"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quinta-feira, setembro 13, 2012

Maya (ilusão) 1/2

Meher Baba


I - FALSOS VALORES

Todo mundo quer conhecer e perceber a Verdade, mas a Verdade não pode ser conhecida e compreendida como Verdade a menos que a ignorância seja conhecida e compreendida como sendo ignorância. Daí surge a importância da compreensão de Maya, ou o princípio da lgnorância. As pessoas lêem e ouvem muito sobre Maya, mas poucos entendem o que ela realmente é. Não basta ter uma compreensão superficial de Maya, é necessário que Maya seja entendida como ela é, na sua realidade. Entender Maya, ou o princípio da Ignorância, é saber a metade da Verdade do universo. A ignorância em todas as suas formas deve desaparecer de modo que a alma possa se estabelecer no estado de Autoconhecimento.

Por isso, é imperativamente necessário que a humanidade saiba o que é falso, que reconheça o que é falso para se livrar do falso ao saber que ele é falso. Qual é a natureza essencial da falsidade? Se o verdadeiro é conhecido como sendo verdadeiro ou se o falso é conhecido como sendo falso, não há falsidade, apenas uma forma de conhecimento. A falsidade consiste em tomar o verdadeiro como sendo falso ou o falso como sendo verdadeiro, isto é, ao considerar que algo é diferente do que realmente é em si mesmo. A falsidade é um erro no julgamento da natureza das coisas.

De um modo geral, existem dois tipos de conhecimento: os julgamentos puramente intelectuais sobre os fatos da existência, e os julgamentos de valor, que implicam na apreciação do valor ou da importância das coisas. Os julgamentos puramente intelectuais ou as crenças derivam sua importância do fato de estarem relacionados com valores de alguma forma. Divorciados de valores, têm muito pouca importância em si mesmos. Por exemplo, ninguém tem muito interesse em contar exatamente o número de folhas de uma determinada árvore, apesar de que do ponto de vista puramente teórico tal informação seria uma forma de conhecimento. Tal informação ou conhecimento é tratado como insignificante porque não está vitalmente ligado a outros valores. O conhecimento intelectual torna-se importante quando permite ao homem perceber certos valores, dando-lhe o controle sobre os meios para sua realização ou quando ele entra na própria avaliação como um importante fator, modificando ou afetando de alguma outra forma os valores aceitos.

Assim como existem dois tipos de julgamento, há dois tipos de falsidade: os erros em aceitar como fatos coisas que não são fatos e erros de avaliação e valorização. Os erros de avaliação podem ser cometidos nos seguintes aspectos: (1) ao tomar como importante o que não é importante, (2) ao tomar como sem importância o que é importante, ou (3) ao dar uma importância a uma coisa diferente da importância que ela realmente tem. Todas essas falsidades são criações de Maya. Embora Maya inclua todas as falsidades do ponto de vista espiritual, há algumas falsidades que contam e algumas falsidades que não contam muito. Se uma pessoa considera um trono ser maior do que ele é, seria uma falsidade, mas isso não importa muito. Por outro lado, se uma pessoa considera o trono como sendo tudo e como o objetivo de sua vida, essa seria uma falsidade que afetaria substancialmente o curso e o significado de sua vida. Em geral, os erros de valorização são muito mais eficazes em desencaminhar, perverter e limitar a vida do que os erros nos julgamentos puramente intelectuais sobre certos fatos objetivos.

Os erros na valorização surgem devido à influência de vontades e desejos subjetivos. Os valores verdadeiros são valores que pertencem às coisas em seu próprio direito. Eles são intrínsecos e por serem intrínsecos são absolutos e permanentes e não são passíveis de mudança de tempos em tempos ou de pessoa para pessoa. Falsos valores são derivados de desejos ou vontades. Eles são dependentes de fatores subjetivos e sendo assim dependentes, são relativos e impermanentes, podendo sofrer alterações ao longo do tempo e de pessoa para pessoa.

Por exemplo, um indivíduo que está com muita sede e está em um deserto como o Saara pensa que nada é mais precioso do que a água, enquanto alguém que tem em mãos uma abundância de água e que não está com muita sede não dá a mesma importância a ela. Da mesma forma, uma pessoa que está com fome, considera a comida muito importante, mas o indivíduo que teve um jantar completo nem sequer pensa em comida até que esteja com fome novamente. A mesma coisa aplica-se a outros desejos e anseios que projetam valores imaginários e relativos para os objetos que satisfarão esses desejos e anseios.

