"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

sexta-feira, março 20, 2015

Manifestando a Vida Infinita - 6/6

- Masaharu Taniguchi - 


Se você tiver uma doença que deva ser curada, sente-se como foi descrito anteriormente. Feche os olhos. Recite o Canto Evocativo e serenamente recite o Canto Contemplante da Realidade. Visualize o homem perfeito, a Imagem Verdadeira do homem. Pense no ser integral do homem - todas as células dos pés à cabeça - como sendo invariavelmente Realidade espiritual, pura e transparente como cristal, como sendo de uma pureza comparável à Essência do Espírito Universal, que é o limite máximo de pureza. Desse modo, espiritualize qualquer parte do corpo que possa estar adoecida. Se isso for feito, a área afetada começará a se curar. Medite que não há desarmonia em lugal algum, pois o corpo do homem é a Imagem Verdadeira, que é Deus e é perfeita. Medite que a maravilhosa e perfeita Imagem Espiritual verdadeira está permeando toda a área do corpo onde você deseja obter saúde. Enfoque os olhos mentais nesta Imagem Verdadeira e aniquile a ideia de existência de ponto doentio. Nosso corpo físico reflete nossos pensamentos na medida de nossa conscientização da Imagem Verdadeira. Portanto, o poder superior da Imagem Verdadeira será manifestado, seja qual for a parte do corpo afetada, se nos esforçarmos para espiritualizá-la. Da mesma maneira com que a escuridão é dissipada pela luz, todas as condições imperfeitas do corpo e todas as condições de doença desaparecerão por si mesmas. Essa é a maneira de meditar para tratar com as doenças próprias ou do nosso próximo.

O corpo físico não pode se aproximar da Imagem Verdadeira por meio de jejum ou outro método qualquer de autonegação. Não podemos espiritualizar a carne eliminando dela algo material. A espiritualização da carne só é possível pela espiritualização de nossos pensamentos, persistindo na ideia de que somos todos Realidade espiritual. Seremos capazes de espiritualizar todo o nosso ser na extensão em que nos tornarmos mais convictos do fato de que a Imagem Verdadeira é Espírito. Assim, enquanto nossos gostos não se modificarem naturalmente, enquanto os desejos por conforto material não se forem por si, podemos continuar dando ao corpo todo o conforto e beleza que ele possa desfrutar, sem privá-lo de algo que o torne mais completo. Não há necessidade alguma de nos privarmos das coisas boas pertencentes ao mundo exterior. As práticas de autoflagelação não são seguidas pela Seicho-no-Ie. Nós simplesmente acrescentamos bons pensamentos ao nosso mundo interior. Com este método, aumentamos o poder espiritual do interior e fazemos com que o homem fenomênico se torne um reflexo mais perfeito da Imagem Verdadeira, além de adquirirmos um domínio maior neste mundo da atualidade.

Qualquer região do corpo sofre uma modificação nas condições físicas, quando há uma mudança dos pensamentos que mantém aquela parte. Se alguma condição de doença aparecesse na carne, significaria que o nosso pensamento referente àquela área estaria doente. Se infundirmos a região com pensamentos da Verdade e a despertarmos, o corpo começará a melhorar, graças ao poder da Imagem Verdadeira existente no âmago da forma física. Quando o poder da Imagem Verdadeira é revelado, o corpo começa a se recuperar sob o estímulo deste poder da Imagem Original. O poder da Imagem Verdadeira é infinitamente superior ao poder do erro. Quando a mente é conscientizada de sua Imagem Verdadeira, é natural o aparecimento da saúde perfeita na carne. Se nós despertarmos profunda e nitidamente para a natureza verdadeira do ser, a vitalidade do corpo se tornará realmente pronunciada. As mudanças resultantes do desenrolar da Imagem Verdadeira sempre ocorrem para melhor. Isto porque a Imagem Verdadeira é Deus, e é infinitamente perfeita. Portanto, conhecer a Imagem Verdadeira, mesmo em pequena proporção, fará com que muitas coisas boas se materializem no mundo exterior.

Há pessoas que acreditam que o despertar para a Verdade significa abandonar o mundo exterior, mas na realidade, o despertar conduz à plenitude do mundo exterior. O desenrolar da sabedoria, vida, suprimento infinitos do Mundo Interior jamais poderia levar à diminuição dos mesmos no mundo exterior. Despertar para a Imagem Verdadeira implica uma manifestação ainda maior da infinitude no mundo externo. Quando as boas qualidades do Mundo Interior parecem estar diminuindo externamente, simplesmente quer dizer que as impressões daquilo que não constitui a Imagem Verdadeira, ou seja, os pensamentos da falsa existência, estão embaçando o espelho da mente e impossibilitando-o de refletir plenamente a Imagem Verdadeira. Tornamo-nos escravos do conceito materialista da natureza da vida, e prisioneiros de doenças, dificuldades e sofrimentos por causa da não manifestação da Imagem Verdadeira. A Imagem Verdadeira não perde sua vida, vitalidade e bondade infinita em nenhuma circunstância, mas, se a mente estiver nublada pelas nuvens ilusórias, a vida real da Imagem Verdadeira fica escondida do mundo fenomênico. Nessas ocasiões toda a iluminação parece ter sido perdida. Porém, apesar da aparência, a perfeição da Imagem Verdadeira não se perdeu. O que abandonou o sagrado trono da Imagem Verdadeira foi apenas o pensamento do homem. Faça com que o pensamento volte ao trono do Homem real, e descubra a si mesmo como filho de Deus, sentado naquele trono. Você redescobrirá sua perfeição e todos os atributos que sempre lhe pertenceram. No Mundo da Verdade - ao lado do Pai - todos os tesouros que nos foram dados pelo Pai permanecem firmemente a nós garantidos nas mãos do Pai. Como no caso do "filho pródigo", podemos temporariamente imaginar um mundo de ilusão e perder de vista a nossa Imagem Verdadeira - o original Homem Real -, mas isto não significa que os tesouros ilimitados que eram nossos se perderam. Se simplesmente retornarmos ao nosso lar, o Mundo da Imagem Verdadeira, recobraremos os recursos infinitos que possuímos. No Reino de Deus nada é perdido, nada desaparece.

Quando nossa conscientização é erguida ao nível da Imagem Verdadeira, a organização do corpo físico é purificada e traduz com maior fidelidade a estrutura da Imagem Verdadeira. A Imagem Verdadeira passa a se refletir na carne, e quando isso ocorre, há somente boa saúde. Onde a Imagem Verdadeira aparece na forma não pode existir doença. Para realizarmos a Imagem Verdadeira original, devemos simplesmente ficar sentados, mergulhados de tal forma na Meditação Shinsokan, que possamos assim reconhecer a fusão de nosso ser com a Imagem Verdadeira, em completa união. Quando formos capazes de ver todos os fenômenos como eles são em sua imagem mais elevada, perfeita e verdadeira, nossa saúde e tudo que se relaciona conosco começará a assumir a aparência perfeita, e seremos capazes de ver todas as coisas como elas realmente são, como reflexos da Imagem Espiritual Verdadeira, em vez de enxergarmos alguma forma imperfeita. Atingindo esse estado em que reconhecemos todas as coisas em suas aparências perfeitas criadas por Deus, poderemos dizer que conhecemos a Verdade. Uma conscientização da Verdade dessa natureza nos libertará. Seremos impedidos de receber as impressões imperfeitas, contrárias à real Imagem Verdadeira das coisas. O espelho de nossa mente permanecerá límpido e assim deixaremos de ser alvo de doenças ou infelicidades.

Para realizarmos completamente a Imagem Verdadeira, precisamos nos aprofundar na Meditação Shinsokan até alcançarmos a conscientização: "Eu sou a Verdade - Eu e a Verdade somos um!" Neste profundo estado de meditação, o nosso Eu não é mente, carne, corpo astral nem algum outro corpo espiritual. Ele é transcendente a tudo isso, e existe numa condição extremamente maravilhosa como um Homem Real eternamente indestrutível. Para alcançarmos esta percepção consciente, será aconselhável repetirmos, neste profundo estado meditativo: "A Verdade sou eu! Eu sou a Verdade!". Quando persistimos nesta meditação, gradativamente nossa conscientização vai se aprofundando. Atingiremos o estado mental em que temos a consciência de que o "Eu" é algo que preenche o Universo, e que é uma grandiosa realidade coexistente com o Universo. Finalmente, alcançamos a convicção de que "a Verdade sou eu, eu sou a Verdade". A ilusão, que até aquele ponto fazia com que nos víssemos como matéria, desaparece. Começamos a nos ver como somos, em nossa Imagem Verdadeira, e descobrimos que somos dotados de ilimitado suprimento de saúde, poder, sabedoria e outras bênçãos do Mundo da Verdade. Neste ponto, descobriremos que a diferença existente entre Deus e o ser que somos, é que somos testemunhas individualizadas da Presença divina, onde Deus é o próprio Infinito.

Quando aprendemos a experimentar a "vida" do Infinito dentro de nossas próprias "vidas", nunca mais veremos doenças, não ouviremos sobre doenças e nem pensaremos em doenças. Até a palavra doença começa a desaparecer do nosso mundo. Mesmo que alguma desarmonia ou dor ainda apareçam em nosso corpo físico, saberemos que eles são irreais; teremos já atingido o estágio de não mais pensar em doenças; e assim, não mais nos referiremos a tais experiências como se fossem doenças. O nome da doença não deverá mais ser pronunciado; deverá ser banido do reino da existência. Como Deus é o Todo, a perfeição de Deus aparece na atualidade, e nós desfrutamos de paz e boa saúde. Quando nos acostumarmos com este estado mental alcançado, seremos capazes de entrar profundamente na Meditação Shinsokan simplesmente com a repetição de "Deus é o todo de tudo", ou, "Somente Deus existe".

Praticar a Meditação Shinsokan significa focalizar nossa consciência na Imagem Verdadeira do nosso ser. Quando a consciência fica totalmente concentrada no reino de Deus, nossas mentes são absorvidas pela aparência original da realidade. Unicamente a perfeição da Imagem Verdadeira fica retida em nossa consciência e passamos a não mais tomar conhecimento de algo além daquela Imagem Verdadeira. Quando nossas mentes permanecem continuamente no Mundo da Realidade, logicamente não deixamos de tomar consciência de toda condição imperfeita pertencente ao mundo fenomênico. Nossas mentes não conseguirão mais experimentar qualquer doença, dor ou fracasso. Todo o mal seria expulso da mente. Pode ser que isto soe estranho, mas quando nossas mentes entram no Reino de Deus, os nossos corpos físicos entram juntamente com elas. A explicação é a seguinte: o corpo é apenas uma sombra da mente. Não podemos viver em mundos diferentes e opostos ao mesmo tempo, e se entrarmos no Reino de Deus, o corpo também entrará simultaneamente. As falsas condições imperfeitas são expulsas do reino da consciência, e nós atingimos uma consciência da mais elevada e absoluta boa saúde.

