Ramana Maharshi
Questão: Existem graus de ilusão?
Ramana: A ilusão é em si ilusória. Ela deve ser vista por alguém que encontra-se fora dela, mas como pode um observador assim estar sujeito a ela? Então, como ele pode falar de graus de ilusão?
R.: A ilusão é aquilo que faz os seres tomarem por real e existente por si aquilo que é inexistente e irreal, isto é, a trilogia mundo-ego-Deus.
R.: A essência da mente é apenas atenção ou consciência. Entretanto, quando o ego nubla a mente, esta adota as funções de raciocínio, pensamento e percepção. A mente universal, não sendo limitada pelo ego, não tem nada exterior a si, e portanto ela é apenas consciência. É isso o que a Bíblia quer dizer com “EU SOU O QUE EU SOU”.
Questão: Quando eu procuro o “eu” eu não vejo nada.
R.: Você diz isso porque você está acostumado a identificar o seu eu com o seu corpo e a sua visão com os seus olhos. O que existe para ser visto? E por quem? E como? (...) Na verdade não há nada para ver. Como você se reconhece agora? Você precisa pôr um espelho na sua frente para reconhecer a si mesmo? A consciência em si é o “eu”. Realize-a e isto é a verdade.
Questão: Quando eu investigo a origem dos pensamentos há a percepção do “eu”, mas isso não me satisfaz.
R.: Exatamente. Isso acontece porque essa percepção de “eu” está associada a uma forma, talvez a forma do corpo físico. Mas nada deveria ser associado ao Eu puro. Tudo o que nasce deve morrer; tudo o que é adquirido será perdido. Você nasceu? Não, você existe eternamente. O Eu Real nunca pode ser perdido.
R.: Se os méritos e deméritos de um homem são iguais ele renasce imediatamente na Terra; se os seus méritos superam seus deméritos ele primeiro vai ao céu em seu corpo sutil, já se seus deméritos superam seus méritos ele vai primeiro ao inferno. Mas em ambos os casos ele renasce posteriormente na Terra. Tudo isso é descrito nas escrituras, mas na verdade não existe nem nascimento nem morte; cada um simplesmente permanece como realmente é. Apenas isso é a Verdade.
Questão: Mas a partir de meu próprio nível de entendimento eu vejo a mim mesma e ao meu filho como reais.
R.: Você pensava sobre o seu filho antes dele nascer? O pensamento veio depois dele nascer, e continua após sua morte (a do filho). Ele só é o seu filho na medida em que você pensa nele. Para onde ele foi? Para a fonte de onde ele surgiu. Enquanto você continuar existindo ele continua também. Mas se você deixar de se identificar com o corpo e realizar o Eu Real, essa confusão desaparecerá. Você é eterna, e verá que os outros também o são. Enquanto isso não for realizado haverá sempre a tristeza e o desgosto, fruto dos falsos valores que são produzidos pelo conhecimento errôneo e pela identificação errônea.
R.: Que felicidade você pode obter das coisas exteriores a você mesmo? E quando você a obtém, quanto tempo ela dura?
R.: Se você negar o ego e ignorá-lo, você estará livre. Se você o aceitar, ele irá lhe impor limitações e levá-lo a lutar em vão para superá-las. Foi assim que o “ladrão” arruinou o Rei Janaka. Ser o "Eu" que você realmente é, é o único meio de realizar a Bem-Aventurança que é sempre sua.
R.: (Palavras ditas à devota que tinha perdido seu filho) - A tristeza só existe enquanto a pessoa pensa que possui uma forma definida, mas se a forma for transcendida, a pessoa conhecerá o Eu Único como eterno. Não existe nascimento nem morte. Apenas o corpo nasce, e o corpo é uma criação do ego. No entanto, o ego não é comumente percebido sem o corpo, e por isso você o identifica com o corpo. O que importa é o pensamento. (...) Se um homem pensa que ele nasceu ele inevitavelmente sentirá medo da morte. Deixe que ele descubra se ele alguma vez nasceu ou se existe nascimento para o Eu Real.
