"E, quando chegou à casa, os cegos se aproximaram dele; e Jesus disse-lhes: Credes vós que possa fazer isto? Disseram-lhe: Sim, Senhor. Tocou, então, os olhos deles, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé. E os olhos se lhes abriram." (Mateus 9, 28-30)
"É lamentável que as pessoas busquem longe, sem saber que está bem perto o que buscam. É como se reclamassem de sede estando dentro da água. Não diferem de um filho de milionário perdido na ilusão de pobreza." (Hakuin, mestre zen-budista)
"É lamentável que as pessoas busquem longe, sem saber que está bem perto o que buscam. É como se reclamassem de sede estando dentro da água. Não diferem de um filho de milionário perdido na ilusão de pobreza." (Hakuin, mestre zen-budista)
Masaharu Taniguchi
O ser humano se torna saudável pelo poder da palavra porque a essência do ser humano é a própria saúde. Mas a própria saúde, que está alojada por natureza no ser humano não se manifesta para quem não se conscientiza disso. Quando o homem entende que o ser humano é filho de Deus, e a doença não existe originariamente, é varrida a crença ilusória de que "a doença existe", desaparece o temor, some a preocupação e, assim como a lua cheia clareia quando desaparecem as nuvens, manifesta-se claramente a perfeição da Imagem Verdadeira (Jisso) do ser humano. Se a lua cheia clareia majestosamente após desaparecerem as núvens, é porque ela existe.
Não é após a cura da doença que a saúde aparece; originariamente, a Imagem Verdadeira do ser humano é saudável; por isso, a saúde aparece quando se retira a ilusão. A função de todas as religiões consiste em fazer o ser humano conscientizar a sua saudável Imagem Verdadeira, que é o próprio Deus, o próprio Buda.
O citado caso da Bíblia não se trata da cura de um só cego, mas de dois. Pelo poder da palavra e por meio do toque nos olhos, a fé das pessoas foi despertada profundamente, e consequentemente ambos os cegos ficaram curados e passaram a ver. Por que ocorreu a cura? Foi porque o ser humano é originariamente filho de Deus e saudável.
O Mestre Hakuin também disse: "A humanidade é originariamente Buda". A Sutra do Nirvana diz: "A libertação constitui Buda". A Imagem Verdadeira da Vida, que é plenamente livre por natureza, está encoberta de "gelo" de ilusão e não está podendo manifestar a sua original liberdade. Desfazendo essa cobertura, a Vida se liberta, e a esse estado de liberdade diz-se Buda. A budificação do homem, isto é, "tornar-se Buda", consiste na eliminação da ilusão e consequente restauração do estado de plena liberdade inerente ao homem filho de Deus. Neste ponto, o budismo e o cristianismo se identificam. O significado de "homem filho de Deus", na etimologia da língua japonesa, é "hito", ou "hiko" e "hime". Hito significa que a ramificação do espírito de Buda Grande Sol se aloja em nossa Vida. O filho de Buda Grande Sol é Hiko. E a filha de Buda Grande Sol é Hime. Em termos cristãos, diz-se que o ser humano é filho de Deus.
O ser humano é filho de Deus, mas se ele não se conscientizar disso, as suas qualidades inerentes não irão se manifestar. Foi visando essa conscientização que Sakyamuni praticou ascese durante seis anos, e Jesus Cristo jejuou durante quarenta dias e quarenta noites. Esse tipo de ascetismo tem sentido como negação do corpo carnal. A Vida chamada "filho de Deus" se manifesta por meio do corpo carnal; este, por si só, não é a Vida que se chama de filho de Deus. Por isso, para manifestar a Vida que é filho de Deus, é preciso, primeiramente, negar o corpo carnal. A crucificação de Jesus constitui o último degrau de negação do corpo carnal. Na Sutra do Lótus, no capítulo "Yakuô bosatsu honji hon", também consta que Issaishujô-kiken-bosatsu, negando o corpo carnal, queimou-o e depois manifestou o corpo de ouro indestrutível.