A Meditação Shinsokan é uma forma de prece, mas não do tipo em que pedimos algo que ainda não possuamos. É uma prece em que afirmamos já sermos possuidores da coisa em questão. Sendo assim, não deveremos pedir por boa saúde, quando quisermos possuí-la. Se ficarmos pedindo por boa saúde, seremos levados a acreditar que alguém não esteja bem. O homem é filho de Deus; portanto, ele já está desfrutando da saúde perfeita; não há necessidade de ele ficar buscando pela boa saúde. Basta apenas que acredite já estar agora em plena saúde como filho de Deus, e penetrar na consciência da Imagem Verdadeira. Ele deverá saber que a perfeição da Imagem Verdadeira é a "Verdade", que Deus é o Todo de Tudo, e saber, com a totalidade de seu ser, que ele é "um com Deus". Precisará afirmar profundamente, do fundo de sua alma, que todos os seus desejos já foram atendidos.


quarta-feira, março 18, 2015

Manifestando a Vida Infinita - 5/6

- Masaharu Taniguchi - 


O homem é Deus e a vida do homem é a vida de Deus - esta é a filosofia básica dos ensinamentos da Seicho-No-Ie. Deus é saúde absoluta, e assim, dizemos que o homem deveria ser absolutamente saudável. Esta saúde absoluta fica impressa em nossa mente quando conscientizamos que o homem, em sua Imagem Verdadeira é sempre saudável, e que unicamente a Imagem Verdadeira constitui a totalidade da existência do homem. O que fica impresso na mente, inevitavelmente será impresso em todas as células do corpo. Isto porque as células do corpo são entidades com consciência. Por essa razão, imprimir a ideia de saúde absoluta na mente levará à manifestação da saúde absoluta no corpo inteiro. Como podemos atingir a conscientização da saúde absoluta e permitir que esta consciência de saúde se desenvolva? Da seguinte forma: (1) pensar na Imagem Verdadeira da Vida, que é Deus; (2) pensar unicamente na Imagem Verdadeira original, e (3) saber que a Imagem Verdadeira original é a totalidade de tudo que existe. Quando seguimos estas três condições, nossos pensamentos retratam a Imagem Verdadeira sem distorção, ficando preenchidos com a Verdade a ponto de refletirem somente a Verdade. Como os pensamentos possuem uma certa inércia, eles irão se aprofundar cada vez mais pela repetição. Se persistirmos em pensar em termos de Imagem Verdadeira, cada vez mais iremos nos aproximar da Verdade, e cada vez mais iremos conscientizar com maior clareza e profundidade as coisas como elas realmente são no Mundo da Verdade.

Ao nos conscientizarmos mais profundamente das condições perfeitas da Imagem Verdadeira da Existência, começaremos a manifestar condições mais perfeitas em nossa vida fenomênica. Nossa saúde física irá melhorar. Tanto o corpo como a mente aumentam de poder. Para sermos saudáveis, precisamos cultivar pensamentos de saúde, pois a mente não pode ficar estacionária: se não avançar, ela irá se retrair. Se a mente não se ocupar com pensamentos elevados, terá pensamentos de natureza inferior, e gradativamente iremos perdendo o terreno já ganho. Quando a mente se eleva e adquire mais maturidade, não apenas conservamos as boas coisas conquistadas, como ainda passamos a adquirir novas coisas ainda melhores do que as do passado. Portanto, se desejarmos o crescimento abundante de nossas vidas, precisamos nos aprofundar diariamente em nossa compreensão da Verdade. Quando nos conscientizarmos da Verdade de nossa vida, ou seja, quando fortalecermos a convicção da perfeita saúde pertencente à nossa Imagem Verdadeira, teremos a melhoria de nossa saúde física proporcionalmente a esse crescimento de conscientização da Verdade. Precisamos conscientizar que unicamente nossa Imagem Verdadeira é real. A melhor maneira de abrirmos o portal de nossa própria imagem do “Eu”, é nos sentarmos quietamente e meditarmos sobre a Verdade.

Dedique trinta minutos de cada manhã e noite para sentar-se quietamente e praticar a meditação Shinsokan. Recite inicialmente as quatro estrofes do Canto Evocativo de Deus, que se encontra na Sutra Kanro-no-Hoou (Chuva de Néctar da Verdade). A seguir, repita para si mesmo os seguintes pensamentos: “Neste momento eu deixo o mundo dos cinco sentidos e entro no mundo da Imagem Verdadeira.” E então, passe a meditar: “Aqui, onde estou é o mundo da Imagem Verdadeira: é o oceano da infinita sabedoria de Deus, oceano do infinito Amor de Deus, o oceano da infinita Vida de Deus, oceano da infinita Dádiva de Deus, oceano da infinita Harmonia de Deus.” Faça esta visualização da forma mais real possível. Ao inspirar lentamente, visualize: “A Vida da Grande Harmonia flui para o meu interior.” Assim, atinja o estado em que se torna inseparável de Deus, e contemple intensamente sua Imagem Verdadeira, que é saúde perfeita exatamente aqui e agora: vá ainda além, despertando para a sua Imagem Verdadeira da Vida, que é sempre e eternamente perfeita!

A Imagem Verdadeira do homem, assim como Deus, está sempre em perfeita saúde! Qualquer coisa outra, além da Imagem Verdadeira, não existe. Fortaleça esta conscientização da Verdade e veja claramente sua própria Imagem! Ao fazermos isto, a ilimitada Vida interior, sempre possuidora de boa saúde, é manifestada, e a boa saúde que sempre possuímos é exteriorizada em nossa vida atual. Quando residimos internamente numa convicção de boa saúde, infundimos pensamentos de boa saúde nas mentes de todas as células do corpo, que vibram de vitalidade. Como resultado, o corpo inteiro se torna saudável; e nem poderia deixar de ser saudável. Nossas células mantêm suas aparências graças à consciência – ou mente – que elas possuem. Infundimos nessa mente, profunda e nitidamente, o pensamento: “Minha Imagem Verdadeira é Deus; portanto, está com saúde perfeita e absoluta, aqui e agora.” Com isso, o corpo é forçado pelo poder do pensamento a modificar sua aparência para a boa saúde absoluta. Não podemos separar a Imagem Verdadeira da saúde: os dois são unos para sempre. Você existe como realidade. O que existe verdadeiramente só pode ser a Imagem Verdadeira em Si. Portanto, você está em perfeita saúde exatamente agora. Você está vivendo, e esta Verdade certifica que você está saudável. No mundo da Verdade, não há outra possibilidade senão você estar saudável, se você está vivo. A boa saúde e a vida não podem estar separados no mundo da Verdade. A totalidade de seu ser está existindo no mundo da Verdade. Sua totalidade é constituída pela Verdade. Não há outro você.

Cristalina, transparente, pura e inviolável, em saúde absoluta - eis sua Imagem Verdadeira! Conheça-a! Neste conhecimento está o segredo da saúde perfeita. Peço-lhe que visualize todo o seu ser irradiando boa saúde. Você pode parecer estar doente; mas, o fato de você estar desfrutando boa saúde não é uma farsa. Sua Imagem Verdadeira está saudável. A condição que aparece diante dos cinco sentidos físicos não passa de uma mentira. Veja a Imagem Verdadeira! Feito isto, sua mente irá conhecer somente a saúde perfeita. Precisamos fortalecer e purificar mais e mais esta consciência, para que a saúde perfeita se materialize no mundo da atualidade. Se praticarmos a Meditação Shinsokan diariamente, sem falta, dirigindo passo a passo nossa mente rumo à Imagem Verdadeira, nossa consciência se fortalecerá e acabará por atingir o âmago da Imagem Verdadeira. Uma forma de alcançarmos este objetivo é a repetição do Canto Contemplante da Realidade, após a recitação do Canto Evocativo de Deus.

Durante a repetição daquele canto contemplante, a mente deve estar inteiramente dirigida ao Mundo da Verdade, o Mundo da Grande Harmonia, que foi criado por Deus. Concentre seus pensamentos exclusivamente na grande harmonia que existe no mundo da Verdade, que está repleto de sabedoria, amor e vida. Em seguida, medite empregando sua mente plenamente, com o pensamento e emoção focalizados na ideia de que você é um filho de Deus, sentado neste mundo de grande harmonia, o Mundo da Verdade. Diga a si mesmo que todas as coisas boas que Deus possui fluem para você; que o Grande Princípio Vital vive em você; e que não existe a mínima divisão entre você e o Grande Princípio Vital. Quando assim fizer, tudo aquilo pertinente à sua vida atual se elevará ao estado de perfeição pertencente ao Mundo da Verdade. A partir daí, a Imagem Verdadeira passará a fazer parte do mundo da atualidade, o "verbo se fará carne", e todas as coisas boas existentes no mundo da Verdade passarão a lhe pertencer no mundo fenomênico. A força vital abundante preencherá sua vida cotidiana. Irá cultivar a força infinita dentro do contexto de infinita paz, e descobrirá que o poder de Deus é o seu próprio poder.

A Meditação Shinsokan é voltada para a Imagem Verdadeira. Assim que a nossa consciência da Imagem Verdadeira da existência e do nosso próprio ser se torna cada vez mais pura, a compreensão se eleva ao nível de convicção, e nos tornamos a própria Imagem Verdadeira. Tornamo-nos perfeitos, assim como Deus é perfeito. Atingimos uma liberdade em que não mais seremos limitados por coisa alguma.

Eu disse, há pouco, que nossa compreensão cresce ao ponto de convicção. Este é um fator muito importante. A convicção é absolutamente necessária para trazermos a Imagem Verdadeira para o mundo fenomênico. Apenas afirmar a perfeição da Imagem Verdadeira e pensar em sua perfeição não são o bastante. Precisamos atingir o ponto em que nossos pensamentos são "um" com a Imagem Verdadeira ou "coisa em si", onde a Imagem Verdadeira e nossos pensamentos formem uma unidade indivisível. Para conseguirmos isto, precisamos ler as obras sagradas, praticar a Meditação Shinsokan e praticar atos de amor. Se não purificarmos nossa compreensão através da Meditação Shinsokan, o entendimento são sairá do nível da intelectualidade. Apenas com uma compreensão intelectual não podemos dizer que conhecemos perfeitamente a Verdade. Somente após adquirirmos um nível de convicção inabalável da Verdade é que poderemos dizer que despertamos espiritualmente.

