"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

domingo, janeiro 29, 2012

A Verdade e a Ilusão (Masaharu Taniguchi)

Masaharu Taniguchi


Iwamura - Gostaria que me explicasse por que o corpo carnal é produto da ilusão.

Taniguchi - O homem é originariamente filho de Deus. Deus constitui a essência do homem. Sendo Deus Espírito, e não matéria, o homem, que é filho de Deus, também é Espírito e não a matéria chamada corpo carnal. Pensar erroneamente que o homem seja corpo carnal constitui ilusão; e a projeção dessa ilusão constitui o corpo carnal.

Iwamura - Se o corpo carnal é projeção da ilusão, quando o corpo carnal deixar de existir extinguir-se-á a ilusão?

Taniguchi - Nem sempre. O corpo carnal é projeção da ideia que há na mente; por isso nem sempre sua extinção significa a extinção da ideia. O corpo carnal é a imagem que nossa mente projeta na tela chamada mundo material; quando essa imagem (ideia) se projeta na tela chamada mundo astral, surge em forma de corpo astral.

Iwamura - Entendi. E se nos livrarmos totalmente da ilusão, como ficará este mundo?

Taniguchi - Este mundo está se extinguindo a cada momento. Tomando o corpo carnal como exemplo, o meu corpo de agora já não é mais o mesmo de uma hora atrás; hé elementos que se transformaram em suor, outros em urina, a disposição sanguínea também mudou totalmente. Esta mudança significa a extinção de alguma coisa que existia anteriormente e o surgimento de outra nova no seu lugar. Se nossa mente abandonar a ilusão e passar a ter pensamentos corretos, desaparecerá o corpo carnal insano e surgirá o corpo carnal são. Da mesma forma, se abandonarmos a ilusão, o mundo fenomênico imperfeito desaparecerá e em breve surgirá um mundo perfeito refletindo fielmente o mundo verdadeiro, isto é, será feita a vontade de Deus, assim na terra como no céu.

Iwamura - Entendo que o nosso corpo carnal imperfeito seja projeção da mente, mas a Natureza, as árvores, os astros, etc., em seu estado atual não é exatamente como Deus a criou? Parece-me que na pureza do céu azul ou na beleza do verde das árvores não há mínimo de pensamento impuro...

Taniguchi - Por mais que nos pareça puro ou belo, todo este mundo perceptível aos cinco sentidos é mundo da projeção. Pensar que este mundo, assim como se apresenta, já é o mundo verdadeiro, o mundo da existência verdadeira, é um erro. De fato, o céu azul é límpido e puro, as árvores são verdes e belas. Neles existe o reflexo do mundo verdadeiro. Mas a beleza do mundo verdadeiro nem se compara com essa beleza imperfeita projetada. Este mundo fenomênico é um mundo da ilusão, em que a beleza do mundo verdadeiro se reflete de maneira impefeita; nele, luz e treva estão mescladas. A consciência de que somos filhos de Deus é a luz, a realidade. A ilusão que admite sermos a matéria chamada corpo carnal é a treva, a falsidade. Mistura de luz e treva, de realidade e falsidade - é isto que caracteriza este mundo. Se toda a natureza perceptível aos cinco sentidos fosse a realidade tal qual Deus criou, a lei do mais forte que vigora entre os animais - a cobra que devora o sapo, o leão que mata e come o carneiro - também seria real. Se fosse assim, não poderíamos dizer que Deus é amor, nem que Deus é harmonia. Quando se admite que o mundo perceptível aos cinco sentidos é, assim mesmo, o mundo verdadeiro criado por Deus, invalida-se e se contradiz a Verdade de que Deus Criador é Bem.

Iwamura - Se este mundo imperfeito perceptível aos cinco sentidos não é o mundo tal qual Deus criou, e sim um mundo da ilusão onde se projeta imperfeitamente o mundo verdadeiro criado por Deus, o que seria esse mundo da ilusão?

Taniguchi - O mundo da ilusão não existe verdadeiramente. Quando uma coisa inexistente aparenta existir, é ilusão. Se algo existente mostra que existe, é realidade e não ilusão. Na verdade, a ilusão propriamente dita não existe. Sendo a ilusão algo inexistente que aparenta existir, desaparecerá se conhecermos a Verdade.

Iwamura - E por que é que se tem a ilusão de que uma coisa inexistente existe?

Taniguchi - Isso, em budismo, também constitui uma questão assaz complicada, e existe o que se chama Teoria da Origem da Ilusão. Ainda não houve um só filósofo no mundo que tenha conseguido explicar de maneira convincente de onde surgiu a ilusão. Há quem explique com a teoria do surgimento causal, isto é, que "aquela ideia surgiu por acaso", mas não é considerada uma explicação satisfatória. Na minha opinião, já que a ilusão não existe verdadeiramente, o próprio fato de buscar a origem daquilo que é inexistente é ilusório. Se buscarmos a sua origem, estamos pressupondo que existe. Mas não adianta buscar insistentemente a origem do que não existe.

Iwamura - Como podemos saber que não existe?

Taniguchi - Enquanto ficarmos buscando insistentemente a sua localização ou a sua origem, não compreenderemos que a ilusão não existe. Quando deixarmos de lado o que não existe e conscientizarmos do que existe realmente - a Verdade sagrada de que somos filhos de Deus -, a ilusão revelará por si a sua verdadeira natureza que é a inexistência e desaparecerá. Não existe outro meio de provar a inexistência da ilusão.

Tomemos como exemplo um indivíduo que sonha que um ladrão de alguma penetrou em sua casa equipada com a maior e a mais efetiva engenhosidade de segurança: enquanto ele ficar procurando o ladrão, pensando que ele deve estar em algum lugar da casa, ficará criando a imagem do ladrão na sua mente e continuará temendo-a. Mas, se o indivíduo despertar e tocar com as mãos a fechadura firmemente trancada e perceber que não há meio algum de o ladrão penetrar em sua casa, desfar-se-á o sonho de que há um ladrão dentro de sua casa. A ilusão é como esse sonho: quando tocamos a essência de nossa Vida com nossa intuição e despertamos para a Verdade de que somos filhos de Deus, imunes à invasão da imperfeição, a ilusão desaparece. Diz-se "percepção da Imagem Verdadeira" o fato de conhecermos a essência da Vida (filho de Deus), tocando-a diretamente com nossa alma. O apóstolo Paulo disse: "O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus". E, quando nosso espírito testifica e conscientiza que somos filhos de Deus, a ilusão desaparece por si mesma.


(Do livro "A Verdade da Vida, vol. 16", pp. 51-56)


sexta-feira, janeiro 27, 2012

Os dois reinos da iluminação (Osho)

OSHO


"Quem sou eu?" tem de ser perguntado nos recantos mais profundos do seu ser. Você tem de ressoar com esta pergunta. Ela tem de vibrar em você, pulsar em seu sangue, em suas células. Tem de ser tornar um ponto de interrogação na sua própria alma.

E, quando a mente está silenciosa, você vai saber. Não que alguma resposta será recebida por você em palavras, não que você será capaz de escrever em suas anotações que "esta é a resposta". Não que você consiga dizer a alguém "esta é a resposta". Se você conseguir dizê-la a alguém, esta não é a resposta. Se você conseguir escrevê-la em uma agenda, esta não é a resposta. Quando a verdadeira resposta aparece, ela é tão existencial que é inexpressível.

Essa é uma das coisas mais difíceis de se fazer - permanecer com uma pergunta e não buscar a resposta. Porque a mente é muito perspicaz; ela pode fornecer uma resposta falsa. Ela pode consolá-lo; pode lhe dar algo a que se agarrar; e então a pergunta não é respondida, mas suprimida. Então você vai em frente acreditando na resposta, e a pergunta permanece nas profundezas do seu inconsciente como uma ferida. A cura não aconteceu.

Permaneça com a pergunta - alerta, consciente, não buscando, não tentando encontrar uma resposta. Por mais difícil que isto seja, você pode fazê-lo. Pode ser feito. Eu o fiz. E todos aqueles que dissolveram suas perguntas o fizeram. A própria consciência, o fogo da consciência, queima a questão. E não é que você receberá uma resposta. Ninguém jamais recebeu alguma resposta. Se você permanecer com a pergunta, pouco a pouco a pergunta desaparecerá. Certo dia, de repente, você descobre que está ali, e a pergunta não está. Você está ali sem uma pergunta. Essa é a resposta. Você, sem uma pergunta, é a resposta.

Faça a pergunta básica, a pergunta mais fundamental: "Quem sou eu?"

