- Dorothy Rieke -
Farei agora algumas observações acerca destes exemplos e das citações da Sra. Eddy, desejando que se torne cada vez mais clara a verdade de que a morte é totalmente irreal. Na verdade, não se passa nada no processo humano denominado transição e é por isso que não devemos temê-lo.
Ponto 1 – Quem é que alcançou realmente a vitória sobre a morte no último exemplo? Não menosprezando o valor daqueles que faziam o seu trabalho de oração, foi a própria paciente quem se mostrou disposta a querer continuar a viver, recusando-se a consentir na ideia da morte. Não terá sido esse o motivo que tornou possível o sucesso da oração daqueles que a auxiliavam? A jovem não planejou morrer, nem aceitou tal ideia. Se afirmamos a nossa imortalidade, devemos então regozijarmo-nos por compreendê-la e nos recusar a reconhecer a morte como sendo alguma coisa; se não a planejarmos, nem a consentirmos, não podemos morrer.
Ponto 2 – Se a pessoa descobre que já não pode mais se comunicar com aqueles com quem estava, procura outros interlocutores e encontra os seus entes queridos que haviam desaparecido antes dela. Cito como referência a este ponto o poema da Sra. Eddy contido no livro Escritos Miscelâneos, na página 385: “The Meeting of My Departed Mother and Husband.” (“O encontro dos meus falecidos mãe e marido”); neste poema, chamo a vossa atenção para o tema do reencontro com os entes queridos, pois a Sra. Eddy tomou como certo o fato de que a sua mãe decerto acolheria o seu marido, o Dr. Asa Eddy. Este tema é novamente desenvolvido no livro texto: “Só há um momento em que é possível aos que vivem na terra comunicarem-se com aqueles a quem chamamos mortos, e esse é o momento que precede a transição — o momento em que o elo entre duas crenças opostas se está rompendo. No vestíbulo pelo qual passamos de um sonho a outro, ou quando despertamos do sono terrenal para as grandes verdades da Vida, os que se vão podem ouvir as boas-vindas daqueles que se foram antes. Os que se vão podem sussurrar essa visão, pronunciar o nome daquele cuja face lhe sorri e cuja mão lhes acena, como alguém que, diante do Niágara, só tendo olhos para essa maravilha, esquece tudo o mais e expressa em alta voz seu arrebatamento.” (pág. 75: 21-6)
Ponto 3 – O homem desperta com o mesmo conceito mortal ou corpo que tinha no momento da transição. A Sra. Eddy desenvolve esta ideia em Ciência e Saúde, empregando o seguinte provérbio popular: ” ‘Como a árvore cai, assim tem que ficar.’ Tal como o homem adormece, assim acordará. Tal como a morte encontra o homem mortal, assim ele será depois da morte, até que a provação e o crescimento efetuem a mudança necessária.” (pág. 291: 22-26) Esse homem conservou um conceito de um corpo físico depois da morte semelhante aquele que possuía antes e está certamente em contradição com a antiga crença ortodoxa que, afirma que o homem se torna espiritual no instante em que morre.
Atenhamo-nos ao exemplo daquele indivíduo que ao morrer, transportou consigo o seu conceito mortal de corpo. Recordemos agora a forma explícita com que a Sra. Eddy declara na sua carta que, se aquele que parecia morto se tivesse voltado e observado a cadeira sobre a qual estivera sentado, a teria visto vazia. No livro texto, esta conclusão é confirmada na citação seguinte: “Os mortais despertam do sonho da morte com corpos que não são vistos por aqueles que pensam estar sepultando o corpo.” (pág. 429:15) Reparem que ela não afirma que estes últimos enterrem o corpo, mas sim que “pensam estar sepultando” o corpo. Mais adiante, falando do corpo depois da morte, diz-nos: "(…) a mente humana ainda mantém, na crença, um corpo por meio do qual age e que para a mente humana parece viver — um corpo como o que tinha antes da morte. Esse corpo é abandonado somente quando a mente mortal e errônea cede a Deus, a Mente imortal, e se verifica que o homem é a Sua imagem.” (pág. 187: 30-3). Decerto, a verdade de que no sonho da transição o homem leva consigo o seu conceito humano de corpo acentua a irrealidade da morte. Não deveríamos, então, rejeitar o nosso sentido mortal acerca do corpo atual, regozijando-nos na nossa espiritualidade e imortalidade?
