"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

domingo, setembro 28, 2014

O Princípio da Neutralidade e a Cura

 Capítulo 12 

O PRINCÍPIO DA NEUTRALIDADE E A CURA

Todo o universo é infinitamente perfeito agora. Todos os seres já são infinitamente perfeitos agora. Todos os acontecimentos estão se manifestando em harmonia perfeita agora. Só existe o universo espiritual perfeito. Só existe o agora. Nada há para ser corrigido ou melhorado.


O estado de cura é a posição imediata da pessoa que aplica o que chamamos de "princípio da neutralidade". O nosso verdadeiro EU se encontra permanentemente em condição de neutralidade, ou seja, em posição transcendental, isenta dos opostos "bem e mal". O nosso verdadeiro EU já se encontra nesta condição transcendental. Os conceitos de bem e mal não são pertencentes à nossa Essência! Nada têm a ver conosco. Ambos os conceitos somente existem para a ilusória mente humana e não passam de crenças coletivamente aceitas, sem qualquer fundamento, realidade, substância e poder.

Como o nosso EU se encontra permanentemente alheio às crenças coletivas falsas, não seria de todo incorreto afirmarmos que estamos permanentemente em "estado de cura". Isto equivale a dizer que o "trabalho de cura" consiste unicamente do reconhecimento de que o "estado de cura" já é uma realidade.

Enquanto permitirmos que a mente humana atue hipnoticamente sobre nós, por meio de suas crenças errôneas, iremos aceitar a irrealidade da presença do bem e do mal como se ambos realmente fossem verdadeiros. Porém, se partirmos da premissa correta, que reconhece que SOMENTE DEUS É, simplesmente É, e que tanto o bem como o mal não passam de conceitos insubstanciais, evitaremos a atuação das crenças errôneas em nossas mentes e conseguiremos visualizar a perfeição divina transcendental em seu conceito limitado possível de ser captado pela mente humana.

A mente humana analisa tudo segundo as aparências que desfilam à sua frente, rotulando-as de boas ou más. Se não tomarmos as rédeas em nossas mãos, ficaremos à mercê daqueles falsos julgamentos e sempre ansiosos nesta vida: ora fugindo das más aparências, ora buscando as boas aparências, ou mesmo procurando conservá-las. É neste ponto que a humanidade falha. As aparências não têm substância real. Não passam de quadros mentais transitórios de natureza puramente hipnótica! SOMENTE A REALIDADE ESPIRITUAL É EXISTÊNCIA REAL E PERMANENTE!

O "Princípio da neutralidade" é um recurso prático de que dispomos para nos isolarmos internamente da ilusória crença em dois poderes e para nos isolarmos das aparências deste mundo. Com ele, ficamos com uma idéia melhor de nosso objetivo: a permanência em atitude neutra diante de quaisquer aparências deste mundo, na consciência de que SOMENTE DEUS É!

Exemplo de aplicação

Suponha que encontremos duas pessoas conhecidas, e que elas nos venham contar as novidades atuais de suas vidas. Uma delas, muito satisfeita, nos informa ter ganhado na loteria, ficado muito rica e feliz. A outra, pelo contrário, começa a se lamentar por sua falta de sorte, contando ter perdido o seu emprego e que está atualmente sem qualquer perspectiva de melhoria em seu destino. Qual seria a nossa reação? Sem a aplicação dos princípios espirituais, sem dúvida seríamos levados pela crença universal em dois poderes, que aceita a existência de situações boas e situações más. Ficaríamos felizes com as notícias da primeira pessoa e, ao mesmo tempo, tristes por causa da segunda. Observe, aqui, como atuam sobre nós as sugestões hipnóticas. A nossa amizade humana fez com que nos abríssemos totalmente às crenças universais! E quem veio a se beneficiar com isso? Ninguém!

Encaremos a mesma situação com a aplicação do Princípio da neutralidade. Isolemo-nos internamente de todo aquele cenário visível. Ao realizarmos isto, contemplemos o quadro em sua íntegra, com toda a condição e com todas as pessoas nele presentes, sem deixar de incluir nossa aparência visível. Nós próprios, os demais, os diálogos travados, as boas e más notícias comentadas, enfim, todo o cenário será internamente reconhecido como um quadro global aparente. Não nos sentiremos inclinados a internamente influenciá-lo em qualquer aspecto. Longe disso, estaremos reconhecendo que não existe Deus em parte alguma daquele cenário. Reconheceremos que não existe componente algum daquele quadro que contenha características de eternidade e imortalidade. Nem tampouco existem recursos para fazer com que tal quadro transitório venha a se tornar eterno. Reconheceremos, então, a sua transitoriedade ou efemeridade. Em seguida, constataremos que no quadro, em si, não há poder algum capaz de atuar sobre nós. Se não permitirmos que ele nos influencie, jamais ele terá, por si mesmo, algum poder para tal. Continuando, observaremos que o quadro todo não contém nenhum elemento de bem ou de mal. Nós é que o vínhamos conceituando daquela maneira, por o estarmos avaliando segundo os ditames da mente humana. A nossa posição, assim, será NEUTRA diante do cenário em questão. Não iremos levar em consideração nenhum de seus supostos bons ou maus acontecimentos. A aplicação deste princípio possibilitará à nossa mente se tornar serena e isenta de ansiedade diante de quaisquer condições presentes no quadro. Não levaremos em consideração nem condições, nem problemas e nem as pessoas nele presentes. Consideraremos unicamente o quadro em si:

Eis à minha frente o quadro "Este mundo". O que vejo nele não é bom nem mau. Ele é um simples quadro! Sem poder e sem substância. Não quero mudá-lo nem criticá-lo. Olho para ele como se fosse uma tela de televisão. Não o julgo. Apenas reconheço-o como uma APARÊNCIA. Nele não existe Deus! Nele não existe substância nem realidade. Ele não passa de um simples quadro hipnótico sugerido pela mente humana. Aquieto-me no reconhecimento desta Verdade. Vou ainda mais além: somente a Mente divina existe realmente! Assim, a chamada "mente humana" não é existência verdadeira. Se a mente que sugeria aquele quadro não existe, não existe mente alguma para "pensá-lo". Sendo a MINHA MENTE a Mente única que existe, e ela não reconhece mais nenhum desses quadros como reais ou dotados de poder, posso discernir a Presença de Deus aparecendo COMO a própria Substância de tudo que realmente existe. Somente Deus É!

Qualquer que seja o quadro sugerido à nossa mente, por mais catastrófico que pareça ser à mente humana, ele não passa de uma imagem hipnótica! Enquanto sentirmos o "peso" do cenário em nossa mente, numa tentativa de criar em nós alguma reação no sentido de tentar melhorá-lo, odiá-lo ou amá-lo, precisaremos persistir na aplicação do Princípio da neutralidade.

Chegaremos, por fim, à nossa Consciência verdadeira, a Consciência transcendente ao bem e ao mal ilusórios, para discernirmos diretamente o perfeito Universo do Espírito, em que nos encontramos exatamente agora e sempre.

Não devemos acreditar que Deus participe deste mundo aparente. Não existe Deus na ilusão. Não acreditemos que Deus tenha "ressuscitado Lázaro" algum dia! As obras de Deus são permanentes! Deus jamais atua em cenários transitórios. O que não é eterno nada tem a ver com Deus. "EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA". EU SOU A CONSCIÊNCIA QUE SABE QUE TUDO JÁ ESTÁ CURADO. EU SOU A SUA CONSCIÊNCIA! EU SOU A CONSCIÊNCIA ÚNICA! EU SOU!

A aplicação do Princípio da neutralidade tem o seu final determinado pelo sentimento interno de alívio e de total desprendimento com relação ao quadro sugerido pela mente humana -- o nosso "paciente"--, e esse sentimento ocorre concomitantemente com o sentimento da Presença de Deus constituindo o nosso Ser e constituindo todo este Universo da Realidade em que estamos.

Se, por acaso, terminarmos o "autotratamento" relativo a determinado quadro e ele voltar à nossa mente posteriormente, deveremos repetir o processo até que o alívio interior se torne permanente, numa condição de serenidade e convicção plenas. Este será o "sinal" de que a cura foi realizada.

Um ponto a ser lembrado é o seguinte: nós poderemos concordar externamente com as outras pessoas do quadro, quando seus problemas forem por elas apresentados; porém, interiormente, isolamo-nos totalmente de toda a condição para aplicarmos os princípios aqui expostos. Jamais iremos discutir ou contra-argumentar com os demais. Já dissemos, e agora repetimos, que todo tratamento é "autotratamento". Depende somente de nós mesmos. Assim, deveremos realizá-lo com determinação. As "Obras de Deus" já estão realizadas, e são a Perfeição Absoluta! Os princípios apenas nos auxiliam no reconhecimento desta Verdade.