Para assimilarmos perfeitamente a verdadeira imagem da "coisa em si", precisamos, primeiramente, obter uma correta compreensão da Verdade, sem falsos conceitos, e isto pode ser obtido através da leitura de obras sagradas, tais como as publicações da Seicho-No-Ie. Ao mesmo tempo, praticamos o Shinsokan para apurar nossa compreensão da Verdade até que ela atinja o ponto de convicção. E também aplicamos a Verdade na vida prática através de atos de amor. Esta é a única maneira. A Verdade se torna viva, vibrante, quando seu conhecimento é trazido à vida com fé, e posteriormente é posta em prática através de atos de amor. Quando isso ocorre, nossas mentes deixam de ter apenas uma visão superficial da Verdade; nos tornamos um com a Imagem Verdadeira original da vida. Deixamos de ficar rodeando a Verdade. Nós e a Imagem Verdadeira ficamos superpostos, um ao outro. Somente então é que teremos atingido uma compreensão perfeita da Verdade.

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segunda-feira, março 16, 2015

Manifestando a Vida Infinita - 4/6

- Masaharu Taniguchi - 


Todas as condições imperfeitas do mundo fenomênico aparecem quando a perfeita vida interior, refletida no espelho nublado da mente, aparece como imagem distorcida. Talvez, com esse conhecimento, alguém possa pensar que a causa das doenças esteja na mente, isto é, que a mente, e não o corpo, é que se torna doente. Contudo, a mente é a nossa Essência verdadeira e ela é proveniente de Deus; portanto, a mente jamais adoece. É vital que compreendamos este fato. O que acontece é apenas que a superfície do espelho da mente se cobre de “poeira”; nada ocorre com o espelho em si. Na época da criação, o espelho da mente foi criado por Deus, de forma perfeita; logo, no espelho em si não há defeitos. Mesmo que a mente apresente uma “imagem defeituosa” em sua superfície, a mente em si continua perfeita. As mentes foram todas criadas por Deus, e não existe poder algum capaz de torná-las imperfeitas. Ao compreendermos esta Verdade, também compreenderemos que a mente do homem, em sua Essência verdadeira, sempre é perfeita, correta, e harmoniosa. Portanto, jamais acredite que sua mente esteja doente! A mente,seja no passado, no presente ou no futuro, não pode nunca ficar doente. Nenhuma doença pode penetrar na mente do homem, que tem estado perfeito desde o princípio. Jamais pense que sua mente seja a causa de sua doença! Tampouco pense que a causa de sua doença tenha estado em forma latente dentro de sua mente! A mente do homem, vinda da perfeita Mente de Deus, não pode ser causa de doença nem armazenar as causas de doença. Uma vez compreendido este fato, o homem se torna inteiramente livre.

A Imagem Verdadeira do homem é perfeita, e ela constitui a totalidade da existência conhecida como “homem”. Qualquer outra coisa, além da Imagem Verdadeira, não é o homem. Portanto, dizer que alguém está doente significa faltar com a verdade. É impossível que Deus, nossa Imagem Verdadeira, fique doente. No caso, seria outra mente, além da Imagem Verdadeira de nossa mente, que adoece? Não. Outra mente, além da verdadeira, não existe. Algo inexistente não pode adoecer. O mesmo pode ser dito com relação ao corpo físico. Sua aparência verdadeira é o reflexo perfeito da Imagem Verdadeira do homem, que é Deus. O que não é reflexo da Imagem Verdadeira não é aparência verdadeira. O que não é aparência verdadeira não existe em lugar nenhum. O que não existe não pode ficar doente. Além disso, nossa Essência verdadeira, por ser o próprio Deus, não pode adoecer. A mente também não adoece, pois é uma manifestação da Mente de Deus, um raio luminoso infinito, emanado do Reino de Deus. O corpo físico também não fica doente, pois é um reflexo visível de nossa Imagem Verdadeira - que é Deus, e existe numa dimensão invisível - que aparece refletido num mundo que pode ser percebido pelos nossos olhos físicos. Conclusão: não há nenhum elemento, dentro de nós, que possa estar relacionado com doença. Tudo que existe em nosso interior é exatamente da mesma natureza de Deus. O que possui a natureza de Deus jamais comete pecados ou adoece. Toda a vida, em qualquer nível de existência, é dotada de perfeição plena. Tudo que é perfeito não pode adoecer. Não podemos separar a vida de nossa Imagem Verdadeira. Nem podemos separar a Imagem Verdadeira da perfeição. A vida de todos os seres é perfeita; logo, uma forma de vida não pode prejudicar a outra: há apenas cooperação. Quando a vida reflete a sua Imagem Verdadeira sem qualquer distorção, nenhuma criatura pode adoecer, ou lutar entre si. Pelo contrário, o mundo se torna um mundo de grande harmonia, e o homem manifesta uma forma, no mundo fenomênico, que é tão perfeita como o próprio Deus.

Não há razão alguma para observar, ponderar, estudar ou se preocupar com relação à doença. Por mais que alguém analise a treva, nenhuma luz virá graças a tal esforço. Investigar a respeito da natureza da desarmonia em nada ajudará na criação da harmonia. Todos os estudos de imperfeições são inúteis, mais do que inúteis, pois, quanto mais nos aprofundamos nas trevas, mais nos distanciamos da luz da Verdade. A vida não pode ser descoberta no estudo de algo desprovido de vida. Sendo a boa saúde uma condição de plenitude de vida, que resultados positivos poderíamos esperar, atuando sobre a doença, uma condição em que a vida está ausente? Não se pode modificar a causa com tentativas de se modificar o efeito. Não se pode conhecer a luz através do estudo da treva. Devemos considerar do ponto de vista da Verdade absoluta e despertar para o fato de que doença, pecado e ilusão são inexistentes, e que não pertencem à Imagem Verdadeira.

A natureza das doenças, pecados e ilusões é algo com que não devemos nos preocupar. Não há motivo para sabermos algo sobre o que não existe. Além disso, não há forma alguma de se saber realmente algo a respeito daquilo que não existe. Por favor, reflita sobre isso! É impossível obter-se algum conhecimento sobre algo que é inexistente. Imaginar uma coisa que não existe, significa imaginar uma ilusão. Visar ao conhecimento de algo irreal é acatar um pensamento contraditório. Os pensamentos contraditórios trazem as condições contraditórias de névoas sobre o espelho da mente, retratam a Imagem Verdadeira de forma distorcida e apresentam o homem, no mundo exterior, na situação de um inválido. O desejo de pesquisar sobre a doença somente conduz à criação da mesma; o esforço em estudar o que não constitui a Imagem Verdadeira impede que esta Imagem seja manifestada de forma perfeita.

O objetivo da vida é conhecermos e manifestarmos mais e mais o que se afina com nossa verdadeira imagem. Quanto mais nos elevarmos espiritualmente na consciência dessa Imagem Verdadeira, mais o espelho da mente será purificado. A saúde é melhorada, e o homem ainda passa a manifestar mais amor, sabedoria, força e vida. Assim, o conhecimento da Imagem Verdadeira é o caminho para a liberdade real do homem. Por outro lado, toda tentativa de se conhecer aquilo que não é real somente impede o aparecimento da “Imagem Verdadeira” em nossas vidas. A “Imagem Verdadeira” aparece claramente somente quando não tomarmos nenhum conhecimento do que é irreal. Além disso, quando não quisermos saber de mais nada, exceto da Imagem Verdadeira absoluta e daquilo que é refletido diretamente do Absoluto, somente então começaremos a conhecer a Realidade absoluta pela primeira vez. Portanto, precisamos deixar a mente adequada e exclusivamente focalizada na Imagem Verdadeira. Quando estivermos frente a alguma coisa, deveremos sentir que sua Imagem Verdadeira é sua aparência, sua Imagem Verdadeira é sua vida, sua Imagem Verdadeira é sua substância original. Teremos de considerar que esta Imagem Verdadeira é, realmente, a substância verdadeira em existência, aqui e agora, em todas as coisas. Quando treinarmos para ver a perfeita Imagem Verdadeira de todas as pessoas, coisas e circunstâncias, deixaremos gradativamente de receber impressões imperfeitas, seja qual for a situação. Quando as impressões imperfeitas sumirem do espelho da mente, unicamente a aparência isenta de distorções da Imagem Verdadeira será refletida em nossa vida fenomênica. Dessa forma, o mundo passa a ser um mundo ideal, e o homem se torna o homem ideal.

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sexta-feira, março 13, 2015

Manifestando a Vida Infinita - 3/6

- Masaharu Taniguchi -


A chamada “doença” não passa de um reflexo distorcido da Imagem Verdadeira. A lua é redonda; mas, sua sombra refletida em águas agitadas mostrará até a lua cheia em forma fragmentada. Porém, a imagem refletida não é, em si, a Imagem Verdadeira. Não será possível construirmos a imagem perfeita juntando os pedaços fragmentados. Se a lua fragmentada é causada pela ação das ondas, você não conseguirá reunir os pedaços refletidos sem antes acalmar a água. Uma imagem perfeita de alguém somente aparecerá sem distorções quando a superfície do espelho estiver límpida e plana.

A razão pela qual aparecem manchas no espelho da mente, é que a mente recebe impressões do mundo exterior. Todas as coisas que penetram na mente através de nossos cinco sentidos deixam suas impressões na mente. Se a mente não for seletiva, muitas dessas impressões serão discordantes da Imagem Verdadeira, que é a Existência absoluta e perfeita. Estas impressões podem se tornar o que denominamos “nódoas no espelho”, e elas provocam interferência nas ondas da mente, causando torcedura do espelho mental e impedindo a aparência de um reflexo sem distorções. Mas isso não quer dizer que devemos sempre fechar nossas mentes para o mundo dos cinco sentidos. De fato, precisamos fazer manifestar a perfeição da Imagem Verdadeira no mundo dos cinco sentidos. O mundo interior precisa aparecer como mundo exterior: deverá existir uma interação entre estes dois mundos. Portanto, não há necessidade de fecharmos os olhos para o mundo exterior. Devemos perceber o que ocorre no mundo exterior e sermos capazes de trabalhar livremente sem nos aprisionarmos àquilo que observamos.

