"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Explanações sobre a Metafísica

Pergunta: "Como posso ajudar uma pessoa que tem transtorno de personalidade? Além disso, se os males são ilusão, é possível curar casos de doenças de alto risco, como alguém que esta precisando de uma cirurgia da qual poderá ter complicações? Essa técnica de ver a perfeição não pode gerar uma negligência se uma pessoa doente não quiser se tratar por julgar que não existe doença alguma e que tudo está em perfeita harmonia? Enfim, ao mesmo tempo em que aceito essa ideia de que somos deuses, já trabalhei em hospital e ainda lido com pessoas "doentes". Às vezes tudo parece tão contraditorio dentro de mim..."





Resposta: As respostas que vou lhe dar estão embasadas nos ensinamentos metafísicos. Inicialmente, sobre a sua primeira pergunta.

"Como posso ajudar uma pessoa que tem transtorno de personalidade?"

É possível que a pessoa com transtorno de personalidade fique curada. Contemplar com os olhos da mente a perfeição (a Verdade, o Aspecto Real, o Jisso, Deus) do outro possibilita trazer à superfície essa perfeição que se encontra adormecida na Essência. Basicamente esse é o método da cura metafísica: 1) negar o aspecto aparentemente manifestado (fenômeno); 2) perceber que aquela imperfeição manifestada não foi criada por Deus e, portanto, não existe; 3) contemplar/enxergar a perfeição que Deus colocou nela (Ele só colocou perfeição e mais nada!), e que existe por detrás daquela imagem imperfeita aparentemente manifestada. Esse é o método.

Contudo, não basta apenas imaginarmos tais coisas em nossa mente. Não basta ficarmos martelando em nossas mentes pensamentos insistentes do tipo "aquela doença não existe", "fulano já é perfeito", etc., para que a cura metafísica ocorra. É necessário realmente PERCEBER essa Verdade. Ela está VIVA e é REAL. Deve ser percebida, e não meramente pensada. Quando a cura ocorre mediante o envio de pensamentos de saúde, o que ocorreu foi cura mental, e não metafísica. Mas quando a cura ocorre pela percepção profunda da Verdade, diz-se "cura metafísica" ou "cura divina".

Veja o que Masaharu Taniguchi explica na Verdade da Vida, volume 01:

"Se nós contemplarmos o Homem-Deus que existe no outro, não é só a doença do outro que se curará, mas também se transformará profundamente a personalidade do outro. Contudo, é um erro pensar que o 'Shinsokan' seja um método curador de doença. A cura da doença é uma graça acessória e a graça do Shinsokan é, na Verdade, ampla e ilimitada, tanto que a personalidade, bem como o destino, bem como as circunstâncias podem ser melhoradas através do Shinsokan."

No mesmo livro, mais adiante, sobre o assunto "para curar o próximo", ele faz uma observação:

"Para curarmos a doença de um irmão por meio da cura divina, é preciso que tenhamos purificada a nossa mente. Será necessário que, de nossa mente, tenha sido retirado tudo aquilo que possa ser chamado de 'pecado' ou 'ilusão', de tal modo que haja a fluência da força infinita de Deus através da nossa mente, que servirá de canal. O âmago do coração do doente está carente do caloroso amor. Deus é Amor, por isso, não se poderá compreender Deus verdadeiramente, se não houver um amor bem profundo. Então, com muito mais razão, conseguir curar o paciente será uma obra realizável somente quando se tiver tornado muito grande o amor no coração."