Não é após a cura da doença que a saúde aparece; originariamente, a Imagem Verdadeira do ser humano é saudável; por isso, a saúde aparece quando se retira a ilusão. A função de todas as religiões consiste em fazer o ser humano conscientizar a sua saudável Imagem Verdadeira, que é o próprio Deus, o próprio Buda.
O citado caso da Bíblia não se trata da cura de um só cego, mas de dois. Pelo poder da palavra e por meio do toque nos olhos, a fé das pessoas foi despertada profundamente, e consequentemente ambos os cegos ficaram curados e passaram a ver. Por que ocorreu a cura? Foi porque o ser humano é originariamente filho de Deus e saudável.
O Mestre Hakuin também disse: "A humanidade é originariamente Buda". A Sutra do Nirvana diz: "A libertação constitui Buda". A Imagem Verdadeira da Vida, que é plenamente livre por natureza, está encoberta de "gelo" de ilusão e não está podendo manifestar a sua original liberdade. Desfazendo essa cobertura, a Vida se liberta, e a esse estado de liberdade diz-se Buda. A budificação do homem, isto é, "tornar-se Buda", consiste na eliminação da ilusão e consequente restauração do estado de plena liberdade inerente ao homem filho de Deus. Neste ponto, o budismo e o cristianismo se identificam. O significado de "homem filho de Deus", na etimologia da língua japonesa, é "hito", ou "hiko" e "hime". Hito significa que a ramificação do espírito de Buda Grande Sol se aloja em nossa Vida. O filho de Buda Grande Sol é Hiko. E a filha de Buda Grande Sol é Hime. Em termos cristãos, diz-se que o ser humano é filho de Deus.
O ser humano é filho de Deus, mas se ele não se conscientizar disso, as suas qualidades inerentes não irão se manifestar. Foi visando essa conscientização que Sakyamuni praticou ascese durante seis anos, e Jesus Cristo jejuou durante quarenta dias e quarenta noites. Esse tipo de ascetismo tem sentido como negação do corpo carnal. A Vida chamada "filho de Deus" se manifesta por meio do corpo carnal; este, por si só, não é a Vida que se chama de filho de Deus. Por isso, para manifestar a Vida que é filho de Deus, é preciso, primeiramente, negar o corpo carnal. A crucificação de Jesus constitui o último degrau de negação do corpo carnal. Na Sutra do Lótus, no capítulo "Yakuô bosatsu honji hon", também consta que Issaishujô-kiken-bosatsu, negando o corpo carnal, queimou-o e depois manifestou o corpo de ouro indestrutível.
"E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo:Isto é o meu corpo oferecido a vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós." (Lucas 22, 19-20)
A crucificação de Jesus significa x (xis - anulação) e ao mesmo tempo + (positivo, afirmativo), isto é, ressureição. Caro leitor, enquanto você considerar como seu Eu verdadeiro o seu corpo carnal que está vendo com os olhos carnais, não poderá descobrir a Vida eterna do homem. A Vida eterna poderá ser conscientizada unicamente pela negação do corpo carnal e pela afirmação de uma dimensão mais elevada. A inteligência que faz ver o corpo carnal como sendo o homem em si, não passa de "fruto da árvore do conhecimento" sugerido pela serpente. Por terem comido desse fruto, Adão e Eva (representantes da humanidade) foram expulsos do Jardim do Éden (mundo da Vida eterna). O "fruto da árvore do conhecimento" sugerido pela serpente é o conhecimento baseado nos cinco sentidos, pois a serpente é um animal que rasteja na terra, isto é, na superfície da matéria.