Se ficarmos escravos das aparências temporárias, não poderemos demonstrar a nossa liberdade inerente nem visualizar a Imagem Verdadeira do homem, tal como foi criada por Deus. Sem a visão da Imagem Verdadeira, receberemos do exterior as impressões distorcidas. Estas impressões vão se acumulando até atingirem um ponto de saturação em que são autodestruídas, aparecendo na forma de doença no mundo fenomênico. Por outro lado, somos capazes de contemplar todos os objetos como realmente eles são em suas formas verdadeiras, se mergulharmos na Imagem Verdadeira do ser e olharmos a vida sob o elevado aspecto de consideração deste mundo como sendo criação de Deus. Com isso, a mente é impressionada com a forma perfeita e verdadeira da coisa em si, diretamente do interior, mesmo que continuem vindo impressões do mundo exterior. Quando isso acontece, todas as impressões que atingem a mente se tornam raios luminosos sem refrações, diretamente vindos do Mundo da Verdade; portanto, estas impressões não poderão deixar sombra alguma no espelho da mente. Isto significa que a mente poderá receber as formas da verdadeira Existência, se nós enxergarmos todas as coisas como elas realmente são, em termos de suas imagens verdadeiras. Neste estado mental, somos capacitados a abrir nossas mentes sem hesitação para o mundo dos cinco sentidos, como se o fizéssemos em relação ao Mundo da Verdade, e somente as radiações luminosas do Mundo Real brilharão no espelho da mente: o corpo físico, as circunstâncias e o destino apresentarão aspectos saudáveis e felizes .

Se considerarmos as moléculas, os átomos, as partículas elementares, e assim por diante, até chegarmos à redução máxima da matéria, acabaremos por descobrir que o corpo físico, a despeito de sua aparência aos cinco sentidos --a olho nu--, não é uma existência sólida. Temos aquela impressão porque sua estrutura está numa vibração determinada, que é por nós traduzida como percepções sensoriais. Tais percepções têm sua utilidade em nosso cotidiano, porém não são a Imagem Verdadeira da coisa em si. Quando pensamos no corpo físico como um objeto sólido, inflexível, com qualidades próprias, somos forçados a crer que modificá-los através da mente seja algo extremamente difícil. Quando pensamos no corpo como sendo um pedaço fixo de "matéria", com suas qualidades fixas, que não podem ser alteradas pela mente, implantamos em nossa mente uma visão restrita de que "o corpo é matéria", que nos conduz à crença de que "ele não sofre influência da mente". Esse tipo de visão é quem traz as nódoas na superfície do espelho. Assim, esse espelho interfere no reflexo da Imagem Verdadeira perfeita, que é sem distorção, e apresenta a doença, erros, infelicidades e falhas em nossas vidas. Se, por outro lado, recusarmos a aceitação do corpo como matéria e pensarmos nele como um reflexo da Imagem Verdadeira, que pode ser percebido pelos cinco sentidos, nossas ideias sobre o nosso corpo se tornam, sem exceção, "pensamentos de um corpo físico numa base espiritual", que trazem saúde, perfeição, força e vida a todos os aspectos de nossas vidas. Cristo disse a Nicodemos: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus" (João 3: 5). O sentido destas palavras é que, se não mudarmos nossa visão materialista do corpo físico para uma base espiritual, não transformaremos este mundo no reino de Deus, nem transformaremos este corpo no corpo de Deus.

Quando conscientizamos que todas as condições físicas são reflexos das condições mentais, somos capazes de fazer os necessários esforços para ver corretamente nossa Imagem Verdadeira, e, a seu tempo, elevar o nível de nossa mente para que ela tenha o controle completo, não somente do corpo, mas de todas as coisas relacionadas conosco. Se conscientizarmos verdadeiramente que somos os senhores de nossas vidas, obteremos o poder de controlá-las à nossa vontade. Quando conscientizarmos que todas as condições externas não passam de meros reflexos da mente interna, nunca mais seremos escravizados pelo mundo exterior. Ao contrário, passaremos a projetar aquilo que desejarmos no mundo exterior; aprenderemos a criar condições de nossa escolha no mundo que nos cerca. Esta Verdade faz com que nossa mente saia do estado de escravidão e penetre no reino da liberdade. Inclusive o corpo também é posto livre de seu estado de dependência aos objetos externos. Tudo aquilo que desejarmos aparecerá refletido no mundo fenomênico, e nós atingiremos um estado de liberdade perfeita e absoluta.

Exemplificando, se temos consciência de que “podemos andar”, nunca seremos escravos da ideia de que “não podemos andar”. Não haveria espaço, em nossa mente, para que o pensamento, “não podemos andar”, pudesse ocupar. Analogamente, se nossos corpos estiverem saturados com a ideia de absoluta saúde, não poderemos mais ser escravos de doenças. Quando percebemos que temos o poder de fazer o que desejamos, a força infinita realizadora não pode deixar de se manifestar do interior. Quando sabemos que “algo existe”, torna-se impossível acreditarmos em ideia contrária. Assim, ficamos impossibilitados de pensar a nosso respeito como sendo imperfeitos e doentios, quando conscientizamos que nossa Imagem Verdadeira vem de Deus, e que é o próprio Deus, possuidora da divindade plena, exatamente como Deus. Enquanto não admitirmos a existência de alguma coisa má em nossa vida fenomênica, nada de mau poderá existir para nós. Portanto, ver corretamente a perfeita Imagem Verdadeira da Existência significa fazer manifestar a perfeita forma verdadeira das coisas no mundo fenomênico. Quando a Imagem Verdadeira se projeta em nossas vidas, deixa de haver espaço para as condições distorcidas, e nos tornamos perfeitos em todos os aspectos.

Quando conscientizamos que nossa Imagem Verdadeira é perfeita e possuidora de todos os atributos do próprio Deus, nosso corpo e nossa mente começam a refletir natural e perfeitamente aquela Imagem original verdadeira. Nossa posição com relação ao mundo exterior fica sintonizada com a Imagem Verdadeira absoluta. Entramos num estado de total sintonia, física, mental e espiritualmente com a ordem verdadeira do mundo de Deus; em decorrência, começamos a demonstrar a perfeição divina em todos os setores de nossas vidas. Como agarramos a Fonte da luz, podemos controlar à vontade a quantidade de luminosidade a ser fornecida, dependendo do tempo e do lugar. Além disso, podemos receber da Imagem Verdadeira interior o quanto de luz desejarmos, e podemos manifestar todas as condições desejadas, controlando totalmente as nossas forças externas. Nessa condição, todos os obstáculos se dissiparão diante de nossos olhos.
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quarta-feira, março 11, 2015

Manifestando a Vida Infinita - 2/6

- Masaharu Taniguchi -


A Imagem Verdadeira — a Essência original do homem — é perfeita. O pensamento é o filme para projeção da Imagem originária do homem perfeito criado por Deus; a imagem projetada é o homem fenomênico, que aparece na tela do mundo da atualidade. Contudo, a imagem projetada não é necessariamente a mesma da Imagem original. Quando o homem do mundo atual deixa de apresentar integralmente as várias qualidades pertencentes à Imagem Verdadeira, damos o nome de infelicidade, doença, etc. E geralmente, tratamos diretamente com a condição imperfeita, na tentativa de corrigi-la. Frequentemente, deixamos de lado o filme (a causa) do jeito que está, enquanto tentamos melhorar o homem fenomênico. Assim, diversas formas de terapia são empregadas para remover o problema ou a doença, mas a causa não é removida. Não pode haver libertação verdadeira enquanto a causa não for eliminada, e ela se encontra no filme do pensamento. Precisamos erradicar toda a sujeira do filme do pensamento. Quando o fizermos, nossa imagem no mundo atual — homem físico — ficará perfeitamente saudável, exatamente como está a Imagem Verdadeira, que é Deus. Quando a mente retratar a Vida perfeita da Imagem Verdadeira do homem, o homem fenomênico começará a expressar a perfeição da Essência originária do homem. O homem físico se tornará uma representação perfeita do homem real. Em outras palavras, ele se torna aquele que foi criado à imagem de Deus.

Venho explicando o processo pelo qual a Imagem Verdadeira do homem manifesta o corpo físico. Para isso, utilizei a analogia em que a Imagem Verdadeira, passando pelo filme chamado pensamentos, é comparada com o processo do cinema. Podemos empregar outra analogia, e dizer que nossos pensamentos constituem um espelho. A maneira com que o homem físico aparece no mundo do fenômeno pode ser descrita na seguinte ordem: 1) a Imagem Verdadeira do homem criada por Deus, 2) o espelho, e 3) a imagem refletida, isto é, o homem visto no mundo fenomênico. O homem real, na sua Imagem Verdadeira, é Deus; portanto, jamais perde sua condição de perfeição. Se o homem fenomênico resulta da imagem do homem original, ele deve retratar perfeitamente a saúde e liberdade de forma perfeita. Porém, nem sempre o homem fenomênico é reflexo perfeito do homem da criação de Deus. Isto se deve ao fato de a mente — ou seja, o espelho — às vezes ficar embaçada ou de alguma forma ficar irregular, impossibilitada de refletir com precisão a Imagem Verdadeira e perfeita criada por Deus. Até a mais linda mulher apareceria pouco atraente quando refletida num espelho torto. Assim, mesmo sendo filho de Deus, o homem não pode manifestar uma aparência perfeita quando seus pensamentos estão tumultuados. Se o estado da mente for tal, que permita refletir a Imagem Verdadeira na íntegra, o aspecto fenomênico será perfeito, saudável e puro, como exato reflexo da perfeição do homem criado por Deus. As doenças, debilidades e infelicidades ficariam impossibilitadas de existir para o homem atual. A Vida do homem é refletida diretamente do Mundo de Deus, e sua natureza verdadeira de liberdade total é projetada, e, dessa maneira, a liberdade perfeita é atingida.

Quando nos tornamos conscientes da Imagem Verdadeira da Existência, e vivemos conscientes da nossa própria própria Imagem como sendo Deus, nossas mentes se tornam livres de nódoas, perfeitas como espelhos planos. E, o homem começa a retratar perfeitamente sua Imagem original, que é Deus. As manchas e imperfeições do espelho simbolizam a crença que leva a acreditar que algo existe, quando este algo, de fato, não existe. Tal crença errônea obstrui a luminosidade da Imagem Verdadeira interior, ou pode provocar refração dos raios, fazendo com que a imagem no espelho apareça distorcida. Este é o processo do surgimento das imperfeições no corpo e nas condições físicas. Quando todas as crenças errôneas são varridas do espelho da mente, nenhuma nódoa ou falha irá permanecer, e a imagem refletida também se tornará perfeita.

Se quisermos remover as nódoas da nossa mente, o único jeito será abandonarmos as crenças errôneas e passarmos a conhecer a Imagem Verdadeira de nosso ser. Este é o segredo. Conhecer a Imagem Verdadeira significa deixar limpo o espelho. Conhecer a Imagem Verdadeira significa voltar a luz da Imagem Real, que é Deus, em direção ao espelho, sem que nada possa interferir à sua passagem, para que esta Imagem do homem real possa brilhar total e perfeitamente no espelho.

