"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

segunda-feira, agosto 13, 2018

O Eu Místico - 6/12

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- Joel S. Goldsmith - 


O Eu Místico

CAPÍTULO 6
DESPERSONALIZANDO A DEUS

Se alguém lhe perguntar: "o que é esse Caminho Infinito que detém o seu interesse e aparentemente beneficia você?", você provavelmente teria dificuldade em responder, porque o que detém sua atenção e beneficia você e é seu Consolador, é algo você conhece com a sua consciência quadridimensional. Se você tentar transmiti-Lo a alguém que ainda vive no estado de consciência tridimensional ou material, ele nunca entenderia o que você está tentando dizer a ele.

Ao tentar explicar isso, você poderia dizer: "oh, eu aprendi que o mal não é poder", e então, é claro, você seria ridicularizado. Se você disser: "eu descobri Deus", você seria convidado a explicar isso, e qualquer pessoa que tenha sido chamada a expor o que ela descobriu sobre Deus sabe quão tolo seria tentar. Ninguém pode fazer isso, porque tudo o que você pode saber sobre Deus você não sabe com a sua mente. Ter qualquer consciência de Deus significa que você já rompeu a barreira da área mental e foi elevado para o nível da Consciência Superior. Tudo o que você pode saber sobre Deus, você sabe através de sua consciência espiritual, através do desenvolvimento do seu discernimento espiritual, através das faculdades da Alma. Tentar dizer isso a uma pessoa que se mantém na consciência materialista seria absurdo, ou mesmo impossível.


Universalidade e Disponibilidade da Mente que Estava em Cristo Jesus

O Caminho Infinito começa com a revelação de que existe uma consciência transcendental denominada Mente de Cristo no misticismo cristão, e no budismo, é denominado a mente búdica. Em ambos os casos, o que se quer realmente dizer é que há uma consciência superior à mente humana. Isso não é uma questão de conhecimento geral. É verdade que pode haver aqueles que aceitam a ideia de que Buda tinha essa consciência espiritual e que Jesus tinha a mente que estava em Cristo, mas não há muitos que possam compreender que essa mente crística, ou consciência crística, é universal, de todos os homens  ela é tanto sua quanto minha, como foi de Jesus ou Buda.

Enquanto você acreditar que há um Deus lá fora, separado – e separado de seu ser –, você estará personalizando Deus, o que configura a imagem de uma identidade ou entidade que está fora de você. Deus é Ser, mas não um ser. Deus está sendo você e sendo eu. Assim, ao "criarmos" um Deus separado do Ser produz-se o sentimento de separação, e isso nos mantém na ignorância. Essa personalização de Deus, ou seja, a personalização do Eu, é justamente o "véu" que traz o sentido de separação de Deus. Personalizar a Deus, aceitando Jesus como o único Cristo também encobre com o "véu". Na verdade, a personalização do Espírito é o próprio "véu".


Deus É o Ser

A despersonalização é o "desvelamento", e no momento que você conhece Deus como o Ser, então Deus é o meu ser e Deus é o seu ser. "Não chame a nenhum homem de Pai sobre a terra; Um é o seu Pai, que está nos céus". O Espírito é o seu criador e o seu ser. Isso rompe com qualquer personalização. Quaisquer grupos de pessoas que possam alegar serem filhos de Deus – melhores, mais elevados, ou exclusivos , isso, em si, já constitui a personalização. Pois, na verdade, não há tal coisa como maior ou menor. Não existe algo como "melhor" ou "pior", porque toda a forma externa que define-se como espiritual é apenas vaidade. Somente Deus é Espírito. Só Eu, o Espírito de Deus em você, Sou o Filho de Deus, e Eu sou tão impessoal que, a menos que você possa olhar para o judeu o gentio, católico e protestante, oriental e ocidental, branco ou negro, reconhecendo que eles são todos de filhos de um mesmo Pai, você não poderá entrar na Casa de Deus.

