"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quinta-feira, agosto 08, 2013

Dois ensinamentos Nucleares

 
 - Núcleo -
 

Divinos Personagens,
 
O que compartilho é um novo comentário referente ao texto anterior, de Joel Goldsmith, publicado no aqui no Templo dos Iluminados.
 
Em certo trecho do texto, Joel Goldsmith escreve:
 
A mesma coisa se dá em nossa relação com Deus: temos que dar-Lhe plena atenção, amor, obediência e gratidão. Não é propriamente amar um Deus que não vês, senão amá-Lo nos colegas e professores com quem convives. Ainda que Deus esteja em teu íntimo, só Lhe podes receber a graça se tiveres amor, júbilo e respeito, em tua mente, em teu coração e em tua alma. (Quem percebe consciencialmente percebe a onipresença, percebe Deus presente em tudo e em todos. Ainda que os personagens estejam agindo inconscientes de sua real identidade, ou seja, apenas como personagens, a vida que os anima é o próprio Deus Se manifestando; Se não julgar os personagens – ou seja, se não agires mentalmente - perceberá como a reação desses mesmos personagens mudará em relação a você. "Algo" – uma percepção ainda incipiente neles – os fará perceber "algo" em você.)
 
Cada pessoa é responsável por si mesma. Não há um Deus sentado no céu a olhar e julgar os que estão aqui em baixo. A Consciência divina está em nosso íntimo (enfatize-se isso) e sabe tudo o que pensamos, sentimos, falamos ou fazemos, atraindo imediatamente de fora tudo o que mandamos para lá. Portanto, o amor e respeito que exprimes aos outros, logo os recebes de volta.
 
Há dois ensinamentos compartilhados no Núcleo que têm estreita relação com este ensinamento de “O Caminho Infinito”, evidenciando que ambos são “ensinamentos nucleares”, ambos vêm do Núcleo, Essência ou Fonte...
 
O primeiro é expresso assim: “Eu apareço como. Às vezes nem eu mesmo percebo. Mas se você perceber, já é o suficiente.”
 
O segundo é expresso assim: “Você escolhe reagir aos personagens ou interagir com o Ser?”
 
Agora atentem bem ao que Goldsmith está dizendo: “Não é propriamente amar um Deus que não vês, senão amá-Lo nos colegas e professores com quem convives.” Esse é outro meio de se enfatizar que “Eu apareço como colegas e professores.” Às vezes esse “eu” [o personagem, que é "quem você está sendo"], não percebe. Mas se você perceber que estes colegas e professores [personagens] sou Eu [seu próprio Ser, sua real identidade] “aparecendo como”, já é o suficiente.
 
No momento em que percebe que “sou Eu aparecendo como”, percebe também que está despido das sandálias, está despido daquilo que te liga à terra, à representação; percebe também que “o solo onde estás é solo sagrado”.
 
Assim, para realmente perceber que “sou Eu aparecendo como”, ou seja, para poder “interagir com o Ser” você deve "retirar as suas sandálias."
 
Por isso está escrito: "Retira dos teus pés as tuas sandálias, pois o lugar em que estás é solo santo." (Êxodo 3:5)
 
Esse ensinamento de que "Eu apareço como..." também está na Bíblia com o título: "O Grande Julgamento", como segue:
 
"Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com Ele, então, se assentará no trono da Sua Glória; e todas as nações serão reunidas na Sua Presença, e Ele separará uns dos outros, como o pastor aparta os bodes das ovelhas; E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a Mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna." [ Mt 25; 31-46 ]
 
Há que se notar que o texto bíblico é colocado em perspectiva porque é direcionado para a "visão das mentes dos personagens", pois é assim que a mente percebe, em perspectiva; ou seja, a "mente do personagem", a mente de quem "estamos sendo ou representando", percebe algo que concebe como estando situado no passado, no presente ou no futuro.
 