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sexta-feira, setembro 26, 2014

"Não está escrito: Sois Deuses?!"

 Capítulo 11 

"NÃO ESTÁ ESCRITO: SOIS DEUSES?!”João 10:34

Todo o universo é infinitamente perfeito agora. Todos os seres já são infinitamente perfeitos agora. Todos os acontecimentos estão se manifestando em harmonia perfeita agora. Só existe o universo espiritual perfeito. Só existe o agora. Nada há para ser corrigido ou melhorado.


A Verdade única, que procuramos revelar nestas páginas, é esta: "Vós sois deuses". Os princípios que expusemos não passam de artifícios a serem usados pela mente humana a fim de que ela se torne uma simples transparência para que a Verdade marque Sua presença neste mundo aparente. Jamais devemos aceitar que a Verdade não esteja totalmente manifesta, ou que o Cristo não esteja manifesto como cada um de nós. O fato de a Verdade marcar ou não presença neste mundo visível em nada altera a condição verdadeira deste universo e de cada um de nós. Não temos reiterado que este conceito material de mundo é completamente ilusório? É um mero conceito da mente humana.

Muitos até já conseguem admitir a própria natureza divina; porém, fazem-no como se esta divindade fosse algo latente, "morto", não ainda manifestado! Para eles, soaria muito bem a citação bíblica com o verbo no futuro: "Sereis deuses". E, sujeitos à hipnótica influência das crenças coletivas, passam anos a fio se esforçando para "se tornarem deuses". Ora, não foi esta a intenção original de Adão, ao "comer do fruto do conhecimento do bem e do mal"? Não pretendia ele suplantar a Deus em sabedoria? Tratamos, aqui, de temas bem profundos. Mas, nem por isso eles são arrastados em longas explanações teóricas. Não temos a intenção de apresentar "tratados metafísicos"; antes, objetivamos expor diretamente os Princípios Espirituais capazes de propiciar aos interessados uma comprovação na prática pelos frutos obtidos. Que frutos seriam? Já sabemos: os visíveis são todos uma ilusão! Mas, são úteis para comprovar que o UNIVERSO ESPIRITUAL, sendo mentalmente reconhecido como JÁ MANIFESTO, se mostra presente como "aparência", nos moldes concebidos pela mente humana.

Os frutos verdadeiros

Como temos afirmado, o "universo aparente" é ilusório. Por mais frutos que a pessoa consiga neste mundo ilusório, ela não os terá para sempre. A ilusão é efêmera, transitória! Não queremos dizer que as boas coisas deste mundo visível sejam desprezíveis! Queremos somente salientar que devemos dar uma parada para conscientizar a ilusória natureza deste mundo aparente. Esta percepção nos levará à lógica conclusão de que devemos buscar os frutos verdadeiros e eternos, frutos que já nos pertencem exatamente agora. Nesse sentido, também nos alertou Jesus: "Trabalhai pela comida que não perece".

A mente humana aceita com naturalidade a errônea idéia de dualidade, e tenta a todo instante iludir-nos com ela, apesar de toda literatura mística pregar a Verdade do Princípio da UNIDADE.

O estudante da Verdade lê citações do tipo: "Vós sois deuses", "Eu e o Pai somos um", "Vós sois a luz do mundo", e fica aguardando que em algum "futuro" estas verdades se mostrem válidas para ele. De pessoas assim, ouvimos: "De que adianta ficar repetindo que "Eu sou Deus", se internamente eu não sinto isso como experiência atual?", ou, "Até mesmo Jesus Cristo disse não ter sido ele o autor de suas obras, mas o Pai que nele estava; logo, também ele aceitava a dualidade". Analisemos estes temas à luz da Verdade absoluta:

A dualidade é apenas uma aparência. O universo que é captado pela mente humana é um quadro mental com duas características básicas: 

a) é ilusório; b) é uma imagem una.

No capítulo 01, falamos a esse respeito: se o universo real é UNO, sua imagem, formada na mente, também só poderá ser una. Todas as obras, palavras ou pensamentos, que são por nós discernidos através da mente humana, são o NADA! Não passa de uma ILUSÃO, simples APARÊNCIA. Assim, todas as pessoas e situações presentes neste "quadro mental" devem ser por nós reavaliadas como sendo meros "componentes" de um QUADRO GLOBAL, que é ilusório. Eis por que jamais damos "tratamentos espirituais" a pessoas ou condições como se fossem os nossos "pacientes diretos". O "paciente" é sempre o "quadro mental em si", considerado como um todo, e, sobretudo, um todo ilusório.

No capítulo 07, ao falarmos de Jesus Cristo e Barrabás, explicamos este assunto: se forem percebidos pela mente humana, tais imagens devem ser por nós consideradas como ILUSÃO. Este é o sentido das palavras de Jesus, ao afirmar que "de mim mesmo nada sou", ou "não sou eu quem realiza as minhas obras". ILUSÃO NÃO GERA OBRA ALGUMA! ILUSÃO JAMAIS VEM A SER ALGUMA COISA! PERSONAGEM DE UM QUADRO ILUSÓRIO JAMAIS SE TORNARÁ DEUS!

A pessoa aceita a dualidade por achar que ela própria é exatamente como a mente humana a conceitua. Seguindo os padrões errôneos e limitados desta mente ilusória, ela observa a si mesma, se compara com as outras pessoas, ou até mesmo se compara com Jesus Cristo, se julga muito aquém do desejado ou da perfeição, e acaba por se convencer de que "realmente ainda lhe falta muito para ser perfeito como Cristo". E qual seria a postura do próprio Jesus, diante da mente humana rotulando-o de bom? O cap. 10:18, de Marcos, registra a resposta: "Por que me chamas bom? ninguém há bom senão um, que é Deus". Pregava a UNIDADE!

 A dualidade não passa de aparência, e deve ser por nós reconhecida como tal. Não somos estes seres limitados e imperfeitos vistos pela mente humana. Não devemos nos basear em "julgamentos segundo as aparências", nem referentes a nós mesmos nem aos demais. Apliquemos decididamente estas verdades em nossas vidas! Eliminemos de vez os complexos de inferioridade e os conceitos e pensamentos oriundos da "mente carnal". É exatamente neste estado "vazio" de conceitos e de pensamentos que constataremos a veracidade da citação: "Eu disse: Sois deuses!"

O reconhecimento iluminado

Diante da aparente dualidade -- a presença de um EU divino e um eu humano --, devemos imediatamente reconhecer:

"Este ser que parece existir como se fosse o meu Eu nada tem a ver comigo. 
Ele não é existência verdadeira! 
Não passa de componente do quadro ilusório mostrado pela mente humana. 
Este ser não é Deus! Nem seus pensamentos são de Deus. 
Isso tudo pertence a um quadro puramente hipnótico apresentado pela "mente carnal". 
Impersonalizo, neste instante, o quadro todo. 
Vejo-o como "miragem". 
Percebo agora que EU SOU EXISTÊNCIA AUTÔNOMA com relação a tal miragem. 
Percebo agora que Deus é a única EXISTÊNCIA. 
Sei também que inclusive estes próprios pensamentos são divagações da mente ilusória. 
E, a partir desta contra-argumentação, aguardo na quietude e no silêncio aquele "vazio" das crenças coletivas, que se traduz como a própria PLENITUDE E TOTALIDADE DIVINAS. 
Só existe Deus! Deus Se revela como o Ser que EU SOU -- UNIDADE!

Habituemo-nos a não mais confundir o nosso Eu Real com o conceito criado pela mente humana a nosso respeito ou a respeito dos demais. Isolemo-nos internamente, realizemos o "autotratamento" durante a meditação contemplativa, e aguardemos o silêncio e paz interiores que demonstram, por si, o NADA das aparências (boas ou más) deste mundo, e a PLENITUDE do infinito REINO ESPIRITUAL em que vivemos. Este Silêncio e esta Paz constituem os frutos verdadeiros. Com eles, saberemos que já estamos no UNIVERSO ESPIRITUAL DIVINO, único universo realmente existente. Saberemos, também, que as declarações da Verdade contidas nas Escrituras se referem a NÓS PRÓPRIOS; referem-se a este AGORA!"Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses?"


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quarta-feira, setembro 24, 2014

A "desintegração" da Ilusão

 Capítulo 10 

A "DESINTEGRAÇÃO" DA ILUSÃO

Todo o universo é infinitamente perfeito agora. Todos os seres já são infinitamente perfeitos agora. Todos os acontecimentos estão se manifestando em harmonia perfeita agora. Só existe o universo espiritual perfeito. Só existe o agora. Nada há para ser corrigido ou melhorado.


