"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quarta-feira, novembro 04, 2015

"Não dar falso testemunho" (Goldsmith)


  - Joel S. Goldsmith - 


Nunca pensemos em um ser humano como se ele precisasse de cura, de emprego ou de riquezas, porque se assim fizermos, seremos seu inimigo em vez de amigo. Se houver qualquer homem, mulher ou criança que acreditamos estar doente, ser pecador, ou estiver morrendo, não oremos até que tenhamos nos reconciliado com esse irmão, pedindo perdão por temos cometido o erro de julgar, porque todos são DEUS em expressão. Tudo é Deus manifestado. Só Deus constitui este universo, bem como a vida, a mente e a Alma de cada individuo.

"Não darás falso testemunho contra teu próximo" tem uma conotação muito mais ampla do que, meramente, não espalhar boatos ou fofocas sobre ele. Não devemos manter o  nosso próximo em humanidade. Se dissermos: "Meu próximo é bom", estaremos dando falso testemunho contra ele, tanto quanto se disséssemos: "Meu próximo é mau", porque isso demonstra que reconhecemos sua condição humana às vezes bom e às vezes mau - e não a espiritual. 

Dar falso testemunho contra o próximo é declarar que ele é humano, que é finito, que tem falhas, que é menos do que o próprio Filho de Deus. Toda vez que reconhecemos o nosso próximo como pecador, pobre, doente ou morto, como outro que não o filho de Deus, daremos falso testemunho contra ele. 

Violando a Lei cósmica atraímos nossa própria punição. Deus não nos pune, nós é que nos punimos porque, ao dizermos "você é pobre", praticamente estamos dizendo que "eu sou pobre", uma vez que há somente um Eu e Um Ser. Assim, a Verdade que diz respeito a você diz respeito a mim. 

Se eu aceitar a crença de pobreza no mundo, ela reage sobre mim. Se eu disser que você está no mundo, ela reage sobre mim. Se eu disser que você está doente ou que você não é gentil, estarei aceitando uma característica separada de Deus, uma atividade à parte de Deus e, dessa forma, estarei condenando a mim mesmo, porque só existe UM SER.

Finalmente, quando dou falso testemunho contra alguém, me condeno e sou o Único a sofrer as consequências. 

A única maneira de evitar falso testemunho contra o próximo  é perceber que o Cristo é nosso próximo, que nosso próximo é um ser espiritual - o filho de Deus, exatamente como nós. Ele pode não saber, nós podemos não saber, mas a verdade é: Eu Sou o Espírito, Eu Sou a Alma,  Eu Sou a Consciência, Eu Sou Deus Expresso - assim como o nosso próximo.


9 comentários:

SERgio disse...

Isso é o que precisamos "treinar"!

Perceber sem a interferência da mente comum.
Perceber "além/através das aparências".

Perceber,a partir Consciência que somos, que tudo é a mesma Consciência.(a Verdade/Deus é "Onipresença").

Pode não ser fácil para 'quem' cujo qual, a Consciência não
aparece como "ser humano desperto".

Até mesmo os tidos como "acordados" (e eu estive com alguns ),
quando conversamos fora do "contexto de Satsamg",como normalmente é chamado, a conversa fluia em termos de visão comum.

Claro que para ficar "utilitário",fora (talvez)necessário.

"Alguém" poderia discorrer mais sobre isso.Talvez o Silvano
ou, você mesmo Gustavo...ou 'outro'.

Reverências!

Silvano disse...