Ponto 4 – Aqueles que já partiram, despertam para o reconhecimento da irrealidade da morte. Em Ciência e Saúde lemos: “O pensamento despertará de sua própria declaração material: Estou morto, para ouvir esse toque de clarim da Verdade: Não há morte, não há inação, nem ação mórbida, nem ação excessiva, nem reação.” (pág. 427: 34-2) A ideia de que transportamos conosco o nosso conceito humano de corpo facilita a nossa compreensão de que a morte não existe.
Em Escritos Miscelâneos, a Sra. Eddy declara: “Ao despertar do sonho da morte, aquele que julgava estar morto comprova que se tratou apenas de um sonho e que não morreu.” (pág 58: 5-7)
O antecedente põe em evidência um outro fato: o de que uma cura pode ocorrer imediatamente após a “transição”. A citação completa é dada em resposta à seguinte pergunta: “Se alguém morreu de tuberculose e já não se recorda de nada acerca da sua enfermidade ou sonho, terá ainda essa enfermidade algum poder sobre ele?” (Escritos Miscelâneos, pág. 58: 1-3) Não, e isso reforça a ideia de que logo que esse alguém entenda que não morreu “compreende que a tuberculose não causou a sua morte. Quando se destrói a crença no poder da moléstia, a moléstia já não pode reaparecer.” (pág. 58: 7-10) Não é razoável aceitar que, havendo o homem perdido o medo e a crença na morte, não pode deixar de constatar a irrealidade daquilo que supostamente a causou? Desprovido do medo e da crença na morte e na moléstia, não desejaria realmente o homem ser curado?
Ponto 5 – Para onde foram os entes queridos já falecidos? Não foram para lugar algum. Para onde poderiam eles ter ido? Não temos todos nós o nosso ser na Mente única e não é nela, que “vivemos e nos movemos”? Onde poderíamos nós estar senão no reino da Mente divina? É somente devido a um falso conceito humano que admite que um ente querido pode ser afastado da nossa vista, que parecem existir estados, etapas e níveis de existência capazes de os afastar de nós.
A respeito da morte de Edward A. Kimball, a Sra. Eddy escreve, em MisceIIany (pág. 297: 18-24): “O meu querido amigo Edward A. Kimball, cujo ensinamento claro e correto da Ciência Cristã foi e continua a ser uma fonte de inspiração para muitos, está tão vivo agora como estava há um ano atrás, quando aqui me veio visitar. Se de fato pudéssemos compreender essa verdade, poderíamos vê-lo aqui e constataríamos que ele nunca havia morrido; esta é a demonstração da verdade fundamental da Ciência Cristã.” Comecemos desde já a nos alegrar com o fato de não possuirmos qualquer concepção errada sobre a vida ilimitada; não aceitemos sequer que o homem seja capaz de morrer e ir para outro local, nem reconheçamos a morte como um sonho ou como uma ilusão; porque sabemos que a morte é totalmente inexistente, elevemo-nos à compreensão e ao reconhecimento de que todos os filhos de Deus, vivem numa única Mente, imortal e perfeita. E por esse motivo que não precisamos experimentar a dor de uma separação, porque esta não existe.
Uma das crenças que é abandonada após o despertar do sonho da morte é a crença na idade. Depois de se ter alcançado a total convicção de que o nascimento e a morte não existem, é 1ógico e natural que se demonstre a consequente irrealidade da idade.
Ponto 6 – O despertar para a irrealidade da morte é de tal modo inspirador e revelador da imortalidade, que certamente conduzirá a um rápido crescimento espiritual.
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