Quem? Deixe a sua consciência penetrar nela, como uma seta que vai penetrando cada vez mais fundo. E não tenha pressa de encontrar a resposta - porque a mente é astuta. Se você estiver com pressa, impaciente, a mente pode lhe proporcionar uma resposta. A mente pode citar os livros sagrados; ela é o demônio! Ela pode dizer: "Sim, você é um deus, você é pura consciência, você é a verdade fundamental, uma alma eterna, um ser imortal". Essas respostas podem destruir sua própria busca. Um buscador tem de estar alerta para as respostas prontas. Elas estão disponíveis; de todos os lados elas estão sendo apresentadas a você.

A existência é tão vasta, tão misteriosa... E é bom que seja assim. Não é possível haver respostas porque a vida é um mistério. Se houvesse alguma resposta, a vida não seria um mistério. Pense apenas no infortúnio que seria se você tivesse conseguido encontrar a resposta. Então a vida não valeria a pena; então viver não teria nenhum significado. Como você não consegue encontrar a resposta, a vida continua tendo um significado infinito. Deus não é a resposta; a divindade é o estado de espírito em que a pergunta desapareceu. A divindade é o estado de não mente.

Não fique preocupado, porque o que pode desaparecer merece desaparecer. Não tem sentido se agarrar a isso, a algo que não é seu. Você é você quando o falso se foi e o ser novo - inocente, despoluído - surge em seu lugar. Ninguém pode responder à sua pergunta "Quem sou eu?" - apenas você vai saber.

E quando a pergunta desaparece, você não consegue dizer quem você é, mas você sabe. Isso não é conhecimento; é um saber. Você não pode responder, mas você sabe. Você pode dançá-la, mas não pode responder a ela. Você pode sorrí-la, mas não pode responder a ela. Você vai vivenciá-la, mas não pode responder a ela.

Se todas as suas perguntas puderem ser eliminadas... Escute atentamente o que eu estou dizendo: Se todas as suas perguntas puderem ser eliminadas, sua ignorância estará prestes a desaparecer, e o que permanece é a inocência. E a inocência é uma luz em si mesma.

Nessa inocência você não conhece nenhuma pergunta, nenhuma resposta, porque todo o reino das perguntas e respostas é deixado para trás. Tornou-se irrelevante, você o transcendeu. Você está puro de perguntas e puro de respostas. Esse estado é iluminação. E, se você for suficientemente corajoso, pode até mesmo ir além dele.

Ele vai lhe proporcionar todas as belas experiências descritas pelos místicos ao longo dos tempos: seu coração vai dançar em êxtase, todo o seu ser vai se tornar um belo nascer do sol... milhares de lótus vão florescer em você.

Se você quiser, pode fazer o seu lar neste ponto.

No passado as pessoas paravam aqui, porque onde você consegue encontrar um lugar melhor? Gautama - o Buda, chamou este lugar de "Paraíso de Lótus".

Mas se você for um buscador nato...

Vou lhe sugerir que faça um pequeno descanso, desfrute de todas as belezas da iluminação, mas não faça disso um ponto final. Vá além, porque a vida, sua jornada, é interminável, e muita coisa absolutamente indescritível ainda vai acontecer.

A experiência da iluminação também é indescritível, mas tem sido descrita por todos que a experienciaram. Todos dizem que ela é indescritível, mas ainda assim a descrevem - que ela é repleta de luz, que é repleta de alegria, que é o máximo em termos de bem-aventurança. Se isso não é uma descrição, então o que é descrição?

Esta é a primeira vez que estou dizendo isso: durante milhares de anos as pessoas que se tornaram iluminadas vêm dizendo que essa é uma experiência que não pode ser descrita, e ao mesmo tempo a têm descrito, têm passado a vida a cantá-la. Mas além da iluminação você certamente entra em um mundo que é indescritível. Porque na iluminação você ainda está presente; do contrário, quem está sentindo a bem-aventurança, quem está vendo a luz? Kabir diz: "...como se milhares de sóis houvessem nascido". Quem está vendo isso?

A iluminação é a experiência máxima - mas ainda assim é experiência, e a experiência está ali. Indo além dela, não há mais experienciador. Você se dissolve.

Sua separação da existência é a única questão que tem de ser resolvida. Além da iluminação, você perde suas fronteiras, você não existe mais. Quem estaria ali para experienciar?

Você precisa de uma tremenda coragem para abandonar seu ego e atingir a iluminação. Você vai precisar de um milhão de vezes mais coragem para abandonar a si mesmo e atingir o que está além - e o que está além é o real.


quinta-feira, janeiro 26, 2012

"Se tu és o Filho de Deus..."

Dárcio Dezolt


O Chamado intelecto humano pode ser visto como nosso "tentador". Precisamos desmascará-lo, uma vez que vem enganado a muitos estudantes sinceros da Verdade. Certo autor dizia em seu artigo que "ninguém poderá viver acima de seu grau de Consciência crística atingido". E justificou este ponto de vista afirmando que "caminhar sobre as águas" somente será possível àquele que atingir o grau de Cristicidade correspondente àquela atividade.

Exatamente sobre esse tipo de "tentação" é que desejamos fazer um alerta. Analisado intelectualmente, o argumento daquele autor parecerá muito lógico, óbvio e até incontestável. Contudo, teríamos nos dado conta de que acabamos "caindo na tentação"? Como reagiria Jesus diante de tal desafio? Vejamos esta passagem: "Se tu és o filho de Deus, lançate daqui abaixo; porque está escrito: Que a seus anjos dará ordens a teu respeito; e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus". (Mateus 4:6-7)

A Verdade é simples demais! Porém, escapa ao intelecto humano. Esta é apenas uma, dentre as inúmeras passagens em que a "tentação" aparece com desafios semelhantes: "Se você é o filho de Deus, faça isso, faça aquilo, etc." Todas as chamadas atividades humanas são inexistências. Repudiemos os ensinamentos que nos analisam segundo as aparências! Somos o Filho de Deus, independente de quaisquer provas ou demonstrações que possam ser concebidas nesta "aparência" de mundo. Somos o Filho de Deus pela Graça. E não existe tal coisa como um ser humano se elevando em consciência para se sobrepor aos desafios deste mundo aparente. "EU VENCI O MUNDO". Existe somente Deus aparecendo como o nosso Eu individual. Para este EU, não há nem os desafios do mundo e nem "este" mundo. Poderia uma simples "aparência" lançar algum tipo de desafio? "O Meu Reino não é deste Mundo".

Cabe, a cada um de nós, ficarmos receptivos a esta Verdade. A este estado máximo de receptividade, damos o nome de "conscientização da Verdade". JAMAIS DEVEMOS TENTAR AVALIAR O GRAU DE CONSCIENTIZAÇÃO DA VERDADE QUE SUPOSTAMENTE ATINGIMOS OU DEIXAMOS DE ATINGIR. ISTO SERIA O MESMO QUE ANULAR A PRÓPRIA CONSCIENTIZAÇÃO, PELO RETORNO À ACEITAÇÃO DA DUALIDADE. "Não tentarás o Senhor teu Deus...".

Alguém poderia dizer: "Mas Jesus caminhou sobre as águas; assim, se eu ainda não consigo fazer o mesmo, como deixar de admiti-lo?" Na verdade, não é a atividade "andar sobre as águas" que está nos interessando. O QUE NÃO DEVEMOS ADMITIR É A EXISTÊNCIA DESTE "OUTRO EU" QUE NÃO CONSEGUE ANDAR SOBRE AS ÁGUAS! SOMENTE EXISTE DEUS! DEUS ESTÁ SE MANIFESTANDO COMO O EU QUE EU SOU, E QUE VOCÊ É!

Entendamos o Universo do Espírito! Deus, Se manifestando como o EU que EU SOU, realiza as "minhas obras". Todas as nossas atividades são espirituais, imperceptíveis aos ilusórios "olhos" deste mundo aparente. Aparência é aparência! O Mar Vermelho era terra para o povo de Deus, e era água para os soldados do faraó. "Caminhar sobre as águas" significa "caminhar acima das crenças", ou seja, pisar em terra firme. Quando caminhamos com a percepção de que Deus é o nosso Ser, o "mar de crenças" se abre, e caminhamos "sobre as águas", que, para nós, jamais existiram!

Jamais acreditemos que faremos obras divinas, enquanto alimentarmos a falsa crença de que existimos também como seres humanos. Não existe humanidade: apenas Cristicidade (Verbo)

A Presença Divina age COMO cada um de nós, aqui e agora. Esta simples percepção responde aos desafios do tipo: "Se tu és o Filho de Deus..." E equivale à resposta de Jesus: "Não tentarás o Senhor teu Deus". Por isso dissemos que APARÊNCIA É APARÊNCIA. Assim como somos, já somos INDIVIDUALIZAÇÃO DE DEUS, a despeito das aparências em contrário. Mesmo que nada provemos ou demonstremos neste "mundo de aparências", já somos o Filho de Deus. Sendo que "Eu e o Pai somos um", a QUEM deveria eu estar provando algo?


quarta-feira, janeiro 25, 2012

Buda disse...