A base da "cura espiritual"  está no seguinte princípio: já estamos vivendo num universo espiritual perfeito, e somos todos, exatamente agora, aquilo que Deus é, tudo que Deus é e somente o que Deus é, pois Deus, sendo Onipresença, aparece COMO este universo inteiro e COMO cada manifestação nele contida.

Já vimos que tudo aquilo possível de ser percebido pela mente humana é uma ILUSÃO. Assim, não cabe a nós "estudar a Verdade a fim de nos livrarmos da ilusão". Nosso estudo tem por objetivo este ponto básico, isto é, se nos mantivermos no reconhecimento de que Deus está aparecendo COMO o nosso ser e COMO todo o universo em que estamos, a ilusão deixará de parecer existir. Precisamos nos aprofundar mais no sentido da palavra "ilusão". Se aquilo que percebemos com a mente humana é ilusão, isso quer dizer que não precisamos fazer coisa alguma para "desintegrarmos" tal ilusão. Porém, é exatamente neste ponto que precisamos prestar muita atenção: a Consciência espiritual, a nossa Consciência divina, somente capta a Realidade. Para a nossa Consciência, não existe ilusão, bem como não existe desintegração da ilusão. A nossa Consciência Individual, ou Cristo-Consciência, capta o universo e seus habitantes exatamente como de fato são exatamente agora: PERFEITOS! A ilusão somente pode ser admitida pela mente humana. Sim, ela pode ser admitida, apesar de não existir, assim como um acontecimento pode ser admitido como existente pela mente de quem dorme, durante um sonho, mas que se mostra como inexistente tão logo ele desperte. Seria necessário aquele despertar para "desintegrar" o acontecimento do sonho? Não! Tal "acontecimento" jamais esteve existindo! Porém, sua falsa existência lhe era atribuída pela "mente-em-sonho".

Também "este mundo", captado pela mente humana, é um sonho: "o sonho de Adão", este suposto "homem feito de barro" inventado pela mente ilusória. A Consciência Espiritual não desintegra este "homem de barro", não tenta melhorá-lo nem fazer com que ele se aperfeiçoe ou evolua. A Consciência Espiritual vê o homem "à imagem e semelhança de Deus", pois é esta nossa real e eterna natureza. Exatamente no ponto em que a mente humana mostrava um "carpinteiro de Nazaré", chamado Jesus, a Consciência Espiritual revelava a Onipresença Divina Individualizada: o Cristo! "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do espírito é espírito."

O problema surge quando o estudante da Verdade começa a reconhecer a sua real natureza, bem com a real natureza do universo -- natureza espiritual --, e persiste em dar aberturas à ilusória mente humana, por se mostrar curioso em saber "quando virá a melhoria da aparência", "o que era a ilusão", "por que a situação melhorou? Ou piorou? ou não mudou?, etc. ESTA É A ARMADILHA! Ele nem percebe que voltou a "sonhar", ou seja, que "reassumiu o antigo "julgamento segundo as aparências" , voltando a avaliar a si, e ao universo, segundo os padrões materiais da mente humana. Em suma, ele abandonou, talvez inconscientemente, a própria base do estudo de que "já estamos vivendo num perfeito universo espiritual" e que, em vista da Onipresença divina, "já somos tudo aquilo que Deus é".

Este retorno ao dualismo, de início, é normal e não deve ser visto como elemento desanimador. Com a prática persistente, os princípios revelados irão se firmando cada vez mais, e a atuação hipnótica das crenças ilusórias irá se reduzindo à mesma proporção. Assim, com naturalidade, a revelação da real identidade virá a cada um, quando, desse modo, será percebido que "jamais existiu realmente um estudante da Verdade".

Não existem verdadeiramente  mestre e discípulo. Tanto um como outro são personagens do "cinema coletivo" aceito pela mente humana. Buda disse: "Seres animados, seres inanimados, seres com sensibilidade, seres desprovidos de sensibilidade, cada qual já é iluminado." A mesma visão foi a de Jesus, ao dizer aos discípulos: "Sois a luz do mundo". Mas jamais esse tipo de reconhecimento virá de uma "mente humana evoluída". Ele somente virá mediante a VISÃO ESPIRITUAL, capaz de discernir o Universo espiritual em que já vivemos, e, conseqüentemente, o NADA que "constitui" a ilusória mente humana.

Como vimos, a Consciência Espiritual somente vê a Realidade. Será que, com isso, ela "desfará" a ILUSÃO? Jamais! A Consciência Espiritual somente vê a Realidade, e isso é tudo. Não houve, não há nem jamais haverá ilusão a ser desfeita! Se alguém assim pensou, isto apenas comprova a presença de vestígios de seu envolvimento com a mente humana e seus conceitos. ILUSÃO, como o próprio nome diz, é NADA!

Quando nos compenetramos de que "este mundo", assim como nos mostra a ilusória mente humana, é meramente um quadro irreal, de natureza hipnótica, criamos a receptividade ideal para discernirmos a Realidade.

Joel S. Goldsmith costuma citar, em suas obras, o caso de um hipnotizador que fazia com que a pessoa acreditasse na presença de um cão no palco, quando então pedia a ela que o expulsasse dali. E, para diversão de todos, a pessoa realmente se esforçava para expulsá-lo do palco, como se verdadeiramente o cão ali estivesse. Mas o cão não estava no palco: estava na mente iludida da pessoa: estava "existindo" unicamente para ela, enquanto a sugestão hipnótica perdurava.

Qual era a natureza daquele cão? Uma ILUSÃO! Apenas uma APARÊNCIA. Para um praticista de cura espiritual, TODO O MUNDO VISÍVEL é reconhecido como "imagem mental ilusória", isenta de qualquer poder real, cuja capacidade de atuação sobre nós é NULA, se assim o reconhecermos. Se, pelo contrário, dermos crédito a ela, sua "ação sobre nós" será ilusória de forma idêntica à ação do cão sobre a pessoa hipnotizada para acreditar realmente em sua existência.

Quando reconhecemos a Verdade, concomitantemente a ILUSÃO "se desfaz". Esta é uma maneira até imprópria de expressarmos o mecanismo, uma vez que "aquilo que não existe não pode se desfazer". Nosso objetivo, quando empregamos estas palavras, é fazer com que o leitor capte intuitivamente este tema, pois os assuntos espirituais não podem ser tratados com sucesso intelectualmente.

Suponhamos que alguém de nós se aproxime relatando algum problema de doença. A doença não será o foco de nossa atenção, seja ela qual for. Não iremos tentar convencer ninguém de que "doença não existe". Iremos, instantaneamente, reconhecer internamente que, apesar de invisível, Deus é TUDO QUE EXISTE. O nosso "autotratamento" se prende exclusivamente à TOTALIDADE DIVINA, pois, como já vimos, a ILUSÃO tem o seu NADA revelado concomitantemente com o radical reconhecimento constante da TOTALIDADE DE DEUS.

Todo o nosso trabalho se dá no INVISÍVEL, pois INVISÍVEL é o Universo perfeito em que estamos, e INVISÍVEIS somos todos nós, habitantes perfeitos e iluminados deste mesmo Universo.

O praticista espiritual permanece SEMPRE transcendente às aparências do mundo visível, sem se preocupar se a "aparência" está melhorando, piorando ou se mantendo da mesma forma. Não temos a revelação de que "o Meu reino não é deste mundo"?

Assimilemos bem este ponto: não existe ILUSÃO; portanto, não existe "desintegração da ilusão". Analisemos com profundidade o que parece óbvio: a ilusão é uma ILUSÃO! Somente existe O INVISÍVEL; TODO PODER É INVISÍVEL! O EU SOU INVISÍVEL!

OBS: Estes princípios, apenas lidos, não têm valor algum! São Verdades profundas e eternas, mas que exigirão recolhimento interno, quietude, contemplação e percepção, além de total receptividade à sua manifestação.

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segunda-feira, setembro 22, 2014

Aplicação do Princípio da Unicidade

 Capítulo 09 

APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA UNICIDADE

Todo o universo é infinitamente perfeito agora. Todos os seres já são infinitamente perfeitos agora. Todos os acontecimentos estão se manifestando em harmonia perfeita agora. Só existe o universo espiritual perfeito. Só existe o agora. Nada há para ser corrigido ou melhorado.


A chave da vivência espiritual está na assimilação profunda do sentido místico da palavra "Unidade". Se analisarmos o mundo segundo os conceitos da mente humana, dificilmente iremos aceitar esta pedra fundamental de nosso estudo, ou seja, que O UNO É O TODO E O TODO É O UNO. Se este princípio for entendido realmente, isto é, se for ACEITO mentalmente como verdadeiro, estará dado o primeiro passo rumo à sua aplicação em nossa vida.

