"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

domingo, fevereiro 18, 2018

Descortinando a nossa Natureza Divina - 5/11

- Masaharu Taniguchi -


A "MORTE" DA VIDA ETERNA

O verdadeiro significado da "morte"

Consta no Gênesis, Antigo Testamento da Bíblia, que Deus colocou Adão e Eva no jardim do Éden, o paraíso de infintas provisões e de infinitas delícias, e disse-lhes: "Podem usufruir à vontade de todas as coisas boas do jardim do Éden, mas não devem comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. Se comerem, morrerão" (morrerás indubitavelmente).

Aparece aqui, pela primeira vez, a palavra morte na Bíblia. São Paulo disse: "O preço do pecado é a morte", mas a morte citada na Bíblia não diz respeito à morte do corpo carnal, nem ao desligamento da alma do corpo carnal. Diz respeito ao homem desligar-se de Deus que é a fonte de toda felicidade e da Vida eterna.


O verdadeiro significado da felicidade

A palavra felicidade na língua japonesa é sawai. A origem etimológica dessa palavra é sakihae, que significa primeira manifestação. É uma palavra criada intuitivamente pelo povo da Antiguidade, que significa ser a verdadeira felicidade do homem aquilo que se manifestou primeiro da fonte chamada Deus.

Não obstante Deus tenha advertido Adão e Eva que "se comerem do fruto da ciência do bem e do mal morrerão indubitavelmente", eles comeram desse fruto, mas não morreram. Há quem interprete essa passagem dizendo que Deus mentiu usando de um expediente, mas Ele não mentiu. A palavra morte, nesse caso, significa desligamento do paraíso eterno, da Vida eterna e da felicidade eterna. E, de fato, Adão e Eva foram expulsos para o leste do jardim do Éden, sendo desligados da felicidade eterna, e passaram a "dar a luz com dor os filhos e tirar o sustento com o sofrimento".


Que é pecado?

A palavra tsumi (pecado) originou-se de tsutsumi (encobrir, ocultar). Então, significa que, quando o homem desligou-se de Deus, ocultando a sua natureza divina, cometeu pecado. Comete-se pecado quando a pessoa se desliga da fonte da Vida, de Deus, ou seja, ela morre. Por isso dizem que o pecado traz a morte, ou que o preço do pecado é a morte.


Como passar da morte para a Vida

Jesus disse: "Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não incorre na sentença da condenação, mas passou da morte para a vida".

Disse "Aquele que me enviou", referindo-se a Deus. Ao estabelecer um vínculo com Deus, o homem se ligará à Vida eterna de Deus, adquirirá a vida eterna e não morrerá. Logicamente isso se refere à eternidade da Vida, e não à eterna continuidade do corpo carnal. O corpo carnal não é o homem verdadeiro, nada mais sendo que instrumento para realizar a missão durante sua permanência na Terra. Terminado o período de realização da missão, a Vida interior deixará de efetuar a restauração desse instrumento (corpo carnal) e, assim, o corpo irá se desgastando, manifestará doença e o homem se desligará dele. A seguir, começará a decomposição química do instrumento chamado corpo carnal, mas o homem não se decompõe. Ocorre o que Jesus disse: "Quem crê naquele que me enviou, tem a vida eterna... e passa da morte para a vida".


O que acontece com a alma após a aniquilação do corpo carnal

Certas ramificações do cristianismo acreditam que, após separar-se do corpo carnal, a alma permanece adormecida no mundo espiritual até a segunda vinda de Jesus Cristo. Entretanto, não há na Bíblia nada que leve a essa conclusão. A interrupção do despertar da alma é uma espécie de morte. Segundo recentes pesquisas parapsicológicas, almas inferiores (que não compreenderam suficientemente a Verdade) permanecem, após se separarem do corpo carnal, em estado de coma profundo, ou seja, no estado de morte temporária. Em contraposição, as almas superiores (almas que compreenderam a Verdade da imortalidade do homem, porque nele habita Deus) não sofrem morte temporária (estado de coma profundo) e, ao expirar, deixam o corpo e passam desta vida para outra. Referindo-se a isso, Cristo afirmou: "Quem crê naquele que me enviou tem a vida eterna... e passa da morte para a vida".