Se despersonalizarmos Deus, sabendo que Deus é o Ser de Jesus Cristo, e que Ele mostrou isso para que pudéssemos saber que Deus não era apenas seu Pai, mas Pai de todos nós, então nossas orações não serão mais uma atividade mental. Até então, viemos tentando alcançar Deus com a mente, para influenciá-Lo, "canalizá-Lo", quando, na verdade, a mente deveria estar quieta, na afirmação e certeza do seu Ser: Deus "É", Eu souEu e o Pai somos Um. Portanto, não devemos empregar qualquer esforço mental para alcançar Deus, pois já somos Um com o Pai. Ora, estamos certos de que não devemos tentar canalizar Deus com a mente, na direção de ninguém.

Não foi esse o pecado ou o erro da religião em todas as nossas guerras? Os capelães não foram encorajados a orar pela vitória de sua nação? O que era isso, senão tentar canalizar Deus? Acaso isso não era uma tentativa de reivindicar Deus para o seu povo, exclusivamente para o seu povo? Mas se fôssemos Filhos de Deus, deveríamos orar pelos nossos inimigos. Isso não significa que devemos rezar para que o nosso inimigo nos destrua  não que isso faria alguma diferença se o fizéssemos  mas nós devemos rezar para que nosso inimigo seja libertado da mente carnal, assim como queremos que nossos amigos libertem-se da mesma mente carnal. Se, no entanto, estabelecermos a nós mesmos como os filhos preferidos de Deus, e todos os outros como  portadores da mente carnal, teremos novamente colocado a nós mesmos em amarras. Orar pelo nosso inimigo significa conhecer a Verdade sobre o nosso inimigo; significa saber que qualquer expressão da mente carnal, por parte do inimigo, não é poder. E, no que diz respeito à verdadeira identidade do inimigo, é tão Deus quanto a nossa identidade é Deus.

Quando Deus tiver sido completamente despersonalizado, o significado da Onipresença ficará claro. Nós temos estabelecido um senso de separação de Deus mesmo quando declaramos que Ele é Onipresença. Mas... aonde estou eu nessa Onipresença? Se Deus é Onipresença, então eu também tenho que ser essa Presença! Mas se eu penso em Deus e em mim separados, eu não estou despersonalizando; ao contrário, só estou estabelecendo o senso de separação. Ora, só posso ter Deus como Onipresença se Eu sou a Onipresença.


Eis que Eu Bato à Porta... Você Escuta?

"Eis que estou à porta, e bato..." À luz do que você leu até agora neste livro, isso não tem agora um maior significado para você? "Eis que estou à porta, e bato..." Agora você entende que isso não significa um homem que viveu há dois mil anos? E que da mesma forma não significa nenhum homem nos dias de hoje? Você já não sabe que o significado de Eu não pode ser qualquer outra coisa, senão que "Eu estou batendo à porta e implorando para ser admitido", para que você abra a porta de sua consciência e O admita?

Esse Eu é o princípio criativo deste universo, e esse Eu tem batido à porta de sua consciência por séculos, implorando para ser admitido, mas você lhe dá as costas, procurando-o na Terra Santa de dois mil anos atrás.

O Caminho Infinito revela que esse Eu é a Consciência iluminada, a Consciência de Deus, a qual você sempre procurou. Eu Sou essa iluminação, essa iniciação. O Eu do seu ser é a própria comida, a roupa, a habitação, a felicidade, a paz e a segurança que você está procurando. Esse Eu sempre esteve a bater em sua porta, tentando entrar em sua consciência.

Sua vida inteira depende de conhecer a natureza de Deus. Até que você conheça bem a Deus, não se engane acreditando que você alcançou a imortalidade  porque você atinge a imortalidade somente no grau em que você conhece bem. Você nunca conhecerá até que você conheça como sendo o EuEu, o Espírito de Deus em vós; Eu, a voz pequenina e suave, interior. O Reino de Deus está dentro de você, e Deus só pode ser encontrado em Seu Reino. Deus constitui o Seu Reino.