O valor dos objetos dos sentidos é grande ou pequeno de acordo com a intensidade ou a urgência com que são desejados. Se esses desejos e anseios aumentam, os objetos correspondentes assumem maior importância. Se sua intensidade ou urgência diminui, os objetos também perdem muito de sua importância. Se os desejos e anseios aparecem intermitentemente, eles retêm seu possível valor quando os desejos e anseios estão latentes e seu valor real quando eles se manifestam. Esses são todos os falsos valores, pois não são inerentes aos próprios objetos. Quando, à luz do verdadeiro conhecimento, todos os desejos e anseios desaparecem completamente, os objetos trajados com importância através da operação desses desejos e anseios perdem imediatamente toda sua importância emprestada e parecem sem sentido.

Assim como uma moeda que não esteja em uso corrente é tratada como sem valor, embora tenha uma espécie de existência, os objetos dos desejos e anseios, quando vistos em sua vacuidade são tratados como falsos, ainda que esses objetos possam continuar a ter algum tipo de reconhecimento. Eles todos existem e podem ser conhecidos e vistos, mas já não significam a mesma coisa. Eles sustentam a falsa promessa de satisfação de uma imaginação pervertida pela luxúria e pelos desejos; ainda assim, para uma percepção tranquila e constante, são vistos como sem importância alguma quando considerados como separados da alma.

Quando um ente querido morre, há tristeza e solidão, mas essa sensação de perda está enraizada no apego à forma, independentemente da alma. É a forma que desapareceu e não a alma. A alma não está morta; em sua verdadeira natureza ela nem mesmo foi embora, pois ela está em toda parte. No entanto, através de apego ao corpo, a forma era considerada importante. Todos os anseios, desejos, emoções e pensamentos estavam centradas sobre a forma, e quando, a forma desaparece através da morte, existe um vácuo, que se expressa através de falta do falecido.

Se a forma como tal não tivesse sido sobrecarregada com falsa importância, não haveria tristeza em perder a pessoa que faleceu. O sentimento de solidão, a memória persistente da pessoa amada, o anseio de que ele ou ela devesse ainda estar presente, as lágrimas de luto e os suspiros de separação, devem-se todos à valorização falsa, ao trabalho de Maya. Quando uma coisa sem importância é considerada importante, temos uma manifestação principal do trabalho de Maya. Do ponto de vista espiritual, é uma forma de ignorância.

Por outro lado, o trabalho de Maya também se expressa ao fazer uma coisa importante parecer banal. Na realidade, a única coisa que tem importância é Deus, mas muito poucas pessoas estão realmente interessadas em Deus por Si mesmo. Se por acaso a pessoa mundana voltasse para Deus, isso se daria principalmente para seus próprios fins egoístas e mundanos. Eles buscam a satisfação de seus próprios desejos, esperanças e até mesmo vingaças através da intervenção do Deus de sua imaginação. Eles não buscam a Deus como a Verdade. Eles anseiam por todas as coisas, exceto a única Verdade, a qual consideram como sem importância. Novamente isso é a cegueira da visão causada pelo trabalho de Maya. As pessoas buscam sua felicidade em tudo, exceto em Deus, o qual é a única fonte inesgotável de alegria permanente.

O trabalho de Maya também expressa-se ao fazer a mente dar uma importância para algo diferente da importância que aquilo realmente tem. Isso acontece quando os rituais, cerimônias e outras práticas religiosas externas são considerados como fins em si mesmos. Eles têm seu próprio valor como meios para um fim, como veículos da vida, como meios de expressão, mas, tão logo assumem créditos a seu próprio favor, está recebendo uma importância diferente daquela que lhes pertence. Quando são considerados importantes em si mesmos, eles limitam a vida ao invés de servir o propósito de expressá-la. Quando é permitido que o não essencial predomine sobre o essencial, dando-lhe importância errada, tem-se a terceira forma principal de ignorância relativa a avaliação. Este novamente é o trabalho de Maya.


II - FALSAS CRENÇAS

As algemas que mantêm a alma em um cativeiro espiritual, consistem principalmente de valores errados ou falsidades referentes à valorização. Algumas falsidades relacionadas a crenças erradas, também desempenham um papel importante no processo de manter a alma em cativeiro espiritual. Falsas crenças implementam falsos valores, e estes, por sua vez, reúnem força dos falsos valores nos quais a alma baseou-se. Todas as falsas crenças assim como os falsos valores são grandemente criações de Maya, e eles são usados por Maya para manter a alma em suas garras, ainda na ignorância.

