"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quarta-feira, março 07, 2012

Ciência Cristã


Mary Baker Eddy


A época atual aspira por um Princípio perfeito de todas as coisas; anseia pela perfeição na arte, na invenção e na fabricação. Por que, então, a religião deveria permanecer inalterada e por que não haveríamos de alcançar um cristianismo mais perfeito e mais prático? Nunca é certo atrasar-se nas coisas mais essenciais, procedentes da norma do bem que regula o destino humano. A habilidade humana não faz mais do que prestigiar aquilo que no futuro há de surgir como a sua origem divina. Na proporção em que formos abandonando os sistemas e as teorias materiais, as doutrinas e os dogmas pessoais, para humildemente subirmos à colina da Ciência, alcançaremos o máximo de perfeição em todas as coisas.

O Espírito é onipotente; portanto, um cristianismo mais espiritual será um que terá mais poder, pois aperfeiçoa, através da Ciência, a arte mais importante de todas — a cura.

A cura metafísica, ou Ciência Cristã, é uma exigência da nossa época. Todo homem e toda mulher a desejaria e a exigiria se ele e ela percebessem o seu infinito valor e sua sólida base. O Princípio infalível e permanente de toda a cura é Deus, e este Princípio deveria ser buscado através do amor pelo bem, por motivos mais espirituais e desinteressados. Compreender-se-á então que ele procede de Deus e não do homem, e isto impedirá que a humanidade se precipite promiscuamente, ensinando e praticando em nome da ciência vivificadora, se não o reconhecermos e não o oferecermos resistência, para assim serem estranguladas as suas intenções.

A norma da cura metafísica é violada quando acreditamos poder remendar a velha vestimenta do uso de medicamentos com a fazenda nova da metafísica, ou quando tentamos distorcer a fatal força magnética da mente mortal, denominada hipnotismo, dando-a um corte mais moderno e denominar isto de “cura-pela-mente" ou — o que aos olhos da Verdade é ainda pior — chamar isto de metafísica! Palavras bonitas em vez de uma boa conduta, retidão fingida em vez de um caráter íntegro, má prática mental em vez da prática da medicina autêntica, são pobres substituições das quais se valem os fracos e mundanos, que consideram a norma da Ciência Cristã demasiadamente elevada para eles.

O que se pode deduzir de um perito em matemática que duvida da exatidão de uma regra, porque não está disposto a trabalhar o suficiente para usá-la? A perfeição da regra da Ciência Cristã é o que constitui a sua utilidade: possui uma norma real; mesmo se alguns não a alcançam, outros aproximar-se-ão dela, e estes são os únicos que permanecem fieis a esta norma.

Devemos compreender que a matéria é uma crença falsa, ou um produto da mente mortal; disto deduzimos que a sensação não está na matéria, mas na assim chamada mente; que vemos e sentimos a doença somente em função da nossa crença nela: então não haverá mais matéria que nos impeça ver o Espírito e que obstrua as rodas do progresso. Abrimos as nossas asas em vão quando tentamos elevar-nos acima do erro, usando conceitos especulativos a respeito da Verdade.

O Amor é o Princípio da Ciência divina; através dos sentidos materiais não tomamos conhecimento do Amor, nem é ele adquirido através de uma reprovável tentativa de aparentarmos o que ainda não conseguimos ser: um Cristão. No nosso amor para com o homem, adquirimos uma compreensão verdadeira de que o Amor é Deus; de nenhuma outra maneira podemos alcançar este conceito espiritual e elevar-nos — e continuar elevando-nos — em direção às coisas mais essenciais e divinas. O que impede o progresso do homem é a sua vanglória, ou farisaísmo da época, como também o seu esforço por furtar de outros para poupar árduo trabalho; são erros que não encontram espaço na Ciência. O conhecimento empírico é pior do que inútil: jamais ajudou ao homem adiantar-se um passo sequer na escala do ser.

Que uma mulher tenha-se aventurado sobre um terreno tão desconhecido e que, esquecendo-se de si mesma, prosseguiu em estabelecer este poderoso sistema de cura metafísica, chamado Ciência Cristã, ante tantos obstáculos -- sim, toda a corrente da mortalidade --, é motivo de sério assombro para pensadores profundos. Que, além disto, ela alcançou algum progresso e que, no meio de uma época tão envolvida em pecado e sensualismo, se aprofundou nas verdades espirituais do ser que constituem a perfeição física e mental, lhes parece ainda mais inconcebível. Neste novo curso da metafísica, Deus é considerado mais do que absoluto e supremo; e o Cristo encontra-se revestido com maior esplendor, como o nosso Salvador da doença, do pecado e da morte. A paternalidade de Deus para com Vida, Verdade e Amor, glorifica a Sua soberania.

Através deste sistema, o homem também obtém um novo conhecimento do seu relacionamento com Deus. Já não precisa mais pecar, adoecer e morrer a fim de alcançar o céu; antes é obrigado a vencer o pecado, a doença e a morte, possuindo a faculdade para tanto, e isto porque, como imagem e semelhança de Deus, ele reflete Aquele que destrói a morte e o inferno. Mediante este reflexo, o homem torna-se participante daquela Mente da qual surgiu o universo.

Na Ciência Cristã, o progresso não é motivado pelo ensino, mas pela demonstração. Esta Ciência melhora e regenera a humanidade, libertando-a de todo o erro através da luz e do amor da Verdade. Ela confere ao gênero humano aspirações mais elevadas e novas possibilidades. Ela coloca o machado na raiz da árvore do conhecimento, para cortar tudo o que não traz bons frutos: “E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço” (Mateus 11:6). Ela relaciona a mente com valores mais espirituais, sistematiza a atividade, confere um significado mais perspicaz da Verdade e um maior anseio por ela.

Se estamos famintos e sedentos por uma vida melhor, a obteremos e nos tornaremos Cientistas Cristãos; compreenderemos Deus corretamente e conheceremos algo a respeito do homem ideal, o homem verdadeiro, harmonioso e eterno. Esta evolução do pensamento abrirá o caminho às eras; impulsionará corretamente as engrenagens do raciocínio, educará os afetos para talentos mais elevados e impedirá que o cristianismo seja influenciado por superstições de épocas passadas.


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