Personificações do Ser Real,
Que belo texto de Joel Goldsmith ! Profundo e revelador da Verdade.
E que comentário “nuclear” dAquele que na Representação aparece como nosso Amigo, o divino personagem SERgio, que disse: “Perceber sem a interferência da mente comum.”
Vamos nos permitir dar um passo além... Devemos “Perceber”!
A chamada “mente comum” [mente do personagem] nem mesmo interfere quando partimos da percepção da Consciência [percepção consciencial] e não do pensamento [percepção mental]!
Nas precisas e preciosas palavras de Goldsmith, devemos “Perceber” [e só é possível de fato “perceber” a partir da Consciência do Ser em nós [a partir da percepção consciencial] que “o Cristo é nosso próximo, que nosso próximo é um ser espiritual - o filho de Deus, exatamente como nós. Ele pode não saber, nós podemos não saber, mas a verdade é: Eu Sou o Espírito, Eu Sou a Alma, Eu Sou a Consciência, Eu Sou Deus Expresso - assim como o nosso próximo.
Na linguagem do Núcleo, em termos de Ator [o Ser Real] e personagem [do Ser Real],o que Goldsmith disse é que devemos “Perceber” que nosso próximo é o próprio Cristo [é o Ator por trás do personagem] que nosso próximo é um ser espiritual [é o Ser Consciencial]- o filho de Deus [o Ser Real], exatamente como nós [exatamente como nós somos o Ator – o Ser Real]. Ele [o personagem que ele representa] pode não saber [a mente do personagem não sabe, não percebe], nós [o personagem que nós mesmos representamos] podemos não saber, mas a verdade é: Eu Sou o Espírito [Eu Sou o Ser Real], Eu Sou a Alma, Eu Sou a Consciência, Eu Sou Deus Expresso - assim como o nosso próximo.
Enfim, devemos “Perceber” independentemente da interferência da mente comum [da mente do personagem] e até mesmo esta interferência da mente é aparente porque enquanto a mente [do personagem] pensa, a Consciência [do Ator] medita, ou seja, “percebe”. Meditar é perceber a Realidade que subjaz à Representação; É perceber a Realidade a despeito do realismo [para a mente do personagem] da Representação. Portanto: “Isso é o que precisamos "treinar", devemos focar esta percepção de que a despeito das aparências e do realismo da Representação, a Realidade é que o Cristo é nosso próximo, que esta é sua real identidade e também a nossa, mesmo que a mente não perceba este fato!
Esta é a sutileza do texto de Goldsmith, a preciosidade da percepção que ele compartilhou ao dizer: “Ele pode não saber [nosso próximo – o personagem - pode não saber que é o Cristo, o filho de Deus, exatamente como nós], nós [nosso personagem] podemos não saber, mas a verdade é: Eu Sou o Espírito, Eu Sou a Alma, Eu Sou a Consciência.
Esta é a Verdade a ser desvelada! Enquanto estivermos nos identificando com nosso personagem não saberemos [não perceberemos] que somos o Ator. Esta identificação com o personagem advém do pensamento, e quem pensa é a mente do personagem. A Consciência do Ser medita. No final do processo do pensamento há uma conclusão, um julgamento. Por isso Goldsmith ensina que não devemos cometer “o erro de julgar, porque todos são DEUS em expressão. Tudo é Deus manifestado. Só Deus constitui este universo, bem como a vida, a mente e a Alma de cada individuo.” Notem que Joel Goldsmith compartilhou uma percepção [consciencial], não um julgamento [mental].

Silvano disse...