Ou essas palavras trazem de dentro de você um sentimento alegre de aceitação, um sentimento de "sim, sim, eu sempre soube que isso deve ser assim", ou a porta de sua consciência ainda não se abriu para admitir esse Eu, e o "véu" ainda está lá. Nesse caso, será necessário você permanecer nessa Palavra, e deixar esta Palavra permanecer em você, até que sua consciência se abra, admitindo o "Eu" que está lá batendo. Quem está batendo na porta é o Eu. "Eu estou à porta"  não uma pessoa, mas Eu. Não qualquer pessoa, mas o Eu que, em Si mesmo, é "o Caminho, a Verdade e a Vida". O Eu que, em Si mesmo, é o pão, a carne, o vinho e a água.


A Senda Mística é Prática

Às vezes, quando um professor ou praticante diz a um aluno que ele deve manter sua saúde, seu sustento e sua companhia longe de si mesmo, ele pode perguntar: "Como?". Então deve lhe ser dito: "se não for assim, você não abrirá a porta de sua consciência e não aceitará a entrada do Eu. Você não vai admitir que Eu estou batendo lá. Ao invés disso, você está procurando outro Deus, ou você não está olhando para Deus em tudo, mas buscando alguns frutos, alguns benefícios de Deus. Mas isso você nunca vai encontrar".

Deus não provê saúde; Deus não concede provisão; Deus não provê paz; Deus não provê segurança. Deus é tudo isso. "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida ... Eu sou a Ressurreição". O Eu não concede tais coisas nem as envia: o Eu "é" todas essas coisas, o Eu encarna todas elas. Quando você abre a porta de sua consciência e admite o Eu, você descobre a Presença  a princípio de forma lenta e gradual, porque nenhum de nós conseguiria realizar tudo de um salto  mas então você verá que essa Presença flui de ti nas diversas formas necessárias para sua experiência.

É por isso que o caminho místico é o modo de vida mais prático que já foi conhecido. O mundo tentará nos dizer que a maneira materialista é a mais prática, mas se você olhar para a história, creio que vai concordar que o materialismo não nos deu o caminho. E se você olhar para os países que uma vez tiveram uma balança favorável do comércio, com um constante afluxo de ouro, você vai descobrir o quanto a cena mudou, e que muitos deles não os têm mais. Por quê? Porque tudo no mundo é tão fugaz como uma sombra. Mas se você abre a sua consciência para Mim e percebe que Eu, no meio de você, Sou Deus  que Eu, no meio de vós, Sou essa plenitude então, se por algum motivo a sua saúde, a sua casa ou a sua família deixarem você hoje, isso não fará diferença. Esse Eu é a Ressurreição.

Uma vez que você percebe que Eu no meio de você é Ele, você descobrirá então que os anos perdidos pelos gafanhotos serão restaurados. Tudo o que já foi tirado de você, por causa de sua ignorância de Deus, agora será devolvido a você, duas vezes mais. Nada disso é possível, entretanto, exceto para aqueles que abrem a porta de sua consciência e admitem o Eu que é Deus e está lá de pé, batendo.


A Caixa de Pandora

No ensino da Verdade, você se depara com uma situação comparável à caixa de Pandora. A caixa de Pandora deveria ter escondido dentro dela um grande tesouro, mas quando foi aberta, o mal saltou para fora. Assim é, também, que a Verdade é o maior tesouro que existe, mas se você abrir a porta da Verdade para o pensamento despreparado, a Verdade de que "Eu sou a Verdade" será prostituída, porque ela vai bater asas e dizer: "Eu sou Deus, Eu sou Deus!", e aquelas pessoas que tão pouco entenderam da Verdade tentarão ser Deus para você. Para as pessoas despreparadas para esta Verdade, a revelação do Eu pode ser destrutiva, porque elas podem tentar usá-la para ganho pessoal (ego), e também porque dá-lhes um falso sentido do Eu, que os faz acreditar que um indivíduo tem poder. A verdade é que nenhum indivíduo (ego) tem poder, porque esse Eu é todo-poder, esse Eu é Onipotência. Um indivíduo não tem poder. Você, de si mesmo, não tem poder. Você nunca pode dirigir o poder; você nunca pode usar poder.

