continua... Sutra Sagrada - Chuva de Néctar da Verdade


HOMEM

Eu sou a Verdade,
sou o Anjo enviado pela Verdade.
Sou a Luz que emana da Verdade,
sou a Luz que extingue a ilusão.
Sou o Caminho;
aquele que cumpre Minha Palavra não se afasta
do Caminho.
Sou a Vida;
aquele que bebe em Mim não adoece, não morre.
Sou a Redenção;
aquele que chama por Mim será remido e viverá
no Reino de Deus.

Tendo assim pregado o Anjo, torna o Querubim a indagar:
"Mestre, esclarecei a natureza real do homem".

Responde o Anjo:

O homem não é matéria,
não é corpo carnal,
não é cérebro,
não é célula nervosa,
não é glóbulo sanguíneo,
não é soro sanguíneo,
não é célula muscular,
nem é o conjunto de tudo isso.

Conhecei bem a Essência do homem:

o homem é Espírito,
é Vida,
é Imortalidade.
Deus é a Fonte Luminosa do homem
e o homem é Luz emanada de Deus.

Não existe fonte luminosa sem luz,
nem existe luz sem fonte luminosa.

Assim como luz e fonte luminosa são um só corpo.
Deus e o homem são um só corpo.

Porque Deus é Espírito, o homem também é Espírito.
Porque Deus é Amor, o homem também é Amor.
Porque Deus é Sabedoria, o homem também é Sabedoria.

O Espírito não é peculiar à matéria,
O Amor não é peculiar à matéria,
A Sabedoria não é peculiar à matéria.

Portanto, o homem que é Espírito, que é Amor, que é
Sabedoria, nada tem a ver com a matéria.

O homem verdadeiro,
porque é Espírito,
porque é Amor,
porque é Sabedoria,
porque é Vida,
é incapaz de pecar,
é incapaz de adoecer,
é incapaz de morrer.

Tanto o pecado,
como a doença,
como a morte,
nada mais são que pesadelos vossos.

Conscientizai a Imagem Verdadeira da Vida.
Conscientizai o Homem Real que é vossa Imagem Verdadeira.

O Homem Real é Homem-Deus,
é a própria imagem de Deus.
O que morre não é Homem Real.
O que peca não é Homem real.
O que adoece não é Homem Real.

Homens da face da Terra, eu vos digo:
conscientizai a natureza verdadeira de vós próprios.
Vós próprios sois o Homem Real e nenhuma outra coisa.

Portanto, o homem, quando visto pelos olhos da Verdade,
é aquele incapaz de pecar,
é aquele incapaz de adoecer,
é aquele incapaz de morrer.

Há quem diga "Pecador! Pecador!".
Deus não criou pecador algum;
por isso, neste mundo não existe um pecador sequer.
O pecado é contrário à natureza verdadeira de filho de Deus,
a doença é contrária à natureza verdadeira da Vida,
a morte é contrária à natureza verdadeira da Vida;
pecado, doença e morte não passam de sombras das ilusões da mente
que, em sonho, imagina coisas inexistentes.

No mundo absoluto de Deus,
Deus e Homem são um só corpo,
Deus é a Fonte da Luz
e o homem é a Luz emanada de Deus.

A ilusão fundamental que faz o homem ter o pesadelo
de que o pecado, a doença e a morte são existências
verdadeiras surgiu, em tempos remotos, da teologia
segundo a qual o homem é feito do pó da terra,
e,nos dias atuais, da ciência moderna segundo a qual
o homem é feito de matéria.
Isso constitui a ilusão inicial que leva o homem a
imaginar o pecado, a doença, e a morte.

Quando se destrói essa ilusão inicial, é destruída a
causa fundamental do pecado, da doença e da morte
e estes voltam ao nada original.

Ao lerdes e conhecerdes a Verdade,
se sois curados de doenças,
é porque se destrói a ilusão inicial.