Questão: Se alguém que nós amamos morre isso nos faz sofrer. Nós deveríamos, então, para evitar este sofrimento, amar a todos igualmente ou não amar ninguém em absoluto?
R.: Se alguém que amamos morre isso causa sofrimento àquele que continua vivo. A maneira de se livrar do sofrimento é não continuar vivendo. Mate o sofredor – assim quem estará lá para sofrer? O ego deve morrer, é o único jeito. As duas alternativas que você sugere dão no mesmo. Quando percebemos que todos são apenas o Eu Único, quem está lá para amar ou odiar?
Ramana: A ilusão é em si ilusória. Ela deve ser vista por alguém que encontra-se fora dela, mas como pode um observador assim estar sujeito a ela? Então, como ele pode falar de graus de ilusão?
R.: A ilusão é aquilo que faz os seres tomarem por real e existente por si aquilo que é inexistente e irreal, isto é, a trilogia mundo-ego-Deus.
R.: A essência da mente é apenas atenção ou consciência. Entretanto, quando o ego nubla a mente, esta adota as funções de raciocínio, pensamento e percepção. A mente universal, não sendo limitada pelo ego, não tem nada exterior a si, e portanto ela é apenas consciência. É isso o que a Bíblia quer dizer com “EU SOU O QUE EU SOU”.
Questão: Quando eu procuro o “eu” eu não vejo nada.
R.: Você diz isso porque você está acostumado a identificar o seu eu com o seu corpo e a sua visão com os seus olhos. O que existe para ser visto? E por quem? E como? (...) Na verdade não há nada para ver. Como você se reconhece agora? Você precisa pôr um espelho na sua frente para reconhecer a si mesmo? A consciência em si é o “eu”. Realize-a e isto é a verdade.
Questão: Quando eu investigo a origem dos pensamentos há a percepção do “eu”, mas isso não me satisfaz.
R.: Exatamente. Isso acontece porque essa percepção de “eu” está associada a uma forma, talvez a forma do corpo físico. Mas nada deveria ser associado ao Eu puro. Tudo o que nasce deve morrer; tudo o que é adquirido será perdido. Você nasceu? Não, você existe eternamente. O Eu Real nunca pode ser perdido.
R.: Se os méritos e deméritos de um homem são iguais ele renasce imediatamente na Terra; se os seus méritos superam seus deméritos ele primeiro vai ao céu em seu corpo sutil, já se seus deméritos superam seus méritos ele vai primeiro ao inferno. Mas em ambos os casos ele renasce posteriormente na Terra. Tudo isso é descrito nas escrituras, mas na verdade não existe nem nascimento nem morte; cada um simplesmente permanece como realmente é. Apenas isso é a Verdade.
Questão: Mas a partir de meu próprio nível de entendimento eu vejo a mim mesma e ao meu filho como reais.
R.: Você pensava sobre o seu filho antes dele nascer? O pensamento veio depois dele nascer, e continua após sua morte (a do filho). Ele só é o seu filho na medida em que você pensa nele. Para onde ele foi? Para a fonte de onde ele surgiu. Enquanto você continuar existindo ele continua também. Mas se você deixar de se identificar com o corpo e realizar o Eu Real, essa confusão desaparecerá. Você é eterna, e verá que os outros também o são. Enquanto isso não for realizado haverá sempre a tristeza e o desgosto, fruto dos falsos valores que são produzidos pelo conhecimento errôneo e pela identificação errônea.
R.: Que felicidade você pode obter das coisas exteriores a você mesmo? E quando você a obtém, quanto tempo ela dura?
R.: Se você negar o ego e ignorá-lo, você estará livre. Se você o aceitar, ele irá lhe impor limitações e levá-lo a lutar em vão para superá-las. Foi assim que o “ladrão” arruinou o Rei Janaka. Ser o "Eu" que você realmente é, é o único meio de realizar a Bem-Aventurança que é sempre sua.