A Verdade "Eu e o Pai somos um"

O mundo se apresenta à mente humana como constituído de infinitas variedades de manifestações, todas elas aparentemente isoladas ou independentes entre si. Mas, pelo discernimento espiritual, todo o conceito de separatividade desaparece, diante da revelação da ONIPRESENÇA DIVINA, APARECENDO COMO CADA MANIFESTAÇÃO INDIVIDUAL. Não existe a mínima separação entre o EU que EU SOU e o EU QUE DEUS É, pois "EU E O PAI SOMOS UM". Deus aparece COMO o meu ser, COMO a minha Mente e COMO o meu Corpo. Deus aparece COMO o UNIVERSO INTEIRO, pois DEUS É ONIPRESENÇA.

Quando dizemos que DEUS É O SER INDIVIDUAL, isto significa que a TOTALIDADE DE DEUS APARECE COMO O SER QUE CADA UM DE NÓS JÁ É. Quando dizemos que EU SOU O PODER ÚNICO, isto significa que O ÚNICO PODER EXISTENTE ESTÁ APARECENDO INDIVIDUALIZADO COMO O PODER QUE EU SOU. Não se trata, aqui, de nenhum "poder pessoal" ou "isolado". O que a mente humana chama de "poder pessoal" não passa de um conceito ilusório, pois, pelo Princípio da Unidade, só há UM PODER, infinito, transcendente às aparências "deste mundo", e que harmonicamente aparece COMO infinitas manifestações.

Qualquer tentativa de "querer usar a Verdade" de modo individualista será mera pretensão da mente humana, sem qualquer apoio dos princípios espirituais. Isso se aplica bem à cura espiritual: se houver alguém pensando em curar "o outro", estará contrário à percepção da UNIDADE. Para a aplicação do Princípio da Unidade, o praticista permanece em silêncio, aguardando a percepção da Presença divina em SI MESMO, pois se Deus constitui o seu próprio ser, e se Deus constitui todos os seres, não haverá, nesta percepção da Onipresença, ninguém para ser curado e nem para curar. Se surgir o "desejo de curar alguém", imediatamente a pessoa deverá fazer o "autotratamento", abandonando o mais rápido possível aquela intenção, substituindo-a pela Verdade do Ser: Deus aparece como todo ser individual em existência!

Somos Um em Cristo

"Eu (Cristo) sou a videira verdadeira, e meu Pai é o Agricultor." O Cristo é a videira (ou o tronco) e NÓS somos os ramos. Cada indivíduo parece ser um ramo sozinho, desligado, separado e à parte de qualquer outro galho, e cada um provavelmente está imaginando como pode progredir sozinho. De onde ele consegue sua vida, sabedoria e suprimento? O que o sustém? Cada um está avançando, lutando e empenhando-se para conseguir, com seus próprios esforços, felicidade e salvação, como se essa luta pudesse manter e suprir-lhe a vida. E aqui as Escrituras claramente afirmam que NÓS SOMOS RAMOS LIGADOS À VIDEIRA."(Joel S. Goldsmith)

Uma equipe de futebol é uma equipe, apesar de aparecer como diversos jogadores. Se o conceito de UNIDADE permanecer junto a cada um dos jogadores, o TODO irá operar com um objetivo único. O "autor" daquele objetivo não será "visto no campo" -- o técnico --, mas o seu objetivo também será o da equipe, e, conseqüentemente, o objetivo de cada jogador. Apesar de limitada, esta analogia dá uma idéia do que queremos dizer com as palavras "poder espiritual", "unidade" e "onipresença". O técnico está "onipresente em campo" COMO cada um dos jogadores de sua equipe.

Para o "jogador espiritual", há ainda outra vantagem: o adversário é uma ILUSÃO e não precisa ser enfrentado! Há um só Poder! Uma só Presença! Deus aparece COMO os jogadores de "ambas as equipes". Não haverá, então, "duas" equipes, mas tão somente a "equipe única".

Um reconhecimento dessa natureza é o próprio "Princípio da Unidade" em ação, ou posto em prática!

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sexta-feira, setembro 19, 2014

O "Paciente"

 Capítulo 08 

O "PACIENTE"

Todo o universo é infinitamente perfeito agora. Todos os seres já são infinitamente perfeitos agora. Todos os acontecimentos estão se manifestando em harmonia perfeita agora. Só existe o universo espiritual perfeito. Só existe o agora. Nada há para ser corrigido ou melhorado.


Quando falamos de "cura espiritual", que vem a ser o "paciente" a ser tratado ou curado? Alguma pessoa? Alguma situação indesejável? Alguma coisa? Antes de qualquer coisa, precisamos aclarar bem esta questão, pois se nem ao menos conhecermos a natureza de nosso paciente, como poderemos lidar com ele?

Dissemos anteriormente que o PONTO DE PARTIDA FUNDAMENTAL, para o praticista, é o seguinte:

DIANTE DE QUALQUER CHAMADO DE AJUDA,
 SOLTE IMEDIATAMENTE O NOME, A DOENÇA OU O PROBLEMA
DO CHAMADO "PACIENTE" E PASSE DIRETAMENTEÀ PALAVRA "DEUS",
PONDERANDO SOBRE SUA TOTALIDADE.


É comum as pessoas procurarem um praticista trazendo consigo um papel contendo nome, idade, tipo de problema, etc., uma vez que elas próprias se colocam como pacientes. Porém, do lado do praticista, como isso é encarado? Iria ele buscar informações sobre a suposta pessoa em questão? Saber se o caso é muito grave ou não? Não! O praticista não necessitará de informação alguma dessa natureza. ELE DEVE ESTAR APTO A RECONHECER QUE DEUS É A ÚNICA PRESENÇA E O ÚNICO PODER, E QUE TODAS AS "PESSOAS" JÁ SÃO O CRISTO, A PRESENÇA INDIVIDUALIZADA DE DEUS!

O nosso "paciente" é unicamente "este mundo": o quadro ilusório mostrado pela mente carnal. Nunca iremos curar ou melhorar alguma pessoa ou condição. O nosso trabalho nada tem a ver com pessoas e condições. Este ponto deve ficar bem claro: o nosso trabalho é voltado à IDENTIFICAÇÃO DE TODO O CENÁRIO CAPTADO PELA MENTE CARNAL COMO SENDO UM QUADRO MENTAL ILUSÓRIO, SIMPLES APARÊNCIA, SEM REALIDADE, SUBSTÂNCIA OU PODER.

O praticista pode ver o cenário humano, contendo pessoas ou situações boas ou más; contudo, RECONHECE internamente que aquele cenário inteiro é uma ILUSÃO! Quando este reconhecimento é feito, estará o praticista numa posição de OBSERVADOR INCORPÓREO E INVISÍVEL, pois o seu "corpo físico" também estará incluído no "quadro" já reconhecido como ilusório. Desse modo, ele estará olhando todo o cenário de um ponto de vista transcendental, ou, como disse Cristo, estará "dando testemunho da Verdade". O processo assemelha-se a um ator encenando uma peça de teatro. Enquanto ele permanece atento ao seu desempenho, representando o personagem, a sua verdadeira identidade "parece não existir”, e o personagem fictício é que aparenta ser verdadeiramente existente. Se, em algum momento, ele deixar de se envolver com a peça, imediatamente TERÁ CONSCIÊNCIA DE SUA REAL IDENTIDADE. E o "personagem", que "parecia existir", exatamente no mesmo instante se mostra como INEXISTENTE.

Um ator é um ator; um Filho de Deus é um Filho de Deus

O Cristo é a única Identidade verdadeiramente existente de cada um de nós, pois somente Deus é PRESENÇA VERDADEIRA. Se deixarmos de reconhecer a nossa verdadeira identidade, "parecerá existir" um ser humano, mesmo estando aqui o Cristo presente. É o caso de "parecer existir" o personagem, quando, na verdade, quem está presente é o ator. Jamais o personagem virá a ser o ator, pois o ator permanece sendo sempre o ATOR, "exista" ou não o personagem por ele interpretado. São inúmeras as escolas religiosas que tentam "ensinar o personagem a se tornar o ator". Não é este o nosso objetivo, quando escrevemos estas "Notas". Nosso propósito é o seguinte: revelar que "o ator já é o ator", isto é, revelar que O HOMEM JÁ É O CRISTO! "Eis que EU estou convosco desde o princípio."