Como disse o divino personagem SERgio: Isso é o que precisamos "treinar"! O treinamento consiste manter o foco [em Deus] pela concentração e o deslumbramento das obras de Deus, pela contemplação. A meditação em si se realiza pela atividade da Consciência. É o momento em que percebemos o Real, quando o véu da Realidade que subjaz à Representação se esvai.
Em verdade a “atividade da Consciência” está sempre ocorrendo, ou seja, estamos meditando o tempo todo. Por isso, precisamos dar foco às percepções, que advém da Consciência do Ser que Somos, não aos pensamentos, que advém da mente de nosso personagem. Através do pensamento nós julgamos o nosso próximo como sendo bom ou mal, segundo nosso próprio parâmetro de valores, que decorre de nosso condicionamento mental. É isso que a mente do personagem faz, ela projeta no “outro” sua própria visão condicionada. Assim, através da visão mental revelamos nossos condicionamentos, não nossa verdadeira percepção!
Este texto primoroso de Goldsmith revela a percepção de um iluminado, aquela que deixa explícito que mesmo que nossa mente não esteja vendo, o fato é que a Realidade é Divina! Compartilhar esta percepção eleva o padrão de percepção da humanidade. Na Representação a percepção do EU em algum momento emerge em cada um. Quando isso acontece este que se elevou em percepção, que se elevou da terra ao céu [da percepção de terra à percepção de céu; do Irreal ao Real] a muitos atrai a si. Por isso os autênticos iluminados compartilham suas percepções, como fez Jesus ao dizer: “Mas EU, quando for levantado da terra, atrairei todas as pessoas para mim.” João 12,32
Gratidão Àquele que compartilha sua percepção! Seja aparecendo como Goldsmith, como SERgio, como Gustavo ou como qualquer Um que apareça como “outro”...
Compartilhar as percepções é a ênfase do ensinamento do Núcleo, da Fonte, da Essência, que tem sido revelada de forma atemporal
Disse Aquele que aparece como Jesus: Procure em primeiro lugar o Reino de Deus!
E revelou: O Reino de Deus está dentro de vós!
Isso é o que precisamos "interiorizar"! Paradoxalmente fazemos isso quando exteriorizamos nossas percepções. Esse é o momento em que nossa percepção se harmoniza plenamente! É o sublime momento em que percebemos que mesmo na Representação não há o “outro”, mas tão somente nosso próprio EU aparecendo como muitos! Então se esvai a ilusão de separação e se sedimenta a percepção de que o que parece estar fora está de fato dentro, está EM nós, em nosso próprio Ser, em nossa própria Consciência; o dentro e fora revela-se uma abstração, uma separação inexistente e irreal pois, torna-se evidente que tudo existe em nós mesmos, em nossa própria Realidade divina. Torna-se evidente a percepção consciencial compartilhada na Bíblia em Gênesis 1,1, que expressa que no Princípio Deus criou céus e terra, revelando que no Princípio divino que é a Consciência do próprio Ser, Deus criou Céus e Terra, Realidade e Representação; criou o que é Real e o que aparenta ser real. Torna-se evidente também que apenas Sua visão é capaz de discernir o que é real daquilo que aparenta ser real. Somente através de Sua visão torna-se evidente que a única realidade é Deus. Nesse sentido, acessem o texto: “A natureza de Maya” em http://nucleu.com/2014/04/05/a-natureza-de-maya/
Agradeço Àquele que aparecendo como SERgio compartilhou sua divina percepção e em assim o fazendo suscitou este comentário.
É o que percebo, desfruto e compartilho!
Namastê

SERgio disse...

Lamento...havia feito um comentário a este comentário do Amigo Sivano,e não sei por quê,não consegui enviar: veio uma mensagem de que eu estava "off", e o comentário sumiu.

Como não consegui escrever de novo (não "fluiu"),então,fica aqui só minha gratidão ao que foi aclarado pelo Divino Amigo.

Havia sido um comentário do qual até "eu" fiquei surpreso.
Talvez depois reapareça.

Reverências!

Templo disse...

Excelente comentário do Eu que aparece como Silvano.
Agradeço suas palavras, que enriquecem este espaço meu Amigo!

Caro SERgio,

Este texto de Goldsmith é realmente profundo! Não me surpreende que um texto dessa magnitude tenha chamado sua atenção para nos proporcionar uma reflexão do que ele contém.

Eu escolhi esse texto de Goldsmith porque ele complementa e enfatiza (com palavras diferentes) o que foi dito por Masaharu Taniguchi nos parágrafos finais do post anterior.