Quando deixamos que nossa Imagem Verdadeira seja refletida na mente, dizemos que conhecemos a Verdade. Assim, compreendemos o sentido real da declaração de Cristo: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8: 32). Mas nossas mentes devem estar sem nódoas, caso contrário, não poderemos fazer refletir a nossa Imagem Verdadeira. Quando existem manchas no espelho da mente, o reflexo não será uma manifestação da Imagem Verdadeira. Parte da luz proveniente do interior é bloqueada e passamos a ter escuridão ao invés de luz. Essa escassez de luz é a causa básica de todas as doenças e infelicidades do homem. Trata-se de uma condição negativa em que está faltando luz; não significa que exista uma condição positiva denominada doença. Se toda a estrutura celular do homem fosse saturada com a vitalidade e perfeição da Imagem Verdadeira, parte alguma de seu corpo poderia adoecer ou enfraquecer.

Se nossos pensamentos retratarem perfeitamente nossa Imagem Verdadeira, naturalmente surgirá a saúde perfeita no homem fenomênico. Veja por si mesmo: quando o espelho está límpido e reflete a Imagem Verdadeira, todas as coisas boas pertencentes à Imagem Verdadeira não podem deixar de aparecer. O fenômeno não existe separadamente da Imagem Verdadeira. O corpo físico reflete a Imagem Verdadeira do homem original, e, ao mesmo tempo, ele mantém uma posição de neutralidade com relação à Imagem Verdadeira. Se o espelho de nossa mente refletir perfeitamente a Imagem Verdadeira, a forma refletida (o corpo físico) será perfeita e maravilhosa, igual à forma verdadeira.

Quando a Imagem Verdadeira do homem aparece perfeitamente como homem fenomênico, "o Verbo se faz carne", como declara o Evangelho de João. A partir daí, não mais vivemos pela nossa vontade própria; a Verdade se aloja em nós e passa a viver em nós. Neste ponto, todos os órgãos percebidos pelos cinco sentidos se tornam manifestações dos pensamentos puros e imaculados existentes em nosso íntimo. Todas as limitações, imperfeições e doenças que prendiam o homem ao mundo físico começam a desaparecer como se fossem sombras diante da luz. Todas aquelas restrições não passavam de reflexos distorcidos que apareciam num espelho embaçado. Quando a mente retrata a Imagem Verdadeira, exatamente como ela é, o corpo físico se torna o próprio homem real -- sem o menor traço de imperfeição.

Portanto, não se preocupe nem fique ansioso quanto ao corpo físico em si, só porque apareceu alguma doença no corpo de alguém. Isto, além de ser desnecessário, ainda obstrui a cura espiritual. A verdadeira liberdade e a saúde, que não podem ser violadas por algo que apareça no corpo físico, somente são conseguidas quando a Imagem Verdadeira do homem encontra uma forma de se expressar no corpo físico. A mente deve, em primeiro lugar, captar corretamente a Verdade da Existência. É preciso que haja uma visão correta da Verdade.

Quando a distorção não mais existir no espelho, isto é, quando a distorção for removida da imagem refletida, então o espelho da mente projetará um quadro sem distorção do homem real, e o corpo físico apresentará todas as suas células e órgãos em condições perfeitas. Mas, enquanto tentarmos tratar somente os reflexos de pensamentos (fenômenos patológicos) que podem ser vistos mais e mais sobre o corpo físico, não estaremos tratando da causa, os pensamentos, que estão além da matéria. Enquanto nossa atenção estiver voltada para a remoção das manchas na imagem projetada, provavelmente não nos lembraremos de remover as manchas do próprio espelho. Mas as manchas só aparecem na imagem por existirem no espelho. Se uma aberração surge no corpo, é porque existe uma aberração na mente. Não há necessidade de se preocupar em curar o corpo físico. Não se conseguirá nada com esse tipo de preocupação.

Caros leitores, não se preocupem com o corpo físico. Por que? Por ser ele apenas uma "sombra" que apareceu no espelho: não é uma existência verdadeira. Dirijam sua atenção aos seus pensamentos. Limpem o espelho da mente de forma que ela fique semelhante a um pedaço de cristal. Eliminem todos os traços de manchas e sujeira, limpando-o do começo ao fim. Isto não poderá ser feito enquanto houver preocupação com as mudanças do corpo físico. Desviem a mente das constantes modificações que ocorrem no corpo físico, e mantenham o espelho da mente voltado para a Imagem Verdadeira da Existência , que é pura como água cristalina. O que deve ser feito, é sintonizar com a imagem perfeita da criação de Deus. Com isso, nossa mente se tornará pura e imaculada exatamente igual ao mundo real de Deus. Quando observarmos corretamente a Imagem Verdadeira da Existência e conseguirmos conhecer perfeitamente a nossa imagem, todos os nossos pensamentos refletirão a Imagem Verdadeira de nossas vidas e nossos corpos físicos manifestarão a perfeição que nos pertence graças à nossa Imagem Verdadeira. A aparência externa refletirá a verdadeira imagem interior sem distorções; a condição perfeita da Imagem Verdadeira se manifestará no homem físico numa forma possível de ser também captada pelos nossos olhos carnais.
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segunda-feira, março 09, 2015

Manifestando a Vida Infinita - 1/6

 - Masaharu Taniguchi -


Falar e pesquisar sobre doenças, visando a salvar a humanidade, é uma falsa ideia. Como a doença e as infelicidades não são criações de Deus, elas não existem realmente. É impossível que alguém possua correto conhecimento sobre doenças e infelicidades, pois não se consegue obter provas científicas através de estudos de produtos da ilusão. A pessoa que expulsou completamente as doenças de sua mente e veio a conhecer o mundo da Verdade como criado por Deus — mais do que qualquer sumidade médica que veio a estudar tudo sobre doenças, que são produtos das ilusões humanas — tal estudioso da Verdade é que, na realidade, se tornou um dos maiores mestres de medicina do mundo.

Peço-lhe que contemple o Mundo Verdadeiro, exatamente como foi criado por Deus — este, sim, é o único Mundo Real. No Mundo Real, a sabedoria infinita, o amor infinito, a vida infinita e o potencial infinito de Deus estão sendo expressos de maneira mais perfeita e maravilhosa possível, com tudo aparecendo exatamente conforme a criação de Deus. O mundo que vemos com os cinco sentidos físicos não é o Mundo Real de Deus. Os raios do Mundo Real são distorcidos e se cruzam de maneira confusa, quando passam pelas lentes das incontáveis mentes. Como resultado, uma forma física aparenta lutar com a outra, ou aparenta subjugar a outra, causando-lhe sofrimento.

O mundo, como visto pelos cinco sentidos, é um mundo de aparências. É um mundo de falsas aparências, onde todas as coisas se modificam sem que quaisquer delas sejam reais. Aquele que se torna cativo desse mundo de aparências, acreditando que ele existe, permanece vagando num interminável círculo de coisas irreais e falsas, que surgem mascaradas de existências verdadeiras. Na vida dessa pessoa, encontramos dores, doenças, sofrimentos e morte. Enquanto permanecermos escravizados por este mundo aparente como se fosse ele real, continuaremos a sofrer como vítimas de infelicidades e continuaremos vagando pelo mundo das ilusões. Contrastando com tudo isso, não existe doença nem morte no Mundo Verdadeiro do Reino celestial. Tampouco existe dor ou sofrimento. Tais coisas não podem existir no Mundo Verdadeiro. Por essa razão, não podemos ser incomodados pelas infelicidades, enquanto estivermos com a mente voltada livremente para o Mundo Verdadeiro. Voltar a mente para o Mundo Verdadeiro significa conhecer a Verdade — significa assimilar a Imagem Verdadeira da vida e ter a compreensão realística do mundo da realidade exterior.

Estar munido desta compreensão significa possuir a percepção real de todas as coisas deste mundo como foram feitas pelas mãos de Deus: em suas formas perfeitas e maravilhosas. Deus é perfeito, e no mundo criado por Deus, somente aquilo que é perfeito existe. Portanto, a doença não pode existir no Mundo Verdadeiro de Deus. Também a infelicidade não existe no mundo de Deus, pois iria contrariar a Sua criação. Quando penetramos no Mundo Real, todas as infelicidades são automaticamente apagadas, não restando vestígio algum de imperfeições.

Para conseguirmos a saúde perfeita e eterna como a verdadeira existência em si, precisamos abrir o portal que conduz à Imagem Verdadeira da Vida, isto é, conhecer a Imagem Verdadeira da Existência e conservar os pensamentos continuamente no Mundo Real. Esta é a mais elevada forma de se conseguir a saúde infinita — não apenas a saúde, mas também a vida, a sabedoria, o suprimento, etc.

Quando abrimos o portal do Mundo Verdadeiro, de uma só vez ficamos frente à totalidade. Olhe para o Mundo Real, o Reino de Deus, que está transbordante de tudo que é bom. Nele é impossível encontrar algo que não seja bom para nós.

O caminho mais fácil de abrir a porta do Mundo Real, para que a abundância e a perfeição do mundo de Deus brilhem em nosso mundo, e passem a fazer parte do mundo fenomênico, é praticar a Meditação Shinsokan para obter a visão correta da Imagem Verdadeira da Existência e da Vida. Enquanto olharmos o mundo com os cinco sentidos, nossa consciência será vítima da forma fenomênica ou temporal. Não interessa o quanto nos parece, aos cinco sentidos, que as coisas do mundo fenomênico sejam reais: este mundo é o falso mundo das aparências falsas e temporárias. Quando afastamos nossa atenção do fenômeno e meditamos quietamente sobre a Imagem Verdadeira da Existência, sobre a coisa em si, perfeita, existente em todas as pessoas, coisas e circunstâncias, nossa consciência intuitivamente passa a reconhecer aquilo que é real. O contato com a Imagem Verdadeira da Vida nos conscientiza do fato de estarmos preenchidos e circundados por ela. Percebemos realisticamente a perfeição da Imagem Verdadeira da Vida, sua existência, e como ela preenche nossas mentes com os diversos atributos da Imagem Verdadeira do homem, que é Deus.

Assim, as condições boas, saudáveis e perfeitas, pertencentes ao homem verdadeiro — em outras palavras, Deus — começam a aparecer nos vários aspectos de nossas vidas, conforme a lei da manifestação dos pensamentos.

Desta forma, a saúde perfeita começa a ser manifestada, porque o homem, como originariamente foi criado, é eterna saúde perfeita. Enquanto vivermos no verdadeiro mundo de Deus, sempre com a mente firmemente fixada nele, nenhuma célula de nosso corpo poderá adoecer, e nem a dor ou o sofrimento poderão espelhar suas sombras, nem por um instante sequer.