Buda disse:

“Indo por um caminho, um homem vê um grande rio; sua margem mais próxima parece perigosa e assustadora, a outra, segura. Ele pega paus e folhas, constrói uma jangada, atravessa o rio e chega à outra margem. Agora suponha que, ao chegar, ele pegue a jangada, coloque-a na cabeça e siga o seu caminho, levando-a onde for. Estaria usando a jangada de maneira adequada? Não. Um homem sensato perceberá que a jangada foi muito útil para atravessar o rio e chegar a salvo à outra margem, mas que, uma vez do outro lado, é melhor abandonar a jangada e prosseguir sem ela. Isso é usar a jangada adequadamente. Do mesmo modo, todas as verdades devem ser usadas para as travessias; não convém levá-las consigo depois de haver chegado. É preciso abandonar até mesmo o insight mais profundo do ensinamento mais completo; quanto mais dos ensinamentos incompletos.”

segunda-feira, janeiro 23, 2012

Deus desconhece seres nascidos na matéria


Dárcio Dezolt


A Unidade que somos, em Deus, é total e exclusivamente espiritual. Não existe matéria; portanto, não existe ligação de inexistências com aquilo que tem Realidade. Deus desconhece seres nascidos na matéria! Caso conhecesse, seriam todos nascidos perfeitos, sem exceção! O que Deus conhece é toda a Realidade. As crenças que admitem um mundo material, paralelo ao da Verdade, são a ILUSÃO! Se Deus conhecesse seres nascidos nesta crença, Ele teria de ser a imperfeição de todos eles, uma vez que Deus é tudo!

Deus é tudo que tem Realidade! Não acredite que Deus saiba algo sobre os pesadelos de alguém! E Deus, igualmente, não tem conhecimento deste suposto “mundo material”. Jesus disse com todas as letras: O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO; O PRÍNCIPE DESTE MUNDO É O PAI DA MENTIRA! Quem acatar estas Verdades sem bloqueios, sem crenças opostas ou contestações, meditará vendo a si mesmo unicamente como “Emanação espiritual de Deus”, e, esta identidade divina, especificada como o nosso Eu individual, já é UMA com Deus, e reconhecida por Deus. É neste tipo de contemplação que conhecemos a Verdade que já somos.

Não medite achando ser “alguém material” à espera da Luz divina! Medite vendo-se como a Luz onipresente, no ponto em que agora está! Você, consciente de ser a Luz específica, chamada de Eu, é Deus consciente de estar manifestado como ser individual. “Eu Sou” é seu nome – o nome da Eternidade perfeita expressa como Indivíduo-Luz, ou Cristo!

sábado, janeiro 21, 2012

A principal ilusão do homem


Vernon Howard

Uma fábula do Oriente antigo conta-nos a história de um mágico rico, mas perverso que possuía grandes rebanhos de carneiros. Não querendo mandar erguer dispendiosas cercas ou contratar pastores, imaginou um plano inteligente. Hipnotizou os carneiros e lhes contou toda sorte de mentiras sobre suas respectivas identidades. Convenceu um carneiro de que ele era um leão, outro que era uma águia, e assim por diante. Pelo hipnotismo levou-os a acreditar que tudo o que fazia era em beneficio deles e que mal algum lhes aconteceria enquanto nele confiassem. E desta maneira os ingênuos carneiros serviram às finalidades egoístas do maldoso mágico.

De idêntica maneira são os homens hipnotizados. O cruel mágico é o conjunto de falsas ilusões de cada um. Não apenas pensam que as ilusões são boas, mas não têm a mínima ideia de que estão em estado hipnótico! Enquanto sonham, não sabem que sonham. (Chuang-Tsé ).

A principal ilusão do homem, nutriz de todas as demais, é o falso senso do eu. Um homem não é o que pensa que é. Observou, a respeito, o filósofo escocês David Hume: "É fictícia a identidade que atribuímos à mente do homem...” Por ora, podemos dizer o seguinte: Não tema desfazer-se da identidade adquirida, inventada, desse falso sentimento de "Eu". Isto equivaleria temer o desaparecimento de uma dor de cabeça. E é isso o que é o imaginário EU - uma grande dor de cabeça.

Ao começar a suspeitar de que não é o tipo de pessoa que pensa ser, você se tomará crescentemente perturbado. Considere isso como uma manobra meramente astuciosa do falso eu que quer apegar-se à falsa exigência à sua custa. Pacientemente suportando a perturbação, você se dirige para outra grande região - a compreensão - que constitui a vitória.

Daí se segue irrefutavelmente que aquele que usa corretamente esta compreensão não pode ser vítima da dor. (Baruch Spinoza).

Justamente porque não existe o eu humano habitualmente concebido, tampouco existem coisas tais como força ou fraqueza humanas, sabedoria ou estupidez, sucesso ou derrota, bondade ou maldade, ou outros opostos do mesmo jaez. Coisa alguma nos pertence: pertence tudo a Deus, à Supermente, ou a qualquer nome que você decida dar à realidade final.


quinta-feira, janeiro 19, 2012

Explanações sobre a Metafísica

Pergunta: "Como posso ajudar uma pessoa que tem transtorno de personalidade? Além disso, se os males são ilusão, é possível curar casos de doenças de alto risco, como alguém que esta precisando de uma cirurgia da qual poderá ter complicações? Essa técnica de ver a perfeição não pode gerar uma negligência se uma pessoa doente não quiser se tratar por julgar que não existe doença alguma e que tudo está em perfeita harmonia? Enfim, ao mesmo tempo em que aceito essa ideia de que somos deuses, já trabalhei em hospital e ainda lido com pessoas "doentes". Às vezes tudo parece tão contraditorio dentro de mim..."





Resposta: As respostas que vou lhe dar estão embasadas nos ensinamentos metafísicos. Inicialmente, sobre a sua primeira pergunta.

"Como posso ajudar uma pessoa que tem transtorno de personalidade?"

É possível que a pessoa com transtorno de personalidade fique curada. Contemplar com os olhos da mente a perfeição (a Verdade, o Aspecto Real, o Jisso, Deus) do outro possibilita trazer à superfície essa perfeição que se encontra adormecida na Essência. Basicamente esse é o método da cura metafísica: 1) negar o aspecto aparentemente manifestado (fenômeno); 2) perceber que aquela imperfeição manifestada não foi criada por Deus e, portanto, não existe; 3) contemplar/enxergar a perfeição que Deus colocou nela (Ele só colocou perfeição e mais nada!), e que existe por detrás daquela imagem imperfeita aparentemente manifestada. Esse é o método.

Contudo, não basta apenas imaginarmos tais coisas em nossa mente. Não basta ficarmos martelando em nossas mentes pensamentos insistentes do tipo "aquela doença não existe", "fulano já é perfeito", etc., para que a cura metafísica ocorra. É necessário realmente PERCEBER essa Verdade. Ela está VIVA e é REAL. Deve ser percebida, e não meramente pensada. Quando a cura ocorre mediante o envio de pensamentos de saúde, o que ocorreu foi cura mental, e não metafísica. Mas quando a cura ocorre pela percepção profunda da Verdade, diz-se "cura metafísica" ou "cura divina".

Veja o que Masaharu Taniguchi explica na Verdade da Vida, volume 01:

"Se nós contemplarmos o Homem-Deus que existe no outro, não é só a doença do outro que se curará, mas também se transformará profundamente a personalidade do outro. Contudo, é um erro pensar que o 'Shinsokan' seja um método curador de doença. A cura da doença é uma graça acessória e a graça do Shinsokan é, na Verdade, ampla e ilimitada, tanto que a personalidade, bem como o destino, bem como as circunstâncias podem ser melhoradas através do Shinsokan."

No mesmo livro, mais adiante, sobre o assunto "para curar o próximo", ele faz uma observação:

"Para curarmos a doença de um irmão por meio da cura divina, é preciso que tenhamos purificada a nossa mente. Será necessário que, de nossa mente, tenha sido retirado tudo aquilo que possa ser chamado de 'pecado' ou 'ilusão', de tal modo que haja a fluência da força infinita de Deus através da nossa mente, que servirá de canal. O âmago do coração do doente está carente do caloroso amor. Deus é Amor, por isso, não se poderá compreender Deus verdadeiramente, se não houver um amor bem profundo. Então, com muito mais razão, conseguir curar o paciente será uma obra realizável somente quando se tiver tornado muito grande o amor no coração."