Este é o princípio de cura espiritual: a realização do autotratamento. Não necessitamos de dados sobre as supostas pessoas que nos pedem ajuda. Elas já são o Cristo! Assim, o nosso "paciente" será a todo instante este "quadro mental" que tenta se fazer passar por Realidade, mas não passa de uma "aparência", uma ILUSÃO!

Sempre que estivermos conscientemente realizando este RECONHECIMENTO, da ONIPRESENÇA DIVINA, todas as pessoas ou situações constantes daquele cenário mental da nossa consciência, se estiverem receptivas, mostrar-se-ão harmoniosas aos olhos da mente humana. A este fenômeno, dá-se o nome de "cura espiritual". Ao praticista, cabe também se cuidar para não se deixar envolver pelas "aparências" boas ou agradáveis. Ele deve se conservar naquele estado transcendental de consciência em que é feito o reconhecimento de que "O Meu reino não é deste mundo".

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quarta-feira, setembro 17, 2014

Meditação, Silêncio e Cura

 Capítulo 07 

MEDITAÇÃO, SILÊNCIO E CURA

Todo o universo é infinitamente perfeito agora. Todos os seres já são infinitamente perfeitos agora. Todos os acontecimentos estão se manifestando em harmonia perfeita agora. Só existe o universo espiritual perfeito. Só existe o agora. Nada há para ser corrigido ou melhorado.


O silêncio interior é o estado desejado pelo praticista de cura espiritual. No silêncio e na quietude interiores é que os princípios espirituais podem ser vistos como verídicos e comprovados. Nesta condição, veremos nitidamente como são limitadas as palavras ou recursos outros de que dispomos humanamente para traduzir uma "experiência espiritual" para o nível intelectual. Por esse motivo, precisamos nos dedicar seriamente à "Prática do Silêncio", para vivenciarmos a Verdade exatamente onde a Verdade Se encontra: dentro de nós, constituindo o nosso próprio Ser.

A meditação como meio de Autotratamento

"Eu Sou a Verdade", "o Reino de Deus está dentro de vós"--- estas palavras nos informam intelectualmente o caminho para a vivência espiritual. Porém, devemos ir muito além das palavras e do intelecto, se desejamos "vencer o mundo" e vivenciar o paraíso. O papel da meditação é exatamente este: servir de meio para a comprovação dos princípios espirituais revelados, até então somente conhecidos intelectualmente ou teoricamente. Através da meditação, alcançamos o "silêncio interior" que nos possibilita discernir as coisas espiritualmente, e este próprio discernimento é que se traduz visivelmente como as chamadas "curas".

Tudo que já vimos anteriormente, os princípios, a explicação, as formas de autotratamento, tem por único objetivo a preparação da mente para a "Prática do Silêncio". E é sobre nossa atitude, durante esta "prática" que iremos, a partir de agora, tecer algumas considerações.

Se analisarmos as pessoas segundo o seu aspecto físico ou mental, poderemos classificá-las quanto à idade, peso, altura, grau evolutivo, etc. Entretanto, toda avaliação dessa natureza parte do "julgamento segundo as aparências". Um praticista jamais leva em consideração os aspectos transitórios do homem e do universo. A pessoa que avalia o próximo segundo os supostos "estágios de consciência" está se comportando de maneira idêntica àquela dos materialistas, ou seja, está se submetendo às sugestões da mente carnal coletiva. Já o praticista espiritual "impersonaliza" o quadro todo, vendo-o globalmente como um "cenário ilusório uno". (vide explicação sobre a "miragem una" no cap. 01)

A ilustração das laranjas verdes e maduras

Se olharmos um pomar repleto de laranjeiras, constataremos a presença de laranjas verdes (em evolução) e maduras (evoluídas). Se estivermos naquele pomar, poderemos classificar as laranjas segundo os estados de maturação de cada uma (estados de consciência). Porém, se estivermos numa exposição de quadros, contemplando a pintura de um pomar colocado numa moldura, veremos que tanto as laranjas verdes quanto as maduras são frutos da mesma espécie, isto é, todas são "imagens pintadas". Nem a laranja verde nem a madura, pintadas no quadro, são a laranja verdadeira. Assim, veremos TODO O QUADRO como ILUSÓRIO, uma APARÊNCIA, que somente busca expressar uma idéia ou conceito do verdadeiro pomar.

O praticista deve saber contemplar este mundo visível como um TODO, como um "CENÁRIO GLOBAL ILUSÓRIO", estejam presentes nele um Jesus Cristo ou um Barrabás, um religioso ou ou criminoso, e assim por diante. Por mais que contemplemos uma pessoa "perfeita", ou uma pessoa "pecadora", se esta contemplação não ultrapassar os limites de percepção da mente humana, nenhuma das duas será o Cristo, ou a Presença individualizada de Deus. A mente humana somente consegue registrar uma "aparência". A função do praticista de cura espiritual é admitir que TODO O CENÁRIO VISÍVEL É ILUSÃO, e que, no ÂMAGO daquela pessoa "perfeita" e da outra "pecadora", encontra-se realmente O CRISTO: Deus, onipresente, aparecendo COMO tudo aquilo que realmente é existente.

Isto corresponde à ilustração do "lápis dentro do copo com água", citada no sexto capítulo. O maior ou menor grau de distorção, que aparentemente o lápis apresenta, depende de fatores externos a ele, mas NUNCA DO LÁPIS EM SI, pois este permanece perfeito e intacto durante todo o tempo. O praticista rejeita a lógica das "aparências"; ele contempla o lápis do ponto de vista do próprio lápis, isto é, reconhece-o perfeito diante da aparente imperfeição; o praticista contempla o FILHO DE DEUS que está PERFEITO, exatamente agora, no exato local em que "aparenta existir" um paciente ou alguma personalidade humana passível de ser boa ou má, de estar bem ou mal.

Portanto, por mais que a mente humana capte pessoas em diversos graus de evolução, ou estágios de consciência, a Consciência Espiritual, contrariando radicalmente aquelas APARÊNCIAS, irá discernir o CRISTO manifesto COMO todas as pessoas existentes. Sim, todas elas! "Eu vim para que TODOS tenham vida(..)." Quando? AGORA! SOMENTE O AGORA EXISTE VERDADEIRAMENTE!

Com o que acabamos de expor, deve ter ficado claro o motivo pelo qual tanto enfatizamos que a terapia espiritual é um autotratamento. Por meio dele, NÓS soltamos o quadro ilusório que mostra pessoas boas e más e contemplamos espiritualmente o universo divino, em que "Deus faz chover sobre justos e injustos", já que Deus, a Consciência Espiritual, contempla a Si mesmo COMO cada um de nós. Os "justos e injustos" somente existem como aparências para a ilusória mente carnal coletiva. "Eu -- Consciência Espiritual-- vim ao mundo para dar testemunho da Verdade".

A cura é a consciente percepção da Presença do Cristo 

Quando "nos convencemos" das verdades espirituais, através do autotratamento, aguardamos a "vinda do Cristo" em nosso interior. Em outras palavras, quando soltamos por completo as sugestões da mente carnal, percebemos a PRESENÇA DE DEUS já manifesto COMO a nossa real identidade, que é espiritual. Eis por que sempre salientamos que não deve haver esforço mental durante a "Prática do Silêncio". Não iremos nos esforçar para atingir o Cristo! Aquilo seria impossível! Jamais a chamada "mente humana" alcançará o Cristo! Ela é ilusória! A ilusão nunca atingirá a Realidade! Ilusão é "NADA". Aquilo que é NADA jamais atingirá a TOTALIDADE. Por outro lado, a TOTALIDADE JÁ É AGORA! Deus constitui a TOTALIDADE de tudo o que existe. Muitos são os que sentem dificuldade para meditar devido a esse engano: tentam alcançar o Cristo empregando a suposta mente humana. "AQUIETA-TE E SABE, EU SOU DEUS." Este "aquietar" da mente humana tem o sentido de "soltar aquilo que não é", "soltar o nada", "soltar o falso conceito", "soltar da mente o lápis quebrado". Daí, segue-se o SILÊNCIO, o discernimento espiritual daquilo que É: SOMENTE DEUS É!

A "meditação de cura" se encerra nesta percepção plena: DEUS, SOMENTE, É!

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domingo, setembro 14, 2014

Sugestões de Autotratamento

 Capítulo 06 

SUGESTÕES DE AUTOTRATAMENTO

Todo o universo é infinitamente perfeito agora. Todos os seres já são infinitamente perfeitos agora. Todos os acontecimentos estão se manifestando em harmonia perfeita agora. Só existe o universo espiritual perfeito. Só existe o agora. Nada há para ser corrigido ou melhorado.