Nossos corpos não se desintegram como matéria comum enquanto vivemos, porque são mantidos pela força do pensamento; assim, a força do pensamento está alojada no interior do corpo físico. Por essa razão, os pensamentos que penetram na mente exercem influências em todas as células do corpo. O reconhecimento de nossa perfeição, da Imagem Verdadeira existente no Mundo da Realidade, faz com que nossos pensamentos tornem as células saudáveis. Toda a estrutura de nosso corpo físico é controlada pelo pensamento. Quando o homem focaliza seus pensamentos no mundo verdadeiro de Deus, o homem fenomênico começa a refletir o radiante Reino divino, e todo o bem deste mundo de Deus passa a surgir nos diversos segmentos da vida. A saúde perfeita é apenas uma, dentre as inúmeras coisas boas do Reino de Deus. Portanto, não há a mínima necessidade de nos preocuparmos com o corpo carnal, enquanto estivermos mantendo nossos pensamentos focalizados no Mundo Verdadeiro de Deus.

Se, durante a Meditação Shinsokan, você visualizar o homem dotado da perfeita e harmoniosa Vida divina e, ao mesmo tempo, visualizar o seu corpo físico como um segundo aspecto do homem, como se a Vida de Deus, que é Espírito, estivesse fluindo rumo ao receptáculo chamado corpo físico, você estará reconhecendo duas existências distintas no homem, ou seja, estará reconhecendo um ser perfeito e um outro imperfeito, e isto não poderá ser considerado como meditação apropriada.

No Mundo Verdadeiro de Deus não existe o menor traço de imperfeição ou desarmonia; e, neste Reino divino, o homem é uma existência única. Somente o homem espiritual é o existente. É importante que não pensemos no corpo físico como algo distinto da Imagem Verdadeira. O que existe é somente o único EU, o sagrado Filho de Deus. O ser carnal deve ser encarado apenas como “sombra” do sagrado Eu verdadeiro. Não devemos considerá-lo como se fosse uma outra forma de realidade, em oposição à Imagem Verdadeira.

O homem real — a Essência do homem — sempre tem estado em perfeita saúde, e sempre assim permanecerá. Por que? Porque o homem, em sua Essência, é um Filho de Deus. E quanto ao seu corpo? Mesmo o corpo não constitui algo separado e distinto da Imagem Originária do homem; é um reflexo da Imagem Verdadeira, e deveria se apresentar perfeito em todos os aspectos.

Se o corpo aparece de forma imperfeita, a causa é o filme denominado “pensamento”. Se o corpo físico, o reflexo do corpo real, não apresenta saúde perfeita, a falha é do filme. Há alguma sujeira no filme. Portanto, a forma de se melhorar a saúde de alguém está, não em se modificar a imagem, mas simplesmente em se remover a sujeira do filme. Isso feito, teremos a imagem projetada em conformidade com a saúde perfeita da qual o Filho de Deus é dotado. Aqui, verdadeiramente, está o caminho para a mais perfeita e elevada cura natural; aqui, verdadeiramente, está a libertação e restauração do homem à sua verdadeira liberdade, sem obstruções.
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sexta-feira, março 06, 2015

Cristicidade (Goldsmith)

- Joel S. Goldsmith -


Examinando a história do povo hebreu, desde seus inícios, tal como é reatada na Bíblia, destacamos um tema central: a revelação do Cristo. Todos os profetas hebreus, maiores e menores, conforme sua medida, demonstraram a onipresença do bem em meio à escuridão, desespero, carência, limitação, miséria e perigo, protegeram seu povo contra poderes físicos que lhe eram superiores; venceram dificuldades, a fim de que o povo pudesse receber, dentro de seu entendimento, educação e independência política.

Ainda que nenhum ponto da literatura hebraica (com a qual estou familiarizado), pareça reconhecer que na atuação de cada um desses profetas se revelava a atividade e presença do Cristo, isto é claríssimo. Todas as grandes demonstrações de suprimento, de proteção, de harmonia, que vemos nos livros do Antigo Testamento, não foram passes de mágica que fazem surgir algo do nada. Não! Eram reais demonstrações da presença do Cristo, sempre que a circunstância ou uma condição adversa o exigiam.


O PODER DE DEUS INDIVIDUALIZADO 

Ressaltemos bem, não se trata do poder de um Deus manifestado de fora, mas de um divino poder que um indivíduo pode demonstrar. A demonstração individual do poder divino é uma evidência tangível da atividade do Cristo na consciência humana. Deus é UM, e Deus é Poder. A demonstração individual desse poder é o Cristo manifestado, o Verbo feito carne. Com esta compreensão, ao ler os registros dos vários profetas hebreus, notamos que eles estavam conscientes da onipresença do poder de Deus neles mesmos. Sabiam que estavam demonstrando individualmente, dentro de sua medida, esse poder.

O Novo Testamento é a continuação da história do povo hebreu, porém agora dirigido a um povo de mais alta dimensão de vida. Através um de seus rabinos – Jesus, o Cristo – foi ensinada uma nova forma de vida que não havia sido revelada nas Escrituras hebraicas. Por isso, fez-se necessária uma nova escritura, um Novo Testamento, para legar às gerações futuras uma mais alta revelação do poder de Deus individualizado na consciência humana.

Deste modo, surgiu uma segunda revelação. Deus não é um poder acima dos outros poderes. Algo muito grande a pairar sobre alguém. Deus não guerreia as nações vizinhas. Agora começamos a compreender que esses poderes que o grande Deus Jeová combatia não eram poderes reais, senão algo que o povo aceitava como poder. Deus não é algo que vai destruir poderes inimigos ou proteger-nos de forças adversárias. O Novo Testamento revela que eles não são poderes inimigos.

Em o Novo testamento fala-se pouco do poder de um Deus fora de nós. A ênfase, agora, é posta sobre o poder de Deus demonstrado pelo homem Jesus ou através de João, o discípulo bem-amado e, posteriormente, por meio de Paulo. Ali aprendemos que Deus é uno mas também nos é ensinado que este Deus uno está dentro de nós: Seu reino e reinado estão igualmente em nosso íntimo.

Antes de Jesus, de vez em quando se fala de um Deus poderoso no homem, mas o ensinamento mosaico não considerou Deus como poder individualizado, tal como o Cristo ensina em o Novo testamento, onde é claramente revelado que “o Reino de Deus está dentro de nós”. No Novo Testamento Deus desce à filiação individual, à Cristicidade: a totalidade do Pai manifestando-Se como o Filho, na consciência individual. É o mesmo poder, mas agora dentro de cada um de nós.

Isso nos traz ao tema central da Cristicidade, que significa Deus manifestado no indivíduo. Toda demonstração do Deus-poder é uma revelação do Cristo, porque é Consciência individualizada, manifestando a Presença, o Poder e Ação de Deus. Se isso não fosse verdade, restar-nos-ia um Deus meramente transcendente, sentado lá em cima, enquanto nós ficaríamos cá em baixo, sentados, esperando que Seu Poder se exercesse sobre nós.

A atividade de Deus é exercida dentro da consciência individual. Homens tais como Abraão, Jacó, Moisés, Josué, Elias, Eliseu, Isaías, Jesus, João e Paulo (para não alongar a citação), manifestaram esse Poder para que o mundo visse como Deus-Poder é individualmente expresso. Isto esclarece o depoimento bíblico de que o Pai e o Filho são Um. Deus é o infinito Ser universal e a Cristicidade é a demonstração da Deidade. Sem a demonstração de Deus na experiência individual, atuando em tudo que nos concerne, não haveria a imanência tantas vezes testemunhada pelos iluminados.


A ATIVIDADE DA VERDADE NA CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL REVELA O CRISTO

A atividade do Cristo é possível a você e a mim, na medida em que podemos captá-la e vivenciá-la, mas só é proveitosa àquele que, no mundo, está decidido a devotar tempo, esforço, pensamento e dinheiro a esta Meta. São necessários todos estes requisitos. Exige-se a consagração, porque a Consciência Crística não é apenas uma conquista de conhecimento, senão o desabrochar de um estado de consciência.

A compreensão da Verdade é a única base para o desenvolvimento dessa consciência. Embora fosse possível reduzir esse ensinamento a mais ou menos doze princípios, o mero conhecimento deles nada resolveria, porque também conhecemos outras setenta e cinco coisas que absorvemos da vida e às quais damos crédito, concedendo-lhes poder de influenciar-nos. Por isso é necessário um período de autodisciplina e treinamento, para chegar ao ponto em que não apenas conheçamos tais princípios reais, senão que também rejeitemos os falsos. Temos de alijar de nossa consciência todas as crenças e superstições relacionadas com poderes físicos e mentais. É preciso superá-los para chegar-se a este alto nível de consciência. Ainda que seja verdade que o poder de Deus seja manifestado como consciência individual – como o Filho – também é certo que, para manifestar-se, é preciso que Ele seja primeiramente concebido em nossa consciência.

Esta revelação do Cristo, o Filho e o Pai feitos UM, foi dada a todos os povos, através do mundo inteiro. Com a propagação da doutrina cristã a todas as terras e raças, o mundo deverá chegar a um ponto em que a revelação do Cristo não mais se confinará a nenhuma denominação ou seita. Ela não mais será rotulada e nem apresentará qualquer sentido sectário, admitindo, pois, todas as pessoas que aceitem a ideia da integralidade, ou seja, Deus expresso individualmente em cada indivíduo.

O que conta é a aceitação do poder espiritual na consciência individual. E essa consciência é o Cristo. E o que é esse poder espiritual? Será um poder acima de outros poderes? Não: é o reconhecimento de um só poder! A menos que reconheçamos Deus como Poder único, estaremos continuamente combatendo germes, aqui, carência e resfriados, ali. O ser impregnado da Cristo-Consciência não se debate nas lutas com o mundo. Simplesmente deixa que a Luz nele brilhe, de tal modo que, aquele que a perceber e se aproximar e pedir um pouco dela, irá recebê-la.

A Bíblia é uma revelação do Cristo; uma revelação da natureza infinita de Deus. Individualmente demonstrada. Essa demonstração individual depende apenas de ativar-se a verdade na consciência individual, para que ela, latente que era, se torne dinâmica e possa expressar-se em nossa experiência. Então compreendemos que Deus não está sentado lá em cima, no céu, e o homem aqui em baixo, esperando que mande paz à Terra. A paz na Terra advirá como consequência da atividade da verdade e do amor na consciência. Começa na consciência de um indivíduo que a espalha num grupo de pessoas. Esse grupo a espalha a uma comunidade e esta, por sua vez, a espalha ao mundo.