Uma verdade essencial a ser assimilada por nós que buscamos a Verdade, é que a visão do Todo (aquilo que chamamos de Eu) somente emerge em nossa percepção quando conseguimos levar em consideração todos os nossos irmãos (ou seja, o "outro"). A Verdade que buscamos para nós deve incluir em si todos os seres, sem exceção. Somente assim é que surge a percepção do Eu. A mente egóica, visando manter a separação entre "eu" e o "outro", tende a querer associar a Verdade com aquele "eu" e não levar em consideração o "outro". Dessa forma, a percepção do Eu não pode surgir. O sentido de "Eu" somente surge quando nossa percepção da verdade inclui o "eu" e o "outro". Numa equação simples, Eu = "eu" + "outros". Desaparecendo a linha ou fronteira que separa o "eu" e o "outro", surge o Eu que "aparece como" todos.

Manter o "outro" separado do "eu" é uma das estratégias do ego para nos manter presos na mente. Por isso, Masaharu Taniguchi disse:

"Jesus Cristo disse: 'Quem não reverencia o filho de Deus, não reverencia o Deus-Pai'. Aquele que não é capaz de reverenciar o ser humano como filho de Deus, também não é capaz de reverenciar verdadeiramente o Deus-Pai que rege o universo. Enquanto não formos capazes de reverenciar todas as pessoas, não poderemos fazer com que este mundo se transforme em paraíso. Despertar para a Verdade de que 'o homem é filho de Deus' não é conscientizar-se apenas da natureza divina de si mesmo, mas sim compreender que 'todas as pessoas são filhos de Deus' e viver em harmonia com todos, amando-os e reverenciando-os."

Por sua vez, Goldsmith diz que:

"... dar falso testemunho contra o próximo é declarar que ele é humano, finito, que tem falhas, e que é menos do que o filho de Deus. Violando essa lei cósmica, atraímos nossa própria punição, porque a verdade que diz respeito ao 'outro', diz respeito também a 'mim', uma vez que há somente um Eu e um Ser. A única maneira de evitar falso testemunho contra o próximo é perceber que o Cristo (filho de Deus) é nosso próximo, que nosso próximo é um ser espiritual, exatamente como nós. Ele pode não saber, nós podemos não saber, mas a verdade é: Eu Sou o Espírito, Eu Sou a Alma, Eu Sou a Consciência, Eu Sou Deus Expresso - assim como o nosso próximo."

Essa é a visão que devemos treinar, exercitar, buscar manter sempre conosco.

Templo disse...

O interessante a se notar é que: para os que são "acordados" (iluminados), não existe pessoa ou ser que não seja iluminado. Um ser desperto vê/percebe todos os outros seres como estando despertos. Ele pode até conversar frente-a-frente com um indivíduo não-desperto, pode tentar auxiliar esse indivíduo a tornar-se desperto, mas não levará isso a sério. Ele está apenas "jogando", ou seja, apenas interagindo na representação.

A percepção iluminada é absoluta. Quando ela se realiza em você, simultaneamente se realiza em todos os seres, iluminando tudo. Ao se tornar consciente, você também perceberá todos os seres estando conscientes. Isso ocorre porque você é um universo inteiro e infinito. Por exemplo: suponhamos que eu não esteja iluminado, e me encontre com você que está iluminado. Nesse caso, haverá a presença de dois universos infinitos - o meu universo e o seu universo. Se você estiver iluminado, eu (que estou aparecendo no seu universo) estarei iluminado. Se o seu universo estiver iluminado, eu estarei iluminado para você. Você me perceberá assim porque estará vendo do referencial do seu universo, que inclui a mim. E eu, permanecendo no referencial do meu universo, não poderei perceber a mim nem a você como iluminados, enquanto o meu universo não se iluminar.

O modo como o meu universo se torna iluminado não se dá de modo objetivo (com mudanças exteriores ocorrendo nele), e sim de modo subjetivo (quando eu obtenho uma certa percepção dele). Se você olhar pela janela e quiser ver a paisagem da cor vermelha, não precisa pintar toda a paisagem de vermelho, basta colocar um óculos com lentes vermelhas e a paisagem toda se torna vermelha instantaneamente. De modo análogo, é assim que o universo se torna iluminado para nós: quando iluminamos a nossa percepção.