Essa interpretação coincide com as conclusões das recentes pesquisas parapsicológicas. A compreensão será melhor se ampliarmos a citação de Cristo: "Quem crê que aquele que me enviou (Deus) mora dentro de si, tem a vida eterna...". Desse modo torna-se possível aceitar racionalmente a razão por que só teremos a vida eterna quando nos conscientizarmos de que Deus habitou em nós e se tornou nossa Vida, assim como disse Jesus: "O Pai do céu que habita em mim realiza essas obras". Não teremos a vida eterna simplesmente acreditando em Jesus Cristo ou no Pai do céu.

Não significa, portanto, que todas as pessoas que se consideram cristãs serão salvas. É necessário saber de modo verdadeiramente correto o que Jesus ensinou para nós. E a Seicho-No-Ie nos elucida isso corretamente. O próprio Jesus Cristo disse "Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor,  entra no reino de Deus", e não ensinou que apenas acreditando em Cristo serão alvos.

Para obter a salvação, é preciso que o homem conscientize verdadeiramente que aquele que me enviou, ou seja, Deus, mora em seu interior.


A causa da expulsão do paraíso

Diz-se que o homem se desligou da fonte da vida eterna chamada Deus e foi expulso do paraíso porque, enganados pela serpente, Adão e Eva comeram do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, sendo esse o pecado original de Adão, ou seja, da humanidade. Diz-se "fruto da sabedoria" (Nota: versão em japonês do fruto da ciência do bem e do mal), mas não se refere à Sabedoria de Deus. Refere-se à sabedoria baseada no apego à matéria, considerando-a existente tal qual se apresenta, através da percepção dos cinco sentidos – visão, audição, olfato, gustação e tato.

Por exemplo, quando vemos o corpo carnal como um símbolo do Espírito, como instrumento destinado à percepção do valor espiritual, conscientes desse significado espiritual, temos em relação a ele apenas a sensação do belo, a sensação do sublime. Entretanto, se o vemos como corpo carnal material, ele se transforma em objeto do prazer sensorial, do jogo sexual, dando-nos a sensação de baixeza e de obscenidade. Esse é o primeiro ocultamento da natureza divina do homem da Imagem Verdadeira, o tsutsumi (pecado): considerar o corpo carnal como existência real.

Foi instituída, há algum tempo, a lei que reprime a prostituição. Mas o que gera atitudes ignóbeis como as da prostituição é a visão materialística do corpo humano. Enquanto considerarem o corpo carnal uma matéria, por mais que tentem reprimir a prostituição, não o conseguirão. E, enquanto as autoridades discutiam sobre a instituição da lei de repressão à prostituição, os jornais noticiaram que as prostitutas de certa região formaram um sindicato e, contrariando a intenção do governo e do partido socialista de acabar com a prostituição, reivindicaram a continuidade dessa profissão, alegando não terem outra alternativa de sobrevivência a não ser vendendo o próprio corpo.

Como se vê, enquanto considerarem o homem um corpo material, desaparecerá a sensação do belo, do sublime, que se tem ao considerá-lo expressão da natureza divina, e ele se tornará objeto de satisfação do prazer sensorial, provocando a sensação de imoralidade da nudez do corpo humano. Referindo-se a isso, a Bíblia diz que, após comer do fruto da ciência do bem e do mal, Adão sentiu vergonha da sua nudez e, ao saber que Deus se aproximava, coseu folhas de figueira para esconder seu corpo.