Vendo o homem com o conhecimento baseado nos cinco sentidos, ele não passa de aglomerado de "pó da terra" e não é Vida eterna. O homem enganado pela serpente foi declarado por Deus como vida limitada (vida sujeita à morte) com as seguintes palavras: "Porque tu és pó e ao pó voltarás". O pecado original de Adão consistiu em ver o ser humano apenas com a inteligência dos cinco sentidos, considerando-o equivocadamente como existência carnal. Como tal, o homem é eterno pecador. Ele terá de se alimentar matando seres vivos, viver envolvido em conflitos e matanças. Enfim, será possível apenas uma vida de pecados. Mas o ser humano não consegue suportar tanto sentimento de culpa. Ele precisa absolutamente se livrar do homem carnal, que é um acúmulo de pecados, transcendê-lo, lançar-se no mundo sem pecado e conscientizar-se de que ele próprio é sem pecado. Do contrário, terá de sofrer de eterna autocontradição, a incoerência entre o desejo de ser puro e a vida maculada de lama. Para o homem se livrar dessa autocontradição e conscientizar-se de sua natureza perfeita e sem contradição como santo filho de Deus, precisa, a todo custo, negar o corpo carnal. Somente por meio dessa negação o ser humano pode atingir a conscientização de sua natureza espiritual sagrada e imaculada. Até conseguí-lo por completo, ele continuará sendo descendente de Adão e não deixará de ser um mortal que "veio do pó e ao pó voltará".
Mas, como será possível a aniquilação do corpo carnal? Será por meio de suicídio? Matar a si próprio viola o mandamento "não matarás". Então o único meio que nos resta é a comunhão com Cristo. Comendo da carne de Cristo, bebendo de seu sangue, identificando-nos com a carne e o sangue de Cristo e ligando-nos à anulação do corpo (crucificação) de Cristo, teremos concluído a anulação do nosso corpo juntamente com a crucificação de Cristo, mesmo possuindo na realidade o corpo carnal. A redenção de cristo tem duplo significado. O primeiro significado da redenção (atonment, em inglês) é a aniquilação comutativa da ideia de que o corpo carnal existe, e o segundo é a consequente união (at-one-ment) com Deus. A conscientização da união com Deus só é possível com a negação do corpo carnal. Entre as pessoas que, como nós, explicam a redenção de Cristo como "at-one-ment", temos a fundadora da Ciência Cristã, a sra. Mary Baker Eddy. Ela diz:
"A ressureição é a prática concreta por meio da qual o homem se une a Deus e, com isso, o homem passa a refletir a Verdade, a Vida e o amor como filho de Deus. Jesus de Nazaré pregou a Verdade de que pai e filho (Deus e homem) são um, e comprovou isso. Jesus negou corajosamente as provas sensoriais mostradas pelos cinco sentidos, fez oposição a mandamentos materialistas e dogmas farisaicos e, pelo seu poder de cura, refutou concretamente todos os seus opositores.
A redenção de Cristo foi para que o homem se reconciliasse com Deus,e não para que Deus se reconciliasse com o homem. O "princípio de salvação por Deus", que é o Cristo, é o próprio Deus; assim sendo, que necessidade haveria de Deus Se crucificar para consolar a Si mesmo? Cristo é a Verdade (...)
Cristo é a Verdade proveniente do amor eterno, e por isso não tem necessidade de se reconciliar com a sua própria origem. Por essa razão, o objetivo de Cristo era fazer o homem se reconciliar com Deus, e não Este Se reconciliar com o homem. O Amor e a Verdade não podem alimentar maldade contra o homem, que é realizador da vontade de Deus e imagem concretizada de Deus. (...) Jesus possibilitou ao homem ver a Imagem Verdadeira por meio do amor (o princípio básico de seu ensinamento) e lhe ensinou a se reconciliar com Deus. Quando contemplar (vir) a Imagem Verdadeira com amor e intuição, que é superior aos cinco sentidos, o homem será salvo das leis materiais do pecado e da morte, graças à lei da Imagem Verdadeira, isto é, lei do amor de Deus." (Science and Health - Imagem Verdadeira e Saúde, na tradução japonesa, pp. 18-19, de autoria da sra. Eddy)
Se o homem está doente, é porque ele próprio não está reconciliado com Deus. Mesmo que ele seja aparentemente ateu, ele pensa na parte profunda da mente: "Sendo como sou, será que mereço ser perdoado por Deus?".
Por isso, podemos dizer que a sua infelicidade ou doença constitui uma espécie de autopunição. No subconsciente coletivo da humanidade, existe a ideia de que o pecado se extingue quando se impõe sofrimento ao corpo carnal. Essa ideia é difícil de ser erradicada por esforços individuais de aprimoramento espiritual. É aí que se torna necessário um redentor como Jesus. As doenças congênitas podem ser consideradas formas de autopunição para expiar erros de encarnações passadas. Jesus curou doenças congênitas (tais como cegueira), eliminando o sentimento de culpa (pecado).
