Ramana Maharshi
Bhagavan: O jnani (sábio) diz: "eu sou o corpo" e o ajnani (ignorante) também diz: "eu sou o corpo", mas em que está a diferença? O "Eu Sou" é a verdade. O corpo é a limitação. O ajnani limita o "eu" ao corpo. Durante o sono profundo, o 'Eu' permanece independente do corpo . O mesmo "Eu" está agora no estado de vigília. Embora seja comum pensar que ele está dentro do corpo, o "Eu" existe sem o corpo. A noção errada não é o 'eu sou o corpo', é o 'Eu' que diz isso. O corpo por si mesmo é inerte (inanimado) e não pode dizer isso. O erro está em pensar que o 'Eu' é o que ele não é. O 'Eu' não é inerte. O 'Eu' não pode ser o corpo inconsciente. Os movimentos do corpo são confundidos com o 'Eu' e o resultado disso é a miséria . Esteja o corpo funcionando ou não, o "Eu" permanece livre e feliz. O 'eu' do ajnani é apenas o corpo. Esse é todo o erro. O "Eu" do jnani inclui o corpo e tudo mais. Claramente alguma entidade intermediária surge e dá origem à confusão.
Pergunta: Se o jnani diz "eu sou o corpo", o que lhe acontece na hora da morte?
B: Mesmo agora ele não se identifica com o corpo.
P: Mas você disse há pouco que o jnani diz: "eu sou o corpo."
B: Sim. Seu "eu" inclui o corpo. Pois não pode haver nada separado do 'Eu' para ele. Se o corpo se vai, não há perda para o 'Eu'. O 'eu' permanece o mesmo. Se o corpo sentir-se morto deixe-o levantar a questão. Sendo inerte ele não pode fazê-lo. O "Eu" nunca morre e não faz a pergunta. Quem então morre? Quem faz perguntas?
P: Para quem são todas escrituras (sastras) então? Elas não podem ser para o Eu real. Elas devem ser para o 'eu' irreal. O Eu real não as requer. É estranho que o 'eu' irreal tenha tantas sastras direcionadas para si.
B: Sim. É isso mesmo. A morte é apenas um pensamento e nada mais. Aquele que pensa é que traz problemas. Deixe o pensador nos dizer o que acontece com ele na morte. O verdadeiro "Eu" é silencioso. Não se deve pensar "eu sou isto - eu não sou aquilo". Dizer 'isto ou aquilo" é errado. Essas também são limitações. Apenas o "Eu Sou" é a verdade. O silêncio é o 'Eu'. Se uma pessoa pensa "eu sou isso ", outra pensa "eu sou isso" e assim por diante, há um choque de pensamentos e as tantas religiões são o resultado. A verdade permanece como é, ela não é afetada por quaisquer declarações, conflitantes ou não.
P: O que é a morte? Não é o desaparecimento do corpo?
B: Você deseja saber isso durante o sono? O que está errado então?
P: Mas eu sei que vou acordar.
B: Sim - novamente o pensamento. Há o pensamento precedente "eu irei acordar". Os pensamentos governam a vida. A liberdade de pensamentos é a nossa verdadeira natureza - a Graça.
B: A ignorância (ajnana) é de dois tipos:
(1) O esquecimento do Ser.
(2) A obstrução ao conhecimento do Ser.
As ajudas e apoios são destinados a erradicar os pensamentos; estes pensamentos são as manifestações de predisposições remanescentes na forma embrionária, eles dão origem à diversidade da qual todos os problemas surgem. Essas ajudas são: ouvir a Verdade transmitida pelo mestre (sravana), etc. Os efeitos de sravana podem ser imediatos e o discípulo percebe a Verdade de imediato. Isso só pode acontecer para o discípulo bem avançado. Caso contrário, o discípulo sente que é incapaz de perceber a Verdade, mesmo depois de ouvi-la repetidamente. Isso se deve a quê? Às impurezas em sua mente, à dúvida, à ignorância e à identidade errônea; esses são os obstáculos a serem removidos.
(a) Para remover a ignorância completamente, ele tem de ouvir a Verdade repetidamente, até que seu conhecimento sobre o assunto em questão torne-se perfeito. (b) Para remover as dúvidas, ele deve refletir sobre o que ouviu até que seu conhecimento fique livre de dúvidas de qualquer espécie. (c) Para remover a identidade errada do Ser com o não-Ser (com o corpo, os sentidos, a mente ou o intelecto) sua mente deve tornar-se unidirecionada.
Uma vez que todas essas coisas forem realizadas, os obstáculos são exterminados, e com isso resulta o estado de Samadhi, isto é, a Paz reina. Alguns dizem que nunca devemos deixar de nos envolvermos no processo de ouvir a Verdade, de refletir sobre o conhecimento e de manter a unidirecionalidade. Isso não é realizado ao lermos livros, mas apenas pela prática continuada de manter a mente afastada (separada).