É necessário uma grande habilidade da parte do curador para efetuar uma cura divina. Para fazê-la, a pessoa deve desenvolver uma consciência curativa elevada. Quanto mais evidente para o curador a inexistência total da matéria e a existência ÚNICA da PERFEIÇÃO, maior é o seu estado de consciência curativo. Essa percepção deve ser buscada e desenvolvida mediante um rigorosa dedicação e treinamento de olhar através das aparências (imagens) mostradas pela mente humana. Para alguns, essa percepção vem como uma graça, um dom. Porém, geralmente, a maioria das pessoas devem trabalhar duro para obtê-la. Joel Goldsmith diz que aquele que quiser curar espiritualmente deve se dedicar a este treinamento da mesma maneira como um grande músico se dedica a aprender piano. Não é brincadeira mesmo, porque todas as imagens encenadas pela mente humana parecem ser terrivelmente reais para a mente daqueles que não realizaram a inexistência do fenômeno. São por demais reais para eles e, portanto, no nível de suas mentes (o único nível para eles!) são afetados e sentem como realidade. A Ciência Cristã, por exemplo, possui pessoas chamadas "praticistas", pessoas especialmente treinadas a orar/meditar para atender chamados de ajuda daqueles que lá foram buscar auxílio. Portanto, devemos ter bom senso e ser bastante razoáveis na hora de decidirmos abdicar de cuidados médicos. Falarei sobre isso ao responder as próximas perguntas.

Agora, passemos à segunda pergunta.

"Se os males são ilusão, é possível curar casos de doenças de alto risco, como alguém que esta precisando de uma cirurgia da qual poderá ter complicações? Essa técnica de ver a perfeição não pode gerar uma negligência se uma pessoa doente não quiser se tratar por julgar que não existe doença alguma e que tudo está em perfeita harmonia?"

A finalidade da cura metafísica é realizar a ilusão pelo que ela é: NADA! Todos os males são ilusão, assim como todas as doenças - desde a dor de cabeça até a mais temida e "incurável" doença. Para ver mais sobre isso, leia aqui e aqui. Joel Goldsmith, que era curador espiritual, repete muitas vezes, em suas obras, que curar um pequeno resfriado ou um câncer terminal é a mesma coisa para quem tem a consciência da Verdade de que Deus é tudo e é somente perfeição.

Mas, conforme dito antes, é perigoso para um indivíduo em estado grave ou terminal que ainda não atingiu a consciência curativa abandonar remédios ou deixar de recorrer à ajuda da medicina. Existe grande diferença entre alguém que acredita ingenuamente que "se abandonar os remédios ou tratamentos materiais, serei curado, pois meu ser verdadeiro já é saudável" e alguém com a consciência da Verdade aflorada. Aquela primeira pessoa está numa crença cega, que não é percepção espiritual. Mas o que tem de fato o conhecimento da Verdade não depende de acreditar ou não: ele sabe! Devemos enfatizar isso: a pessoa tem que realmente saber o que está fazendo.

Se estivermos realmente conscientes da Verdade da perfeição divina (e, consequentemente, de nosso ser), não ficaremos preocupados em tomar remédios ou deixar de tomar remédios. Também não precisaremos dispensar os tratamentos da medicina. Sobre essa questão, veja o que Masaharu Taniguchi diz no livro A Verdade da Vida, volume 4:

São muitos os testemunhos de cura de pessoas que leram as revistas sagradas Seicho-no-Ie ou o livro sagrado A Verdade da Vida e abandonaram os remédios e os tratamentos médicos. Mas não devemos nos equivocar, pensando que a moléstia foi curada porque se abandonou o tratamento médico ou porque se deixou de tomar remédios. A verdadeira cura da doença – não o desaparecimento temporário da doença – será possível somente pela conscientização de que o aspecto real e original (A Imagem Verdadeira) da Vida é filho de Deus, perfeito e harmonioso por natureza. Embora a doença seja aparentemente curada por outros métodos, não se trata de uma cura verdadeira. Isso deve ficar especialmente gravado em nossa mente.

Muitos dos adeptos alegram-se dizendo que foram curados ao pararem de tomar remédios, mas o fato de parecer que a doença foi curada com o abandono dos remédios forma um bom par com o fato de parecer que foi curada pela ingestão de remédios. Isso é apenas a aparência. Uma vez que a Vida é filho de Deus originado de Deus, jamais poderá ser beneficiada ou prejudicada pelos remédios. Isto é a Imagem Verdadeira da Vida. Ao despertarmos para a Imagem Verdadeira da Vida, ocorre a cura da doença. Esta simplesmente revela a sua inexistência. Desta forma, quando se conscientiza o aspecto verdadeiro da Vida, os remédios tornam-se desnecessários.

A causa primeira da cura está na compreensão do aspecto verdadeiro da Vida do homem, filho de Deus, e dessa causa primeira decorrem as consequências tais como a cura da doença ou o ato de abandonar os remédios. Tanto a cura da doença como o abandono dos remédios são igualmente consequências. Por conseguinte, o fato de abandonar os remédios não constitui a causa da cura. Expressando isso em termos do zen-budismo, teríamos a seguinte sequência de perguntas e respostas:

- Qual o efeito de se tomar remédios?
- Nenhum.
- Qual o efeito de se parar de tomar remédios?
- Nenhum.

Sendo assim, é uma grande insensatez abandonar os remédios sem despertar para o aspecto real e original da Vida, pensando que basta parar de tomar remédios para curar a doença. Isso é o mesmo que considerar os remédios como uma espécie de corda que “amarra” a Vida. Quem acha que abandonando os remédios vai se livrar dessa corda, está acreditando que a matéria tenha o poder de “amarrar” a Vida, e que a Vida seja algo passível de ser “amarrada” pela matéria. Com uma crença tão duvidosa em relação à Vida, mesmo que a pessoa pare de tomar remédios, não haverá efeito algum. Já que no recôndito de sua mente essa pessoa está admitindo a idéia errônea de que a matéria tem o poder de “amarrar” a vida, o seu ato de abandonar os remédios nada mais é que uma outra maneira de expressar o pensamento de que “a Vida é impotente”.
(Acesso ao texto inteiro aqui e aqui)

Ainda sobre a questão dos remédios, ou tratamentos materiais, ele também escreve:

"Como vimos, um objeto material, além do trabalho físico ou do trabalho químico próprio de pura matéria, possui uma misteriosa força salvadora. Se assim é, uma dose de remédios em pó ou uma medida de remédio em gotas mostrar-se-á eficaz ou não, dependendo das vibrações mentais de amor da pessoa que o prepara, do que da substância material do remédio em si. Aos olhos carnais o remédio pode ser visto como remédio material; porém, se admitirmos que isso é um intermediário que traz consigo as vibrações de amor, ele manifestará uma grande eficácia, superior ao efeito químico do remédio. Ao contrário disso, até mesmo um remédio indicado por um médico eminente, se o boticário preparou-o num estado de rancor, admoestado intensamente pelo diretor, não será só ineficaz como poderá causar até malefícios devido às vibrações de rancor. Sob este ponto de vista, o trabalho de preparar um remédio, independentemente do aspecto externo e material do mesmo, é um trabalho deveras divino em que se dosam harmonicamente a Verdade e o Amor, utilizando a matéria como meio." (A Verdade da Vida, volume 3)

Em outras palavras, Masaharu Taniguchi está dizendo o seguinte: se realmente tivermos despertados para o Jisso (Aspecto Perfeito e Verdadeiro) da Vida, constataremos que o ser que somos é perfeito, impassível ser influenciado/afetado positivamente ou negativamente pelos tratamentos materiais. Pensar que é o remédio que cura a nossa doença significa estar com a mente apegada aos remédios e, por conseguinte, desconhecer a Verdade. Contudo, pensar que "parar de tomar os remédios é o que proporcionará a cura" significa apegar-se aos remédios novamente, só que agora pelo lado contrário. Logo, não precisamos nos preocupar com tal questão. Se for oferecido um remédio a pessoa, ao invés de contradizer seus amigos ou familiares dizendo "não aceitarei este tratamento, porque sou perfeito e vou me curar sozinho", a pessoa pode simplesmente receber com gratidão o remédio ofertado com amor por seus entes queridos. O que a pessoa estará aceitando não é o remédio ou o tratamento material em si, mas o amor sincero que está sendo ofertado através daquele meio. Em última análise, se estivermos despertos pra Verdade não precisamos nos preocupar com coisa alguma. Basta agir naturalmente.


segunda-feira, janeiro 16, 2012

Dê testemunho da Verdade!