É necessário uma grande habilidade da parte do curador para efetuar uma cura divina. Para fazê-la, a pessoa deve desenvolver uma consciência curativa elevada. Quanto mais evidente para o curador a inexistência total da matéria e a existência ÚNICA da PERFEIÇÃO, maior é o seu estado de consciência curativo. Essa percepção deve ser buscada e desenvolvida mediante um rigorosa dedicação e treinamento de olhar através das aparências (imagens) mostradas pela mente humana. Para alguns, essa percepção vem como uma graça, um dom. Porém, geralmente, a maioria das pessoas devem trabalhar duro para obtê-la. Joel Goldsmith diz que aquele que quiser curar espiritualmente deve se dedicar a este treinamento da mesma maneira como um grande músico se dedica a aprender piano. Não é brincadeira mesmo, porque todas as imagens encenadas pela mente humana parecem ser terrivelmente reais para a mente daqueles que não realizaram a inexistência do fenômeno. São por demais reais para eles e, portanto, no nível de suas mentes (o único nível para eles!) são afetados e sentem como realidade. A Ciência Cristã, por exemplo, possui pessoas chamadas "praticistas", pessoas especialmente treinadas a orar/meditar para atender chamados de ajuda daqueles que lá foram buscar auxílio. Portanto, devemos ter bom senso e ser bastante razoáveis na hora de decidirmos abdicar de cuidados médicos. Falarei sobre isso ao responder as próximas perguntas.

Agora, passemos à segunda pergunta.

"Se os males são ilusão, é possível curar casos de doenças de alto risco, como alguém que esta precisando de uma cirurgia da qual poderá ter complicações? Essa técnica de ver a perfeição não pode gerar uma negligência se uma pessoa doente não quiser se tratar por julgar que não existe doença alguma e que tudo está em perfeita harmonia?"

A finalidade da cura metafísica é realizar a ilusão pelo que ela é: NADA! Todos os males são ilusão, assim como todas as doenças - desde a dor de cabeça até a mais temida e "incurável" doença. Para ver mais sobre isso, leia aqui e aqui. Joel Goldsmith, que era curador espiritual, repete muitas vezes, em suas obras, que curar um pequeno resfriado ou um câncer terminal é a mesma coisa para quem tem a consciência da Verdade de que Deus é tudo e é somente perfeição.

Mas, conforme dito antes, é perigoso para um indivíduo em estado grave ou terminal que ainda não atingiu a consciência curativa abandonar remédios ou deixar de recorrer à ajuda da medicina. Existe grande diferença entre alguém que acredita ingenuamente que "se abandonar os remédios ou tratamentos materiais, serei curado, pois meu ser verdadeiro já é saudável" e alguém com a consciência da Verdade aflorada. Aquela primeira pessoa está numa crença cega, que não é percepção espiritual. Mas o que tem de fato o conhecimento da Verdade não depende de acreditar ou não: ele sabe! Devemos enfatizar isso: a pessoa tem que realmente saber o que está fazendo.

Se estivermos realmente conscientes da Verdade da perfeição divina (e, consequentemente, de nosso ser), não ficaremos preocupados em tomar remédios ou deixar de tomar remédios. Também não precisaremos dispensar os tratamentos da medicina. Sobre essa questão, veja o que Masaharu Taniguchi diz no livro A Verdade da Vida, volume 4:

São muitos os testemunhos de cura de pessoas que leram as revistas sagradas Seicho-no-Ie ou o livro sagrado A Verdade da Vida e abandonaram os remédios e os tratamentos médicos. Mas não devemos nos equivocar, pensando que a moléstia foi curada porque se abandonou o tratamento médico ou porque se deixou de tomar remédios. A verdadeira cura da doença – não o desaparecimento temporário da doença – será possível somente pela conscientização de que o aspecto real e original (A Imagem Verdadeira) da Vida é filho de Deus, perfeito e harmonioso por natureza. Embora a doença seja aparentemente curada por outros métodos, não se trata de uma cura verdadeira. Isso deve ficar especialmente gravado em nossa mente.

Muitos dos adeptos alegram-se dizendo que foram curados ao pararem de tomar remédios, mas o fato de parecer que a doença foi curada com o abandono dos remédios forma um bom par com o fato de parecer que foi curada pela ingestão de remédios. Isso é apenas a aparência. Uma vez que a Vida é filho de Deus originado de Deus, jamais poderá ser beneficiada ou prejudicada pelos remédios. Isto é a Imagem Verdadeira da Vida. Ao despertarmos para a Imagem Verdadeira da Vida, ocorre a cura da doença. Esta simplesmente revela a sua inexistência. Desta forma, quando se conscientiza o aspecto verdadeiro da Vida, os remédios tornam-se desnecessários.