Maya se torna irresistível ao apossar-se da própria sede do conhecimento, que é o intelecto humano. Sobrepujar Maya é difícil porque, com o intelecto sob o seu domínio, Maya cria barreiras e sustenta falsas crenças e ilusões. Ela cria barreiras para a realização da Verdade através de tentativas persistentes de sustentar e justificar as crenças errôneas. O intelecto que funciona em liberdade prepara o caminho para a Verdade, mas o intelecto que é um joguete nas mãos de Maya cria obstáculos para a verdadeira compreensão.

As falsas crenças criadas por Maya são tão profundamente enraizadas e fortes que parecem ser auto-evidentes. Elas assumem a feição de verdades autênticas e são aceitas sem questionamento. Por exemplo, uma pessoa acredita que ela é seu corpo físico. Normalmente, nunca lhe ocorre que ela pode ser algo diferente de seu corpo. A identificação com o corpo físico é assumida por ela instintivamente, sem exigência de uma prova, e ela mantém a crença mais fortemente ainda porque ela é independente de uma prova racional.

A vida de um indivíduo é centrada em torno do corpo físico e seus desejos. Abandonar a crença de que ele é o corpo físico envolve o abandono de todos os desejos relacionados com o corpo físico e os falsos valores que eles implicam. A crença de que ele é seu corpo físico é propícia aos desejos físicos e apegos, mas a crença de que ele é algo diferente do seu corpo físico é contrária aos desejos e apegos aceitos. Portanto, a crença de que o indivíduo é o seu corpo físico torna-se natural. É uma crença fácil de manter e difícil de se desenraizar. Por outro lado, a crença de que ele é algo diferente de seu corpo físico parece exigir uma prova convincente. É difícil de segurar e fácil de resistir. Igualmente, quando a mente não está sobrecarregada com todos os desejos e apegos físicos, a crença de que ele é seu corpo físico é vista como falsa e a crença de que ele é algo diferente de seu corpo é vista como verdade.

Mesmo quando uma pessoa consegue deixar cair a falsa crença de que ela é o corpo físico, ela continua a ser uma vítima da falsa crença de que ela é o seu corpo sutil. Sua vida é, então, centrada em torno do corpo sutil e seus desejos. Abandonar a crença de que ela é o corpo sutil envolve o abandono de todos os desejos relacionados com o corpo sutil e os falsos valores que eles implicam. Portanto, a crença de que ela é seu corpo sutil agora torna-se natural para ela, e a crença de que ela é algo diferente de seu corpo sutil parece exigir uma prova convincente. Mas quando a mente não está sobrecarregada com todos os desejos e apegos referentes ao corpo sutil, a pessoa abandona a falsa crença de que ela é seu corpo sutil, tão facilmente como abandonou a falsa crença de que ela era o seu corpo físico.

No entanto, esse não é o fim das falsas crenças. Mesmo quando uma pessoa abandona a falsa crença de que ela é seu corpo sutil, ela alimenta a crença ilusória de que ela é o seu corpo mental. A pessoa alimenta essa crença falsa, porque a aprecia. Ao longo de sua longa vida como uma alma individual, ela se agarrou com carinho à falsa idéia de sua existência separada. Todos os seus pensamentos, emoções e atividades têm repetidamente assumido e confirmado somente uma afirmação, ou seja, a existência do "eu" separado. Abandonar a falsa crença de que ela é a mente-ego do corpo mental é entregar tudo o que parecia constituir sua própria existência.

Para abandonar a falsa crença de que ela é o seu corpo físico ou o sutil, é necessário abandonar vários desejos e apegos. É um abandono de algo que a pessoa teve durante muito tempo. Ao abandonar a falsa crença de que ele é a sua mente-ego, o indivíduo é chamado a entregar a própria essência do que ele pensava ser ele mesmo. Apagar esse último vestígio da falsidade é, portanto, a coisa mais difícil. Mas essa última falsidade não é mais duradoura do que as falsidades anteriores que pareciam ser certezas incontestáveis. Ela também tem o seu término e é removida quando a alma renuncia seu desejo por uma existência separada.

Quando a alma se conhece como sendo diferente dos corpos grosseiro, sutil e mental, ela se conhece como sendo infinita. Como a Alma infinita, ela não faz nada, ela simplesmente É. Quando a mente é adicionada à alma individualizada, ela parece pensar. Quando o corpo sutil é adicionado à alma com a mente, ela parece desejar. Quando o corpo grosseiro é adicionado à eles, a alma parece estar envolvida em ações. A crença de que a alma está fazendo algo é uma crença falsa. Por exemplo, um indivíduo acredita que ele está sentado na cadeira, mas na verdade é o corpo que está sentado na cadeira. A crença de que a alma está sentada na cadeira é devida à identificação com o corpo físico. Da mesma forma, uma pessoa acredita que está pensando, mas na verdade é a mente que está pensando. A crença de que a alma está pensamento é devida à identificação com a mente. É a mente que pensa e é o corpo que se senta. A alma não está envolvida nem no pensar, nem em quaisquer outras ações físicas.