Dárcio Dezolt


Não saia pelo mundo para "ver como ele está"; não olhe para seu corpo para "ver como ele está"; não olhe para seus negócios para "ver como eles estão". Isto seria um ímã para "aparências" iludi-lo!

DEUS É TUDO! Seu papel é "dar testemunho da Verdade", e jamais "ver como a ilusão está". Desse modo, saia pelo mundo "testemunhando" estar em "solo santo", vendo seu corpo como "Templo de Deus", contemplando "seus negócios" como integrantes da Oniação divina! Em outras palavras, não espere do mundo informação nenhuma! Ele não lhe dirá a Verdade jamais! Emita, você,antecipadamente, a opinião iluminada sobre ele, sem se deixar iludir pelas imagens tridimensionais, e sim vendo, "através" delas, a IMUTÁVEL perfeição absoluta!

Jesus disse: "Vim ao mundo a fim de dar testemunho da verdade" (João, 18: 37). Explicava a função do Cristo, nele, em VOCÊ, e em todos! Se há a revelação de que "Cristo é tudo em todos" (Col. 3: 11), é para ser entendido que "estamos no mundo a fim de dar testemunho da verdade". E este testemunho não é discordar das "aparências" para tentar ansiosamente mudá-las para melhor; antes, é dar "testemunho da verdade" já presente "no lugar das aparências", assim como diante dos trilhos de trem, com "aparência" de se juntarem ao longe, você internamente daria o "testemunho da verdade": os trilhos estão paralelos!

sábado, janeiro 14, 2012

A oração que liberta


UNIDADE

"Tudo quanto suplicais e pedis, crede que o tendes recebido, e tê-lo-eis."
- Mateus 11: 25


Muita gente pensa que orar significa simplesmente pedir ou suplicar – implorar a Deus que afaste um pecado, uma doença ou uma tristeza. Orar não é fazer rogos a um Deus obstinado; é intercomunhão com Deus. “Vós pedis e não recebeis, porque pedis mal”. Pedimos mal, não ao pedir o que Deus não nos quer dar, nem o que nós, como Seus filhos, não temos o direito de pedir ou reivindicar; mas em rogar em suplicar como se Deus não nos quisesse atender, como a induzi-Lo a mudar de ideia e conceder a nossa petição. Isto é um conceito falso. “Por que eu, o Senhor, não mudo”, “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para todo o sempre”.

Se lhe parece que alguma vez Deus não respondeu à sua oração, saiba que Ele responde sempre. Qualquer falha aparente nesse princípio está naquele que ora. A nossa falta de compreensão da vontade e da natureza de Deus impede que nossas orações sejam atendidas. A oração não modifica Deus, o Imutável, mas modifica os mortais e torna-os receptivos ao bem que está sendo dado sem limites. “Deus é Espírito e importa que os que O adoram, O adorem em espírito e em verdade”. Substitua os desejos materiais por seus equivalentes espirituais e declare que, em espírito e em verdade, você recebe aquilo que deseja. Então você o receberá materialmente, tanto quanto espiritualmente. “Mas buscai primeiro o reino de Deus, e Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.

Deveríamos antecipar convictamente o que pedimos em oração. “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto, e teu Pai, que vê secretamente re recompensará”.

Deve-se ter a convicção de que Deus é o único poder e a única presença reais no universo. Este poder e esta presença universais são vida, amor, inteligência, Verdade e Espírito. O homem espiritual, a ideia divina, criado à imagem e semelhança de Deus, é perfeito, assim como seu Pai no céu é perfeito. “Se eu pretendo ajustar o meio em que vivo, devo reajustar primeiro a mim mesmo, reconhecendo que eu sou a própria substância daquilo que desejo”.

“O reino de Deus está entre vós”. Ao nos tornarmos conscientes da nossa unidade com o bem universal, a crença no mal – pecado, doença, tristeza e morte – desaparece, e não mais nos enganamos pelas aparências. Então nos apercebermos de que o reino do céu está dentro de nós e que de acordo com a nossa fé ele se manifestará na terra produzindo paz, alegria, saúde, abundância e tudo aquilo que constitui a nossa mais elevada concepção de céu como um estado de alma.

As declarações precedentes podem parecer abstratas, mas o seguinte relato de uma pequena demonstração prática deste princípio talvez possa tirar-lhe o aspecto de abstração e tornar a verdade uma palpitante realidade para você.

Uma senhora a quem a Verdade havia curado de uma deficiência física, tinha um filho único que estava aparentemente entregue à bebida e a uma vida dissoluta. Durante muitos meses essa boa mãe estivera orando com a alma agoniada: “Ó Deus, salva meu filho da destruição, do pecado e da morte”. Porém, esperar que Deus ouvisse tal oração era tão absurdo como esperar que o sol pudesse ouvir e compreender a oração de um homem, que orasse com os olhos fechados: “Ó sol, para de enviar raios de escuridão, manda-me um raio de luz”. Enquanto isso, o sol espargiria ininterruptamente seus raios de luz, e a culpa não seria dele, mas sim do homem que não queria abrir os olhos.

Finalmente, a mulher, curada e vivificada pelo Espírito, para compreender a perfeita filiação e unidade do homem com Deus, parou de pedir e suplicar a Deus para que Ele salvasse seu filho, e disse: - “Em vez disso renderei graças a Deus”. E passou a orar: “Eu te agradeço, ó Deus, porque o filho que me deste é Teu filho, espiritual, perfeito, puro e santo, sem o desejo real de pecar, com amor por Ti apenas, pois ele foi realmente feito à Tua imagem e semelhança”.

Depois, mentalmente, ela se dirigia a seu filho: “Desperta, ó tu que dormes, ...e Cristo brilhará para Ti”. Tu és Espírito. Bem sabes que não há ausência de vida, substância ou inteligência. Os apetites carnais e sensuais não têm influência sobre ti, pois és filho de Deus. Teus desejos são puros. Tu não desejas satisfação sensual, mas sim satisfação espiritual. Quem pensa que a sua felicidade depende de beber, praguejar e de viver dissolutamente não és tu, pois és filho de Deus, puro e santo, e bem o sabes. Desperta! Compenetra-te de tua verdadeira natureza e deixa que a “tua luz resplandeça diante dos homens, para que vejam as tuas boas obras e glorifiquem a teu Pai que está nos céus”.

A mulher não disse uma única palavra de exprobação, de censura ou de súplica, a seu filho, nem lhe disse que estava orando por ele. Todavia ele continuava a beber e ela continuava firme na Verdade, declarando, com fé, que Deus, o Bem, é tudo que realmente existe, recusando-se a adorar senão a Deus, apesar de seus olhos, ouvidos e sentidos materiais tentarem impor-se eloquentemente, dizendo: “Teu filho está a caminho da perdição. Ele é um beberrão estúpido e um tanto libertino”. Por vezes lhe vinha a tentação de descrer de Deus e de clamar a Ele que salvasse o seu filho, mas nada a demovia. Ela punha em prática a sua fé, resolvida a crer e a confiar no bem, a despeito das aparências.

A fiel mãe perseverou, recusando-se a julgar pelas aparências ou pelos resultados exteriores e após algumas semanas sem modificação aparente, seu filho voltou uma noite para casa e disse: “Mãe, eu estou cansado de viver animalizado, resolvi ser homem. Seria uma lástima a gente não poder se firmar e recusar-se a ser escravo das paixões e da bebida. Já estou farto de conviver com brutos e transviados”.

A mãe, com santa calma proveniente da certeza da real identidade de seu filho com Deus, não se deixou empolgar nem sequer por uma alegre emoção, ao constatar que o filho havia cessado de personificar o homem dos sentidos e começado a manifestar a sua verdadeira natureza. Calmamente, ela disse: “Tu estavas sonhando apenas, Eduardo. Agora acordaste e podes sorrir ao pensar que tu imaginavas estar preso pelas cadeias dos sentidos. A Verdade te libertou. Tu és filho de Deus, livre pela liberdade do Espírito”.

Se essa mãe tivesse continuado a orar: “Ó Deus, salva meu filho!” em vez de compreender que Deus já o tinha salvo, em lugar de continuar a afirmar e reconhecer, até que o próprio moço se tornasse consciente disso – acha o leitor que tal resultado teria sido obtido?

Experimente este método de oração por si mesmo. Suponhamos que os sentidos manifestem uma dor de cabeça. Imediatamente refute essa manifestação como falsa, dizendo:

“Espírito não sente dor; eu sou Espírito, filho de Deus, livre do mal e cheio de bem; Deus é a minha saúde”.

Agarre-se fiel e firmemente a esta declaração da Verdade, a despeito de tudo que pareça contradizê-la, e a dor de cabeça desaparecerá.