Quando você conhece o segredo do Eu, você permanece em silêncio e deixa que Ele realize o trabalho: não você, mas o Eu, que está no meio de você. Você não precisa de pensamentos, já que não pode e não precisa iluminar Deus. O próprio fato de você ter alcançado uma consciência iluminada é o elo de conexão entre você e Deus. Então, o que toda a consciência iluminada tem que fazer é permanecer em Deus  e Deus atende a sua necessidade.

A parte que sua consciência desempenha quando foi iluminada é que ela despertou; já teve o suficiente do "desvelamento" para saber que o Eu em você e o Eu de alguém que se volta para você é Deus, de modo que não há necessidade de transferir o seu pensamento para ele, transferir poder para Ele, ou usar o poder de Deus para ele. É prazer e vontade do Pai dar a ele o Reino: um grande prazer do Pai, o Eu no meio dele. O Eu no meio de você é poderoso, mas o Eu no meio de você está no meio dele também, por causa da Onipresença. Portanto, você não precisa projetar seu pensamento através da distância: você só precisa permanecer na quietude  e porque o Eu foi desvendado, a Verdade foi revelada. Se você sabe sobre o Eu, por que você tem que buscá-Lo? Não há um Eu em você? Você não diz "Eu" o tempo todo? "Eu Sou Deus". Portanto, permaneçam em silêncio.

Compreender a natureza de Deus como Eu é o tesouro, mas ao revelá-lo, ele irá tornar-se mal se vem à consciência dos não iluminados  aqueles que pensam que um sentido pessoal do "Eu" é Deus, e que qualquer pessoa (ego) pode exercer o poder de Deus, ou que alguma pessoa é especialmente favorecida por Deus. Tudo isso pode ser muito mal, porque eles estarão personalizando. Aprenda a despersonalizar. Somente quando você despersonalizar é que você poderá ficar sereno em seu interior e deixar que o Eu faça o trabalho, sem pensar que é o seu "eu" mundano que o faz. Lembre-se: há um Eu na pessoa que você é, auxiliando você, e é o mesmo Eu, o único Eu. Deixe que Ele faça o trabalho sem palavras e sem pensamentos, e então o sentido pessoal do "eu" (ego) não se meterá no caminho.


Eu Sou o Suprimento

Uma vez, um aluno me escreveu que estava tendo um problema de escassez e me pediu para fazer algum trabalho para o suprimento. Minha resposta foi: o problema realmente não é falta. Se você ao menos abrisse os olhos, perceberia que há tantas ervas na terra como sempre houve; há tantas árvores, tantas frutas, assim como muitos bovinos, peixes, pássaros, diamantes na terra, ouro e platina, assim como pérolas no mar. Assim sendo, onde se encontra sua carência? O problema não pode ser falta, porque o mundo está cheio de abundância. A falta está em você personalizar o suprimento, pensando que você não tem. Enquanto você personalizar desse modo, construindo um ser além de Deus, você não terá provisão. Mas quando você perceber que "a terra é do Senhor, e consequentemente também a plenitude dela" e "Filho, tudo o que tenho é teu", você estará despersonalizando.

Vá até o topo da montanha e olhe para a terra, até onde seus olhos alcançam. "Tudo isto Eu te dou". Você ouve essa palavra Eu de novo? Eu. Mas onde você esteve procurando o sustento? Do lado de fora? Então certamente você estava personalizando-o, em vez de perceber que o Eu é o provedor. O suprimento está incorporado no Eu. Tudo o que está incorporado no Eu infinito que eu sou e que você é, tudo isso é seu, tudo, a terra até onde sua vista alcança. A terra e tudo o que está nela é seu. É do Meu agrado dar-lhe o Reino, mas se você personalizar, então há aqueles que têm e aqueles que não têm.