Consta também que Deus expulsou Adão e Eva do paraíso porque, desde que eles comeram do fruto da ciência do bem e do mal, passaram a ver o homem uma simples existência carnal e material, não podendo mais morar no "reino da Vida eterna" (Jardim do Éden). Assim está narrada a causa do desligamento do homem do "reino da Vida eterna".


O pecado original de Adão

Após expulsar o homem do "reino da Vida eterna", Deus deu a Eva (representante feminina da humanidade) a seguinte sentença: "Multiplicarei os teus trabalhos, e (especialmente os de) teus partos. Darás à luz com dor os filhos, e estarás sob o poder do marido, e ele te dominará".

Não devemos considerar isso um castigo divino, pensando que Deus puniu o homem e condenou eternamente a humanidade só porque um ancestral desobedeceu suas ordens. Isso não foi um castigo divino, e sim um fenômeno que ocorre por ação da Lei da Natureza quando o homem, enganado pelos cinco sentidos (serpente), passa a se considerar um simples corpo material. Ou melhor, para o bebê passar pela estreita saída do útero materno, há uma excessiva pressão física e, uma vez que o corpo humano seja considerado mera existência material, haverá limitação na abertura dessa saída e consequentes dificuldades e dores no parto. Entretanto, o corpo humano não é uma simples existência material e, para a gestante que acredita nessa Verdade, o canal por onde sai o bebê aumentará livremente de diâmetro de acordo com a necessidade, ou então, no caso de ser inconveniente o bebê permanecer no ventre até a data prevista para o nascimento, ocorrerá naturalmente um parto pré-maturo, de modo que jamais a parturiente sofra.

Ultimamente, as mulheres estão reivindicando intensamente a ampliação dos seus direitos, porém, enquanto considerarem o ser humano um corpo material, a mulher, que tem um corpo belo visualmente e agradável ao tato, continuará sendo objeto do prazer visual dos espectadores de strip-tease e do prase sensorial dos frequentadores de bordéis. E, no caso de a própria mulher não ter conscientização da sua natureza divina e espiritual, procurará por si mesma vender seu corpo para receber proteção do homem, oferecendo-lhe divertimento. Assim, a própria mulher torna-se objeto de prazer do homem e não se livra do domínio dele, exatamente como diz a Bíblia: "... o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará". Portanto, para restabelecer realmente os direitos da mulher, é preciso abandonar o conceito materialístico a respeito do ser humano, passando a acreditar que é um ser espiritual, sem ver o corpo carnal como mera matéria, e sim como templo de Deus ou expressão do ser espiritual, assim se conscientizando e levando os outros a se conscientizarem da sua dignidade.


De onde vem a paz verdadeira

Enquanto o homem acreditar que é um corpo material, a sua vida na Terra será de sofrimentos, segundo consta na Bíblia: "E disse a Adão: Porque destes ouvidos à voz de tua mulher, e comestes da árvore, de que eu te tinha ordenado que não comesses, a terra será maldita por tua causa; tirarás dela o sustento com trabalhos penosos todos os dias da tua vida" (Gênesis 3: 17)

O confronto entre EUA e URSS também nasceu do medo infundado de serem atacados, por terem a visão materialística do homem e, em consequência, não se respeitarem como filhos de Deus, irmãos espirituais, usurpando um ao outro. Realmente, a vida terrena está amaldiçoada. Está ocorrendo o que consta na Bíblia: "a terra será maldita por tua causa".

Que acontecerá a esse homem material que foi enganado pela sabedoria da serpente? Prosseguindo, assim disse Deus a Adão: "Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra, de que foste tomado; porque tu és pó, e em pós te hás de tornar".

Como se vê, não será garantida a Vida eterna a quem pensa equivocadamente que o corpo material seja o próprio homem. Sendo ele pó (matéria), com a morte do corpo carnal retornará ao pó (matéria). Portanto, só há um caminho para salvar a humanidade e fazer com que os homens tenham a Vida eterna: ensinar a toda a humanidade que a Imagem Verdadeira do ser humano é filho de Deus, um ser espiritual.


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