"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quarta-feira, junho 06, 2018

"Eu sou Brahman"

 
- Núcleo -


"Mantenha este pensamento em sua mente: 'Eu não sou um simples ser humano, eu sou a personificação da Divindade'. Tenha essa convicção fixada em sua mente e você perceberá essa verdade. É dito: 'O conhecedor de Brahman (Deus) torna-se, verdadeiramente, Brahman' (Brahmavid Brahmaiva Bhavathi). Se você se percebe como Divino, você se torna Divino. Se você se considera um ser humano, você permanecerá assim. Embora sua forma seja a de um ser humano, há o princípio do Atma em você. Para reconhecer esse Atma, você precisa manter seu coração puro e livre de negatividade." (Sathya Sai Baba)


O pensamento acima, expressado por Sai Baba, contém a base do ensinamento do Núcleo. Por isso, quero compartilhá-lo. Permitam-me comentar brevemente duas frases deste texto, muito elucidativas: 

1- "Tenha essa convicção fixada em sua mente e você perceberá essa verdade."

 Destaco: "você perceberá."

Note que não se trata de uma conclusão mental, fruto de raciocínio ou da lógica, mas sim de uma "percepção", uma percepção que não provém da mente humana, mas de uma certeza, uma "firme convicção" de que existe algo além da realidade perceptível pelos cinco sentidos humanos de percepção. Essa "convicção" emerge da Consciência divina em nós. É a percepção consciencial, o escopo do Núcleo, que é a conscientização de que temos essa percepção e que ela deve ser ativada por cada um de nós para que "a verdade" nos seja revelada ou melhor, desvelada!

Observe que a primeira frase completa é esta: "você perceberá essa verdade"  A segunda frase a ser destacada é essa:

2- "Se você se percebe como Divino, você se torna Divino."

Note! "Se você se percebe... você se torna."

Quando se ativa a "percepção consciencial" de imediato desvela-se o Ser Real. O Ser Real é aquilo que realmente somos. Enquanto percebermos a realidade com os cinco sentidos - ou seja, mentalmente -, nos identificaremos como sendo "seres individuais" e separados do Todo; e assim nos veremos como "pessoas", palavra que denota o sentido de "personas", máscaras, ou personagens. Enquanto nos identificarmos mentalmente, nos veremos como sendo "personagens do Ser". Quando ativamos a percepção consciencial, a ilusão causada pelos cinco sentidos se esvai e então percebemos nossa real identidade, percebemos que somos o próprio "Ser Real". Há uma passagem bíblica que revela este acontecimento interno, esta iluminação:

"Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de Ser. Sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-Lo como Ele é." (1 JOÃO 3:2)

Amigos, a mesma mensagem tem sido passada desde tempos imemoriais. É a mensagem de que o "Ser Real", o "Espírito Santo", habita em nós; que nossa verdadeira identidade é Divina; de que vivemos no Universo da Consciência do Ser e que estamos representando personagens num teatro divino e que podemos ter a percepção disso, despertando em nós a percepção dessa Consciência do Ser em vez de permanecermos indefinidamente na percepção da mente do personagem que estamos representando. 

Todos são o Cristo! Só há Um Senhor e Ele está na Consciência de cada um e de todos os seres! Há personagens que escolhem manifestar esse Ser, essa Consciência Interna de cada ser. Todo ser humano é antes o Ser, o próprio Ser, escolhendo ser "humano"! Eu Sou o Ser! Não existe outro Ser além de Mim. Só há um Ser, o Ser Real Único.

Mas isto não deve ser apenas "apreendido intelectualmente", mas "percebido". A sutileza, o segredo está em "perceber", não em acreditar ou em concordar com belas palavras ou textos alheios, pois permanecerão sendo apenas isso: "alheios".

A Verdade deve emergir da Consciência Interna, ela se revela como "percepção", não como crença ou concordância. A Verdade expressa por outro personagem, seja ele Jesus, Elias, Eliseu ou Buda devem ser percebidas consciencialmente, é algo essencialmente pessoal e interno.

De nada adianta ler ou compilar textos e textos e mais textos de outrem sem uma certa dose de percepção de que tudo isso se refere a Mim, ao Ser que "Eu Sou". 

Os textos sagrados abordam uma realidade a ser desvelada, uma conscientização a ser feita. A percepção mais elevada é a consciência de que Somos o Ser Real.

Nem por isso precisamos "descartar o personagem". Eu quer ser cada um de nós. E efetivamente está sendo. Podemos viver a vida, a representação do personagem inconscientes de Quem realmente somos, ou podemos desfrutar a "percepção" de que nosso "Eu" real está muito além do que a mente do personagem imagina.