Na Seicho-No-Ie também, existem alguns casos verídicos de cura de mudos de nascença. Segundo contou um membro do setor de censura telefônica do Exército de ocupação americano sediado em Tóquio, uma criança de seis anos de idade que nascera surda-muda foi curada por um adepto da Seicho-No-Ie do Havaí. De que forma Jesus curou doentes? Ele usou palavras como "tende ânimo", "teu pecado foi perdoado", "é a vontade de Deus: sê puro", "a tua fé te salvou", etc. Com isso, o doente sente que foi perdoado dos pecados, que foi salvo, que foi purificado, e sua mente se tranquiliza. Além disso, às vezes, Jesus tocava com sua mão a parte afetada do doente, para lhe dar mais tranquilidade. Dessa forma, até as doenças incuráveis acabavam curando-se quando a pessoa adquire paz de espírito após a eliminação do temor e do sentimento de autopunição do subconsciente.
Mas, então, como eliminar do subconsciente o sentimento de autopunição e temor? Uma das formas consiste em realizar o at-one-ment (tornar-se um) com Deus por meio da expiação. Mas expiar totalmente vários pecados e carmas negativos por meio de esforços individuais é muito difícil. Torna-se então, necessária uma expiação mais forte, isto é, uma expiação poderosa, feita por uma pessoa de grande caráter, tal como a redenção por Jesus. Nas igrejas cristãs, de modo geral, as pessoas, comungando com essa redenção, acreditam que ficam unidas à carne e ao sangue de Jesus e que, por meio dessa fé, vinculam-se ao amoroso ato de anulação da carne (crucificação) de Jesus; dessa forma, mesmo tendo corpo carnal, conscientizam que são libertadas de todos os pecados relacionados com o corpo carnal, e essa conscientização elimina a ideia de autopunição do subconsciente. Este é o mecanismo de cura pela eliminação do sentimento de culpa. Porém, na atualidade, as doenças não se curam só pelo fato de as pessoas se tornarem adeptas de igrejas cristãs comuns, porque a Verdade sobre a anulação do corpo, a Verdade sobre a redenção e a consequente Verdade da inexistência do pecado e da desnecessidade de autopunição não são compreendidas a fundo, verdadeiramente.
Mas, na Ciência Cristã estão obtendo muitas curas somente pela leitura de livros sobre a Verdade, porque ela ensina a fundo a Verdade sobre a redenção. Na Seicho-No-Ie também ocorrem curas somente com a leitura de livros, o que foi alvo de polêmica durante algum tempo. Tais curas são possíveis devido à Verdade de que o homem é, por natureza, isento de doença, e, como diz a Bíblia, "a Verdade vos torna livres". O ritual de comer pão e beber vinho não passa de ato simbólico para se chegar à compreensão dessa Verdade. Quando se conscientiza realmente a Verdade da inexistência do corpo carnal, são resolvidos os problemas de nascimento, envelhecimento, doença e morte, relacionados ao corpo carnal, e todos os sofrimentos cármicos. A cura de doença é apenas uma parte dessas soluções.
A crucificação de Jesus significa x (xis - anulação) e ao mesmo tempo + (positivo, afirmativo), isto é, ressureição. Caro leitor, enquanto você considerar como seu Eu verdadeiro o seu corpo carnal que está vendo com os olhos carnais, não poderá descobrir a Vida eterna do homem. A Vida eterna poderá ser conscientizada unicamente pela negação do corpo carnal e pela afirmação de uma dimensão mais elevada. A inteligência que faz ver o corpo carnal como sendo o homem em si, não passa de "fruto da árvore do conhecimento" sugerido pela serpente. Por terem comido desse fruto, Adão e Eva (representantes da humanidade) foram expulsos do Jardim do Éden (mundo da Vida eterna). O "fruto da árvore do conhecimento" sugerido pela serpente é o conhecimento baseado nos cinco sentidos, pois a serpente é um animal que rasteja na terra, isto é, na superfície da matéria.