Se um amigo o ofende por algo que possa ser considerado cruel e desumano, julgado pelas exterioridades, em vez de orar com coração angustiado: “Ó Deus, toca o coração de meu amigo para que ele possa perceber quanto foi cruel para comigo e torna-o bondoso e justo”, diga, pelo contrário: “Ó Deus, eu Te agradeço porque meu amigo é Teu filho e porque realmente não tem nenhum desejo de ser cruel e mau, nem de dizer coisa alguma que me irrite ou me ofenda”. E, coisa admirável, primeiro o aguilhão da mágoa desaparecerá e logo o seu amigo manifestará publicamente o que ele realmente é – um filho de Deus cheio de afeto, delicadeza e amor.

Não receie adotar os métodos de oração aqui apresentados. A verdade que o liberta é a compreensão da verdade de que Deus, o bem, é tudo que na realidade existe.



quarta-feira, janeiro 11, 2012

Comentando o texto: "O seu melhor ano"


Dárcio Dezolt

NOTA: Esta série de comentários sobre o texto SEU MELHOR ANO, de Allen White, tem por objetivo detalhar um pouco mais o seu riquíssimo conteúdo. Como todo artigo sobre a Verdade Absoluta, é para ser lido profundamente, para que cada um dos princípios citados fique em nós muito bem marcado, e, dessa forma, possamos “contemplar” todos eles” com eficiência máxima, durante a “Prática do Silêncio”.

1) Caro leitor, estou lhe garantindo a experiência de seu melhor ano. Isto porque a Verdade já é verdadeira—já está visivelmente presente e é um Fato imutavelmente estabelecido. Cada pontinho da Existência infinita é um ponto de Perfeição. Ciente disso, seus estudos, orações e contemplações meditativas não serão feitos com o propósito de melhorar, mudar, curar, obter ou atingir algo. A Perfeição (Deus) já é Tudo.

As revelações da Verdade são a própria Verdade sob a qual estamos todos regidos; entretanto, regidos não como se fôssemos um veículo sob leis de trânsito, que, existindo “separado das leis”, tivesse a possibilidade de cumprir ou descumprir estas leis: somos regidos pela Verdade sendo a própria Verdade, sendo o cumprimento exato de todos os Seus princípios.

A garantia de ser este “o seu melhor ano”, diz o autor, parte do seguinte conhecimento: “a Verdade já é verdadeira; já está visivelmente presente; já é Fato imutavelmente estabelecido”. Ter isto como informação é só o começo! É o “batismo com água”, apenas a teoria verdadeira sobre o Universo, sobre “este ano”, sobre o nosso Ser. Por esse motivo, o texto explica que “estudos, orações e contemplações meditativas” não objetivam mudar nada! Nada do que pudéssemos fazer, alteraria a Verdade, que “já é verdadeira”. “A Perfeição (Deus) já é Tudo”. Nesse caso, para quê estaríamos nos dedicando aos estudos, preces e contemplações? Unicamente para NOS IDENTIFICARMOS com esta PERFEIÇÃO. Esta “identificação” é a “oração em si”: a “Prática da Presença de Deus” como o Ser que já somos. Este reconhecimento radical, que é a aceitação da Verdade como VISIVELMENTE PRESENTE, se dá pela aceitação de que nossa Mente é DEUS! Por isso está dito que “a Verdade já é verdadeira – já está “visivelmente presente”, e é Fato imutavelmente estabelecido! É visível para a suposta “mente humana”? Não! Existe “mente humana”? Não! A mente “inexistente” jamais poderá achar “ser visível” alguma coisa! Não existe “mente humana”, não existe “outra mente”, que não a Mente onipresente de Deus, e não existe “outra mente” atuando e sendo a “NOSSA MENTE”. Assim, sem levar em conta “mente ilusória” ou as “imagens ilusórias” supostamente visíveis a ela – chamadas de ILUSÃO, no Budismo, e de “MUNDO DO PAI DA MENTIRA”, no Cristianismo, – você deverá “entrar em contemplação” unicamente com as revelações absolutas, por mais que isto pareça ser “loucura” para a inexistente “mente humana”.

“Cada pontinho da Existência infinita é um ponto de Perfeição”, diz o texto. Contemple este “pontinho” sendo VOCÊ, a sua Perfeição absoluta manifesta como Ser individual, e aceite esta Verdade “já visivelmente presente” para a percepção de sua Consciência iluminada. Não se deixe levar pela cegueira da “mente inexistente”, que aparenta ver unicamente suas “miragens”. Parta das revelações: a Verdade é verdadeira e já está visivelmente presente! É Fato IMUTAVELMENTE estabelecido! Este Fato é DEUS sendo VOCÊ! É dessa forma que, intuitivamente, você se coloca com “coração de criança” para discernir aquilo que É, sem se deixar envolver pela “ilusão”, ou por aquilo que não É! Faça, agora, a “contemplação absoluta”, simplesmente reconhecendo a Perfeição sendo a SUA Presença, sendo a SUA Existência, sendo TUDO que Deus É, manifestado como VOCÊ!

2) Você já deve ter notado que apenas ficar afirmando que Deus é Tudo não é o bastante para imunizá-lo frente às batalhas e tempestades da vida. A mera repetição destas palavras não tem revelado visivelmente a nulidade da existência humana. Mais se faz necessário.
Como ser humano, você não poderá viver uma vida gloriosa, radiante e triunfante, livre de discórdia e doença. Proclame para si próprio, exatamente agora, que sua Identidade já é o Deus que é Tudo. Os chamados milagres começarão a surgir. Assumindo esta Verdade, real e confiantemente, poderá dizer: Eu Sou Tudo, Eu Sou todo Poder, Eu Sou Onipresença, Eu Sou Infinidade, Eu Sou Perfeição, Eu Sou Verdade, Eu Sou Substância, Eu Sou Luz, etc. Isto não será uma elevação da identidade humana para a Divina; antes, será a eliminação da humana pelo reconhecimento da Divina como sendo tudo que há.


A premissa básica deste estudo é realmente esta: DEUS É TUDO! Aqui é ressaltado que meramente ficarmos afirmando esta frase não nos fará desacreditar das aparências que se mostram como “existência humana”. Que nos faltaria? O “nascer de novo”, ou seja, o processo que temos chamado de “a troca essencial”: pararmos de nos identificar com seres humanos e existência terrena e nos contemplarmos radicalmente como a própria “corporificação da Verdade”. Jesus não disse que “a Verdade é tudo”, mas sim, “Eu Sou a Verdade”. Realmente, a Verdade é TUDO; entretanto, se formos afirmar isto como se fôssemos “outro”, e não a própria Verdade, estaremos nos posicionando na ILUSÃO, na fraudulenta crença de que somos HUMANOS! O autor, aqui, fala da nossa IDENTIFICAÇÃO TOTAL com a Verdade, algo de vital importância sobre o que já comentei aqui anteriormente, e que vale a pena relembrar.

Jesus disse aos judeus: “Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada), àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas; porque disse: “Sou Filho de Deus? (João, 10: 34-36). Jesus está expondo aqui exatamente a IDENTIFICAÇÃO com a Verdade, por parte daqueles que recebem estas revelações ou princípios! A palavra de Deus lhe é dirigida! Logo, é VOCÊ um dos “deuses” citados por Jesus.

Entretanto, caso não haja um reconhecimento absoluto, e na esfera da Verdade, a ilusória personalidade humana, irreal, falsa ou inexistente, aparentará ser a sua identidade! Daí a explicação de Allen White: “Como ser humano você não poderá viver uma vida gloriosa, radiante e triunfante, livre de discórdia e doença. Proclame para si próprio, exatamente agora, que sua Identidade já é o Deus que é Tudo”. (…) Assumindo esta Verdade, real e confiantemente, poderá dizer: Eu Sou Tudo, Eu Sou todo Poder, Eu Sou Onipresença, Eu Sou Infinidade, Eu Sou Perfeição, Eu Sou Verdade, Eu Sou Substância, Eu Sou Luz, etc.

Unicamente VOCÊ PRÓPRIO poderá, em seu lugar, “assumir esta Verdade real e confiantemente”, e dizer de SI MESMO: “EU SOU TUDO”. O parágrafo termina com a explicação de que “não há duas identidades” sendo o Ser que somos, para que o processo pudesse ser entendido como “elevação da identidade humana para a Divina”; antes, sempre SOMOS o que SOMOS: OBRAS PERMANENTES DE DEUS! A “identificação radical com a Verdade” é meramente um “descartar da ilusão”: VOCÊ afirmar, ser e vivenciar o que sempre foi, é e será: Deus manifestado como Ser individual. Por este exato motivo, muitas vezes eu coloquei nos textos que nossa Ascensão se dá “de cima para baixo”, ou seja, não partimos de uma personalidade ilusória para tentarmos elevá-la ao Cristo que somos: partimos da Verdade que “já é verdadeira”: “Cristo é tudo em todos” (Col. 3-11). Atenha-se, portanto, à Verdade que já é verdadeira sobre VOCÊ, e, como diz o autor, “proclame para si próprio, exatamente agora, que A SUA IDENTIDADE JÁ É O DEUS QUE É TUDO!