Quando as pessoas superam as desinteligências nas relações humanas (não só porque acham os outros bons ou incapazes de prejudicar os demais, mas porque compreendem e aceitam-lhes a parte humana, realizando também que o Cristo é o verdadeiro ser individual), a paz é estabelecida. Sim, só quando os indivíduos, em escala mais ampla, começam a reconhecer Deus como a Fonte de todos os seres, é que podem estabelecer a paz em sua consciência. Então poderão exteriorizá-la, tornando-a realidade numa sala cheia de pessoas. Deste modo, em progressão geométrica, esta paz se espalhará, para que o mundo inteiro a expresse.


A DEMONSTRAÇÃO DA CRISTICIDADE

Quando a totalidade de Deus se faz evidente, tangível e visível como Ser individual, o Pai continua sendo Ele mesmo, pois pode ser imanente e transcendente ao mesmo tempo. “Eu e o Pai somos um”, “Aquele que vê a Mim, vê ao Pai que me enviou… mas o Pai é maior que eu”. A plenitude do Pai revela-se como a consciência do Filho. Assim, a consciência do Filho é tão eterna e imortal quanto a do Pai. Em nenhuma outra fonte encontramos essa revelação, exceto na doutrina da Cristicidade: a plenitude do Pai, tornada manifesta como Filho. Todo o Poder do Pai, manifestado como Deus dando ao Filho o Seu domínio. Não que Deus legue ao Filho o Seu Poder, senão que Ele é domínio expresso como Filho, pois o Pai e o Filho são Um.

Assim nós, como seres individuais, achamos nossa plenitude em Deus. Somente quando encontramos a harmonia do ser, a cura, a prosperidade, EM DEUS, reconhecendo-as como a harmonia, a saúde, a abundância de Deus expressas em nós, é que encontramos realmente nossa própria harmonia, saúde, prosperidade como dons imortais, eternos e infinitos.

A demonstração de cura ou de suprimento não é propriamente o vigor físico ou capacidade humana de ganhar dinheiro. A real demonstração, em qualquer área, é de Cristicidade: a atividade do Cristo, por nós testemunhada. Quando Moisés suscitou uma coluna de fumo durante o dia, e uma coluna de fogo durante a noite, para guiar seu povo; quando fez brotar água da rocha; quando abriu o Mar Vermelho; ou quando fez cair maná do céu – não se limitou a suprimento e proteção, senão que demonstrou Cristicidade, que atende perfeitamente a tudo.

Hoje, a todo momento abrir-nos à cura de um resfriado, de uma dor de cabeça, indigestão, consunção ou câncer, mas, por favor, não nos esqueçamos de que estes vislumbres serão demonstrações da Cristicidade. Isto ocorre cada vez que identificamos o Cristo em nossos pacientes e estudantes. Se eles são responsivos, demonstram o poder e a presença de Deus como consciência individual – o Reino de Deus na Terra.

Toda demonstração do poder sanador e redentor de Deus é evidência de que o Pai é o Filho: a glória do Pai manifestada como imortalidade, saúde, harmonia, plenitude e integralidade do Filho. Tal é a demonstração da Cristicidade.


AS ASAS DO ALTÍSSIMO COBRI-LO-ÃO

O místico, no pináculo de sua iluminação espiritual, transpõe o visível e contempla a Presença ou o Poder oculto em ação. Com essa compreensão mais profunda de cada pessoa e objeto visível, ele pode testemunhar a Atividade do Espírito aparecendo como forma. Toda pessoa que alcança a comunhão consciente com Deus é agraciada com vislumbres do Infinito Invisível, que está continuamente produzindo e renovando o universo externo.

Algo parecido ocorre na experiência de um praticista de cura espiritual: num certo ponto do tratamento ou meditação, a atividade mental cessa e ele alcança um lampejo do homem real, aquela invisível parte de si mesmo, chamada Filho de Deus, que é o Cristo do ser individual. Cada um de nós tem uma invisível Seidade da qual da qual nosso aspecto visível é uma simples forma externa. Isto você pode provar por si mesmo, fechando os olhos e realizando que o Ser real, o você verdadeiro, está por trás de seus olhos, mas não é visível à consciência humana, quando você se olha no espelho. Aquilo que você vê não é você mesmo, senão a forma externa do Eu real, que é invisível, eterno e imortal, porque é a Presença de Deus em você. Quando tem este vislumbre, como Moisés no monte, você está pisando um solo santo, onde quer que você esteja, e terá outra visão, porque a real Presença de Deus estará olhando o mundo através de seus olhos.

Com meu intelecto não posso ver você e nem posso conhecê-lo pelo processo mental. Nem mesmo sua mãe, marido, esposa ou irmão pode conhecê-lo(a) realmente, porque seu Eu real é desconhecido a qualquer um deste mundo, exceto a você mesmo, quando iluminado; exceto pelas almas iluminadas pela consciente união com Deus, ou ainda daqueles praticistas espiritualmente esclarecidos que atingiram nível suficiente de iluminação para perceber sua essência espiritual.

Esta é a visão que resulta em cura ou solução de qualquer problema. Quando o praticista vislumbra, ainda que momentaneamente, o Cristo em você, Aquele que lhe transcende o sentido físico e mental do ser, naquele instante ocorre a Imaculada Concepção. Então o praticista concebe sua identidade espiritual. E esta verdadeira identidade faz depois sua demonstração espiritual, manifestando-se visivelmente.

“E o anjo, respondendo-lhe, disse: “O Espírito Santo te cobrirá com Suas asas, pois aquele santo Algo que nascerá de ti, será chamado Filho de Deus”.

Esta experiência ocorre a todo praticista espiritual dedicado. Quando ele está meditando, o Espírito Santo desce sobre ele; o poder do Altíssimo o cobre com Suas asas e então, naquela fração de segundo de concepção, o Cristo lhe é revelado: o Filho de Deus nasce nele.

Esta experiência não remove os efeitos da doença ou privação, para devolver-lhe a saúde e a abundância. Ela sana sua condição humana e restaura sua identidade espiritual. O praticista mental meramente transforma uma crença em doença numa crença em saúde, mas o praticista espiritual, que experiencia a unidade com Deus, vive somente para um propósito: para que o Espírito Santo desça e permaneça com ele, cobrindo-o com Suas asas.

Sempre que ele alcança esse estado, acontece a Imaculada Concepção: o Cristo é nele concebido – sendo depois formado, com a continuação do esforço, até que nasça nele. Mas só pode nascer quando morre a ilusão do erro de sua parte humana e a sua Seidade espiritual faça Sua demonstração tangível em sua experiência.


A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO

A descida do Espírito Santo, com essa experiência (de o Poder do Altíssimo cobri-lo com Suas Asas), ocorre somente quando você conquista alguma medida da realização de Deus como um único poder; quando tenha renunciado a todas as tentativas de lutar contra o erro, ou de usar a Verdade para vencer o mal; quando você cessar de resistir e de lutar, sabendo que “a batalha não é sua, mas de Deus” (“não por força nem por poder, mas pelo Espírito”). Quando você descansa nesta certeza e sabe que não é preciso combater nenhuma condição ou pessoa; que não adianta força física nem poder mental, porque tudo vem do Espírito (o Pai em você), então você repousa armas contra as chamadas forças e poderes deste mundo. Aí é que você chega à consciência da verdade de que só há um Poder: Deus. Então você sente a descida do Espírito Santo e o Poder do Altíssimo a cobri-lo com Suas asas. Só nessa condição é que sua consciência pode emanar, de você e através de você, a todos aqueles com quem você entra em contato, a força que lhe vem do Alto e de dentro.

No momento da concepção e do nascimento do Cristo em seu íntimo, você deixa de viver na parte humana para viver na Alma. A mente retoma sua própria função como instrumento dócil e fiel e seu corpo será utilizado como veículo de expressão e atividade do Cristo. Quando você realizar essa transição conscientemente, não perderá nunca mais seu corpo: mesmo que deixe esse plano, levará seu corpo com você. Entretanto ele continuamente surgirá para aperfeiçoar-se, de acordo com o seu conceito gradualmente mais perfeito do corpo. Você nunca mais deixará de ter um corpo e nem será privado da mente, senão que, agora, ambos, corpo e mente, tornar-se-ão veículos de expressão da Alma, pois esta se comunicará à parte humana através da mente, para que o corpo execute as funções do Ser. Cada fase de sua vida será, então, vivida diretamente pelo Espírito, que emanará do fundo de você.

Esta é a significação da Imaculada Concepção – a concepção do Cristo em sua consciência. Mas, repito, esse nascimento só ocorre numa vida transformada. Ele nasce em sua experiência pessoal quando você transcende o viver mental para um viver através da Alma. Então, você não é mais um ser humano. Você é um Cristo de Deus!


quarta-feira, março 04, 2015

Gratidão (Goldsmith)

- Joel S. Goldsmith -


É dito nos Evangelhos: “Por suas obras os conhecereis”. Esta Verdade se aplica à gratidão, que deve manifestar-se em atos. Quanto mais elevado for o conceito que uma pessoa tiver de gratidão, tanto maiores serão as suas obras de reconhecimento, e mais expressivas as demonstrações que recebe nesse campo.

Dar graças é reconhecer Deus como a Fonte única, abundante, infalível, contínua, amorosa e sábia de suprimento de todo o bem. É impossível ser grato sem exprimir em alguma medida a natureza de Deus no ato de agradecer, pois tudo vem de Deus e não de homens. A gratidão mesma tem significado que transcende a palavra que a representa ou os conceitos concebidos pelos homens a seu respeito. Suas profundas raízes atingem a realidade do Ser.

No sentido comum, a gratidão é o transbordamento de apreço às pessoas e circunstâncias pelas quais, aparentemente, recebemos tudo. Mas seu real significado vai muito além dos eventos e pessoas que a exprimiram. Uma pessoa não pode ser grata e nem ingrata. Não está no poder de ninguém dar, limitar ou negar o bem representado por qualquer coisa. A gratidão nada tem a ver com o ser humano, porque ele é apenas um veículo ou canal de expressão do amor de Deus.


A GRATIDÃO E O AMOR

A gratidão é uma das fases do amor... e o amor é Deus. É impossível manifestar gratidão sem manifestar amor, porque os dois são atributos afins de Deus, inseparáveis d’Ele. A gratidão é semelhante ao amor. Tal como o amor, a gratidão é Deus Se expressando através do homem ou como homem. Assim como é impossível amar sem exprimir, em alguma medida, a divina natureza nossa, também é impossível ser grato, sem exprimir, dentro de nosso entendimento, a natureza de Deus, no ato de agradecer: todo o bem procede de Deus e não do homem. Disse Cristo Jesus ao moço rico (que se julgava virtuoso): “Por que me chamas bom? Bom é só Um – o Pai celestial”.