R.: (Palavras ditas à devota que tinha perdido seu filho) - A tristeza só existe enquanto a pessoa pensa que possui uma forma definida, mas se a forma for transcendida, a pessoa conhecerá o Eu Único como eterno. Não existe nascimento nem morte. Apenas o corpo nasce, e o corpo é uma criação do ego. No entanto, o ego não é comumente percebido sem o corpo, e por isso você o identifica com o corpo. O que importa é o pensamento. (...) Se um homem pensa que ele nasceu ele inevitavelmente sentirá medo da morte. Deixe que ele descubra se ele alguma vez nasceu ou se existe nascimento para o Eu Real.
Questão: Se alguém que nós amamos morre isso nos faz sofrer. Nós deveríamos, então, para evitar este sofrimento, amar a todos igualmente ou não amar ninguém em absoluto?
R.: Se alguém que amamos morre isso causa sofrimento àquele que continua vivo. A maneira de se livrar do sofrimento é não continuar vivendo. Mate o sofredor – assim quem estará lá para sofrer? O ego deve morrer, é o único jeito. As duas alternativas que você sugere dão no mesmo. Quando percebemos que todos são apenas o Eu Único, quem está lá para amar ou odiar?
(...)
Questão: Estou com dor de dente – isso é apenas um pensamento?
R.: Sim.
Questão: Então por que eu não consigo simplesmente pensar que meu dente está normal e assim me curar?
R.: Não se sente a dor de dente quando se está absorto em outros pensamentos ou quando se está dormindo.
Questão: Mas ela ainda sim continua.
R.: A convicção humana de que o mundo é real é tão forte que é difícil se libertar dela. Mas o mundo não é mais real do que o sujeito que o vê.
Questão: Atualmene está acontecendo a guerra Sino-Japonesa. Se ela é apenas imaginação, pode o Bhagavan imaginar que ela não está acontecendo e assim acabar com ela?
R.: (Rindo) O Bhagavan que você vê (como um ser exterior) é tanto um pensamento seu quanto a própria guerra Sino-Japonesa.
R.: A Bem-Aventurança do Eu Real só pode se manifestar numa mente que se torna sutil e estável por meio da meditação. Aquele que experimenta essa Bem-Aventurança alcança a libertação ainda neste corpo. Isso é possível, mas insisto e dizer que você necessita buscar e manter uma pureza mental. Se você simplesmente não conseguir resistir às tendências inferiores, será preciso fazer um maior esforço de sua parte. E se mesmo assim você não puder conseguir, apenas confie em Deus.
R.: O livre arbítrio é o presente surgindo para uma faculdade limitada de visão e vontade. Este mesmo ego, quando olha para suas atividades passadas, percebe que elas se desenvolveram segundo certas “leis” ou regras – sendo o seu próprio livre arbítrio um dos elos dessa corrente causal. Então o ego percebe que a Onipotência e Onisciência Divinas agiram através do seu aparente livre arbítrio. Então a pessoa chega à conclusão de que o ego é guiado pelas aparências.
Questão: Os deuses, Ishvara e Vishnu, e seus céus, Kailas e Vaikuntha, são reais?
R.: Tão reais quanto você no seu corpo.
Questão: O que eu quero saber é se eles possuem uma existência fenomenal, tal como o meu corpo, ou se são meras ficções, tais como os chifres de uma lebre?
R.: Eles de fato existem.
Questão: Sendo assim, eles devem estar em algum lugar. Onde eles estão?
R.: Em você. Arunachala está dentro e não fora. O Eu Real é Arunachala. Por que se preocupar com Deus? Nós não sabemos se Deus existe, mas sabemos que existimos, então primeiro concentre-se em si mesmo. Descubra quem você é. Todo o Vedanta está contido nas duas declarações bíblicas “Eu sou o que Eu sou” e “Aquiete-se, permaneça imóvel e saiba que Eu sou Deus”.