3) Sem flutuações, permaneça em e como esta Verdade. Contemple diariamente a Verdade de sua Identidade. “Já faço assim”, pode você estar pensando. Muitos dizem isto, mas, depois da contemplação matinal, acabam entrando em flutuações e vacilações. Suas conversas, ao longo do dia, expõem o fato de que eles realmente parecem acreditar que suas identidades são humanas. Portanto, persista diariamente na “Eu-Sou-Contemplação”, até deixar de se identificar com alguém de cor branca ou negra, de sexo masculino ou feminino. Continue até parar de identificar seu Eu Eterno com uma data de nascimento ou data de morte futura. Continue até compreender, sem nenhuma sombra de dúvida, que você não é senão a presença visível de cada Verdade que veio ouvindo ou lendo. Sim, Amado, persista, até todos os vestígios de humanidade visivelmente serem derrubados, revelando mais e mais o Esplendor Consumado de sua Identidade “EU SOU”.

Este parágrafo busca fazer com que nos dediquemos às contemplações absolutas sem esmorecimento e sem volta à dualidade, não apenas durante a “Prática do Silêncio”, quando unicamente levamos em conta nossa real identidade divina, mas também durante as atividades naturais do dia-a-dia. Diz o autor: “Persista diariamente na “Eu-Sou-Contemplação”, até deixar de se identificar com alguém de cor branca ou negra, de sexo masculino ou feminino. Continue até parar de identificar seu Eu Eterno com uma data de nascimento ou data de morte futura. Continue até compreender, sem nenhuma sombra de dúvida, que você não é senão a presença visível de cada Verdade que veio ouvindo ou lendo”.

Quando entra o fator “dedicação de cada um”, não há mais regras! Cada um deve, de si mesmo, discernir o seu interesse, maior ou menor, diante deste estudo, no que diz respeito aos períodos entre os horários da “Prática do Silêncio”. Durante as “contemplações”, muito temos dito sobre a forma como as devemos conduzir; porém, quando aparentemente assumimos as supostas atividades cotidianas, cada um é que deverá intuir a sua forma própria de “permanecer nos princípios” e, ao mesmo tempo, fazer sabiamente as “concessões” que as “aparências” lhe irão requerer. Quando a “Prática do Silêncio” é feita com dedicação e assiduidade, dentro de uma identificação plena com a Verdade que somos, maior será nossa facilidade em agir sem preocupações e sem maiores envolvimentos com o “mundo das aparências”.

A Bíblia fala em “estarmos no mundo sem pertencer-lhe”, o que significa estarmos agindo sempre com a Consciência iluminada aflorada. No meu entender, não considero válido alguém ficar o dia inteiro “preocupado” em permanecer na Verdade a ponto de virar um “fanático por aplicação de princípios”. Acho válido, e mesmo obrigatório, a quem deseja realmente viver esta Verdade, ser dedicado e radical durante a “Prática do Silêncio”, ou seja, partir radicalmente da Verdade de que DEUS É TUDO e, ao encerrar a meditação, fazê-lo convicto de que DEUS constitui realmente a totalidade de seu Ser individual. O que realmente importa, é sabermos que as “aparências”, sejam boas ou más, são sempre irrealidades, e que os “vestígios de humanidade”, citados pelo autor, são sempre parte delas e jamais parte do Ser que somos. O ideal é que cada um “deixe fluir” o seu dia-a-dia, após suas “contemplações absolutas”, na certeza de que o que precisar fazer, para lidar com as “sugestões hipnóticas”, lhe será revelado em cada situação que lhe surja. É preferível, na minha opinião, viver naturalmente e nesta certeza, do que viver “se policiando”, a cada instante, temendo “sair da Verdade”, “ser envolvido” pela “ilusão”, ou coisa parecida! Não vejo “liberdade” numa vida intensa de “policiamentos”. Afora Deus, nada tem realidade! Nenhuma “crença coletiva” é poder! Vale sempre lembrar, portanto, que “a Graça nos basta”.

Allen White, na frase final deste parágrafo, explica que a nossa persistência fará revelar “mais e mais o Esplendor consumado” de nossa Identidade- EU SOU. O sentido que ele quer nos passar, é que já somos o Esplendor consumado; não que o “despojamento das falsas crenças” aumente mais e mais o nosso brilho, que já é de grau máximo; antes, fará com que “mais e mais” seja discernido o Esplendor que JÁ SOMOS! Assemelha-se a um céu nublado, que, mais e mais, revela o Sol radiante, com o passar das nuvens que, até então, aparentemente encobriam seu brilho.

4) Você, agora, chegou ao seu ponto de rompimento. Até parece que você e eu havíamos assumido um compromisso com nossos olhos de aceitar os seus informes conforme aquilo que está ou não acontecendo num dado momento. É um acordo que você deve quebrar. Muitas vezes, temos aparentemente trocado a Verdade pela ficção. Toda esperança e prece por uma vida melhor ignoram a Existência inabalável como única manifestação. Toda esperança e prece por uma vida melhor se baseiam nos olhos testemunhando um mundo oscilante. Amado, você não pode continuar desse jeito! Diante de uma escolha entre o que parece ser, de acordo com os sentidos, e o que é, de acordo com a totalidade de Deus, escolha sempre Deus. Faça isto! Permaneça nesta escolha! Não permita oscilações, e repentinamente uma nova visão lhe será aberta, testemunhando a Perfeição exatamente onde a imperfeição parecia estar presente. Se você sabe que Deus é verdadeiramente Tudo, descobrirá ser isto bem fácil. Se apenas tem repetido as palavras, sem nenhuma percepção de que elas são a Verdade, isto lhe será difícil; e, caberá a você a tarefa de, em preces contínuas, descobrir a real natureza de Deus.

De posse das revelações, ou dos princípios da Verdade absoluta, é seu momento de ser livre! O autor compara o condicionamento de se aceitar cegamente o que os olhos carnais captam com um “acordo” aparentemente feito com o testemunho destes olhos. Assim ele diz: “Você chegou ao seu ponto de rompimento”, (…) [este] é um acordo que você deve quebrar”.

Aqueles abraçados às crenças coletivas agem como se este suposto “mundo material” fosse realidade! Nele se posicionam, esperam que este mundo melhore, e até oram para que isto aconteça! Allen White diz: “Toda esperança e prece por uma vida melhor se baseiam nos olhos testemunhando um mundo oscilante; toda esperança e prece por uma vida melhor ignoram a Existência inabalável como única manifestação”. O que ele está nos dizendo é que devemos estar convictos da Realidade PERENE OU CONSTANTE, certos de que “as obras de Deus são permanentes”, sem ter olhos para a “ilusão”, para o suposto “mundo de aparências”, o que seria, em seu linguajar, trocar a Verdade pela ficção. Desse modo, ele descreve qual deverá ser a nossa escolha, “entre o que aparenta ser”, aos supostos sentidos humanos,” e o que realmente é”, em conformidade com o princípio de que Deus É Tudo: ESCOLHA SEMPRE DEUS! PERMANEÇA NESTA ESCOLHA! NÃO VACILE, PERMITINDO OSCILAÇÕES! “Repentinamente uma nova visão lhe será aberta, testemunhando a Perfeição exatamente onde a “imperfeição” parecia estar”.

Ao final do parágrafo, Allen explica que se fizermos meramente uma repetição maquinal das palavras, sem o discernimento de que são elas verdadeiras, as “contemplações” nos parecerão difíceis; por outro lado, sentiremos facilidade ao realizá-las, se estivermos realmente crendo que DEUS É TUDO! E, em caso de haver esta dificuldade, recomenda ele que você ore dedicadamente para conhecer esta natureza de Deus como sendo TUDO! Considere a Onipresença, a Onipotência, a Onisciência e a Oniação de Deus, uma a uma, em “contemplações absolutas”,e sempre discernindo que VOCÊ está incluso nesta totalidade de Deus.