Vendo o homem com o conhecimento baseado nos cinco sentidos, ele não passa de aglomerado de "pó da terra" e não é Vida eterna. O homem enganado pela serpente foi declarado por Deus como vida limitada (vida sujeita à morte) com as seguintes palavras: "Porque tu és pó e ao pó voltarás". O pecado original de Adão consistiu em ver o ser humano apenas com a inteligência dos cinco sentidos, considerando-o equivocadamente como existência carnal. Como tal, o homem é eterno pecador. Ele terá de se alimentar matando seres vivos, viver envolvido em conflitos e matanças. Enfim, será possível apenas uma vida de pecados. Mas o ser humano não consegue suportar tanto sentimento de culpa. Ele precisa absolutamente se livrar do homem carnal, que é um acúmulo de pecados, transcendê-lo, lançar-se no mundo sem pecado e conscientizar-se de que ele próprio é sem pecado. Do contrário, terá de sofrer de eterna autocontradição, a incoerência entre o desejo de ser puro e a vida maculada de lama. Para o homem se livrar dessa autocontradição e conscientizar-se de sua natureza perfeita e sem contradição como santo filho de Deus, precisa, a todo custo, negar o corpo carnal. Somente por meio dessa negação o ser humano pode atingir a conscientização de sua natureza espiritual sagrada e imaculada. Até conseguí-lo por completo, ele continuará sendo descendente de Adão e não deixará de ser um mortal que "veio do pó e ao pó voltará".
Mas, como será possível a aniquilação do corpo carnal? Será por meio de suicídio? Matar a si próprio viola o mandamento "não matarás". Então o único meio que nos resta é a comunhão com Cristo. Comendo da carne de Cristo, bebendo de seu sangue, identificando-nos com a carne e o sangue de Cristo e ligando-nos à anulação do corpo (crucificação) de Cristo, teremos concluído a anulação do nosso corpo juntamente com a crucificação de Cristo, mesmo possuindo na realidade o corpo carnal. A redenção de cristo tem duplo significado. O primeiro significado da redenção (atonment, em inglês) é a aniquilação comutativa da ideia de que o corpo carnal existe, e o segundo é a consequente união (at-one-ment) com Deus. A conscientização da união com Deus só é possível com a negação do corpo carnal. Entre as pessoas que, como nós, explicam a redenção de Cristo como "at-one-ment", temos a fundadora da Ciência Cristã, a sra. Mary Baker Eddy. Ela diz:
"A ressureição é a prática concreta por meio da qual o homem se une a Deus e, com isso, o homem passa a refletir a Verdade, a Vida e o amor como filho de Deus. Jesus de Nazaré pregou a Verdade de que pai e filho (Deus e homem) são um, e comprovou isso. Jesus negou corajosamente as provas sensoriais mostradas pelos cinco sentidos, fez oposição a mandamentos materialistas e dogmas farisaicos e, pelo seu poder de cura, refutou concretamente todos os seus opositores.
A redenção de Cristo foi para que o homem se reconciliasse com Deus,e não para que Deus se reconciliasse com o homem. O "princípio de salvação por Deus", que é o Cristo, é o próprio Deus; assim sendo, que necessidade haveria de Deus Se crucificar para consolar a Si mesmo? Cristo é a Verdade (...)
Cristo é a Verdade proveniente do amor eterno, e por isso não tem necessidade de se reconciliar com a sua própria origem. Por essa razão, o objetivo de Cristo era fazer o homem se reconciliar com Deus, e não Este Se reconciliar com o homem. O Amor e a Verdade não podem alimentar maldade contra o homem, que é realizador da vontade de Deus e imagem concretizada de Deus. (...) Jesus possibilitou ao homem ver a Imagem Verdadeira por meio do amor (o princípio básico de seu ensinamento) e lhe ensinou a se reconciliar com Deus. Quando contemplar (vir) a Imagem Verdadeira com amor e intuição, que é superior aos cinco sentidos, o homem será salvo das leis materiais do pecado e da morte, graças à lei da Imagem Verdadeira, isto é, lei do amor de Deus." (Science and Health - Imagem Verdadeira e Saúde, na tradução japonesa, pp. 18-19, de autoria da sra. Eddy)
Se o homem está doente, é porque ele próprio não está reconciliado com Deus. Mesmo que ele seja aparentemente ateu, ele pensa na parte profunda da mente: "Sendo como sou, será que mereço ser perdoado por Deus?".