Despersonalize a si mesmo, e veja que você não é a pessoa que seus olhos vêem no espelho. Isso é um corpo, mas o que você realmente é, é o Eu. Agora você tem que despersonalizar: você tem que despersonalizar a você mesmo; você tem que despersonalizar Deus; e você tem que despersonalizar o suprimento porque não há tal coisa como uma dádiva que se destine apenas para você ou para mim. Será que existe um Deus que pode doar ou prover algo? Acaso isso não indicaria um Deus que mantém tudo retido? Então que tipo de Deus você tem? Um Deus feito pelo homem, um Deus feito à imagem e semelhança do homem? Certamente, um homem pode dar e um homem pode receber... mas pode Deus? No momento em que você percebe que Deus não está retendo o sol, a lua ou as estrelas, oceanos, ou os peixes, você sabe que não há nenhum deus segurando qualquer coisa. Você não pode realmente ter um problema de falta. O que você tem é o problema de um sentimento de separação de Deus, e você, na sua ignorância, estabelece seu próprio ser separado de Deus.

Em outras palavras, você não está declarando, eu sou Eu. Em vez disso, você está declarando "eu sou uma pessoa que está sendo afetada pela falta de educação, pela falta de oportunidade e por outras circunstâncias". Mas é você que está causando tudo isso. Você está implementando sua própria prisão. Você não pode demonstrar provisão: você só pode demonstrar "Eu". Você não pode demonstrar segurança; você não pode orar por segurança. Na verdade, você nunca será capaz de economizar dinheiro suficiente para ter segurança, como muitos ex-milionários descobriram. A única segurança que você pode ter é quando a porta de sua consciência se abre e admite o Eu, para que você possa dizer: "Eu é o meu sustento. Eu, no meio de mim, é poderoso".

No Caminho Infinito, dizemos: "Aquilo que estou procurando, Eu Sou". Essa frase deve ser o suficiente para salvar o mundo. Mas isso não pode ser aceito com o intelecto, então são necessários anos e anos ouvindo e vivendo com Ele, até que finalmente você possa dizer: "Sim, Eu! Agora eu entendo o significado do Eu". Você não pode personalizar esse Eu

Em meus primeiros dias neste trabalho, quando, por causa de um problema de suprimento, isso foi revelado para mim, essa revelação não só encerrou meus dias de falta e limitação, como ainda fez algo mais. Ela revelou-me que eu não sou um homem  Eu sou Eu –, e que Eu não estou neste corpo. Então é como você estar em seu automóvel, mas na verdade não está em seu automóvel. Você realmente nunca fez parte de seu automóvel, e você nunca está nele. Você sempre é algo separado dele, governando-o, e ele é uma ferramenta que você está dirigindo. Ora, esta mesma verdade se aplica ao seu corpo. Uma vez que você percebe que é esse Eu, você saberá que este corpo tem o mesmo relacionamento com você que o seu automóvel tem. É um instrumento para o seu uso. Mas você não está nele, pois Eu sou a Consciência, a Consciência Divina Infinita, e Ela é Onipresente. Se Eu e o Pai somos Um, então Eu sou tão Onipresente quanto Deus. Caso contrário, existem dois: um Infinito e um finito. Mas se Eu e o Pai somos Um, sou onipresente.