O principal, portanto, é romper com o hábito de concordar com as “aparências” que se mostrem discordantes da HARMONIA TOTAL. Diante delas, opte pela TOTALIDADE DE DEUS, ou pela PERMANÊNCIA de tudo o que Deus faz, e o faz com PERFEIÇÃO. A Unidade, por exemplo, emprega seguidamente a expressão “DIVINA ORDEM”, para se efetuar esta “escolha”. Assim, diante de quaisquer “aparências discordantes”, lembrando-nos desta expressão, dizemos a nós mesmos: “Tudo está em Divina Ordem!”. Com isto, rompemos o “acordo” com o testemunho dos sentidos e ficamos internamente livres para “dar testemunho da Verdade”: DEUS É TUDO! Na Seicho-no-Ie, usa-se, e para o mesmo fim, a expressão “O fenômeno não existe!”, ou, “o corpo carnal não existe!” O Caminho Infinito nos conduz à percepção da Verdade, através do reconhecimento: “Isto não é o que aparenta ser; isto é DEUS que Se manifesta como…”. Apenas citei alguns exemplos, que ilustram como podemos e devemos usar as “armas da luz”, caso aparentemente nos defrontemos com a ILUSÃO na forma de “aparências indesejáveis”.

5) Meu amado, após assim ter feito, poderá ir ao seu mundo e proclamar que tudo e todos SÃO a Perfeição Evidenciada. Poderá olhar para seu mundo e declarar que é o Paraíso. Poderá olhar para cada aparência de carência e declarar a presença da Abundância Infinita. Poderá olhar para si mesmo, e para o próximo, marido, esposa e filho, declarando secretamente que todos são Deus. Cada dia estará evidenciando mais e mais de sua Divindade, e você irá desfrutar o seu melhor ano.

Neste parágrafo de encerramento do texto, Allen White fala da vivência imediata dos princípios da Verdade, ou seja, que devemos RECONHECER DEUS, ou a PERFEIÇÃO EVIDENCIADA, sendo tudo e sendo todos. Em outras palavras, este discernimento da Verdade não deve ficar restrito aos momentos de “contemplação”. Devemos olhar a nós mesmos, e a todos com que temos contato, “declarando secretamente que todos são Deus”, olhar o mundo “e declarar que é o Paraíso”; olhar as aparências de carência “e declarar a PRESENÇA da Abundância Infinita”. Como consequência desta dedicação à Verdade, aos olhos do mundo, seremos vistos como “alguém” que mais e mais evidencia a própria Divindade, o que, aparentemente, poderá ser avaliado como o “nosso melhor ano”, etc..

Porém, jamais se deixe prender a este “referencial do mundo”; lembre-se do que vimos anteriormente, de “rompermos o acordo” com a suposta “visão humana”. Permaneça na Verdade absoluta: Eu Sou a Evidência completa, iluminada e permanente da Presença de Deus! Deixe que a forma de avaliação, que nos considera como “evidenciando cada vez mais nossa Divindade”, ou que estejamos” em nosso melhor ano”, fique com a suposta “mente humana”. Aos olhos dela, assim os fatos parecerão ser! Para VOCÊ, que faz TOTAL IDENTIFICAÇÃO com a Verdade Absoluta, o seu “referencial” sempre será o da Luz: ESTE” AGORA”, em que A TOTALIDADE DE DEUS SE EXPRESSA COMO O EU INFINITO E INDIVIDUAL , QUE VOCÊ É!


segunda-feira, janeiro 09, 2012

O seu melhor ano


Allen White


Caro leitor, estou lhe garantindo a experiência de seu melhor ano. Isto porque a Verdade já é verdadeira — já está visivelmente presente e é um Fato imutavelmente estabelecido. Cada pontinho da Existência infinita é um ponto de Perfeição. Ciente disso, seus estudos, orações e contemplações meditativas não serão feitos com o propósito de melhorar, mudar, curar, obter ou atingir algo. A Perfeição (Deus) já é Tudo.

Você já deve ter notado que apenas ficar afirmando que Deus é Tudo não é o bastante para imunizá-lo frente às batalhas e tempestades da vida. A mera repetição destas palavras não tem revelado visivelmente a nulidade da existência humana. Mais se faz necessário.

Como ser humano, você não poderá viver uma vida gloriosa, radiante e triunfante, livre de discórdia e doença. Proclame para si próprio, exatamente agora, que sua Identidade já é o Deus que é Tudo. Os chamados milagres começarão a surgir. Assumindo esta Verdade, real e confiantemente poderá dizer: "Eu Sou Tudo, Eu Sou todo Poder, Eu Sou Onipresença, Eu Sou Infinidade, Eu Sou Perfeição, Eu Sou Verdade, Eu Sou Substância, Eu Sou Luz, etc." Isto não será uma elevação da identidade humana para a Divina; antes, será a eliminação da humana pelo reconhecimento da Divina como sendo tudo que há.

Sem flutuações, permaneça em e como esta Verdade. Contemple diariamente a Verdade de sua Identidade. “Já faço assim”, pode você estar pensando. Muitos dizem isto, mas, depois da contemplação matinal, acabam entrando em flutuações e vacilações. Suas conversas, ao longo do dia, expõem o fato de que eles realmente parecem acreditar que suas identidades são humanas. Portanto, persista diariamente na “Eu-Sou-Contemplação”, até deixar de se identificar com alguém de cor branca ou negra, de sexo masculino ou feminino. Continue até parar de identificar seu Eu Eterno com uma data de nascimento ou data de morte futura. Continue até compreender, sem nenhuma sombra de dúvida, que você não é senão a presença visível de cada Verdade que veio ouvindo ou lendo. Sim, Amado, persista, até todos os vestígios de humanidade visivelmente serem derrubados, revelando mais e mais o Esplendor Consumado de sua Identidade “EU SOU”.

Você, agora, chegou ao seu ponto de rompimento. Até parece que você e eu havíamos assumido um compromisso com nossos olhos de aceitar os seus informes conforme aquilo que está ou não acontecendo num dado momento. É um acordo que você deve quebrar. Muitas vezes, temos aparentemente trocado a Verdade pela ficção. Toda esperança e prece por uma vida melhor ignoram a Existência inabalável como única manifestação. Toda esperança e prece por uma vida melhor se baseiam nos olhos testemunhando um mundo oscilante. Amado, você não pode continuar desse jeito! Diante de uma escolha entre o que parece ser, de acordo com os sentidos, e o que é, de acordo com a totalidade de Deus, escolha sempre Deus. Faça isto! Permaneça nesta escolha! Não permita oscilações - e repentinamente uma nova visão lhe será aberta, testemunhando a Perfeição exatamente onde a imperfeição parecia estar presente. Se você sabe que Deus é verdadeiramente Tudo, descobrirá ser isto é bem fácil. Se apenas tem repetido as palavras, sem nenhuma percepção de que são elas a Verdade, isto lhe será difícil; e, caberá a você a tarefa de, em preces contínuas, descobrir a real natureza de Deus.

Meu amado, após assim ter feito, poderá ir ao seu mundo e proclamar que tudo e todos SÃO a Perfeição Evidenciada. Poderá olhar para seu mundo e declarar que é o Paraíso. Poderá olhar para cada aparência de carência e declarar a presença da Abundância Infinita. Poderá olhar para si mesmo, e para o próximo, marido, esposa e filho, declarando secretamente que todos são Deus. Cada dia estará evidenciando mais e mais de sua Divindade, e você irá desfrutar o seu melhor ano.


domingo, janeiro 08, 2012

Aparências não participam do Agora


Dárcio Dezolt


Não existem “aparências” neste AGORA! A mente pode estar entretida com “aparências”, dizendo ser hoje um “sábado”, ou outro dia qualquer, mas nada disso sai do âmbito da ILUSÃO para fazer parte da Verdade, de VOCÊ ou de sua Vida! Sua Vida é DEUS! Vive o AGORA PLENO! Sua Consciência é Deus, plenamente cônscio da Realidade puramente espiritual. Faça sua identificação com o SER QUE VOCÊ É, em absoluta Autocontemplação!

Lembre-se: mesmo que alguém esteja diante de um espelho e nele se olhando, estará vendo “ILUSÃO”, uma vez que o SER estaria fora do espelho e, no caso, deixando de ser observado. Se este alguém “trouxer sua atenção”, da imagem refletida para SI MESMO, para o SER REAL que "causou" o surgimento da "imagem" refletida no espelho, estará realmente SE CONTEMPLANDO.

Analogamente, extraia completamente sua atenção das "aparências", que não passam de reflexos no “espelho" da crença coletiva, puxando-a para SI MESMO, para "seu" EU NÃO DESTE MUNDO; desse modo, VOCÊ estará vendo SUA PRESENÇA no “AGORA”, e não mais se iludirá por "aparências" de um ser humano supostamente vivendo no “tempo” ou na “matéria”. “As aparências” são meras imagens ilusórias, refletidas no “espelho mental humano”: nunca participam do AGORA em que SOMOS e em que VIVEMOS...