Questão: Então o que me impede de conhecer a mim mesmo ou Deus?
R.: A sua mente que divaga e seus caminhos desvirtuados.
R.: Entregar-se completamente significa que você deve aceitar a vontade de Deus, e não reclamar do que não lhe agrada. As coisas podem se revelar diferentes do que pareciam. O sofrimento e a aflição muitas vezes levam a pessoa a ter fé em Deus.
R.: Eles rezam a Deus e no final da oração dizem: “Seja feita a Vossa vontade”. Se a vontade Dele vai ser feita, então por que eles oram? (...) Não é necessário dizer a Ele o que você precisa. Ele conhece muito bem suas verdadeiras necessidades, e cuidará de atendê-las.
Questão: As nossas preces são atendidas?
R.: Sim, elas são atendidas. Nenhum pensamento é emitido em vão. Cada pensamento produzirá o seu efeito em um ponto ou em outro. A força do pensamento nunca será em vão.
R.: O homem é pecado. Mas você não é o homem - nunca se esqueça disso. Você é o Eu Verdadeiro. Não existe o sentimento de ser um "ser humano" durante o sono profundo. O pensamento-corpo faz nascer a idéia do pecado. O nascimento do pensamento em si é o pecado.
Questão: Mas qual é o método?
R.: Volte para o lugar de onde você veio.
Questão: De onde eu vim?
R.: É exatamente isso que você precisa descobrir.
(...)
Questão: Qual é a prova que tenho?
R.: Alguém precisa de alguma prova de sua própria existência? Apenas esteja consciente de si mesmo e todo o resto será conhecido.
Questão: Então por que os dualistas e não-dualistas discutem tanto?
R.: Se cada um deles se ocupasse apenas da sua tarefa (de buscar a Realização) não haveria discussões.
R.: É verdade que não estamos aprisionados. Quer dizer, para o Eu Real não há prisão. E também é verdade que cedo ou tarde você retornará à sua Fonte. Mas enquanto isso, se você cometer más ações, como você as chama, você terá que enfrentar as suas conseqüências. Você não pode escapar disso. Se um homem lhe bate, você pode dizer “Eu sou livre. Eu não sou afetado pela surra e a dor não existe para mim.” e deixar ele continuar batendo? Se você realmente chegou a esse ponto então você pode fazer o que quiser; caso contrário, qual é a utilidade de apenas dizer em palavras que você é livre [enquanto ainda não é]? Todas as atividades que o corpo deve passar foram determinadas no momento em que ele veio à existência. Não cabe a você aceitá-las ou rejeitá-las. A única liberdade que você tem é voltar-se para dentro e aí renunciar às atividades.
R.: Por que este corpo surgiu? Ele foi feito para passar pelas várias experiências que foram determinadas para a pessoa nesta vida... Quanto à liberdade, o homem é sempre livre para não se identificar com o corpo e para não se deixar afetar pelos prazeres e dores resultantes das atividades do corpo.
Questão: O ser humano tem algum livre arbítrio ou tudo na sua vida é predeterminado?
R.: O livre arbítrio existe junto com a individualidade. Enquanto houver individualidade haverá livre arbítrio. As escrituras todas se baseiam nesse ponto e aconselham direcionar o livre arbítrio na direção certa. Predestinação na teoria, mas o livre arbítrio na prática.
R.: Assim, a consciência natural e não discriminativa só é alcançada depois do esforço da meditação. A forma da meditação vai depender do que lhe atrai mais. Veja o que lhe ajuda a afastar todos os outros pensamentos e adote isso para sua meditação.