Claro que não é simplesmente a mente ou o mero corpo que realizam o pensar ou outras ações físicas, pois a mera mente e o mero corpo não existem. Eles existem como ilusões da alma individualizada, e é quando a alma falsamente se identifica com eles que o pensar ou a realização das coisas ocorre. A alma e o corpo mental, sutil e grosseiro tomados em conjunto, constituem o agente das ações, ou o "eu" limitado, mas a alma em sua verdadeira natureza não é responsável nem pelos pensamentos, nem pelos desejos, nem pelas ações. A ilusão de que a alma é a mente ou os corpos e a ilusão de que a alma é o agente do pensar, do desejar, ou das ações são criadas por Maya, a qual é a Ilusão e o princípio da Ignorância.

Da mesma forma, a crença de que a alma experimenta os prazeres e as dores da vida ou de que esteja passando pelos opostos da experiência também é falsa. A alma está além dos opostos da experiência, mas não se conhece como tal. E dessa forma ela assume as experiências que são características dos opostos devido à identificação com a mente e os corpos sutil e grosseiro. A alma que se confunde com a mente e o corpo torna-se destinatária de dores e prazeres. Assim, todos os prazeres e as dores aos quais a pesoa está sujeita estão enraizados na ignorância.

Quando um indivíduo pensa que ele é a pessoa mais infeliz do mundo, ele está adotando uma ilusão que sugiu por causa da ignorância, ou de Maya. Ele não é realmente infeliz, mas imagina que é infeliz porque se identifica com a mente e os corpos. Claro que não é a mente por si só, ou os corpos por si só que podem ter alguma experiência dos opostos. É a alma, a mente e os corpos tomados juntos que se tornaram o sujeito da experiência dual; mas a alma, em sua verdadeira natureza, está além dos opostos da experiência.

Assim, é a mente e os corpos em conjunto que constituem o agente das atividades e o sujeito das experiências duais. No entanto, eles não assumem esse papel duplo por seu direito próprio, mas somente quando eles são tomados juntamente com a alma. É a mente e os corpos que estão sendo animados que, juntos, tornam-se o agente de atividades ou o sujeito da experiência dual. O processo de vivificação pela alma se baseia na ignorância, pois a alma em sua verdadeira natureza é eternamente sem qualidades, sem modificações e ilimitada. Ela parece ser qualificada, modificada e limitada por causa da ignorância, ou do trabalho de Maya.


(Maya - o mundo das ilusões)

5 comentários:

Matheus disse...

Muito bom e esclarecedor. Sobre o mesmo tema ja li vários artigos do em livros de budismo, do osho e da Seicho-No-Ie, mas não com essa qualidade de clareza. Não conhecia Meher Baba. Um dos melhores textos que eu já li aqui ou em qualquer outro lugar. Estou ansioso pela segunda parte. Obrigado. Abs.

Templo disse...


Blz, Matheus!

Realmente, sinto o mesmo que você. Essa expressão do EU, na forma de Meher Baba, transparece grande Luz e transmite muita presença, até mesmo em seus textos. Imagine como seria estar diante da presença física do cara! Mas, mesmo ele não estando mais fisicamente presente, podemos estar diante d'Ele, se tivermos consciência clara de Quem ele realmente é. Aquele que ele é, está em toda a parte.

O texto é muito bom! É bom deixá-lo um tempo no ar para que os leitores reflitam, meditem, assimilem e - mais importante - treinem a percepção buscando conscientizar o que está na mensagem do texto. Uma boa e clara leitura constitui uma parte importante; a outra, que é mais importante ainda, é buscar a praticidade da mensagem. A sequência do texto entrará no ar no sábado à noite. Ok?

Já que você gostou desse, tem um outro texto que foi postado aqui há pouco tempo. Se quiser conferir:

http://www.busca-espiritual.blogspot.com.br/2012/08/a-existencia-e-substancia-vida-e-sombra.html


Grande Abraço!

Silvano disse...