Mas a percepção consciencial percebe o eterno presente!, que é a Vida de Deus. Por isso é ensinado no Núcleo: Você prefere permanecer na visão mental e apenas "reagir aos personagens" ou prefere elevar-se à percepção consciencial e "interagir com o Ser"Quem escolhe perceber "Quem aparece como" deve "interagir com o Ser!"
 
Só assim é possível, agora, no presente, perceber Quem está "aparecendo como", vê-Lo com fome... e dar a ELE o que comer!; vê-Lo com sede... e dar a ELE o que beber; vê-Lo como estrangeiro... e O hospedamos; vê-Lo nu... e O vestirmos; vê-Lo enfermo ou preso... e visitá-Lo!
 
E por que é assim? 
Porque A MIM o fizestes!   
Isto é o que deve ser percebido!

Notem que aqueles que “interagem com o Ser", percebem que é “a Mim” que o fazes; e que, aqueles que “reagem aos personagens", não percebem que é “a Mim” que o fazes. Portanto, percebam que “Sou Eu” aparecendo como, e então desfrutem e compartilhem essa percepção.

A propósito, você já está em solo sagrado, mas pode não estar consciente, se estiver apenas percebendo mentalmente e reagindo aos personagens. Aqui vale citar outro “ensinamento nuclear”, que vem da “Seicho-No-Ie”, no qual é dito: “Na verdadeira Meditação Shinsokan, não contemplamos Deus pelas faculdades do nosso cérebro físico. É o nosso Deus interior que O contempla. É o estado mental em que um iluminado se encontra com outro iluminado, soltando faíscas.” [Do livro Explicações detalhadas sobre a Meditação Shinsokan, 3ª edição, página 46]
 
Em verdade, o iluminado percebe que tudo são manifestações do próprio Ser, não no sentido de que Deus seja aquilo que está sendo, porque Deus é o Ser, é o que É, e aquilo que está "aparecendo como" é a representação; mas a representação, que é o mundo fenomênico, revela esta “seidade” de Deus.
 
Deus É, sem que haja representação, mas não há representação sem que Deus Seja. Assim, há uma relação entre Deus e a representação ou mundo, que é o que Deus É, ou seja, é o próprio Ser ou Amor de Deus. Por isso é dito: “Deus amou de tal forma o mundo [que é a representação] que enviou o Seu Filho Amado...”  E Jesus ainda estando no mundo orou: “Pai, glorifica a teu Filho para que teu Filho glorifique a ti”; ... e completou sua oração: “...com a glória que me deste antes que houvesse mundo.”
 
Estando no mundo Jesus sempre escolheu “interagir com o Ser”, por isso, revelou que “o Pai não o deixou só, porque fez tudo o que agrada ao Pai.”
 
Quem quer “interagir com o Ser” deve, tal como ensinou Jesus, procurar em primeiro lugar o “reino de Deus” que ele revelou estar dentro de nós. Ou seja, o reino de Deus está no “núcleo”, não na superfície, na mente, mas sim “dentro”!  Este primoroso ensinamento de Goldsmith, de “O Caminho Infinito”, bem como o ensinamento da “Seicho-No-Ie”, assim como os ensinamentos de Jesus, não vêm da mente desses “divinos personagens”, mas sim, de Deus, que é a Fonte, o Núcleo, a Essência, a Origem desses ensinamentos, que são todos, portanto, “ensinamentos nucleares”, ensinamentos divinos.


9 comentários:

Silvano disse...