R.: Se você consegue apenas permanecer quieto sem se envolver em nenhuma outra atividade, isso é ótimo. Mas se isso não for possível, qual é a utilidade de permanecer inativo apenas em relação à busca pela Realização (e ativo em relação ao resto)? Enquanto houver ego, o esforço é necessário. Quando o ego cessa as ações se tornam espontâneas. Ninguém tem sucesso sem esforço. O controle da mente não é seu direito de nascença – os poucos que dominam a mente alcançaram isso graças ao seu esforço perseverante. O esforço é necessário até o momento da Realização.
R.: Você pensar que deve fazer um esforço para se libertar desse sonho da vigília, mas os esforços que você faz para alcançar a Realização, são tudo partes do sonho.
R.: Entregue-se de uma vez por todas e acabe com o desejo. Enquanto houver a noção de que você é o agente, o desejo vai continuar, e, da mesma forma, o ego também.
R.: Sim.
Questão: Então por que eu não consigo simplesmente pensar que meu dente está normal e assim me curar?
R.: Não se sente a dor de dente quando se está absorto em outros pensamentos ou quando se está dormindo.
Questão: Mas ela ainda sim continua.
R.: A convicção humana de que o mundo é real é tão forte que é difícil se libertar dela. Mas o mundo não é mais real do que o sujeito que o vê.
Questão: Atualmene está acontecendo a guerra Sino-Japonesa. Se ela é apenas imaginação, pode o Bhagavan imaginar que ela não está acontecendo e assim acabar com ela?
R.: (Rindo) O Bhagavan que você vê (como um ser exterior) é tanto um pensamento seu quanto a própria guerra Sino-Japonesa.
R.: A Bem-Aventurança do Eu Real só pode se manifestar numa mente que se torna sutil e estável por meio da meditação. Aquele que experimenta essa Bem-Aventurança alcança a libertação ainda neste corpo. Isso é possível, mas insisto e dizer que você necessita buscar e manter uma pureza mental. Se você simplesmente não conseguir resistir às tendências inferiores, será preciso fazer um maior esforço de sua parte. E se mesmo assim você não puder conseguir, apenas confie em Deus.
R.: O livre arbítrio é o presente surgindo para uma faculdade limitada de visão e vontade. Este mesmo ego, quando olha para suas atividades passadas, percebe que elas se desenvolveram segundo certas “leis” ou regras – sendo o seu próprio livre arbítrio um dos elos dessa corrente causal. Então o ego percebe que a Onipotência e Onisciência Divinas agiram através do seu aparente livre arbítrio. Então a pessoa chega à conclusão de que o ego é guiado pelas aparências.
Questão: Os deuses, Ishvara e Vishnu, e seus céus, Kailas e Vaikuntha, são reais?
R.: Tão reais quanto você no seu corpo.
Questão: O que eu quero saber é se eles possuem uma existência fenomenal, tal como o meu corpo, ou se são meras ficções, tais como os chifres de uma lebre?
R.: Eles de fato existem.
Questão: Sendo assim, eles devem estar em algum lugar. Onde eles estão?
R.: Em você. Arunachala está dentro e não fora. O Eu Real é Arunachala. Por que se preocupar com Deus? Nós não sabemos se Deus existe, mas sabemos que existimos, então primeiro concentre-se em si mesmo. Descubra quem você é. Todo o Vedanta está contido nas duas declarações bíblicas “Eu sou o que Eu sou” e “Aquiete-se, permaneça imóvel e saiba que Eu sou Deus”.
Questão: Então o que me impede de conhecer a mim mesmo ou Deus?
R.: A sua mente que divaga e seus caminhos desvirtuados.
R.: Entregar-se completamente significa que você deve aceitar a vontade de Deus, e não reclamar do que não lhe agrada. As coisas podem se revelar diferentes do que pareciam. O sofrimento e a aflição muitas vezes levam a pessoa a ter fé em Deus.
R.: Eles rezam a Deus e no final da oração dizem: “Seja feita a Vossa vontade”. Se a vontade Dele vai ser feita, então por que eles oram? (...) Não é necessário dizer a Ele o que você precisa. Ele conhece muito bem suas verdadeiras necessidades, e cuidará de atendê-las.