No capítulo anterior, ressaltamos que a prática da cura espiritual é um autotratamento, uma mudança interna de conceitos aliada à percepção de Deus sendo a nossa consciência. No início de A ARTE DE CURAR PELO ESPÍRITO, obra de Joel S. Goldsmith, seu tradutor, Huberto Rhoden, disse o seguinte: "Há quase 2000 anos que o maior dos curadores disse: "Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará" –– e há quase vinte séculos que os homens vivem escravizados pela inverdade: ouviram a mensagem da Verdade Libertadora, creram nela, repetiram-na em discursos, sermões e livros, mas não a realizaram na sua vida diária e não foram libertos dos seus males, porque não se libertaram das suas maldades pelo poder do Espírito. É chegada a hora de tomarmos a sério a mensagem do Cristo e realizarmos o homem crístico, em espírito e em verdade --o homem de perfeita santidade, sapiência e sanidade –– o homem integral".

Neste capítulo, falaremos sobre algumas maneiras de argumentação que podem ser utilizadas como "autotratamento". Evidentemente, as variações possíveis destas argumentações são infinitas, e as aqui citadas servirão somente como ilustração.

Todo o universo já é perfeito! O que nos chega como "imperfeição" não passa de um argumento ilusório (boato) trazido pela mente carnal coletiva. Assim, no autotratamento, na fase inicial, utilizaremos contra-argumentações fundamentadas na Verdade. Não empregaremos "esforço mental", mas, serenamente, iremos fazer ponderações sobre temas que nos levem à espontânea conclusão de que a Realidade já é perfeita, e que Deus é sempre a única Presença ou  Poder existentes.

Que explicaria tanta relutância, por parte da humanidade, no tocante a viver esta Mensagem Absoluta em proporção ao conhecimento da mesma? Muitos motivos e justificativas têm sido ventilados. Não iremos, aqui, enumerá-los todos, mas apenas apontar as três razões principais, segundo o nosso ponto de vista.

a) complexo de inferioridade

O homem, avaliando a si mesmo e aos demais em termos do que a mente humana falsamente lhe apresenta como sendo a sua identidade, não consegue admitir verdadeiramente a Verdade revelada de que "sua real identidade é Deus aparecendo como ser individual".

b) autopunição

Aceitando-se como ser humano,  sente-se de alguma maneira culpado pelas imperfeições e erros que julga ter causado, sente-se interiormente desmerecedor de levar uma vida de total felicidade; este conceito, acumulado no subconsciente, atua como desejo inconsciente de autopunição, criando um bloqueio invisível à prática da Verdade já conhecida. Daí podermos notar a importância do "Princípio de IMPERSONALIZAÇÃO do mal": O suposto "mal" não é pessoal; não se localiza em pessoa alguma! Trata-se de uma "crença falsa universal" em DOIS poderes. Uma crença IMPESSOAL.

c) falta de determinação

A pessoa lê, estuda os princípios, participa de cursos e palestras: porém, falta a ela a DETERMINAÇÃO de já colocar em prática O QUE JÁ SABE! Continua, desse modo, "querendo aprender sempre mais", sem ao menos se dedicar plenamente à implantação em sua vida dos princípios espirituais já sabidos, e que acabam ficando simplesmente armazenados na mente como informação.

Esta série de textos sobre a "cura espiritual" tem como OBJETIVO ÚNICO romper de vez com toda essa INÉRCIA MENTAL das pessoas. Os princípios devem ser lidos, conhecidos e postos em prática AGORA! Quem deseja estudar a Verdade precisa parar de se enganar, partindo de modo DECISIVO para esta VIVÊNCIA ILUMINADA que nos aguarda a todos. Não há meios-termos! É tudo ou nada! Ou é aceito que somos uma UNIDADE PERFEITA, vivendo num REINO DE ONIPRESENÇA E ONIPOTÊNCIA, ou é endossada a antiga crença forjada pelo "pai-da-mentira", de que somos um "ego humano" à espera de evolução ou redenção, habitantes de um imperfeito e efêmero "mundo material" em que atuam dois poderes: o bem e o mal. É uma coisa ou outra!

Vários movimentos filosóficos ou religiosos tiveram o receio de ensinar abertamente a Verdade Absoluta de que "O HOMEM REAL É DEUS", talvez por temerem um falso entendimento de que "o ego humano é Deus". Esta relutância acabou por cristalizar a crença e ocultar a Verdade, pois as "meias-verdades" fazem perdurar os errôneos conceitos de separatividade e dualidade. "A Verdade nos liberta", mas não as "meias-verdades".

Feitas estas considerações, passaremos ao nosso tema, o Autotratamento. Apresentaremos algumas sugestões ou idéias básicas para que cada um possa dar início às meditações contemplativas capazes de gerar o "vazio do ego" e a percepção da Presença de Deus. Ressaltamos, contudo, que as "formas de autotratamento", aqui sugeridas, não devem ser encaradas como "receitas" ou "métodos decorados para seguir"; são sugestões de atitudes mentais desejáveis para o início da prática, quando nos defrontarmos com as ilusórias "aparências" deste suposto mundo material. Cada pessoa, experimentando cada uma das formas sugeridas, identificar-se-á com uma ou mais delas e, pela prática constante, acabará por desenvolver por si mesma aquela que lhe será a mais apropriada e eficaz. 


O PONTO DE PARTIDA  FUNDAMENTAL DO AUTOTRATAMENTO É A TOTALIDADE DE DEUS: DIANTE DE QUALQUER CHAMADO DE AJUDA, SOLTE IMEDIATAMENTE O NOME, A DOENÇA OU O PROBLEMA DO CHAMADO "PACIENTE" E PASSE DIRETAMENTE À PALAVRA "DEUS", PONDERANDO SOBRE SUA TOTALIDADE.

Todas as formas ou exemplos de autotratamento, que iremos sugerir a partir de agora, terão o seu início relacionado diretamente com este PONTO DE PARTIDA FUNDAMENTAL.

autotratamento, dessa maneira, pode ser entendido como o "Buscai, primeiro, o reino de Deus e a Sua justiça...", recomendado por Jesus Cristo.

O tempo requerido para o autotratamento dependerá da condição em que o "praticista-curador" estiver a cada momento, isto é, dependerá de seu maior ou menor envolvimento com as sugestões hipnóticas deste mundo aparente. Um resultado, hoje obtido, por exemplo, em questão de minutos ou até de segundos, poderá exigir-lhe horas em outras ocasiões. A cura espiritual é acessível a todos nós, porém, precisamos nos dedicar integralmente à sua prática, se a desejarmos realmente. Vale lembrar o que já dissemos anteriormente: cura espiritual é a eliminação do falso conceito de universo que vínhamos retendo.

FORMA NÚMERO 1

É o chamado "autotratamento específico". Começamos com a palavra "DEUS", procurando encaixar o aspecto de Deus adequado ao caso específico apresentado. Exemplificando, se o caso  for de algum "órgão doente", imediatamente pensaremos em Deus como ÚNICA ATIVIDADE presente em todas as "células" do órgão citado. Sendo DEUS a única atividade realmente presente, é lógico que a atividade perfeita é onipresente. Nosso autotratamento específico deverá nos conduzir serenamente a esta conclusão: a atividade do órgão citado é uma atividade espiritual de Deus, e está se desenvolvendo na plenitude da perfeição imutável.

Este autotratamento não deve ser confundido com meras "afirmações mentais". Trata-se somente de uma contra-argumentação por nós empregada, para que possamos atingir a quietude interna em que o "nada" do problema nos possa ser revelado.

FORMA NÚMERO 2

Partimos da palavra DEUS, procurando associar as idéias que possuímos sobre Deus como ONIPOTENTE, ONIPRESENTE, ONISCIENTE E ONIATIVO. Exemplificando, se Deus é onipresente, Ele é a ÚNICA Presença realmente existente, seja no local em que estivermos, seja no local em que a "pessoa solicitante de ajuda" se encontre. Se Deus é onisciente, tudo que pode ser por nós conhecido, constitui um conhecimento "onipresente". Logo, toda Verdade conhecida por cada um de nós é a Verdade conhecida por Deus e também pelo suposto "paciente". Com o nosso conhecimento interior da Verdade sobre Deus, sobre o nosso ser e sobre o "paciente", concluímos que "somos somente UM Ser, UM Poder, UMA Presença e UM Saber. Com esta conclusão, aguardamos a quietude interior que endossará esta Verdade por ação do Espírito.

FORMA NÚMERO 3

Partimos de DEUS como CAUSA ÚNICA. Sendo Deus a Causa única, não pode haver nenhum poder real no "efeito" que possa prejudicar a "causa". A CAUSA É DEUS, e DEUS É "EU SOU". Eu Sou INVISÍVEL. Somente o INVISÍVEL é Poder. Tudo que é VISÍVEL, em termos humanos, não é poder. Este autotratamento faz com que eliminemos o temor frente às "aparências" do mundo visível.