Não existindo a ilusão inicial,
não existirá ilusão seguinte.
Não existindo ilusão alguma, porque o homem é
originariamente puro,
mesmo que deseje pecar, é incapaz de pecar;
não existindo ilusão alguma, porque o homem é livre de doença,
mesmo que deseje adoecer, é incapaz de adoecer.
Não existindo ilusão alguma,
porque é originariamente Vida eterna,
é incapaz de morrer.

Portanto, homens da face da terra, procurai com fervor
o vosso corpo verdadeiro, que é Espírito;
não procureis na matéria nem na carne, que são
produtos de ilusões.

Cristo disse " O Reino de Deus está dentro de vós".

Em verdade, em verdade, vos digo:
"Dentro de vós" é a "natureza verdadeira do homem",
é o homem Real.

"Dentro de vós", isto é, a "natureza verdadeira", é
Homem-Deus.
Por isso, somente "dentro de vós"
existe o Reino de Deus.

Aquele que o procura no exterior é um perseguidor
de ilusões e não consegue alcançar jamais o
Reino de Deus.

Aquele que procura alcançar o Reino de Deus na
matéria é um perseguidor de ilusões e não consegue
edificar jamais o Reino de Deus.

Cristo disse também:
" O meu reino não é deste mundo".

O Reino deste mundo não passa de simples sombra.
O Reino paradisíaco existe somente no interior.
Somente reconhecendo no interior o reino paradisíaco
aparecerá no exterior o reino paradisíaco como
projeção desse reconhecimento.
Somente reconhecendo no interior a Vida de Saúde infinita
aparecerá externamente, no corpo, a saúde perfeita
como projeção desse reconhecimento.

Os cinco sentidos do homem não vêem senão o
"mundo da projeção".
Desejando purificar o "mundo da projeção", deveis
purificar a matriz da mente e eliminar as nódoas da
ilusão.

Eu vi que o mundo da matéria é realmente efêmero;
vi que o mundo da matéria nada mais é que sombra.

Vi também que o homem é Luz emanada de Deus.
Vi também que o corpo é apenas sombra da mente.

A matéria nada mais é que sombra em mutação,
semelhante a sombra correntia do caleidoscópio.

Portanto, vendo a sombra, não a considereis Realidade.
O homem, na sua essência, é Homem Deus,
é Espírito, eterno, indestrutível e imortal,
e não é máquina feita de matéria,
nem é matéria preexistente, em que se alojou o espírito;
tal dualismo é totalmente errôneo.

A matéria é, antes, sombra do espírito, produto da mente,
assim como o casulo é produto do bicho-da-seda.
Não é no casulo preexistente que se aloja o bicho-da-seda;
o bicho-da-seda é que, expelindo o fio, constrói o casulo e
nele se aloja.

Também o homem, cuja natureza real é Vida-Espírito,
forma o casulo de carne tecendo os fios da mente
e nele instala a si próprio;
somente então o Verbo se faz carne.

Sabei claramente que o casulo não é o bicho-da-seda;
portanto, que a carne não é o homem e não passa de
casulo do homem .
Em chegando a hora, assim como o bicho-da-seda rompe
o casulo e alça vôo como inseto adulto,
o homem também rompe o casulo de carne e ascende ao
mundo espiritual.

Não façais, em absoluto, da morte do corpo a morte do
homem.
Porque o homem é Vida,
jamais conhece a morte.
Segundo a mente,
segundo a oportunidade,
segundo a necessidade,
manifesta no corpo e no ambiente variadas situações.
Porém a Vida em si não adoece,
a Vida em si não morre;
segundo a mudança da mente, livremente podeis
modificar vossa saúde e vosso ambiente.
Porém, chegará por fim a hora
em que a Vida não mais necessitará do casulo de carne.

Neste momento,
a Vida romperá o casulo de carne e ascenderá a um
mundo de muito maior liberdade.
Não façais disso a morte do homem.
Porque a essência do homem é Vida,
jamais lhe ocorre a morte.

Enquanto assim fala o Anjo,
ouve-se ecoar no céu uma sublime música angelical,
caem pétalas, não se sabe de onde, como que
glorificando as Verdades pregadas pelo Anjo.

