"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

sábado, abril 03, 2010

Estados e Estágios da Consciência - 01


Joel S. Goldsmith



Apesar de há muitos anos o mundo metafísico acreditar que cura mental e espiritual são sinônimos, na realidade elas estão tão longe uma da outra quanto a cura material e a cura espiritual. A cura mental e a material são em grande parte a mesma coisa, exceto que operam em diferentes níveis de consciência. A mental é um pouco superior e mais fina do que a material, mas essencialmente elas são dois momentos da mesma crença.

Por outro lado, usar os termos "mentalmente espiritual" ou "espiritualmente mental" é o mesmo que dizer "um diabo religioso". O espiritual e o mental são diametralmente opostos, o que não quer dizer que um seja certo e o outro errado, mas funcionam em níveis tão diferentes de consciência que estão tão separados quanto os pólos da Terra.

No que toca ao metafísico, existem dois ramos distintos -- o mental e o espiritual, embora muitas poucas pessoas estejam dispostas a reconhecer que isso é verdade. Em nenhuma passagem do Novo Testamento, entretanto, pode ser encontrada sustentação para a maior parte do que atualmente é conhecido como prática mental, mesmo que essa prática mental ainda faça uso do nome do Cristo.


"PREOCUPAR-SE" NÃO É CURA ESPIRITUAL

Jesus ensinou: "Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto a vosso corpo, pelo que haveis de vestir" e, todavida, quantos de nossos práticos mentais hoje em dia estão prontos e dispostos a uma tentativa de fazer uma demonstração de oferta de uma casa ou de um automóvel?

'Demonstrar' significa manifestar algo. Fazer a demonstração/a manifestação de alguma coisa é dar forma a uma atividade consciente da consciência. Quantos pacientes pedem a seus práticos para "demonstrarem" um apartamento ou uma casa para viverem, para conseguirem marido ou para livra-se de um. Não existe um prático de qualquer experiência que não tenha tido, às vezes, a bem triste experiência de pessoas que chegam a ele pedindo ajuda para obter um lar, um automóvel, um marido, uma esposa -- toda espécie de demonstração concebível.

Até mesmo o mais alto nível desse tipo de prática é contra o ensinamento do Cristo. O ensinamento do Cristo é não cuidar de sua vida, de seu suprimento ou de seu vestuário. Jesus dá uma longa lista do que não pedir, diz por que a encerra com esta promessa: "Mas vosso Pai sabe que haveis mister delas... [e] porque a vosso Pai agradou dar-vos o Reino". Logo, ir para Deus com algum problema finito seria ir contra os ensinamentos do Mestre.

Em Lucas, Jesus também disse: "E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura?" Quando você sentar para "pensar" a fim de acrescentar alguma coisa a seu suprimento ou à sua necessidade, você falhará. Além do mais, a bíblia declara: "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos". E, no entanto, pense em todos os metafísicos do mundo que acreditam que, se eles apenas pensarem direito -- mantiverem ou enviarem o pensamento certo --, este fará qualquer coisa por eles ou por seus pacientes, embora ao praticarem esta doutrina de 'pensamento certo' estejam violando o próprio ensinamento que alegam estar seguindo.

A transferência de pensamento de um indivíduo para outro é a atividade da mente humana. Embora isso muitas vezes resulte no que chamamos de cura ou melhora, na melhor das hipóteses, algumas vezes, isso é temporário, porque se o prático mental tem sucesso hoje, ele precisa trabalhar duas vezes mais na semana seguinte. Qual pode ser o fim de toda esta prática mental senão uma dor de cabeça! As pessoas que se tornam adeptas do trabalho mental começam a ficar constrangidas porque estão trabalhando sob pressão -- pressão mental. Alguns de você podem ter observado a reação dos que dão ou recebem tratamentos mentais; vocês podem ter visto práticos que executaram seus trabalhos sob terrível pressão mental e testemunhando a confusão que isso acarretou.

Durante meus dezesseis anos na prática da Ciência Cristã, observei que a prática mental era ali tão predominante como em outros movimentos metafísicos. Na realidade, há exatamente tanta autoridade nos escritos da Sra. Eddy para a prática mental como para a prática espiritual. Ambas as coisas são ensinadas e podem ser facilmente encontradas em seus escritos, e qualquer pessoa pode fazer a sua escolha, dependendo de qual ensinamento a atrai mais. Embora eu nunca tenha sido capaz de fazer concessões à prática mental, tenho visto o resultado dos que se deixaram submeter ao tratamento mental de outra pessoa, tornando-os "apreensivos", dominando-os e às vezes quase controlando-os.

Os que trabalham sem esse processo ativo de contínua formulação de pensamento, permanecem relaxados. Em lugar de tentarem ser uma força ou poder, apenas se tornam o veículo através do qual o Espírito trabalha; e, portanto, raramente há qualquer nervosismo ou irritabilidade, porque o Espírito está sempre renovando e reconstruindo. O Espírito está fazendo o trabalho e não "formulando pensamentos".

Sob o domínio do Espírito, dessa mente que estava em Cristo Jesus, seria impossível a quem quer que fosse violar sua integridade espiritual. Ninguém poderia enganar, fraudar ou ser infiél em seu dever para com um paciente, porque o Espírito não lhe permitiria -- Ele não lhe daria tal pensamento ou impulso. Além disso, quando um prático fica sob o domínio dessa Mente que também estava em Cristo Jesus, ele cura sem esforço mental ou pessoal, quer o paciente esteja acordado ou dormindo -- e até mesmo quando o prático está dormindo.

Quando uma pessoa está trabalhando mentalmente, ela tem a escolha de ser boa ou má, sem que haja um poder controlador para impedí-la de fazer o que ela quer, exceto o seu próprio bom-senso. Isso não significa que os que trabalham com base nessa linha mentalista sejam pessoa más; contudo, se são boas, isso ocorre exatamente por serem boas, e não porque ficaram sob a influência daquela Mente que estava em Cristo Jesus, que não lhes permitiria serem menos do que Deus em ação.

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