É tolice dizer: “Gostaria de ser mais amoroso e grato”, “Gostaria de ser mais atencioso e serviçal”, etc.. Você não pode ser os dons de Deus. Compreenda claramente que a natureza humana é apenas um aspecto do Ser total. Como estamos demasiadamente identificados com essa parte periférica, humana, que é uma pequena fração do Ser integral, muita gente concebe, falsamente, que possa amar, ser sábia, ser grata, realizar grandes obras, curar, etc.. Nada mais inverídico! Se assim fosse, Jesus, que exprimia o mais alto nível de iluminação que a humanidade jamais conheceu, não diria humildemente de si mesmo: “Eu, de mim mesmo (natureza humana), nada posso. O Pai (o Divino interno que nos gerou) é Quem faz as obras”.

O homem, como ser humano, não pode ser mais e nem menos. Você não acharia graça se um cano lhe dissesse que ele gerou a água e reclamasse méritos por isso? Daí que os Evangelhos ensinem: “Depois de haver feito tudo que me incumbia, direi: servo inútil sou”.

Realmente, enquanto o ser humano toma a persona como um Todo, é um alienado de Deus. E quando chega à compreender que é um canal das graças divinas, então se torna nada, para saber que o Divino é Tudo. Não há outro ser real, senão o Divino, em nós, a Quem devemos tudo atribuir. É preciso que o eu falso diminua e o Cristo interno cresça. É necessário chegar ao ponto de o eu falso ser crucificado e o Eu real ressuscitar e elevar-se à plenitude de ação e de união ao Pai. Como disse Paulo: “Quando sou fraco (sem pretensão humana) sou forte (internamente”).

Deus é o amor e o suprimento de todo o bem. Ele é infinito Se o homem exprime apenas um dedal ou um copo de graças, a culpa não é de Deus, mas do homem que se limita com suas crenças falsas e negatividades. Na medida em que você se abre ao Divino e Lhe permite maior expressão, seguramente canalizará mais de sua infinidade. Não é que as pessoas retenham o divino amor. O homem não tem poder sobre o amor. O amor continua incólume, inteiro, livre e puro, ainda que o homem não o exprima. E quando o homem exprime amor, em verdade, é Deus Se exprimindo por ele ou como se fosse ele.

Deus não Se exprime de modo limitado e finito. Se ele não encontra meios suficientemente amplos para exprimir o Seu amor, valer-se-á de outros canais mais generosos. O erro não é de quem parece negar ou limitar o divino amor ou até odiar.  O equívoco está em quem espera receber amor de uma pessoa determinada e fica a exigir-lhe, insatisfeita e a condená-la, julgando que ela está retendo o amor a que tem direito. Ninguém pode reter e bem dar o que não é dele. E o amor é de Deus. De uma vez por todas, ponhamos de lado a ideia de que uma pessoa possa ter amor. Não teimemos em apontar a pessoa que nos deve amor. Ergamo-nos a Deus, que é amor e suprimento. Ele sabe como, por quem e quando nos fazer chegar esse amor e suprimento. Ainda que você não esteja recebendo de quem acha ter o direito de esperar, você não pode mudar ninguém. Mas você pode mudar a demonstração. Não fique a olhar para as pessoas. Olhe para Deus e só d’Ele espere. Então o amor lhe virá de algum modo, mesmo que seja por um canal que não esperava.

Guardemos bem isto: não determinemos a direção de onde nos há de vir o amor e suprimento. Ele sempre vem de Deus. Quando compreendemos claramente isto e nos abrimos a Ele, tudo muda!


GRATIDÃO E SUPRIMENTO

Há estreita relação entre a graça e o suprimento. É frequente ouvir pessoas que, ao exprimir sua gratidão com algum bem material, comenta: “Se eu pudesse, daria mil vezes mais que isto, para pôr-me à altura de tudo que recebi”. É pena que a maioria das pessoas não entenda ainda o sentido mais profundo do amor, do suprimento e da gratidão. Se é verdade que Deus, muitas vezes exprime Seu amor com provisão material, isso não quer dizer que a gratidão possa ser compensada com bens materiais. Infelizmente, a maioria pensa dar e amar pelo humano e, por isso, espera recompensa pelo humano. Acham que, tendo materialmente mais, podem exprimir mais sua gratidão. Grande engano!

Todavia, como devemos compreender e aceitar os demais conforme seu grau de compreensão, não nos esqueçamos de “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, isto é, sejamos gratos aos canais da provisão e do amor de Deus, alegrando-nos de que possam exprimir os divinos dons e desejando que eles os exprimam cada vez em maior abundância, por sua elevação da consciência. Ao mesmo tempo, nunca olvidemos que Deus é a única Fonte de suprimento e que tudo provém d’Ele. A Ele, sempre, é que devemos endereçar a ação de graças.

Não há limite para a gratidão que podemos exprimir, já que sabemos que tudo vem de Deus.

Não há limite para o amor que podemos exprimir, já que o amor é Deus e d’Ele provém.

Não há limite para o suprimento que podemos experienciar e partilhar – mesmo em dinheiro – sabendo que Deus é o único Provedor.

O ponto mais importante, e que não devemos esquecer, é que Deus é seu Eu real e você possui, latente, toda a infinidade dos divinos dons e da divina capacidade. Não há limites para sua expressão. Você pode exprimir a infinidade que está em germe em você. Não basta teorizar esta Verdade. É preciso tomar consciência dela. É importante começar a conscientizar, a observar e dissolver, paciente e firmemente, as emoções negativas, as crenças equivocadas, as fantasias e demais bloqueios formados em nossa parte humana, a fim de que nos abramos e nos elevemos a este maravilhoso cosmo divino, que está sempre nos mandando mensagens de verdade e de amor e não podemos escutar. E se escutássemos, não poderíamos compreender. É indispensável este trabalho sobre nós mesmos, esta transmutação, que irá rompendo o véu da ilusória separatividade, até que possamos dizer como o Cristo: “Eu e o Pai somos um”.

Recordemos a promessa do Mestre: “As obras que eu faço, vós as fareis, e maiores obras ainda fareis, se me fordes fiéis”. Ele se referia à fidelidade com nosso próprio Cristo interno, em Quem reside toda a infinita possibilidade do Ser, quando Lhe fazemos a vontade.


sábado, fevereiro 28, 2015

Vivifique o presente!

 
 - Núcleo -

Vivifique o presente!

Isto significa: vivifique o agora, conscientize-se do presente!

No âmago do ser humano vive o Ser Real, o “Eu Verdadeiro”, que está encoberto pela visão da mente de nossos personagens, ou seja, está encoberto por nossas “personas”, que são “máscaras” que velam o Ser, que encobrem o Ser Real.

Já foi dito que a palavra “presente” tem um duplo significado: O de momento presente e o de aquilo ou aquele que é presente. Aquele que é presente é o Ser Real, o Eu Verdadeiro.

O que cria, o que gera a persona [a máscara que encobre o Eu Verdadeiro] são os pensamentos. Através dos pensamentos nos identificamos apenas como sendo seres individuais, separados de Deus. Mesmo o pensamento de que “somos um com Deus” não nos leva a percepção de Quem Somos. O “acreditar” [que é forma de perceber mentalmente] que somos um com Deus não nos conscientiza de nossa natureza divina. Por isso Jesus disse enfaticamente que: “Quem não comer da minha carne e quem não beber do meu sangue não terá a Vida eterna.” O que Jesus revelou ao dizer “comer a Minha carne e beber o Meu sangue” foi que devemos nos conscientizar da Sua natureza divina e nos fundirmos nela, tornando-se também a nossa. Em outras palavras, que devemos nos elevar da crença [percepção mental] da natureza divina de Jesus para a percepção [percepção consciencial] de Sua essência [Sua carne e Seu sangue] em nós. Fazemos isso vivificando “o presente”, ou seja, vivificando “Aquele que é presente”, o Cristo Eterno. Assim, “vivificar o Presente” significa que devemos vivificar a Vida de Deus EM nós.

Como fazer isso, como “vivificar o presente”? Comece onde você está! Perceba que o seu personagem está num certo contexto [é isto o que ele "pensa"; e não apenas pensa, mas também analisa e julga o contexto onde está. E dependendo do julgamento mental você se sentirá feliz ou infeliz]. Seu personagem está num certo contexto mas você vive no Reino de Deus! A percepção de que você vive agora no reino de Deus não é mental; ela não é fruto de “pensamento, análise e julgamento”; e se continuar “pensando”, apenas “terá razão”; você continuará no nível da percepção mental, que se auto-alimenta de conceitos e percepções mentais, de raciocínio, de lógica, enfim, de razões…

Contudo, num nível que transcende os conceitos e o raciocínio está a Vida! A Vida verdadeira não é a vida mental. A Vida verdadeira é a Vida de Deus, é a Verdade que pode e deve ser conhecida, mas não pode ser “pensada”, porque os pensamentos a expressam em conceitos, e a Vida verdadeira é algo real, algo não conceitual.

Existe em nós algo que nos possibilita perceber essa “Vida verdadeira” que é a própria Vida! Parece ser paradoxal para a mente que pensa, mas é real. Quando Jesus Cristo revelou que: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai Pai senão por Mim”, quis dizer que “o Pai” é Deus e que Deus é Vida; e que a Vida de Deus é Quem Sou porque “Eu e o Pai somos Um”.

Ao revelar isso ele estava se referindo ao Cristo eterno que Vive EM nós. Este é nosso "Eu Verdadeiro", Aquele que é “presente” no “reino de Deus”, que está “dentro de nós”.

Portanto, devemos “comer e beber  dessa carne e desse sangue”, ou seja, devemos perceber [nos conscientizar] e desfrutar essa essência divina, que é a Vida de Deus, o Cristo que vive EM nós.

Por fim, aquilo que “aciona essa “conscientização” é o ato de compartilhar. “Não há percepção sem ação”!

Enfim, para ativar a percepção que transcende o nível dos pensamentos, comece onde está, pois, a Vida de Deus já está presente em você. Deixe os conceitos mentais de lado e desfrute dessa percepção, ou seja, coma, beba e sacie-se dela. E por fim a compartilhe; compartilhe generosamente.

O ato de compartilhar é que sedimenta em você a percepção do Presente.

Por isso compartilho a percepção; por isso esta mensagem está chegando  a você; por isso Buda compartilhou a iluminação que percebeu e desfrutou; por isso Jesus compartilhou o que “ouviu do Pai”.

Ao compartilhar o que perceberam e desfrutaram, eles “vivificaram Aquele que é Presente” neles, vivificaram Quem São e em o fazendo vivificaram Quem Somos, vivificaram a Vida de Deus, o Cristo que Vive EM nós.

Sim! Vivifique o presente!

Namastê.