A Natureza Universal do Eu Faz de Nós Todos Um

O Caminho Infinito revela a natureza impessoal de Deus, significando que Deus não é uma pessoa, que Deus não está localizado na mente de uma pessoa: Deus é o Ser. Mas Deus é o Ser Infinito. Portanto, Deus só pode ser o seu ser e o meu ser. É por isso que podemos aceitar o Eu como o nome de Deus, porque eu tenho o nome Eu e você tem o nome de Eu. Cada um de nós é EuEu sou a identidade de todos, e é isso que nos torna irmãos e irmãs. É isso o que nos permite encontrar-nos sem inveja, ciúme ou malícia, porque não importa quanta abundância um possa ter ou quanto de privação possa outro ter, todos se igualarão ao chegarmos à Consciência desse Eu. Cada um de nós é Eu, e Deus é o Infinito em nós.

Quando virmos a natureza universal de Deus como Eu, como o Eu de cada indivíduo e como o Eu de cada gato, cão, pássaro, e besta, então o leão e o cordeiro se deitarão juntos  o leão e o cordeiro humanos, e também os de natureza animal. Quando reconhecermos Eu como o Ser universal, o Ser infinito, faremos de nossos inimigos os nossos amigos  não sobrepujando-os, mas reconhecendo que Eu no meio do inimigo está também no meio de cada um de nós, e nós somos Um. Só há um Eu. A identidade de Deus é a sua identidade e a minha identidade. Se eu dou a você, eu estou dando a mim mesmo. Se você me der, você estará dando a si mesmo. Isso é como transferir dinheiro do seu bolso da direita para o bolso da esquerda. Isso tudo acontece uma vez que você comece a entender o Eu que é Deus, batendo à porta da sua consciência.

Por isso, "na medida em que o fizestes a um dos mais pequeninos, vós o fizestes a mim", porque Eu sou o menor entre meus irmãos, e o menor destes meus irmãos é o Eu. Tudo o que você tem feito a outro você tem feito a você mesmo, e isso deve ajudar a explicar o significado do karma. O mal que você faz para outro está fadado a voltar para você. É como se houvesse um grande elástico ligado a ele, e a pedra que você joga tem que voltar, mas o bem que você faz também tem um elástico, e por isso, com quanto mais força e mais longe você atirá-lo, tanto mais rápido ele retornará para você.

A lição que estamos aprendendo é que Deus é identidade/natureza individual. Deus não está flutuando no ar em derredor mais do que Deus está pairando no céu. Deus não é sem corpo: não pode haver um ser sem um corpo. É verdade que o corpo não precisa ser de natureza física, mas deve sempre haver um corpo. Cada indivíduo corporifica esse Eu, esse Ser Divino. Este Eu é a sua consciência individual  ainda que possa ser velada pela crença de que o homem é um ser humano, que ele é mortal, que ele foi concebido no pecado e gerado na iniquidade. Pode ser que Ele esteja velado pela crença de que apenas alguns homens podem conhecer o Eu, ou a Consciência Divina. Mas Deus é manifesto como eu e você individuais, e se Deus deve aparecer no meio de nós, Deus deve aparecer como eu e você individuais.

Esta Verdade não pode ser dada àqueles que ainda não chegaram a Ela através das necessárias práticas de estudos e meditação, porque tais pessoas acabarão por transformar a verdade desse Eu em algo muito destrutivo para elas mesmas, nunca para os outros. Nós nunca podemos realmente destruir os outros: nós só podemos destruir a nós mesmos  e nós fazemos isso através da personalização, por interpretação errônea. 

Para que você possa seguir O Caminho Infinito, em primeiro lugar, abra a porta de sua consciência e admita o Eu que está batendo lá. Faça-o em segredo: não tente explicá-Lo aos seus amigos; não pense que você será capaz de dá-Lo a eles através da mente humana. Eles nunca poderiam aceitá-Lo. 

Explicar esta grande Verdade àqueles que ainda estão no nível tridimensional de consciência não é apenas difícil, mas praticamente impossível; mas você pode alimentá-los aos poucos, para que eles suavemente cheguem a alguma medida de maturidade espiritual. Então você pode remover o último véu sem chocá-los, e mostrar-lhes que "Eu estou à porta de sua consciência, implorando a admissão".



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