(Fim da sutra sagrada)

"Rogamos que as santas bênçãos desta Sutra
se estendam a todos os seres vivos. E que nós,
juntamente com todos eles, consigamos manifestar
a Imagem Verdadeira."

Autor: Masaharu Taniguchi

Seicho-No-Ie: Pecado

Continua a Sutra Sagrada - Chuva de Néctar da Verdade...


PECADO


"Tem o pecado existência real?" -- volta a indagar o Querubim. Ouve-se a voz do Anjo que assim responde: Tudo que verdadeiramente existe são somente Deus e o que vem de Deus. Sendo Deus a perfeição, tudo que foi criado por Deus é Perfeição também.

Então pergunto: Considerais perfeição o pecado? Responde o Querubim: "Mestre, o pecado não é perfeição".

Prossegue o Anjo: O pecado não é Realidade porque é imperfeição, a doença não é Realidade porque é imperfeição, a morte não é Realidade porque é imperfeição; não considereis Realidade o que não foi criado por Deus. Não vos atemorizeis imaginando aquilo que é inexistente, como num pesadelo. Pecado, doença e morte, porque não são criações de Deus, são irrealidades, são falsidades, embora usem a máscara da Realidade. Vim para arrancar essa máscara e mostrar a irrealidade do pecado, da doença e da morte.

No passado, veio Sakyamuni com essa mesma finalidade. Jesus Cristo também veio com essa finalidade. Se o pecado existisse realmente, nem os budas todos do Universo conseguiriam extingui-lo; nem mesmo a cruz de Jesus Cristo conseguiria extingui-lo. Porém sois felizes, pois que o pecado é irrealidade, sombra da ilusão, os budas todos do Universo remiram os homens e bem extinguiram seus pecados. Também Jesus Cristo, usando apenas de palavras, disse "São-te perdoados os teus pecados" e bem extinguiu os pecados. Eu também, através da Palavra, faço escrever Poemas da Seicho-No-Ie e pelo Poder da Palavra revelo a natureza do pecado e faço com que o pecado volte ao seu nada original.

Aquele que lê as minhas Palavras extingue todos os pecados, pois conhece a Imagem Verdadeira da Realidade. Aquele que lê as minhas Palavras extingue todas as doenças, pois conhece a Imagem Verdadeira da Vida, supera a morte e vive eternamente.

Seicho-No-Ie: Ilusão

Continua o poema da Sutra Sagrada - Chuva de Néctar da Verdade...



ILUSÃO


Enquanto assim recita o Anjo na Seicho-No-Ie, aparece um Querubim que roga:
"Para o bem-estar da humanidade,
para o despertar espiritual dos homens,
esclarecei a natureza da ilusão".

Responde o Anjo, dizendo:
Supor existente o que é inexistente, nisso consiste a ilusão
Diz-se ilusão o desconhecimento da Verdade.

Embora o prazer e a dor não estejam na matéria, julgam
que eles são pertinentes à matéria, ora perseguindo o prazer,
ora fugindo da dor -- a tal pensamento invertido se dá o nome de ilusão.

Embora a Vida não esteja na matéria, imaginam que ela
está na matéria -- a esse equívoco se diz ilusão.

Na verdade, a matéria está na mente.
Embora a mente seja senhor da matéria e todas as formas e
naturezas da matéria sejam criações da mente, acreditam
que a mente é dominada pela matéria, sofrem ou se
angustiam segundo as mudanças materiais e não
compreendem que a Essência de si próprio e de sua vida é
perfeição e Harmonia -- a isso se diz ilusão.

A ilusão é ausência de Luz porque é o oposto da Verdade.
A ilusão é irreal porque se opõe à Realidade.

Tivesse a ilusão existência real, a dor e a angústia que
nascem da ilusão teriam também existência real.
Porém, porque a ilusão é ausência da Realidade, dor e
angústia são apenas pesadelos que certamente se desfarão
e não são a Realidade.