Por isso, podemos dizer que a sua infelicidade ou doença constitui uma espécie de autopunição. No subconsciente coletivo da humanidade, existe a ideia de que o pecado se extingue quando se impõe sofrimento ao corpo carnal. Essa ideia é difícil de ser erradicada por esforços individuais de aprimoramento espiritual. É aí que se torna necessário um redentor como Jesus. As doenças congênitas podem ser consideradas formas de autopunição para expiar erros de encarnações passadas. Jesus curou doenças congênitas (tais como cegueira), eliminando o sentimento de culpa (pecado).
Na Seicho-No-Ie também, existem alguns casos verídicos de cura de mudos de nascença. Segundo contou um membro do setor de censura telefônica do Exército de ocupação americano sediado em Tóquio, uma criança de seis anos de idade que nascera surda-muda foi curada por um adepto da Seicho-No-Ie do Havaí. De que forma Jesus curou doentes? Ele usou palavras como "tende ânimo", "teu pecado foi perdoado", "é a vontade de Deus: sê puro", "a tua fé te salvou", etc. Com isso, o doente sente que foi perdoado dos pecados, que foi salvo, que foi purificado, e sua mente se tranquiliza. Além disso, às vezes, Jesus tocava com sua mão a parte afetada do doente, para lhe dar mais tranquilidade. Dessa forma, até as doenças incuráveis acabavam curando-se quando a pessoa adquire paz de espírito após a eliminação do temor e do sentimento de autopunição do subconsciente.
Mas, então, como eliminar do subconsciente o sentimento de autopunição e temor? Uma das formas consiste em realizar o at-one-ment (tornar-se um) com Deus por meio da expiação. Mas expiar totalmente vários pecados e carmas negativos por meio de esforços individuais é muito difícil. Torna-se então, necessária uma expiação mais forte, isto é, uma expiação poderosa, feita por uma pessoa de grande caráter, tal como a redenção por Jesus. Nas igrejas cristãs, de modo geral, as pessoas, comungando com essa redenção, acreditam que ficam unidas à carne e ao sangue de Jesus e que, por meio dessa fé, vinculam-se ao amoroso ato de anulação da carne (crucificação) de Jesus; dessa forma, mesmo tendo corpo carnal, conscientizam que são libertadas de todos os pecados relacionados com o corpo carnal, e essa conscientização elimina a ideia de autopunição do subconsciente. Este é o mecanismo de cura pela eliminação do sentimento de culpa. Porém, na atualidade, as doenças não se curam só pelo fato de as pessoas se tornarem adeptas de igrejas cristãs comuns, porque a Verdade sobre a anulação do corpo, a Verdade sobre a redenção e a consequente Verdade da inexistência do pecado e da desnecessidade de autopunição não são compreendidas a fundo, verdadeiramente.
Mas, na Ciência Cristã estão obtendo muitas curas somente pela leitura de livros sobre a Verdade, porque ela ensina a fundo a Verdade sobre a redenção. Na Seicho-No-Ie também ocorrem curas somente com a leitura de livros, o que foi alvo de polêmica durante algum tempo. Tais curas são possíveis devido à Verdade de que o homem é, por natureza, isento de doença, e, como diz a Bíblia, "a Verdade vos torna livres". O ritual de comer pão e beber vinho não passa de ato simbólico para se chegar à compreensão dessa Verdade. Quando se conscientiza realmente a Verdade da inexistência do corpo carnal, são resolvidos os problemas de nascimento, envelhecimento, doença e morte, relacionados ao corpo carnal, e todos os sofrimentos cármicos. A cura de doença é apenas uma parte dessas soluções.
(Do livro "A Verdade da Vida, vol. 39", pgs. 92-105)
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