- Núcleo -
Sobre a realidade e presença do Ser Real em nós [a Realidade do Ator subjacente ao personagem] e sobre a percepção de “Quem faz” [Quem em nós efetivamente age] observem estes esclarecimentos essenciais de Jesus e de Masaharu Taniguchi:
Disse Jesus:
1) “ Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras.” (João 14:10).
Aqui Jesus compartilha Sua Percepção da Presença do Ser Real em Si.
2) “Em verdade, em verdade vos asseguro, que o Filho nada pode fazer de si mesmo, mas somente pode fazer o que vê o Pai fazer, pois o que este fizer, o Filho semelhantemente o faz.” (João 5:19).
Aqui Jesus compartilha Sua Percepção de “Quem faz”.
3) “Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou.” (João 8:18).
Aqui Jesus compartilha a percepção do Filho de Deus, o “personagem desperto”, em unidade com a Percepção do Pai, o Ser Real, que é sua real identidade .
Disse Masaharu Taniguchi:
"Quando compreendemos que nada podemos fazer com a nossa própria força, começa a agir em nós a força de Deus. A conscientização não será verdadeira enquanto insistirmos em utilizar a nossa própria força, opondo-nos a Deus. Jesus, após tomar a consciência: 'Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma', compreendeu: 'O Pai, que está em mim, esse é que faz as obras'. O mestre budista Shinran, após se sentir o pior dos pecadores – sentimento expresso na frase 'Meu corpo não possui nem o mínimo de sentimento de caridade; meu coração é abominável como o de serpente' –, tomou consciência da unidade com Buda. A fé não acompanhada da anulação total do eu falso pode fazer com que a pessoa se torne prepotente."
O “falso eu” é, na metáfora usada no Núcleo, o personagem, cuja percepção [percepção da mente do personagem] é incapaz inclusive de perceber o Real [o Ator em nós]. É a percepção do próprio Ser Real [a percepção do Ator em nós] que Se percebe!
Não há uma evolução da percepção do personagem para a percepção do Ator! Embora muitos buscadores espirituais [muito personagens] acreditem que a prática espiritual os fará evoluir até atingirem a iluminação isso não acontece! A iluminação, que é a Percepção de Quem Somos, é uma não-identificação com a identidade de nossos personagens. Enquanto a pessoa [ a persona] acredita que irá evoluir até se tornar iluminada, o real iluminado [o Ator subjacente ao personagem] já está presente!
Aquilo que é irreal, o personagem, não se torna real, não se torna o Ator. O Ator sempre está presente. O que acontece na Representação é que o personagem iluminado passa da condição de personagem indesperto para a condição de personagem desperto. O personagem desperto está consciente da realidade do Ator subjacente a Si, então age com esta consciência. Por isso Jesus esclareceu que: o Filho nada pode fazer de si mesmo, mas somente pode fazer o que vê o Pai fazer, pois o que este fizer, o Filho semelhantemente o faz.
E por isso Jesus disse: "Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede-o ao menos por causa destas obras." (João 14, 11)
O mais incrível nisso tudo é que essa obra de conscientização sobre nossa real identidade continua sendo realizada, aqui mesmo, neste momento!
Compartilho a percepção que se segue de forma totalmente impessoal, que é a forma como devem ser compartilhadas todas as percepções, pois, elas têm validade impessoal. Essa é a própria natureza das Percepções!
"Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras." (João 14, 10)
É o que percebo, desfruto e compartilho.
Namastê!
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