Percebo que sempre que os personagens ativam a percepção consciencial (que já está em cada um), Eu age de forma sobre-humana (além do personagem), e fora das leis ou regras que existem no âmbito da mente. É quando as coisas extraordinárias passam a acontecer. Mas a mente do meu personagem não tem conhecimento de como isso acontece, só sabe que é real, o mistério do que Eu Sou permanece, porque é incomensurável.

A realidade para um personagem como Jesus ou Buda é a realidade para todos os outros personagens porque trata-se de uma "realidade impessoal". A Verdade é sempre impessoal: se vale para um vale para todos.

Se puderem assimilar essas mensagens do Núcleo, vocês presenciarão essa Consciência Se manifestando. E assim tem sido para este personagem, porque este personagem não se interpõe naquilo que Eu quer manifestar ou revelar a todos. É a Consciência do Ser que habita em Mim Se expressando. Este Ser idealizou toda a sequência de eventos a fim de que a mensagem nuclear fosse difundida e, de fato, está sendo. Essa mensagem atemporal faz com que os nossos cálices transbordem, e é por isso que aqui a compartilho. Todos estão sendo convidados a se darem conta (ou seja, de que percebam) Quem realiza as obras.

Seja Um com o Pai que habita em você. Permita que essa Consciência Se expresse através de você e como você. Só assim poderá comprovar que essa Consciência do Ser é a Sua Consciência. Você pode se elevar em Consciência e perceber que você é o próprio Ser Consciente de Quem É; e que este Ser é Único, embora Se manifeste como sendo muitos. Sendo Único só há uma consciência; esta Consciência não pertence ao personagem, é impessoal.

Saúdo a todos os divinos personagens.





6 comentários:

Luiz disse...

Isso tudo é muita loucura!!!! Chego a conclusão que é praticamente impossível acordar deste "Hipnotismo". Tudo joga contra! Fico perdido nessas sutilezas "casacas de bananas" do mundo carnal... A sensação que tenho é que estou trancado dentro de um armário com a chave do lado de fora.... Desisto!!!!!

Templo disse...

Realmente, Luiz!

Maya foi feita pra fazer ser impossível alguém conseguir escapar de suas prisões/ilusões.

Sai Baba, ao discorrer sobre maya, disse: "Entre Mim [O Ser Real] e este Universo move-se maya, denominada ilusão. Deveras, é difícil, uma árdua tarefa o homem alcançar ver além de maya. Numa fração de segundo revira o mais poderoso dos homens de pernas para o ar! Somente aqueles que são plenamente ligados a Mim podem vencer maya. Maya é a causa de todo esse universo, mas não é a causa de Deus. Sou Eu a autoridade que a dirige. Este universo, que é produto de maya, move-se e se comporta de acordo com a Minha Vontade. Assim, a pessoa que estiver ligada a Mim e se conduza de acordo com a Minha Vontade não pode ser prejudicada por maya; maya reconhece autoridade nela também."

É nesse aspecto que entra o conceito [Cristão e Hindu] de que para conseguirmos a libertação necessitamos que a Graça Divina desça sobre nós. É a Graça que vem e nos liberta. Nós não nos libertamos, pois, perante maya, somos pequenos demais para realizar tal façanha.

Se a Divindade não vier para nos libertar, estamos perdidos.

Mas há uma revelação: Se a cada um de nós é possível alcançar libertação, é porque já fomos libertos. A Graça já veio. A Graça já nos libertou. Somente assim é que nossa libertação seria possível. Se a Graça de Deus já não estivesse presente, então não haveria a menor possibilidade.

Nós já estamos livres das garras de maya. Mas dificilmente essa Verdade pode ser afirmada levando em consideração o mundo visível. Essa Verdade habita o Universo Invisível aos sentidos da mente. Então, o que fazer? Devemos contemplar meditativamente a Verdade de que já estamos libertos, vivendo plenamente na Realidade que é Deus. Deus é um Ser Espiritual (o Espírito é invisível para a mente e os sentidos humanos), e nós também somos um Ser Espiritual, pois "vivemos, nos movemos e temos o nosso Ser em Deus". Deus é um Universo Espiritual completo e infinito. E Deus é tudo. Decorrente disso, o Universo Espiritual é tudo o que existe. E o universo físico (com todas as suas dualidades, limitações, imperfeições) não existe. Nosso trabalho é meditar compenetradamente no Universo Espiritual (admitindo unicamente a existência perfeita de Deus), fechando totalmente os nossos olhos para o universo material.

É assim que nós sintonizamos com a Graça. E à medida que praticarmos isso cada vez mais, o universo visível refletirá mais e mais a harmonia do Universo Invisível. Até que, por fim, chegará o momento em que o nosso estado de libertação se manifestará também na experiência do mundo físico.

Alcançar isso requer muita vontade, trabalho, disciplina e dedicação.