Já que apreciam o divino personagem Meher Baba, a fim de que desfrutem um pouco mais, vejam a experiência consciencial de Daniel Ladinsky com Meher Baba [ narrada no blog “Portal do Conhecimento Divino”]


"Era minha segunda viagem à Índia, o ano era 1978. Eu tinha conseguido ficar em uma pequena hospedaria privada na propriedade de um advogado americano. Sou uma pessoa muito reservada e com o passar do tempo tornei-me quase recluso, às vezes inacessível. E descobri que esta casa de hóspedes onde eu iria ficar não estaria disponível até o dia seguinte, mas foi-me oferecido uma cama portátil para dormir no corredor da casa principal onde havia muito ruído e movimento; as pessoas literalmente passavam por minha cama. Essa cama e o fato de eu estar exposto ao público, era tão oposta à minha natureza que eu não poderia resistir por uma noite; mas eu pensei, é só por uma noite. Então algo extraordinário aconteceu de manhã cedo, muito extraordinário: aproximadamente três da manhã acordei; Eu estava sentado na cama, não estava sonhando – e o telhado da casa não estava lá. Ao longe eu podia ver uma estrela extremamente bonita, ela parecia estar apenas a umas duas milhas de distância e, portanto, parecia muito grande. Fiquei fascinado pelo esplendor daquela esfera luminosa, encantado; quem não ficaria sob as circunstâncias descritas. Meu fascínio de repente aumentou muito quando esta estrela começou a vir em minha direção. A certa altura ela parecia estar algumas centenas de metros de distância, e minha experiência então foi: que mesmo se um ateu testemunhasse o que eu estava vendo ali, sem dúvida alguma ele também iria dizer, eu estou olhando para Deus. Esta experiência começou a se tornar tão avassaladora que eu comecei a sentir--esta luz Imaculada jamais irá me abandonar, ela não pode deixar-me. Pensei que iria desfalecer olhando para ela; pois não sei como tal verdade pode nem sempre ser visível para mim agora. Em seguida, o impossível começou a acontecer, pelo menos foi o que senti--"Deus" começou a retroceder de sua "proximidade" a mim. Aquele "Sol" começou a mover-se para trás. Mas então ele parou. E, em seguida, uma consciência diferente entrou naquela cena. Agora eu via aquela luz acima de um túmulo. Um santuário tinha vindo visitar-me e vendo aquele resplendor em algum tipo de relação com uma forma deu-me algum equilíbrio. Mas então, novamente o impossível foi encenado: Aquela Luz que eu pensava ser realmente incapaz de ter qualquer tipo de identidade pessoal, "nome", ou até mesmo forma além de sua Resplandescência magnificamente soberana, desceu então sobre esse túmulo que eu tinha vindo visitar. E esta coisa/ser divino que eu estava chamado de Deus assumiu um nome e tomou uma forma. E essa forma e nome era - Meher Baba.

Silvano disse...

Tenho investigado esse assunto de Deus - e de Meher Baba - há mais de 40 anos. Eu sei quem ele diz que ele é: o Cristo, o Buda, o profeta vindo novamente. Quão objetivo eu poderia ser sobre tudo isso depois de passar seis anos vivendo na Índia. Provavelmente não muito. E eu tendo muito a não descrer que um dia a história confirmará a alegação de Meher Baba. Eu não me mudei, aliás, da casa de hóspedes no dia seguinte; fiquei naquela cama quase três meses após essa experiência. Eu só pensava que eu tinha que honrar um acontecimento tão profundo, se eu realmente acreditasse nele, como de fato acreditava e acredito.Se há um Deus, um Deus real com infinito poder, então é possível para Deus fazer qualquer coisa, qualquer coisa. Deus poderia, portanto, descer em um corpo humano e viver entre nós. Por Suas próprias "razões", Deus talvez só quer polir nossa pista de dança a cada poucos séculos e ajudar-nos a rir e amar mais. Para mim foi o que aconteceu com Jesus e Buda e Maomé, Krishna, Rama e Zoroastro; eles apenas - basicamente - mostraram-se um dia estar entre nós, para serem nossos companheiros e amigos e para revelar-nos nosso próprio potencial e destino sagrados. E naturalmente eles foram sucesso gigante, ou, pelo menos agora são.
(continuação...)

O que, de fato, sabemos realmente sobre qualquer coisa afinal? Temos cérebros de amendoins. Todo mundo está realmente apenas adivinhando, especialmente sobre Deus. Quantos olhos refletem algum conhecimento desta terra de maravilhas onde nos movemos. Existência é um nocaute impressionante quando começamos verdadeiramente a ver."

Anônimo disse...

"Nada Real pode ser ameaçado. Nada irreal existe. Nisso está a Paz de Deus".

Retirado do livro A Course in Miracles. www.acim.org