Questão: As nossas preces são atendidas?
R.: Sim, elas são atendidas. Nenhum pensamento é emitido em vão. Cada pensamento produzirá o seu efeito em um ponto ou em outro. A força do pensamento nunca será em vão.
R.: O homem é pecado. Mas você não é o homem - nunca se esqueça disso. Você é o Eu Verdadeiro. Não existe o sentimento de ser um "ser humano" durante o sono profundo. O pensamento-corpo faz nascer a idéia do pecado. O nascimento do pensamento em si é o pecado.
Questão: Mas qual é o método?
R.: Volte para o lugar de onde você veio.
Questão: De onde eu vim?
R.: É exatamente isso que você precisa descobrir.
(...)
Questão: Qual é a prova que tenho?
R.: Alguém precisa de alguma prova de sua própria existência? Apenas esteja consciente de si mesmo e todo o resto será conhecido.
Questão: Então por que os dualistas e não-dualistas discutem tanto?
R.: Se cada um deles se ocupasse apenas da sua tarefa (de buscar a Realização) não haveria discussões.
R.: É verdade que não estamos aprisionados. Quer dizer, para o Eu Real não há prisão. E também é verdade que cedo ou tarde você retornará à sua Fonte. Mas enquanto isso, se você cometer más ações, como você as chama, você terá que enfrentar as suas conseqüências. Você não pode escapar disso. Se um homem lhe bate, você pode dizer “Eu sou livre. Eu não sou afetado pela surra e a dor não existe para mim.” e deixar ele continuar batendo? Se você realmente chegou a esse ponto então você pode fazer o que quiser; caso contrário, qual é a utilidade de apenas dizer em palavras que você é livre [enquanto ainda não é]? Todas as atividades que o corpo deve passar foram determinadas no momento em que ele veio à existência. Não cabe a você aceitá-las ou rejeitá-las. A única liberdade que você tem é voltar-se para dentro e aí renunciar às atividades.
R.: Por que este corpo surgiu? Ele foi feito para passar pelas várias experiências que foram determinadas para a pessoa nesta vida... Quanto à liberdade, o homem é sempre livre para não se identificar com o corpo e para não se deixar afetar pelos prazeres e dores resultantes das atividades do corpo.
Questão: O ser humano tem algum livre arbítrio ou tudo na sua vida é predeterminado?
R.: O livre arbítrio existe junto com a individualidade. Enquanto houver individualidade haverá livre arbítrio. As escrituras todas se baseiam nesse ponto e aconselham direcionar o livre arbítrio na direção certa. Predestinação na teoria, mas o livre arbítrio na prática.
R.: Assim, a consciência natural e não discriminativa só é alcançada depois do esforço da meditação. A forma da meditação vai depender do que lhe atrai mais. Veja o que lhe ajuda a afastar todos os outros pensamentos e adote isso para sua meditação.
R.: Se você consegue apenas permanecer quieto sem se envolver em nenhuma outra atividade, isso é ótimo. Mas se isso não for possível, qual é a utilidade de permanecer inativo apenas em relação à busca pela Realização (e ativo em relação ao resto)? Enquanto houver ego, o esforço é necessário. Quando o ego cessa as ações se tornam espontâneas. Ninguém tem sucesso sem esforço. O controle da mente não é seu direito de nascença – os poucos que dominam a mente alcançaram isso graças ao seu esforço perseverante. O esforço é necessário até o momento da Realização.
R.: Você pensar que deve fazer um esforço para se libertar desse sonho da vigília, mas os esforços que você faz para alcançar a Realização, são tudo partes do sonho.
R.: Entregue-se de uma vez por todas e acabe com o desejo. Enquanto houver a noção de que você é o agente, o desejo vai continuar, e, da mesma forma, o ego também.
Continua...
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