Cabe aqui a mesma e relevante observação feita em:
http://nucleu.com/2013/08/07/comentario-ao-texto-o-lugar-onde-estas-e-solo-sagrado-nucleo/#comments
É a seguinte:
Notem que aqueles que “interagem com o Ser”… percebem que é “a Mim” que o fazes; e que, aqueles que “reagem aos personagens”… não percebem que é “a Mim” que o fazes…
Portanto, percebam que “Sou Eu” aparecendo como…. e então desfrutem e compartilhem essa percepção.
Aqueles que se percebem como “Nyorais”, provenientes da “Grande Origem” (Nyo), não se detêm apenas na “percepção” e no “desfrute” dessa percepção. Os que sabem ser Nyorais aderem a sagrada missão, o dharma divino, de compartilhar o que percebem e desfrutam, na forma de ensinamentos nucleares, que são, em verdade, as “percepções conscienciais compartilhadas”! Assim o fez Krishna e todos os avatares; assim o fizeram os vários Budas; assim o fez Jesus, e assim deve cada avatar, cada buda, cada nyorai, cada personagem desperto fazer porque essa é a vontade de Deus e deve ser feito em nome e para a glória de Deus. Por isso Jesus disse que: “O meu ensino não é meu, e sim dAquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus, ou se eu falo por mim mesmo. Quem fala por si mesmo está procurando a sua própria glória; mas o que procura a glória de Quem o enviou, esse é verdadeiro e nele não há injustiça.” [ Jo 7, 16-18 ]
Assim, perceba que “o lugar onde estás é solo sagrado”.
Desfrute plenamente esta percepção e a compartilhe generosamente!
Aja como os justos e entre agora na gloriosa Vida de Deus, a Vida Eterna.

SERgio disse...

Beleza transcendente!
Os textos do "Núcleo" estão sendo postados neste blog ,que podem chegar a leitores não acostumados ,ou que não se coadunem com a linguagem "Crística/Bíblica"(embora o Núcleo tb
possua sua linguagem propria-moderna),linguagem bíblica que tb foi usada por Goldsmith, as vezes Taniguchi, Darcio ,dentre
outros. Digo isto pq, ha iluminados que sequer
citam a palavra "Deus"para se referirem ah Realidade, preferindo p.ex. "Consciência".
Mas não importa. Isso eh com 'eles'...
Este cunho "Crístico" continua eterno,real...como eh em si. E este texto/comentário vivifica o que parecia ultrapassado para alguns. Aliás, como colocado "por ai",por "pregadores oficias", soa mesmo como "arcaico". Porém quando vem de Quem percebe a coisa eh outra.

Peço licença ao administrador deste blog para fazer esta observação!

Ah, claro,meu comentario: este texto do NuclEu,
aponta a chave do Verdadeiro Viver!

Sou grato!



Templo disse...

Meus amigos,

Grato pelas palavras e pela participação de vocês.

É verdade, quando essas "palavras antigas" vem de Quem percebe, vemos que tudo é muito mais simples do que esperávamos que fosse. A Verdade não se oculta aos olhos de ninguém, não guarda segredos e não faz mistérios. Ela é "Luz colocada no alto do alqueire" para dar luz a todos que estão na casa, para que todos possam ver.

"Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido"

É por isso que a Verdade é simples.

Reverências!
Namastê!

Alexandre disse...

Gugu, me ajude! Estou perdido!

O Ser não sente fome. O Ser não sente sede. O Ser não adoece. Quem PARECE passar por todas essas coisas são as ramificações do Atman (nós) em ilusão, ou seja, essas carências são fruto da ilusão de imaginarmos estar nesse Universo quando, na verdade estamos no Ser.
Assim sendo porque eu deveria dar de comer a quem tem fome e etc. se, em VERDADE, ninguém está passando por nada disso e estamos sempre na Glória do Pai?
Meu raciocínio é o seguinte, se toda vez que alguém me irrita, me ofende, me fecha no trânsito etc. eu não devo me importar porque tudo não passa de ilusão e de comportamentos ilusórios dos "personagens", porque quando os mesmos personagens passam necessidades ilusórias eu deveria me importar e ajudar? É claro que não vou deixar de comer e nem ninguém morrer de fome por causa disso, não vai ajudar na iluminação de ninguem. Mas o que o Ser tem com isso? Porque cada vez que eu faço isso a cada um é a Ele a quem faço? Visto que Ele não possui nescessidade nenhuma???
Mesmo levando em conta nossa Unidade original, porque Brahma se importaria com o que acontece em Maya? Bom, essas duvidas nasceram depois de eu ler seu post sobre cosmologia absolutista e ter começado a ler O Desaparecimento do Universo que você tão gentilmente me enviou.
Help me!