Joel Goldsmith diz que "Deus aparece como o Ser individual", e que o Ser individual compreende o infinito, a totalidade do universo inteiro. É por isso que cada um de nós somos esse Ser Individual, esse Universo infinito. Tudo o que precisamos fazer é iluminar a percepção que temos do universo que somos.

Templo disse...

E o que fazer para iluminar a percepção que temos de nosso universo?

Primeiro precisamos compreender uma verdade essencial acerca de Quem realmente somos (sem levar em conta a existência da Representação), e de Quem somos (quando levamos em conta a presença da Representação).

O Ser que somos existe "antes de existir a Representação", e existe como um Ser absolutamente puro, iluminado, imaculado, sagrado e perfeito. É a nossa Identidade Celestial, em que Deus-Pai (Ser Universal) aparece como o Filho (Ser Individual). Nessa Realidade (que existe antes da Representação), Deus-Pai e o Filho são exatamente a mesma coisa, o mesmo Ser. Tudo o que Deus é, nós, enquanto Filhos de Deus, também o somos. Deus compartilha conosco tudo quanto Ele é e tem. Nossa Realidade e Identidade celestiais é uma existência gloriosa. Essa é a Verdade exata e imutável sobre de cada um de nós enquanto seres "anteriores à Representação", assim como na matemática o 4 é o único resultado correto e imutável para a equação 2+2.

Mas, então, eis que surge a Representação. Uma vez que a Representação entra em cena, muitas coisas se tornam possíveis, até mesmo o que não existe de verdade. A Representação tem a característica de ser como um "quadro-negro" ou "folha de papel em branco", e nela é possível escrever aquilo que se quiser. Se você escrever num quadro negro que 2+2=4 (verdade), ele irá mostrar isso. Por outro lado, se você escrever 2+2=5 (erro), ele também irá mostrar isso. O propósito da Representação é proporcionar a existência/experiência de tudo o que não é verdadeiro. Mesmo que a matemática tenha o 4 como o único resultado correto para a conta 2+2, o quadro-negro aceitará a presença da equação 2+2=5, caso alguém assim queira registrar.

Por isso, quando levamos em conta a Representação, o Ser que somos não é necessariamente aquela Identidade Celestial perfeita, mas é algo absolutamente indefinível, capaz de assumir tanto uma identidade correspondente à Verdade, como uma identidade correspondente à inverdade. No âmbito da Representação, o Ser que somos é como um vácuo, um espaço vazio e sem forma, capaz de assumir em Si os mais diversos conteúdos.

É por isso que determinados ensinamentos (que não levam em conta a Representação) mencionam nossa identidade como sendo Deus (ou Filhos de Deus) como Verdade imutável. Enquanto outros ensinamentos (levando em conta a Representação), ao explicarem sobre a pergunta "Quem sou eu?", dizem para ficarmos apenas com a pergunta sem assumirmos qualquer resposta, até que a própria pergunta desapareça por si mesma. E a pergunta somente desaparece quando nos percebemos sendo esse imenso Vazio sem conteúdo algum.

Num dos livros de "A Verdade da Vida", Masaharu Taniguchi diz que "o homem é um ser misterioso/híbrido capaz de perambular entre dois universos (unidade e separatividade)". Se o homem é capaz de perambular entre dois universos, então ele não é a imagem que aparece quando mergulha no universo de unidade divina, tampouco é a imagem que surge quando imerge no universo da separatividade. Ele é aquela identidade vazia, misteriosa, indefinível, capaz de assumir ambos os conteúdos. Mas essa Verdade só é válida do ponto de vista da Representação. Na Matemática, é impossível que 2+2 seja igual a 5. Mas no quadro-negro é possível a equação 2+2 ser igual a 5. Da mesma forma, na Realidade Celestial, é impossível sermos algo diferente do que Deus é. Mas na Representação podemos existir ou experienciar nosso ser como sendo algo diferente Dele.