FORMA NÚMERO 4

Bastante eficaz é utilizarmos algo que contrarie radicalmente o que diz a lógica humana. Exemplificando, se reconhecermos: "EU EXISTO HÁ INFINITOS BILHÕES DE ETERNIDADES", estaremos rapidamente nos desvencilhando deste suposto "ego humano temporal". Sendo Deus o único INDIVÍDUO que há, este EU, que é Deus, somente pode ser o EU que EU SOU. Assim, quando iniciamos o autotratamento com frases como a citada, logo descartamos o conceito falso e limitado que poderíamos estar retendo a nosso respeito ou a respeito do "paciente". Outros exemplos de frases de impacto poderiam ser: "O MEU EU OCUPA O UNIVERSO INTEIRO, EXATAMENTE AGORA", "O MESMO EU INFINITO QUE SE MANIFESTA COMO JESUS CRISTO CONSTITUI O MEU EU". Temos também a empregada por Jesus: "Antes que Abraão existisse, eu sou".

O Ser Infinito, que é Deus, aparece individualizado como o nosso Ser. Assim, por mais que empreguemos frases ou idéias sobre o "EU", toda a grandiosidade nelas contida ainda será irrisória, limitada e finita, frente à verdadeira e suprema grandiosidade de Deus sendo cada um de nós. O autotratamento deverá sempre preceder aquele período de "espera em quietude e silêncio", quando Deus conscientemente é discernido como EXPERIÊNCIA REAL E VIVA em nossa própria Vida. Neste ponto, saberemos que somos a própria Presença de Deus.

FORMA NÚMERO 5

Podemos empregar alguma "ilustração" como autotratamento. Algo que nos traduza a TOTALIDADE E PERFEIÇÃO DIVINAS e, ao mesmo tempo, o NADA de toda "aparência" que porventura surja à nossa frente. Exemplificando, citaremos uma ilustração bem difundida no meio metafísico: a ilustração do lápis mergulhado num copo com água. Observando-o pelo lado de fora, ao nível da água, teremos a IMPRESSÃO  de que ele se encontra torto e também quebrado. Mas, apesar desta "aparência”, O LÁPIS EM SI PERMANECE PERFEITO dentro do copo. Se considerarmos o nosso Ser visto "pelo lado de fora" (olhos humanos da crença coletiva), teremos a IMPRESSÃO de sermos um "ego humano", imperfeito, passível de cura, correção ou evolução, etc. Os "olhos da crença" somente captam uma "aparência" de nosso Ser real. Se nos contemplarmos do ponto de vista de nossa real identidade (com o "olho simples" do discernimento espiritual), constataremos a Presença de Deus já manifesta COMO o nosso "Eu", exatamente agora. Em vista disso, qualquer intenção objetivando "aperfeiçoar, curar, corrigir, fazer evoluir ou fazer com que o Cristo Se manifeste", em se tratando do nosso Ser, será vista como intenção absurda. Não seria absurdo querer "consertar o lápis" já perfeito dentro do copo, simplesmente por o estarmos vendo com uma "aparência" de imperfeição? O copo e a água não têm poder para danificar verdadeiramente o lápis.  Aquilo não passava de simples APARÊNCIA. Uma ILUSÃO!

O praticista de cura espiritual é a Consciência daquele que contempla o LÁPIS JÁ PERFEITO, exatamente onde a "mente carnal" julga existir o LÁPIS QUEBRADO.

Esta ilustração nos dá uma nítida diferenciação entre o que é REAL e o que é simples APARÊNCIA. Na moderna literatura metafísica, ou mística, há tantas outras ilustrações desse tipo, sendo todas elas de grande utilidade na prática do autotratamento.

FORMA NÚMERO 6

Certas palavras, quando analisadas profundamente, são também úteis no autotratamento. Citemos algumas delas: hipnotismo, sugestão, miragem, aparência, ilusão. Elas nos proporcionam uma visão nítida sobre o comportamento que um praticista de cura espiritual deve assumir: VER O QUE REALMENTE ESTÁ "EXISTINDO" EXATAMENTE ONDE ERA VISTO O QUE "PARECIA EXISTIR". Vêm bem a calhar, neste ponto, as seguintes palavras de Jesus Cristo: "Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem sejam cegos". (João 9:39)

No caso da palavra "hipnotismo", por exemplo, iremos assimilar o seu significado: "Que é hipnotismo? Imagem na mente! Um quadro que não existe 'lá fora' no mundo! Simples aparência; sem qualquer poder real sobre nós..." E, seguindo nessa linha de pensamento, iremos reconhecendo o "nada" das imagens hipnóticas da mente carnal e a "totalidade" de Deus, única realidade e única presença verdadeiramente existentes: iremos reconhecendo Deus como a presença que todos somos, como o "Eu Sou" de cada um, aqui e agora.

Expusemos, em linhas gerais, algumas dentre as inúmeras formas possíveis de autotratamento. Porém, algo de suma importância deve sempre ser lembrado: esta fase inicial, em que fazemos uso dos autotratamentos citados, é somente preparatória. A fase mais importante é a seguinte, quando deveremos permanecer receptivos, em quietude e silêncio, "percebendo" a Presença de Deus CONSTITUINDO o nosso próprio Ser infinito.

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quinta-feira, setembro 11, 2014

A Prática da Cura Espiritual

 Capítulo 05 

A PRÁTICA DA CURA ESPIRITUAL

Todo o universo é infinitamente perfeito agora. Todos os seres já são infinitamente perfeitos agora. Todos os acontecimentos estão se manifestando em harmonia perfeita agora. Só existe o universo espiritual perfeito. Só existe o agora. Nada há para ser corrigido ou melhorado.


Neste capítulo, abordaremos objetivamente a aplicação prática dos princípios espirituais comentados anteriormente, e que se encontram resumidamente na frase acima.

O procedimento para curarmos espiritualmente é um "Autotratamento", ou seja, um trabalho interno de consciência, que jamais visa a alterar alguma condição imperfeita referente a alguma pessoa ou circunstância que vínhamos percebendo através da mente humana. A totalidade do que é discernido pela mente humana é NADA. Todos os problemas relacionados com pessoas e circunstâncias ao nosso redor são como "bolhas de sabão já estouradas" –– puro NADA. Nesse caso, quem são realmente as pessoas com quem estamos convivendo? "Eis que EU estou convosco desde o princípio". Esta é a resposta! Todos vivemos com a Vida que é Deus! Para percebermos isto, fazemos o Autotratamento.

 1. DEUS É. DEUS É A ÚNICA PESSOA QUE EXISTE. CADA PESSOA JÁ É O FILHO DE DEUS, O CRISTO, O PRÓPRIO DEUS MANIFESTO COMO SER INDIVIDUAL.

Devemos nos interiorizar e nos compenetrar do sentido destas palavras. Sem nenhum esforço mental. Apenas nos colocaremos em atitude receptiva, que nos conduzirá naturalmente ao discernimento claro desta realidade. JAMAIS LEVAMOS À NOSSA MENTE ALGUMA "PESSOA HUMANA" OU "PROBLEMA". JAMAIS! Pelo contrário, desconsideraremos radicalmente todas as impressões colhidas pela mente humana. Nossa mente se ocupará exclusivamente com a Verdade de que DEUS É TUDO! Se soltarmos da mente aquilo que já é NADA, a Verdade será percebida como já ocupante do espaço todo (Onipresença), enquanto o que é NADA será por nós conscientizado como inexistente –– ILUSÃO.

2. NÃO PRETENDEREMOS AJUDAR OU CURAR OUTRAS "PESSOAS", MUITO MENOS A NÓS MESMOS. COMO IRÍAMOS "CURAR ILUSÃO"? NÃO! O AUTO-TRATAMENTO CONSISTE NUMA COMPREENSÃO INTERIOR DA IDENTIDADE ESPIRITUAL DE CADA SER. A CHAMADA "CURA" SERÁ UMA CONSEQÜÊNCIA DIRETA DESTA COMPREENSÃO INTERNA DA NATUREZA DIVINA DE CADA PESSOA.

Para nos desvencilharmos rapidamente das alegações errôneas sugeridas pela mente carnal, poderemos utilizar, no autotratamento, meditações contemplativas como as do seguinte tipo:

"Acabei de receber informação sobre alguém com um problema. Porém, isto não se refere a alguma pessoa. Tampouco é algo relacionado com a pessoa. Todo ser que existe, é DEUS INDIVIDUALIZADO. Assim , a informação que me veio não passa de uma sugestão. Uma "tentação" no sentido de que eu venha a acreditar na existência de "alguém" separado de Deus. Não me deixarei enganar! Somente considerarei a verdadeira existência de Deus, aparecendo COMO ser individual."