Templo disse...

Alexandre,

Este universo (ilusório) é um universo de multiplicidade, onde o Ser único aparece como os diversos seres que aparentam estar separados. Este universo ilusório não existiria sem que, por detrás dele, houvesse o Universo único do Ser. O homem que se vê em ilusão precisa aprender a conscientizar que em Verdade há um único Ser por trás de todas as coisas, e que Ele é tudo. A maneira de fazer isso é aprender a ver a unicidade por detrás de todas as diversidades. Isso é unir as partes separadas e torna-las uma só. Ou seja, isso é Amor. O Amor nada mais é do que o UM. Se você quer aprender que você é o Ser, você deverá reconhecer o ser em todos os seres, porque "Quem você é" é todas aquelas pessoas. O outro existe para servir-lhe de espelho, a fim de que você possa (re)conhecer Quem você é. Se você ignorá-los, estará ignorando a si mesmo, e como você poderá Se reconhecer assim? Se você ainda não se vê fora da ilusão, não haja como se tudo fosse ilusão. Há coisas aqui que devemos aprender, antes de podermos dar o passo para fora dela. É por isso que todas as religiões pregam a prática do bem. elas não são indiferentes, dizendo: "tanto faz praticar o bem ou o mal porque aqui tudo é ilusão mesmo". O caminho do bem nos sintoniza/alinha com Aquilo que o Ser é.

Você pergunta: "Meu raciocínio é o seguinte, se toda vez que alguém me irrita, me ofende, me fecha no trânsito etc. eu não devo me importar porque tudo não passa de ilusão e de comportamentos ilusórios dos "personagens", porque quando os mesmos personagens passam necessidades ilusórias eu deveria me importar e ajudar?"

É porque o caminho a ser seguido é sempre o do amor. Se uma pessoa te fecha no trânsito ou te ofende, você deve aprender a não se importar porque o perdão é um ato de amor. E perante o amor, essas coisas são realmente uma ilusão. Agir com amor ajuda você a sair da ilusão. Da mesma forma, você deveria aprender a se importar com o bem estar das outras pessoas, porque isso é que é amor. Você fez uma divisão lógica do assunto, mas como você mesmo falou, esse foi um raciocínio seu. Essa divisão só faz sentido para o raciocínio, e o amor está muito além de qualquer raciocínio.

O livro do Desaparecimento o Universo é muito bom, mas cuidado para não achar que ele te ofereceu todas as respostas e que não há mais nada a ser conhecido. do contrário você poderá ficar preso em uma cadeia de explicações (que são muito plausíveis, mas também são limitadas).

Obrigado novamente,
Grande Abraço!

Alexandre disse...

Entendi Gugu.
Amor é a natureza do Ser. E conforme o pratico vivenciando a unidade de todos nós mais proximo estou de casa!
Eu até já tinha chegado a essa conclusão, mas as respostas que vem de fora sempre parecem mais verdadeiras.
Obrigado por mais esse esclarecimento, e também pela paciência!
Namastê.

Templo disse...

Alexandre,

Para a percepção mental, parece que as respostas estão vindo de fora. Mas não há nada fora. O que realmente está ocorrendo, é que as respostas estão vindo de você mesmo, de Quem você é. Se nossa atenção não está voltada para dentro, então o Ser revela-se para nós como se Ele estivesse fora (já que lá fora é onde a nossa atenção está). O personagem através da qual a resposta vem é apenas uma representação. Vendo a resposta aparecer "fora", mantenha a consciência de que "essa resposta veio de mim, de Quem sou". Tudo está dentro. Obrigado, também, por aparecer como Alexandre e propiciar esse bate-papo!

Namastê!

Alexandre disse...

Farei isto! Já estou fazendo!

Namastê!

Anônimo disse...

Esse bate papo AlexandrexGugu pareceu ser diretamente para mim. Parabéns pelos esclarecimentos e gratidão sempre!