O aspirante pode ser kritopasaka ou akritopasaka. O primeiro está apto a realizar o Ser, mesmo que com o menor estímulo: apenas algumas pequenas dúvidas impedem seu caminho e são facilmente removidas se ele ouve uma vez do Mestre a Verdade. Imediatamente ele ganha o estado de Samadhi. Presume-se que ele já havia concluído o sravana, a reflexão, etc em nascimentos anteriores, eles não são mais necessários para ele. Para o outro todas essas ajudas são necessárias; para ele as dúvidas surgem mesmo depois de ouvir repetidas vezes, por isso ele não deve desistir dessas ajudas até que ganhe o estado de Samadhi. O Sravana remove a ilusão do Ser como sendo o mesmo que o corpo, etc. A reflexão deixa claro que o Conhecimento é o Ser. A unidirecionalidade revela o Ser como sendo Infinito e Bem-aventurado.
Pergunta: Se o jnani diz "eu sou o corpo", o que lhe acontece na hora da morte?
B: Mesmo agora ele não se identifica com o corpo.
P: Mas você disse há pouco que o jnani diz: "eu sou o corpo."
B: Sim. Seu "eu" inclui o corpo. Pois não pode haver nada separado do 'Eu' para ele. Se o corpo se vai, não há perda para o 'Eu'. O 'eu' permanece o mesmo. Se o corpo sentir-se morto deixe-o levantar a questão. Sendo inerte ele não pode fazê-lo. O "Eu" nunca morre e não faz a pergunta. Quem então morre? Quem faz perguntas?
P: Para quem são todas escrituras (sastras) então? Elas não podem ser para o Eu real. Elas devem ser para o 'eu' irreal. O Eu real não as requer. É estranho que o 'eu' irreal tenha tantas sastras direcionadas para si.
B: Sim. É isso mesmo. A morte é apenas um pensamento e nada mais. Aquele que pensa é que traz problemas. Deixe o pensador nos dizer o que acontece com ele na morte. O verdadeiro "Eu" é silencioso. Não se deve pensar "eu sou isto - eu não sou aquilo". Dizer 'isto ou aquilo" é errado. Essas também são limitações. Apenas o "Eu Sou" é a verdade. O silêncio é o 'Eu'. Se uma pessoa pensa "eu sou isso ", outra pensa "eu sou isso" e assim por diante, há um choque de pensamentos e as tantas religiões são o resultado. A verdade permanece como é, ela não é afetada por quaisquer declarações, conflitantes ou não.
P: O que é a morte? Não é o desaparecimento do corpo?
B: Você deseja saber isso durante o sono? O que está errado então?
P: Mas eu sei que vou acordar.
B: Sim - novamente o pensamento. Há o pensamento precedente "eu irei acordar". Os pensamentos governam a vida. A liberdade de pensamentos é a nossa verdadeira natureza - a Graça.
B: A ignorância (ajnana) é de dois tipos:
(1) O esquecimento do Ser.
(2) A obstrução ao conhecimento do Ser.
As ajudas e apoios são destinados a erradicar os pensamentos; estes pensamentos são as manifestações de predisposições remanescentes na forma embrionária, eles dão origem à diversidade da qual todos os problemas surgem. Essas ajudas são: ouvir a Verdade transmitida pelo mestre (sravana), etc. Os efeitos de sravana podem ser imediatos e o discípulo percebe a Verdade de imediato. Isso só pode acontecer para o discípulo bem avançado. Caso contrário, o discípulo sente que é incapaz de perceber a Verdade, mesmo depois de ouvi-la repetidamente. Isso se deve a quê? Às impurezas em sua mente, à dúvida, à ignorância e à identidade errônea; esses são os obstáculos a serem removidos.
(a) Para remover a ignorância completamente, ele tem de ouvir a Verdade repetidamente, até que seu conhecimento sobre o assunto em questão torne-se perfeito. (b) Para remover as dúvidas, ele deve refletir sobre o que ouviu até que seu conhecimento fique livre de dúvidas de qualquer espécie. (c) Para remover a identidade errada do Ser com o não-Ser (com o corpo, os sentidos, a mente ou o intelecto) sua mente deve tornar-se unidirecionada.
Uma vez que todas essas coisas forem realizadas, os obstáculos são exterminados, e com isso resulta o estado de Samadhi, isto é, a Paz reina. Alguns dizem que nunca devemos deixar de nos envolvermos no processo de ouvir a Verdade, de refletir sobre o conhecimento e de manter a unidirecionalidade. Isso não é realizado ao lermos livros, mas apenas pela prática continuada de manter a mente afastada (separada).
O aspirante pode ser kritopasaka ou akritopasaka. O primeiro está apto a realizar o Ser, mesmo que com o menor estímulo: apenas algumas pequenas dúvidas impedem seu caminho e são facilmente removidas se ele ouve uma vez do Mestre a Verdade. Imediatamente ele ganha o estado de Samadhi. Presume-se que ele já havia concluído o sravana, a reflexão, etc em nascimentos anteriores, eles não são mais necessários para ele. Para o outro todas essas ajudas são necessárias; para ele as dúvidas surgem mesmo depois de ouvir repetidas vezes, por isso ele não deve desistir dessas ajudas até que ganhe o estado de Samadhi. O Sravana remove a ilusão do Ser como sendo o mesmo que o corpo, etc. A reflexão deixa claro que o Conhecimento é o Ser. A unidirecionalidade revela o Ser como sendo Infinito e Bem-aventurado.
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