"E então Me invocareis, e ireis, e passareis a orar a Mim, e eu vos ouvirei. E buscar-Me-eis, e Me encontrareis quando tiverdes Me buscado de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei mudar a vossa sorte." (Jr. 29: 12-14)

Reverências!

Anônimo disse...

Luiz, já conhece a obra de Tom Campbell? É uma linguagem diferente, mas quando você disse "Tudo joga contra", eu me lembrei dele.

Talvez daqui do mundo do avatar, do sonho, do mundo falso, do jogo, seja proposital que o mundo Verdadeiro nos pareça nublado, obscuro, sem muitos contornos definidos exatamente para que joguemos o jogo.

Talvez (olha outro "talvez" aí) seja melhor, neste momento, em vez de "acordar", abandonar o jogo, descobrir mais e maiores recursos que possa nos beneficiar "no jogo". Sabe as armas dos avatares nos jogos de vídeo games?

Tem muita coisa que a gente ainda não descobriu do funcionamento desta vida, digo, deste jogo. Acho que ele pode ser divertido se descobrirmos mais.

Templo disse...

Gratidão por seu comentário, Anônimo.

A existência neste mundo (ou universo) dual pode ser vista como um jogo. Essa é uma maneira/explicação de entender o que está acontecendo aqui.

Permita-me pegar o gancho de seu comentário e acrescentar algumas palavras.

Este universo visível não é necessariamente uma "prisão". Ele é também um "parque de diversões". Maya nos faz ver o jogo como uma prisão cruel, de dualidade, dificil de escapar. Mas uma vez que a dualidade é superada, então o jogo é vivido a partir de uma percepção de unidade. Aí a existência se torna prazerosa. Antes era sofrimento.

É por isso que, na linguagem do Núcleo, este jogo de "existir" não é chamado de "prisão". Dizemos que ele é uma Representação. A representação pode assumir diversas facetas. Ela é "prisão" para os que estão aprisionados na separação (maya), e um parque de diversões (um oceano de luz, onde tudo expressa a divindade) para os que estão em unidade coMigo. O mundo não é bom e não é mau, ele apenas reflete a percepção com a qual olhamos para ele.

Justamente por ser uma representação, cada personagem está livre para continuar representando o seu papel enquanto assim desejar. Há aqueles que não desejam sair da representação, e sim continuar vivendo, desvendando e descobrindo coisas cada vez mais interessantes e divertidas (conforme você falou). Lembre-se do que Sai Baba disse: "A pessoa que estiver ligada a Mim e se conduza de acordo com a Minha Vontade não pode ser prejudicada por maya". Somente dentro dessa condição é que viver na representação revela ser uma experiência boa, divina.

Não há limites para o que pode ser vivenciado na Representação. Mas para que isso seja possível, todos os personagens devem estar ligados a Mim. Se os personagens estiverem em unidade coMigo, Eu posso revelar a eles a Minha realidade divina e proporcionar a cada um todas as Minhas bem-aventuranças.

Namastê!

Anônimo disse...

Acho que porque já tive momentos como os do Luiz, sinto o impulso de dizer algo mais para ele, se o Gustavo permitir, é claro.

Amigo, é assim mesmo e ouso dizer que você não vai desistir. Alguém tão comprometido com a Verdade que é capaz de decepcionar-se por não A estar vendo não consegue realmente desistir.

Experimente neste momento deixar um pouco de lado esse objetivo e todas as ideias sobre a Divindade, seja ela chamada por qual nome for. Tire um tempo todos os dias para dizer "Eu te amo, Luiz", como um mantra. Não sei em que estágio de compreensão e estudo se tem que estar para isso acontecer, mas aos poucos pode acontecer de você ir percebendo uma distância entre o "Eu" e o "Luiz", que poderá passar a ser compreendido não mais como alguém, mas como algo, uma história ao mesmo tempo que é também um ponto de vista dentro do Eu. Pode vir também, sempre aos poucos, sem forçar, uma sensação nítida como uma percepção de que você não é apenas Luiz, mas tudo à sua volta é tão você quanto ele, até as aranhas podem parecer familiares e parte de você, ligadas a você, dentro de voce. O mundo todo, suas circunstâncias particulares estão todas acoradas em você, só existem porque você existe.

O jogador não é o Luiz, o Jogador é o Eu, a Consciência.

Tudo de bom para nós todos porque o bem não é apenas o nosso direito, é a nossa realidade.

Templo disse...

"Amigo, é assim mesmo e ouso dizer que você não vai desistir. Alguém tão comprometido com a Verdade que é capaz de decepcionar-se por não A estar vendo não consegue realmente desistir."

Amigo Anonimo,

Faço minhas as suas palavras!

Namastê!