Templo disse...

Por isso, na Representação, somos aquele ser misterioso, híbrido, indefinível.

Uma vez compreendido isso, podemos compreender que o nosso Ser pode se alinhar com a Verdade, e também pode se alinhar com a inverdade. O ego tem o papel de utilizar todas as estratégias possíveis para nos manter alinhados com a inverdade como, por exemplo, proteger a linha ou fronteira que demarca a existência do "eu" e do "outro". Proteger essa fronteira e mantê-la intacta, é impossível surgir a noção ou percepção do Eu. Pois, como já vimos, Eu= "eu" + "outro".

O ego tem uma determinada visão do universo, ao passo que o Eu tem uma outra visão do mesmo universo. O universo em si não é nada. A percepção é tudo(!). Se conseguirmos alterar a lente de percepção com que enxergamos o universo (trocando as lentes da separatividade por uma lente iluminada), o universo inteiro se tornará iluminado, e assim perceberemos Eu aparecendo como tudo e todos neste próprio universo em que vivemos.

E muitas ferramentas nos são oferecidas. Há várias chaves de percepção que, se colocadas em prática, alinham a nossa percepção com a percepção que o Eu tem do universo. Algumas delas:

* Pensar, falar e agir com Amor (ser Amor).
* Perdoar verdadeiramente (Purificar a mente de conteúdos pesados e negativos, como raiva, ciúme, ódio, inveja, mágoas, etc.)
* Não julgar (Pois, como já dito, o universo não é nada por si mesmo. Tudo depende da percepção com que se olha para ele).
* Manter em mente pensamentos da Verdade (Tudo aquilo que sabemos ser verdadeiro na Realidade Celestial) e buscar manifestar nossas vidas em conformidade com essa Verdade.
* Sempre levar em consideração o outro (Ou seja, saber que todos estão incluídos na Verdade, pois ela é impessoal)
* Gratidão (assim como o amor, é uma chave poderosa para nos alinhar com a Verdade divina)
* Estar sempre atento ao momento presente, e aceitá-lo como ele é (A Verdade existe sempre aqui e agora).
* Ação dhármica (agir sem visar recompensas pessoais, com renúncia aos frutos da ação, ou seja com desapego. Pois o "eu" não existe. Só existe o Todo).

Essas são algumas das principais chaves de acesso ao Eu, que são recomendadas pelos mais variados ensinamentos. A cada vez que exercitamos uma dessas chaves, nosso ser se alinha/sintoniza um pouco mais com a Verdade. São essas as coisas que precisamos treinar.

Também é muito importante lembrar o que o Silvano disse: "A chamada 'mente comum nem mesmo interfere quando estamos percebendo a partir da Consciência". Isso significa que não precisamos aniquilar a visão mental para desfrutarmos da percepção consciencial. Podemos perceber consciencialmente independente da interferência da mente comum [mente do personagem], pois a interferência causada pela mente do personagem é apenas aparente. Isso é algo que pouquíssimos ensinamentos revelam aos buscadores. Mas é a verdade. Podemos nos perceber sendo o Ator, e mesmo assim continuar representando o papel de nossos personagens aqui na Representação. Foi em razão disso que Joel Goldsmith disse:

"O nosso próximo [o outro personagem] pode não saber, nós podemos não saber [ou seja, podemos estar representando o papel de um personagem que ainda não despertou para a Verdade, e mesmo assim estarmos conscientes de Quem somos. Pois quem está consciente de Si mesmo é o Ser, e não o personagem], mas a verdade é: Eu Sou o Espírito, Eu Sou a Alma, Eu Sou a Consciência, Eu Sou Deus Expresso - assim como o nosso próximo."

Todas essas coisas são algo que vale a pena ponderar, contemplar, e meditar.

Namastê!

Templo disse...

*Nota:

O texto acima foi publicado em forma de post, com alguns pequenos melhoramentos.
Namastê!