A causa primeira da cura está na compreensão do aspecto verdadeiro da Vida do homem, filho de Deus, e dessa causa primeira decorrem as consequências tais como a cura da doença ou o ato de abandonar os remédios. Tanto a cura da doença como o abandono dos remédios são igualmente consequências. Por conseguinte, o fato de abandonar os remédios não constitui a causa da cura. Expressando isso em termos do zen-budismo, teríamos a seguinte sequência de perguntas e respostas:

- Qual o efeito de se tomar remédios?
- Nenhum.
- Qual o efeito de se parar de tomar remédios?
- Nenhum.

Sendo assim, é uma grande insensatez abandonar os remédios sem despertar para o aspecto real e original da Vida, pensando que basta parar de tomar remédios para curar a doença. Isso é o mesmo que considerar os remédios como uma espécie de corda que “amarra” a Vida. Quem acha que abandonando os remédios vai se livrar dessa corda, está acreditando que a matéria tenha o poder de “amarrar” a Vida, e que a Vida seja algo passível de ser “amarrada” pela matéria. Com uma crença tão duvidosa em relação à Vida, mesmo que a pessoa pare de tomar remédios, não haverá efeito algum. Já que no recôndito de sua mente essa pessoa está admitindo a idéia errônea de que a matéria tem o poder de “amarrar” a vida, o seu ato de abandonar os remédios nada mais é que uma outra maneira de expressar o pensamento de que “a Vida é impotente”.
(Acesso ao texto inteiro aqui e aqui)

Ainda sobre a questão dos remédios, ou tratamentos materiais, ele também escreve:

"Como vimos, um objeto material, além do trabalho físico ou do trabalho químico próprio de pura matéria, possui uma misteriosa força salvadora. Se assim é, uma dose de remédios em pó ou uma medida de remédio em gotas mostrar-se-á eficaz ou não, dependendo das vibrações mentais de amor da pessoa que o prepara, do que da substância material do remédio em si. Aos olhos carnais o remédio pode ser visto como remédio material; porém, se admitirmos que isso é um intermediário que traz consigo as vibrações de amor, ele manifestará uma grande eficácia, superior ao efeito químico do remédio. Ao contrário disso, até mesmo um remédio indicado por um médico eminente, se o boticário preparou-o num estado de rancor, admoestado intensamente pelo diretor, não será só ineficaz como poderá causar até malefícios devido às vibrações de rancor. Sob este ponto de vista, o trabalho de preparar um remédio, independentemente do aspecto externo e material do mesmo, é um trabalho deveras divino em que se dosam harmonicamente a Verdade e o Amor, utilizando a matéria como meio." (A Verdade da Vida, volume 3)

Em outras palavras, Masaharu Taniguchi está dizendo o seguinte: se realmente tivermos despertados para o Jisso (Aspecto Perfeito e Verdadeiro) da Vida, constataremos que o ser que somos é perfeito, impassível ser influenciado/afetado positivamente ou negativamente pelos tratamentos materiais. Pensar que é o remédio que cura a nossa doença significa estar com a mente apegada aos remédios e, por conseguinte, desconhecer a Verdade. Contudo, pensar que "parar de tomar os remédios é o que proporcionará a cura" significa apegar-se aos remédios novamente, só que agora pelo lado contrário. Logo, não precisamos nos preocupar com tal questão. Se for oferecido um remédio a pessoa, ao invés de contradizer seus amigos ou familiares dizendo "não aceitarei este tratamento, porque sou perfeito e vou me curar sozinho", a pessoa pode simplesmente receber com gratidão o remédio ofertado com amor por seus entes queridos. O que a pessoa estará aceitando não é o remédio ou o tratamento material em si, mas o amor sincero que está sendo ofertado através daquele meio. Em última análise, se estivermos despertos pra Verdade não precisamos nos preocupar com coisa alguma. Basta agir naturalmente.


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