Desse modo, pelo reconhecimento interno de que apenas nos defrontávamos com uma "imagem hipnótica", sem realidade, sem substância, puro NADA, contemplaremos intuitivamente, com os "olhos espirituais", a Identidade Divina da pessoa em questão. Não iremos resolver problema algum de saúde, financeiro, moral, etc. Reconheceremos que DEUS É ONIPRESENÇA E INFINITUDE! Não há, no universo inteiro, "espaço para ser ocupado por imperfeição", já que Deus é onipresente e infinito. Ponderaremos a esse respeito durante o autotratamento.

3. CADA PROBLEMA QUE PARECE ENVOLVER ALGUMA PESSOA OU CONDIÇÃO SERÁ RESOLVIDO "DENTRO DE NÓS".

O chamado "problema" nunca será solucionado pela "mudança da outra pessoa". Iremos resolvê-lo DENTRO DE NÓS. Eis por que damos ao "tratamento" o nome de AUTOTRATAMENTO. Jamais deveremos dizer que "a pessoa está hipnotizada pela crença coletiva", ou que "ela está na ilusão". Se assim dissermos, estaremos endossando a ilusão. Deveremos, imediatamente, dar o "autotratamento", isolando mentalmente a pessoa por completo do problema, conforme dissemos anteriormente. No ensinamento de O Caminho Infinito, isto recebe o nome de "impersonalização da ilusão".

4MANTENDO A MENTE TOTALMENTE OCUPADA COM A VERDADE DO SER, FICAREMOS DIANTE DO QUADRO MENTAL (MUNDO VISÍVEL) COMPLETAMENTE DESCONTRAÍDOS, SEM TEMÊ-LO E SEM ODIÁ-LO. NESTE PONTO, SABEREMOS QUE O CENÁRIO VISÍVEL É "MIRAGEM", PURO "NADA".

Quando estivermos conscientes de que o "quadro" a nós trazido pela mente carnal é "miragem", sem qualquer poder sobre nós, sua nulidade será constatada. O Caminho Infinito dá a este princípio o nome de "nadificação da ilusão". Trata-se de uma postura neutra diante do quadro visível apresentado, em que nos colocamos convictamente apoiados na Verdade: Deus constitui o Ser individual. Deus constitui o nosso Ser individual. Deus constitui o Ser individual de todas as pessoas. 

"Isto não é o que aparenta ser: isto é Deus que Se manifesta como...". Firmes nesta conscientização, veremos a manifestação espontânea da Verdade dentro de nós.

5. O AUTOTRATAMENTO NÃO TERMINA COM A MUDANÇA OCORRIDA NA "OUTRA" PESSOA, MAS QUANDO SENTIMOS A “SOLTURA” DA CRENÇA FALSA DENTRO DE NÓS.

Não deveremos ficar voltados a verificar se houve alterações nos demais, o que seria simplesmente voltar a buscar impressões baseadas na mente carnal. O praticista da cura espiritual busca somente uma "impressão interna", um sinal revelado de que "a obra está feita". SOMENTE DEUS EXISTE! 

Este discernimento se traduz como a "cura espiritual".

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terça-feira, setembro 09, 2014

A Unicidade

 Capítulo 04 

A UNICIDADE

Todo o universo é infinitamente perfeito agora. Todos os seres já são infinitamente perfeitos agora. Todos os acontecimentos estão se manifestando em harmonia perfeita agora. Só existe o universo espiritual perfeito. Só existe o agora. Nada há para ser corrigido ou melhorado.


Todo o trabalho de cura espiritual se baseia no despertar interior para a Verdade contida nesta única declaração de Cristo: "Eu e o Pai somos um". À primeira vista, podemos ser levados a uma falsa concepção do sentido absoluto desta frase. Caso isso ocorra, isto é, se continuarmos aceitando a existência de um "Eu" e, também, a de um "Pai", vistos como "duas" existências, e não como "uma só", estaremos novamente iludidos pela crença na dualidade ou separatividade.

A dualidade e a separatividade não existem

Não existe ser algum separado de Deus. Sendo Deus a própria Onipresença, a mínima ideia que possa desviar o nosso pensamento para a crença na existência de um "Eu" que possa "se tornar um com Deus" não passa de "ilusão".

Não podemos "nos tornar" um com Deus. Esta UNIDADE já existe! Quando dizemos "Eu e o Pai somos um", nada mais queremos afirmar, senão esta Verdade fundamental: DEUS SE MANIFESTA COMO O SER QUE EU SOU.

Esta UNIDADE já existe AGORA! Não será fato a ser gerado através de estudos ou meditações. Deus aparece como o Ser individual, independentemente de a "mente carnal" estar consciente ou não deste fato, ou realidade. Com efeito, estejamos ou não conscientes desta Verdade, o fato é que Deus constitui o nosso EU, isto é, EU SOU DEUS INDIVIDUALIZADO!

Em muitos textos metafísicos, encontramos frases explicativas sobre esta Verdade, e é dada ênfase particular no sentido de que devemos "conscientizar" esta Unidade. Entretanto, este "conscientizar" não implica esforço mental algum, ou melhor, não implica nenhum tipo de esforço: pelo contrário, trata-se de um "despertar", um simples e suave "reconhecer", uma natural e interna modificação de conceitos, feita com "coração de criança". Poderia ser comparado ao "reconhecimento" de que o sol está "agora" brilhando no firmamento, embora a "mente carnal" possa estar aceitando que "é noite" ou que é "dia nublado".

Deus já está manifesto como o Cristo que constitui seu "Eu"

Não devemos acreditar que o Cristo está em nós em forma "latente", ou que "precisa ser dinamizado ou posto em expressão"; não devemos  acreditar que, "tendo o Cristo em nosso interior", precisamos conscientizar a Verdade para "fazer" com que Ele Se manifeste! O Cristo, nosso "Eu", já está manifesto! O Cristo constitui a nossa real identidade: Deus aparecendo como Ser individual! Deus já está manifesto agora! Deus é Vida! Estamos vivos! Estamos vivendo agora num universo espiritual e perfeito, mas que não pode ser discernido pela ilusória "mente carnal". Também aqui podemos recordar o paralelo já visto: o sol já está brilhando no céu, mas a "mente carnal" não o pode perceber durante a noite. Entretanto, somos capazes de RECONHECER que, apesar de a aparência ser a de estarmos "sem sol", o fato verídico é o de que ele permanece brilhando no firmamento. Quando modificamos nossos conceitos desta maneira, percebemos que o sol sempre esteve brilhando, mesmo nos intervalos em que, sem analisarmos deste modo, acreditávamos que ele estivesse ausente.

Também o Cristo já está manifesto como o Eu de cada um de nós. Não há forma de O colocarmos "em expressão". Não podemos gerar um acontecimento que Deus já faz acontecer agora. É deste "despertar" que estamos falando. "Eis que estou à porta, e bato". Tudo é AGORA!  Neste exato momento! Não adie este simples reconhecimento! Acolha esta Verdade revelada com "coração de criança"! O paraíso será vivenciado aqui e agora.

Não devemos partir do "mundo visível" para julgar tanto a nós como ao nosso próximo. Não. Este "conceito de mundo" não é o Reino de Deus, o nosso universo real. Precisamos partir do "Mundo Invisível", em que realmente estamos vivendo na mais absoluta perfeição. Jamais poderemos reconhecer a nós mesmos como "Deus aparecendo como Ser individual", se partirmos dos conceitos feitos sobre nós tendo por base esta "aparência" de mundo. Tampouco conseguiremos reconhecer o Cristo manifesto como todas as demais pessoas! Já dissemos anteriormente: o "mundo visível" é somente uma "aparência" do universo: não é um "mundo verdadeiro". Assim, deixemos "este mundo" de lado e passemos, internamente, a reconhecer a "mente de Cristo" sendo a nossa mente, cônscios de que ela está agora discernindo o real Reino de Deus, eternamente perfeito, em que todos habitamos.

"Não julgueis segundo as aparências"

Se deixarmos de nos julgar segundo a "aparência" de nosso ser, e reconhecermos que somos "invisíveis" para a suposta "mente carnal", poderemos discernir a Presença de Deus, aqui e agora, como o nosso próprio Eu Individual, isento de imperfeições e problemas de qualquer espécie. Com plena nitidez, estaremos percebendo o significado real, amplo e absoluto da frase "Eu e o Pai somos um". A chave da chamada "cura espiritual" encontra-se na percepção desta UNIDADE.

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